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USINAS DE RECICLAGEM DE ENTULHO COMOALTERNATIVA NA REDUÇÃO DOS IMPACTOS DACONSTRUÇÃO CIVIL: UM ESTUDO DE CASO DA USINACABUÇU/GUARULHOS
JOÃO ALEXANDRE PASCHOALIN FILHOUniversidade Nove de [email protected] ALEX DOS SANTOS ROMÃOUniversidade Nove de [email protected] CRISTIANO CAPELLANI QUARESMAUniversidade Nove de [email protected] ERIC BRUM DE LIMA DUARTEUniversidade Nove de [email protected] RONALDO BARBATO DE OLIVEIRAUniversidade Nove de [email protected]
USINAS DE RECICLAGEM DE ENTULHO COMO ALTERNATIVA NA REDUÇÃO
DOS IMPACTOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL: UM ESTUDO DE CASO DA USINA
CABUÇU/GUARULHOS
Resumo: A indústria da construção civil destaca-se, dentre os diversos setores produtivos,
como uma das atividades mais importantes para o desenvolvimento socioeconômico de um
país. Contudo, este ramo da indústria também se depara com o desafio de conciliar suas
atividades com desenvolvimento sustentável. Dentre as técnicas de gestão dos resíduos
gerados durante toda extensa cadeia produtiva da construção civil, a reciclagem tem sido
amplamente discutida pelo meio técnico, uma vez que se encaixa no conceito de triple botton
line. O pilar econômico corresponde a valoração dos resíduos e ao ganho financeiro em
decorrente da redução da necessidade de aquisição de matéria prima natural; o pilar ambiental
pode ser caracterizado pela redução dos volumes de resíduos lançados no meio ambiente e
diminuição das emissões de gases de efeito estufa e, por fim, o pilar social corresponde a
criação de uma nova cadeia produtiva e com inserção nesta de mão de obra que outrora
encontrava-se excluída do mercado formal de trabalho. Dentro deste contexto, Usinas de
Reciclagem de Entulho (URE) se apresentam como uma opção viável na reinserção dos
resíduos gerados pelas obras na cadeia produtiva. Dessa forma, este trabalho expõe um estudo
de caso a respeito da URE Cabuçu, gerida por uma autarquia da prefeitura do município de
Guarulhos/SP, destacando seu papel de importância dentro do Plano de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos do Município.
Palavras-chave: Resíduos, construção civil, usinas de reciclagem, sustentabilidade
Abstract: The construction industry stands out among the various productive sectors, as one
of the most important activities for socio-economic development of a country. However, this
branch of industry is also faced with the challenge of reconciling its activities with sustainable
development. Among the techniques of management of waste generated throughout extensive
supply chain of construction, recycling has been widely discussed by technical means, since it
fits the concept of triple bottom line. The economic pillar is the valuation of waste and the
financial gain resulting from reduced need to purchase natural raw materials; the
environmental pillar may be characterized by reduced volumes of waste released into the
environment and reduction of emissions of greenhouse gases and, finally, the social pillar is
the creation of a new supply chain and insert this labor that once found himself excluded from
the formal labor market. Within this context, Recycling Plants (RP) are presented as a viable
option in the rehabilitation of waste generated by the works in the production chain. Thus, this
paper presents a case study about the Cabuçu Recycling Plant, managed by a council of the
Municipality of Guarulhos / SP, highlighting the importance of its role within the Plan
Integrated Solid Waste Management of the Municipality.
Keywords: Solid Wastes, recycling plants, sustainability, civil construction
1. INTRODUÇÃO
Responsável por empregos diretos e indiretos, a indústria da construção é de grande
importância para assegurar a infraestrutura necessária e o crescimento de uma nação. No
entanto, apesar dos aspectos socioeconômicos positivos, a indústria da construção civil
também é responsável por um intensivo consumo de matérias primas naturais e pela geração
de uma grande quantidade de resíduos, que se não forem adequadamente descartados ou
manejados, poderão causar sérios danos ambientais. Diante dessa situação, novas ferramentas
de gerenciamento e manejo dos resíduos gerados pelas obras têm despertado interesse do
meio técnico e acadêmico, sendo alvo de várias pesquisas conduzidas pelo setor (CABRAL et
al., 2007, ÂNGULO et al., 2011 e IBRAHIM et al., 2010). Paschoalin Filho et al. (2013)
comentam que apesar da indústria da construção ser considerada como agente causador de
diversos tipos de impactos ambientais, esta também pode ser caracterizada como um setor que
também investe em inovação tecnológica e desenvolvimento de ferramentas de gerenciamento
e manejo de seus resíduos.
