Urgencia Emergencia 05

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  • CURSO DE ENFERMAGEM EM URGNCIA E EMERGNCIA

    CONTEDO PROGRAMTICO MDULO V

    28. Choques

    29. Queimaduras

    30. Acidentes com animais peonhentos

    31. Urgncias e emergncias obsttricas

  • 28. Choques

    Voc sabia que muitos indivduos com at 40 anos de idade, atendidos

    em urgncia e emergncia, evoluram com choque hipovolmico e morreram

    antes mesmo de seu reconhecimento? Em sua grande maioria so vtimas de

    trauma com hemorragia interna, que passou despercebida durante o

    atendimento.

    Isso ocorre porque o choque uma condio clnica em que o sistema

    cardiovascular fica impossibilitado de manter a perfuso tecidual adequada,

    causando graves danos ao metabolismo celular. A demora no seu

    reconhecimento e tratamento predispe a falncia de mltiplos rgos e a

    morte (VICENTE, 2008).

    Dessa forma, para que suas aes colaborem na identificao precoce

    do choque na urgncia e emergncia, importante a sua compreenso desse

    fenmeno, conhecendo a classificao, fisiopatologia, o tratamento e os

    cuidados de enfermagem.

    O choque pode ter vrias classificaes. Segundo a etiologia,

    chamado de distributivo, obstrutivo, cardiognico e hipovolmico

    (MOUCHAWAR, 1993).

    Fonte: jped.com.br

  • Choque distributivo

    O choque distributivo ocorre devido alterao da tonicidade da parede

    do vaso, provocando seu relaxamento. Com isso, o vaso fica maior que a

    quantidade de sangue circulante em seu interior, levando hipotenso.

    Apresenta causas variadas, sendo considerado choque neurognico quando

    ocorre a perda do controle vasomotor na presena de leso cerebral e/ou

    medular nos traumas; choque anafiltico, deflagrado por reaes inflamatrias

    secundrias a reaes antgeno-anticorpo (VICENTE, 2008); e choque sptico,

    quando h a liberao de toxinas na circulao sangunea nos processos

    infecciosos.

    Choque obstrutivo

    Em situaes de trauma, o tamponamento cardaco e o pneumotrax

    hipertensivo predispem ao choque obstrutivo, pois ocorre uma obstruo

    mecnica levando queda do dbito cardaco. caracterizado tambm nas

    situaes de tromboembolismo pulmonar e disseco de aorta.

    Choque cardiognico

    O choque cardiognico caracterizado pela falncia do corao como

    bomba cardaca pela diminuio da fora de contrao, diminuio do dbito

    cardaco e o aumento da presso venosa central (PVC), gerando a m

    perfuso tecidual. Infarto, arritmias, embolia, tamponamento cardaco, contuso

    cardaca, ps operatrio de cirurgia cardaca, entre outros, so complicaes

    que podem levar ao choque cardiognico (FORTES, 2009).

    Choque hipovolmico

    A hemorragia costuma ser a causa mais frequente do choque

    hipovolmico no trauma, e pode acontecer internamente devido s leses de

    rgos ou por avulso de tecidos, laceraes de vasos, mltiplas fraturas,

    fraturas expostas e fraturas fechadas de ossos longos. O choque no

    hemorrgico pode ocorrer por diarreia de difcil controle, poliria, queimaduras

    extensas e desidratao (VICENTE, 2008, p. 438).

  • A identificao precoce do choque e a estabilizao hemodinmica so

    as condutas principais no atendimento da vtima. A interveno acontece

    imediatamente a partir da visualizao da leso.

    necessrio que o profissional de sade do servio de atendimento pr-

    hospitalar ou hospitalar realize compresso da leso ou alinhe o membro em

    caso de fraturas, controlando o sangramento e evitando a instalao do choque.

    Quando o choque se instala, frequentemente ele est associado a

    sangramentos nos compartimentos internos do corpo, como a cavidade

    torcica, que pode acumular at 3.000 ml de sangue na cavidade plvica;

    peritnio e retroperitnio, que podem acumular quantidades ilimitadas de

    sangue.

    A quantidade de sangue perdida determinar a gravidade do choque

    hemorrgico. A tabela a seguir til para avaliar a condio hemodinmica,

    levando o cirurgio a estimar a perda sangunea baseada nos parmetros

    apresentados pelo cliente, instituindo o tratamento necessrio e avaliando a

    resposta volmica.

    Classificao do choque hipovolmico baseado na perda estimada de sangue

    Quantidade de sangue perdido

    Frequncia cardaca em bpm - FC

    Frequncia ventilatria - vpm

    Presso arterial sistlica (mmHg)

    Classe I < 750 ml (15%) Normal ou pouco aumentada

    Normal Normal

    Classe II 750-1500 ml (15-30%) >100 20-30 Normal

    Classe III 1500-2000 ml (30-40%) >120 30-40 Diminuda

    Classe IV > 2000 ml (>40%) >140 > 35 Muito diminuda

    No APH e atendimento hospitalar em situaes de trauma, importante

    que a enfermagem colabore na identificao dos sinais de choque

    hipovolmico.

  • Esses sinais aparecem precocemente, chamando-nos a ateno se

    associarmos com a histria do trauma e energia envolvida. Percebemos a

    alterao do nvel de conscincia, inicialmente com ansiedade, seguida de

    confuso mental, tornando-se irresponsivo devido deteriorao da perfuso

    cerebral.

    Na presena de hemorragias, os mecanismos compensatrios, a fim de

    garantir o suprimento de sangue para os rgos nobres como corao, pulmo

    e crebro, ativam o sistema nervoso simptico ocorrendo a descarga

    adrenrgica, que promove o aumento da frequncia cardaca (FC), da

    frequncia respiratria (FR), vasoconstrio perifrica e renal, tornando a pele

    plida e fria.

    Na descarga adrenrgica ocorre a liberao de catecolaminas como a

    adrenalina e a noradrenalina, que promovem a vasoconstrio arteriolar com o

    objetivo de melhorar a redistribuio do volume de sangue e perfundir tecidos

    de rgos nobres sensveis a isquemia.

    Essa situao, chamada de sensibilidade isquemia, maior no crebro,

    corao e nos pulmes, que suportam de 4 a 8 minutos de isquemia; a pele e o

    tecido muscular, de 6 a 8 horas; e os rgos do aparelho digestrio, de 45 a 90

    minutos. Se esse processo no for revertido, ocorre a queda da presso arterial

    que, associada a outras alteraes igualmente importantes, estimula a

    liberao do hormnio antidiurtico (ADH) pela hipfise e de aldosterona pelas

    suprarrenais, aumentando a reteno de sdio e gua pelos rins. Dessa forma,

    evita-se a perda de lquidos pelo organismo.

    A hipoperfuso decorrente do mecanismo compensatrio muda o

    metabolismo celular de aerbio para anaerbio, provocando diminuio da

    energia necessria para a atividade celular. A permeabilidade da membrana

    celular fica alterada, favorecendo a entrada de sdio e gua na clula, levando

    potssio e cido ltico para o sangue.

    A partir da, a acidose metablica se instala, juntamente com o edema

    celular. A clula comprometida se rompe e libera lisozima; esta, por sua vez,

    induz a um processo de autodigesto celular, causando a morte celular e,

    posteriormente, falncia de mltiplos rgos levando o paciente a morte.

  • Alguns fatores podem confundir a identificao dos sinais de choque e,

    dessa forma, retardar o tratamento, sendo necessria a sua ateno nos casos

    de extremo de idade, atletas, gestante, antecedentes mdicos e quanto ao uso

    de medicamentos, como discutiremos abaixo.

    A presena de hipotenso na criana indica perda de aproximadamente

    30% do volume sanguneo.

