Upload
hoangdung
View
219
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
Ficha de Caracterização de Trabalho
Título: Evolução e Impacto do Open Source
URL: http://student.dei.uc.pt/~jpferr/gsi/Portfolio%20template_files/Trabalho2.pdf
Data: 13 Novembro 2006
Esforço: 40 h
Motivação: Saber um pouco mais acerca do Open Source. Os seus criadores. A sua
evolução. Saber adoptar um software open source. O impacto actual e a tendência futura.
Aprendizagem: Aprofundamento do conceito Open Source, as suas vantagens, a sua
evolução e o surpreendente impacto em grandes empresas internacionais. Aprendi
também um modelo possível de migração para uma solução de software open source.
Conteúdos: Software Livre vs Código Aberto, o conceito de desenvolver livremente, a
evolução do open source, o impacto do open source, simulação de uma adopção de
software open source.
Futuro: Tentar aproveitar ao máximo os conhecimentos adquiridos e aprofundados
durante a elaboração deste artigo e tirar proveito deles para o correcto uso/migração
de/para uma solução Open Source.
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
EVOLUÇÃO E IMAPCTO DO OPEN SOURCE Por João Pedro Monteiro
DEI - FCTUC Email: [email protected]
Sumário..Apresenta-se as noções básicas de Open Source. Dá-se um breve
esclarecimento sobre a distinção, ou não, entre software livre e código aberto. Fala-se um
pouco sobre o conceito de desenvolver livremente. Descreve-se a evolução e o impacto
do Open Source e apresentam-se as suas vantagens. Mostra-se ainda um exemplo de uma
adopção de software Open Source e alguns perigos.
Palavras-chave. Open Source, Software Livre, Código Aberto, Desenvolver
Livremente, Evolução, Impacto, Adaptação.
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
INTRODUÇÃO “GNU1 is not in the public domain. Everyone will be permitted to modify and redistribute
GNU, but no distributor will be allowed to restrict its further redistribution. That is to
say, proprietary modifications will not be allowed. I want to make sure that all versions
of GNU remain free” (Stallman2, 1985).
A dinâmica do Open Source 3(código aberto/software livre) é dos mais recentes e
interessantes fenómenos no cenário da informática (e que ultrapassa as suas próprias
fronteiras), gerando um nível de interesse similar aos dos primeiros momentos da Internet
comercial. O conceito de Software Livre surgiu em 19834 e ganhou uma maior
divulgação recentemente. Os mais de 20 anos de evolução permitiram o avanço em
diversos aspectos: técnico, político-estratégico, adaptação às necessidades dos
utilizadores, qualidade, segurança, etc. Esta evolução é resultado de um conjunto
heterogéneo de eventos, actores e perspectivas. Na verdade, trata-se de um processo
evolutivo, cujos caminhos ainda estão a ser percorridos.
Este processo colectivo interrelaciona-se de forma muito intensa, criando grandes
comunidades de prática, em que há empenho em torno de um domínio comum no qual,
em alguns casos, ocorre a socialização de conhecimento e de práticas. Esta dinâmica
envolve o desenvolvimento de software (e de material relacionado, como documentação),
difusão, estímulo e apoio ao uso de software livre, que chega até uma visão e acção
empresarial, que encontra no software livre uma importante opção de crescimento.
Os princípios do Open Source fundamentam-se nas premissas básicas de
liberdade de expressão, acesso à informação e do carácter eminentemente colectivo do
conhecimento, que deve ser construído e disponibilizado democraticamente e não
privatizado. Dentro do modelo de Software Livre, o software é somente mais uma forma
de representação ou de organização do conhecimento e, por isso, um bem comum. Como
tal, a sua difusão e uso devem ser livres.
1 GNU significa “GNU is not Unix”. http://www.gnu.org/ 2 Richard Matthew Stallman (Manhattan, 16 de Março de 1953), fundador do movimento “free software”, do projecto GNU e da Free Software Foundation 3 http://www.opensource.org/docs/definition.php 4 O software surgiu livre e rapidamente se transformou em negócio proprietário.
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
Para que estes princípios sejam efectivamente respeitados, existem alguns
requisitos como o acesso ao código fonte dos programas e liberdades concedidas aos
utilizadores dos mesmos.
De forma resumida, entende-se por Software Livre todo o software que oferece ao
utilizador, através do seu esquema de licenciamento, as condições de uso, reprodução,
alteração e redistribuição dos seus códigos fonte. Também é importante destacar que o
modelo de desenvolvimento e o de disponibilização do software são características que
distinguem o software livre do proprietário.
Os defensores do movimento Open Source afirmam que não se trata de algo
anarquista/anti-capitalista, mas de uma alternativa ao modelo de negócio para a indústria
de software. Esta alternativa não gira em torno de regras económicas ortodoxas, mas vai
além e questiona princípios, inclusive dos modelos económicos. Algumas empresas
comerciais como IBM, HP, Intel, Dell, entre outras, têm investido no software de código
aberto, unindo os seus esforços para a criação do Open Source Development Lab
(OSDL5), instituição destinada à criação de tecnologias de código aberto.
