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1 USO SELETIVO DA FORÇA

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USO SELETIVO

DA FORÇA

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SUMÁRIO

1. Modulo de Uso Seletivo da Força ............................................................. 3

2. Mapa Descritivo Do Processo POP 109 ..................................................... 14

3. Normas De Segurança Com Arma De Fogo .............................................. 37

4. Dispositivo Eletrônico De Controle - Dec (Taser) ....................................... 40

5. Fuzil 7,62 M964 “Fal” ........................................................................... 55

6. Escopeta Gauge 12 ............................................................................... 56

7. Submetralhadoras ................................................................................. 64

8. Pistola Cal. .40 S&W E 9mm ................................................................... 67

9. Revolver Cal. 38 E 357 .......................................................................... 80

10. Histórico E Classificação Das Armas ...................................................... 91

11. Balística ............................................................................................ 97

12. Poder De Parada “Sotpping Power” ..................................................... 108

13. Proteção Balística ............................................................................. 111

14. Fundamentos Do Tiro Policial .............................................................. 114

15. Resolução De Panes Em Armamento .................................................... 116

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MODULO DE USO SELETIVO DA FORÇA

Antes de iniciarmos o aprendizado o policial militar deve a exata noção de alguns conceitos:

FORÇA: é toda intervenção compulsória sobre o indivíduo ou grupos de indivíduos reduzindo ou eliminando sua capacidade de auto-decisão.

NÍVEL DO USO DA FORÇA: é entendido desde a simples presença policial em uma intervenção até a utilização da arma de fogo, em seu uso extremo (uso letal).

ÉTICA: é o conjunto de princípios morais ou valores que governam a conduta de um indivíduo ou membros de uma mesma profissão.

USO PROGRESSIVO DE FORÇA: consiste na seleção adequada de opções de força pelo policial em resposta ao nível de submissão do indivíduo suspeito ou infrator a ser controlado

O POLICIAL E USO SELETIVO DA FORÇA

Durante a formação do policial, o Estado investe em treinamentos, a fim de que outorgar-lhe autoridade e poder, para que este seja reconhecido como encarregado da aplicação da lei. Tamanha é esta autoridade e poder, que o policial, em nome de uma vida e no desempenho de suas atividades pode até retirar a vida de outro cidadão. Vale lembrar que o uso da força é tão importante que pode ser utilizado como medidor de desenvolvimento social.

É importante lembrar que “os Estados não negam a sua responsabilidade na proteção do direito a vida, a liberdade e segurança pessoal quando outorgam aos seus encarregados de aplicação da lei a autoridade legal para a força e a arma de fogo.”

Assim o policial, deve em nome do Estado aplicar a lei e reprimir com energia, desvios de conduta, em defesa da sociedade. Sociedade esta de onde o policial é oriundo.

A tarefa policial é delicada a medida em que se reconhece como inteiramente legítimo o uso de força, para resolução de conflitos, desde que esgotadas todas as possibilidades de negociação, persuasão e mediação (FARIA, 1999).

O Estado intervém com uso legítimo de força, quando um cidadão usa a violência para, ferir, humilhar, torturar, matar outro cidadão, de forma a garantir a tranqüilidade. É o paradoxo do uso de força para conter a violência ilegítima.

A Força policial por intermédio da sua atuação, existe para assegurar que os direitos fundamentais do cidadão, individual e coletivo, sejam protegidos. O direito a vida tem a mais alta prioridade, assim sendo o uso de força letal, deverá ocorrer somente em situação extremada e excepcional. Logo o policial agindo dentro dos parâmetros “proteger e socorrer”, estará estribado por uma série de legislações, sejam no âmbito internacional como nacional.

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Legislação sobre o uso da força

São importantíssimos instrumentos internacionais sobre uso de força e arma de fogo:

•Código de Conduta para Encarregados da Aplicação da Lei – CCEAL

Código adotado em dezembro de 1979, pela Assembléias das Nações Unidas, com escopo de orientar os Estados membros quanto à conduta dos policiais. Não tem força de tratado, visa criar padrões para que os encarregados da aplicação da lei, baseiem-se em policiamento ético e legal.

•Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Arma de Fogo – PBUFAF

Princípio adotado no 8º Congresso das Nações Unidas em 1990, também não tem força de tratado, tem por objetivo nortear os Estados membros, a assegurar e promover o papel adequado dos policiais.

Tem-se a sinopse destes dois instrumentos internacionais que os Estados deverão equipar os policiais com vários tipos armas e munições letais e não letais, a fim de permitir uso diferenciado da força. Que o uso de força letal seja em situações especialíssimas e extremadas. Deverão ainda os governos assegurar que o uso arbitrário ou uso abusivo de força e arma de fogo pelo policial seja punido como delito criminal, de acordo com a legislação.

Além destes instrumentos, existem os instrumentos nacionais dos quais:

•Código Penal;

•Código de Processo Penal;

•Código Penal Militar;

•Código de Processo Penal Militar;

Embora exista uma vasta estrutura jurídica e normas, o Sistema Jurídico Brasileiro se mostra com lacunas e imprecisões quanto à legalidade e limites permitidos de uso da força.

ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS REFERENTE AO USO DA FORÇA

•O Policial deve respeitar a pessoa humana, qualquer que seja a sua condição;

•A condição Policial não exime do cumprimento da norma legal;

•Os excessos cometidos serão punidos, criminais e disciplinarmente;

•A violência desnecessária gera outras violências que podem desencadear-se, inclusive, com conseqüências maiores e incontroláveis;

•A violência arbitrária revolta a vítima e os assistentes, projetando assim uma imagem negativa e falsa da polícia, por aquele fato isolado;

•A ação Policial bem-sucedida, sem excessos, projeta a corporação e dignifica os autores da ocorrência;

•O policial deve estar apto, adestrado e preparado para enfrentar todas as situações, sem omissões, indisciplina, pânico, corrupção ou excessos;

A prática da violência, isolada ou em público, deve ser prontamente coibida, para não servir de exemplo e estímulo a outras ações, em situações semelhantes.

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Modelos de Uso Progressivo da Força

•Modelo FLETC: Aplicado pelo Centro de Treinamento da Polícia federal de Glynco (Federal Law Enforcement Training Center) Geórgia, EUA.

Modelo GILIESPIE: Apresentado no livro Police – Use of Force – A line Officer’s Guide, 1998.

Modelo REMSBERG: Apresentado no livro: The Tactical Edge – Surviving High – Risk patrol – 1999.

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•Modelo CANADENSE: Utilizado pela Polícia Canadense.

Modelo NASHVILLE: Utilizado pela Polícia metropolitana de Nashville, EUA.

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•Modelo PHOENIX: Utilizado pelo Departamento de Polícia de Phoenix, EUA.

• Modelo básico do Uso Progressivo da Força

Abaixo temos um modelo de uso de força, através de um recurso visual, destinado a auxiliar na conceituação, planejamento, treinamento e na comunicação dos critérios sobre o uso da força utilizado pelos policiais:

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O modelo apresentado nos trás de um lado (esquerdo) a percepção do Policial em relação à atitude do suspeito. Do outro lado (direito) encontramos as respostas (reação) de força possíveis em relação à atitude do suspeito.

Em existindo resistências e agressões variadas o Policial deverá adequar sua atuação ao tipo de agressão sofrida, estabelecendo formas de comandar e direcionar o suspeito provendo seu controle provendo seu controle.

ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODELOS

Percebe-se claramente que os modelos de USF, retro-mencionados, possuem um ponto de intersecção, dos quais se extrai que o policial seleciona a força a ser utilizada pela atitude demonstrada pelo perpetrador. Modelos como “FLECT”, “GILIESPIE” colocam a avaliação do risco como parte do gráfico, outros não. Para servir de modelo para as polícias brasileiras, podem-se indicar os modelos: “FLECT”, “GILIESPIE” e “CANADENSE”, uma vez possuem conteúdo mais completo e reproduzem bem a realidade operacional da polícia. No entanto dentre estes o Modelos Canadense é o mais indicado, por apresentar facilidade do aprendizado e riqueza de conteúdo de formas gráficas.

PRINCÍPIOS DO USO SELETIVO DA FORÇA

O policial deve antes de realizar toda e qualquer intervenção, responder para si mesmo os seguintes questionamentos:

O emprego da força é legal?

O policial deve buscar amparo legal para sua ação. No entanto não deve o policial realizar ações legítimas decorrentes de atos ilegais. Ex.: O policial provoca uma situação para ser desacatado e assim levar o cidadão preso. Note

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9 que a ação da prisão por desacato é legítima, mas decorreu de um ato ilegal. De forma que sua ação se tornou questionável pela sociedade.

A aplicação da força é necessária?

Após o policial ter identificado o objetivo a ser atingido, verifica se todas as opções estão sendo consideradas, e se existem outros meios menos danoso para se atingir o objetivo.

O nível da força a ser utilizada é proporcional a resistência oferecida?

A força selecionada deve apenas a suficiente para vencer a resistência, caso contrário o policial poderá incorrer em abuso de poder. Porém mesmo tendo selecionado a força adequada para a situação, pode ocorrer ação ilegítima, se o policial não souber quando cessar o uso da força. Ex. Suspeito dominado e o policial continua usando a força.

O uso da força é conveniente?

Diz respeito ao momento e ao local da ação policial. Mesmo a força sendo legal, proporcional e necessária, ela pode não ser conveniente, ex.: reagir a agressão com arma de fogo, onde há grande movimentação de pessoas

Assim o uso legítimo da força evidencia-se quando o policial aplica os princípios da legalidade, necessidade, proporcionalidade e ética:

•O princípio da legalidade é a observação das normas legais vigentes no Estado;

•O princípio da necessidade verifica se o uso da força for feita de forma imperiosa;

•O princípio da proporcionalidade é a utilização da força na medida exigida para o cumprimento de seu dever;

•A ética dita os parâmetros morais para utilização da força.

NÍVEIS DE FORÇA SELETIVA

•Presença Física: A mera presença do Policial, muitas vezes, será o bastante para conter um crime ou contravenção ou ainda para prevenir um futuro crime em algumas situações.

•Verbalização: Baseia-se na ampla variedade de habilidades de comunicação por parte do Policial, capitalizando a aceitação geral que a população tem da autoridade. Principalmente em situações nas quais sejam necessário a utilização de princípios de gerenciamento de crise.

•Controles de Contato ou Controle de mãos Livres: Trata-se do emprego de talentos táticos por parte do Policial para assegurar o controle e ganhar cooperação. Em certas situações haverá a necessidade de dominar o suspeito fisicamente. Nesse nível, os Policiais utilizando-se primeiramente de técnicas de mãos livres para imobilizar o indivíduo. Compreende-se em técnicas de condução e imobilizações, inclusive através de algemas.

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•Técnicas de Submissão (Controle Físico): Emprego da força suficiente para superar a resistência ativa do indivíduo, permanecendo vigilante em relação aos sinais de um comportamento mais agressivo. Nesse nível, podem ser utilizados técnicas de imobilização e o uso de equipamentos de impacto controlado como os cassetetes e as tonfas.