    O envelhecimento do organismo, em especial do aparelho circulatrio,

    predispe a hipertenso, porm, na presena de hemorragia, ele pode mostrar-

    se normovolmico, confundindo o avaliador, que perder tempo at perceber

    que se trata de hipotenso. Nessas condies, a taquicardia como resposta

    inicial do mecanismo compensatrio pode estar ausente, devido ao uso de

    medicaes ou mesmo por uma resposta inadequada do organismo. Os atletas,

    devido ao bom condicionamento fsico, podem perder quantidade significativa

    de sangue e no apresentarem sinais do mecanismo compensatrio. A FC de

    repouso fica em torno de 50 bpm.

    O aumento de volemia na gestao favorece o aumento da presso

    arterial e da FC, fato que pode ocultar a resposta fisiolgica ao choque; a

    gestante pode perder at 35% da volemia sem que os sinais de choque fiquem

    evidentes.

    Na presena de hemorragia e ativao do mecanismo compensatrio

    com o aumento da FC, doentes coronarianos podem desenvolver angina diante

    do esforo do corao em manter a presso arterial. Portadores de marca-

    passo, clientes hipertensos e em uso de betabloqueadores e inibidores dos

    canais de clcio para controle da presso podem no fazer taquicardia em

    resposta ao mecanismo compensatrio. O uso de antiinflamatrios no

    hormonais pode interferir na atividade plaquetria e aumentar o sangramento.

    Tratar a causa bsica do choque fundamental. Tem incio com a

    avaliao primria conforme os ABCDEs. Mantenha preparado o material para

    procedimentos de descompresso torcica e pericrdica. Observe a colorao

    e temperatura da pele, qualidade do pulso (frequncia, amplitude e ritmo) e

    perfuso capilar.

    importante que o enfermeiro fique atento aos sangramentos,

    realizando a compresso nos ferimentos externos.

  • Caso o paciente necessite de sedao, importante conhecer a ao e

    efeitos colaterais das drogas.

    O intuito diminuir a agitao e o consumo de oxignio.

    A reposio volmica feita por meio da infuso de solues

    intravenosas como ringer lactato e soro fisiolgico 0,9%. Ao instalar os dois

    acessos venosos perifricos, necessrio atentar para o calibre dos cateteres

    perifricos (14G ou 16G), sempre na regio antecubital. O controle do dbito

    urinrio um parmetro essencial de resposta ao tratamento do choque, sendo

    importante que voc realize a sondagem vesical de demora (SVD) assim que

    possvel.

    Fonte: acessemed.com.br

    Auxiliar e/ou coletar exames laboratoriais, ficando atento aos resultados

    e possveis correes dos distrbios metablicos e respiratrios. Esse

    desequilbrio pode responder pelo agravamento do quadro e causar a morte do

    cliente.

    O uso de cateter venoso representa risco potencial para infeco da

    corrente sangunea.

    A insero de cateter venoso central (CVC) e sua manipulao, quando

    realizados inadequadamente, entre outros fatores, podem ocasionar a infeco,

    significando nus ao paciente e ao sistema de sade. Conhecer e aplicar as

    medidas preventivas na utilizao de CVC faz parte das aes da enfermagem.

  • Assim que possvel, realizar a monitorizao dos sinais vitais,

    observando e comunicando qualquer alterao desses parmetros. Na

    suspeita de leses msculo-esquelticas, necessrio manter o membro

    imobilizado, a fim de diminuir o sangramento provocado pelas espculas sseas.

    A observao do nvel de conscincia, aquecimento do paciente e

    cuidados especiais com drogas inotrpicas e vasoativas so aes importantes.

    No choque, a SVD, alm de monitorar o dbito urinrio, tem como

    objetivo identificar a presena de hematria e descomprimir a bexiga para a

    realizao de procedimentos cirrgicos, como o lavado peritoneal diagnstico

    (LPD).

    Sonda vesical de demora. Fonte: enfermagempacientecritico.blogspot.com.br

    A resoluo do problema pode ser feita por meio de abordagem cirrgica

    e, neste caso, pode necessitar de tricotomia, devendo ser realizada se possvel

    prximo do horrio da cirurgia. Verifique a possibilidade de manter o

    acompanhamento de um familiar, contribuindo para um tratamento mais

    acolhedor.

    importante registrar o atendimento, incluindo a procedncia,

    mecanismo de trauma, leses apresentadas, parmetros vitais iniciais,

    procedimentos, exames realizados e o tratamento institudo.

    29. Queimaduras

    1)Tratamento Imediato de Emergncia

    - Interromper o processo de queimadura.

  • - Remover roupas, jias, anis, piercing, prteses.

    - Cobrir as leses com tecido limpo.

    2)Tratamento na sala de Emergncia

    a) Vias areas (avaliao):

    - Avaliar presena de corpos estranhos, verificar e retirar qualquer tipo de

    obstruo.

    b) Respirao

    - Aspirar vias areas superiores, se necessrio.

    - Administrao de O2

    - Suspeita de leso inalatria: queimadura em ambiente fechado, face

    acometida, rouquido, estridor, escarro carbonceo, dispnia, queimadura nas

    vibrissas, insuficincia respiratria.

    a 100% (mscara umidificada) e na suspeita de

    intoxicao por CO manter por 3h.

    - Cabeceira elevada (30).

    - Intubao orotraqueal = Escala de coma Glasgow < 8, PaO2 < 60, PaCO2

    c) Avaliar queimaduras circulares trax, membros superiores, membros

    inferiores, perfuso distal e aspecto circulatrio (oximetria de pulso).

    >

    55 na gasometria, dessaturao < 90 na oximetria, edema importante de face e

    orofaringe.

    d) Avaliar traumas associados, doenas prvias ou outras incapacidades.

    Providncias imediatas.

    e) Expor rea queimada

    - Acesso Venoso: Obter preferencialmente acesso venoso perifrico e calibroso

    mesmo em rea queimada. Somente na impossibilidade desta, utilizar acesso

    venoso central.

    f) Sonda vesical de demora para controle de diurese para queimaduras acima

    de 20% em adultos e 10% em crianas.

    3) Profundidade da Queimadura:

    a) Primeiro Grau (espessura superficial) - solar.

  • - Afeta somente epiderme, sem formar bolhas.

    - Vermelhido, dor, edema, descamam 4-6 dias.

    Fonte: sempretops.com

    b) Segundo Grau (espessura parcial- superficial e profunda).

    - Afeta epiderme e derme, com bolhas ou flictenas.

    - Base da bolha rsea, mida, dolorosa (superf.).

    - Base da bolha branca, seca, indolor (profunda).

    - Restaurao das leses entre 7 e 21 dias.

    c) Terceiro Grau (espessura total)

    - Indolor

    - Placa esbranquiada ou enegrecida.

    - Textura corecea.

    - No reepitelizam, necessitam de enxertia de pele (indicado no II Grau

    profundo).

    4) Extenso da Queimadura (Superfcie Corprea Queimada- SCQ):

    - Regra dos Nove (Urgncia)

    - Superfcie palmar do paciente (incluindo os dedos) representa cerca de 1% da

    SCQ.

    - reas nobres / queimaduras especiais: ocular, Auricular, face, pescoo, mo,

    p, regio inguinal, grandes articulaes (ombro, axila, cotovelo, punho, coxo-

  • femural, joelho, tornozelo), genital; assim como queimaduras profundas, que

    atingem estrutura profunda como osso, msculo, tendo, nervo e/ou vaso

    desvitalizado.

    Fonte: saudecominteligencia.com.br

    5) Clculo da Hidratao:

    Frmula de Parkland = 2 a 4ml x %SCQ x Peso(kg)

    - 2ml para idosos, insuficincia renal e ICC

    - 4ml para crianas e adultos jovens

    Solues Cristalides (Ringer com lactato)

    50% infundido nas primeiras 8h e 50% nas 16h seguintes.

