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A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis, UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos. Conforme exposto nos referidos Termos e Condições de Uso, o descarregamento de títulos de acesso restrito requer uma licença válida de autorização devendo o utilizador aceder ao(s) documento(s) a partir de um endereço de IP da instituição detentora da supramencionada licença. Ao utilizador é apenas permitido o descarregamento para uso pessoal, pelo que o emprego do(s) título(s) descarregado(s) para outro fim, designadamente comercial, carece de autorização do respetivo autor ou editor da obra. Na medida em que todas as obras da UC Digitalis se encontram protegidas pelo Código do Direito de Autor e Direitos Conexos e demais legislação aplicável, toda a cópia, parcial ou total, deste documento, nos casos em que é legalmente admitida, deverá conter ou fazer-se acompanhar por este aviso. La creación de la imagen del Franquismo en el Portugal Salazarista Autor(es): Pena Rodríguez, Alberto Publicado por: Imprensa da Universidade de Coimbra URL persistente: URI:http://hdl.handle.net/10316.2/32207 DOI: DOI:http://dx.doi.org/10.14195/978-989-26-0810-5_12 Accessed : 26-Aug-2021 02:43:56 digitalis.uc.pt pombalina.uc.pt

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documento, nos casos em que é legalmente admitida, deverá conter ou fazer-se acompanhar por

este aviso.

La creación de la imagen del Franquismo en el Portugal Salazarista

Autor(es): Pena Rodríguez, Alberto

Publicado por: Imprensa da Universidade de Coimbra

URLpersistente: URI:http://hdl.handle.net/10316.2/32207

DOI: DOI:http://dx.doi.org/10.14195/978-989-26-0810-5_12

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Estados autoritários e totalitários e suas representaçõesCoordenação

Luís Reis TorgalHeloísa Paulo

Coimbra • 2008

Estados autoritários e totalitários e suas representações

ISBN 978-989-8074-53-9

9789898

074539

Os textos apresentados correspondem às comunicações do seminário internacional “Estados

autoritários e totalitários e suas representações”, realizado em Coimbra em Novembro de

2008.

Foi mais um espaço de debate sobre um tema que, na sua linha básica — “Estados autoritários

e totalitários” —, já foi abordado, noutras perspectivas, por esta equipa de investigação e por

outros historiadores em Bolonha e S. Paulo.

A ideia que presidiu a este encontro foi sobretudo a de pensar os projectos totalitários e

autoritários tal como foram vistos pelas suas testemunhas e actores, pelas imagens políticas

que se formaram ou pela sua historiografia, considerando que a História também interroga as

memórias, os escritos políticos e didácticos de época ou a escrita da história.

Os seus coordenadores optaram por apresentar estes textos na língua e na forma que os autores

lhes deram, com os seus critérios próprios, sem intervirem fundamentalmente no sentido de

uma uniformização. Se, assim, se perde em termos de uniformidade editorial, ganha-se —

julga-se — na espontaneidade, completando assim um colóquio aberto à comunidade, que

pretendeu ser o mais possível um seminário de debate.

Alberto De Bernardi

Luís Reis Torgal

Fernando Rosas

Matteo Passeti

António Rafael Amaro

Joana Brites

Álvaro Garrido

Sérgio Neto

José Luís Lima Garcia

Maria Luiza Tucci Carneiro

Boris Kossoy

Federico Croci

Alberto Pena

Carlos Cordeir

José Maria Folgar de la Calle

Fernanda Ribeiro

Clara Serran

Augusto José Monteiro

Maria das Graças Ataíde de Almeid

Nuno Rosmaninho

Massimo Morigi

Stefano Salmi

Elizabeth Cancelli

Andrea Rapini

Daniele Serapiglia

Armando Malheiro da Silva

Heloísa Paulo

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Alberto Pena Rodríguez

lA CREACIóN dE lA ImAgEN dEl fRANqUISmO EN El pORTUgAl SAlAzARISTA

Introducción

Durante la última década, la historiografía contemporánea portuguesa ha concedido una singular importancia a la Guerra Civil española. Su estudio coincide con las investigaciones sobre la dictadura del Estado Novo, que encontraron en el enfrentamiento civil español un pilar fundamental en la consolidación del régimen salazarista. Sin duda, el 18 de julio de 1936, abría para el Portugal de Salazar un camino hacia el entendimiento con España, con la “nueva” España del general Franco, dentro del complicado panorama de las relaciones ibéricas. Salazar se identificó rápidamente con el bando rebelde del Caudillo porque era el complemento ideológico perfecto para llevar a cabo, sin peligrosos contagios democráticos provinientes del país vecino y con garantías de futuro, su proyecto político autoritario en Portugal. La propaganda del Estado Novo resucitó el viejo anatema del “perigo espanhol”, del endémico temor a una invasión castellana, ante la animadversión manifiesta existente entre su régimen y la IIª República.1

O “ditador das Finanças”, como era conocido el autoritario líder luso, explotó astutamente este factor psicológico y propagandístico para encender la llama del nacionalismo portugués en la sociedad lusa contra el Frente Popular español, vencedor de las elecciones de febrero de 1936 en España, y en el que su propaganda veía ambiciones territoriales sobre Portugal. Durante la guerra, de hecho, hubo una doble orientación propagandística del Estado Novo en este sentido: por un lado, se alimenta una fuerte corriente nacionalista contra el “perigo espanhol” de la IIª República y, por otro, se estimula la fraternidad peninsular sobre la base de la identificación de la ideología franquista y salazarista. La IIª República era un peón de la Internacional Comunista que estaba hipotecando España en el sentido más amplio de la expresión, mientras el Alzamiento militar representaba la instauración de los valores tradicionales, un verdadero nacionalismo a semejanza del Estado Novo, según la interpretación de los órganos

1 Cf.: OLIVEIRA, César, Portugal e a II República de Espanha (1931-1936), Lisboa, Perspectivas & Realidades, s.d. (1985).

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del salazarismo, que podría acabar definitivamente con los recelos entre las naciones ibéricas. Franco y Salazar se necesitaban el uno al otro como las dos caras de una misma moneda. Por todo ello, la dictadura portuguesa utilizó todos los instrumentos ideológicos posibles para que la España nueva gozase del reconocimiento internacional lo más rápido y amplio posible, como deseaba el gobierno de Burgos. Una victoria franquista significaba un triunfo del salazarismo, una garantía de estabilidad. La diplomacia lusa, por tanto, se puso al servicio del Alzamiento Nacional sin condiciones.