•Técnicas defensivas não-letais: Uma vez confrontado com as atitudes agressivas do indivíduo, ao Policial é justificado tomar medidas apropriadas para deter imediatamente a ação agressiva, bem como ganhar e manter o controle do indivíduo, depois de alcançada a submissão. É o uso de todos os métodos não letais, através de espagidores de gás leve, Dispositivo Eletrônico de Controle – DEC (TASER) ou uso de equipamentos de impacto controlado como o cartucho eslastômero.

•Força Letal: Ao enfrentar uma situação agressiva que alcança o último grau de perigo, o Policial deve agir em defesa própria ou de terceiro diante a ameaça mortal garantindo a preservação da vida até que se cesse a agressão injusta, ilegal e iminente. É sem sombra de dúvidas uma decisão importante e mais extrema dentro da aplicação da força policial, quase sempre cometida sob alto nível de estresse.

TIRO INTIMIDATIVO

O policial deve fazer uso da força sempre que necessário, desde que seja sem excesso ou arbitrariedade. Por este prisma, quando o policial dispara sua arma de fogo, simplesmente para intimidar ou advertir o perpetrador, acaba causando na sociedade sensação de medo e insegurança. Tal atitude, relaciona-se diretamente a policiais de pouca capacidade técnica e contrário a atividade policial, que é proporcionar segurança e não temor.

Tal procedimento denota policiais despreparados de agem de forma amadora, provocam situações de alto risco para a sociedade. Assim o ideal que na medida do possível as ocorrências sejam resolvidas sem uso da força letal, mas sim a verbalização.

Logo a busca por um objetivo legítimo, o policial deve faze – lá de forma moderada e proporcional à agressão ou a ameaça de agressão, utilizando a força necessária para conter o perpetrador.

Isso nos leva que o uso de força letal só deverá ocorrer quando o policial for ameaçado ou agredido com força letal, pois a força letal é uma medida extremada.

TRIÂNGULO DA FORÇA LETAL

O Triângulo da Força Letal, trata-se de um modelo de tomada de decisão para desenvolver a habilidade para responder a encontros de força. Este triângulo possui três lados, a saber, habilidade, oportunidade e risco.

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11 HABILIDADE – É a capacidade do suspeito causa danos em um policial, ou em outra pessoa, o suspeito pode provocar a morte ou uma lesão grave. Essa capacidade pode ser arma de fogo, faca, capacidade física (arte marcial), etc.

OPORTUNIDADE – Diz respeito quando o suspeito tem a habilidade retro-mencionada de causar ferimento ou morte, a pessoas, faltando, no entanto a oportunidade que lhe convier. Oportunidade pode ser entendida como condições favoráveis, tais como: distância, local, distração, etc. Ex.: pessoa com uma faca a 20 metros – possui a habilidade, mas a essa distância não há a oportunidade adequada para o intento de ferir.

RISCO – Ocorre quando o suspeito, de posse de suas habilidades e oportunidades, coloca o policial ou outras pessoas em condições de perigo físico. Ex.: suspeito armado, se negando a solta-la.

ESTUDO DAS REAÇÕES FISIOLÓGICAS

O corpo humano quando confrontado com situações de sobrevivência, sofre reações fisiológicas involuntárias. Muitas destas reações são desfavoráveis ao policial. As habilidades motoras combinam-se com ações físicas que nos capacitam a realizar tarefas físicas espantosas. Veja a seguir alguns tipos de Coordenações desenvolvidas nestes momentos críticos.

COORDENAÇÃO MOTORA GROSSA – Envolve grandes grupos musculares, que nos prepara lutar ou fugir. É provocada por situações de alto estresse.

COORDENAÇÃO MOTORA FINA – Envolve pequenos grupos musculares, como as mãos e dedos. Evolvendo coordenação das mãos com os olhos. Baixo nível de estresse. Pouco indicada para situações estressantes.

COORDENAÇÃO MOTORA COMPLEXA – Envolve múltiplos componentes Ex.: mãos/olhos, tempo de reação, equilíbrio e localização de alvo móvel. Técnicas de defesa pessoal e posições de tiro defensivo são exemplos de coordenações motoras complexas. Para se atingir bons resultados o nível de estresse deve ser baixo. Assim sendo altos níveis de estresse em situações de sobrevivência reduz as habilidades do policial para o desenvolvimento de coordenações motoras complexas.

Em situações de uso de força letal, os policiais produzem um poderoso hormônio que é a adrenalina e outras substâncias similares, as quais aceleram drasticamente o batimento cardíaco, aumentam a pressão sanguínea e afetam o sistema nervoso, logo o policial terá dificuldade em desenvolver coordenações motoras finas e complexas. Terá ainda prejudicado o manuseio com arma de fogo ou posições de tiro defensivo. Ocorre ainda a redução com a destreza com as mãos, redução da visão periférica, dificultam a visão em profundidade e pode levar o policial ao pânico.

Para lidar com esse estresse o policial deve controlar os batimentos cardíacos, respirando profundamente e mantendo o controle.

UTILIZAÇÃO DOS NÍVEIS DE FORÇA

O policial deve sempre utilizar o nível de força adequado a resistência oferecida. A progressão ou retração da força, será avaliada e adequada ao tipo de ação do suspeito. Caso a força utilizado falhe ou as circunstâncias mudem, o policia deverá selecionar a força adequada para o evento de forma consciente.

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É salutar lembra que quanto maior for o nível de força utilizada, menos reversível será, maior certeza de controle haverá e maior será a necessidade de justificativa.

Nas intervenções policiais, deve-se priorizar o uso da mais baixa possível e necessária para a situação, no entanto lembrando que se selecionar nível de força abaixo da necessária poderá o policial se expor a perigo.

Porém se o policial selecionar um nível de força acima da necessária e proporcional, poderá incorrer em abuso de poder.

Percebe-se também que a escolha do nível de força adequado de força a ser usado, depende muito e como o policial equipado e treinado.

Para atuar em uma ocorrência em que seja necessário o uso de força o policial precisar estar equipado com variadas opções de força. No entanto se lhe tiver ao alcance apenas a força letal, sem conhecimento de defesa pessoal e a verbalização falhar o resultado certamente não será adequado.

NÍVEIS DE SUBMISSÃO DO SUSPEITO

•NORMALIDADE – Situação rotineira de patrulhamento, não haja necessidade de intervenção policial;

•COOPERATIVO – O suspeito é submisso as determinação policiais. Não oferece resistência;

•RESISTENTE PASSIVO – O suspeito oferece um nível preliminar de insubmissão. Ele não oferece resistência física aos procedimentos policiais, contudo não acata as determinações. Não reage nem agrede;

•RESISTENTE ATIVO – A insubmissão aumentou consideravelmente a podendo ter desafio físico, como fugir empurrando o policial, se esquivando do contado com o policial;

•AGRESSÃO NÃO-LETAL – A resistência do suspeito é ativa e hostil, podendo culminar em ataque físico ao policial ou a pessoa envolvida na intervenção;

•AGRESSÃO LETAL - Resistência ameaçadora a vida do público e do policial.

PERCEPÇÃO DO RISCO

Toda intervenção policial deve estar estribada na percepção do risco por parte do policial, pois a avaliação dos riscos é parte integrante do conceito de uso seletivo da força. Podendo essa percepção ser classificada da seguinte forma:

•PERCEPÇÃO PROFISSIONAL – Este nível de percepção abrange as atividades policiais triviais e cruciais do ambiente que funciona;

•PERCEPÇÃO TÁTICA – O policial percebe um aumento da ameaça no cenário do confronto;

•PERCEPÇÃO DO LIMEAR DA AMEAÇA – Aumento do estado de alerta, devido à percepção de ameaça e ao perigo detectado;

•PERCEPÇÃO DE AMEAÇA DANOSA – Constatação acelerada do perigo, o policial deve concentrar sua energias e suas táticas na direção da defesa;

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13 •PERCEPÇÃO DE AMEAÇA MORTAL – É o nível mais alto de ameaça. O policia deve manter o mais alto nível de avaliação de risco e valer-se de suas máximas habilidades de sobrevivência.

No decorrer de um confronto, o policial pode reavaliar os riscos e progredir ou regredir os níveis de força a ser usada.

ASPECTOS QUE INFLUENCIAM NO NÍVEL DE FORÇA APLICADA

Algumas variáveis podem justificar o aumento do nível de força a ser aplicada, dos quais:

•Número de policiais e número de suspeitos envolvidos;

•Tipo físico, idade e sexo dos policiais em relação às mesmas variáveis dos suspeitos;

•Habilidades técnicas em defesa pessoal dos policiais envolvidos;

•Estado mental e emocional do policial no momento do confronto.

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MAPA DESCRITIVO DO PROCESSO 109

NOME DO PROCESSO: USO SELETIVO DA FORÇA POLICIAL MATERIAL NECESSÁRIO

1. Equipamento de uso individual – EUI (POP 101). ETAPAS PROCESSOS

Abordagem a pessoa em atitude suspeita POP 203

Abordagem a pessoa infratora da lei POP 204

Abordagem a veículo sob fundada suspeita POP 205

Abordagem a veículo ocupado por infratores da lei POP 206

Acompanhamento e cerco a veículo POP 405

Uso de algema POP 103

Uso do espargidor de agente OC POP 104

Uso do bastão policial (BP – 60) – tonfa POP 105

Intervenção em local de crise POP 506

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL

DESCRIÇÃO LEGISLAÇÃO PAG Desobediência Art. 330 do Código Penal – CP 290 Excludente de ilicitude Art. 23 do Código Penal – CP 291 Legitima defesa Art. 25 do Código Penal – CP 306 Poder de polícia Art. 78 do Código Tributário Nacional – CTN 317 Resistência Art. 329 do Código Penal – CP 322 Violência no exercício da função Art. 322 do Código Penal – CP 326

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS PROCESSO 109 USO SELETIVO DA FORÇA POLICIAL

PROCEDIMENTO 109.01 Pessoa em atitude suspeita com as mãos livres e/ou objetos com baixa letalidade

ESTABELECIDO EM: 21/08/2003

REVISADO EM: 11/06/2010 Nº DA REVISÃO: 3ª Edição

REPONSÁVEL: Comandante da guarnição

ATIVIDADES CRÍTICAS 1. Percepção da pessoa em atitude suspeita portando nas mãos objetos do tipo: máquina

fotográfica, microfone, celular, bolsa, ou com as mãos livres na altura da cintura, ou acima da cabeça;

2. Percepção da pessoa em atitude suspeita com quaisquer outros objetos que não representem risco em potencial para o PM.

SEQUÊNCIA DAS AÇÕES

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1. Posicionar com o armamento em posição sul; 2. Manter a visualização e verbalizar com a pessoa em atitude suspeita; 3. Identificar o objeto e as mãos da pessoa em atitude suspeita e determinar a colocação

do objeto com baixo ou nenhum potencial ofensivo, ao solo; 4. Coldrear a arma de fogo, após a colocação do objeto ao solo, o PM mais moderno,

travar o coldre e iniciar o procedimento de busca pessoal (Ações corretivas nº 2, 3 e 4); 5. Manter o armamento na posição pronto baixo durante a busca pessoal.