    Considere sempre a hora da queimadura.

    Manter diurese entre 0,5 a 1ml/kg/h. No trauma eltrico manter diurese em torno de 1,5ml/hora ou at clareamento.

    Observar glicemia nas crianas, diabticos e sempre que necessrio.

    Na fase de hidratao (24h iniciais) no se usa colide, diurtico, drogas vasoativas.

  • 6) )Medidas gerais e tratamento da ferida:

    - Posicionamento: cabeceira elevada; pescoo em hiperextenso; membros

    superiores elevados e abduzidos, se leso em pilares axilares.

    - Administrao da profilaxia do Ttano (Toxide tetnico), da lcera do stress

    (bloqueador receptor H2) e do tromboembolismo (heparina SC).

    - Limpeza da ferida com gua e clorexidine 2%. Na falta deste, gua e sabo

    neutro.

    Fonte: comofazer.org

    - Usar antimicrobiano tpico (Sulfadiazina de Prata 1%)

    - Curativo exposto na face, perneo; e oclusivo em quatro camadas (antibitico

    tpico no raion ou morin, gaze absorvente, algodo e atadura de crepe) nas

    demais partes do corpo.

    - No usar antibitico sistmico profiltico em queimaduras. No usar

    corticosterides.

    - Queimaduras circunferenciais em trax podem necessitar escarotomia para

    melhorar expanso.

    - Inciso em linha axilar anterior unida linha abaixo dos ltimos arcos costais.

    - Inciso medial e lateral em membros superiores e inferiores.

    - No necessitam habitualmente de anestesia para tal.

  • Queimadura Qumica:

    - Equipe que atende deve utilizar proteo universal para no ter contato com o

    agente qumico.

    - Identificao do agente (cido, base, composto orgnico).

    - Avaliar concentrao, volume e durao de contato.

    - A leso progressiva. Remover roupas, retirar excesso.

    - Substncia em p, remover previamente excesso com escova ou panos.

    - DILUIO da substncia pela gua corrente por no mnimo de 30 minutos.

    Irrigar exaustivamente os olhos.

    Fonte: criasaude.com.br

    - Internar e na dvida entre em contato com Centro Toxicolgico mais prximo.

    - cido Fluordrico- repor clcio sistmico.

    7) Infeco da rea Queimada:

    - Mudana da colorao da leso.

    - Edema de bordas das feridas

    - Aprofundamento das leses.

    - Mudana do odor

    - Separao rpida da escara, escara mida.

    - Colorao hemorrgica sob a escara.

    - Celulite ao redor da leso. Vasculite no interior da leso (pontos vermelhos).

    - Aumento ou modificao da queixa dolorosa

  • Complicaes das grandes queimaduras

    A pele o maior rgo do nosso corpo, serve de barreira contra a

    invaso de germes do exterior e contra a perda de calor e lquidos, sendo

    essencial para o controle da temperatura corporal. Qualquer paciente com

    critrios para queimaduras moderadas ou graves deve ser internado para

    receber tratamento imediato, pois h srio risco de complicaes.

    O primeiro problema das queimaduras a quebra da barreira de

    proteo contra germes do ambiente, favorecendo a infeco das feridas por

    bactrias da pele e o desenvolvimento da sepse.

    Fonte: bahianoticias.com.br

    Outra complicao a grande perda de lquidos dos tecidos queimados.

    Quando a queimadura extensa, a sada de gua dos vasos to intensa que

    o paciente pode entrar em choque circulatrio. A insuficincia renal aguda

    tambm uma complicao grave nos grandes queimados assim como a

    hipotermia por incapacidade do corpo em reter calor devido a grandes reas de

    pele queimada.

    Quando as reas do trax e do pescoo so acometidas por

    queimaduras mais profundas, a cicatrizao torna a pele muito rgida e retrada,

    o que pode atrapalhar os movimentos da respirao. Neste caso necessria

    a escarotomia, uma inciso cirrgica da pele de modo a impedir a que a falta

    de elasticidade da mesma cause compresso das estruturas internas

    Queimaduras circunferenciais so perigosas pois h risco de

  • compresso de estruturas internadas devido ao inchao que qualquer

    queimadura provoca. Nos membros podem comprimir nervos e vasos. No

    pescoo podem comprimir as vias areas.

    Outra grave complicao a queimadura por inalao de ar quente que

    pode impedir o paciente de conseguir respirar adequadamente, seja por leso

    direta dos pulmes ou por edema e obstruo das vias areas.

    Quando as leses so de 3 grau a pele no capaz de se curar

    sozinha, sendo necessria a implantao de enxertos de pele para que o

    interior do organismo no fique exposto ao meio externo. Tambm essencial

    a vacinao contra o ttano.

    30. Acidentes com animais peonhentos

    Animais peonhentos so todos aqueles que secretam substncias

    txicas (venenos) e dispem de rgos especializados para sua inoculao

    (presas ou ferres). Ex.: serpentes, aranhas, escorpies, lacraia, abelha, vespa,

    marimbondos e arraias.

    Diferentemente, existem os animais venenosos.

    Fonte: 0luiza0.no.comunidades.net

  • Animais venenosos so aqueles que produzem veneno, mas no

    possuem um aparelho inoculador. Provocam envenenamento de maneira

    passiva, por contato (taturana), por compresso (sapo) ou por ingesto (peixe

    baiacu).

    Peixe baiacu. Fonte: diariodebiologia.com

    Em razo do risco e gravidade, os acidentes causados por animais

    peonhentos so mais preocupantes em relao aos acidentes causados por

    animais venenosos, pois so considerados graves, principalmente quando

    acometem crianas e adultos maiores de 50 anos. O perfil epidemiolgico

    desses acidentes se mantm inalterado ao longo dos anos.

    So mais frequentes em pessoas do sexo masculino, em trabalhadores

    rurais, na faixa etria de 15 a 49 anos. Atingem principalmente os membros

    inferiores e a maioria desses acidentes atribuda s serpentes do gnero

    Bothrops.

    Dentre as espcies, a jararaca a que determina a maior parte dos

    acidentes, fato que se harmoniza com a abundncia em que encontrada e

    com a distribuio geogrfica na Amrica do Sul.

    Atualmente, o soro produzido no Brasil adquirido pelo Ministrio da

    Sade e fornecido gratuitamente aos servios de sade em todo pas.

    As ocorrncias desses acidentes devem ser notificadas. Os acidentes

    considerados de relevncia em sade pblica, devido ao alto risco e frequncia

    de acontecimento, so associados s picadas por serpentes, aranhas e

    escorpies.

    Na ocorrncia do acidente, no h um tempo limite para tratar uma

    pessoa picada por animal peonhento. No entanto, a rapidez e agilidade no

    atendimento um fator determinante para a boa evoluo dos casos. Em

  • acidentes ofdicos, verifica-se que de 6 a 12 horas aps a picada aumentam os

    riscos de complicaes, por isso, importante que a vtima seja levada ao

    servio de sade para avaliao.

    Tipos de acidentes com animais peonhentos

    - Acidente Ofdico: ocorre uma picada de cobra venenosa. No Brasil, cerca de

    90% dos acidentes so por picada de jararaca.

    - Acidente aracndeo: ocorre por ataque de aranha. O tipo mais agressivo a

    armadeira.

    - Acidente com escorpies: ocorre por ferroada de escorpies do tipo amarelo

    ou marrom.

    Fonte: fiocruz.br

    Procedimentos

    No atendimento de urgncia de leso cutnea provocada com animal

    peonhento, devem ser realizados os seguintes procedimentos:

    - Examinar a cena: este procedimento dotado com o objetivo de preservar a

    segurana de quem presta socorro e auxiliar no diagnstico primrio da leso

    sofrida pela vtima(s); comunicar a ocorrncia e providenciar, se necessrio,

    ambulncia ou aeronave de socorro de urgncia.