Assim, e com vista a diminuir o impacto ambiental causado pela geração de resíduos
de construção civil (RCC), a utilização de Usinas de Reciclagem de Entulho (URE) como
forma de destinação final dos resíduos advindos das obras constitui-se em uma alternativa
ligada diretamente a hierarquia de gestão dos resíduos promovida pela Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS) e ao conceito de triple botton line, representando um ponto de
partida para a reinserção do resíduo gerado na cadeia produtiva da construção, possibilitando
sua valoração ao invés de simplesmente enviá-lo às áreas de bota fora. Além do aspecto
econômico, também se pode destacar que a criação de mais essa etapa na cadeia da
construção civil também poderá conduzir a ganhos sociais significativos, uma vez que insere,
no mercado formal de trabalho, mão de obra que outrora se encontrava excluída. Em relação
às vantagens ambientais proporcionadas, pode-se destacar: redução da carga em aterros, a
redução de áreas de bota fora, a diminuição da emissão de gases de efeito estufa entre outras.
Portanto, esta pesquisa apresenta um estudo de caso a respeito de uma Usina de
Reciclagem de Entulho (URE) localizada no município de Guarulhos/SP, tendo por objetivo
ressaltar a importância da utilização das URE´s na incorporação da variável ambiental na
construção civil, bem como destacar seu papel estratégico no manejo dos resíduos de
construção por parte do poder público, uma vez que a empresa responsável pela administração
da URE em estudo, a PROGUARU, consiste em uma empresa municipal de economia mista,
em que a grande parcela dos resíduos reciclados é destinada para obra públicas do município.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Aspectos gerais da problemática dos resíduos de construção civil
De acordo com Ibrahim et al. (2010) a indústria da construção civil consiste em uma
peça chave na economia de um país, ou seja, para que haja crescimento e desenvolvimento é
necessária a construção de uma infraestrutura adequada para estimular a economia. Segundo
pesquisa conduzida pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção
(ABRAMAT), mencionada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a
cadeia produtiva da construção representou em 2009 aproximadamente 8,3% do Produto
Interno Bruto (PIB) brasileiro e empregou mais de 10 milhões de pessoas (CBIC, 2010). A
indústria da construção civil também desempenha um importante papel na evolução do
Produto Interno Bruto (PIB) do país, pois a cada R$ 1,00 investido na construção, são gerados
R$ 1,88 na economia como um todo, ou seja, um percentual de 88% maior que o inicial
aplicado. Este multiplicador é muito significativo, e explica a grande geração de emprego e
renda encadeada por este ramo. A cada R$ 1 milhão investidos na construção civil são
gerados 70 empregos formais diretos na economia (CONSTRUBUSINESS, 2012).
Contudo, apesar do efeito positivo que o setor da construção civil causa na economia,
esta indústria também é responsável por uma significativa pegada ambiental. Os impactos
ambientais negativos causados pela indústria da construção iniciam-se na fase de extração das
matérias primas nas jazidas naturais e se estendem até a execução das obras. Entre os
impactos causados Paschoalin Filho e Graudenz (2012) destacam: fim de reservas naturais
não renováveis do material explorado, alteração na paisagem, desmatamento, erosão, poluição
do ar decorrente de emissão de gás carbônico na atmosfera e poluição sonora. Amadei et al.
(2011) complementam que além dos impactos gerados durante a extração das materiais
primas naturais, também ocorrerão os impactos causados pelos resíduos gerados nas etapas
posteriores, ou seja, na construção, demolição, manutenção, adequação e reforma dos
edifícios.
Segantini e Wada (2011) comentam que a construção civil é uma atividade geradora
de grandes volumes de resíduos, tendo como consequência enormes desperdícios de materiais
naturais como areia, pedra, madeira, cimento, entre outros. De acordo com Ulsen et al.
(2010), cerca de 90% da massa total de resíduos de construção civil (RCC) gerada no Brasil e
na Europa é composta por concretos, argamassas, solo e gesso. Silva e Fernandes (2012)
apontam que o setor da construção consome cerca de 50% de todos os recursos naturais
disponíveis, além de gerar um volume elevado de resíduos, ou seja, cerca de 40 a 60% dos
resíduos sólidos urbanos (RSU) produzidos diariamente nas cidades têm origem em obras em
geral. Bohne et al. (2008) complementam afirmando que os impactos causados pelos RCC
não se restringem somente a esfera ambiental, mas também afetam a econômica, uma vez que
o descarte acentuado deste material acarreta em elevados custos de transporte para sua
disposição final.