A grande força do software livre está no potencial de cooperação para depuração
colectiva, capaz de neutralizar pressões de mercado e políticas e melhor dominar
complexidades.
Os detractores do movimento Open Source, alegam que este movimento é um
entrave para o desenvolvimento de novas tecnologias, por não levar em conta a
propriedade intelectual do criador.
5 http://www.osdl.org
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
UM BREVE ESCLARECIMENTO
Na introdução foram usados os termos “software livre6” e “open-source”
indiscriminadamente e, aparentemente, sem qualquer distinção. Ambos os termos
traduzem a mesma filosofia: uma comunidade unida em torno de um bem partilhado – o
código fonte. Apesar desta filosofia ter sido originalmente associada ao termo software
livre (free software), o termo open source é mais apelativo do ponto de vista comercial,
pelo que depressa foi adoptado por empresas e organizações, resultando numa
popularização do conceito.
O termo código aberto (ou open source) é, em princípio, uma categoria que
enfatiza apenas a abertura dos códigos dos programas. Assim, seria um conceito diferente
do de software livre porque os princípios de liberdade não deveriam ser necessariamente
observados. Entretanto, há autores que usam o termo código aberto como sinónimo de
software livre, não fazendo distinção categórica entre eles (European Comission, 2000).
Muitas vezes, o open source é interpretado como sinónimo de software “à borla”,
gratuito ou freeware. Nada de mais enganador! Não se trata de software grátis, mas sim
de partilhar. Partilhar conhecimento, partilhar experiência, partilhar o gosto e o prazer
intrínseco à aprendizagem e à convivência.
O CONCEITO DE DESENVOLVER LIVREMENTE
A ideia de que o Open Source é domínio público (porque o que está em domínio
público pode ser transformado e apropriado e, assim, não valem os direitos de autor) é
um diferencial importante que leva à criação de toda uma categoria de licenças. É preciso
garantir que o produto/conhecimento desenvolvido sob o abrigo do software livre não
venha a ser apropriado. O conhecimento deve então nascer e se desenvolver livre.
Resumidamente, seriam quatro as categorias de liberdade a serem preservadas:
• liberdade para executar o programa para qualquer fim, em qualquer ponto e a
qualquer tempo;
6 http://www.fsf.org
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
• liberdade de estudar o funcionamento do programa e adaptá-lo às necessidades
de quem o estuda;
• liberdade de redistribuição de cópias;
• liberdade para melhorar o programa e publicar as melhorias.
Um programa é considerado “livre” se os usuários dispõem de todas essas
liberdades7. Caso contrário, poderá ser, no máximo, código aberto.
O GNU é uma demonstração da contestabilidade dos mercados de software. Sem
quebrar direitos e sem ferir legislações alterou-se uma trajectória institucional de
organização da indústria e instituiu-se uma trajectória paralela, similar em seus princípios
técnicos e tecnológicos, mas diferente na sua organização. As formas descritas em "The
Cathedral and the Bazaar", por Eric Raymond8, são modelos organizacionais
efectivamente diferentes: uma, hierárquica, controlada no interior do projecto ou da
organização; outra, não hierárquica, conduzida pelas comunidades de software livre.
Ambas com regras e “códigos” de conduta próprios: uma baseada nos ganhos de
propriedade, outra baseada no trabalho e uso colectivos.
Essa seria a essência do Software Livre. A sua origem tem motivações
ideológicas (as declarações de Stallman no seu Manifesto9 e em várias entrevistas e
escritos comprovam isso), a sua proposta altera substantivamente as condições nas quais
um programa de computador pode ser desenvolvido e, mais que isso, utilizado.
O seu desenvolvimento, ao longo dos últimos vinte anos, tomou vários rumos,
mas a sua maior expressão prática foi e ainda é o Linux, um sistema operativo que
disputa espaço com os sistemas operativos proprietários mais difundidos no mundo,
como são os casos do Windows, Windows Server, Unix, Novell. Daí a sua grande
importância para o entendimento da dimensão económica do Software Livre.
Nas palavras de Eric Raymond, o “Linux é subversivo”. E de facto o é, em vários
sentidos.
