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Gestão de Sistemas de Informação Evolução e Impacto do Open Source Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007 Ficha de Caracterização de Trabalho Título: Evolução e Impacto do Open Source URL: http://student.dei.uc.pt/~jpferr/gsi/Portfolio%20template_files/Trabalho2.pdf Data: 13 Novembro 2006 Esforço: 40 h Motivação: Saber um pouco mais acerca do Open Source. Os seus criadores. A sua evolução. Saber adoptar um software open source. O impacto actual e a tendência futura. Aprendizagem: Aprofundamento do conceito Open Source, as suas vantagens, a sua evolução e o surpreendente impacto em grandes empresas internacionais. Aprendi também um modelo possível de migração para uma solução de software open source. Conteúdos: Software Livre vs Código Aberto, o conceito de desenvolver livremente, a evolução do open source, o impacto do open source, simulação de uma adopção de software open source. Futuro: Tentar aproveitar ao máximo os conhecimentos adquiridos e aprofundados durante a elaboração deste artigo e tirar proveito deles para o correcto uso/migração de/para uma solução Open Source.

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Departamento de Engenharia Informática, Universidade de Coimbra 2006/2007

Ficha de Caracterização de Trabalho

Título: Evolução e Impacto do Open Source

URL: http://student.dei.uc.pt/~jpferr/gsi/Portfolio%20template_files/Trabalho2.pdf

Data: 13 Novembro 2006

Esforço: 40 h

Motivação: Saber um pouco mais acerca do Open Source. Os seus criadores. A sua

evolução. Saber adoptar um software open source. O impacto actual e a tendência futura.

Aprendizagem: Aprofundamento do conceito Open Source, as suas vantagens, a sua

evolução e o surpreendente impacto em grandes empresas internacionais. Aprendi

também um modelo possível de migração para uma solução de software open source.

Conteúdos: Software Livre vs Código Aberto, o conceito de desenvolver livremente, a

evolução do open source, o impacto do open source, simulação de uma adopção de

software open source.

Futuro: Tentar aproveitar ao máximo os conhecimentos adquiridos e aprofundados

durante a elaboração deste artigo e tirar proveito deles para o correcto uso/migração

de/para uma solução Open Source.

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EVOLUÇÃO E IMAPCTO DO OPEN SOURCE Por João Pedro Monteiro

DEI - FCTUC Email: [email protected]

Sumário..Apresenta-se as noções básicas de Open Source. Dá-se um breve

esclarecimento sobre a distinção, ou não, entre software livre e código aberto. Fala-se um

pouco sobre o conceito de desenvolver livremente. Descreve-se a evolução e o impacto

do Open Source e apresentam-se as suas vantagens. Mostra-se ainda um exemplo de uma

adopção de software Open Source e alguns perigos.

Palavras-chave. Open Source, Software Livre, Código Aberto, Desenvolver

Livremente, Evolução, Impacto, Adaptação.

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INTRODUÇÃO “GNU1 is not in the public domain. Everyone will be permitted to modify and redistribute

GNU, but no distributor will be allowed to restrict its further redistribution. That is to

say, proprietary modifications will not be allowed. I want to make sure that all versions

of GNU remain free” (Stallman2, 1985).

A dinâmica do Open Source 3(código aberto/software livre) é dos mais recentes e

interessantes fenómenos no cenário da informática (e que ultrapassa as suas próprias

fronteiras), gerando um nível de interesse similar aos dos primeiros momentos da Internet

comercial. O conceito de Software Livre surgiu em 19834 e ganhou uma maior

divulgação recentemente. Os mais de 20 anos de evolução permitiram o avanço em

diversos aspectos: técnico, político-estratégico, adaptação às necessidades dos

utilizadores, qualidade, segurança, etc. Esta evolução é resultado de um conjunto

heterogéneo de eventos, actores e perspectivas. Na verdade, trata-se de um processo

evolutivo, cujos caminhos ainda estão a ser percorridos.

Este processo colectivo interrelaciona-se de forma muito intensa, criando grandes

comunidades de prática, em que há empenho em torno de um domínio comum no qual,

em alguns casos, ocorre a socialização de conhecimento e de práticas. Esta dinâmica

envolve o desenvolvimento de software (e de material relacionado, como documentação),

difusão, estímulo e apoio ao uso de software livre, que chega até uma visão e acção

empresarial, que encontra no software livre uma importante opção de crescimento.

Os princípios do Open Source fundamentam-se nas premissas básicas de

liberdade de expressão, acesso à informação e do carácter eminentemente colectivo do

conhecimento, que deve ser construído e disponibilizado democraticamente e não

privatizado. Dentro do modelo de Software Livre, o software é somente mais uma forma

de representação ou de organização do conhecimento e, por isso, um bem comum. Como

tal, a sua difusão e uso devem ser livres.

1 GNU significa “GNU is not Unix”. http://www.gnu.org/ 2 Richard Matthew Stallman (Manhattan, 16 de Março de 1953), fundador do movimento “free software”, do projecto GNU e da Free Software Foundation 3 http://www.opensource.org/docs/definition.php 4 O software surgiu livre e rapidamente se transformou em negócio proprietário.