De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e
Resíduos Especiais (ABRELPE, 2012) a quantidade per capita no Brasil de resíduos de
construção civil coletada, comparando-se os anos de 2010 e 2011, cresceu aproximadamente
6%, ou seja, de 0,618 kg/hab/dia para 0,656 kg/hab/dia. Este incremento correspondeu a uma
massa adicional de 7.195 toneladas/dia recolhida. Diversos autores nacionais, tais como
Fagury e Grande (2007), Nunes et al. (2007), Bernardes et al. (2008) e Tessaro et al (2012)
apresentam taxas de geração per capita de RCC em diversas municipalidades brasileiras,
sendo os valores citados variando entre 170 e 920 kg/habitante/ano, de acordo com o Plano de
Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos, a taxa per capita na cidade de São Paulo é de
520kg/habitante/ano (PMSP, 2014).
Segundo Leite et al. (2010) e Ângulo et al. (2013) o resíduo de construção civil possui
uma grande variedade de materiais em sua composição, derivados das inúmeras atividades
construtivas que ocorrem concomitantemente no desenvolvimento de uma obra. Diante dessa
problemática, diversos autores, tais como Marques Neto e Schalch (2010), Silva et al. (2010),
Carmo et al. (2012), Tessaro et al. (2012) e Lima e Cabral (2013) realizaram estudos no
intuito de se verificar a composição gravimétrica dos resíduos de construção civil gerados em
diversas municipalidades brasileiras, tais como: São Carlos, Goiânia, Belo Horizonte, Pelotas
e Fortaleza. De acordo com estes autores, em todas as cidades investigadas, os resíduos de
construção civil são predominantemente compostos por resíduos cimentícios, cerâmicos e
solo. Na cidade de São Paulo, de acordo com dados apresentados no PGIRS (PMSP, 2014),
cerca de 80% da massa de RCC gerada na cidade é composta por resíduos classificados como
Classe A pela resolução no307/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
Deve-se destacar que os resíduos provenientes das atividades de construção civil, em
função de sua constituição física e volume, podem apresentar dificuldades para a destinação
final. Esses não são aceitos em aterros sanitários convencionais e geralmente são
acondicionados no meio ambiente urbano sob a forma de caçambas. Embora a
responsabilidade pela destinação correta dos resíduos seja do gerador, seja ele público ou
privado de acordo com a resolução CONAMA no 307/2002, não é difícil encontrar geradores
que desrespeitam essa determinação, causando situações de deposição desse material em vias
públicas, terrenos baldios ou a beira de córregos. Além de prejudicar a saúde coletiva, os
efeitos da deposição irregular dos RCC atingem também a esfera econômica e social, pois
causam obstrução das redes de drenagem urbana, contribuindo para alagamentos e enchentes
e também na exaustão precoce dos aterros (FIGUEIREDO et al., 2011; MÁLIA et al., 2011).
2.2 Aspectos normativos que tratam dos resíduos da construção civil
De acordo com a Resolução no307 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente)
de 5 de julho de 2002, os resíduos da construção civil recebem a seguinte denominação:
“Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, reformas, reparo de demolições de
obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos
cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais,resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros,
argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente
chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha (CONAMA, 2002).”
Ainda, segundo a resolução CONAMA no 307/2002, os resíduos da construção civil
podem ser classificados em quatro grupos de acordo com suas características. Em 2004, em
complementação à resolução CONAMA no307/2002, foi elaborada a resolução CONAMA n
o
348/2004, na qual foi incluído o amianto como pertencente à classe de resíduos perigosos. O
Quadro 1 apresenta a classificação dos resíduos de construção de acordo com a resolução
CONAMA no431/2011, que alterou a classificação apresentada na resolução CONAMA
no307/2002, alterando a classificação do Gesso de Classe C para Classe B.
Quadro 1. Classificação dos resíduos de construção de acordo a resolução CONAMA n
o431/2011
Classe Origem Tipo de resíduo
Classe A São os resíduos reutilizáveis ou
recicláveis como agregados.
De pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive
solos provenientes de operações de terraplenagem.
Da construção, demolição reformas e reparos de edificações
(componentes cerâmicos, tijolos, blocos, telhas e placas de
revestimento, concreto e argamassa).
Classe B Resíduos recicláveis com outras
destinações.
Plásticos, gesso, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e
outros.
Classe C
Resíduos para os quais ainda não
foram desenvolvidas tecnologias
ou aplicações que permitam a sua
reciclagem ou recuperação.
Não especificado pela resolução
Classe D
Resíduos perigosos oriundos de
processo de construção. Tintas, solventes, óleos, amianto.
Aqueles contaminado, oriundos de
demolições, reforma e reparo,
enquadrados como classe I na
Clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.
NBR10004.
