10
I Rev. Edue. Contin. CRMV-SP, São Paulo, v. 8, n. I, p. 38-47,2005 Revisão C Ensaio Review and Essay Revisión y Ensayo Ureterolitíases obstrutivas em cães: avaliação da função renal na indicação da ureterotomia ou ureteronefrectomia Obstructive ureterolithiasis in dogs: renal function evaluation in the indication for ureterotomy or ureteronephrectomy Ureterolitiasis obstructivas en perros: evaluación de la función renal en la indicación de la ureterotomía o ureteronefrectomía Patrícia Ferreira de Castro;1 Julia Maria Matera 2 Serviço de Cirurgia de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (HOVET-FMVZlUSP). São Paulo, SP, Brasil Resumo Objetivo: Revisar os métodos disponíveis para avaliar a função renal, a fisíopatología da obstrução ureteral, a nefrolitíase e a ureterolitíase, bem como os achados laboratoriais, radiográficos, ultra-sonográficos e indicações cirúrgicas relacionados à ureterolitíase obstrutiva em cães. Fontes Consultadas: Foram pesquisadas as bases de dados AGRlS de 1975 a 2004, Biological Abstracts de 1998 a 2003, CAB Abstracts de 1990 a 2004, Medline de 1966 a 2004 e o acervo da Biblioteca da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP. Síntese dos Dados: A presença de lesões renais irreversíveis ou a funcionalidade comprometida do rim, associada à função normal do contralateral, está relacionada à decisão de realizar-se a ureteronefrectomia, em vez da ureterotomia, nas ureterolitíases obstrutivas. Em teoria, estimar a quantidade do prejuízo funcional ao rim ajuda a decidir entre preservar ou remover o rim e o ureter afetados, porém, na prática, determinar a contribuição relativa do rim acometido e do contralateral à função renal total é dificil. Conclusões: A redução da função renal no rim afetado é uma seqüela comum da obstrução ureteral, todavia, o grau de sua recuperação depois da ocorrência natural de obstrução ureteral em cães e gatos ainda não é conhecido. Na dúvida sobre a irreversibilidade da lesão renal, tentativas de desobstrução ureteral e eliminação de sua causa devem ser sempre consideradas, visto que ao menos uma recuperação parcial da função renal pode ser possível. Palavras-chave: Ureterolitíase. Ureterotomia. Nefrectomia. Nefroureterectomia. Obstrução ureteral. Função renal. Cães. 'Médica Veterinária do Serviço de Cirurgia de Pequenos Animais do HOVET-FMVZ/USP. CRMV-SP 7944 'Professora Titular do Departamento de Cirurgia da FMVZlUSP. CRMV-SP 1050 38

Ureterolitíases obstrutivas em cães: avaliação da função

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Ureterolitíases obstrutivas em cães: avaliação da função

I Rev. Edue. Contin. CRMV-SP, São Paulo, v. 8, n. I, p. 38-47,2005

Revisão C Ensaio Review and Essay Revisión y Ensayo

Ureterolitíases obstrutivas em cães: avaliação dafunção renal na indicação da ureterotomia ouureteronefrectomia

Obstructive ureterolithiasis in dogs: renal function evaluation in theindication for ureterotomy or ureteronephrectomy

Ureterolitiasis obstructivas en perros: evaluación de la función renalen la indicación de la ureterotomía o ureteronefrectomía

Patrícia Ferreira de Castro;1 Julia Maria Matera2

Serviço de Cirurgia de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária eZootecnia da Universidade de São Paulo (HOVET-FMVZlUSP). São Paulo, SP, Brasil

Resumo

Objetivo: Revisar os métodos disponíveis para avaliar a função renal, a fisíopatología da obstrução ureteral, a nefrolitíasee a ureterolitíase, bem como os achados laboratoriais, radiográficos, ultra-sonográficos e indicações cirúrgicas relacionadosà ureterolitíase obstrutiva em cães. Fontes Consultadas: Foram pesquisadas as bases de dados AGRlS de 1975 a 2004,Biological Abstracts de 1998 a 2003, CAB Abstracts de 1990 a 2004, Medline de 1966 a 2004 e o acervo da Biblioteca daFaculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP. Síntese dos Dados: Apresença de lesões renais irreversíveis ou a funcionalidade comprometida do rim, associada à função normal do contralateral,está relacionada à decisão de realizar-se a ureteronefrectomia, em vez da ureterotomia, nas ureterolitíases obstrutivas. Emteoria, estimar a quantidade do prejuízo funcional ao rim ajuda a decidir entre preservar ou remover o rim e o ureterafetados, porém, na prática, determinar a contribuição relativa do rim acometido e do contralateral à função renal total édificil. Conclusões: A redução da função renal no rim afetado é uma seqüela comum da obstrução ureteral, todavia, ograu de sua recuperação depois da ocorrência natural de obstrução ureteral em cães e gatos ainda não é conhecido. Nadúvida sobre a irreversibilidade da lesão renal, tentativas de desobstrução ureteral e eliminação de sua causa devem sersempre consideradas, visto que ao menos uma recuperação parcial da função renal pode ser possível.

Palavras-chave: Ureterolitíase. Ureterotomia. Nefrectomia. Nefroureterectomia. Obstrução ureteral. Função renal. Cães.