RESULTADOS ESPERADOS 1. Que a conduta do policial seja segura e legal, a fim de resguardar sua integridade;

2. Que se garanta a vida, a integridade física e moral das vítimas e de pessoas inocentes;

3. Que garanta, sempre que possível, a vida do agressor, usando a energia estritamente necessária para a contenção da sua ação agressora;

4. Que se priorize a preservação da vida e em seguida promova a lei, trabalhando estritamente dentro de seus limites;

5. Que a equipe em posse dos equipamentos: Dispositivo Eletrônico de Controle – DEC (POP 106), Espargidor de agente OC (POP 104) e bastão BP – 60 (POP 105), faça uso de forma adequada e com isso traga um resultado menos ofensivo à integridade física a pessoa em atitude suspeita.

AÇÕES CORRETIVAS 1. Caso haja alteração, de risco superior ou inferior, ao quadro inicialmente apresentado,

adotar a ação pertinente; 2. Caso o quadro seja não cooperativo (resistência passiva), manter a visualização e

insistir na verbalização com a pessoa em atitude suspeita (Sequência das ações nº 4); 3. Caso a compleição física da pessoa em atitude suspeita (não cooperativo) for bem

maior, ou identificar habilidade em práticas de lutas, estado mental alterado ou fora da normalidade (sob efeito de tóxicos, alcoolizado e/ou alienado mental) ou ainda apresentar nível de agressão elevado contra os policiais militares, deverá o PM, reavaliar o uso seletivo da força, podendo lançar mão de outros meios menos letais, como: DEC (POP 106), Espargidor OC (POP 104) e bastão tonfa ou retrátil (POP 105) e posteriormente algemá-lo (Sequência das ações nº 4);

4. Caso persista a não cooperação por parte da pessoa em atitude suspeita, utilizar meios menos letais e posteriormente algemá-lo (Sequência das ações nº 4);

5. Caso haja o coldreamento, travar o coldre, antes da mudança do uso da força. POSSIBILIDADES DE ERRO

1. Não executar corretamente o uso seletivo da força policial; 2. Deixar de proceder à abordagem e a busca pessoal padrão; 3. Efetuar o PM tiro de advertência ou intimidação; 4. Não manter o PM a distância de segurança recomendada para utilização dos meios

menos que letais.

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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS PROCESSO 109 USO SELETIVO DA FORÇA POLICIAL

PROCEDIMENTO 109.02 Pessoa em atitude suspeita com instrumentos contundentes que represente risco em potencial para o PM

ESTABELECIDO EM: 21/08/2003

REVISADO EM: 11/06/2010 Nº DA REVISÃO: 3ª Edição

REPONSÁVEL: Comandante da guarnição

ATIVIDADES CRÍTICAS

1. Percepção da pessoa em atitude suspeita portando instrumentos contundentes; 2. Visualização no ambiente de baixa luminosidade; 3. Manutenção da distância de segurança.

SEQUÊNCIA DE AÇÕES

1. Posicionar o armamento em pronto retido lateral, empunhadura simples (lateral) protegendo a arma junto ao corpo;

2. Manter a visualização e verbalizar com a pessoa em atitude suspeita; 3. Manter o PM a distância segura em relação ao suspeito; 4. Identificar o objeto em posse da pessoa em atitude suspeita, e em caso de cooperação,

determinar a colocação do objeto ao solo; 5. Coldrear a arma de fogo, após a colocação do objeto ao solo, o PM mais moderno, travar

o coldre e iniciar o procedimento de busca pessoal (Ações corretivas nº 2 e 3). 6. Manter o armamento na posição pronto baixo durante a busca pessoal.

RESULTADOS ESPERADOS

1. Que a conduta do policial seja segura e legal, a fim de resguardar sua integridade; 2. Que se garanta a vida, a integridade física e moral das vítimas e de pessoas inocentes; 3. Que garanta, sempre que possível, a vida do agressor, usando a energia estritamente

necessária para a contenção da sua ação agressora; 4. Que se priorize a preservação da vida e, em seguida, promova a lei, trabalhando

estritamente dentro de seus limites. AÇÕES CORRETIVAS

1. Caso haja alteração, de risco superior ou inferior, ao quadro inicialmente apresentado, adotar a ação pertinente;

2. Caso o quadro seja não cooperativo (resistência passiva), manter a visualização e insistir na verbalização com a pessoa em atitude suspeita (Sequência das ações nº 5);

3. Caso a compleição física da pessoa em atitude suspeita (não cooperativo) for bem maior, ou identificar habilidade em práticas de lutas, estado mental alterado ou fora da normalidade (sob efeito de tóxicos, alcoolizado e/ou alienado mental) ou ainda apresentar nível de agressão elevado contra os policiais militares, deverá o PM, reavaliar o uso seletivo da força, podendo lançar mão de outros meios menos letais, como: DEC (POP 106), Espargidor OC (POP 104) e bastão tonfa ou retrátil (POP 105) e posteriormente algemá-lo (Sequência das ações nº 5);

4. Caso persista a não cooperação por parte da pessoa em atitude suspeita, utilizar meios menos letais e posteriormente algemá-lo (Sequência das ações nº 5);

5. Caso haja o coldreamento, travar o coldre, antes da mudança do uso da força. POSSIBILIDADES DE ERRO

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1. Não executar corretamente o uso seletivo da força policial; 2. Deixar de proceder à abordagem e a busca pessoal; 3. Deixar de manter a distância de segurança do suspeito durante a abordagem; 4. Utilizar o espargidor OC antes do DEC, o que pode gerar queimaduras ao suspeito; 5. Efetuar disparo de advertência ou intimidação.

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS PROCESSO 109 USO SELETIVO DA FORÇA POLICIAL

PROCEDIMENTO 109.03 Pessoa infratora da lei empunhando instrumento cortante/perfurante

ESTABELECIDO EM: 21/08/2003

REVISADO EM: 11/06/2010 Nº DA REVISÃO: 3ª Edição

REPONSÁVEL: Comandante da guarnição

ATIVIDADES CRÍTICAS 1. Percepção da pessoa infratora da lei, portando instrumento perfurante ou cortante nas

mãos ou na cintura;

2. Manutenção da distância de segurança;

3. Visualização no ambiente de baixa luminosidade.

SEQUÊNCIA DE AÇÕES 1. Posicionar com a arma em pronto-baixo;

2. Barricar sempre que possível para o início da abordagem;

3. Manter a visualização e verbalizar com a pessoa infratora da lei;

4. Manter uma distância segura em relação ao infrator;

5. Identificar o objeto e as mãos do infrator (Ação corretiva nº 2);

6. Agir contra a resistência ativa do infrator:

6.1 Guarnição equipada com DEC (POP 106 e ação corretiva nº 4):

a. Manter a cobertura com um PM portando arma letal;

b. Fazer a visada, o PM de posse do DEC, a uma distância superior a 2,5m e inferior a 7,6m, preferencialmente na parte lateral do tórax do agressor, auxiliado pelo ponto laser;

c. Emitir o comando: “CHOQUE” e efetuar o disparo;

d. Algemar o agressor ou resistente, o policial militar cobertura (POP 103). 6.2 Guarnição não equipada com DEC:

a. Priorizar o uso do espargidor de agente OC, quando o PM estiver barricado e a uma distância segura em relação ao agressor (Esclarecimento item 2 d);

b. Recuar e verbalizar com o agressor para soltar o objeto, quando o PM estiver exposto, sem barricada e a uma distância segura, porém caso o infrator não cesse a prática, priorizar alvejar os membros inferiores;

c. Priorizar alvejar a região do tórax, quando o PM estiver sem barricada e já sem a devida distância de segurança do agressor;

d. Realizar conferência visual, após disparos (Esclarecimento item 2 b).

7. Manter o apoio com o armamento em condições de defesa (arma em posição de pronto ou pronto baixo), o PM responsável pela segurança.

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RESULTADOS ESPERADOS 1. Que a conduta do policial seja segura e legal, a fim de resguardar sua integridade;

2. Que se garanta a vida, a integridade física e moral das vítimas e de pessoas inocentes;

3. Que garanta, sempre que possível, a vida do agressor, usando a energia estritamente necessária para a contenção da sua ação agressora;

4. Que se priorize a preservação da vida e, em seguida, promova a lei, trabalhando estritamente dentro de seus limites.

AÇÕES CORRETIVAS 1. Caso haja alteração, de risco superior ou inferior, ao quadro inicialmente apresentado,

adotar a ação pertinente;

2. Caso o infrator coopere, determinar a colocação do objeto ao solo, algemá-lo e efetuar a busca pessoal (Sequência das ações nº 5);

3. Caso o infrator se mantenha com resistência passiva, insistir na visualização e verbalização;

4. Caso o DEC não tenha sido eficaz, ou os dardos não tenham acertado o agressor e este continue no intento de agressão, efetuar disparo com arma letal (Sequência das ações nº 6.1 e possibilidades de erro nº 7 e 8).

POSSIBILIDADES DE ERRO 1. Não executar corretamente o uso seletivo da força policial;

2. Deixar de proceder à abordagem e a busca pessoal;

3. Deixar de barricar ou reduzir silhueta, em situação de resistência ativa;

4. Efetuar disparo indevido quando, houver resistência passiva, ou rendição com as mãos para cima ou para baixo;

5. Deixar de disparar a arma de fogo, havendo esboço de agressão letal injusta e iminente do infrator a uma curta distância;

6. Exceder no uso do DEC;

7. Errar o lançamento dos dardos, não atingindo o agressor (Ação corretiva nº 4);

8. Efetuar disparo com arma letal, simultaneamente, com o disparo do DEC (Ação corretiva nº 4);

9. Efetuar tiro de advertência ou intimidação.

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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS PROCESSO 109 USO SELETIVO DA FORÇA POLICIAL

PROCEDIMENTO 109.04 Pessoa infratora da lei e/ou em atitude suspeita empunhando arma de fogo

ESTABELECIDO EM: 21/08/2003

REVISADO EM: 11/06/2010 Nº DA REVISÃO: 3ª Edição

REPONSÁVEL: Comandante da guarnição

ATIVIDADES CRÍTICAS 1. Percepção da pessoa infratora da lei, indivíduo de frente com as mãos acima ou abaixo

da linha da cintura, empunhando arma de fogo e na iminência de agressão;

2. Percepção da pessoa infratora da lei, com qualquer outro simulacro de arma de fogo nas mesmas condições acima especificadas;

3. Percepção de um indivíduo em estado de legítima defesa;

4. Visualização no ambiente de baixa luminosidade.

SEQUÊNCIA DE AÇÕES 1. Posicionar com a arma em pronto, quando infrator portar arma acima da cintura;

2. Posicionar com a arma em pronto-baixo, quando o infrator portar a arma abaixo da cintura;

3. Barricar e/ou reduzir silhueta, sempre que possível, para o início da abordagem;

4. Manter a visualização e verbalizar com a pessoa infratora da lei ou em atitude suspeita;

5. Constatar se o objeto se trata de arma de fogo ou não;

6. Determinar ao infrator que coloque a arma ao solo com o devido controle do cano para fora da linha tiro do PM que o aborda. Iniciar os procedimentos de imobilização com algema (POP 103) e a busca pessoal (POP 203.06 e ação corretiva nº 2);

7. Tomar a posição pronto (terceiro olho) com o armamento no caso de resistência ativa (agressão letal) iminente ou atual por parte do infrator;

8. Responder o PM, imediatamente, com disparos duplos (Esclarecimentos item 2 a);

9. Realizar conferência visual, após disparos, certificando-se que cessou a agressão (Esclarecimento item 2 b);

10. Manter o PM responsável pela segurança, o apoio com o armamento em condições de defesa (arma em posição de pronto ou pronto baixo).