    - EPI (Equipamento de Proteo Individual): utilizar luvas de ltex descartveis,

    culos de acrlicos e/ou mscara cirrgica.

    - Enquanto presta os primeiros cuidados, procure saber sobre o horrio

    aproximado do momento da picada, pois essa informao ser valiosa para

    acompanhar a evoluo da vtima, inclusive para os profissionais que a receber

  • posteriormente no servio de sade mais prximo, ao qual dever ser

    encaminhado para receber o soro especfico.

    - Quanto aos exames laboratoriais, os testes disponveis para diagnstico

    podem identificar os diversos tipos de venenos de cobra e a quantidade que foi

    injetada pelo animal. Porm, a aplicao do exame deve ser ponderada, devido

    lentido na obteno dos resultados desses testes. Alm disso, a dificuldade

    tcnica e o custo restringem a utilizao aos centros de referncia.

    - Em geral, os acidentes ofdicos ocorrem longe dos servios de sade de

    referncia. Ento, quando os pacientes chegam aos postos de atendimento,

    preciso agir com rapidez conforme os recursos disponveis, como soros e

    outros medicamentos.

    - Enquanto no houver um meio de diagnosticar o tipo de veneno nos servios

    e postos de sade em todo o pas, importante que a vtima seja capaz de

    informar, pelo menos, o gnero de cobra que a mordeu: jararaca, cascavel,

    surucucu ou coral. Levar o ofdio vivo ou morto at o servio de sade pode

    ser indicado, desde que no resulte em novos acidentes.

    - Cada pas tem diferentes gneros de serpentes, que exigem diferentes tipos

    de soro. No Brasil, seis tipos de soro esto disponveis.

    - O veneno das cobras, ou peonha, uma secreo txica das partidas as

    glndulas de veneno esto em conexo com as presas inoculadoras. um

    lquido viscoso, branco ou amarelado, resultante da mistura de substncias

    txicas e incuas.

    Fonte: cobramania.com.br

    - A serpente tem mobilidade reduzida, o que dificulta alcanar a vtima/presa e

    se alimentar, portanto, depende da funo paralisante da peonha neurotxica.

    A neurotoxina inibe a liberao de acetilcolina pelos impulsos nervosos,

  • bloqueia o receptor nicotnico da acetilcolina e o msculo se mantm inerte,

    paralisado.

    - Para outras cobras, o veneno no serve somente para paralisar a caa, mas

    possui tambm ao digestiva, atuando no desdobramento das substncias

    orgnicas por meio de enzimas digestivas muito ativas. a ao proteoltica.

    - A ao coagulante e hemorrgica, ao mesmo tempo, bloqueia o fluxo

    sanguneo e dificulta a oxigenao dos tecidos, por exemplo, no sistema renal.

    - As enzimas txicas atuam sobre a fibrina dificultando a coagulao. Veja as

    descries no quadro.

    Tipos de serpentes/sintomatologia Tratamento Bothrops: jararaca, jararacuu, urutu, cotiara, caiaca. O veneno tem ao proteoltica e interfere na coagulao. Sintomatologia: dor e inchao no local da picada, com manchas arroxeadas e sangramento pelos orifcios da picada, sangramentos em gengivas, pele e urina. Risco de complicao: infeco e necrose na regio da picada e insuficincia renal.

    Soro antibotrpico ( o mais utilizado).

    Lachesis: surucucu. O veneno tem ao proteoltica, neurotxica e interfere na coagulao. Sintomatologia: dor e inchao, s vezes com manchas arroxeadas e sangramento pelos orifcios da picada, sangramentos em gengivas, pele e hematria. Pode apresentar vmitos, diarreia e hipotenso.

    - Soro antilaqutico. - Soro antibotrpico-laqutico contra venenos de jararaca e surucucu (so serpentes comuns e difceis de distinguir entre si).

    Crotalus: cascavel. O veneno tem ao proteoltica, neurotxica e afeta a coagulao sangunea. Sintomatologia: o local da picada pode apresentar leso evidente, com marca das presas. Pode ocorrer apenas uma sensao de formigamento; dificuldade de manter os olhos abertos, com aspecto sonolento, viso turva ou dupla so os manifestaes caractersticas, acompanhadas por dores musculares generalizadas e colria.

    Soro anticrotlico.

    Micrurus: coral verdadeira. O veneno tem ao neurotxica. Sintomatologia: no apresenta alterao importante no local da picada, assemelham-se escoriao, pois as presas so menores. Pode desencadear sensao de viso borrada ou dupla, plpebras cadas (ptose) e face com expresso sonolenta, sensao de asfixia.

    Soro antielapdico.

  • O tratamento institudo, como observamos no quadro anteriormente

    apresentado, varia conforme o animal responsvel pela picada. Quanto mais

    intensos forem os sinais e sintomas, maior ser a dose de soro administrada.

    A dosagem varia e tende a ser crescente durante quatro a seis horas,

    conforme os sinais de comprometimento e tempo para o incio do tratamento.

    Necrose provocada por acidente ofdico. Fonte: cobrasbrasileiras.com.br

    Aps a soroterapia especfica, recomendvel favorecer a hidratao

    parenteral a fim de evitar a insuficincia renal.

    Observe atentamente as alteraes durante a infuso das solues,

    certificando-se da integridade do acesso venoso e fixao dos dispositivos de

    infuso. Reaes de hipersensibilidade podem surgir imediatamente na hora da

    administrao do soro ou at um dia aps a mesma.

    Surucucu. Fonte: caixapreta-747.blogspot.com

    O controle dessas reaes pode ser obtido com administrao de

    medicamentos simpatomimticos, como adrenalina e anti-histamnicos.

    Eventualmente, pode ser necessria a aplicao de soro antitetnico

  • profilaticamente, pois a cavidade oral das serpentes considerada

    contaminada.

    Na vigncia de complicaes como infeco, necrose ou insuficincia

    renal aguda j instalada, as medidas sero, respectivamente, antibioticoterapia,

    interveno cirrgica para remover os tecidos necrosados e aplicao de

    terapias de substituio renal. Em caso de acidentes causados por cobra coral

    ou cascavel, observe sinais de ao neurotxica do veneno, provocando

    paralisias.

    A maioria dos acidentes ofdicos no letal mesmo quando no tratados.

    A soroterapia por via EV pode ser instituda mesmo muitas horas depois do

    acidente. Analgsicos, antibiticos e medicamentos sintomticos podem ser

    administrados sob prescrio mdica.

    Aranha armadeira. Fonte: cit.sc.gov.br

    Alm dos acidentes com cobras, acidentes com aranhas e escorpies

    tambm so frequentes. Voc sabia que a aranha provoca acidentes quando

    comprimida? Por isso, comum o acidente ocorrer enquanto o indivduo est

    dormindo, se vestindo ou colocando calados. O tronco, abdome, coxa e brao

    so os locais mais comuns de picada pela aranha. J os escorpies tm

    hbitos noturnos e saem do abrigo em busca de alimento. Os acidentes com

    escorpies so menos frequentes quando as pessoas e comunidade tomam

  • cuidados com o meio ambiente, principalmente evitando o acmulo de lixo e

    entulho em reas da vizinhana.

    Aranha marrom. Fonte: globomidia.com.br

    Aranhas Cuidados/tratamento Marrom: O veneno tem ao proteoltica. Sintomatologia: a picada pouco dolorosa. Cerca de 12 horas aps, pode surgir dor local, inchao, mal-estar geral, nuseas e febre. A leso endurecida e escura pode evoluir para ferida com gangrena e necrose de difcil cicatrizao. Raramente podem provocar escurecimento da urina.