'Médica Veterinária do Serviço de Cirurgia de Pequenos Animais do HOVET-FMVZ/USP. CRMV-SP 7944'Professora Titular do Departamento de Cirurgia da FMVZlUSP. CRMV-SP 1050

38

Page 2: Ureterolitíases obstrutivas em cães: avaliação da função

CASTRO P. F.; MATERA J. M. Ureterolitíases obstrulivas em cães. Obslrllclive llrelerolilhiasis in dogs. Ureleroliliasis obslrllclivas en perros.Rev. Educ. Con!in. CRMV-SP / Conlin. Educ. J. CRMV-Sp' São Paulo, v. 8, n. 1, p. 38-47. 2005. IIntrodução

Embora cálculos urinários localizados na pelverenal ou ureter sejam incomuns em cães e gatos, I

ainda assim são a causa de obstrução ureteralintralurninal mais comumente relatada em cães.2

Poucos são os casos de remoção cirúrgica decálculos ureterais com resultados favoráveis descri­tos em Medicina Veterinária.3.4Por causa do peque­no diâmetro dos ureteres e da tendência a formarconstrição, a cirurgia ureteral exige destreza em suaexecução.5A litotripsia, apesar de já empregada,6-lo épouco disponível para animais como caninos efelinos, e a ureteroscopia, utilizada para a remoçãode cálculos em seres humanos, é técnica que aindanão foi adaptada para cães e gatos.2

A ureteronefrectomia é um procedimentocomumente adotado nos casos de obstrução ureteralde etiologias diversas, conforme observado naliteratura. II

-13 A presença de lesões renais

irreversíveis ou a funcionalidade comprometida dorim, associada à sua função normal contralateral,está relacionada à decisão de realizar-se aureteronefrectomia em vez da ureterotomia nasureterolitíases obstrutivas. 14,15 Porém, determinar acontribuição relativa do rim acometido e docontralateral à função renal total é difícil. 16

o objetivo deste trabalho foi o de revisar osmétodos disponíveis para avaliar a função renal, afisiopatologia da obstrução ureteral, a nefrolitíasee a ureterolitíase, os achados laboratoriais,radiográficos e ultra-sonográficos, além de fornecerindicações cirúrgicas relacionados à ureterolitíaseobstrutiva em cães.

Avaliação da Função Renal

Dentre os diversos métodos usados para aavaliação da função renal - urinálise,17 prova deconcentração da urina, 18 dosagem da uréia e creatininaséricas l7,18 e testes especializados para avaliar taxade filtração glomerular (TFG) e fluxo sanguíneo renal(FSR) -, a cintilografia renal quantitativa é aquele que

permite avaliar a TFG de cada rim individualmente,entretanto, o procedimento depende, para a suarealização, de equipamentos e métodos especiais paraa manipulação de radioisótopos.17 Armbrust et. aI. 13(1997) relataram a mensuração da TFG por ~e~o.dacintilografia nuclear em uma cadela com histoncode cálculo ureteral, diagnosticado por radiografiasanteriores há pelo menos cinco meses. Este examemostrou ser o rim ipsilateral ao cálculo ureteralresponsável por menos de 5% do total da TFG, dadodecisivo para a indicação da nefroureterectomia emvez da ureterotornia. Para Groshar, Issaq e Nativ(1996), a cintilografia renal fornece uma estimativada função renal diferencial durante o episódioobstrutivo, mas não pode ser usada para predizer afunção renal depois da desobstrução (apud KYLESet al.,19 1998). Lanz e Waldron5 (2000) indicam-napara a adequada avaliação do rim contralateral, antesda nefrectomia do rim comprometido.

A urinálise pode ser efetuada para: análisequalitativa da química urinária, determinação dasenzimas urinárias para a avaliação da lesão renal,exame do sedimento urinário e determinação da

.. ". 17relação entre proteina/creatmma urmarla.

A prova de concentração da urina está indicadaquando repetidas amostras de urina coletadas ao acasotêm a densidade no intervalo isostenúrico; e contra­indicada nos casos de uremia, debilidade edesidratação. A capacidade de concentração da urinaé a primeira função a se perder após qualquer formade obstrução do trato urinário.20

A uréia é livremente filtrada por meio dosglomérulos renais e por ser permeável em segmentosdo epitélio tubular, difunde-se passivamente com aágua da luz tubular, voltando para o sangue. 17,18,21 Aquantidade de sua absorção é inversamenteproporcional ao débito do fluxo de urina pelostúbulos, 18 ou seja, se o fluxo da urina é reduzido, umaquantidade maior é reabsorvida. 18,21 A redução dacirculação renal afeta a creatinina de modo similar àuréia, portanto, a sua mensuração fornece informaçãosemelhante à da uréia no que diz respeito à doença

, . 18 Arenal e à obstrução e vazamento pos-renalS.dosagem da creatinina plasmática é mais confiável

39

Page 3: Ureterolitíases obstrutivas em cães: avaliação da função

CASTRO P. F.; MATERA J. M. Ureterolitíases obstrutivas em cães. Obslrltclive ltrelerolilhiasis in dogs. Ureleroliliasis obslrltClivas en per/·os.Rev. Educ. Confino CRMV-SP I COl/til/. Edl/c. J. CRMV-Sp, São Paulo, v. 8. n. I. p. 38-47, 2005.

do que a da uréia quando a TFG cai, porém, suaconcentração não mantém relação linear com a TFG,e ainda deve-se considerar que a sua produção édeterminada pela massa muscular, que varia muitoentre as diferentes raças e espécies.22 Valores normaissão encontrados em cães e gatos com até somente25% da TFG. 17

o prognóstico da insuficiência renal não deveser estabelecido com base na simples determinaçãoda uréia e da creatinina séricas, devido à influênciados fatores pré-renais, pós-renais e não-renais quepodem estar relacionados. Todavia, pode fornecerinformações úteis quanto à resposta da terapia e daprogressão/reversibilidade das lesões renais, serealizado de forma seriada.23