Fonte: Adaptado de Paschoalin Filho & Graudenz (2012)
Além da classificação dos resíduos apresentada no Quadro 1, a Resolução nº 307/2002
do CONAMA também apresenta formas de destinação destes de acordo com sua tipologia tal
como apresentado no Quadro 2. Quadro 2. Destinação do RCC de acordo com CONAMA n
o 307/2002 (2002)
Classe Destinação
Classe A
Deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a áreas de
aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou
reciclagem futura.
Classe B Deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário,
sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura.
Classe C Deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas
técnicas específicas.
Classe D Deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade com as
normas técnicas específicas.
Fonte: Adaptado de Paschoalin Filho & Graudenz (2012)
O artigo 5º da resolução CONAMA no 307/2002 determina que é função dos
Municípios e do Distrito Federal a elaboração de um Plano Integrado de Gerenciamento de
Resíduos da Construção Civil. De acordo com a resolução, é de responsabilidade do
município a disponibilização de áreas adequadas para destinação dos resíduos da construção
civil, além de ações de fiscalização quanto à deposição inadequada destes resíduos. Em
relação ao gerador, o artigo 8º atribui a este a responsabilidade de elaboração de um Projeto
de Gerenciamento dos Resíduos de Construção com objetivo estabelecer procedimentos
necessários para o manejo e destinação ambientalmente adequados dos resíduos.
Anteriormente a promulgação da Resolução nº 307/2002 do CONAMA, o Brasil
dispunha da Norma Brasileira NBR 10.004 -“Resíduos Sólidos – Classificação”, publicada
pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) no ano de 1987, que servia de
referência quanto à classificação dos resíduos sólidos. Após a entrada em vigor da Resolução
CONAMA no307 a NBR 10.004 de 1987 sofreu uma revisão e foi publicada novamente no
ano de 2004 com alterações, complementações e atualizações que vinham de encontro com as
questões ambientais e o desenvolvimento sustentável em discussão desde a sua primeira
publicação. Posteriormente, no ano de 2010, a problemática dos resíduos da construção civil
no Brasil também foi tratada pela Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), por meio
da lei no12.305/2010. Esta política, dentre diversos aspectos, prevê redução da geração de
resíduos, propondo a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de
instrumentos a fim de proporcionar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos
sólidos e a destinação adequada dos rejeitos, além da necessidade de elaboração de planos de
gestão de resíduos por agentes públicos e privados. Além da NBR 10.004, a ABNT publicou
as seguintes Normas Técnicas, específicas para resíduos da construção civil: NBR 15112
(Resíduos da construção civil e resíduos volumosos - Áreas de transbordo e triagem -
Diretrizes para projeto, implantação e operação), NBR 15113 (Resíduos sólidos da construção
civil e resíduos inertes - Aterros - Diretrizes para projeto, implantação e operação), NBR
15114 (Resíduos sólidos da Construção civil - Áreas de reciclagem - Diretrizes para projeto,
implantação e operação), NBR 15115 (Agregados reciclados de resíduos sólidos da
construção civil – Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos), NBR 15116
(Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Utilização em pavimentação e
preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos).
De acordo com Duarte (2013), os aspectos normativos pertinentes ao gerenciamento
dos resíduos de construção civil englobam políticas promulgadas pelo poder público federal,
estadual e municipal além de normas ambientais e técnicas propostas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas. Guedes e Fernandes (2013) apresentam uma linha contendo
os principais instrumentos legais e normativos de abrangência nacional a respeito do manejo
dos resíduos de construção civil (RCC) conforme Figura 1.
Figura 1. Principais instrumentos legais e normativos de abrangência nacional a respeito do manejo dos
resíduos de construção civil. Fonte: Guedes e Fernandes (2013)
Por meio da Figura 1 constata-se que a primeira legislação que iniciou a discussão
sobre o manejo de RCC no Brasil foi o Estatuto das Cidades, Lei nº 10.257/2001 (GUEDES e
FERNANDES, 2013). Galvão Junior et al. (2012) citam que com a entrada em vigor da lei de
diretrizes nacionais para o saneamento básico e a política federal de saneamento básico foram
estabelecidos os marcos regulatórios no setor em seus quatro aspectos principais:
abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e manejo de águas
pluviais e, também, foi definida a elaboração do Plano Nacional de Saneamento Básico
(PNSB) em 2007. Spegiorin et al. (2012) comentam que a promulgação da Lei nº 12.305 em
2010, ou seja, da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e sua regulamentação por
meio do Decreto nº 7.404 em 2010 trouxeram definições para o cenário nacional que as
legislações anteriores não continham, tais como: princípios, Silva e Fernandes, (2012)
destacam que antes da promulgação da Resolução nº 307/2002 do Conselho Nacional do
Meio Ambiente (CONAMA) o Brasil dispunha apenas da Norma Brasileira NBR 10.004
“Resíduos Sólidos – Classificação”, publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), no ano de 1987, que servia de balizamento na classificação dos resíduos sólidos.