7 http://www.gnu.org/philosophy 8 Eric Steven Raymond (4 de Dezembro, 1957 em Boston, Massachusetts), autor de “The Cathedral and the Bazaar”. Um ícone no movimento do Open Source e do software livre, é responsável pela famosa frase: "Havendo olhos suficientes, todos os erros são óbvios" 9 http://www.gnu.org/gnu/manifesto.html
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
Ao se tomar as características de uma licença de Código Aberto dada pela Open
Source Initiative – OSI10, tem-se o seguinte conjunto de princípios:
? Redistribuição Gratuita
? Código fonte
? Trabalhos Derivados
? Integridade do código de Autor
? Sem discriminação a pessoas ou grupos
? Sem discriminação a áreas de pesquisa/trabalho
? Distribuição de Licença
? Licença não deve ser específica a um produto
? Licença não deve restringir outro programa
? Licença deve ser de tecnologia neutra
Se um software developer desejar criar um novo software utilizando “bocados” de
software originalmente apresentados com uma licença de código aberto, poderá, a seu
exclusivo critério, utilizar qualquer outra licença, inclusive uma que não outorgue
nenhum daqueles direitos originais (liberdade de utilização, cópia, modificação e
redistribuição). É o que tradicionalmente se denomina “fechar” o código.
Esta situação não deve ocorrer se o software tiver sido originalmente apresentado
com uma licença de software livre (como a General Public License, GPL), pois os
direitos originais outorgados aos usuários devem, supostamente, ser propagados para
todas as novas versões e trabalhos derivados criados a partir daquele original, impedindo
que se “feche” o código. Nada impede que o próprio autor resolva, em algum momento,
colocar o seu desenvolvimento numa outra licença, menos restritiva que aquela
inicialmente registada. O direito de autor sempre se sobrepõe, pelo menos no plano legal,
aos muitos tipos de licenças que hoje são utilizadas em software livre.
10 http://www.opensource.org/docs/definition.php
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
EVOLUÇÃO
Em um dos mais sérios estudos (incluindo pesquisa de mercado) já elaborados
sobre Open Source Software (OSS), realizado em Março de 2004 pelo Delphi Group, este
instituto organiza a história deste movimento em três fases. Segue um resumo analítico:
1. Open-Source 1.0 (Software Gratuito e Aberto)
Esta fase iniciou-se com movimentos de "hackers" do fim da década de 70 e
seguiu-se pela instituição bem sucedida do GNU Project e da Free Software Foundation,
com representantes iniciais de sucesso como o Apache, Linux e My SQL. Finalmente, no
final da década de 90, veio o sucesso da Apache Software Foundation, com as suas leis e
princípios conhecidos por "Foundation Bylaws", criados para fomentar projectos Open
Source cooperativos.
Apesar de ter tido pouca atracção comercial, esta fase fundamental permitiu que
mais empresas adoptassem projectos de software devido à diminuição do "custo de
entrada" na tecnologia (com a eliminação dos licenciamentos iniciais), e ainda promoveu
diminuição de custos em softwares proprietários concorrentes.
Porém, a necessidade da formação e da internalização de especialistas em todas as
tecnologias Open Source tornaria este movimento limitado e com poucas hipóteses de
penetrar no actual mundo dos negócios, caso não surgissem opções comerciais de
serviços especializados, na fase 1.5, descrita abaixo.
2. Open-Source 1.5 (Software Gratuito e Aberto; Serviços Comerciais)
Esta fase inicia a profissionalização e catapulta a importância do Open Source
para a indústria em geral. Os serviços de manutenção e suporte de "matéria-prima" Open-
Source são oferecidos comercialmente, mas o software permanece gratuito. A
diferenciação não vem do software em si, mas dos serviços em torno do mesmo.
Empresas como JBoss Group e Redhat inserem-se neste modelo. Esta fase não corrigiu o
problema do alto custo de propriedade, por meio de pessoal interno fazendo montagem,
integração, especialização e acabamento final, como na primeira fase.
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
Ainda nesta fase começou um esboço de modalidades de licenciamento de
produtos Open-Source que o Delphi Group chama de "Insfrastructure Stack" para o OSS.
Ou seja, uma plataforma integrada e organizada que diminui a interface do cliente com a
miríade de componentes Open Source, permitindo assim a sua assimilação de forma mais
rápida e gerenciável pelas empresas.
Ao final desta fase (iniciada por volta de 2001), na primeira geração de produtos
comerciais Open-Source, um dos primeiros produtos de "Open-Source Stack" foi o
Internet Application Plataform (IAP), com base tecnológica Open-Source, conhecida
como LAMP: Linux, Apache, MySQL, PostGreeSQL, PHP e Pearl. Este produto oferecia
a base de funcionalidades contida em produtos comerciais tais como SunOne, IBM
WebSphere, BEA Weblogic ou Oracle iAS, que também usam insumos Open-Source,
porém não repassam estas vantagens de licenciamento para os seus clientes. Mas o IAP
não era robusto para atender às necessidades dinâmicas do eBusiness actual, e seria
preciso "subir o nível de abstracção" do Stack, incluindo suites mais completas.