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Para que estes princípios sejam efectivamente respeitados, existem alguns

requisitos como o acesso ao código fonte dos programas e liberdades concedidas aos

utilizadores dos mesmos.

De forma resumida, entende-se por Software Livre todo o software que oferece ao

utilizador, através do seu esquema de licenciamento, as condições de uso, reprodução,

alteração e redistribuição dos seus códigos fonte. Também é importante destacar que o

modelo de desenvolvimento e o de disponibilização do software são características que

distinguem o software livre do proprietário.

Os defensores do movimento Open Source afirmam que não se trata de algo

anarquista/anti-capitalista, mas de uma alternativa ao modelo de negócio para a indústria

de software. Esta alternativa não gira em torno de regras económicas ortodoxas, mas vai

além e questiona princípios, inclusive dos modelos económicos. Algumas empresas

comerciais como IBM, HP, Intel, Dell, entre outras, têm investido no software de código

aberto, unindo os seus esforços para a criação do Open Source Development Lab

(OSDL5), instituição destinada à criação de tecnologias de código aberto.

A grande força do software livre está no potencial de cooperação para depuração

colectiva, capaz de neutralizar pressões de mercado e políticas e melhor dominar

complexidades.

Os detractores do movimento Open Source, alegam que este movimento é um

entrave para o desenvolvimento de novas tecnologias, por não levar em conta a

propriedade intelectual do criador.

5 http://www.osdl.org

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UM BREVE ESCLARECIMENTO

Na introdução foram usados os termos “software livre6” e “open-source”

indiscriminadamente e, aparentemente, sem qualquer distinção. Ambos os termos

traduzem a mesma filosofia: uma comunidade unida em torno de um bem partilhado – o

código fonte. Apesar desta filosofia ter sido originalmente associada ao termo software

livre (free software), o termo open source é mais apelativo do ponto de vista comercial,

pelo que depressa foi adoptado por empresas e organizações, resultando numa

popularização do conceito.

O termo código aberto (ou open source) é, em princípio, uma categoria que

enfatiza apenas a abertura dos códigos dos programas. Assim, seria um conceito diferente

do de software livre porque os princípios de liberdade não deveriam ser necessariamente

observados. Entretanto, há autores que usam o termo código aberto como sinónimo de

software livre, não fazendo distinção categórica entre eles (European Comission, 2000).

Muitas vezes, o open source é interpretado como sinónimo de software “à borla”,

gratuito ou freeware. Nada de mais enganador! Não se trata de software grátis, mas sim

de partilhar. Partilhar conhecimento, partilhar experiência, partilhar o gosto e o prazer

intrínseco à aprendizagem e à convivência.

O CONCEITO DE DESENVOLVER LIVREMENTE

A ideia de que o Open Source é domínio público (porque o que está em domínio

público pode ser transformado e apropriado e, assim, não valem os direitos de autor) é

um diferencial importante que leva à criação de toda uma categoria de licenças. É preciso

garantir que o produto/conhecimento desenvolvido sob o abrigo do software livre não

venha a ser apropriado. O conhecimento deve então nascer e se desenvolver livre.

Resumidamente, seriam quatro as categorias de liberdade a serem preservadas:

• liberdade para executar o programa para qualquer fim, em qualquer ponto e a

qualquer tempo;

6 http://www.fsf.org

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• liberdade de estudar o funcionamento do programa e adaptá-lo às necessidades

de quem o estuda;

• liberdade de redistribuição de cópias;

• liberdade para melhorar o programa e publicar as melhorias.

Um programa é considerado “livre” se os usuários dispõem de todas essas

liberdades7. Caso contrário, poderá ser, no máximo, código aberto.

O GNU é uma demonstração da contestabilidade dos mercados de software. Sem

quebrar direitos e sem ferir legislações alterou-se uma trajectória institucional de

organização da indústria e instituiu-se uma trajectória paralela, similar em seus princípios

técnicos e tecnológicos, mas diferente na sua organização. As formas descritas em "The

Cathedral and the Bazaar", por Eric Raymond8, são modelos organizacionais

efectivamente diferentes: uma, hierárquica, controlada no interior do projecto ou da

organização; outra, não hierárquica, conduzida pelas comunidades de software livre.

Ambas com regras e “códigos” de conduta próprios: uma baseada nos ganhos de

propriedade, outra baseada no trabalho e uso colectivos.

Essa seria a essência do Software Livre. A sua origem tem motivações

ideológicas (as declarações de Stallman no seu Manifesto9 e em várias entrevistas e

escritos comprovam isso), a sua proposta altera substantivamente as condições nas quais

um programa de computador pode ser desenvolvido e, mais que isso, utilizado.