Após a entrada em vigor da Resolução do CONAMA a NBR 10.004 de 1987 sofreu uma
revisão e foi publicada novamente no ano de 2004 com correções, complementações e
atualizações que vinham de encontro com as questões ambientais e o desenvolvimento
sustentável.
2.4 A reciclagem do resíduo de construção civil como ferramenta de sustentabilidade
O manejo sustentável dos RCC tem merecido particular atenção de pesquisadores e da
indústria da construção civil que têm buscado formas de não apenas reduzir sua geração, mas
também viabilizar a sua reutilização, reciclagem ou reaproveitamento. A utilização dos
resíduos de construção nas obras pode ocorrer sob várias formas, tais como: agregados para
concreto não estrutural, produção de argamassa, blocos e tijolos não estruturais, na
pavimentação de estradas, em obras de drenagem, estabilização de encostas, recuperação
topográfica, dentre outras possibilidades (LU e YUAN, 2011; YUAN, 2012). De uma forma
geral, a reciclagem dos resíduos de construção civil traz inúmeras vantagens técnicas,
econômicas e ambientais, que são objeto de estudo de autores como: Tam et al. (2007); Santin
(2009); Hwang e Yeo (2011); Yuan e Shen (2011); Arif et al. (2012); Oyedete et al. (2013);
Yates (2013); Paschoalin Filho et al. (2013) entre outros. Assim, é consenso entre os diversos
autores citados os seguintes benefícios em relação a reciclagem dos RCC: Redução no
consumo de recursos naturais não renováveis; redução de áreas necessárias para aterro, pela
minimização de volume de resíduos pela reciclagem; redução do consumo de energia durante
o processo de produção; reduções da energia utilizada para extração e transporte dos materiais
aos centros consumidores;redução da poluição; possibilidades de melhoria no trânsito da
região pela diminuição do transporte dos materiais virgens aos centros consumidores;geração
de emprego e renda e melhoria no âmbito social com uma nova e ampla cadeia produtiva no
mercado de trabalho.
Segundo Souza et. al. (2008) a reciclagem e o reaproveitamento dos RCC têm se
destacado como alternativas ligadas aos conceitos de sustentabilidade, embutindo valor
econômico nos materiais descartados pelas obras de engenharia. Desta forma, é atribuída a
estes resíduos a condição de material valorizável, ao invés de simplesmente lançá-los ao meio
ambiente como mero rejeito. Varela (2010) e Narasimham (2011) comentam que a construção
civil possui um alto potencial para consumir materiais reciclados, pois os materiais
necessários para produção da grande maioria dos componentes de uma edificação,
especialmente os derivados do cimento Portland, são de composição e produção simples, não
precisam de grande sofisticação técnica, toleram variabilidade e, em alguns casos, permitem
baixas resistências mecânicas.
A reciclagem dos RCC se estabelece como uma solução inovadora, pois oferece a
possibilidade destes serem reutilizados produzindo benefícios nas esferas ambiental,
econômica e social ao invés de simplesmente serem encaminhados para disposição final em
aterros (Kralj, 2011). Tam (2009) complementa afirmando que a manufatura de novos
produtos utilizando-se RCC se caracteriza como uma potencial contribuição para o
desempenho sustentável da construção civil, pois permite uma redução significativa na
utilização dos recursos naturais, melhoria da qualidade de vida da sociedade pela não
disposição dos rejeitos em aterros e a geração de nova cadeia produtiva pela elaboração do
artefato. Segundo Manfrenato et al. (2008), a reutilização de agregados por meio da
reciclagem de RCC consiste em uma das formas mais simples de seu reaproveitamento.
Contudo, os autores comentam que esta prática ainda é recente no Brasil e apontam as Usinas
de Reciclagem de Entulho (URE) como uma solução viável para possibilitar a destinação final
e reciclagem dos RCC. Machado et al. (2006) comentam que em diversos municípios
brasileiros já operam com sucesso Usinas de Reciclagem Entulho (URE), produzindo
agregados utilizados predominantemente como sub-base de pavimentação.
2.5 Aspectos gerais a respeito da geração de resíduos de construção na cidade de
Garulhos
O município de Guarulhos localiza-se na Região Metropolitana de São Paulo,
possuindo uma área de aproximadamente 318km2 e população superior a 1.200.000
habitantes, o que permite classificá-la como a segunda cidade com maior população do Estado
de São Paulo (PMG, 2011).