RESULTADOS ESPERADOS 1. Que a conduta do policial seja segura e legal, a fim de resguardar sua integridade;

2. Que se garanta a vida, a integridade física e moral das vítimas e de pessoas inocentes;

3. Que garanta, sempre que possível, a vida do agressor, usando a energia estritamente necessária para a contenção da sua ação agressora;

4. Que se priorize a preservação da vida e, em seguida, a aplicação da lei, trabalhando estritamente dentro de seus limites.

AÇÕES CORRETIVAS 1. Caso haja alteração, de risco superior ou inferior, ao quadro inicialmente apresentado,

adotar a ação pertinente;

2. Caso o infrator coopere, o PM deverá manter seu armamento em posição de pronto ou pronto baixo (Sequência das ações nº 6);

Page 20: USO SELETIVO DA FORÇA

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3. Caso o infrator da lei insista em não cooperar (resistência passiva), insistir na visualização e verbalização com o infrator;

4. Caso constate simulacro de arma de fogo em posse do infrator, utilizar a força compatível com os meios menos que letais;

5. Caso o PM coloque a arma no coldre, deverá travá-lo, antes da transição do uso da força.

POSSIBILIDADES DE ERRO 1. Não executar corretamente o uso seletivo da força policial;

2. Deixar de proceder à abordagem e a busca pessoal;

3. Deixar de barricar ou reduzir silhueta, em situação de resistência ativa (Esclarecimentos itens 2 d e 2 i);

4. Realizar disparo indevido quando houver resistência passiva, ou rendição com as mãos para cima ou para baixo;

5. Deixar de disparar a arma de fogo, havendo esboço de agressão letal injusta e iminente por parte do infrator;

6. Não algemar e fazer a busca pessoal do infrator, quando da sua rendição cooperativa.

Page 21: USO SELETIVO DA FORÇA

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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS PROCESSO 109 USO SELETIVO DA FORÇA POLICIAL

PROCEDIMENTO 109.05 Pessoa em atitude suspeita, com má visualização das mãos

ESTABELECIDO EM: 21/08/2003

REVISADO EM: 11/06/2010 Nº DA REVISÃO: 3ª Edição

REPONSÁVEL: Comandante da guarnição

ATIVIDADES CRÍTICAS 1. Percepção da pessoa em atitude suspeita com as mãos dentro dos bolsos, atrás de

balcão, etc.; 2. Visualização no ambiente de baixa luminosidade.

SEQUÊNCIA DE AÇÕES 1. Posicionar o armamento em pronto baixo, barricar ou reduzir silhueta; 2. Manter a visualização e verbalizar com a pessoa em atitude suspeita; 3. Determinar mãos a mostra e a saída do local de baixa visibilidade em caso de

cooperação da pessoa suspeita. Inicia-se o procedimento de busca pessoal (POP 203.06);

4. Manter a arma na posição pronto baixo, barricado ou com redução de silhueta, quando houver resistência por parte do suspeito;

5. Angular e posicionar em segurança para a visualização das mãos (Ações corretivas nº 3 e 4);

6. Manter o armamento em posição de pronto, o PM responsável pela segurança. RESULTADOS ESPERADOS

1. Que a conduta do policial seja segura e legal, a fim de resguardar sua integridade; 2. Que se garanta a vida, a integridade física e moral das vítimas e de pessoas inocentes; 3. Que garanta, sempre que possível, a vida do agressor, usando a energia estritamente

necessária para a contenção da sua ação agressora; 4. Que se priorize a preservação da vida e, em seguida, a aplicação da lei, trabalhando

estritamente dentro de seus limites. AÇÕES CORRETIVAS

1. Caso haja alteração, de risco superior ou inferior, ao quadro inicialmente apresentado, adotar a ação pertinente;

2. Caso mantiver a resistência passiva (não cooperativo) manter a visualização e insistir verbalização com a pessoa infratora da lei;

3. Caso o suspeito estiver homiziado ou ainda a ocorrência evolua para uma crise, solicitar apoio policial (Sequência das ações nº 5);

4. Caso for inseguro o processo de angulação para visualização das mãos, solicitar apoio para promover o cerco policial (Sequência das ações nº 5).

POSSIBILIDADES DE ERRO 1. Não executar corretamente o uso seletivo da força policial; 2. Deixar de proceder à abordagem e a busca pessoal; 3. Deixar de barricar ou reduzir silhueta, em situação de resistência; 4. Deixar de angular e posicionar a uma distancia segura, para a visualização das mãos; 5. Realizar disparo indevido quando houver resistência passiva, ou em caso de rendição

com as mãos para cima ou para baixo; 6. Deixar de disparar a arma de fogo, havendo esboço de agressão letal injusta e iminente

por parte do infrator;

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7. Não verificar as mãos da pessoa em atitude suspeita antes da aproximação.

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS PROCESSO 109 USO SELETIVO DA FORÇA POLICIAL

PROCEDIMENTO 109.06 Pessoa infratora da lei com arma de fogo na mão e pelas costas

ESTABELECIDO EM: 21/08/2003

REVISADO EM: 11/06/2010 Nº DA REVISÃO: 3ª Edição

REPONSÁVEL: Comandante da guarnição

ATIVIDADES CRÍTICAS 1. Percepção da pessoa infratora da lei, estando em local público, com transeuntes; 2. Impossibilidade de utilização de barricadas ou ausência das mesmas; 3. Visualização do infrator estando este em fuga.

SEQUÊNCIA DE AÇÕES 1. Posicionar o armamento em pronto retido, barricado ou redução de silhueta

(Esclarecimentos itens 2 d e 2 i); 2. Manter a visualização e verbalizar com a pessoa infratora da lei; 3. Certificar que o infrator esteja parado e determinar a colocação da arma ao solo, com o

devido controle do cano para fora da linha tiro dos policiais e mãos visíveis acima da cabeça.

4. Coldrear a arma de fogo, após a colocação da arma ao solo, o PM mais moderno, travar o coldre e iniciar o procedimento de algemamento para posteriormente efetuar a busca pessoal (Ação corretiva nº 3).

RESULTADOS ESPERADOS 1. Que a conduta do policial seja segura e legal, a fim de resguardar sua integridade; 2. Que se garanta a vida, a integridade física e moral das vítimas e de pessoas inocentes; 3. Que garanta, sempre que possível, a vida do agressor, usando a energia estritamente

necessária para a contenção da sua ação agressora; 4. Que se priorize a preservação da vida e, em seguida, a aplicação da lei, trabalhando

estritamente dentro de seus limites. AÇÕES CORRETIVAS

1. Caso haja alteração, de risco superior ou inferior, ao quadro inicialmente apresentado, adotar a ação pertinente;

2. Caso o infrator não coopere, manter a proteção por barricada e a verbalização; 3. Caso haja situação de fuga, determinar que o infrator pare, coloque a arma ao solo e se

deite no chão. Buscar manter a visualização do infrator e não atirar pelas costas. Informar ao COPOM as características do indivíduo que fugiu, solicitando apoio e promover o cerco policial (Sequência das ações nº 4);

4. Caso tratar-se de constatação de simulacro de arma de fogo, com o infrator, utilizar a força compatível com meios não letais.

POSSIBILIDADES DE ERRO 1. Não executar corretamente o uso seletivo da força policial; 2. Deixar de proceder à abordagem, bem como, a busca pessoal padrão; 3. Deixar de barricar ou reduzir silhueta, em situação de resistência ativa; 4. Realizar disparo indevido; 5. Deixar de disparar a arma de fogo, havendo esboço de agressão letal do infrator;

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6. Deixar de realizar a conferência visual após os disparos (Esclarecimento item 2 b); 7. Deixar de solicitar apoio e cerco policial, em caso de fuga; 8. Efetuar tiro de advertência ou intimidação.

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS PROCESSO 109 USO SELETIVO DA FORÇA POLICIAL

PROCEDIMENTO 109.07 Pessoa infratora da lei disparando arma de fogo pelas costas

ESTABELECIDO EM: 21/08/2003

REVISADO EM: 11/06/2010 Nº DA REVISÃO: 3ª Edição

REPONSÁVEL: Comandante da guarnição

ATIVIDADES CRÍTICAS 1. Disparo de arma de fogo pelo infrator contra os policiais e transeuntes;

2. Visualização do infrator estando este em fuga;

3. Impossibilidade de utilização de barricadas ou ausência das mesmas;

4. Visualização no ambiente de baixa luminosidade.

SEQUÊNCIA DE AÇÕES 1. Posicionar o armamento em pronto, barricado ou com redução de silhueta

(Esclarecimentos itens 2 d e 2 i);

2. Manter a visualização, respondendo imediatamente com disparo de arma de fogo em tiro duplo, contra o infrator (Esclarecimento item 2 a);

3. Realizar conferência visual após os disparos, certificando-se que a agressão cessou (Esclarecimento item 2 b).

RESULTADOS ESPERADOS 1. Que a conduta do policial seja segura e legal, a fim de resguardar sua integridade;

2. Que se garanta a vida, a integridade física e moral das vítimas e de pessoas inocentes;

3. Que garanta, sempre que possível, a vida do agressor, usando a energia estritamente necessária para a contenção da sua ação agressora;

4. Que se priorize a preservação da vida e, em seguida, a aplicação da lei, trabalhando estritamente dentro de seus limites.

AÇÕES CORRETIVAS 1. Caso haja alteração, de risco superior ou inferior, ao quadro inicialmente apresentado,

adotar a ação pertinente;

2. Caso, na presença de público, haja situação de fuga com agressão armada, não atirar. Barricar e determinar que o infrator pare e coloque a arma ao solo. Insistir na visualização e verbalização.