    Soro antiloxosclico e soro antiaracndico.

    Armadeira: O veneno tem ao neurotxica. comum o acidente no momento de calar o sapato ou a bota. Sintomatologia: dor imediata e intensa, com poucos sinais visveis no local da picada. Raramente as crianas podem apresentar agitao, nuseas, vmitos e diminuio da presso sangunea.

    Controle da dor: anestsico tipo lidocana e soro antiaracndico.

    Viva negra: O veneno tem ao neurotxica. Sintomatologia: dor local, agitao, contraes musculares, sudorese e alterao circulatria (na presso e nos batimentos cardacos).

    Controle da dor: analgsico potente, anestsico tipo lidocana e soro antilatrodctico.

    Escorpies Cuidados/tratamento

    Preto e amarelo: O veneno tem ao neurotxica. Sintomatologia: dor no local da picada, de incio imediato e intensidade varivel, com boa evoluo na maioria dos casos. Manifestaes graves incluem nuseas e vmitos, salivao, sudorese intensa, tremores, hipertenso, agitao e falta de a

    Recomendaes: aplicar compressas mornas e administrar analgsicos para alvio da dor at chegar a um servio de sade. Controle da dor: anestsico tipo lidocana. Avaliar a necessidade ou no de soro: soro antiescorpinico e/ou soro antiaracndico.

  • Avaliao da vtima

    - Nvel de conscincia da vtima: isso se faz necessrio devido a possibilidade

    de a mesma estar inconsciente por motivo de queda de altura diversa ou de

    sua prpria altura ao ser picada por um animal peonhento. Sendo assim,

    necessria a realizao do exame de nvel de conscincia. Tendo a vtima no

    respondido ao exame de conscincia, efetuar imediatamente o exame primrio

    que deve ser completado em at dois minutos, s sendo interrompido em caso

    de obstruo das vias areas ou por parada crdio-respiratria (PCR).

    Este exame primrio compreende o ABC da vida, onde: A

    permeabilizar as vias areas e estabilizar a coluna cervical; B avaliar a

    respirao (ver, ouvir e sentir) C avaliar a circulao sangunea, para saber

    se h batimento cardaco, atravs do pulso carotdeo. Obs.: Se o quadro

    evoluir para uma parada crdio-respiratria proceder a reanimao crdio-

    pulmonar por 30 minutos.

    - Lavagem abundante da ferida com gua limpa;

    - Manter o paciente hidratado, fazendo-o beber gua;

    - Manter o acidentado em repouso. Caso a picada seja na perna ou no brao,

    manter as extremidades levantadas;

    - No permitir que a vtima faa movimentos desnecessrios;

    - Tomar nota da hora em que a vtima foi picada;

    - Identificar o animal peonhento, ou recolher o mximo de informaes sobre o

    local do incidente.

    O que no fazer?

    - No amarrar ou fazer torniquete, o garrote impede a circulao do sangue,

    piorando a leso e no caso de veneno proteoltico, favorece a necrose tecidual;

    - No fazer cortes nem chupar o local da picada j que estes procedimentos,

    somados aos efeitos do veneno, podem produzir hemorragias e infeces;

    - No dar lcool ou querosene para beber pois, alm de no ajudar, podem

    causar intoxicao;

  • - Se o paciente estiver com o ferimento coberto com p de caf, terra, acar

    ou outros produtos utilizados e indicados pela cultura popular, proceder a

    limpeza dos ferimentos, de forma a minimizar a ocorrncia de infeces.

    31. Urgncias e emergncias obsttricas

    As emergncias obsttricas so relativamente frequentes na rede de

    ateno s urgncias. A equipe de enfermagem deve ser capaz de identificar:

    sinais de trabalho de parto normal, parto distcico e todas as complicaes

    obsttricas na cena da ocorrncia;

    descrever ao mdico regulador os sinais observados nas pacientes em

    atendimento;

    estar habilitado para auxiliar no atendimento gestante em trabalho de parto

    normal;

    estar habilitado para prestar o atendimento ao RN normal e prematuro; e

    manejar os equipamentos necessrios para suporte ventilatrio ao RN.

    Fonte: elespectador.com

    Ento, o atendimento em emergncia exige da equipe multiprofissional

    preparo e conhecimento, visando identificao precoce dos agravos e

    resoluo imediata. Cientes de que existem limitaes diversas, enfatizamos a

    importncia da participao efetiva da equipe multidisciplinar no atendimento

    integral a essas pessoas. Muito mais que executar aes tcnicas para salvar a

  • vida de mes e filhos, possamos tambm ser competentes oferecendo uma

    ateno holstica.

    Vamos conhecer um pouco sobre essas condies e as primeiras aes

    no atendimento emergencial, at que a paciente receba o atendimento

    especializado na unidade obsttrica.

    Durante o atendimento inicial que, em geral, realizado por meio da

    Unidade Mvel de Urgncia, inicia-se a avaliao primria, em que deve ser

    verificado o nvel de conscincia e estabilidade hemodinmica da paciente.

    Assegurar-se de que, ao aplicar o ABC, as respostas obtidas sejam adequadas

    para, ento, prosseguir com a avaliao secundria.

    Verificar os parmetros vitais, oximetria e possveis sinais de choque.

    Ficar atento aos sinais iniciais de descompensao, no esperando pelos

    sinais tardios para comear a se preocupar.

    Inicie a oxigenoterapia, se necessrio, mantendo a gestante em decbito

    lateral esquerdo, quando possvel, a fim de evitar a compresso, pelo tero, da

    veia cava inferior e da artria aorta.

    Enquanto providencia a monitorao cardaca e fetal, quando indicados,

    importante estabelecer dilogo com a cliente procurando saber sobre os

    antecedentes obsttricos como nmero de gestaes, paridade, abortos (GPA),

    data e tipo do ltimo parto e se faz ou no acompanhamento pr-natal. Em

    caso afirmativo, verificar o carto de acompanhamento pr-natal, atentando

    para o tipo sanguneo, especificamente ao fator Rh e s informaes mais

    relevantes nesse momento do atendimento. Todos esses dados auxiliam a

    equipe assistencial na conduo do caso.

    Fonte: huatulconoticias.com

    importante ainda o acompanhamento da dinmica uterina conforme a

    idade gestacional, estabelecendo a cronologia dos eventos, como o dia e

  • horrio do incio dos sinais e sintomas, os cuidados domiciliares promovidos e

    a evoluo.

    Acesso venoso e administrao de fluidos e medicamentos orientados

    fazem parte dos cuidados de enfermagem nessa etapa do atendimento. A

    coleta de material para exames pode ser necessria no atendimento em

    ambiente hospitalar.

    Esses so, em geral, os cuidados iniciais promovidos gestante em

    situao de emergncia. Se o tratamento cirrgico for recomendado, aplicar os

    cuidados pr-operatrios, orientando a famlia e providenciando o

    encaminhamento da cliente ao centro cirrgico/centro obsttrico, conforme

    preconizado pela instituio.

    Este tipo de emergncia envolve situaes com muitas variveis,

    enfrentadas pela equipe multidisciplinar em relao patologia em si e ao

    aspecto biopsicossocial vivido pela gestante e os familiares. A identificao

    precoce para minimizar os riscos de possveis complicaes, decorrentes tanto

    de uma gestao muito desejada como daquelas resultantes de abortamentos

    ilcitos, um desafio constante. Prestar uma assistncia de qualidade vai muito

    alm de aspectos tcnicos, fundamentais para salvar a vida da me e da

    criana.

    Fonte: saude.al.gov.br

  • essencial que os profissionais desenvolvam a percepo em relao

    ao que a gestante sente, muitas vezes associado aos sentimentos de angstia,

    medo, tristeza, raiva, vergonha. Alm disso, aspectos como questes culturais,

    econmicas e sociais envolvidas podem contribuir para o sofrimento familiar e,

    no raro, ao abandono.