Com produtos incompletos, a permanência de um considerável "Custo Total de
Propriedade" persistiu na fase 1.5, apesar da diminuição do "Custo de Entrada", ou
"Custo Inicial do Licenciamento", como evidenciado pela pesquisa do Delphi Group:
57% das empresas apontaram "Baixar o Custo Total de Propriedade" como primeiro
objectivo na sua estratégia Open-Source, enquanto 17% apontaram "Evitar Ficar Preso ao
Fornecedor" e somente 7% apontaram "Baixar o Custo de Aquisição"!
3. Open-Source 2.0 (Software Aberto; Qualidade Comercial)
Segundo o Delphi Group, para que softwares Open-Source sejam adoptados pela maioria
dos consumidores de softwares comerciais, e finalmente entrem na "missão crítica" das
empresas, rivalizando com os grandes fornecedores, é necessário que demonstrem um
padrão de qualidade compatível com estes últimos e ofereçam algumas vantagens
intrínsecas num modelo de "comercialização" (sim, comprar também tem suas
vantagens!), tais como repasse de riscos e compromisso "contratual e legal" por parte de
fornecedores com relação à qualidade do que oferecem.
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
Na pesquisa do Delphi Group, 70% das empresas citaram a necessidade de
soluções Open Source "embaladas comercialmente", com qualidade compatível com os
seus concorrentes comerciais, como factor decisivo para a sua opção por esta nova
modalidade. Considerando isso e mais a relação de 10 para 1 entre "Baixar o Custo de
Propriedade" x "Baixar o Licenciamento Inicial", o Delphi Group concluiu que o futuro
do Open-Source está num balanço de licenciamento que, através de uma "fina camada
comercial" (fracção do preço dos produtos fechados), ofereça o melhor dos dois mundos
ao Cliente, o modelo chamado "Managed Open-Source" (Open-Source Gerenciado).
Modelo de Licenciamento "Open-Source Gerenciado" (Managed Open-Source11)
O modelo "Managed Open-Source" é o modelo mais recente e com ele substituiu-se
iniciativas de grandes fornecedores, em dezenas de casos em grandes empresas públicas e
privadas. Este modelo de licenciamento compõe-se das seguintes linhas mestras pelo
Delphi Group:
- Responsabilidade do fornecedor pela pré-integração de componentes OSS
"matéria-prima", de diversos projectos como ASF ou SourceForge, incluindo
homologação, testes e verificação automática de integração (check-sum
verificável do ambiente).
- Entrega de versões homologadas e releases intermediários em CD de instalação,
oferecendo o ambiente "pronto para uso" (out-of-box), imediatamente funcional
para que o Cliente codifique, imediatamente, os seus objectivos de negócio.
- Especializações com alto valor agregado, incluindo grande quantidade de código
Java, JSP, XML, CSS, Javacript, recursos de “última milha”, que não se
encontram contempladas em nenhum dos componentes integrados.
11 Managed Open Source http://citysoft.com/index.cfm?fuseaction=page.viewPage&pageID=545&nodeID=1
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
- Liberação de acesso a todos os códigos fontes e inclusive documentos da
metodologia, com direitos a actualização.
- Fórum e Suporte com qualidades comerciais, inclusive com opção 24x7.
- Testes e homologação de soluções específicas dos clientes, com possível
incorporação futura e manutenção da compatibilidade.
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
VANTAGENS DO USO DO OPEN SOURCE
As razões por trás da ampla adopção de softwares Open Source nas corporações
têm componentes de ordem estratégica e táctica.
Pelo lado estratégico, o facto destes softwares serem abertos dá algumas
importantes garantias para a corporação, principalmente garantias de continuidade da
solução e independência de fornecedores. É muito comum que fornecedores de software
comercial adoptem estratégias de "obsolescência programada" dos seus sistemas, com a
justificativa de actualização tecnológica, mas que em geral envolvem custos adicionais de
licença. A disponibilidade do código fonte de softwares Open Source garante que a
solução possa ser mantida por decisão estratégica da corporação, e não pelos seus
fornecedores. Além disto, os softwares Open Source sempre adoptam protocolos e
interfaces abertas, o que garante a interoperabilidade e independência.
Pelo lado táctico, temos uma redução do TCO (custo total de propriedade) da
solução, devido à inexistência de custos de licenciamento e a requisitos menores de infra-
estrutura de hardware; maior qualidade do software, demonstrada pela sua robustez e
segurança e o problema do controle de inventário fica bastante reduzido, já que softwares
Open Source não têm licença de utilização.
Em seguida apresentam-se algumas das vantagens do uso corrente de software
Open Source:
1. Redução de custos:
Particularmente atraente para empresas, utilizadores individuais e administração
pública num contexto em que o orçamento dispendido em software e tecnologias de
informação é cada vez mais acrescido.
2. Qualidade do código.
Os métodos de desenvolvimento de open source produzem melhor código, pois não
são estanque.
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
3. Liberdade de software.
Os resultados são melhores quando o uso de software é livre, pois as restrições na
distribuição e modificação do programa não facilitam o seu uso, interferindo na
criatividade do seu melhoramento e evolução.