A ultra-sonografia pode dar informaçãoadicional dos detalhes das estruturas dos rins assimcomo a urografia intravenosa. Por fornecer análisequalitativa da função excretora renal individual, aurografia intravenosa deve ser avaliada antes danefrectornia ou da nefrotornia. 24 No entanto, deve-seconsiderar que sua utilidade diminui se existirazotemia24 e que este exame não estima o número denéfrons funcionantes. '6 Segundo Johnston, Walter eFeeney25 (1995), a visualização deste exame podeestar retardada devido à pelve subaguda ou obstruçãoureteral, conseqüentemente, esse atraso pode levar àinterpretação de função renal pobre, indicandoerroneamente situação irreversível, já que, naverdade, é reversível; quanto à ultra-sonografia, estanão facilita uma avaliação quantitativa e qualitativada função renal, exceto pela técnica com Doppler.

o diagnóstico da disfunção renal em estágioprecoce constitui-se em desafio ao profissional, poiso rim possui reserva funcional tal, que, testes-padrãolaboratoriais para avaliação da função renal podemdetectar anormalidades somente quando 66% dotecido funcional renal já tiver sido perdidoY Aavaliação precisa da função renal permitiriamonitorização mais efetiva da sua taxa de declínio eajudaria a determinar a eficácia da intervençãoterapêutica,22 e a avaliação ideal pré-operatória decandidatos à nefrectornia incluiria avaliação da taxade filtração glomerular renal relativa. 16

40

Fisiopatologia da ObstruçãoUreteral

A obstrução urinária é causa comum epotencialmente reversível da insuficiência renal,sendo que obstruções unilaterais agudas ou crônicaspodem não ser clinicamente nítidas, permanecendonão identificadas por longos períodos, podendoresultar em lesão irreversível ao rim. Durante aobstrução unilateral, o rim não obstruído sofrealterações que podem mascarar a presença daobstrução no rim contralateral. 2o A obstruçãounilateral de um ureter freqüentemente resulta emhidronefrose unilateral sem evidência de prejuízo dafunção renaJ.26 Quando a obstrução aguda é completae bilateral, se não for aliviada, a morte ocorre de65-70 horas20 a três-seis dias.27

Depois de 24 horas de obstrução ureteralcompleta em cães, o fluxo sanguíneo renal (FSR)diminui para aproximadamente 50% do normal eretoma a aproximadamente 60% se aliviada a obs­trução neste mesmo período. Já durante a obstru­ção unilateral crônica, diminui progressivamente,sendo, após dois meses, de aproximadamente 10%.Aparentemente, o FSR retoma gradualmente aonormal no transcorrer de alguns dias após adesobstrução. Quanto à taxa de filtração glomerular(TFG), após alívio da obstrução aguda bilateral de24 horas de duração, observa-se redução signifi­cativa de 20% do normal, permanecendo reduzidavários dias após a desobstrução. Durante a obstru­ção crônica, tal taxa sofre redução variável de 20%a 70%, e após alívio de obstrução unilateral, den­tro de seis semanas, ocorre recuperação para algoem tomo de 50% a 75%. Esses resultados suge­rem que pode ocorrer o retorno da função renalapós o alívio da obstrução crônica, e esse retornopode ser maior se o rim mais gravemente obstruídofor aliviado antes. 20

A manutenção do FSR e da pressão de perfusãoé necessária tanto para a filtração glomerular comopara o suprimento celular de oxigênio e de nutrien­tes.28 Em animais com obstrução ureteral aguda, au­mentam pressão e diâmetro ureterais e o peristaltismo,

Page 4: Ureterolitíases obstrutivas em cães: avaliação da função

CASTRO P. F.; MATERA J. M. Ureterolitíases obslrutivas em cães. Obslrllclive lIreterolilhiasis in dogs. Urelerolitiasis obstrllclivas en per/·os.Rev. Educ. Confino CRMV-SP ICol/till. Edite. J. CRMV-Sp, São Paulo, v. 8, n. I. p. 38-47. 2005.

inicialmente, toma-se mais freqüente em resposta aoaumento da tensão na parede do ureter. Em seguida,com o diâmetro e a tortuosidade ureterais aumenta­dos, o peristaltismo toma-se fraco e ineficaz para le­var a urina à bexiga. O aumento das pressões pélvicarenal e ureteral em animais com obstrução ureteralaguda ocorre como resultado da produção contínua deurina pelo rim ipsilateral. A pressão intralurninal alta étransmitida aos túbulos renais, reduzindo a diferençaentre as pressões sanguínea capilar glomerular e tubularintralurninal, resultando numa TFG reduzida. O FSRtambém é reduzido com a vasoconstrição arterial intra­renal devido à pressão intralurninal tubular alta. Apósaproximadamente 18 a 24 horas de obstrução, a pres­são intralurninal diminui e pode normalizar. Entretan­to, a vasoconstricção intra-renal persiste; com a obs­trução crônica, a diminuição do FSR leva à perda denéfrons, atrofia do parênquima, fibrose e adicionaldilatação do sistema coletor (WEISS, 1979; PFISTER;PAPANICOLAOU; YODER, 1986 apud LAMB,291998). Apesar de poder continuar a produção de urinapelo rim ipsilateral, a pressão intralurninal cai à medi­da que o ureter continua a dilatar gradualmente, numprocesso conhecido como ureter creep (WEISS, 1979apud LAMB,29 1998). Embora não possam ser produ­zidos novos néfrons e aqueles irreversivelmente lesa­dos também não possam ser reparados, a hipertrofiafuncional e morfológica dos néfrons sobreviventesfreqüentemente pode compensar, de forma adequada,essa redução em seu número. Mesmo que a recupera­ção da função renal seja incompleta, o funcionamentoadequado pode ser restabelecido.28