Las relaciones entre los dos Estados peninsulares se deterioraron, poco a poco, a partir de la proclamación de la IIª República española y la fundación del Estado Novo como modelo político por Oliveira Salazar, entrando ya en un callejón sin salida en los meses anteriores al inicio de la Guerra Civil, con el gobierno de Azaña, que apoyaba a los exiliados portugueses en España para derrocar la dictadura lusa. La “guerra fría” existente entre ambos países le hizo percibir a Salazar un importante peligro para la consolidación de su proyecto político en Portugal. La prensa de las dos naciones ibéricas emprendieron una encarnizada guerra de propaganda para denostar al régimen contrario. Entretanto, el aparato de propaganda del Estado Novo quedaba fortalecido por varias disposiciones legislativas que regulaban el funcionamiento de los Serviços de Censura, el Secretariado de Propaganda Nacional (SPN) y una sólida estructura corporativa con funciones en este campo, a cuyo frente estaban organizaciones como la União Nacional y su órgano el Diário da Manhã, además e las milicias Mocidade Portuguesa y Legião Portuguesa, entre múltiples asociaciones gremiales.2 Al mismo tiempo, y a través de diversas medidas de fuerza, la dictadura portuguesa ahogó económicamente a los periódicos que no cambiaron su orientación ideológica acorde con los principios del Estado Novo, mientras se fomentaba por todo el país la creación de nuevos medios de comunicación que sirviesen a los intereses de la dictadura.3

La intervención de Portugal en la guerra de España fue, fundamentalmente, de naturaleza político-ideológica.4 Mientras la participación italiana, alemana o soviética, fue una intervención esencialmente armamentística, Portugal debió poner en el brasero del conflicto todas sus estratagemas propagandísticas, tanto desde una dimensión política como puramente mediática.5 En este sentido, nuestros argumentos tratan de demostrar que, de los países que apoyaron a los bandos en lucha, ninguno hizo un esfuerzo tan grande como el gobierno portugués, que vivió la Guerra Civil española como un asunto interno.

Tras la eclosión de la guerra en España, la diplomacia salazarista puso en marcha una orquestada campaña contra la IIª República española, a la que acusaban de promover la “revolución internacional” y de ser un satélite de Moscú con pretensiones

2 Cf.: PAULO, Heloísa, Estado Novo em Portugal e no Brasil. O SPN/SNI em Portugal e o DIP, Coimbra, Minerva História, 1994.

3 Cf.: ROSAS, Fernando, O Estado Novo nos anos trinta. Elementos para o estudo da natureza económica e social do salazarismo (1928-1938), Lisboa, Fragmentos, 1988.

4 Véase TORGAL, Luis Reis, História e ideologia, Coimbra, Minerva, 1989. 5 Cf.: DELGADO, Iva, Portugal e a Guerra Civil de Espanha, Lisboa, Publicações Europa-América,

1980; OLIVEIRA, César, Salazar e a Guerra Civil de Espanha, Editorial O Jornal, 1988 (2.ª edição).

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territoriales sobre Portugal, resucitando el viejo mito del “perigo espanhol”.6 Prensa, radio y cine portugués se pusieron del lado insurgente prácticamente desde el primer día de guerra. El embajador español en Portugal, Claudio Sánchez-Albornoz, denunció las infamias de estas campañas de las que él era un objetivo clave para provocar el corte de relaciones oficiales entre ambos países, que se produjeron el 23 de octubre de 1936. El gobierno portugués trasladó las consignas del gobierno de Burgos hasta los foros internacionales que se ocuparon de la no internvención en España, como el Comité de Londres, en el que plantó una dura batalla diplomática para hacer valer sus puntos de vista en los comunicados oficiales que se enviaban a los medios de comunicación, y, en la Sociedad de Naciones, en la que atacó los argumentos de los representantes españoles concediendo legitimidad al golpe de Estado del ejército del general Franco. Asimismo, en diferentes países del mundo, los diplomáticos portugueses colaboraron con los agentes franquistas para hacer propaganda a favor de la España “nueva” ante la opinión pública internacional y los respectivos gobiernos.

Censura y Comunicación Social

El SPN puso toda su infraestructura al servicio de los rebeldes y la Censura cortó todas las informaciones que resultaban perjudiciales para la imagen del bando insurrecto o favorecían al bando leal. Mientrastanto, la prensa portuguesa seguía las consignas del Estado Novo. Se publicaron extensos reportajes sobre la guerra en defensa de la posición política del gobierno, que fue objeto de manifestaciones de aplauso y actos patrióticos contínuos durante el primer semestre de la guerra, cuando los medios de comunicación y la sociedad portuguesa le prestaron la máxima atención a un conflicto que, el tono trascendental de la propaganda salazarista, había hecho percibir como propio. Los principales diarios llegaron a publicar hasta tres ediciones del mismo número, cuyos ejemplares eran distribuídos también en España, no sólo en las zonas fronterizas, sino también en lugares alejados de la raya, y principalmente en Galicia, donde tuvieron una sorprendente aceptación. La llamada “grande imprensa” portuguesa fue fiel al régimen, que financiaba, además, revistas de adoctrinamiento nacionalista con contenidos sobre la guerra. Hubo algunos casos excepcionales de periódicos que no se plegaron a las directrices propagandísticas de la dictadura portuguesa, entre los que destaca el diario República, que omitió muchos acontecimientos importantes de la guerra porque la Censura no le dejaba contar lo que intepretaba. 7

La prensa portuguesa construyó unos mitos propios sobre la guerra. En primer lugar, la imagen del dictador Oliveira Salazar salió muy fortalecida de la guerra. El Presidente do Conselho se convirtió, a ojos de la prensa portuguesa, en el “guía espirtual” de la nación, restarador de Portugal y constructor de un nuevo modelo de Estado vanguardista y venerado por todo el mundo. Su política exterior con respecto

6 Cf.: ROSAS, Fernando, “A Guerra Civil española na Sociedade das Nações. Salazar, ministro de Negócios Estrangeiros de Burgos”, in: revista História, n.º 82, Lisboa, 1985, pp. 33-53.

7 Cf.: PENA, Alberto, Salazar, a imprensa e a Guerra Civil de Espanha, Lisboa, MinervaCoimbra, 2007; idem, Galicia, Franco y Salazar. El intercambio ideológico entre el franquismo y el salazarismo (1936-1939), Vigo, Universidade de Vigo, 1999.

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al conflicto español, fue tema casi permanente en las columnas periodísticas que alababan todas sus medidas y seguían a a pies juntillas el dictado de sus comunicados oficiales, cuya publicación era obligatoria para los periódicos. Precisamente, según las consignas propagandísticas de los diarios portugueses, el Estado Novo era el modelo que pretendía instaurar el general Franco en España, mitificado como el “Salazar” español, que admiraba la obra del dictador portugués y seguía sus pasos. La figura de Salazar era la figura de un “padre”, protector, bondadoso, trabajador incansable, austero, y que sabía lo que convenía a todos los portugueses. Por otra parte, el Alcázar de Toledo, en cuya resistencia de los sitiados fue fundamental el ánimo del Rádio Club Português, fue uno de los mitos más importantes del que se valieron los medios portugueses para intentar demostrar el “salvajismo” de los leales y la furia y nobleza de los rebeldes. Del mismo modo que las cabeceras portuguesas negaron siempre que los aviones de los facciosos bombardeasen la villa vasca de Guernica. Los intelectuales salazaristas, por su parte, participaron de la campaña de propaganda a favor del bando rebelde utilizando, fundamentalmente, la prensa como plataforma de combate. Publicaron un manifiesto contra el bando leal por iniciativa del director del SPN, António Ferro, y firmaron abundantes artículos que promocionaban las virtudes del franquismo. Unas virtudes que eran certificadas por los corresponsales de la prensa portuguesa, que ejercían de notarios de una realidad que interpretaban a la conveniencia de los franquistas. Ningún periodista portugués viajó al territorio republicano para informar desde allí y, de todos ellos, tan sólo Norberto Lopes y Mário Neves tuvieron la honestidad de ser objetivos y actuar con dignidad profesional.