4. Liberdade de informação.
Enquanto importante factor, a informação plural e fidedigna, e o seu devido uso,
torna-se um instrumento que poderá contribuir para a efectiva melhoria do software.
5. Resolução de problemas.
O número acrescido de pessoas a trabalhar em open source permite de modo mais
célere e eficaz a resolução de problemas, como a detecção e eliminação de vírus
informáticos e outros problemas.
6. Estatuto.
É reconhecido o alto grau de competências e aptidões dos programadores pela
comunidade de utilizadores em open source, à medida que este se torna mais
complexo e competitivo.
7. Conhecimento técnico.
Domínio de várias linguagens e de um leque variado de software.
8. Aprendizagem.
Elemento contínuo e permanente que se desenvolve com o uso de um software em
permanente mudança.
9. Partilha e Cooperação.
Sistema de cooperação voluntário sem contrapartidas, que contribui para o bem-estar
da comunidade de utilizadores.
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
IMPACTO
Para quem “se move” no domínio das Tecnologias de Informação, seja como
utilizador, seja como profissional, será difícil hoje poder ignorar o que se designa por
Open Source. Este fenómeno merece as atenções das grandes empresas analistas, como a
Gartner12 e a Forrester13, que referem tendências de crescimento significativas. O
interesse nas soluções Open Source tornou-se ainda inquestionavelmente global. Vários
países, regiões e organismos referem o recurso a este tipo de soluções nas suas directivas
estratégicas. Tal é o caso, a mero título de exemplo, da Alemanha, Suíça, Espanha,
China, Austrália, Brasil, e Estado do Texas. Alguns países vêem no Open Source uma
oportunidade importante de desenvolvimento local de uma indústria de software, tal
como se verifica no Brasil, China, Coreia do Sul, Japão, Chile ou Malásia.
A título de exemplo seguem-se vários casos de projectos de sucesso a nível
mundial de Open Source Software:
- Mozilla Firefox: Navegador Open Source desenvolvido pela Mozilla
Foundation.
- Apache HTTP Server: Por Brian Behlendorf e Cliff Skolnick. Actualmente o
servidor Apache é utilizado em mais de 50% dos servidores web do mundo.
- Perl: A linguagem de programação Perl foi concebida oficialmente em 1987 por
Larry Wall. Porém, só em 1989, com o lançamento da versão 3.0, licenciou-se sob a GPL
(GNU General Public License). É a ferramenta responsável pela maioria do "conteúdo
dinâmico" na World Wide Web.
- Linux: É um dos exemplos mais famosos de software Open Source. Este sistema
operativo vem sendo desenvolvido e aprimorado desde 1991, quando Linus Torvalds
disponibilizou o seu código na Internet e licenciou-o sob a GPL14.
Mais surpreendente ainda, são os casos das empresas top que se listam em
seguida: 12 http://www.gartner.com/ 13 http://www.forrester.com/my/1,,1-0,FF.html 14 GNU General Public License (Licença Pública Geral)
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
- NASA: A NASA conduz a pesquisa e o desenvolvimento em software tecnológico como resposta essencial às necessidades das suas missões. A NASA tem diversas opções para a liberação de tecnologias de software. Estas opções incluem agora a liberação de software open source. As motivações são as seguintes:
? Aumentar a qualidade de software através da revisão por parte dos
intervenientes; ? Acelerar o desenvolvimento de software através do contributo dos
intervenientes; ? Maximizar a consciência e o impacto da pesquisa da NASA; ? Aumentar a disseminação do software da NASA.
- Microsoft: Depois do acordo com a Novell, Steve Ballmer admitiu prosseguir a
aproximação ao “reino do Pinguim”. Em entrevista ao Economic Times da Índia, o
administrador da Microsoft voltou a surpreender com uma nova visão sobre as aplicações
de código aberto (open source), onde refere que a gigante do software gostaria de
estender este tipo de parcerias a qualquer empresa que distribui Linux na versão Red
Hat.15
Uma outra informação bem actual que ilustra bem o impacto do Open Source é a
notícia de 11 de Outubro de 2006 onde a Comissão Europeia (CE) seleccionou um
consórcio liderado pela Unisys Bélgica, subsidiária da Unisys Corporation, para a criação
e gestão do novo Open Source Observatory and Repository (OSOR). O consórcio
vencedor inclui, também, o Instituto de Investigação Económica e Inovação Tecnológica
de Maastricht, o GOPA Cartermill e a Universidade Rei Juan Carlos.
O serviço que se vai desenvolver a partir deste projecto consiste num portal que
permitirá às administrações públicas europeias armazenar, centralmente, e partilhar o
código de software e as aplicações, bem como trocar recursos e conhecimento. Esta
colaboração está orientada para permitir às administrações dos estados membros da UE
melhorar o retorno dos seus investimentos em tecnologias da informação e tornar as suas
aplicações mais inter-operáveis.