Estudos em cães com obstrução ureteralunilateral revelaram que a recuperação da funçãorenal é inversamente proporcional à duração daobstrução. Em cães com obstrução renal unilateralde duas, quatro e seis semanas de duração, arecuperação da função renal foi de 38,7% após duassemanas, 9,8% após quatro semanas e 2% após seissemanas de obstrução.30 A recuperação parcial dafunção renal após 69 dias de completa obstruçãoureteral foi observada em um caso no homem(LEWIS; PIERCE, 1962 apud KYLES et al., t9 1998).Para Wilson (1975; 1977 apud BJORLING;CHRlSTIE,3t 1993), a obstrução ureteral completapor quatro semanas ou mais resulta em permanente

perda da função do rim associado. Em cães deexperimento submetidos à obstrução por duas semanas,o rim afetado recuperou 50% a 60% de sua funçãopré-obstrução, sendo considerado quatro semanas otempo máximo de obstrução completa com algumaprobabilidade de retomo à função renal adequada.3

Estudos experimentais em cães revelaram que,se aliviada a obstrução ureteral dentro de dez semanasapós sua ocorrência, o segmento dilatado retoma aoseu diâmetro e à sua forma normais.3l Em uma cadelasubmetida à anastomose ureteral unilateral devido àruptura traumática, severos hidronefrose e hidroureterobservados ao urograma e à ultra-sonografia 13 diasposteriores à cirurgia apresentaram melhora após dezsemanas. Aos Ii meses após o trauma original, asimagens do rim e ureter acometidos eram muitopróximas da normalidade.32

Dois casos de ureterotomia para remoção deureterólitos com resultados satisfatórios em dois cães,com retomo do rim ao tamanho normal ou subnormaltambém foram descritos.3 Em outro trabalho, doiscasos de ureterotomia em cães com acompanhamentoclinico, laboratorial, radiográfico e ultra-sonográficoaté 210 dias após intervenção cirúrgica para remoçãodos ureterólitos (Figuras I e 2) demonstraramausência de sinais de estenose ou vazamento nos sítiosoperados e diminuição da dimensão renal e do limitecórtico-medular, sugerindo o comprometimento dafuncionalidade do rim acometido.4

Figura 1 - Imagem ultra-sonográfica sugestiva de urolitíase(seta) localizada em ureter direito de fêmea canina da raçaSchnallzer, com sete anos de idade

41

Page 5: Ureterolitíases obstrutivas em cães: avaliação da função

CASTRO P. F.; MATERA 1. M. Ureterolitíases obstrutívas em cães. Obstructive ureterolitl7iasis in dogs. Ureterolitiasis obstructivas en peiTos.Rev. Educ. Contin. CRMV-SP ICol/lil/. Educ. J. CRMV-Sp' São Paulo, v. 8. n. I, p. 38-47, 2005.

Figura 2 -Imagem fotográfica de ureterolitíase em cão machoSRD: A - Ureterotomia direita para a retirada de urólitos eminserção uretero-vesical; B - Síntese ureteral no planolongitudinal com fio monofilamento de poligliconato no padrãopontos simples interrompidos

McEvoy33 (1994) relatou a recuperação de umacadela com obstrução ureteral bilateral severa pós­ovariohisterectomia, com satisfatório retomo da funçãorenal em um rim que permaneceu por, no mínimo,quatro dias com obstrução do seu fluxo. Um ureter foireimplantado na bexiga e o outro, por não apresentarviabilidade, resultou em ureteronefrectomia. O autorreferiu-se à melhora da poliúria pós-operatória quepersistiu por cinco semanas, sem mencionar, contudo,a evolução tardia do procedimento cirúrgico. Já emoutro relato, dois cães com obstrução ureteral unilateralpor pólipos fibroepiteliais foram submetidos àureteronefrectomia, apesar de Burton et al. I2 citaremque, no homem, a excisão local dos pólipos viaureterotomia, ureteroscopia e cirurgia a laser tem

42

permitido a preservação do rim. Adicionalmente énecessário considerar também que a dilatação ureterale a hidronefrose apresentam melhora no pós­operatório e que, em 37% dos pacientes humanos comesta afecção realizou-se desnecessariamente anefrectomia. Afirmam que, nestes dois casos, odiagnóstico histopatológico pré-operatório poderiater sido realizado sem, contudo, alterar a conduta,devido ao avançado estágio da hidronefrose.

Litíase Renal e Ureteral

A nefrolitíase l e a ureterolitíase l .31 sãocondições raras nos cães e gatos. Aproximadamente97% dos pacientes humanos com cálculos apresentamnefrolitíase, enquanto menos de 4% dos casos deurolitíases em cães e gatos são de cálculos renais,desconhecendo-se a razão para tal disparidade. I Deum total de 17.610 urólitos caninos analisados pormétodos quantitativos no Minnesota Urolith Center,apenas 226 (l,3%) eram nefrólitos. 34 Em estudorealizado por Ling et al. 1(1998), os cálcuJos de origemrenal representaram 2,88% do total de cálculosurinários submetidos à análise nos cães, e 4,95% dototal nos gatos.