O seu desenvolvimento, ao longo dos últimos vinte anos, tomou vários rumos,

mas a sua maior expressão prática foi e ainda é o Linux, um sistema operativo que

disputa espaço com os sistemas operativos proprietários mais difundidos no mundo,

como são os casos do Windows, Windows Server, Unix, Novell. Daí a sua grande

importância para o entendimento da dimensão económica do Software Livre.

Nas palavras de Eric Raymond, o “Linux é subversivo”. E de facto o é, em vários

sentidos.

7 http://www.gnu.org/philosophy 8 Eric Steven Raymond (4 de Dezembro, 1957 em Boston, Massachusetts), autor de “The Cathedral and the Bazaar”. Um ícone no movimento do Open Source e do software livre, é responsável pela famosa frase: "Havendo olhos suficientes, todos os erros são óbvios" 9 http://www.gnu.org/gnu/manifesto.html

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Ao se tomar as características de uma licença de Código Aberto dada pela Open

Source Initiative – OSI10, tem-se o seguinte conjunto de princípios:

? Redistribuição Gratuita

? Código fonte

? Trabalhos Derivados

? Integridade do código de Autor

? Sem discriminação a pessoas ou grupos

? Sem discriminação a áreas de pesquisa/trabalho

? Distribuição de Licença

? Licença não deve ser específica a um produto

? Licença não deve restringir outro programa

? Licença deve ser de tecnologia neutra

Se um software developer desejar criar um novo software utilizando “bocados” de

software originalmente apresentados com uma licença de código aberto, poderá, a seu

exclusivo critério, utilizar qualquer outra licença, inclusive uma que não outorgue

nenhum daqueles direitos originais (liberdade de utilização, cópia, modificação e

redistribuição). É o que tradicionalmente se denomina “fechar” o código.

Esta situação não deve ocorrer se o software tiver sido originalmente apresentado

com uma licença de software livre (como a General Public License, GPL), pois os

direitos originais outorgados aos usuários devem, supostamente, ser propagados para

todas as novas versões e trabalhos derivados criados a partir daquele original, impedindo

que se “feche” o código. Nada impede que o próprio autor resolva, em algum momento,

colocar o seu desenvolvimento numa outra licença, menos restritiva que aquela

inicialmente registada. O direito de autor sempre se sobrepõe, pelo menos no plano legal,

aos muitos tipos de licenças que hoje são utilizadas em software livre.

10 http://www.opensource.org/docs/definition.php

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EVOLUÇÃO

Em um dos mais sérios estudos (incluindo pesquisa de mercado) já elaborados

sobre Open Source Software (OSS), realizado em Março de 2004 pelo Delphi Group, este

instituto organiza a história deste movimento em três fases. Segue um resumo analítico:

1. Open-Source 1.0 (Software Gratuito e Aberto)

Esta fase iniciou-se com movimentos de "hackers" do fim da década de 70 e

seguiu-se pela instituição bem sucedida do GNU Project e da Free Software Foundation,

com representantes iniciais de sucesso como o Apache, Linux e My SQL. Finalmente, no

final da década de 90, veio o sucesso da Apache Software Foundation, com as suas leis e

princípios conhecidos por "Foundation Bylaws", criados para fomentar projectos Open

Source cooperativos.

Apesar de ter tido pouca atracção comercial, esta fase fundamental permitiu que

mais empresas adoptassem projectos de software devido à diminuição do "custo de

entrada" na tecnologia (com a eliminação dos licenciamentos iniciais), e ainda promoveu

diminuição de custos em softwares proprietários concorrentes.

Porém, a necessidade da formação e da internalização de especialistas em todas as

tecnologias Open Source tornaria este movimento limitado e com poucas hipóteses de

penetrar no actual mundo dos negócios, caso não surgissem opções comerciais de

serviços especializados, na fase 1.5, descrita abaixo.

2. Open-Source 1.5 (Software Gratuito e Aberto; Serviços Comerciais)

Esta fase inicia a profissionalização e catapulta a importância do Open Source

para a indústria em geral. Os serviços de manutenção e suporte de "matéria-prima" Open-

Source são oferecidos comercialmente, mas o software permanece gratuito. A

diferenciação não vem do software em si, mas dos serviços em torno do mesmo.

Empresas como JBoss Group e Redhat inserem-se neste modelo. Esta fase não corrigiu o

problema do alto custo de propriedade, por meio de pessoal interno fazendo montagem,

integração, especialização e acabamento final, como na primeira fase.

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Ainda nesta fase começou um esboço de modalidades de licenciamento de

produtos Open-Source que o Delphi Group chama de "Insfrastructure Stack" para o OSS.

Ou seja, uma plataforma integrada e organizada que diminui a interface do cliente com a

miríade de componentes Open Source, permitindo assim a sua assimilação de forma mais

rápida e gerenciável pelas empresas.