O OSOR é um repositório comum que, para além do código fonte e do código
objecto, disponibiliza informação sobre o uso de aplicações, as diferentes versões do
15 Fonte: Exame Informática
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
software, licenças de código aberto e material relacionado com contratos. Dentro deste
portal, as administrações dos estados membros, ainda, poderão partilhar conhecimento e
experiência sobre as suas diferentes aplicações de código aberto.
A CE prevê que o OSOR fomentará a utilização do software, entre os vários
organismos públicos, e o desenvolvimento de projectos comuns – por exemplo, para e-
procurement, interoperabilidade entre aplicações ou o reconhecimento mútuo dos
diversos formatos de identificação dos cidadãos. A partilha e reutilização de aplicações
pode ter um impacto económico significativo, na medida em que as administrações
públicas podem economizar nos investimentos e apoiar-se em experiências de sucesso de
outros organismos.
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
ADOPÇÃO DE UMA SOLUÇÃO OPEN SOURCE – UM EXEMPLO
Se se pretender enveredar por um solução Open Source, deve-se fazer uma
experimentação e uma adopção gradual, não seguindo uma metodologia de “big bang”. É
natural que possam coexistir soluções Open Source e soluções proprietárias. Existe já
uma vasta panóplia de possibilidades de migração, já experimentada por outros, existindo
mesmo várias empresas com experiência real nestas migrações. Em geral, estarão
dispostas a ajudar dentro do espírito Open Source, dando suporte em troca de suporte.
Deve-se ter em conta que a migração para Open Source não é um exercício puramente
tecnológico, visto haver pessoas envolvidas.
É útil olhar para as componentes de um sistema informático, onde se pretende
adoptar Open Source, arrumadas do seguinte modo:
- Servidores de serviços (name services, mail, web access, file&print, etc.)
- Servidores aplicacionais
- Office, browsers, mail, agendas
- Computadores individuais
- Software base: GIS, Workflow, ArquivoDigitalDocumentos (DMS), etc
- Aplicações: específicas do negócio , ERP's, RH's, etc.
- Bases de dados (SGBD's)
É sensato começar pelos servidores numa avaliação experimental ou numa
migração gradual. Os servidores constituem uma área onde a experiência com soluções
Open Source é extensa e os produtos muito testados. Além disso, a migração a nível de
servidores não deverá afectar directamente os utilizadores; em limite “não darão por
nada”, visto que o ambiente de trabalho do lado cliente se mantém inalterado.
Assim, é normal começar pelo que se designa de servidores de serviços, sobretudo
se se atender ao nível de importância e grau de risco que estes apresentam para a
continuidade do negócio.
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
Também a passagem dos servidores “de Internet e intranet” para soluções Open
Source é globalmente segura com experiências bem documentadas a nível mundial (por
exemplo, Amazon16).
A migração para Open Source dos servidores de aplicações é algo condicionada à
existência dos produtos e aplicações usadas no organismo neste novo ambiente. Existe já
um elevado número de produtos proprietários nestas condições (ex. Oracle, ou DB2 sobre
Linux). Se existe alguma aplicação crítica que não funcione sobre Open Source (por
exemplo, um programa de Recursos Humanos não corre sobre Linux) deverá manter-se
um servidor com sistema operativo proprietário coexistindo com os servidores Open
Source. Isso não constitui problema especial excepto ter de manter dois tipos de
administração.
Na estratégia de avaliação ou migração gradual, começando pelos servidores, é
também possível e seguro, por exemplo, “ir passando” file/print servers para Linux, ex.:
utilizando um software open source do tipo Samba, e ao mesmo tempo conservar os
desktop’s com Windows.
No que respeita especificamente ao sistema operativo, os desktop’s constituem
sem dúvida a área mais delicada quando se equaciona a mudança, por exemplo, para
Linux. Quanto mais não seja porque facilmente se põem em jogo dezenas ou centenas de
utilizadores finais, habituados ao Windows que, provavelmente, também usam em casa.
No entanto, a utilização de Linux a título pessoal tem vindo a aumentar
significativamente nos últimos anos. Este acréscimo deve-se sobretudo à melhoria do
interface gráfico, que facilita a instalação e utilização a "não informáticos" e também ao
aumento do número de jogos multimédia e outras aplicações de interesse geral.
Em relação às ferramentas Open Source de gestão de agendas, não se atingiu em
geral ainda a maturidade de algumas soluções proprietárias embora a situação esteja a
evoluir muito rapidamente. Sugere-se então uma migração faseada, em que são migrados
primeiros os softwares de produtividade, mantendo o sistema operativo habitual. Pode-se
considerar, por exemplo, a suite OpenOffice17, correndo sobre Windows, que apresenta
uma compatibilidade elevada com o MS-Office. A conversão dos utilizadores faz-se em
16 http://www.amazon.com 17 http://pt.openoffice.org
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
geral sem grande dificuldade. Dado ser um produto gratuito, será interessante fomentar o
seu uso doméstico pelos utilizadores. O mesmo se passa com o browser pois há
alternativas Open Source de qualidade. Por exemplo o browser Mozilla18, correndo ainda
sobre Windows.