POSSIBILIDADES DE ERRO 1. Não executar corretamente o uso seletivo da força policial;

2. Deixar de proceder à abordagem e a busca pessoal;

3. Efetuar disparo de arma de fogo contra o infrator em local público e com transeuntes.

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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS PROCESSO 109 USO SELETIVO DA FORÇA POLICIAL

PROCEDIMENTO 109.08 Pessoa infratora da lei pela frente ou de lado com arma de fogo no intuito ou em agressão atual

ESTABELECIDO EM: 21/08/2003

REVISADO EM: 11/06/2010 Nº DA REVISÃO: 3ª Edição

REPONSÁVEL: Comandante da guarnição

ATIVIDADES CRÍTICAS 1. Disparo de arma de fogo pelo infrator contra os policiais e transeuntes;

2. Visualização do infrator estando este em fuga;

3. Impossibilidade de utilização de barricadas ou ausência das mesmas;

4. Visualização no ambiente de baixa luminosidade.

SEQUÊNCIA DE AÇÕES 1. Posicionar com o armamento em pronto barricado ou redução de silhueta

(Esclarecimentos itens 2 d e 2 i);

2. Manter a visualização, com resposta imediata com arma de fogo, priorizando a região do tórax no caso de agressão iminente ou agressão atual;

3. Realizar conferência visual após disparos, certificando-se que cessou a agressão (Esclarecimento item 2 b);

4. Providenciar socorro médico, se necessário.

RESULTADOS ESPERADOS 1. Que a conduta do policial seja segura e legal, a fim de resguardar sua integridade;

2. Que se garanta a vida, a integridade física e moral das vítimas e de pessoas inocentes;

3. Que garanta, sempre que possível, a vida do agressor, usando a energia estritamente necessária para a contenção da sua ação agressora;

4. Que se priorize a preservação da vida e, em seguida, a aplicação da lei, trabalhando estritamente dentro de seus limites.

AÇÕES CORRETIVAS 1. Caso haja alteração, de risco superior ou inferior, ao quadro inicialmente apresentado,

adotar a ação pertinente.

POSSIBILIDADES DE ERRO 1. Deixar de disparar a arma de fogo, havendo esboço de agressão letal injusta e iminente

do infrator;

2. Deixar de utilizar força letal em legítima defesa;

3. Exceder nos disparos, uma vez já contida a agressão do infrator.

Page 25: USO SELETIVO DA FORÇA

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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS PROCESSO 109 USO SELETIVO DA FORÇA POLICIAL

PROCEDIMENTO 109.09 Envolvendo crianças e idosos em situações diversas

ESTABELECIDO EM: 21/08/2003

REVISADO EM: 11/06/2010 Nº DA REVISÃO: 3ª Edição

REPONSÁVEL: Comandante da guarnição

ATIVIDADES CRÍTICAS 1. Percepção de crianças ou idosos envolvidos em infrações penais;

2. Abordagem segura respeitando os princípios legais específicos a crianças e idosos;

3. Observância da opinião pública quanto ao trato policial diante de crianças e idosos.

SEQUÊNCIA DE AÇÕES 1. Posicionar o armamento em posição sul velada;

2. Manter a visualização e verbalizar;

3. Abordar com segurança, observando as exigências de cada situação, inclusive com a realização da busca pessoal.

RESULTADOS ESPERADOS 1. Que a conduta do policial seja segura e legal, a fim de resguardar sua integridade;

2. Que se garanta a vida, a integridade física e moral das vítimas e de pessoas inocentes;

3. Que garanta, sempre que possível, a vida do agressor, usando a energia estritamente necessária para a contenção da sua ação agressora;

4. Que se priorize a preservação da vida e, em seguida, a aplicação da lei, trabalhando estritamente dentro de seus limites.

AÇÕES CORRETIVAS 1. Caso haja alteração, de risco superior ou inferior, ao quadro inicialmente apresentado,

adotar a ação pertinente.

POSSIBILIDADES DE ERRO 1. Deixar o PM de usar os meios moderados para contenção da agressão injusta e iminente

caso o quadro evolua a uma necessidade real de legítima defesa;

2. Negligenciar na segurança durante a abordagem e, especificamente, na busca pessoal.

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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS PROCESSO 109 USO SELETIVO DA FORÇA POLICIAL

PROCEDIMENTO 109.10 Envolvendo pessoa infratora da lei disparando arma de fogo em local com presença de público

ESTABELECIDO EM: 21/08/2003

REVISADO EM: 11/06/2010 Nº DA REVISÃO: 3ª Edição

REPONSÁVEL: Comandante da guarnição

ATIVIDADES CRÍTICAS 1. Disparo de arma de fogo pelo infrator contra os PM e transeuntes;

2. Visualização do PM, estando o infrator em fuga;

3. Tentativa do infrator de atentar contra a própria vida;

4. Impossibilidade de utilização de barricadas ou ausência das mesmas;

5. Tomada de refém pelo infrator.

SEQUÊNCIA DE AÇÕES 1. Posicionar com o armamento em pronto retido;

2. Barricar ou reduzir a silhueta (Esclarecimentos itens 2 d e 2 i);

3. Manter a visualização e verbalizar com o infrator;

4. Determinar ao infrator que coloque a arma ao solo, com o devido controle do cano para fora da linha tiro do PM, iniciar o algemamento e a busca pessoal.

RESULTADOS ESPERADOS 1. Que a conduta do policial seja segura e legal, a fim de resguardar sua integridade;

2. Que se garanta a vida, a integridade física e moral das vítimas e de pessoas inocentes;

3. Que garanta, sempre que possível, a vida do agressor, usando a energia estritamente necessária para a contenção da sua ação agressora;

4. Que se priorize a preservação da vida e, em seguida, a aplicação da lei, trabalhando estritamente dentro de seus limites;

5. Que se evite disparar arma de fogo em público, para segurança dos transeuntes.

AÇÕES CORRETIVAS 1. Caso haja alteração, de risco superior ou inferior, ao quadro inicialmente apresentado,

adotar a ação pertinente.

POSSIBILIDADES DE ERRO 1. Realizar disparos com a presença de público, colocando em risco a integridade física dos

transeuntes;

2. Efetuar tiro de advertência ou intimidação.

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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS PROCESSO 109 USO SELETIVO DA FORÇA POLICIAL

PROCEDIMENTO 109.11 Envolvendo Policial Civil – PC, Policial Federal – PF, Policial Militar – PM, Militares das Forças Armadas – FA e outros profissionais ligados a segurança pública ou privada

ESTABELECIDO EM: 21/08/2003

REVISADO EM: 11/06/2010 Nº DA REVISÃO: 3ª Edição

REPONSÁVEL: Comandante da guarnição

ATIVIDADES CRÍTICAS 1. Abordagem do profissional;

2. Identificação do profissional;

3. Constatação de conflito e intransigência por parte do profissional abordado;

4. Confirmação de tratar-se de falso profissional de segurança;

5. Confirmação de tratar-se de profissional de segurança em atitude ilícita.

SEQUÊNCIA DE AÇÕES 1. Posicionar com o armamento em posição sul barricado ou redução de silhueta

(Esclarecimentos itens 2 d e 2 i);

2. Manter a visualização e verbalizar com o profissional;

3. Identificar o profissional, valendo-se das características peculiares pessoais e da organização a que pertence (Ação corretiva nº 2);

4. Determinar a arma no coldre, na cintura ou no chão, conforme a situação apresentada;

5. Buscar informações, através do profissional, a respeito da ocorrência em andamento e tomar as providências cabíveis.

RESULTADOS ESPERADOS 1. Que a conduta do policial seja segura e legal, a fim de resguardar sua integridade;

2. Que se garanta a vida, a integridade física e moral das vítimas e de pessoas inocentes;

3. Que se priorize a preservação da vida e, em seguida, a aplicação da lei, trabalhando estritamente dentro de seus limites;

4. Que ocorra a identificação, abordagem correta e segura do profissional na ocorrência;

5. Que o tratamento seja ético e respeitoso com o profissional envolvido na ocorrência.

AÇÕES CORRETIVAS 1. Caso haja alteração, de risco superior ou inferior, ao quadro inicialmente apresentado,

adotar a ação pertinente;

2. Caso tratar-se de falso policial ou profissional em conduta criminosa determinar arma ao solo, mãos a vista, e proceder à pertinente abordagem (Sequência das ações nº 3);

3. Caso haja dúvidas quanto à identificação do agente de segurança pública ou de militar da FA, entrar em contato com os órgãos competentes para confirmar os dados fornecidos.

POSSIBILIDADES DE ERRO 1. Não proceder a devida visualização e identificação do envolvido;

2. Envolver conflitos institucionais durante a abordagem;

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3. Não executar corretamente o uso seletivo da força policial.

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS PROCESSO 109 USO SELETIVO DA FORÇA POLICIAL

PROCEDIMENTO 109.12 Pessoa infratora da lei, em situação de agressão, com colete de proteção balística e arma de fogo

ESTABELECIDO EM: 21/08/2003

REVISADO EM: 11/06/2010 Nº DA REVISÃO: 3ª Edição

REPONSÁVEL: Comandante da guarnição

ATIVIDADES CRÍTICAS 1. Escolha da região a ser alvejada pelos disparos com arma de fogo;

2. Conferência da eficácia dos disparos;

3. Impossibilidade de utilização de barricadas ou ausência das mesmas;

4. Visualização no ambiente de baixa luminosidade.

SEQUÊNCIA DE AÇÕES 1. Posicionar o armamento em pronto, barricado ou redução de silhueta (Esclarecimentos

itens 2 d e 2 i);

2. Priorizar os disparos na região do tórax em caso do agressor estar usando colete velado (Ação corretiva nº 2);

3. Realizar conferência visual, após disparos (Esclarecimento item 2 b e ação corretiva nº 3).

RESULTADOS ESPERADOS 1. Que a conduta do policial seja segura e legal, a fim de resguardar sua integridade;

2. Que se garanta a vida, a integridade física e moral das vítimas e de transeuntes;

3. Que garanta, sempre que possível, a vida do agressor, usando a energia estritamente necessária para a contenção da sua ação agressora;

4. Que haja resposta eficiente do PM, mesmo quando o agressor estiver utilizando o colete balístico.

AÇÕES CORRETIVAS 1. Caso haja alteração, de risco superior ou inferior, ao quadro inicialmente apresentado,

adotar a ação pertinente;

2. Caso o agressor esteja utilizando colete ostensivo priorizar a região vital exposta (Sequência das ações nº 2);

3. Caso o PM não tenha sucesso nos disparos, efetuar novos disparos em outra região exposta do infrator (Sequência das ações nº 3).

POSSIBILIDADES DE ERRO 1. Deixar o PM de disparar a arma de fogo, havendo esboço de agressão letal injusta e

iminente por parte do infrator;

2. Exceder nos disparos, uma vez já contida a agressão do infrator.

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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS PROCESSO 109 USO SELETIVO DA FORÇA POLICIAL

PROCEDIMENTO 109.13 Sequestrador (captor) armado ameaçando o sequestrado (refém)

ESTABELECIDO EM: 21/08/2003

REVISADO EM: 11/06/2010 Nº DA REVISÃO: 3ª Edição

REPONSÁVEL: Comandante da guarnição

ATIVIDADES CRÍTICAS 1. Primeira intervenção no local de crise (POP 506).

SEQUÊNCIA DE AÇÕES 1. Posicionar, após barricado, o armamento em pronto retido frontal/lateral;

2. Manter a visualização e verbalizar;

3. Determinar a colocação da arma ao solo, com o devido controle do cano para fora da linha tiro do PM;

4. Priorizar a libertação do refém, com sua saída do local de risco, saída do infrator com as mãos para cima, e os procedimentos de algemamento e busca pessoal no infrator e demais envolvidos, bem como, varredura no local (Ações corretivas nº 2 e 3).