Los primeros y decisivos meses de guerra, las emisoras portuguesas, fundamentalmente el Rádio Club Português y la Emissora Nacional prestaron un apoyo propagandístico y logístico muy importante a los sublevados. Aumentaron la potencia de sus antenas, pasaron a transmitir en español y pusieron en contacto a los rebeldes del Norte y Sur de España. Ambas estaciones radiofónicas se alinearon completamente con la causa del bando rebelde, intensificando al máximo su propaganda a favor del franquismo, no sólo en la Península, sino incluso internacionalmente. La influencia de la radio portuguesa en las poblaciones españolas incrementó la popularidad del Movimiento. Circunstancia que aprovechó para promover la ayuda civil a los sediciosos entre la sociedad española. El Rádio Club Português bombardeó España con los comentarios ofensivos del incombustible capitán Botelho Moniz y de la locutora española Marisabel de la Torre de Colomina, que recibieron numerosos homenajes franquistas por su labor al frente de los micrófonos de aquella trinchera radiofónica. Además, la actividad propagandística a través de las ondas del Rádio Club Português se complementó con varias campañas realizadas en Portugal para pedir donativos, en efectivo o en especies, para los rebeldes, que luego eran enviadas a poblaciones españolas en largas caravanas de centenares de camiones, así como con ayuda técnica para reparar emisoras averiadas en territorio conquistado por el bando sublevado. La Emissora Nacional, en cambio, fue mucho más prudente a la hora de llevar a cabo sus campañas contra la IIª República española, para evitar que, dada su vinculación al Estado Novo, que la convertía en portavoz del régimen, se produjesen protestas de algunos países contra el gobierno portugués, en teoría neutral durante el conflicto. Sin embargo, la Emissora Nacional, al igual que el Rádio Club y otras estaciones de menor relevancia, transmitieron diversos programas y discursos anti-comunistas que ponían en

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evidencia su absoluta parcialidad en favor de los sublevados. Además, el SPN organizó unos servicios informativos internacionales en varios idiomas emitidos por la Emissora Nacional, para difundir noticias que favorecían los intereses del gobierno de Burgos. Esta propaganda radiofónica del Estado Novo luso fue repelida por las emisoras de la España leal y algunas clandestinas, que denigraron la dictadura portuguesa, ante lo cual Salazar prohibió la sintonización de las voces “vermelhas”, mientras las “charlas” de Queipo de Llano eran comentadas asiduamente por las emisoras portuguesas y publicadas por los diarios nacionales.

En cuanto al cine,8 el gobierno portugués se mostró, al principio, reticente a la proyección de documentales sobre la guerra, pero pronto empleó las producciones propias y el Cinema Popular Ambulante del SPN para hacer propaganda anti-comunista, pueblo por pueblo, por las zonas fronterizas de Portugal con el fin de impedir el contagio “revolucionario” del bando leal. Por otro lado, además del largometraje de Aníbal Contreiras A Caminho de Madrid, que fue un excelente regalo propagandístico para los facciosos, la industria cinematográfica portuguesa colaboró en todo lo que pudo para que las autoridades franquistas produjesen sus propios documentales. La colaboración entre Cifesa y Lisboa Film a partir de 1937 fue fundamental para que el bando insurgente pudiese contar con títulos propios al margen de la cinematografía alemana e italiana. A su vez, el cine franquista, no ocultó la alianza con la dictadura de Portugal, con la realización, por ejemplo, de Homenaje a Portugal (1936). El Estado Novo, por su parte, difundió en España el largometraje A Revolução de Maio (1937), todo un símbolo del salazarismo en los años treinta y que fue utilizada como principal exponente de la propaganda cinematográfica portuguesa del régimen de Salazar en aquellos años.

Por todo ello, las diferentes campañas de propaganda que se desarrollaron durante la Guerra Civil española tuvieron una especial trascendencia para consolidar el Estado Novo y el régimen franquista. Campañas en las que, por supuesto, como ya hemos expuesto, intervinieron directamente el Secretariado de Propaganda Nacional y los Serviços de Censura portugueses, que actuaron como controladores de la libertad de expresión y diseñadores de una determinada manera de pensar. “A opinião pública é indispensável à vida de qualquer regime. Os govêrnos, por mais apoios de que disponham, não se mantêm usando a fôrça, mas tendo-a”, apuntaba Salazar en los años treinta, de cuya autoría es también la memorable frase: “O que parece, é”. Lo que significaba, según la filosofía política del dictador portugués, que había que dirigir, encauzar la opinión pública dentro de los moldes ideológicos de la dictadura, como así se hizo durante toda la Guerra Civil española. El largometraje producido por el SPN en 1937, A Revolução de Maio, en el marco del conflicto español, es toda una muestra de esa voluntad de control estatalista sobre el pensamiento, poniendo al servicio de la propaganda la industria cinematográfica nacional. Y junto al cine, la prensa y la radio pasaron a ser dos puntos de apoyo fundamentales en la configuración y conculcación de la ideología salazarista, actuando de manera auténticamente totalitaria. Lo cierto es que, desde su llegada al gobierno, Salazar expresó su preocupación por el control de la comunicación social y la necesidad de crear órganos propios como el Diário da

8 Cf.: TORGAL, Luis Reis, (coord.), O cinema sob o olhar de Salazar, Lisboa, Círculo de Leitores, 2000.

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Manhã. Y si Salazar estaba preocupado por los medios a principios de los años treinta, evidentemente, durante la guerra fratricida española, inevitablemente, tenía que hacer uso y abuso de ellos para imponer sus tesis favorables en todo momento a la victoria del Movimiento Nacional español.

La intervención ideológica y propagandística del Estado Novo portugués entre 1936 y 1939 fue crucial para mejorar la imagen exterior del movimiento rebelde. Esa intervención ideológica del régimen salazarista no afectó solamente a la sociedad portuguesa, ya que la prensa portuguesa fue también distribuída en España y la radio y el cine tuvieron una repercusión aún mayor si cabe. Por lo tanto, creemos que la propaganda de la dictadura de Oliveira Salazar influyó en el transcurso del conflicto, movilizando a la opinión pública portuguesa a favor de los rebeldes (cerca de dez mil voluntarios portugueses, conocidos como “viriatos”, se alistaron en el ejército de Franco) y dando un gran impulso propagandístico al gobierno de Burgos en la esfera internacional.