Ao final desta fase (iniciada por volta de 2001), na primeira geração de produtos

comerciais Open-Source, um dos primeiros produtos de "Open-Source Stack" foi o

Internet Application Plataform (IAP), com base tecnológica Open-Source, conhecida

como LAMP: Linux, Apache, MySQL, PostGreeSQL, PHP e Pearl. Este produto oferecia

a base de funcionalidades contida em produtos comerciais tais como SunOne, IBM

WebSphere, BEA Weblogic ou Oracle iAS, que também usam insumos Open-Source,

porém não repassam estas vantagens de licenciamento para os seus clientes. Mas o IAP

não era robusto para atender às necessidades dinâmicas do eBusiness actual, e seria

preciso "subir o nível de abstracção" do Stack, incluindo suites mais completas.

Com produtos incompletos, a permanência de um considerável "Custo Total de

Propriedade" persistiu na fase 1.5, apesar da diminuição do "Custo de Entrada", ou

"Custo Inicial do Licenciamento", como evidenciado pela pesquisa do Delphi Group:

57% das empresas apontaram "Baixar o Custo Total de Propriedade" como primeiro

objectivo na sua estratégia Open-Source, enquanto 17% apontaram "Evitar Ficar Preso ao

Fornecedor" e somente 7% apontaram "Baixar o Custo de Aquisição"!

3. Open-Source 2.0 (Software Aberto; Qualidade Comercial)

Segundo o Delphi Group, para que softwares Open-Source sejam adoptados pela maioria

dos consumidores de softwares comerciais, e finalmente entrem na "missão crítica" das

empresas, rivalizando com os grandes fornecedores, é necessário que demonstrem um

padrão de qualidade compatível com estes últimos e ofereçam algumas vantagens

intrínsecas num modelo de "comercialização" (sim, comprar também tem suas

vantagens!), tais como repasse de riscos e compromisso "contratual e legal" por parte de

fornecedores com relação à qualidade do que oferecem.

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Na pesquisa do Delphi Group, 70% das empresas citaram a necessidade de

soluções Open Source "embaladas comercialmente", com qualidade compatível com os

seus concorrentes comerciais, como factor decisivo para a sua opção por esta nova

modalidade. Considerando isso e mais a relação de 10 para 1 entre "Baixar o Custo de

Propriedade" x "Baixar o Licenciamento Inicial", o Delphi Group concluiu que o futuro

do Open-Source está num balanço de licenciamento que, através de uma "fina camada

comercial" (fracção do preço dos produtos fechados), ofereça o melhor dos dois mundos

ao Cliente, o modelo chamado "Managed Open-Source" (Open-Source Gerenciado).

Modelo de Licenciamento "Open-Source Gerenciado" (Managed Open-Source11)

O modelo "Managed Open-Source" é o modelo mais recente e com ele substituiu-se

iniciativas de grandes fornecedores, em dezenas de casos em grandes empresas públicas e

privadas. Este modelo de licenciamento compõe-se das seguintes linhas mestras pelo

Delphi Group:

- Responsabilidade do fornecedor pela pré-integração de componentes OSS

"matéria-prima", de diversos projectos como ASF ou SourceForge, incluindo

homologação, testes e verificação automática de integração (check-sum

verificável do ambiente).

- Entrega de versões homologadas e releases intermediários em CD de instalação,

oferecendo o ambiente "pronto para uso" (out-of-box), imediatamente funcional

para que o Cliente codifique, imediatamente, os seus objectivos de negócio.

- Especializações com alto valor agregado, incluindo grande quantidade de código

Java, JSP, XML, CSS, Javacript, recursos de “última milha”, que não se

encontram contempladas em nenhum dos componentes integrados.

11 Managed Open Source http://citysoft.com/index.cfm?fuseaction=page.viewPage&pageID=545&nodeID=1

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- Liberação de acesso a todos os códigos fontes e inclusive documentos da

metodologia, com direitos a actualização.

- Fórum e Suporte com qualidades comerciais, inclusive com opção 24x7.

- Testes e homologação de soluções específicas dos clientes, com possível

incorporação futura e manutenção da compatibilidade.

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VANTAGENS DO USO DO OPEN SOURCE

As razões por trás da ampla adopção de softwares Open Source nas corporações

têm componentes de ordem estratégica e táctica.

Pelo lado estratégico, o facto destes softwares serem abertos dá algumas

importantes garantias para a corporação, principalmente garantias de continuidade da

solução e independência de fornecedores. É muito comum que fornecedores de software

comercial adoptem estratégias de "obsolescência programada" dos seus sistemas, com a

justificativa de actualização tecnológica, mas que em geral envolvem custos adicionais de

licença. A disponibilidade do código fonte de softwares Open Source garante que a

solução possa ser mantida por decisão estratégica da corporação, e não pelos seus

fornecedores. Além disto, os softwares Open Source sempre adoptam protocolos e

interfaces abertas, o que garante a interoperabilidade e independência.

Pelo lado táctico, temos uma redução do TCO (custo total de propriedade) da

solução, devido à inexistência de custos de licenciamento e a requisitos menores de infra-

estrutura de hardware; maior qualidade do software, demonstrada pela sua robustez e

segurança e o problema do controle de inventário fica bastante reduzido, já que softwares

Open Source não têm licença de utilização.