RESULTADOS ESPERADOS 1. Que a conduta do policial seja segura e legal, a fim de resguardar sua integridade;

2. Que se garanta a vida, a integridade física e moral das vítimas e de transeuntes;

3. Que garanta, sempre que possível, a vida do agressor, usando a energia estritamente necessária para a contenção da sua ação agressora.

AÇÕES CORRETIVAS 1. Caso haja alteração, de risco superior ou inferior, ao quadro inicialmente apresentado,

adotar a ação pertinente;

2. Caso haja resistência, manter a visualização e verbalização, aplicando o POP 506 (Sequência das ações nº 3);

3. Caso a vítima seja libertada ou escape e o infrator passe a tentar contra a vida dos policiais ou de terceiros, poderão ser efetuados disparos contra o agressor (Sequência das ações nº 3).

POSSIBILIDADES DE ERRO 1. Precipitar no uso da força letal;

2. Aumentar o stress do infrator, levando-o a agressão contra as vítimas presentes ou a si próprio;

3. Não observar o processo de intervenção em local de crise (POP 506), assumindo para si os riscos, sem contudo, ter condições técnicas de pessoal ou material para o sucesso do intento.

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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS

PROCESSO 109 USO SELETIVO DA FORÇA POLICIAL

PROCEDIMENTO 109.14 Veículo em situação de fuga

ESTABELECIDO EM: 21/08/2003

REVISADO EM: 11/06/2010 Nº DA REVISÃO: 3ª Edição

REPONSÁVEL: Comandante da guarnição

ATIVIDADES CRÍTICAS 1. Fuga de veículo; 2. Trânsito intenso de veículos e pedestres; 3. Visualização no ambiente de baixa luminosidade.

SEQUÊNCIA DE AÇÕES 1. Embarcar na viatura e posicionar o armamento em pronto baixo; 2. Manter a visualização no veículo em fuga e acionar luz intermitente e sinais sonoros; 3. Acionar o COPOM, passando informações das características do veículo e condutor, bem

como da localidade e a natureza da suspeição, iniciando o acompanhamento e cerco policial conforme POP 405 (Ação corretiva nº 2);

4. Sinalizar para o condutor parar o veículo (Ação corretiva nº 3). RESULTADOS ESPERADOS

1. Que a conduta do policial seja segura e legal, a fim de resguardar sua integridade; 2. Que se garanta a vida, a integridade física e moral das vítimas e de transeuntes; 3. Que garanta, sempre que possível, a vida do agressor, usando a energia estritamente

necessária para a contenção da sua ação agressora; 4. Que se evite acidentes e infrações de trânsito previstos no Código de Trânsito Brasileiro –

CTB durante a abordagem aos ocupantes do veículo em fuga; 5. Que se evitem danos pessoais e materiais durante o acompanhamento da ocorrência.

AÇÕES CORRETIVAS 1. Caso haja alteração, de risco superior ou inferior, ao quadro inicialmente apresentado,

adotar a ação pertinente; 2. Caso haja resistência ativa, como agressões com disparos de arma de fogo, estando o

veículo acompanhado em movimento, adotar medidas prudentes e eficazes de preservação da integridade física própria e de terceiros, priorizando e valendo-se ainda do uso seletivo da força e se for o caso, abortar a ação (Sequência das ações nº 3);

3. Caso ocorra resistência ativa de agressão com disparos de arma de fogo, abrigar-se, e, havendo segurança aos transeuntes, evoluir a energia e os meios necessários para a contenção da agressão de acordo com os princípios do uso seletivo da força (Sequência das ações nº 4).

POSSIBILIDADES DE ERRO 1. Precipitar no uso da força letal, principalmente tratando-se em vias com concentração de

veículos e pessoas; 2. Efetuar perseguição; 3. Deixar de realizar o acompanhamento e cerco policial; 4. Efetuar tiro de advertência ou intimidação; 5. Perder contato visual com o veículo suspeito.

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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS PROCESSO 109 USO SELETIVO DA FORÇA POLICIAL

PROCEDIMENTO 109.15 Infratores da lei homiziados em edificações externas, corredores, janelas, na virada de esquinas e verificação de muros

ESTABELECIDO EM: 21/08/2003

REVISADO EM: 11/06/2010 Nº DA REVISÃO: 3ª Edição

REPONSÁVEL: Comandante da guarnição

ATIVIDADES CRÍTICAS 1. Verificação dos ambientes; 2. Presença riscos alheios a ocorrência; 3. Inferioridade de efetivo e meios em relação aos infratores da lei; 4. Impossibilidade de utilização de barricadas ou ausência das mesmas; 5. Tempo de resposta do apoio; 6. Visualização no ambiente de baixa luminosidade.

SEQUÊNCIA DE AÇÕES 1. Deslocar com a arma em pronto baixo, pronto retido ou em pronto, de acordo com cada

situação; 2. Progredir com cobertura policial e demais procedimentos de segurança; 3. Realizar angulação ao fazer a varredura em janelas, esquina e cantos de parede; 4. Determinar aos infratores que saiam com mãos para cima, caso estejam no interior da

edificação. O PM não deverá entrar, e sim, se proteger e verbalizar (Ações corretivas nº 2 e 3);

RESULTADOS ESPERADOS 1. Que a conduta do policial seja segura e legal, a fim de resguardar sua integridade; 2. Que se garanta a vida, a integridade física e moral das vítimas e de pessoas inocentes; 3. Que garanta, sempre que possível, a vida do agressor, usando a energia estritamente

necessária para a contenção da sua ação agressora. AÇÕES CORRETIVAS

1. Caso haja alteração, de risco superior ou inferior, ao quadro inicialmente apresentado, adotar a ação pertinente;

2. Caso não ocorra cooperação dos infratores da lei, solicitar apoio policial (Sequência das ações nº 4);

3. Caso haja a necessidade de adentrar aos ambientes edificados solicitar apoio policial (Sequência das ações nº 4).

POSSIBILIDADES DE ERRO 1. Precipitar no adentramento nas edificações; 2. Efetuar tiro de advertência ou intimidação.

ESCLARECIMENTOS: Item 1 – QUADRO DO USO ESCALONADO DA FORÇA POLICIAL:

Percepção do policial quanto ao agressor Grau Ações de resposta do policial

Intimidação 01 Presença visual

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Submissão 02 Controle verbal

Resistência passiva 03 Controle de contato

Resistência ativa 04 Controle físico

Agressão física menos que letal 05 Tática defensiva menos letal

Agressão física letal 06 Uso da força letal

Fonte: Universidad de Illinois, Federal Bureau of Investigation - FBI, United States of America - USA.

Referência: Manual Tiro defensivo na preservação da vida Método Giraldi M-19 PMESP e Uso escalonado da força policial FBI - USA.

Item 2 – Outros esclarecimentos:

a. Tiro duplo: Dois disparos defensivos em curto espaço de tempo realizado pelo policial em situação de legítima defesa própria ou de terceiros, caso a agressão recebida seja injusta, ilegal e iminente contra a vida, esgotando-se a possibilidade do uso de outros meios de controle e defesa. A legislação penal criou jurisprudência a respeito dos dois disparos, não configurando uso excessivo da força policial em caso de legítima defesa. Sob o aspecto de “poder de parada” dos projeteis, o efeito dos dois disparos realizados num curto espaço de tempo e a uma distância aproximada entre ambos, potencializa substancialmente a capacidade de defesa do calibre utilizado, agindo em benefício da atividade policial. Também, ao realizar dois disparos aumenta-se a possibilidade de acerto em relação a apenas um disparo.

b. Conferência visual após os disparos: Procedimento considerado fundamental a ser realizado pelo policial que, na necessidade da realização dos disparos, deverá imediatamente manter a arma em posição pronto baixo, no intuito de visualizar o agressor, pois além de estar em estado de alerta, poderá existir a necessidade de realizar outros disparos por motivos diversos, tais como: ter errado os tiros; alvejado local de baixa eficiência; estar o agressor sob efeito de substâncias tóxicas, aumentado sua resistência aos disparos e o intuito de agressão; estar o agressor utilizando colete de proteção balística no local em que fora atingido.

c. Controle do cano e dedo fora do gatilho: Em todas as posições previstas para o uso do armamento acima descritas (no coldre, sul, pronto retido, pronto baixo, pronto), o policial deverá o tempo todo ter o controle do direcionamento do cano e dedo fora do gatilho, pois não sendo o momento do disparo, não se justificará disparos precipitados ou acidentais durante o desenrolar de uma ocorrência em que, quase sempre, o policial poderá estar alterado pelo estresse do quadro de risco que se apresenta.

d. Barricada: Todo anteparo que seja capaz de proteger o policial contra disparos de armas de fogo e outras situações de perigo, durante abordagens de risco elevado, como: árvores, postes, muros, meio fio entre outros. Devendo ser utilizado com técnica apropriada, mantendo a visualização e, simultaneamente, o enquadramento “terceiro olho” com exposição mínima do policial.

e. Varredura: Consiste em promover a conferência de todos os ambientes suspeitos e de risco, limpando e tornando-os seguros para a progressão.

f. Angulação: É o ato de realizar a visualização paulatina (angulada) com o armamento em condições de pronta resposta a agressão letal, tal como ocorre nas posições pronto, pronto baixo e pronto retido lateral, evitando-se a exposição desnecessária do corpo.

g. Fatiamento: É o ato de promover varredura do ambiente suspeito e de risco, utilizando-se da técnica de angulação e fragmentação progressiva, realizando a visualização completa (alto e baixo) do local.

h. Progressão: É o ato avançar taticamente com segurança em ambiente hostil, observando a necessidade de se aplicar a disciplina de som e luz, o tempo de deslocamento, o posicionamento e a distribuição na área dos policiais.

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33 i. Redução de silhueta: Consiste na diminuição da exposição da silhueta do policial mantendo uma

postura diminuída em relação a posição habitual e deixando-o menos vulnerável a uma agressão, bem como em condições de evoluir para uma progressão tática.

j. Verbalização policial: Forma de controle mais branda dentro do uso seletivo da força policial, que consiste em realizar a comunicação verbal do policial para com o abordado, sempre que for possível e seguro, devendo primeiramente se identificar “polícia”, e em seguida dar voz de determinação para o controle que a situação exija.

k. Visualização policial: Consiste no PM utilizar a técnica de identificação visual durante a abordagem em ambiente de suspeição e risco, bem como averiguar e identificar o abordado, dando atenção especial à visualização e controle das mãos.

Foto 1 – Arma no coldre travado:

Permite a liberação das mãos do policial para que faça a busca pessoal, e o uso de algemas com maior segurança em caso de luta corporal evitando a perca ou arrebatamento da arma. Com as mãos livres, fica possibilitado a utilização de outro(s) equipamento(s) menos letal(is).