En definitiva, la colaboración propagandística a todos los niveles entre el franquismo y el salazarismo, que tuvo efectos extraordinariamente positivos para el general Franco (especialmente en el contexto diplomático), revela una excepcional compenetración entre ambos regímenes, aliados para conseguir una victoria del autoritarismo contra el sistema democrático de la República. Al finalizar la guerra, el 22 de mayo de 1939, el mismísimo Salazar lo dejaba muy claro en unas frías manifestaciones ante su Asamblea Nacional. Decía entonces que no le importaba el sacrificio que había hecho su país ni el número de soldados portugueses muertos en la guerra. Lo importante era que, en general, el objetivo se había cumplido. “Orgulha-me que tenham morrido bem e todos – vivos e mortos – tenham escrito pela sua valentia mais uma página heroica da nossa Historia. Não temos nada a pedir, nem contas a apresentar. Vencemos, eis tudo!.”

La imagen modélica del general Franco en la propaganda salazarista

Sería imposible hacer una descripción crítica correcta sobre la imagen que del general Franco y el movimiento franquista difunde el aparato de propaganda salazarista y , por extensión, la prensa portuguesa, sin fijarnos primero en la visión mítica y endiosada desde la que se contempla al dictador portugués,9 que aparece en las páginas de los periódicos como un héroe entre los héroes, sabio infalible y redentor de Portugal del que todos los portugueses sienten orgullo porque es el nuevo “descubridor”. Su prestigio, según certifican los editoriales, ha hecho renacer el “espirito civilizador” de su país. La constante publicación de noticias y comentarios que hacen imprescindible e insustituíble su presencia en el gobierno como Presidente do Conselho, tenía como objetivo agrupar a todos en torno a él, evitar las disidencias y las fricciones internas en el momento más crítico desde la instauración del Estado Novo. Cada una de sus decisiones políticas, de sus propuestas sociales, de sus frases, era una lección, era “a lição

9 Para acercarse a la personalidad de ambos dictadores peninsulares, sus manías, sus similitudes y las circunstancias de sus encuentros oficiales cf.: Medina, João, “Salazar e Franco. Dois ditadores, duas ditaduras”, in: revista História, año XVIII, nova série, n.º 20, Lisboa, mayo de 1996, pp. 4-15.

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de Salazar”. Sus palabras se revestían siempre de un halo divino.10 Llegó hasta tal punto la propaganda sobre el prestigio de su persona que el órgano de la União Nacional y la Emissora Nacional organizaron, en marzo de 1937, un concurso nacional sobre las frases más brillantes de Salazar con el fin de divulgar el “pensamento nacionalista” del dictador. Los medios de comunicación salazaristas hicieron una campaña sin precedentes del concurso, distribuyendo carteles (incluso de forma aérea) por todas las ciudades y pueblos del país encabezados por las leyendas “Ouvir a Emissora Nacional” y “Ler o Diário da Manhã”, bajo las cuales se reproducía un perfil de Salazar realizado por el pintor Eduardo Malta y el reclamo “Grande Concurso Nacional”. Para adquirir la condición de concursante era necesario oir y leer diariamente los dos medios públicos durante dos meses, en busca de las frases más lúcidas del dictador. En total participaron 7.623 personas, que tuvieron que escoger y votar por la jaculatoria que creían más representativa de la patrótica sabiduría de Salazar. Se anunciaron grandes premios para los vencedores, entre ellos un coche y cientos de regalos donados por innumerables casas comerciales. Los premios tenían varias categorías divididos entre amas de casa (cuyo mejor obsequio era una máquina de coser), obreros (un seguro de vida), oficinistas (una máquina de escribir), estudiantes (un traje académico y gratuidad de tasas) y funcionarios (18 días de vacaciones en los mejores hoteles de Portugal). La frase más votada fue “Nada contra a Nação, tudo pela Nação”, que casualmente era el subtítulo del Diário da Manhã. Resultó elegida por 5.982 concursantes. Sus mejores 200 máximas, además, fueron publicadas en un libro de edición inglesa por el SPN con un retrato del dictador.11 La venta de retratos suyos estaba al orden del día entre los afiliados de la Legião Portuguesa y la Mocidade Portuguesa, y la prensa portuguesa publicaba anuncios que recordaban que la “bela estampa do eminente chefe Salazar” se podía comprar en cualquier librería.

Esta es un prueba más de la feroz propaganda que, en general, los medios de comunicación portugueses realizaban del fundador del Estado Novo. Evidentemente, se trataba de una natural respuesta del régimen para blindar el poder y defender la estabilidad del gobierno en torno a la entronada e indiscutible figura de su líder, pero también hay una clara influencia del culto fascista al Jefe, alrededor del cual se crea una jerarquía corporativa y una estratificación social. Y todo porque, según apunta el órgano del gobierno dictatorial luso “estamos num tempo em que aqueles que defendem uma ideologia política de salvação e engrandecimento nacional precisam de fazer propaganda intensa e continua dos seus principios e convicções, como meio de defesa própria, de esclarecimento alheio e de oposição a propagandas contrárias de doutrinas desnacionalizadoras”.12

Claro que esta propaganda personalista del salazarismo supo aprovecharse muy bien de los acontecimientos trágicos de España para resaltar el valor de la obra de Salazar. Estrategia que llevaría a establecer una inevitable relación entre los éxitos militares y sociales del franquismo (sic) y la dictadura portuguesa. La propaganda del Estado Novo afirmaba que la fortaleza política y económica que Salazar había conseguido

10 Cf.: Martins, Moisés de Lemos, O Olho de Deus no discurso salazarista, Porto, Edições Afrontamento, 1990.

11 Cf.: Diário de Notícias, n.º 26319, 18/05/1939, p. 1.12 O Século, n.º 2184, 21/05/1937, p. 1.

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para Portugal antes de julio de 1936, permitió que la transformación de España que reivindicaban los rebeldes fuese posible gracias al dictador portugués, verdadero artífice y garantía de éxito para el triunfo militar sobre los “comunistas” españoles (sic), tal y como afirmaba el editorial del Diário da Manhã al cumplirse un año del estallido del golpe bajo el título “Resurreição de Espanha”:

“Como portugueses, não esqueçamos que se á Espanha verdadeira e nobre foi possível reerguer-se e caminhar isso se deve a existência neste canto do ocidente da Peninsula de um Portugal tranquilo e firme, segura garantia de que a fogueira não podia alastrar, exemplo bem digno de seguir, capaz de encorajar e de animar. Só assim seremos justos para nós próprios, só assim mostraremos ao Mundo, que nos admira, que somos gratos ao Chefe que nos dirige e nos comanda, que somos, como Povo, bem dignos de tal Chefe. Orgulhosos da nossa fôrça, que não é afrontosa para ninguém, e do nosso prestígio, conquistado alegremente com pequenos sacrifícios bem compensados, estaremos melhor para louvarmos quantos tem marcado por seu esfôrço admirável e heróico na defesa da Civilização.”13