Em seguida apresentam-se algumas das vantagens do uso corrente de software

Open Source:

1. Redução de custos:

Particularmente atraente para empresas, utilizadores individuais e administração

pública num contexto em que o orçamento dispendido em software e tecnologias de

informação é cada vez mais acrescido.

2. Qualidade do código.

Os métodos de desenvolvimento de open source produzem melhor código, pois não

são estanque.

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3. Liberdade de software.

Os resultados são melhores quando o uso de software é livre, pois as restrições na

distribuição e modificação do programa não facilitam o seu uso, interferindo na

criatividade do seu melhoramento e evolução.

4. Liberdade de informação.

Enquanto importante factor, a informação plural e fidedigna, e o seu devido uso,

torna-se um instrumento que poderá contribuir para a efectiva melhoria do software.

5. Resolução de problemas.

O número acrescido de pessoas a trabalhar em open source permite de modo mais

célere e eficaz a resolução de problemas, como a detecção e eliminação de vírus

informáticos e outros problemas.

6. Estatuto.

É reconhecido o alto grau de competências e aptidões dos programadores pela

comunidade de utilizadores em open source, à medida que este se torna mais

complexo e competitivo.

7. Conhecimento técnico.

Domínio de várias linguagens e de um leque variado de software.

8. Aprendizagem.

Elemento contínuo e permanente que se desenvolve com o uso de um software em

permanente mudança.

9. Partilha e Cooperação.

Sistema de cooperação voluntário sem contrapartidas, que contribui para o bem-estar

da comunidade de utilizadores.

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IMPACTO

Para quem “se move” no domínio das Tecnologias de Informação, seja como

utilizador, seja como profissional, será difícil hoje poder ignorar o que se designa por

Open Source. Este fenómeno merece as atenções das grandes empresas analistas, como a

Gartner12 e a Forrester13, que referem tendências de crescimento significativas. O

interesse nas soluções Open Source tornou-se ainda inquestionavelmente global. Vários

países, regiões e organismos referem o recurso a este tipo de soluções nas suas directivas

estratégicas. Tal é o caso, a mero título de exemplo, da Alemanha, Suíça, Espanha,

China, Austrália, Brasil, e Estado do Texas. Alguns países vêem no Open Source uma

oportunidade importante de desenvolvimento local de uma indústria de software, tal

como se verifica no Brasil, China, Coreia do Sul, Japão, Chile ou Malásia.

A título de exemplo seguem-se vários casos de projectos de sucesso a nível

mundial de Open Source Software:

- Mozilla Firefox: Navegador Open Source desenvolvido pela Mozilla

Foundation.

- Apache HTTP Server: Por Brian Behlendorf e Cliff Skolnick. Actualmente o

servidor Apache é utilizado em mais de 50% dos servidores web do mundo.

- Perl: A linguagem de programação Perl foi concebida oficialmente em 1987 por

Larry Wall. Porém, só em 1989, com o lançamento da versão 3.0, licenciou-se sob a GPL

(GNU General Public License). É a ferramenta responsável pela maioria do "conteúdo

dinâmico" na World Wide Web.

- Linux: É um dos exemplos mais famosos de software Open Source. Este sistema

operativo vem sendo desenvolvido e aprimorado desde 1991, quando Linus Torvalds

disponibilizou o seu código na Internet e licenciou-o sob a GPL14.

Mais surpreendente ainda, são os casos das empresas top que se listam em

seguida: 12 http://www.gartner.com/ 13 http://www.forrester.com/my/1,,1-0,FF.html 14 GNU General Public License (Licença Pública Geral)

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- NASA: A NASA conduz a pesquisa e o desenvolvimento em software tecnológico como resposta essencial às necessidades das suas missões. A NASA tem diversas opções para a liberação de tecnologias de software. Estas opções incluem agora a liberação de software open source. As motivações são as seguintes:

? Aumentar a qualidade de software através da revisão por parte dos

intervenientes; ? Acelerar o desenvolvimento de software através do contributo dos

intervenientes; ? Maximizar a consciência e o impacto da pesquisa da NASA; ? Aumentar a disseminação do software da NASA.

- Microsoft: Depois do acordo com a Novell, Steve Ballmer admitiu prosseguir a

aproximação ao “reino do Pinguim”. Em entrevista ao Economic Times da Índia, o

administrador da Microsoft voltou a surpreender com uma nova visão sobre as aplicações

de código aberto (open source), onde refere que a gigante do software gostaria de

estender este tipo de parcerias a qualquer empresa que distribui Linux na versão Red

Hat.15

Uma outra informação bem actual que ilustra bem o impacto do Open Source é a

notícia de 11 de Outubro de 2006 onde a Comissão Europeia (CE) seleccionou um

consórcio liderado pela Unisys Bélgica, subsidiária da Unisys Corporation, para a criação

e gestão do novo Open Source Observatory and Repository (OSOR). O consórcio

vencedor inclui, também, o Instituto de Investigação Económica e Inovação Tecnológica

de Maastricht, o GOPA Cartermill e a Universidade Rei Juan Carlos.