Foto 2 – Posição sul:

Posição considerada intermediária entre a arma no coldre ou numa posição mais ostensiva, como ocorre na postura de pronto ou em pronto baixo. Recomendada para abordagens cujo nível de alerta é baixo, e o suspeito esteja com as mãos visíveis e com resposta cooperativa. Caso o quadro da ocorrência permaneça cooperativa, ou evolua para não cooperação (resistência ativa ou passiva), elevando ou regredindo o nível de alerta, a posição sul propicia rápido recoldreamento, ou, ainda, a transição para as demais posições previstas de acordo com a necessidade.

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Foto 3 – Posição sul velada:

Posição considerada intermediária entre a arma no coldre ou numa posição mais ostensiva, como a do pronto ou em pronto baixo. Recomendada para abordagens cujo nível de alerta é baixo. Caso a quadro da ocorrência encaminhe para cooperação, ou evolua para não cooperação elevando ou regredindo o nível de alerta, a posição sul propicia rápido coldreamento, ou, ainda, a transição para as demais posições previstas, de acordo com a necessidade. Ideal para quadros específicos envolvendo crianças e idosos.

Foto 4 – Posição Pronto retido lateral:

Permite a retenção da arma junto ao corpo, protegendo-a, principalmente, em abordagem a curta distância, ao mesmo tempo em que propicia o controle do cano em direção ao risco. Postura ideal para a realização de deslocamentos rápidos em área de risco. Evolui com muita facilidade para as posições pronto, pronto baixo ou para o recoldreamento.

Foto 5 – Posição pronto retido frontal:

Nota: Ideal para adentramento em locais de edificação externa e interna, cujos os ambientes sejam curtos e/ou estreitos e que necessite da retenção da arma para evitar seu arrebatamento por parte do agressor. Propicia o controle do cano em direção ao risco. Ideal para verificação de janelas, portas, corredores, vãos de cômodos curtos e certos móveis do tipo guarda roupa. Evolui com muita facilidade para as posições

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pronto, pronto baixo ou para o recoldreamento.

Foto 6 – Posição pronto baixo:

Indicado para a visualização das mãos e a linha de cintura da pessoa abordada. Aumenta a percepção periférica do ambiente, tanto antes, durante, ou após a abordagem. Utilizado também para progressão do terreno, uma vez sendo possível manter-se o policial a uma distância de segurança em relação ao ambiente e o abordado.

Foto 7 – Posição pronto (terceiro olho):

Ideal para resposta imediata a agressão letal eminente ou atual, ilegal e injusta, contra o policial dentro dos quadros previstos do processo uso seletivo da força.

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Foto 8 – Barricada:

Todo anteparo que seja capaz de proteger o policial contra disparos de armas de fogo e outras situações de perigo, durante abordagens de risco elevado, como: árvores, postes, muros, meio fio entre outros. Devendo ser utilizada com técnica apropriada, mantendo a visualização e, simultaneamente, o enquadramento “terceiro olho” com a mínima exposição do policial.

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NORMAS DE SEGURANÇA COM ARMA DE FOGO

A segurança é base para toda atividade humana, sobretudo no trabalho policial, vez que todo manejo com armas de fogo deve ser regido por critérios rigorosos de segurança e não se admitindo falhas e erros.

A sociedade espera que os agentes encarregados da aplicação da lei, possuam perfeito entrosamento e manuseio com arma de fogo, para assim poder defende-la e manutenir a ordem pública.

CONCEITO

Normas de segurança com arma de fogo – são todas as normas que estabelecem condutas padrões de segurança, para que não ocorram acidentes ou incidentes de tiro.

Por este prisma, percebe-se que antes de qualquer aprendizado prático com armas de fogo, deverão as normas de segurança, ser difundidas e aplicadas aos instruendos e observadas com rigor pelo instrutor.

Os cuidados com arma de fogo não deverão ser aplicados e observados apenas em instruções, mas sim por toda a vida profissional e particular do policial, bem como em qualquer contato ou manuseio com arma de fogo.

NORMAS - São todos os procedimentos a serem adotados pelos operador de segurança pública, em relação a qualquer arma de fogo que esteja em seu poder. Procedimentos estes que vão desde o primeiro contato físico até o tiro propriamente dito.

Segue-se a baixo a relação de normas de conduta com arma de fogo:

Normas Gerais de Segurança com arma de fogo

1.Conheça sua arma. Para utilizá-la corretamente e com segurança. Leia e siga as instruções do manual do fabricante;

2.Aprenda as características mecânicas e de manejo de sua arma;

3.Trate sua arma como se estivesse sempre municiada e carregada;

4.Sempre mantenha o dedo indicador ao longo da armação, salvo na eminência do disparo no alvo de instrução ou agressor;

5.Mantenha o cano da arma sempre voltado para direção segura, quando não for efetuar o disparo;

6.Jamais por brincadeira, aponte uma arma para alguém, mesmo que descarregada;

7.Jamais entregue uma arma carregada e fechada para alguém. Primeiro descarregue e abra a arma e faça com que a pessoa veja que esta descarregada;

8.Sempre que receber uma arma fechada, abra e retire os cartuchos ou estojos imediatamente, salvo quando uma perícia técnica recomendar que não;

9.Não atire em ângulo em superfícies duras ou em aguá, face ao ricochete;

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38 10.Sempre utilize munições novas e originais, pois munições velhas, úmidas, deterioradas e recarregadas, podem vir a falhar em momentos cruciais, ou ainda funcionar de modo diverso do esperado;

11.Use sempre munições para o calibre específico de sua arma;

12.Nunca utilize a arma com instrumento contundente ou como qualquer outro instrumento que não seja específico para tiro;

13.Nunca utilize arma fogo que não saiba seu manuseio preciso e suas peculiaridades;

14.

14.Mantenha a arma sempre limpa e lubrificada, mas sempre descarregue a arma, antes de iniciar a manutenção;

15.Somente municie a arma em local adequado e seguro, a fim de evitar ferimento ou morte de pessoas ou dano material no caso de um incidente ou acidente de tiro.

16.Nunca engatilhe a arma de fogo em deslocamentos;

17.Evite o manuseio do armamento com munições reais, mas sim munição de manejo;

18.Não altere ou faça ajustes em sua arma, salvo acoplagem das lanternas, mira laser e ajustes de miras ópticas.

Normas de Segurança em Instruções

1.É obrigatório a utilização de Equipamento de Proteção Individual – EPI (abafador, óculos de proteção e coletes balísticos), em todas as instruções com tiro real;

2.É importante a utilização de coletes balísticos no treinamento, não só para proteger em caso de incidente ou acidente de tiro, mas também para o policial se acostumar com procedimentos de tiro com o equipamento;

3.Jamais efetuar quebra de ângulo com a arma de fogo nos treinamentos;

4.Sempre que verificar a ocorrência de ato inseguro, deve-se informar imediatamente o instrutor;

5.Todos os procedimentos de treinamento, só devem ser executados sob o comando do instrutor a frente da instrução;

6.Todo manuseio com arma só deve ser executado em local apropriado e sob a coordenação do instrutor;

7.O armamento só deve ser retirado do coldre no momento do disparo ou sob orientação do instrutor.

Normas de Segurança em situações a paisana e residência

1.O acondicionamento da arma deve estar fora do alcance de crianças e familiares inabilitados, deve-se no entanto analisar o paradoxo do acondicionamento seguro (cofres, gavetas trancadas, etc) e alcance rápido para uma eventual reação e

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39 defesa. O ideal é participação dos familiares do policial, em nível de educação e instrução a respeito dos riscos e procedimentos quanto a utilização do armamento em exercício de tiro, devendo para tanto, estar devidamente orientado e acompanhado pelo usuário capacitado (ex.: esportivamente e até mesmo defensivamente a luz da legislação);

2.Quando em trajes civis, em serviço ou de folga o policial deve evitar expor sua arma ou coldre;

3.Jamais utilize arma após ter ingerido bebida alcoólica;

4.Não dispare arma de fogo em festejos para comemoração, pois é considerado crime pela legislação vigente;

5.Emprestar arma de fogo é crime e pode gera fato típico e anti-jurídico, tanto para quem empresta como quem utiliza;

Outros esclarecimentos

ØLocal seguro: É o espaço onde se pode manusear arma de fogo, sem oferecer risco a qualquer pessoa. Normalmente dotado de anteparo frontal a área de manuseio, ausente de obstáculos que possibilite ricochetes e com controlada circulação de pessoas.

ØAto inseguro: É a conduta inadequada do usuário do armamento, quando por imprudência, imperícia ou negligência, deixa de agir preventivamente e utilizar as normas de segurança relativo a conduta com o armamento.

ØCondição insegura: É proveniente da falta de condições técnicas de uso do armamento ou munição, no qual o usuário desconsidera tal situação, assumindo os riscos de acidentes ou outro sinistro relativo ao seu uso indevido.

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DISPOSITIVO ELETRÔNICO DE CONTROLE - DEC (TASER)

CLASSIFICAÇÃO LEGAL DO DISPOSITIVO ELETRÔNICO DE CONTROLE (TASER)

Todas as armas e os cartuchos TASER são produtos controlados, e estão classificados (agosto de 2008) no Anexo I da R-105 (Legislação de Produtos Controlados), da seguinte forma:

Nº de Ordem: 0290; Categoria de Controle: 1; Grupo: Ar; Nomenclatura do Produto (Descrição do Produto na Legislação): "Arma de Pressão por Ação de Gás Comprimido”.

DISPOSITIVO ELETRÔNICO DE CONTROLE É UMA ARMA NÃO-LETAL

O QUE SIGNIFICA NÃO-LETAL?

Definição: Não-Letal

Não-Letal são: as “armas que são especificamente desenhadas e empregadas para incapacitar pessoal ou material, minimizando fatalidades, ferimentos permanentes à pessoas, danos indesejados à propriedades e ao meio ambiente. . ."

É importante lembrar que não se determina ou se espera que armas não-letais tenham probabilidade-zero de fatalidades ou ferimentos permanentes. Ao invés disso, espera-se que armas não-letais reduzam a probabilidade destas fatalidades e ferimentos permanentes, se comparadas com as armas tradicionais que têm por objetivo a destruição física dos seus alvos.

DEC (TASER) É UMA ARMA LIVRE DE RISCOS? RESPOSTA: NÃO!

Arma Não-Letal TASER

Objetivo: Incapacitação temporária do alvo.

Pode Causar Ferimentos!

Pode Desencadear uma Ação que resulte em Morte!

Use Somente Se Treinado e Certificado.

Obedeça as Regras de Segurança.

TECNOLOGIA DO DEC (TASER)

As armas TASER M26 e X26 são “Armas de Pressão por Ação de Gás Comprimido”, mas também podem ser denominadas como Armas de Condução de Energia; Armas Paralisantes; Pistolas Elétricas e até, por uma denominação tecnicamente incorreta, de Armas.

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TECNOLOGIA DO DEC (TASER)

•O sistema nervoso humano se comunica através de impulsos elétricos.

•TASER usa tecnologia semelhante ao impulso elétrico gerado pelo cérebro que causa a estimulação dos nervos no objetivo de controlar os músculos e, assim, os movimentos do corpo.