    Dentre os diversos agravos que ocorrem na gestao, destacamos os de

    maior relevncia em urgncia e emergncia, que incluem as sndromes

    hemorrgicas, hipertensivas e o trabalho de parto propriamente dito.

    Sndromes hemorrgicas na gestao

    O sangramento vaginal um indicativo para suspeio de gravidade da

    evoluo gestacional.

    Pode advir de causas variadas, entre os perodos da primeira e segunda

    metade da gestao. No incio da gestao so comuns os sangramentos

    vaginais, que tem como causa a gravidez ectpica, a doena trofoblstica

    gestacional e o abortamento. Num perodo mais avanado, o sangramento

    pode indicar descolamento prematuro de placenta ou placenta prvia.

    Fonte: comosecuidarbem.blogspot.com

    Abortamento

    Existem vrias definies de abortamento. Segundo Cabar, Pereira e

    Zugaib (2008), abortamento o trmino da gestao antes da 20 semana,

    contada a partir do primeiro dia da ltima menstruao ou o nascimento de

    fetos com menos de 500g de peso.

  • Os abortamentos podem ser provocados ou induzidos (AI) e

    espontneos. Durante o processo, o abortamento pode se apresentar como

    ameaa de aborto, aborto em curso e aborto inevitvel.

    Quanto ao seu desfecho, o aborto pode ser completo ou incompleto, e

    quanto presena ou no de infeco no processo de abortamento, pode ser

    denominado como aborto infetado ou no-infectado. Observe a presena de

    sangramento vaginal e dor abdominal em clica.

    Vrias causas explicam a ocorrncia de abortamentos, distinguindo-se

    em maternas e aquelas relacionadas ao concepto.

    Os fatores maternos esto relacionados s doenas metablicas. As

    causas de abortamentos espontneos, relacionadas ao embrio ou feto, esto

    relacionadas principalmente s alteraes cromossmicas deste, acrescido das

    malformaes.

    A presena de eliminao contnua de restos ovulares, sangramento

    vaginal, dor abdominal e dilatao cervical direcionam o diagnstico, melhor

    definido aps ultrassonografia transabdominal ou vaginal e exames

    laboratoriais.

    Fonte: polly-falculmaesblogspotcom.blogspot.com

    As condutas e os cuidados nas diferentes fases do abortamento podem

    ser assim descritas:

    Ameaa de abortamento: repouso no leito e uso de analgsicos e

    antiespasmdicos, e uso de sedativos para diminuir a ansiedade.

  • Abortamento em curso: acelerao do esvaziamento uterino visando

    diminuio da perda hemorrgica, da dor e da exposio uterina a agentes

    infecciosos. Quando a idade gestacional for inferior a 12 semanas esto

    indicadas a aspirao a vcuo ou curetagem uterina

    No caso da idade gestacional ser maior que 12 semanas podero ser feitos o

    uso de drogas ocitcicas, objetivando a eliminao completa do feto e anexos,

    acrescida de curetagem uterina quando necessrio.

    Aborto retido (primeiro trimestre): h opo entre trs diferentes condutas: a

    primeira expectante, aguardando resoluo espontnea do quadro;

    reavaliao da cliente em 15 dias, exceto na presena de dor, sinais de

    infeco ou sangramento vaginal abundante, que requerem avaliao imediata.

    Deve ser tomada uma conduta ativa, seja cirrgica ou medicamentosa, se o

    quadro persistir e no houver resoluo espontnea aps o perodo citado.

    A segunda conduta ativa medicamentosa, visando expulso

    completa dos produtos da concepo. Em geral, realizada a aplicao de

    Misoprostol por via vaginal. No havendo resoluo em 48 horas, a conduta

    cirrgica.

    A terceira opo a conduta ativa cirrgica, em que feita aspirao a

    vcuo ou curetagem uterina aps 48 horas do incio do tratamento

    medicamentoso, sem eliminao completa do produto conceptual.

    Abortamento infectado: dever ser realizado esvaziamento rpido da cavidade

    uterina concomitante antibioticoterapia de largo espectro. A histerectomia

    total est indicada quando for necessria para o completo controle do quadro

    infeccioso.

    A infeco causa de srias complicaes em abortos, principalmente

    quando feitos na clandestinidade, sem condies asspticas. O quadro

    infeccioso pode apresentar vrios nveis em relao sua gravidade, que

    variam desde uma endometrite superficial at um quadro de sepse.

    Febre, presena de secreo purulenta e ftida por via vaginal, dor

    abdominal, aumento uterino com tonicidade deficiente e decomposio de

    restos ovulares, em geral, so os principais sinais e sintomas do abortamento

    infectado.

  • Dependendo da intercorrncia apresentada, o tratamento pode ter uma

    abordagem clnica ou cirrgica. Na abordagem clnica, as principais aes so

    reposio volmica, conforme a necessidade e o controle da infeco, com uso

    de antibioticoterapia de largo espectro, pois na maior parte dos casos h vrios

    tipos de bactrias envolvidas.

    Na abordagem cirrgica so realizadas as correes cirrgicas

    pertinentes, como curetagem do tero, se houver restos ovulares; reparos

    cirrgicos das laceraes, sendo que a laparotomia exploradora indicada em

    presena de perfurao uterina para a realizao da reviso dos rgos

    afetados e devidos reparos. Nestes casos, quando houver infeco, em geral,

    est indicada a histerectomia.

    Na segunda metade da gestao, os sangramentos vaginais podem

    acontecer devido ao cncer de colo uterino, trauma vaginal, ruptura uterina,

    descolamento prematuro de placenta, placenta prvia, plipo cervical e

    cervicite.

    Dentre estas, vamos abordar o descolamento prematuro da placenta e a

    placenta prvia.

    Sndromes hipertensivas na gestao

    So consideradas sndromes hipertensivas da gestao a doena

    hipertensiva especfica na gestao (DHEG), hipertenso arterial crnica (HAC)

    e associao de DHEG com HAC.

    Estas doenas so apontadas, em pases subdesenvolvidos ou em

    desenvolvimento, como a principal causa do bito materno. A alta letalidade e

    morbidade, tanto para a me como para o feto, podem decorrer de sofrimento

    fetal, prematuridade, morte do feto ou do neonato.

    considerada emergncia hipertensiva quando a presso arterial

    diastlica atinge valor maior ou igual a 110mmHg e acompanhada de

    nuseas e/ou cefaleias intensas. necessrio controle imediato devido ao

    risco de morte iminente da me.

    O diagnstico diferencial estabelecido conforme o aparecimento da

    doena.

  • O agravamento das sndromes hipertensivas que necessitam de

    atendimento de emergncia, com alto risco de morte tanto para a me quanto

    para o feto, so a eclmpsia, a pr-eclmpsia grave e a encefalopatia

    hipertensiva.

    Fonte: blogdati.com

    A pr-eclmpsia considerada a maior responsvel pelas emergncias

    hipertensivas na gestao, sendo que no tem causa definida. Nela h, de

    modo amplo, aumento de substncias vasoconstritoras, leso e maior

    permeabilidade dos vasos. Como consequncia, ocorre aumento da resistncia

    vascular perifrica, presso arterial elevada e edema generalizado.

    A equipe de enfermagem deve estar atenta, alm dos sinais descritos

    acima, ao dbito urinrio, presena de proteinria com taxa de filtrao

    glomerular diminuda e cido rico aumentado no sangue. Os sinais de ruptura

    heptica causada pela sndrome de HELLP podem estar presentes. Pode

    ocorrer ainda hipertonia uterina, descolamento prematuro de placenta,

    dificuldade para o crescimento fetal, sofrimento fetal e morte fetal intra-tero.