Oliveira Salazar se transforma en el guía nacional, desarrollando una “genial” política internacional respecto de la Guerra Civil. Según el órgano de la União Nacional, con su perspicacia diplomática, el Presidente do Conselho consiguió adoptar la posición más digna y conveniente para su país y para España. Tras las revueltas internas más graves contra el gobierno autoritario luso durante la guerra, el 8 de septiembre de 1936, el 20 de enero de 1937 y el 4 de julio de este mismo año, hechos que la propaganda oficial relacionó directamente con los “comunistas” españoles, la figura de Salazar salió fortalecida.14 El Diário de Notícias fue meridianamente claro en esa asociación propagandística en su editorial del 21 de enero de 1937: “A Península Ibérica é hoje um campo de batalha e Portugal, quer o queiram quer não os covardes e os traidores, constitui agora a retagurda de um exército em campanha”.15 Con un mensaje puramente nacionalista, se colocaba al dictador como víctima de una persecución del comunismo internacional, que pretendía derrocarlo por todos los medios sin éxito. Según Salazar, los verdaderos agitadores del país eran los agentes españoles al servicio del bando leal que pretendían exportar la guerra a Portugal. El momento que más explotó propagandísticamente el régimen para encumbrar definitivamente la figura de un Salazar odiado por el reviralhismo, según las consignas oficiales, por su independencia y por sus virtudes como gobernante, fue el atentado con bomba que los anarquistas portugueses cometieron contra él el 4 de julio de 1937 en Lisboa. João Silvestre manifiesta en A Voz que la bomba contra el dictador llevaba el sello del gobierno español: “É o mesmo que estão fazendo os vermelhos de Madrid no ataque

13 Idem, n.º 2242, 18/07/1937, p. 1.14 El 8 de septiembre de 1936 se produjo la revuelta de los marineros de los tres barcos de guerra

portugueses, el Afonso de Alburquerque, Bartomoleu Dias y el Dão. El 20 de enero de 1937, ocurrió el atentado anarquista contra varios edificios del gobierno o empresas privadas de Lisboa que colaboraban con los rebeldes españoles, entre ellos el Ministério do Interior, la Emissora Nacional y el Rádio Club Português. Por último, el 4 de julio de 1937, los anarquistas volveiron a atentar, esta vez contra el mismísimo Oliveira Salazar, que salió ileso.

15 Diário de Notícias, n.º 25489, 21/01/1937, p. 1.

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ás posições nacionalistas da cidade universitária. É o que fizeram em Carabanchel e o que também fazem em Bilbau para que fôsse pelos ares da cidade, á entrada das tropas nacionalistas Quem ensinou estas artes aos vermelhos de Madrid devem ter sido os mesmos mestres que as ensinaram aos conspiradores de Lisboa”.16

Durante varias semanas, la prensa portuguesa fue un clamor de felicitaciones a Salazar por su suerte divina. A Voz estaba convencida, al igual que otros diarios, que el dictador contó con la protección de Dios porque su misión política era trascendental para el mundo. Su vida “não pertence apenas ao homem a quem Deus concedeu: pertence á Nação. Importa por isso que se defenda como tal. O sr. dr. Salazar é hoje, não apenas um defensor da Ordem em Portugal, mas um defensor da Ordem na Europa. O seu desaparecimento seria uma manifesta vantagem para a Horda sinistra que por toda a parte faz sentir os seus manejos criminosos e para toda a parte expede os seus agentes”, aseveraba el diario lisboeta.17 Por iniciativa de los organismos corporativos del Estado Novo, se sucedieron las manifestaciones populares en diferentes puntos del país y a la residencia del dictador acudieron en riada miles de personas a dejar flores y felicitaciones, mientras la Iglesia Católica celebraba incontables ceremonias religiosas en honor de Salazar. El 5 de julio por la noche, un nutrido grupo de miembros de la Legião Portuguesa y de la Mocidade Portuguesa constituyeron una improvisada comisión de agradecimiento a los periódicos nacionalistas por su actitud de rechazo contra el acto terrorista y su campaña anti-comunista. La comisión recorrió las redacciones de los diarios lisboetas O Século, A Voz, Diário de Notícias, Diário da Manhã, y de la Emissora Nacional y el Rádio Club Português. Por otra parte, varias decenas de oficiales de la Armada acudieron a la Assembleia Nacional para demostrarle la más firme adhesión a la política del Jefe. El suplemento infantil de A Voz dedicó uno de su números a este asunto, reproduciendo 11 textos de estudiantes donde expresan la condena del atentado y piden la gloria para Salazar.18 “Pela segunda vez os que não admitem que em Portugal se viva a vida tranquila e digna dos povos ainda não contaminados pela peste virulentissima do bolchevismo e do terrorismo tentaram onte lançar esta terra na confusão e no sangue, para nela desencadearem as tragedias, os crimes, as selvajarias e as inauditas infamias de que tem sido teatro a pobre Espanha submetida ao império miserável do vermelhos”.19 Los fracasos de la oposición, sumados a los relatos periodísticos que hablaban de un Salazar invencible que luchaba por proteger a los portugueses del marxismo y colaborar con los españoles en una cruzada diplomática y propagandística sin cuartel, aumentaron aún más el carisma del líder portugués, convertido en un hombre de hierro con un corazón de oro.

La prensa portuguesa nos informa que esta postura mereció el reconocimiento de medios de comunicación de todo el mundo. Citando expresamente aquellos periódicos

16 A Voz, n.º 3724, 08/07/1937, p. 1.17 A Voz, n.º 3721, 05/07/1937, p. 1.18 Cf.: A Voz, n.º 3727, 11/07/1937, suplemento infantil, año VI, n.º 41, pp. 2 y 3. Sobre la propaganda

en la enseñanza de la Historia durante el Estado Novo cf.: Torgal, Luis Reis, História e Ideologia, Coimbra, Minerva, 1989, pp. 197-273; Ribeiro, António Manuel, “Ficção histórica infanto-juvenil no Estado Novo. Colecção “Pátria” de Virgínia de Castro e Almeida (1936-1946)”, in: Do Estado Novo ao 25 de Abril, Revista de História e Teoria das Ideias, vol. 16, Coimbra, Faculdade de Letras, 1994, pp. 161-192.