No ano de 2011, o município de Guarulhos elaborou, sob a coordenação da
Secretaria de Serviços Públicos, seu Plano Diretor de Resíduos Sólidos (PDRS), o qual
definiu as regras para o manejo dos resíduos sólidos no município, bem como as
responsabilidades dos diversos agentes atuantes no ciclo de processamento destes (PMG,
2014). Posteriormente, no ano de 2013, por meio do Decreto Lei no 31513 de 26 de dezembro,
foi aprovado o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Guarulhos (PGIRS), o qual
objetivou a definição de estratégias de prestação de serviços como ações preventivas e
corretivas, a definição da responsabilidade compartilhada a respeito da gestão dos resíduos
sólidos por entidades públicas e privadas, ações para implantação da logística reversa, a
promoção da educação ambiental, incentivos a incorporação de inovações tecnológicas na
destinação e valoração dos resíduos sólidos, priorização da inclusão social de catadores, entre
outros.
De acordo com o Plano Diretor de Resíduos Sólidos (PDRS) e com o Plano de
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS), o município de Guarulhos apresenta uma taxa
média per capita de geração de resíduos sólidos urbanos (RSU) equivalente a 0,750
kg/habitante/dia, enquanto que a taxa de geração per capita de resíduos de construção civil se
mantém em valor equivalente a 1,43kg/habitante/dia ou 447 kg/habitante/ano (PMG, 2011).
Em Guarulhos, as reformas e construções informais contribuem com a geração de
cerca de 60% dos volumes de RCC contabilizados no ano de 2011, as construções licenciadas
individuais correspondem a 10% e as construções de maior porte correspondem com 30% da
geração de RCC (PMG, 2011). No ano de 2009 foi estimada uma geração de resíduos de
construção superior a 1.860 toneladas por dia, sendo a maior parte, cerca de 60%, composta
por materiais cimentícios recicláveis, 19,8% por solo, 10,2% de madeira, 6% de embalagens
em geral e somente 3,7% de rejeitos e resíduos perigosos.
Deve-se salientar que, com a acentuada valorização imobiliária na cidade de São
Paulo, grande parte dos empreendimentos está sendo deslocada para municípios localizados
na região metropolitana, dentre estes se destaca a cidade de Guarulhos. Segundo projeções
apresentadas no Plano de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos do município (PGIRS), no
ano de 2020 estima-se a geração de uma massa de RCC equivalente a 804 mil toneladas, ou
seja, 34% superior à massa identificada no ano de 2010 de aproximadamente 600 mil
toneladas (PMG, 2011).
De acordo com a Lei Municipal no6126 publicada em 27 de abril de 2006 os RCC
deverão ser destinados a áreas de recepção apropriadas visando sua triagem, reutilização,
reciclagem ou reservação, sendo proibida a destinação destes para áreas de bota-fora,
encostas, corpos d’água, lotes vagos, passeios, logradouros e via públicas em geral (PMG,
2006). Dessa forma, no município de Guarulhos, os RCC, em volume de no máximo de 1m3,
podem ser recebidos em dezessete Pontos de Entrega Voluntária (PEV), distribuídos em
diversas regiões. Esse material é então encaminhado a uma unidade de reciclagem operada
pela empresa PROGUARU (Progresso e Desenvolvimento de Guarulhos). Além dos PEV´s,
a cidade ainda conta com uma usina de reciclagem de entulho (URE), também operada pela
PROGUARU, e nove instalações privadas de reciclagem de concreto, alvenaria e madeira
(PMG, 2013).
Dentre os demais aspectos normativos a respeito da gestão e manejo dos resíduos de
construção civil, a Lei Municipal no6126/2006, em seu Capítulo V, artigo 19º, estabelece que
os resíduos classificados como Classe A pela resolução no307/2002 do Conselho Nacional do
Meio Ambiente (CONAMA) deverão ser utilizados preferencialmente na forma de agregados
reciclados na execução de obras públicas de infraestrutura tais como: revestimento primário
de vias, camadas de pavimento, passeios e muros, artefatos, drenagem urbana e em obras de
edificações como concreto, argamassas etc. De acordo com o parágrafo 1º do artigo 19º a
utilização preferencial dos agregados reciclados deverá se estender às obras contratadas ou
executadas pela administração pública direta ou indireta, desde que obedecidas as normas
técnicas brasileiras pertinentes. A seguir, no Quadro 3, é apresentada a legislação municipal
pertinente a gestão dos resíduos sólidos na cidade de Guarulhos.
Quadro 3. Leis e decretos referentes à gestão e manejo dos resíduos sólidos em Guarulhos
Lei/Decreto Ementa
Lei no 6.055 de 30 de dezembro de 2004
Institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano,
Econômico e Social do Município de Guarulhos e dá outras
providências.