    Na eclmpsia ocorre a convulso, sendo atualmente explicada como

    perodos alternados de isquemia e fluxo sanguneo aumentado, presena de

    espasmos intermitentes e comprometimento na autorregulao da presso

    intracraniana. Verifique as orientaes no protocolo institudo em seu local de

    trabalho quanto teraputica com o Sulfato de Magnsio.

  • Emergncias relacionadas ao parto

    O trabalho de parto iminente uma situao que pode acontecer a

    qualquer momento e, por vezes, pode necessitar da interveno da pessoa

    mais prxima a essa parturiente. O tipo de auxlio a ser prestado, nesse

    momento, varivel, desde a solicitao do servio de atendimento pr-

    hospitalar at a realizao do parto propriamente dito.

    Fonte: mmspf.msdonline.com.br

    Ento, durante o atendimento em emergncia pode ser necessria a sua

    colaborao no trabalho de parto normal, seja em ambiente domiciliar ou na

    prpria unidade de emergncia. Para tanto, certificar-se previamente com a

    parturiente se h histria anteriores de partos cesreas. Em resposta positiva,

    o parto normal pode no ser indicado nesse momento e o transporte imediato

    priorizado.

  • No trabalho de parto iminente, necessrio que a equipe assistencial

    esteja preparada para, ao realizar o exame fsico da parturiente e identificar o

    adiantado estgio do trabalho de parto, como o coroamento da cabea da

    criana, colocar a cliente em posio ginecolgica ou em posio de ccoras,

    na forma que for mais confortvel para a mulher e adequada para o profissional,

    na conduo do nascimento do beb. Nesse estgio, o auxlio no trabalho de

    parto prioritrio em relao ao transporte imediato, cabendo equipe

    assistencial a realizao dos cuidados como veremos em seguida.

    Organizar o material necessrio, enquanto orienta futura mame e ao

    familiar que acompanha o nascimento. Se disponvel na ambulncia ou na

    unidade, utilize o kit de parto.

    Providenciar acesso venoso, infuso de fluidos e drogas, oxigenoterapia

    e monitorao materno-fetal quando possvel.

    Promover a higiene perineal da parturiente com gua e sabo ou

    antisspticos disponveis. Em seguida, trocar as luvas por outras estreis, se

    possvel, e posicionar os campos estreis embaixo do quadril, sobre a regio

    suprapbica e coxas.

    Durante o nascimento, necessrio proteger o perneo com as mos

    para evitar o desprendimento brusco da cabea do RN, prevenindo laceraes

    perineais. Explicar sobre a importncia das contraes, ainda que dolorosas, e

    da boa respirao, em benefcio do beb, nos intervalos entre as contraes.

    Observar que a cabea da criana faz um leve giro, naturalmente, e

    indicar a posio dos ombros a serem dirigidos no nascimento. Nesse

    momento, necessrio segurar a cabea com as mos e abaix-la

    cuidadosamente at o desprendimento do ombro superior. Em seguida, elevar

    a cabea com cuidado, promovendo o desprendimento do ombro inferior. Aps

    a liberao dos ombros, a sada do RN pode ser favorecida, mantendo o corpo

    do beb apoiado no brao do profissional.

    Deitar a criana no mesmo nvel da me para evitar alteraes de fluxo

    sanguneo at que o cordo umbilical seja seccionado. Secar imediatamente a

    criana, pois a perda de calor pode provocar hipotermia no neonato, em razo

    da incapacidade de manter um gradiente trmico estvel.

  • Mant-lo aquecido, envolvendo inclusive a cabea, pois essa grande

    rea responsvel por perda de calor significativa. Caso o RN esteja

    respirando bem, com choro vigoroso, no necessrio promover nenhum

    procedimento invasivo, como aspirao de vias areas ou remoo manual de

    resduos em cavidade oral. Se apresentar sinais de cianose, h necessidade

    de oxigenoterapia.

    O clampeamento do cordo umbilical realizado aproximadamente a 15

    cm do umbigo da criana, pinando-se o cordo. A uma distncia de cerca de 3

    cm do ponto pinado, clampeia-se novamente, seccionando o cordo entre os

    dois pontos pinados com uma tesoura ou bisturi, protegendo o segmento com

    gaze para evitar respingos acidentais de sangue do cordo.

    importante que a me e familiares vejam a criana e que seja

    confirmado o sexo do RN. Em caso de parto domiciliar, o transporte da

    purpera pode ser providenciado antes da dequitao, dependendo das

    condies da me e criana.

    Se possvel, coloque as pulseiras de identificao na me e na criana.

    Na identificao do neonato, alm do nome da me, incluir o sexo do RN, a

    data do nascimento e o horrio.

    Ao chegar ao pronto-socorro, necessrio dirigir-se unidade

    especfica para os cuidados obsttricos.

    Em casos de partos com fetos gemelares ou mltiplos, a sequncia de

    procedimentos a mesma realizada no trabalho de parto com feto nico.

    Entretanto, no momento do trabalho de parto podem acontecer algumas

    intercorrncias, como o sofrimento fetal e distcias.

    O sofrimento do feto ocorre de forma aguda ou crnica, decorrente de

    distrbios na oxigenao, caracterizados por hipercapnia, hipxia e acidose. O

    sofrimento fetal agudo aquele que ocorre durante o parto. Sofrimento fetal

    crnico aquele que ocorre antes do parto.

    O sofrimento fetal agudo pode ocorrer por vrias causas, como

    compresso do cordo umbilical, alteraes transitrias na parte hemodinmica

    por deficincia na hidratao materna, anestesia por bloqueio ou hipotenso;

    desordens na contratilidade uterina ou, ainda, me com distrbios

    cardiopulmonares.

  • A hiptese de sofrimento fetal ocorre quando a frequncia cardaca fetal

    est acima de 160 bpm ou abaixo de 110 bpm, com ritmo irregular ou com

    diminuio maior que 30 bpm aps as contraes, bem como nas alteraes

    patolgicas da frequncia cardaca fetal ou em apresentao ceflica

    associada presena de mecnio.

    Fonte: tudosobregravidez.blogspot.com

    O diagnstico de sofrimento durante o parto realizado mediante a

    avaliao do estado clnico da gestante, gasometria fetal e cardiotocografia.

    As condies em que se encontram o feto e a me determinaro o

    tratamento mais adequado. As medidas de suporte que devero ser adotadas

    so a correo do volume intravascular, das desordens na contratilidade e da

    hipxia materna, sempre observando a manuteno de decbito lateral

    esquerdo da me.

    As opes de condutas no sofrimento fetal variam conforme a

    caracterstica do lquido amnitico e presena de mecnio. Na vigncia de

    mecnio espesso associado bradicardia ou taquicardia, a gestante poder

    ser preparada para vias rpidas de parto, como parto cesrea, quando a

    dilatao for insuficiente, ou parto frcipe, quando a dilatao for completa.

    Quando o lquido amnitico apresentar-se claro ou houver mecnio fludo e a

    dilatao for insuficiente, deve-se identificar se o padro suspeito de

    sofrimento fetal agudo ou se o padro terminal.

  • No caso de padro suspeito, em que um dos sinais a taquicardia ou

    bradicardia fetal, devem-se promover medidas de suporte como oxigenar a

    me por meio de mscara de O2

    imprescindvel a sincronicidade da equipe multiprofissional nesta

    situao. A equipe de enfermagem precisa conhecer e monitorar atentamente

    os parmetros descritos anteriormente para prestar cuidados adequados, como

    atentar para cuidados para a diminuio da ansiedade materna, alm da

    percepo em relao s alteraes do quadro de sofrimento fetal suspeito ou

    confirmado, com interveno imediata.