O serviço que se vai desenvolver a partir deste projecto consiste num portal que

permitirá às administrações públicas europeias armazenar, centralmente, e partilhar o

código de software e as aplicações, bem como trocar recursos e conhecimento. Esta

colaboração está orientada para permitir às administrações dos estados membros da UE

melhorar o retorno dos seus investimentos em tecnologias da informação e tornar as suas

aplicações mais inter-operáveis.

O OSOR é um repositório comum que, para além do código fonte e do código

objecto, disponibiliza informação sobre o uso de aplicações, as diferentes versões do

15 Fonte: Exame Informática

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software, licenças de código aberto e material relacionado com contratos. Dentro deste

portal, as administrações dos estados membros, ainda, poderão partilhar conhecimento e

experiência sobre as suas diferentes aplicações de código aberto.

A CE prevê que o OSOR fomentará a utilização do software, entre os vários

organismos públicos, e o desenvolvimento de projectos comuns – por exemplo, para e-

procurement, interoperabilidade entre aplicações ou o reconhecimento mútuo dos

diversos formatos de identificação dos cidadãos. A partilha e reutilização de aplicações

pode ter um impacto económico significativo, na medida em que as administrações

públicas podem economizar nos investimentos e apoiar-se em experiências de sucesso de

outros organismos.

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ADOPÇÃO DE UMA SOLUÇÃO OPEN SOURCE – UM EXEMPLO

Se se pretender enveredar por um solução Open Source, deve-se fazer uma

experimentação e uma adopção gradual, não seguindo uma metodologia de “big bang”. É

natural que possam coexistir soluções Open Source e soluções proprietárias. Existe já

uma vasta panóplia de possibilidades de migração, já experimentada por outros, existindo

mesmo várias empresas com experiência real nestas migrações. Em geral, estarão

dispostas a ajudar dentro do espírito Open Source, dando suporte em troca de suporte.

Deve-se ter em conta que a migração para Open Source não é um exercício puramente

tecnológico, visto haver pessoas envolvidas.

É útil olhar para as componentes de um sistema informático, onde se pretende

adoptar Open Source, arrumadas do seguinte modo:

- Servidores de serviços (name services, mail, web access, file&print, etc.)

- Servidores aplicacionais

- Office, browsers, mail, agendas

- Computadores individuais

- Software base: GIS, Workflow, ArquivoDigitalDocumentos (DMS), etc

- Aplicações: específicas do negócio , ERP's, RH's, etc.

- Bases de dados (SGBD's)

É sensato começar pelos servidores numa avaliação experimental ou numa

migração gradual. Os servidores constituem uma área onde a experiência com soluções

Open Source é extensa e os produtos muito testados. Além disso, a migração a nível de

servidores não deverá afectar directamente os utilizadores; em limite “não darão por

nada”, visto que o ambiente de trabalho do lado cliente se mantém inalterado.

Assim, é normal começar pelo que se designa de servidores de serviços, sobretudo

se se atender ao nível de importância e grau de risco que estes apresentam para a

continuidade do negócio.

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Também a passagem dos servidores “de Internet e intranet” para soluções Open

Source é globalmente segura com experiências bem documentadas a nível mundial (por

exemplo, Amazon16).

A migração para Open Source dos servidores de aplicações é algo condicionada à

existência dos produtos e aplicações usadas no organismo neste novo ambiente. Existe já

um elevado número de produtos proprietários nestas condições (ex. Oracle, ou DB2 sobre

Linux). Se existe alguma aplicação crítica que não funcione sobre Open Source (por

exemplo, um programa de Recursos Humanos não corre sobre Linux) deverá manter-se

um servidor com sistema operativo proprietário coexistindo com os servidores Open

Source. Isso não constitui problema especial excepto ter de manter dois tipos de

administração.

Na estratégia de avaliação ou migração gradual, começando pelos servidores, é

também possível e seguro, por exemplo, “ir passando” file/print servers para Linux, ex.:

utilizando um software open source do tipo Samba, e ao mesmo tempo conservar os

desktop’s com Windows.

No que respeita especificamente ao sistema operativo, os desktop’s constituem

sem dúvida a área mais delicada quando se equaciona a mudança, por exemplo, para

Linux. Quanto mais não seja porque facilmente se põem em jogo dezenas ou centenas de

utilizadores finais, habituados ao Windows que, provavelmente, também usam em casa.

No entanto, a utilização de Linux a título pessoal tem vindo a aumentar

significativamente nos últimos anos. Este acréscimo deve-se sobretudo à melhoria do

interface gráfico, que facilita a instalação e utilização a "não informáticos" e também ao

aumento do número de jogos multimédia e outras aplicações de interesse geral.