É amplamente aceito que a urolitíase é umadoença multifatorial,35 constituindo-se como fatoresque contribuem para a formação de urólitos a altaconcentração de cristalóides na urina, a diminuiçãona concentração de inibidores de cristalizaçãourinária,15.26,35,36 o pH urinário favorável,15,26,35 ainfecção, 15,26.36 a presença de um núcleo sobre o quala cristal ização possa ocorrer6e certas anormalidadesmetabólicas;36 porém, sem a supersaturação, nenhumdos outros fatores pode operar.J5

O valor do pH urinário sugere a provávelcomposição mineral do cálculo em cães e gatos,34 e aanálise dos cálcuJos removidos e a urocultura visama um tratamento médico direcionado para prevenirrecidivas. 15 Em geral, é difícil eliminar infecções dotrato urinário se os urólitos estiverem presentes15 e,assim, doenças persistentes do trato urinário eurolitíases recorrentes podem ocorrer se a remoçãocirúrgica constituir-se na única forma de tratamento. 14

Page 6: Ureterolitíases obstrutivas em cães: avaliação da função

CASTRO P. F.; MATERA J. M. Ureterolitiases obstrutivas em cães. Obstructive ureterolithiasis in dogs. Ureterolitiasis obstructivas en peiTos.Rev. Educ. Confino CRMV-SP / ColII;ll. Educ. J. CRMV-Sp' São Paulo, v. 8, n. I, p. 38-47, 2005.

Estudo retrospectivo mostrou que, de um total de 438cães tratados cirurgicamente para urolitíase, 111pacientes apresentaram 155 recorrências.34 Dessemodo, a probabilidade de recorrência de urólitos apósa terapia médica ou cirúrgica tem tido prognósticoreservado, dada a influência de muitas variáveis, taisquais: método diagnóstico, remoção do urólitoinadequada, infecção, manejo pelo proprietário.34

Ureterolitíase Obstrutiva:achados laboratoriais,radiográficos e ultra­sonográficos

Achados anormais na urinálise de animaiscom obstrução ureteral são inespecíficos, no entan­to, é comum a hematúria microscópica. Cristais emamostra de urina fresca podem dar idéia do tipo deureterólito, se presente, porém, tais cristais tambémpodem ocorrer em animais normais. Durante a obs­trução crônica, devido ao déficit de concentração, aprodução de urina diluída pelo rim afetado poderáocorrer. Todavia, a urina colhida da bexiga estaráconcentrada se o outro rim estiver mantendo sua ca­pacidade de concentração. Igualmente, as concen­trações séricas de uréia e creatinina podem estar den­tro dos limites normais.37

A radiografia de todo o trato urinário deve sersempre realizada para determinar a localização e onúmero de urólitos.14,34 A maioria dos cálculos renale ureteral é radiopaca,15 no entanto, radiografiascontrastadas também podem ser necessárias para odiagnóstico. 14 Hidroureter ou hidronefrose devem seravaliados preferivelmente pela ultra-sonografia37 oupela urografia excretora 15 e constituem-se emalterações altamente sugestivas de imobilidade deureterólitos. 14

Ureterolitíases: ureterotomiaOU ureteronefrectomia

Caywood e Osbornel 4 (1986) indicam aureterotomia nos pacientes que não apresentem dano

irreversível ao ureter e rim. Osbome et al,34 (1995)referem que a cirurgia deve ser considerada no casode urólitos em lúmen ureteral, especialmente seassociados à infecção e, dentre os procedimentos maiscomumente utilizados em cães - ureterolitotornia,ureterectomia e nefrectomia -, este último estáindicado nos casos de severa hidronefrose unilateral,pionefrose, múltiplos abscessos renais, nefrolitíaseunilateral obstrutiva recorrente, desde que o rimcontralateral seja suficientemente funcional e,portanto, capaz de manter a homeostasia.

Dupre et aP (1990) citam que afecções comocálculos ureterais que não se movimentam em 24 horas,hidroureter ou hidronefrose, têm indicação deureterotornia. Afirmam que a remoção precoce doscálculos, com técnica cirúrgica adequada, poderestabelecer as funções renal e ureteral, evitando-se assima nefroureterectomia; e a ureterotomia deve ser tentadase o rim afetado não apresenta prejuízo irreversível.

Kyles, Aronsohn e Stone38 (1996), aocomentarem sobre as possíveis complicações pós­cirúrgicas da ureteronefrectomia, citam a falênciarenal do rim remanescente. Relacionam a falênciarenal a disfunções pré-existentes e/ou a isquemiasecundária à anestesia, e dizem que uma reduçãosuperior a 50% na taxa de filtração glomerularresultará em azotemia renal. Kyles et al. 19 (1998)mencionam que um prognóstico preciso do potencialda função renal do rim comprometido poderia ajudarna tomada da decisão pela nefroureterectomia ou pelaremoção dos ureterólitos, e que o grau de dilataçãoda pelve não está relacionado com a quantidade doprejuízo funcional.

Segundo Fossuml 5(1997), a indicação daremoção de todos os cálculos renais e ureterais écontroversa. A remoção cirúrgica de cálculos renaise ureterais deveria ser considerada quando eles estãoinfectados ou causando obstrução. A cirurgia deveriaser realizada tão logo quanto possível, uma vez queo paciente esteja estabilizado, para prevenir danorenal irreversível.