Lei no 6.126 de 27 de abril de 2006 Institui o plano integrado de resíduos da construção civil e
volumosos e dá providências correlatas.
Lei no 6.322 de 3 de dezembro de 2007
Dispõe sobre a instituição de tarifa para execução dos serviços
de coleta, transporte, tratamento e destinação final dos
resíduos sólidos provenientes de estabelecimentos prestadores
de serviços de saúde e dá providências correlatas.
Decreto no 25.754 de 1º de setembro de 2008
Regulamenta a Lei Municipal no 6126 de 27 de abril de 2006,
que instituiu o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos
da Construção Civil e volumosos e dá providências correlatas.
Decreto no 26.573 de 2 de julho de 2009
Dispõe sobre a alteração do Plano Operacional de Coleta de
Lixo Domiciliar e dá outras providências.
Decreto no 31513 de 26 de dezembro de 2013
Aprova o Plano de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos de
Guarulhos e dá outras providências.
Fonte: Adaptado pelos Autores a partir de PMG (2014)
A Usina de Reciclagem de Entulho (URE) em estudo localiza-se na Rua Benjamin
Harris Hannicut 4400, bairro Cabuçu, nas proximidades do trecho Norte do Rodoanel Mário
Covas. A URE possui uma área aproximada de 10.000m2, sendo dotada de equipamento de
britagem com capacidade de beneficiamento de 45 toneladas/hora de resíduo de construção
Classe A. Os RCC, após serem reciclados, são destinados a duas unidades da PROGUARU
como matéria prima para a fabricação de artefatos tais como: pré-moldados, blocos de
concreto, meio fio, etc, enquanto que os resíduos mistos de cerâmica e argamassa reciclados
são destinados para a execução de camadas de base de pavimento e conservação de vias
urbanas. Dessa forma, cerca de 100% dos resíduos que são reciclados na URE Cabuçu são
utilizados em obras administradas direta ou indiretamente pela Prefeitura, tal como previsto
no PGRIS do município. As Figuras seguintes apresentam fotografias colhidas da URE em
estudo em visita técnica realizada pelos autores.
Figura 2. Equipamento de britagem de RCC da URE
Fonte: Os Autores
Figura 3. Estoque do resíduo de construção após reciclagem
Fonte: Os Autores
3. MÉTODO DE PESQUISA
3.1 Caracterização da pesquisa
Esta pesquisa pode ser caracterizada como um estudo de caso já que um objeto de
pesquisa restrito foi selecionado. De acordo com Yin (2005) o estudo de caso também poderá
ser baseado em seis fontes potenciais de informação, sendo estas: documentos, registros,
entrevistas, observação direta, observação de participante e artefatos físicos. No presente
estudo, as fontes de informação utilizadas foram as seguintes:
a) Documentos e registros: Foram obtidas junto a PROGUARU, empresa que
administra a URE Cabuçu, planilhas contendo os registros dos volumes de
resíduos de construção que foram recebidos de diversas origens, tais como: Pontos
de Entrega Voluntária (PEV´s), Secretarias municipais, catadores etc. Também
foram consultados registros de produção dos resíduos reciclados na URE em
estudo. Os registros e documentos obtidos referem-se ao período de abril de 2013 a
julho de 2014, correspondendo ao período de análise da presente pesquisa.
b) Observação direta: resultante da participação de um dos autores em visitas
técnicas, realizadas na URE em estudo, para fins de coleta de informações.
Esta pesquisa também pode ser caracterizada como descritiva, uma vez que os fatos
acompanhados durante a execução das operações de reciclagem dos resíduos na URE foram
registrados e interpretados sem que os pesquisadores interferissem em seu andamento.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
De uma forma geral, a URE/Cabuçu recebe resíduos de construção civil provenientes
de pontos de entrega voluntária (PEV´s), de obras e reformas de diversas secretariais
municipais, de catadores e da própria coleta efetuada pela PROGUARU. A Figura seguinte
apresenta os volumes de resíduos encaminhados para a URE proveniente de cada um dos
geradores citados.