Em relação às ferramentas Open Source de gestão de agendas, não se atingiu em

geral ainda a maturidade de algumas soluções proprietárias embora a situação esteja a

evoluir muito rapidamente. Sugere-se então uma migração faseada, em que são migrados

primeiros os softwares de produtividade, mantendo o sistema operativo habitual. Pode-se

considerar, por exemplo, a suite OpenOffice17, correndo sobre Windows, que apresenta

uma compatibilidade elevada com o MS-Office. A conversão dos utilizadores faz-se em

16 http://www.amazon.com 17 http://pt.openoffice.org

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geral sem grande dificuldade. Dado ser um produto gratuito, será interessante fomentar o

seu uso doméstico pelos utilizadores. O mesmo se passa com o browser pois há

alternativas Open Source de qualidade. Por exemplo o browser Mozilla18, correndo ainda

sobre Windows.

Quanto à migração do próprio "sistema operativo" do desktop para uma solução

Open Source é um problema para o qual existem boas soluções, mas que exigem

cuidados especiais na selecção e planeamento da implantação. Sobretudo porque a falta

destes cuidados pode originar a rejeição por parte dos utilizadores finais, desacreditando

assim a solução e consequentemente a adopção de uma solução Open Source.

As bases de dados são repositórios críticos de negócio levantando por isso

instintivamente reservas quanto a mudanças. Mas podem encarar-se dois tipos de

evolução: usar produtos SGBD que, embora proprietários, funcionem sobre servidores

Open Source (Oracle, DB2, Informix,...) ou utilizar directamente SGBD Open Source

(existem produtos com funcionalidades comparáveis aos produtos proprietários no

mercado).

Para finalizar e no que diz respeito a aplicações verticais ou aplicações de suporte

(por exemplo Vendas, Recursos Financeiros, Recursos Humanos, CRM, etc.) a solução

será tratar igualmente as soluções Open Source e as soluções proprietárias e julgá-las

pelas suas melhores valias: funcionalidade, custo, quota de mercado, suporte,

manutenção, fiabilidade, desempenho, escalabilidade, ergonomia, segurança,

flexibilidade, características legais/licenças e outros (políticas da organização, capacidade

técnica interna). É esta a recomendação, por exemplo, do IT Council of the Swiss

Confederation quanto à adopção de soluções Open Source nas Administrações Federais

(Fev 2004).

18 http://www.mozilla.org

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ALGUNS CUIDADOS A TER NUMA ADOPÇÃO

O primeiro cuidado que se deve ter na adopção de sistemas baseados em software

Open Source é em relação à cultura da organização. Como estes softwares não têm um

"dono", o executivo de TI têm que assumir a responsabilidade pela sua adopção.

Em culturas empresariais muito reactivas, isto pode representar um risco para o

executivo. Problemas sempre acontecem, e em ambientes assim é bastante comum se

encontrar a estratégia do "blame shift": "Adoptei a solução da maioria. Não me culpe

pelos problemas."

Outro cuidado importante é com o suporte ao sistema, que se não for devidamente

tratado, pode-se tornar uma dor de cabeça. O mercado de sistemas Open Source tem-se

profissionalizando bastante nos últimos anos, mas a solução adoptada para o suporte ao

sistema deve ser cuidadosamente considerada. Por outro lado, a disponibilidade do

código fonte dos softwares torna possível um suporte de alta qualidade, desde que

realizado por bons profissionais.

Por fim, ainda há falta de alguns aplicativos corporativos para sistemas operativos

open source. Os fornecedores de sistemas corporativos de ERP19, CRM20, e outros, estão

adoptando arquitecturas no caminho de tornar este problema irrelevante, mas algum

cuidado ainda é necessário.

19ERP - Enterprise Resource Planning 20 CRM - Customer Relationship Management

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OPEN SOURCE – UMA AMEAÇA?

“A Comissão Europeia entregou uma carta para grupos proprietários de softwares em resposta a

uma recente pesquisa para as regras dos softwares open source na economia Europeia.

O grupo que encabeça este protesto está ligado ao grupo de pressão fundado pela Microsoft,

Iniciativa para Escolha de Software (ISC) que alerta as instituições sobre os riscos que vêm junto com o

estímulo do encorajamento demasiado do desenvolvimento de software com código aberto.

De acordo com o que está escrito na carta, a qual estava assinado por Hugo Lueders – director

europeu da marca ISC – a qual foi endereçada a Sra. Fraçoise Le Bail – directora geral do braço

industrial da Comissão Europeia, sobre qualquer acção da CE em favor do open source poderia

“inteiramente romper o ecossistema dos softwares”, e provocar uma quebra da economia Europeia.

A ISC é uma coligação de grandes e pequenas empresas e foi fundado pela Microsoft e conta com

mais de 300 membros, os quais querem propagar o conceito de a múltipla competição do marketing de

softwares deve ser desenvolvido e florescer independentemente da preferência do governo ou suas regras,

e consequentemente, se opor aos esforços dos governos na Europa, EUA e América do Sul e em qualquer

lugar, em favor do open-source ou de softwares baseados em open-source.

Esta iniciativa, está escrita no “Sobre nós” uma secção do site da ISC, “que activamente educa

sobre práticas de propagandas e regulamentos sobre Internet e os benefícios desta aproximação e

valorização para futuras inovações.