19 O Século, n.º 19864, 05/07/1937, p. 1.

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de tendencia conservadora o fascista que alaban su política exterior, el Presidente do Conselho es elevado al altar de la fama. Desde Chile hasta Alemania, desde Brasil hasta Italia, desde Canadá hasta Francia, desde Polonia hasta América del Sur, Salazar era admirado por todos.20 En palabras del Diário da Manhã, el Jefe luso formaba parte del patrimonio europeo:

“Ao seu génio de doutrinário e de construtor; á sua competência de financeiro e de jurista; á sua fê integra e á sua persistência calma; ao seu rigor nos seus métodos e á clarividência dos seus juizos; á sua fôrça de vontade e á sua superior noção do Interesse Nacional; á sua probidade absoluta de administrador e á sua energia inquebrantável de Chefe. Por isso mesmo, o nome de Salazar, o pensamento de Salazar, as reformas de Salazar, fazem parte do mais alto patrimonio da civilização europeia. E as homenagens ao Chefe do Govêrno português acumulam-se, multiplicam-se, traduzem com eloquência o valor universal (cursiva en el original) do seu prestígio. Prestígio de Portugal e prestígio de Salazar – ambos intimamente unidos, numa fórmula sintética de ressurgimento. E o prestígio de Portugal será tanto mais sólido, tanto mais alto, quanto melhor se sinta lá fóra a plena estabilidade do seu Govêrno, a progressão serena do seu esfôrço, dentro dos mesmos princípios condutores, sob o mesmo Chefe ilustrado e consagrado no presente pelas mais belas vitórias hão-se continuar e frutificar integralmente, nas jornadas da História futura!.”21

Un hombre con prestigio y poder suficiente para reivindicar su derecho a influir en el destino de Europa. “A figura de sr. dr. Oliveira Salazar tornou-se popular no estrangeiro e o seu nome tão conhecido e repeitado como um dos maiores estadistas da actualidade, que não é raro chegarem noticias até de homenagens que, espontáneamente, os estrangeiros lhe prestam”, apunta el Diário de Notícias, poco después e comenzar la guerra en España. Asimismo, era habitual la reproducción de testimonios de intelectuales o políticos de diferentes países que emitían algún juicio elogioso sobre el líder portugués, cuyo talento político le confería un prestigio inigualable por ningún otro gobernante, según estas versiones. Para el intelectual griego N.G. Politis, amigo personal de António Ferro, el Estado Novo podía muy bien ser el referente fundamental para la construcción de un futuro Estado europeo. El escritor francés Maurice Maeterlinck, autor del prólogo de la edición francesa de los Discursos de Oliveira Salazar, dirá que aquél estaba “vacinado contra o mal”, ya que su espíritu era un “verdadeiro laboratorio” de utopías. Belinda Pogaetsky confirma desde Paris que la “grande obra patriótica” del dictador luso alcanzaba una fama mundial, mientras Raymod Recouly resalta su discrección y sinceridad a pesar de todo. Pierre Gaxotte remacha diciendo que es “uma das mais nobres figuras e dos mais profundos pensadores da nossa época!”. Era el guía que conducía a su pueblo por el camino correcto. Nada en él era imperfecto y, cuando hablaba o actuaba, lo hacía por el bien de todos. “Quando dizemos que fala Portugal

20 La União Nacional de Porto editó en 1949 un libro que recogía opiniones y testimonios de eminentes personalidades y periodistas de diversos países en la prensa internacional sobre Oliveira Salazar, entre 1928 y 1948. Cf.: Projecção de Salazar no estrangeiro (1928-1948), Porto, União Nacional do Porto, 1949.

21 Idem, n.º 2418, 14/01/19338, p. 1.

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não nos servemos apenas duma metáfora; porque quando fala Salazar fala Portugal e quando Portugal fala – o ouvem”.22

Para silenciar las críticas que dirigían muchos intelectuales o periódicos de los países democráticos europeos a Salazar por la vulneración de la neutralidad en el conflicto y su descarado apoyo a los rebeldes españoles, los diarios situacionistas los desautorizaban catalogando esos comentarios como propaganda comunista. Esta mitificación del dictador portugués, cuyo nombre era utilizado para bautizar bibliotecas en la universidad, aviones, escuelas militares o trofeos deportivos, se realizó a partir de las informaciones sobre el supuesto reconocimiento público que le tributaban individualidades, instituciones o medios de comunicación extranjeros. Las noticias de homenajes, tanto dentro como fuera de Portugal, a la figura de Oliveira Salazar eran permanentes entre 1936 y 1939. Entre otras distinciones, Salazar fue nombrado doctor Honoris Causa por la universidad católica de Fordham, en Estados Unidos, en junio de 1938, y socio honorario del Instituto dos Advogados Brasileiros un año antes. Sus méritos eran apabullantes y su forma de gobernar un ejemplo a seguir. “A Nação tem plena confiança na inteligência e na acção no sr. Presidente do Conselho porque conhece e aprecia os frutos abundantes e ricos da sua política constructiva; o estrangeiros admira e respeita a sua obra porque ela representa a prova concludente de que as nações são sempre curáveis desde que sejam bem governadas”.23 Y Portugal era un país sano en una Europa “enferma” gracias a los milagros de su dictador, según el Diário de Notícias. Opinión que el escultor danés Jean Ganguin lleva incluso más lejos afirmando que la nación peninsular era “o pais mais feliz da Europa”. Pero estos comentarios tuvieron, en algunos casos, la respuesta del reviralho en forma de amenaza por carta. El director del Diário de Notícias, Eduardo Schwalbach, recibió uno de estos anónimos mensajes por la actitud aduladora de su periódico con el Presidente do Conselho.

“O seu pasquim até mete nojo. Não se pode ser mais baixo nem mais miserávelmente adulador. Se os artigos não vêm firmados por você, são contudo, da sua responsabilidade. Nunca vi incensar tão servilmente. Pasmo do cinismo de que dá provas. Afinal quem é o Salazar?. Um astucioso como qualquer outro. Que tem êle que outro não fizesse?. Nada. Absolutamente nada. Vocês os aduladores mesquinhos são uns canalhões, mas talvez não venha tarde o tempo em que se hão-de retratar como qualquer trânsfuga. As babuseiras que você tem publicado só servem para aumentar o ódio e indignação daqueles que não sabem rastejar aos pés de qualquer ambicioso astuto. Tome cuidado com o futuro, que talvez se arrependa...”24

La prensa portuguesa jugó con el desequilibrio del contraste con respecto a España para ganarse el agradecimiento popular a un líder que había transformado y engrandecido Portugal. El comentario publicado por J. A. en el Diário da Manhã el 8 de octubre de 1936 era tan tópico como irrefutable: “Enquanto a Espanha percorre, com glória amarga,

22 Diário da Manhã, n.º 2218, 24/06/1937, p. 1.23 Diário da Manhã, n.º 2065, 18/01/1937, p. 1.24 Arquivo Oliveira Salazar / Arquivos Nacionais Torre do Tombo (AOS/ANTT), CO/PC-3G,

Carpeta n.º 1, 4ª subdivisión, hojas n.º 11 y 12. Carta anónima enviada al director del Diário de Notícias, 09/07/1937.