0
500
1000
1500
2000
2500V
olu
me
de
re
síd
uo
s (m
3)
Período (2013/2014)
PEV's Secretarias Proguaru Particulares
Figura 4. Fontes de recebimento dos resíduos de construção
Fonte: Os Autores
Verifica-se por meio da Figura 4 que durante boa parte do período em estudo, os
maiores volumes de resíduos de construção civil encaminhados para a URE vieram dos 17
Postos de Entrega Voluntária (PEV´s) do município. Tal fato consiste em um indicador
positivo, uma vez que demonstra a adesão da população em destinar de forma correta os
resíduos de construção gerados nas pequenas obras. Ressalta-se que a destinação dos RCC
para os pontos de entrega voluntária PEV´s é gratuita, sendo limitado o valor máximo de
recebimento a 1m3
por gerador. De acordo com Paschoalin Filho & Graudenz (2012), os
resíduos de construção gerados por construções de pequeno porte são de difícil
monitoramento e controle, sendo muitas vezes dispostos de forma irregular em áreas não
apropriadas, tais como córregos, terrenos baldios etc. Os autores complementam citando que
os resíduos de construção civil quando dispostos de maneira irregular constituem-se em
grande ameaça para a saúde coletiva, uma vez que servem de criadouro para vetores
patogênicos; além de causar depreciação imobiliária do local onde estes foram lançados.
Também se verifica que a URE/Cabuçu recebeu durante o período em estudo quantidades
significativas de resíduos de construção provenientes de particulares, quer sejam empresas
transportadoras de caçambas ou simplesmente catadores, sendo que os volumes destinados
para a URE superaram aqueles provenientes dos PEV´s. A Figura 5 apresenta os volumes de
resíduos de construção reciclados durante o período em estudo.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
Vo
lum
e d
e r
esí
du
os
(m3
)
Período (2013/2014)
Misto
Figura 5. Volumes de resíduos reciclados na URE entre abril de 2013 e julho de 2014
Fonte: Os Autores
Observa-se por meio da Figura 5 que entre os meses de abril de 2013 e julho de 2014
foi reciclado um volume total de 80.150 m3 de resíduo de construção Classe A, o que equivale
a 144.270 toneladas ou 120,2kg/habitante. De uma forma geral, os volumes reciclados
variaram entre os meses investigados, sendo observados valores entre 6.900m3 (para o mês de
agosto de 2013) e 3.900m3 (referente ao mês de julho de 2014), possibilitando a obtenção de
uma média de 5.000 m3/mês (sd=827m
3, cv=16,6%). É importante destacar que de acordo
com o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS) e com Lei Municipal
no6126/2006 todo o resíduo reciclado de construção civil deve ser destinado para obras
administradas pela Prefeitura, dessa forma, pode-se dizer que todo o volume reciclado pela
URE durante o período em estudos foi utilizado como material de construção em obras
geridas pelo poder público, tais como: pavimentação e fabricação de artefatos, aliviando dessa
forma o consumo de matéria prima natural e proporcionando a reinserção dos resíduos
gerados na cadeia produtiva da construção civil.
5. CONCLUSÕES
Os resíduos de construção civil constituem-se em um grande problema a ser sanado
pelas esferas pública e privada. Dessa forma, novas ferramentas de manejo e gestão dos
resíduos deverão ser implantadas no intuito de se mitigar o impacto ambiental causado pelo
setor da construção civil. Dentre estas ferramentas, a reciclagem dos RCC consiste em uma
importante ferramenta de sustentabilidade considerando os aspectos econômicos, ambientais e
sociais envolvidos, pois possibilita agregar valor comercial ao resíduo, reduzindo os impactos
resultantes da deposição do mesmo. Ressalta-se que a reciclagem dos resíduos de construção
civil encaixa-se no conceito de triple bottom line, uma vez que proporciona ganhos
econômicos significativos por meio da valoração dos resíduos; ambientais por reduzir a
necessidade de consumo de matérias primas naturais e o alívio da pressão destes sobre os
aterros licenciados e benefícios sociais, uma vez que proporciona a inclusão no mercado de
trabalho de uma parcela de mão de obra que outrora encontrava-se excluída.
A URE Cabuçu consiste em um importante players no Plano de Gestão Integrada dos
Resíduos Sólidos do Município de Guarulhos, correspondendo a um exemplo de gestão
sustentável dos RCC adotada pelo poder público. Ressalta-se que a totalidade dos resíduos
reciclados é destinada para obras administradas pela municipalidade, promovendo dessa
forma a redução da necessidade de aquisição de matérias primas naturais, possibilitando a
reinserção dos resíduos na cadeia produtiva, e reduzindo a pegada ambiental causada pela
execução das obras municipais. A URE estudada também consiste em uma forma de
destinação adequada dos resíduos de construção gerados prevenindo a deposição destes em
áreas irregulares. Ademais, percebeu-se por meio dos parâmetros apresentados a significativa
adesão popular em relação à utilização dos PEV´s na coleta dos resíduos de construção
gerados por pequenas obras. Portanto, a Usina de Reciclagem de Entulho Cabuçu, além de
proporcionar a redução dos impactos ambientais causados pelo setor da construção, também
se caracteriza como uma forma de destinação e alternativa em relação aos aterros de RCC
licenciados tradicionais.
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