Para Stone e Kyles37 (2000), a remoção cirúr­gica de ureterólitos é indicada quando a obstrução,

43

Page 7: Ureterolitíases obstrutivas em cães: avaliação da função

CASTRO P. F.; MATERA J. M. Ureterolitiases obstrutivas em cães. Obstructive ureterolithiosis in dogs. Ureterolitiasis obstructivas en perros.Rev. Educ. Contin. CRMV-SP ICol/til/. Educ. J. CRMV-Sp' São Paulo, v. 8. n. I, p. 38-47, 2005.

parcial ou completa, do ureter ocorre, evidenciadapela hidronefrose e hidroureter proximal ao cálculoou pela imobilidade do ureterólito. Tal obstrução podeser determinada por repetidos exames radiográficose/ou ultra-sonográficos. Fatores que também influen­ciam na decisão de remover ureterólitos são a pre­sença de infecção, outros cálculos no trato urinário eo grau de função renal no rim afetado.

A nefrectomia constitui-se em tratamentoirreversivel para doença renal unilateral quando fordescartada qualquer contribuição para a função re­nal por parte daquele rim (STONE; GOOKIN, 16 2000;KYLES et al.,19 1998). Durante a afecção aguda, apresença de um rim não-funcional pode fornecer es­tímulo maior para a hipertrofia compensatória no rimoposto, do que aquela gerada se o rim não-funcionalfosse removido (STONE; GOOKIN,16 2000).

Considerações Finais

Em teoria, estimar a quantidade do prejuízofuncional ao rim ajuda a decidir entre preservar ou

Abstract

remover o rim e o ureter afetados, porém, na prática,determinar a contribuição relativa do rim acometidoe do contralateral à função renal total é dificil, assimcomo determinar o seu potencial de recuperação, poiso grau de dilatação não está correlacionado ao graude prejuízo funcional, e os exames disponíveis paraavaliar a função renal não permitem assegurar, numbreve espaço de tempo pré-operatório, o quanto talórgão ainda é funcional.

o potencial para recuperação da função renaldepende da duração e extensão da obstrução, bemcomo da presença de infecção do trato urinário. Aredução da função renal no rim afetado é seqüelacomum da obstrução ureteral, contudo, o grau de suarecuperação depois da ocorrência natural de obstruçãoureteral em cães e gatos ainda não é conhecido.

Na dúvida sobre a irreversibilidade da lesãorenal, tentativas de desobstrução ureteral e eliminaçãode sua causa deveriam ser sempre consideradas, vistoque, ao menos, uma recuperação parcial da funçãorenal é possível. Sugere-se, assim, a ureterotomia,em tais casos.

Objective: To review the methods ofrenalfunction evaluation avai!able, the pathophysiology ofureteral obstruction,the nephrolithiasis and ureterolithiasis, the laboratory, radiographic and ultrasonographic findings and the surgica!indications related lo canine obstructive ureterolithiasis. Dala SOllrces: AGRlS (from1975 lo 200), BiologicalAbstracls(frOI/1 1998 to 2003), CAB Abstracts (from 1990 to 2004) and Medline (from 1966 to 2004) databases and the collectionofthe library ofthe Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (SchoolofVeterinaryMedicine and Animal Science of the University ofSão Paulo), São Paulo, Brazil. were consulted. Data SYlltllesis:1rreversible damage OI' compromised kidneyfunction, associated to a normalfimctioning contralatera! kidney, supportsthe decisionfor performing an ureteronephrectomy instead ofan ureterotomy when obstructive ureterolithiasis occurs.In theory, estimating the amount offimctional damage to the kidney helps to decide whether to preserve OI' remove theaffected kidney and ureter; however, estimating the relative contribution oflhe affecled and the contralaleral kidneyto lhe total renal fimction is difficult in practice. COllclllsions: The reduced junction of the affected kidney is acOl/1l/1on consequence ofureteral obstruction, but the degree ofrecove,y afieI' the natural occurrence ofthis disease indogs and cats has not yet been established. When in doubt as to the irreversibility of the renal damage, altempls toachieve ureteral desobstruction and treatment ofthe underlying causes should a!ways be considered, once at least apartia! recovery ofthe renalfunction may be possible.

Keywords: Ureterolithiasis. Ureterotomy. Nephrectomy. Nephroureterectomy. Uretera! obstruction. Rena!fimction. Dogs.

44

Page 8: Ureterolitíases obstrutivas em cães: avaliação da função

CASTRO P. F.; MATERA J. M. Urelerolilíascs obslrulivas em càcs. Obstrllctive lIreterolithiasis in dogs. Ureterolitiasis obstrllctivas en perros.Rev. Educ. Confino CRMV-SP / Contin. Educ. J. CRMV-Sp' Sào Paulo. v. 8, n. I, p. 38-47, 2005.