Quanto à migração do próprio "sistema operativo" do desktop para uma solução
Open Source é um problema para o qual existem boas soluções, mas que exigem
cuidados especiais na selecção e planeamento da implantação. Sobretudo porque a falta
destes cuidados pode originar a rejeição por parte dos utilizadores finais, desacreditando
assim a solução e consequentemente a adopção de uma solução Open Source.
As bases de dados são repositórios críticos de negócio levantando por isso
instintivamente reservas quanto a mudanças. Mas podem encarar-se dois tipos de
evolução: usar produtos SGBD que, embora proprietários, funcionem sobre servidores
Open Source (Oracle, DB2, Informix,...) ou utilizar directamente SGBD Open Source
(existem produtos com funcionalidades comparáveis aos produtos proprietários no
mercado).
Para finalizar e no que diz respeito a aplicações verticais ou aplicações de suporte
(por exemplo Vendas, Recursos Financeiros, Recursos Humanos, CRM, etc.) a solução
será tratar igualmente as soluções Open Source e as soluções proprietárias e julgá-las
pelas suas melhores valias: funcionalidade, custo, quota de mercado, suporte,
manutenção, fiabilidade, desempenho, escalabilidade, ergonomia, segurança,
flexibilidade, características legais/licenças e outros (políticas da organização, capacidade
técnica interna). É esta a recomendação, por exemplo, do IT Council of the Swiss
Confederation quanto à adopção de soluções Open Source nas Administrações Federais
(Fev 2004).
18 http://www.mozilla.org
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
ALGUNS CUIDADOS A TER NUMA ADOPÇÃO
O primeiro cuidado que se deve ter na adopção de sistemas baseados em software
Open Source é em relação à cultura da organização. Como estes softwares não têm um
"dono", o executivo de TI têm que assumir a responsabilidade pela sua adopção.
Em culturas empresariais muito reactivas, isto pode representar um risco para o
executivo. Problemas sempre acontecem, e em ambientes assim é bastante comum se
encontrar a estratégia do "blame shift": "Adoptei a solução da maioria. Não me culpe
pelos problemas."
Outro cuidado importante é com o suporte ao sistema, que se não for devidamente
tratado, pode-se tornar uma dor de cabeça. O mercado de sistemas Open Source tem-se
profissionalizando bastante nos últimos anos, mas a solução adoptada para o suporte ao
sistema deve ser cuidadosamente considerada. Por outro lado, a disponibilidade do
código fonte dos softwares torna possível um suporte de alta qualidade, desde que
realizado por bons profissionais.
Por fim, ainda há falta de alguns aplicativos corporativos para sistemas operativos
open source. Os fornecedores de sistemas corporativos de ERP19, CRM20, e outros, estão
adoptando arquitecturas no caminho de tornar este problema irrelevante, mas algum
cuidado ainda é necessário.
19ERP - Enterprise Resource Planning 20 CRM - Customer Relationship Management
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
OPEN SOURCE – UMA AMEAÇA?
“A Comissão Europeia entregou uma carta para grupos proprietários de softwares em resposta a
uma recente pesquisa para as regras dos softwares open source na economia Europeia.
O grupo que encabeça este protesto está ligado ao grupo de pressão fundado pela Microsoft,
Iniciativa para Escolha de Software (ISC) que alerta as instituições sobre os riscos que vêm junto com o
estímulo do encorajamento demasiado do desenvolvimento de software com código aberto.
De acordo com o que está escrito na carta, a qual estava assinado por Hugo Lueders – director
europeu da marca ISC – a qual foi endereçada a Sra. Fraçoise Le Bail – directora geral do braço
industrial da Comissão Europeia, sobre qualquer acção da CE em favor do open source poderia
“inteiramente romper o ecossistema dos softwares”, e provocar uma quebra da economia Europeia.
A ISC é uma coligação de grandes e pequenas empresas e foi fundado pela Microsoft e conta com
mais de 300 membros, os quais querem propagar o conceito de a múltipla competição do marketing de
softwares deve ser desenvolvido e florescer independentemente da preferência do governo ou suas regras,
e consequentemente, se opor aos esforços dos governos na Europa, EUA e América do Sul e em qualquer
lugar, em favor do open-source ou de softwares baseados em open-source.
Esta iniciativa, está escrita no “Sobre nós” uma secção do site da ISC, “que activamente educa
sobre práticas de propagandas e regulamentos sobre Internet e os benefícios desta aproximação e
valorização para futuras inovações.