A ISC critica duramente o relatório da CE, “O estudo do impacto na economia dos softwares

Open Source na Inovação e na Competitividade da Informação e Comunicação (ICT) nos sectores da EU”,

porquê o open-source é apresentado como um factor positivo para a economia e deve ser encorajado por

seu baixo custo. Mais do que isto, a organização considera o relatório inclinado ao open-source por não

analisar propriamente a situação da indústria não open-source.“

A tese principal apresentada na carta foca o fato do open source economicamente não precisar de

encorajamento adicional, pois está indo bem sozinho, e perdas com impostos seria uma expressão

exagerada.

Certamente, sempre de acordo com o Sr. Luerdes, “em qualquer caso, os programadores de

softwares abertos ganham encorajamento económicos, ele escreveu, como estes relatórios que estão sendo

apresentados agora.”

“Com isto na mente é difícil ver necessidades de consideração para o desenvolvimento de FLOSS

como uma ‘doação de caridade para a sociedade’, como sugere o relatório”.

Na carta, Lueders expressa seu cepticismo contra a Comissão a qual deu ao ISC somente 10 dias

para responder o relatório,

“Isto mostra como a Comissão é intolerante aos comentários contrários”, ele escreveu.

E finalmente ele adicionou isto “Nós percebemos algo irónico – Código aberto mas processo

fechado – e ficando mais difundido.” [16]

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CONCLUSÕES

O software open-source teve como objectivo terminar com a dependência dos

consumidores em relação às grandes produtoras internacionais. Quase todo o software

usado na época era proprietário: não podia ser modificado livremente e o seu código

fonte não era fornecido. Para modificar a situação Richard Stallman, investigador do

MIT, criou a Free Software Foundation e o projecto GNU. O software livre tem de ser

entregue com o código fonte disponível; não tem limitações no uso e é, mediante o estudo

do seu funcionamento, adaptável às necessidades do utilizador. A redistribuição de cópias

e modificações deve ser livre.

O software livre nem sempre é gratuito. No entanto, os seus custos referem-se

apenas à distribuição. Como enfatizam os seus defensores, Os direitos de autor são

protegidos pela General Public Licence – Licença Geral Pública, emitida pela Free

Software Foundation e outras entidades. O estudo do código-fonte resulta na detecção,

correcção e divulgação de erros, aumentando a estabilidade e fiabilidade destes.

O facto destes softwares serem abertos dá algumas importantes garantias para as

organizações, principalmente garantias de continuidade da solução e independência de

fornecedores e uma redução do custo total de propriedade da solução, devido à

inexistência de custos de licenciamento e a requisitos menores de infra-estrutura de

hardware; maior qualidade do software, demonstrada pela sua robustez e segurança e o

problema do controle de inventário fica bastante reduzido, já que softwares Open Source

não têm licença de utilização.

O software open-source ganha a confiança crescente: será esta a revolução dos

pinguins?

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REFERÊNCIAS [1] GNU

http://www.gnu.org/

[2] Richard Matthew Stallman

http://pt.wikipedia.org/wiki/Richard_Matthew_Stallman

[3] Definição de Open Source

http://www.opensource.org/docs/definition.php

[5] Open Source Development Lab

http://www.osdl.org

[6] Free Software Foundation

http://www.fsf.org

[7] Filosofia do projecto GNU

http://www.gnu.org/philosophy

[8] Eric Steven Raymond

http://pt.wikipedia.org/wiki/Eric_Raymond

[9] Manifesto GNU, por Richard Stallman

http://www.gnu.org/gnu/manifesto.html

[11] Managed Open Source

http://citysoft.com/index.cfm?fuseaction=page.viewPage&pageID=545&nodeID=1

[12] Gartner

http://www.gartner.com/

[13] Forrester

http://www.forrester.com/my/1,,1-0,FF.html

[15] Fonte: Exame Informática

http://www.maxideia.com/novidades/novidade.php?id=3809

[16] Zone-H – “Você se sente ameaçado por softwares Open Source?”

http://br.zone-h.org/content/view/226/9/

“Como a livre Inglaterra – Open Source: reacção minoritária ou tendência de futuro?”

em Diferencial – Jornal de Estudantes do Instituto Superior Técnico

http://diferencial.ist.utl.pt/edicao/28/comoalivre.htm

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Fundamentação da Definição de Open Source

http://people.deas.harvard.edu/~pvs/osd/po-osd-rationale.html

Delphi Group – Estudo OSS Open Source Software

http://www.gluecode.com/website/resources/library/whitepaper-opensource.pdf

NASA Open Source Software

http://opensource.arc.nasa.gov/

Neoscopio – Open Source Solutions

http://www.neoscopio.com/

PSL Brasil – Características dos líderes Open Source

http://www.softwarelivre.org/news/3736

Software Livre – GNU – Open Source

http://www.igeo.pt/forum/RTE/documentos/ficheiros/gnu_fsw.htm

What is Open Source?

http://www.webopedia.com/TERM/o/open_source.html