Resumen

Objetivo: Revisar los métodos disponibles para evaluar la función renal, la fisiopalología de la obstruccíón deiuréter, la nefrolitiasis y la ureterolitiasis, los datos laboratoriales, radiográficos y ecográficos e indicaciones quirúrgicasrelacionados a la ureterolitiasis obstructiva en perros. Fuelltes COllsultadas: Se investigaron las bases de datosAGRlS de 1975 a 2004, Biological Abstracts de 1998 a 2003, CAB Abstracts de 1990 a 2004, Medline de 1966 a 2004y el acervo de la Biblioteca de la Faculdad de Medicina Veterinaria y Zootecnia de la Universidad de São Paulo, SãoPaulo, Sp, Brasil. Sílltesis de los Datos: Los daí'íos irreversibles o el comprometimiento de la función dei rii'íón,asociado a lafunción normal dei contralateral, están relacionados a la decisión de realizar la ureteronefrectomía envez de ureterotomía, en los casos de ureterolitiasis obstructivas. En teoría, calcular la cantidad de dai'io funcional deirifión, ayuda a decidir entre preservar o retirar el rii'ión y uréter afectados, pero en la práctica, determinar lacontribución relativa deI rii'ión comprometido y dei contralateral a lafunción renal total se hace difícil. COllclusiolles:La reduccíón de lafunción renal en el rii'ión afectado es una secuela común de la obstrucción natural dei uréter, peroel grado de recuperación después de la obstrucción dei uréter en perros y gatos se desconoce. En la duda sobre lairreversibilidad de la lesión renal, intentos de desobstrucción dei uréter y eliminación de su causa deben ser siempreconsideradas, porque ai menos una recuperación parcial de lafunción renal es posible.

Palabras-clave: Ureterolitiasis. Ureterotomía. Nefrectomía. Nefroureterectomia. Obstrucción ureteral. Función renal. Perros.

Referências

I. LING, G V. et aI. Renal calculi in dogs and cats:prevalence, mineral type, breed, age, and genderinterrelationships (1981-1993). Journal ofVeterinary InternaI Medicine, v. 12, p. 11-21, 1998.

2. HARDfE, E. M.; KYLES,A. E. Managementofureteralobstruction. Veterinary Clinics of orth America:Small Animal Practice, v. 34, p. 889-10 IO. 2004.

3. DUPRE, G P.; DEE, L. G; DEE, J. F. Ureterotomiesfor treatment ofureterolithiasis in two dogs. Journalof the American Animal Hospital Association,v. 26, p. 500-504, 1990.

4. CASTRO, P. F. et aI. Ureterotomia como tratamentode obstrução ureteral em dois cães. Brazilian JournalofVeterinal1' Research and Animal Science, v.40,p. 158,2003. Suplemento.

5. LANZ, O. 1.; WALDRON, D. R. Renal and ureteralsurgery in dogs. ClinicaI Techniques in 8mallAnimal Practice, v. 15, p.I-1 0,2000.

6. BAILEY, G; BURK, R. L. Dry extracorporeal shock wavelithotripsy for treatment of ureterolithiasis andnephrolithiasis in a dog. Journal of the AmericanVeterinary MedicaJAssociation, v. 207, p. 592-595, 1995.

7. BLOCK, G et aI. Use of extracorporeal shock wavelithotripsy for treatment of nephrolithiasis andureterolithiasis in five dogs. Journal of theAmerican Veterinary MedicaI Association, v.208,p. 531-536, 1996.

8. LOSKE,A. M.; PRIETO, F. E.. LÓPEZ, J. A. Primertratamiento de litotripsia extracorporal en un perrousando un generador de ondas de choque experimentalhecho en México. Veterinaria Mexico, v. 27, pAI­48, 1996.

9. ADAMS, L. G; SENIOR, D. F. Electrohydraulic andextracorporeal shock-wave lithotripsy. VeterinaryClinics ofNorth America: Small Animal Practice,v. 29, p. 293-302, 1999.

10. LANE, I. F. Lithotripsy: an update on urologicapplications in small animais. Veterinary Clinicsof North America: Small Animal Practice, v. 34,p. 1011-1025.2004.

11. CRAWFORD, M. A.; TURK, M. A. M. Ureteralobstruction associated with proliferative ureteritis ina dog. Journal of the American Veterinary MedicaIAssociation, v. 184, p. 586-588, 1984.

45

Page 9: Ureterolitíases obstrutivas em cães: avaliação da função

CASTRO P. F.; MATERA J. M. Ureterolitíases obstrutivas em cães. Obslruclive urelerolithiasis il1 dogs. Ureterolitiasis obslruclivas el1 perros.Rev. Educ. Contin. CRMV-SP ICol/fil/. Educ. J. CRMV-Sp' São Paulo, v. 8, n. I, p. 38-47, 2005.

12. BURTON, C. A. et aI. Ureteric fibroepithelial polypsin two dogs. Journal of Small Animal Practice,v. 35, p. 593-596, 1994.

13. ARMBRUST, L. et aI. Radiographic diagnosis: canineureteral calculus. Veterinary Radiology UItrasound,v. 38, p. 360-362,1997.

14. CAYWOOD, D. D.; OSBORNE, C. A. Surgicalremoval of canine uroliths. Veterinary Clinicsof North America: Small Animal Practice, v. 16,p. 389-399, 1986.

IS. FOSSUM, 1'. W. Surgery of the kidney and ureter.In: __o Small animal surgery. Saint Louis: Mosby,1997. p.461-480.

16. STONE, E. A.; GOOK1N, J. Urinary disorders:indications for nephrectomy and nephrotomy. In:BONAGURA, J. D. Kirk's current veterinarytherapy. Small animal practice. Philadelphia:Saunders,2000. v. 13, p. 866-868.

17. BROWN, S. A. Physiology ofthe urinary tract. In:SLATTER, D. Textbook of small animal surgery..2. ed. Philadelphia: Saunders, 1993. p.1384-1395.

18. DUNCA , J. R.; PRASSE, K. W Aparelho urinário.In: __o Patologia clínica veterinária. Rio deJaneiro: Guanabara Koogan, 1982. p. 89-107.