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á custa de mil vítimas e de mil catástrofes, a via dolorosa da Reconquista – Portugal segue a sua marcha, dia a dia mais segura e feliz, na vanguarda das nações de Europa. O Estado Novo representou para nós economia magnífica de muitas revoluções – ou, talvez, do pior de tudo: da guerra civil. Bastar-nos-á o sofrimento da Espanha actual para compreendermos o valor extrãordinário dêste benefício.”25 Por eso, Augusto Lima Júnior, en el mismo momento crítico, pedía, desde el Diário de Lisboa, la solidaridad de los portugueses con Salazar, “sentinela da civilização crista na peninsula ibérica”. “Não acredito que haja um único português, seja qual fôr o seu matiz político ou doutrinário, que não esteja integralmente identificado com o govêrno da sua pátria, nestes dias em que a torpeza bolchevista procura aviltar o nome eterno de Portugal. Haverá um único português que a esta hora não esteja solidario com Salazar?. Não!, Não acredito na existência de portugueses sem vergonha”, decía el periodista luso. Las pruebas de adhesión a la dictadura eran constantes. En la prensa portuguesa o por medio de manifestaciones que tenían una amplia cobertura informativa, Oliveira Salazar fue entronizado como el gran salvador, no sólo como el hombre que había librado a su país de una cruenta guerra civil como la española, sino también el hombre que había colocado a Portugal entre las naciones más poderosas del mundo. En definitiva, el “jefe” portugués, al que, cada año, se le rendían homenajes en el aniversario de su llegada al poder, el 27 de abril, o durante las conmemoraciones del golpe de Estado, el 28 de mayo, era, según el intelectual franquista español Eugenio Montes, el ejemplo a seguir por España.26 Y el escritor falangista Maurício Karl, apunta que, al margen de las diferencias lógicas de cada nacionalidad, España debía seguir los pasos de la Revolução Nacional portuguesa. Karl se hace cargo de lo mucho que su país debía al Portugal de Salazar, por el que el presidente de Renovación Española, Antonio Goicoechea, también expresa su más profunda admiración.

António Ferro, en el prefacio a la edición alemana de uno de sus libros de propaganda, reconoció en 1938 la influencia fundamental de la guerra en la fama y carisma de Oliveira Salazar, que consiguió crear la unidad de la sociedad portuguesa gracias al peso de su figura (sic):

“Creio não me enganar se afirmo que a revolução espanhola e a guerra civil muito contribuiram para a união de todos os portugueses em volta do seu Chefe Salazar, e para a consolidação do regime por êle creado. (...) Portugal não tem, lembremo-nos disso, nenhums outros vizinhos além dos espanhóis ; está isolado entre a Espanha e o oceano. Sente carregar sôbre si todo o pêso do poderio espanhol, do qual se desligou politicamente desde o fim do século XI, e êsse é o poderio de um grande país. Lembremo- -nos disso, pois há certos factos e certos números que sempre devemos ter diante dos olhos. Portugal é cinco vezes e meia menor do que a Espanha; a Espanha conta 22 milhões de habitantes e Portugal seis milhões e meio. (...) O exemplo da Espanha e a conspiração comunista, que felizmente falhou, prestaram a Portugal e ao seu Chefe um enorme serviço de ordem nacional e moral. Não puzeram apenas um fim à oposição e não estimularam apenas os hesitantes, mas mostraram aínda em que elevado grau foi

25 Diário da Manhã, n.º 1966, 08/10/1936, p. 1.26 El Diário da Manhã publicó en la celebración de 1938 un suplemento especial dedicado a la Revolução

Nacional de 156 páginas. Cf.: n.º 2548, 28/05/1938.

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Salazar um homem previdente, quão necessárias foram as suas reformas e que lance extrãordináriamente feliz não significava para Portugal ter conseguido levar a cabo a sua reconstrução nacional antes da implantação da república na Espanha”.27

La propaganda portuguesa, además, transforma a Portugal en un modelo para la España del general Franco, quien también reconocía, en una entrevista concedida a Augusto de Castro para el Diário de Notícias al finalizar la guerra, que era un admirador de Oliveira Salazar. Declaración que era la confirmación de otras afirmaciones suyas anteriores en las que mostraba su intención de construir en España un Estado parecido al portugués.28

La imagen de Franco se construye precisamente a partir de su devoción por el Estado Novo.29 El comandante de las fuerzas rebeldes se convierte, así – y con mayúsculas – en el salvador de España, el hombre que había lanzado el grito de guerra para impedir el avance de los “bárbaros” de Moscú con la ayuda de Salazar. Franco era, probablemente, después del Presidente do Conselho, el hombre que estaba más en boca de los periodistas de la prensa salazarista. De las informaciones publicadas por la prensa portuguesa deducimos que su imagen ante la sociedad lusa era la de un triunfador querido por su pueblo. Además de su archipromocionada condición de general más joven de Europa, la prensa lusa lo veía como un hombre cabal con madera de líder, serio pero con sentido del humor, humano, inteligente, responsable y sensible con los problemas de los desfavorecidos. Para que se vea cuán sensible es el oficial español, O Século informa que el general Franco indultó a marineros sediciosos (sic) con el Movimiento, el Diário de Lisboa nos cuenta que el Generalísimo recorrió los barrios pobres de Sevilla preocupado por las condiciones de vida de los españoles,30 y A Voz relata, el 9 de junio de 1937, que Franco decidió repatriar a sus respectivos países a los prisioneros de las Brigadas Internacionales, a los que trata humanamente y les muestra lo bien que se vive en la zona sublevada. Éstos, según A Voz, se dieron cuenta entonces de que fueron engañados por los “comunistas” para combatir con el bando leal. “Na verdade a repatriação dos prisioneiros apanhados á Brigada Internacional foi um acto de grande inteligencia de Franco. Não podia encontrar melhores defensores da sua causa no estrangeiro que esses homens, que certamente esperavam, ao renderem-se, encontrar-se dentro de pouco (...) ante o pelotão executor...”, explica el periódico católico.31 Su rostro ocupaba frecuentemente un espacio entre las páginas que la prensa portuguesa dedicaba a la guerra, cuyos pies lo encumbraban como el militar más ilustre de Europa.

27 AOS/ANTT, CO/PC-12, Pasta n.º 1, 19ª subdivisión, hojas n.º 47-52. “Actividade informativa e de propaganda do Secretariado de Propaganda Nacional (1933-1943). Prefacio de António Ferro a la edición alemana de uno de sus libros, sin especificar (1938).

28 Cf.: Diário da Manhã, n.º 1940, 12/09/1936, p. 1.29 Sobre la imagen mitificada del general Franco durante la Guerra Civil, véanse: Preston, Paul, Franco.