    , expandir o volume intravascular e realizar

    mudanas de decbito. Se os batimentos cardiofetais no melhorarem, a

    cesrea indicada. No padro terminal, a bradicardia ou taquicardia grave

    requer como conduta a cesrea de emergncia.

    Ao nascimento, primordial que haja uma aspirao cuidadosa da oro e

    nasofaringe do RN, a fim de evitar a aspirao de mecnio.

    Distcias

    Distcia significa parto anmalo, que transcorre patologicamente,

    perturbado em sua dinmica, mecanicamente embaraado ou tendo o

    agravante de intercorrncia imprevisvel. O termo tem origem grega, dys: mal, e

    tokos: parto. (REZENDE, 2002).

    Fonte: parirenatural.blogspot.com.br

  • Nessas situaes, durante o atendimento pr-hospitalar, o enfermeiro

    promover aes relacionadas monitorao da me e da criana, apenas at

    a chegada unidade obsttrica mais prxima, devido necessidade de

    profissionais especializados para realizar as intervenes necessrias.

    Dentre as apresentaes fetais, a mais comum a ceflica fletida,

    correspondendo de 95% a 96% dos casos, sendo a menos sujeita distcia

    durante o trabalho de parto e parto.

    Fonte: festasfeck.blogspot.com

    Entretanto, podem ocorrer alteraes na apresentao que dificultam a

    evoluo do trabalho de parto, como distcia de ombro, apresentao plvica e

    cabea derradeira, alm do prolapso de cordo.

    Vamos ver alguns aspectos de cada situao.

    -

    A distcia de ombro ocorre quando, aps a sada do plo ceflico, o

    ombro anterior encrava acima da snfise pbica. Manobras utilizadas

    normalmente para o trmino do parto no funcionam, porque a cabea se

    encolhe entre a vulva e o perneo, logo aps o polo ceflico ter se desprendido.

    Distcia de ombro

    As distcias de ombro esto relacionadas ao feto com peso maior que

    4kg, me com idade avanada, ps-termo, diabetes, ocorrncia de gestao

    anterior com distcia de ombro e gravidez com excesso no ganho de peso.

  • As complicaes podem ser maternas e fetais. Dentre as maternas,

    pode ocorrer leso de canal de parto, rotura do tero e atonia uterina. E quanto

    s complicaes fetais, fratura de mero e clavcula, leso do plexo braquial,

    anxia e morte fetal.

    O trabalho coordenado da equipe fundamental para evitar anxia do

    feto, por meio de sistematizao de aes rpidas.

    Durante estas manobras, o pescoo do feto precisa ser manejado com

    cautela, sem flexo e trao fortes, a fim de evitar traumatismos tanto para a

    me quanto para o filho.

    Segmentos da distcia no parto plvico

    Apresentao plvica quando h insinuao do plo plvico no estreito

    superior. Segundo Rezende, o parto em apresentao plvica tido como o

    parto das dificuldades crescentes, porque na medida em que os segmentos do

    corpo fetal vo se desprendendo, maiores so os problemas.

    Fonte: mmspf.msdonline.com.br

    A classificao da apresentao plvica pode ser completa, onde o feto

    assume a atitude fisiolgica, com as coxas fletidas e aconchegadas ao abdome

    e as pernas fletidas e junto s coxas; ou incompleta, sendo esta subdividida em

    trs modos distintos: modo de ps (pernas e coxas em extenso completa),

    modo de joelhos (coxas estendidas e pernas fletidas sobre as coxas) e modo

    de ndegas (pernas estiradas e todo membro inferior rebatido de encontro

    parede anterior do trax).

  • A apresentao plvica traz consigo as dificuldades e o mau prognstico

    do parto. A mortalidade perinatal tambm maior nestas situaes. O parto em

    apresentao plvica se decompe em trs partos: cintura plvica, cintura

    escapular e cabea derradeira.

    A apresentao plvica pode ser causada por polihidrmnio,

    gemelaridade, placenta prvia, vcio plvico, anomalias do cordo umbilical,

    malformao uterina, prematuridade e m formao fetal.

    O parto vaginal, na apresentao plvica, permitido em algumas

    condies, como ausncia de cicatriz uterina e doena materna associada;

    peso fetal entre 2.500 e 3.500g, apresentao plvica completa ou modo de

    ndegas, e outros, acrescido da assistncia de uma equipe multiprofissional

    competente. Na ausncia destas condies, o parto cesrea indicado.

    Prolapso ou precedncia de cordo

    a descida do cordo umbilical frente ou lateralmente apresentao

    fetal, com sua exteriorizao na vagina ou vulva, logo aps a rotura

    espontnea das membranas ou amniotomia.

    A bradicardia aps a contrao o sinal imediato que a compresso do

    cordo acarreta, causando hipxia ao feto, acompanhada de vrias alteraes

    hemodinmicas. A ultrassonografia muitas vezes necessria para confirmar a

    vida do feto.

    A conduta de parto imediato na presena de feto vivo, vivel e

    ausncia de ms formaes letais. O parto cesrea deve ser a opo imediata

    quando no h dilatao, na apresentao anmala e na presena de

    membranas ntegras.

    A equipe deve agir de forma rpida e precisa. Posicione a parturiente

    nas posies genupeitoral ou de Trendelemburg, pois a elevao do quadril

    evita o agravamento da compresso do cordo. Durante o transporte da

    gestante ao centro obsttrico, o toque vaginal deve ser realizado pelo obstetra,

    com o objetivo da descompresso do cordo. A equipe de enfermagem deve

    estar perceptiva s reaes maternas, como angstias e incertezas, pois pode

    haver desfechos com feto morto ou, ainda, vivo com m formao.

  • Finalizando esta etapa de nosso estudo sobre urgncias e emergncias

    obsttricas, sabemos que as elevadas taxas de mortalidade materna ainda

    representam um desafio sade pblica em nosso pas. Ao garantir o acesso

    seguro ao evento da maternidade, permitido s mulheres no somente o

    exerccio dos direitos reprodutivos, mas de concretizao do desejo de ser me

    e da prpria condio de cidadania.

    Embora o risco de bito tenha se reduzido no Brasil com a ampliao do

    acesso ao pr-natal e ao parto institucional, ainda h muito a fazer. Para evitar

    os danos maternos em muitas mulheres, fundamental o pronto e adequado

    atendimento s emergncias obsttricas, contribuindo para garantir gestante

    uma assistncia mais tica, humana, afetiva e efetiva.

    Fonte: adeledoula.blogspot.com

  • REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    COSTA, A. F. et al. O trabalho do enfermeiro no setor de urgncia/emergncia hospitalar. XIII Encontro Latino Americano de Iniciao Cientfica e IX Encontro Latino Americano de Ps-Graduao Universidade

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    HOSPITAL UNIVERSITRIO DE SANTA MARIA. Protocolo assistencial

    Hospital Universitrio de Santa Maria. Protocolo assistencial de asma aguda em adultos. 2011.

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    Secretaria da Segurana Pblica e Justia. Corpo de Bombeiros Militar.

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    MINISTRIO DA SADE. Caderno de ateno primria. Srie A. Normas e Manuais Tcnicos, N. 30. Braslia, DF. 2011.

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    PROGRAMA DE FORMAO DE PROFISSIOAIS DE NVEL TCNICO PARA

    A REA DE SADE NO ESTADO DE SO PAULO. Curso de especializao

    profissional de nvel tcnico em enfermagem. Livro do aluno: urgncia e emergncia. Editora Tecsade. Fundap. So Paulo, SP. 2006.

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    SES - SECRETARIA DE ESTADO DE SADE DO DISTRITO FEDERAL.

    Protocolos de urgncia e emergncia da secretaria de sade do Distrito Federal. 1 edio. Braslia, DF. 2006

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