19. KYLES, A. E. et aI. Diagnosis and surgicalmanagement of obstructive ureteral calculi in cats:11 cases (1993-1996). Journal of the AmericanVeterinary MedicaI Association, V. 213, p. 1150­1156, 1998.

20. BOVÉE, K. C.; ROSIN, A. E.; HART, B. L.Pathophysiology and therapeutics of urinary tractdisorders. In: SLATTER, D. Textbook of smallanimal surgery. 2. ed. Philadelphia: Saunders, 1993.p.1396-1415.

21. GRAUER, F. G. Manifestações clínicas dos distúrbiosurinários. In: ELSON, R. W.; COUTO, C. G.Fundamentos de medicina interna de pequenosanimais. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994.p.331-343.

46

22. ELLlOTT, J. Assessment of renal function: what canbe done in practice. In: WSAVA CO GRESS,27.,2002, Granada. Proceedings... Disponível em:h t P P : / / www.vin.com/p r o c e e d i n g s /Proceed ings. plx?CI D=WSAVA2002&PI D=2 704.Acesso: 21 mar. 2003.

23. POLZIN, D. J.; OSBORNE, C. A. Prognosis ofrenaldisease, renal failure, and uremia. In: OSBORNE,C. A.; FINCO, D. R. Canine and feline nephrologyand urology. Philadelphia: Williams & Wilkins,1995. p. 505-507.

24. GRAUER, F. G. Testes diagnósticos para o sistemaurinário. In: NELSON, R. W.; COUTO, C. G.Fundamentos de medicina interna de pequenosanimais. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994.p.344-349.

25. JOHNSTON, G. R.; WALTER, P. A.; FEENEY, D. A.Diagnostic imaging of the urinary tract. In:OSBORNE, C. A.; FINCO, D. R. Canine and felinenephrology and urology. Philadelphia: Williams &Wilkins, 1995. p.230-276.

26. GRAUER, F. G. Urolitíase em caninos. In: ELSO ,R. W; COUTO, C. G. Fundamentos de medicinainterna de pequenos animais. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 1994. p. 369-374.

27. OSBORNE, C. A et aI. A clinician's analysis ofurinalysis. In: OSBORNE, C. A.; FINCO, D. R.Canine and feline nephrology and urology.Philadelphia: Williams & Wilkins, J995. p. 136-205.

28. GRAUER, F. G. Insuficiência renal. In: NELSON,R. W.; COUTO, C. G. Fundamentos de medicinainterna de pequenos animais. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 1994. p. 355-363.

29. LAMB, C. R. Ultrasonography of the ureters.Veterinary Clinics ofNol·th America: Small AnimalPractice, v. 28, p. 823-848, 1998.

30. OSBORNE, C. A.; POLZIN, D. J. Nonsurgicalmanagement of canine obstructive urolithopathy.Veterinary Clinics ofNorth America: Small AnimalPractice, V. 16, p. 333-347, 1986.

Page 10: Ureterolitíases obstrutivas em cães: avaliação da função

CASTRO P. F.; MATERA J. M. Ureterolitíases obstrulivas em cães. Obstrllclive IIrelero/ilhiasis in dogs. Urelero/iliasis obslrllctivas en peiTos.Rev. Educ. Contin. CRMV-SP / Contin. Educ. J. CRMV-Sp' São Paulo. v. 8. n. 1, p. 38-47, 2005.

3 I. BJORLING, D. E.; CHRISTIE, B. A. Ureters. In:SLATTER, D. Textbook of small animal surgery.2. ed. Philadelphia: Saunders, 1993. p. 1443-1450.

32. CHAMBERS, J. .; SELCER, B. A.; BARSA TI,J. A. Recovery from severe hydroureter andhydronephrosis afier ureteral anatomosis in a dog.Journal of the American Veterinary MedicaIAssociation, V. 191, p. 1589-1592, 1987.

33. McEVOY, F. J. latrogenic renal obstruction in a dog.Veterinary Record, V. 135, p. 457-458, 1994.

34.0SBORNE, C. A. et aI. Canine and felineurolithiases: relationship of etiopathogenesis totreatment and prevention. In: OSBORNE, C. A.;FINCO, D. R. Canine and feline nephrology andurology. Philadelphia: Williams & Wilkins, 1995.p.798-888.

Endereço Address Dirección:M. V. Patrícia Ferreira de CastroAvenida Professor Orlando Marques de Paiva, 87CEP 05508-900 - São Paulo, SP, BrasilTe!.: (Oxxll) 3091-1229E-mail: [email protected]

35. KHAN, S. R. Calcium oxalate urolithiasis in ral. In:JO ES, T. C.; HARD, G. C.; MOHR, U. Urinarysystem. 2. ed. Berlin: Springer, 1998. p. 431-438.

36. MEYER, J. L. Physiocochemistry ofstone formation.In: RESNICK, M. 1.; PAK C. Y. C. Urolithiasis: amedicai and surgical reference. Philadelphia:Saunders, 1990. p. 11-34.

37. STO E, E. A.; KYLES, A. E. Urinary disorders:diagnosis and management of ureteral obstruction.In: BONAGURA, J. D. Kirk's current veterinarytherapy. Small animal practice. Philadelphia:Saunders Company, 2000. v. 13, p. 868-871.

38. KYLES, A. E.; ARONSOHN, M.; STONE, E. A.Urogenital surgery. In: L1POWITZ, A. J. et aI.Complications in small animal surgery: diagnosis,management, prevention. Baltimore: Williams &Wilkins, 1996. p.455-475.

Recebido em: 14 122004Aceito em: 280312005

47