“Caudillo de España”, Barcelona, Grijalbo-Mondadori, 2.ª edición, 1994, pp. 187-403; Tusell, Javier, Franco en la Guerra Civil. Una biografía política, Madrid, Tusquets Editores, 1992; Rey García, Marta, “La creación de la imagen de Franco y su nuevo Estado en Norteamérica”, in: Anuario del Departamento de História, n.º 5, Madrid, Universidad Complutense, 1993, pp. 57-69.

30 Cf.: Diário de Lisboa, n.º 5897, 23/04/1939, p. 2.31 A Voz, n.º 3696, 09/06/1937, p. 1.

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Las cualidades militares y políticas del Generalísimo no dejaban lugar a dudas para los medios de comunicación portugueses. Reunía todas las características de un “Jefe” para España, un país en manos de la anarquía y la violencia del comunismo que necesitaba aplicar el modelo portugués. Nadie como el Generalísimo conocía su país y sabía cómo devolverle la gloria de otros tiempos, tal y como había hecho el dictador de Coimbra en Portugal. La prensa portuguesa lo veía como un ser predestinado para dirigir el resurgimiento de España siguiendo el camino de Salazar. No en vano, el perfil biográfico que se trazaba del general Franco era bastante parecido al del Jefe del Estado Novo: austero, no fuma ni bebe, puntual, completamente sumergido en su trabajo, culto, gran lector y orador... Las noticias que hablaban de su carisma y veneración entre la población española lo catapultaban, definitivamente, al Olimpo de los elegidos para gobernar durante largos años. Con cierta frecuencia, las publicaciones lusas informaban sobre aclamaciones populares al Caudillo.32 Cada vez que iba al frente recibía el aplauso de todos. El “libertador” de España era una especie de Mesías que trabajaba en silencio y sin pausa por el “bien” de todos. Su rectitud y seriedad, no le impedían, sin embargo, emocionarse en medio de las multitudes con cada nuevo éxito militar. Además, su prestigio no tenía límites y, por eso, le rendían homenajes incluso los musulmanes, según informaban los diarios portugueses.33 Según informa A Voz en abril de 1937, 1200 peregrinos llegaron a Sevilla desde la Meca para rezar por el líder de los rebeldes. El pintor Jorge Colaço no desaprovecha la ocasión para alzar al Generalísimo al pedestal de la gloria:

“(...) Para que esses mil e duzentos peregrinos, esquecendo lutas, tradições e preconceitos religiosos, e arrostando, pelo menos, com o despresso com que certamente seriam recebidos na sua terra em circunstancias normais, venham da Méca a Sevilha homenagear um chefe cristão, é precisso estarem bem convencidos de que o generalissimo espanhol, mais do que o seu valor militar incontestado, possue as tres virtudes com que um chefe cristão pode convencer um moiro: uma firmeza absoluta de convicções religiosas; um insofismavel espirito de justiça, e um alto sentimento de bondade. O gesto desses mil e duzentos peregrinos vindos da Méca, que neste caso traduzem o sentir de milhares de moiros da zona espanhola de Marrocos, é um testimonio evidente do altissimo prestigio do generalissimo espanhol, e explica o motivo porque as tropas moiras, junto dos nacionalistas, como eles, lutam e morrem pela Espanha. Enquanto êssas três virtudes exemplificadas pelo generalissimo Franco, penhor da redenção de Espanha, forem para os moiros o que parece indicar, o gesto singular dos peregrinos, as intrigas e as insidias dos inimigos da zona espanhola de Marrocos, serão como a espuma do mar que se desfaz aos pés das suas fortalezas”. 34

El general Franco estaba, pues, por encima del bien y del mal. Su liderazgo y sus incuestionables virtudes parecían otorgarle el mismo estatus social que el del dictador portugués, a quien la prensa lusa veía como “(...) a voz da razão num Mundo que teima

32 Cf.: O Século, n.º 19597, 04/10/1936, p. 1. O Século informa que en Vigo se realizó una “grande manifestação” en honor al general Franco. Durante la celebración, el personal que trabajaba para El Pueblo Galllego entregó al comandante militar de la ciudad olívica 720’70 pesetas como resultado de una suscripción interna para el ejército “salvador”. O Século, n.º 19850, 21/06/1937, p. 4.

33 Cf.: A Voz, n.º 3644, 17/04/1937, pp. 1 y 6.34 Cf.: Idem, ibidem.

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enlouquecer”, según la expresión del Diário da Manhã. Cuando acabó la guerra, el dictador portugués y el Generalísimo fueron vitoreados como los grandes “salvadores” de la Península Ibérica. El Presidente de la Câmara Municipal de Porto, Mendes Corrêa, así lo declaró públicamente en el consulado de España durante un acto conmemorativo de la victoria franquista: “Levantemos bem alto os corações neste dia de Festa para Espanha e para Portugal. Venceu por fim a Verdade contra a Mentira. Venceu por fim e para sempre a Honra contra o crime. Venceram os Bons contra os maus. Nesta hora de glória e de vitória resplandecente, ergamos muito alto e atravez de todo o mundo a nossa saudação e a nossa homenagem a duas figuras salvadoras: a Franco e a Salazar (...).”35

El poeta portugués Joaquim Monteiro, admirador del general español envió a la embajada de los agentes rebeldes en Lisboa un extenso poema en el que pide a los españoles que se arrodillen y recen por su Jefe, que, según él, los estaba salvando del caos más absoluto. Franco significada el orden, la cordura y la bondad. Era el “(...) novo Cid para a cruzada da reconquista (...), señalaba entonces el Diário de Notícias. Los versos de Monteiro lo ensalzaban hasta el punto de santificarlo sin el más mínimo rubor:

“(...) Podeis erguer um monumento A Franco restaurador Foi quem salvou a Espanha Com auxilio do Senhor; Defendeu seu nobre povo Este santo salvador. (...) Entregai ao vosso Franco O destino da Nação Porque Franco sempre teve Brioso juizo são; Podeis deste confiar O que está em vossa mão. (...)”36

Estos versos pertenecen a una extensa oda de 28 estrofas. Algunos de sus pasajes son tan exagerados que no es fácil leerlos sin sentir una cierta sensación de ridículo. Sin embargo, si atendemos a las informaciones que los periódicos portugueses más importantes publicaban sobre el Caudillo español, resulta comprensible su seducción por el personaje y el devoto tono poético hacia el general Franco, un líder que seguía la senda de Salazar, que también tenía quien le dedicase libros y poemas en la prensa lusa. En este sentido, Freitas Soares, que escribía en la sección poética de la revista Aviz, había hecho de Salazar y Franco sus principales motivos de inspiración.37 La poesía era, por tanto, también un terreno abonado de propaganda.

35 O Primeiro de Janeiro, n.º 85, 29/03/1939, p. 1.36 Archivo General de la Administración (AGA), Exteriores, caja n.º 6641, “Poesias dedicadas ao Grande

FRANCO”, de Joaquim Monteiro.37 Cf.: Aviz, año I, n.º 1, marzo de 1938, “Secção Poética”, s.p.; idem, n.º 2, abril de 1938.