A ISC critica duramente o relatório da CE, “O estudo do impacto na economia dos softwares
Open Source na Inovação e na Competitividade da Informação e Comunicação (ICT) nos sectores da EU”,
porquê o open-source é apresentado como um factor positivo para a economia e deve ser encorajado por
seu baixo custo. Mais do que isto, a organização considera o relatório inclinado ao open-source por não
analisar propriamente a situação da indústria não open-source.“
A tese principal apresentada na carta foca o fato do open source economicamente não precisar de
encorajamento adicional, pois está indo bem sozinho, e perdas com impostos seria uma expressão
exagerada.
Certamente, sempre de acordo com o Sr. Luerdes, “em qualquer caso, os programadores de
softwares abertos ganham encorajamento económicos, ele escreveu, como estes relatórios que estão sendo
apresentados agora.”
“Com isto na mente é difícil ver necessidades de consideração para o desenvolvimento de FLOSS
como uma ‘doação de caridade para a sociedade’, como sugere o relatório”.
Na carta, Lueders expressa seu cepticismo contra a Comissão a qual deu ao ISC somente 10 dias
para responder o relatório,
“Isto mostra como a Comissão é intolerante aos comentários contrários”, ele escreveu.
E finalmente ele adicionou isto “Nós percebemos algo irónico – Código aberto mas processo
fechado – e ficando mais difundido.” [16]
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
CONCLUSÕES
O software open-source teve como objectivo terminar com a dependência dos
consumidores em relação às grandes produtoras internacionais. Quase todo o software
usado na época era proprietário: não podia ser modificado livremente e o seu código
fonte não era fornecido. Para modificar a situação Richard Stallman, investigador do
MIT, criou a Free Software Foundation e o projecto GNU. O software livre tem de ser
entregue com o código fonte disponível; não tem limitações no uso e é, mediante o estudo
do seu funcionamento, adaptável às necessidades do utilizador. A redistribuição de cópias
e modificações deve ser livre.
O software livre nem sempre é gratuito. No entanto, os seus custos referem-se
apenas à distribuição. Como enfatizam os seus defensores, Os direitos de autor são
protegidos pela General Public Licence – Licença Geral Pública, emitida pela Free
Software Foundation e outras entidades. O estudo do código-fonte resulta na detecção,
correcção e divulgação de erros, aumentando a estabilidade e fiabilidade destes.
O facto destes softwares serem abertos dá algumas importantes garantias para as
organizações, principalmente garantias de continuidade da solução e independência de
fornecedores e uma redução do custo total de propriedade da solução, devido à
inexistência de custos de licenciamento e a requisitos menores de infra-estrutura de
hardware; maior qualidade do software, demonstrada pela sua robustez e segurança e o
problema do controle de inventário fica bastante reduzido, já que softwares Open Source
não têm licença de utilização.
O software open-source ganha a confiança crescente: será esta a revolução dos
pinguins?
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
REFERÊNCIAS [1] GNU
http://www.gnu.org/
[2] Richard Matthew Stallman
http://pt.wikipedia.org/wiki/Richard_Matthew_Stallman
[3] Definição de Open Source
http://www.opensource.org/docs/definition.php
[5] Open Source Development Lab
http://www.osdl.org
[6] Free Software Foundation
http://www.fsf.org
[7] Filosofia do projecto GNU
http://www.gnu.org/philosophy
[8] Eric Steven Raymond
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eric_Raymond
[9] Manifesto GNU, por Richard Stallman
http://www.gnu.org/gnu/manifesto.html
[11] Managed Open Source
http://citysoft.com/index.cfm?fuseaction=page.viewPage&pageID=545&nodeID=1
[12] Gartner
http://www.gartner.com/
[13] Forrester
http://www.forrester.com/my/1,,1-0,FF.html
[15] Fonte: Exame Informática
http://www.maxideia.com/novidades/novidade.php?id=3809
[16] Zone-H – “Você se sente ameaçado por softwares Open Source?”
http://br.zone-h.org/content/view/226/9/
“Como a livre Inglaterra – Open Source: reacção minoritária ou tendência de futuro?”
em Diferencial – Jornal de Estudantes do Instituto Superior Técnico
http://diferencial.ist.utl.pt/edicao/28/comoalivre.htm
Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source
Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007
Fundamentação da Definição de Open Source
http://people.deas.harvard.edu/~pvs/osd/po-osd-rationale.html
Delphi Group – Estudo OSS Open Source Software
http://www.gluecode.com/website/resources/library/whitepaper-opensource.pdf
NASA Open Source Software
http://opensource.arc.nasa.gov/
Neoscopio – Open Source Solutions
http://www.neoscopio.com/
PSL Brasil – Características dos líderes Open Source
http://www.softwarelivre.org/news/3736
Software Livre – GNU – Open Source
http://www.igeo.pt/forum/RTE/documentos/ficheiros/gnu_fsw.htm
What is Open Source?
http://www.webopedia.com/TERM/o/open_source.html