TECNOLOGIA DO DEC (TASER)

Sistema Nervoso Central

¢cérebro e coluna espinhal) - Centro de comando e processamento de informações para a tomada de decisões.

Sistema Nervoso Sensorial

Nervos que transportam as informações do corpo (temperatura, tato, etc.) para o cérebro.

Sistema Nervoso Motor

Nervos que transportam os comandos do cérebro até os músculos para controlar os movimentos do corpo.

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APARELHOS DE CHOQUE X DEC (TASER)

Aparelhos de Choque Elétrico - Agem no Sistema Nervoso Sensorial, causando dor. Pessoas muito fortes, ou sob o efeito de drogas e, ou, álcool, podem ser imunes aos aparelhos de choque elétrico.

DEC (TASER) - Age no Sistema Nervoso Sensorial e, também, no Sistema Nervoso Motor. Paralisando e derrubando IMEDIATAMENTE qualquer pessoa, não importando quão forte, treinada, ou mesmo drogada ou embriagada, esta esteja.

Todos os aparelhos de choque elétrico atuam no sistema nervoso sensorial, ou seja, provocam dor no objetivo de gerar a incapacitação! Como todos sabem, a dor pode ser superada por indivíduos fortes, focados ou sob o efeito de drogas ou álcool.

•A tecnologia das armas TASER (M26 e X26) não se baseia na dor para gerar a incapacitação, mas, sim, INM (Incapacitação NeuroMuscular).

•As armas TASER emitem impulsos elétricos com a mesma forma de onda das ondas cerebrais. Quando o corpo humano recebe estes impulsos elétricos de uma fonte externa (do TASER), a área do corpo atingida “interpreta” os impulsos como se estes fossem “comandos” do cérebro. Ocorre que os impulsos elétricos emitidos pelo TASER não portam comandos – são apenas impulsos – e, assim, o TASER “engana” o corpo humano que, durante o período de cada disparo, não recebe os “comandos” do cérebro.

ONDAS T: EXEMPLO

Imaginem o policial A se comunicando através do rádio com o policial B e um terceiro policial, o policial C, com o rádio sintonizado no mesmo canal dos policiais A e B, pressionando o PTT e, assim, interrompendo a comunicação entre esses, os policias A e B.

No instante em que o policial C parar de pressionar o PTT, a comunicação entre os policiais A e B será imediatamente restabelecida.

Podemos dizer então que:

O Policial A, falando ao rádio, age como se fosse o cérebro enviando os comandos para os músculos;

O Policial B, ouvindo o policial A, age como se fosse os músculos recebendo as ordens do cérebro;

E o policial C, apertando o PTT, age como se fosse o TASER atuando no corpo humano, interferindo na comunicação do cérebro com os músculos.

ELÉTRICO: VOLTAGEM (VOLTS)

TASER M26 e X26 Pico Máximo do Arco Voltaico: 50.000 Volts. TASER M26 Pico de Voltagem no Contato com o Corpo: 5.000 Volts

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43 Comparação: Choque (Descarga Estática) na maçaneta metálica de porta: 30.000 Volts.

ELÉTRICO: CORRENTE (AMPERES)

TASER M26 - Corrente (amperagem) média: 0,0036 A

Comparativo: Se você é atingido por um choque na tomada de parede comum (110 V) = 16,0 Amperes

Se você é atingido por um choque na mini-lâmpada de árvore de Natal = 1,0 Ampere

Se você é atingido por um disparo da arma TASER = 0,0036 Ampere

TASER M26 CONSTRUÍDO EM POLÍMERO RESISTENTE À IMPACTO

PESO = 545 GRAMAS

DEC (TASER): AUDITORIA ATRAVÉS DOS CONFETES DOS CARTUCHOS

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Confetes de Identificação (AFID’s)

Quantidade propositadamente indeterminada de confetes em cada cartucho, cada qual com o mesmo número de identificação do respectivo cartucho.

O objetivo é permitir a identificação do cartucho e, por conseqüência, do autor do disparo.

AUDITORIA – DATAKIT

PODER DO AUDITOR

Ao encerrarmos este tópico, salientamos que as armas TASER não permitem que os dados armazenados na memória interna, referentes aos últimos 585 disparos, sejam alterados durante os procedimentos de auditoria.

O auditor terá amplo e total acesso aos dados, mas não poderá alterá-los ou apagá-los. Assim sendo, o TASER viabiliza a auditoria e, ao mesmo tempo, preserva a verdade dos fatos e a pessoa do auditor.

CARTUCHOS: TIPOS E ALCANCES

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MAPA DESCRITIVO DO PROCESSO 106

NOME DO PROCESSO: USO DO DISPOSITIVO ELETRÔNICO DE CONTROLE – DEC MATERIAL NECESSÁRIO

1. Equipamentos de uso individual – EUI (POP 101). ETAPAS PROCESSOS/PROCEDIMENTOS

Conhecimento da ocorrência POP 203.01

Deslocamento para o local da ocorrência POP 203.02

Chegada ao local da ocorrência POP 203.03

Uso seletivo da força policial POP 109

Uso do DEC POP 106

Uso de algemas POP 103

Condução dos infratores da lei a repartição pública competente POP 206.02

Apresentação da ocorrência na repartição pública competente

POP 204.02

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DESCRIÇÃO LEGISLAÇÃO PAG

Busca pessoal Art. 244 do Código de Processo Penal – CPP 279

Classificação legal do DEC Legislação de produtos controlados – anexo da R – 105, número de ordem: 0290 279

Excludentes de ilicitude Art. 23 do Código Penal – CP 291 Resistência Art. 329 do Código Penal – CP 322 Poder de Polícia Art. 78 do Código Tributário Nacional – CTN 317

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS PROCESSO 106 USO DO DISPOSITIVO ELETRÔNICO DE CONTROLE – DEC

PROCEDIMENTO 106.01 Guarda, manutenção e cautela do DEC

ESTABELECIDO EM: 11/06/2010

REVISADO EM: Nº DA REVISÃO: 3ª Edição

REPONSÁVEL: Policial Militar – Dia Reserva

ATIVIDADES CRÍTICAS 1. Manusear e acondicionar o armamento e os cartuchos; 2. Preparar o armamento para uso e serviço; 3. Registrar as alterações do armamento; 4. Manter o controle de cautela do DEC; 5. Acondicionar os cartuchos utilizados.

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SEQUÊNCIA DAS AÇÕES 1. Manter um livro de cautela específico para o DEC, constando os números de série da

arma e dos cartuchos; 2. Conferir os componentes de cada kit (Foto 1); 3. Conferir o nível de carga das pilhas, através do teste de centelha (Esclarecimento item 1

e foto 2); 4. Manter as pilhas carregadas na bandeja de pilha; 5. Carregar as pilhas que estejam com baixo nível de carga (Esclarecimento item 2); 6. Manter a arma limpa e seca, evitando local com alta umidade; 7. Encaminhar o coletor de material infectante lacrado, contendo os cartuchos utilizados,

após atingir o limite de 2/3 de seu volume, aos órgãos da Vigilância Sanitária (Esclarecimento item 3).

RESULTADOS ESPERADOS 1. Que o DEC e seus acessórios sejam mantidos em condição operacional; 2. Que o DEC seja encaminhado ao setor competente, quando houver alterações técnicas,

acompanhado de seus acessórios e relatório específico; 3. Que o livro de alterações do armamento seja mantido atualizado; 4. Que a cautela do DEC seja efetivada em um livro de específico.

AÇÕES CORRETIVAS 1. Caso o DEC esteja com o cartucho inserido, efetuar a retirada deste em local seguro

(Esclarecimento item 6 e foto 4); 2. Caso haja papelão ou plástico no polo positivo das pilhas, removê-lo (Esclarecimento item

2, k). POSSIBILIDADES DE ERRO

1. Manusear o DEC com o dedo no gatilho (Esclarecimento item 4); 2. Não ter atenção quanto ao direcionamento do cartucho, mesmo que não acoplado ao

DEC (Esclarecimento item 5); 3. Passar a mão na frente do cartucho; 4. Manter o cartucho sem a trava de segurança. 5. Manter o cartucho sem a tampa de proteção; 6. Tentar solucionar os problemas apresentados no armamento quanto ao funcionamento,

quando este necessitar de solução de manutenção; 7. Utilizar simultaneamente pilhas alcalinas e recarregáveis; 8. Não acondicionar os cartuchos utilizados na caixa de descarte de material infectante; 9. Não destinar corretamente o coletor de material infectante; 10. Manter o coletor de material infectante em local úmido e de pouca visibilidade.

ESCLARECIMENTOS:

Foto 1: Kit para cautela

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47 Item 1 – Teste de centelha: com o DEC sem cartucho, com o registro de segurança destravado, a arma direcionada para o alto, pressionar o gatilho e observar a centelha que salta entre os eletrodos. Este teste é necessário para checar se a arma está operacional (pronta para uso).

Foto 2: Teste de centelha

Item 2 – Carregar as pilhas: a. As pilhas podem ser carregadas diretamente através do Dataport ou inseridas na bandeja do

carregador; b. Não recarregar as pilhas na bandeja do carregador e através do Dataport simultaneamente; c. Não utilizar para recarga material diferente do especificado pelo fabricante (Dataport de outro

equipamento eletrônico); d. Certificar que a trava de segurança está para baixo e o DEC está sem cartucho, quando carregar

as pilhas através do Dataport; e. Luz amarela indica energia no carregador; f. Luz vermelha indica pilhas carregando; g. Luz verde indica carregamento completo; h. Recolocar o protetor de borracha da entrada do Dataport após o carregamento; i. Nunca misturar pilhas alcalinas com pilhas recarregáveis; j. Se as pilhas forem instaladas com a polaridade invertida, ocorrerá curto-circuito no sistema; k. Verificar se há papelão ou anel plástico ao redor do contato positivo (+) em cada uma das pilhas

que serão utilizadas. Caso haja, retire-os para evitar falhas no contato com as outras pilhas; l. Não tentar recarregar pilhas alcalinas, pois estas podem estourar.

Page 48: USO SELETIVO DA FORÇA

48 Item 3 – Coletor de material infectante:

São caixas amarelas, geralmente de papelão utilizadas para desprezar materiais que cortam ou perfuram, como agulhas, lâminas de bisturi, ampolas, giletes, cateter, entre outros materiais infecciosos que possam transmitir moléstia em caso de acidente ocupacional. Seu tamanho pode variar de 1,5 a 20 litros. O coletor geralmente é constituído de caixa amarela, sacolas plásticas amarelas, papelão para fundo rígido, cinta lateral e bandeja interna.

O coletor deve ser acondicionado em local de fácil visualização e acesso, bem como estar longe de locais úmidos. Após atingir 2/3 (dois terços) de seu volume deve ser lacrado e encaminhado aos órgãos da Vigilância Sanitária.

Foto 3: Coletor de material infectante.

Item 4 – Dedo fora do gatilho: princípio exaustivamente ensinado para armas letais. No entanto o DEC, ainda que menos que letal, deve ser tratado como uma arma e seu cartucho como uma munição.

Item 5 – Cartucho do DEC: é uma munição que é deflagrada por descarga elétrica. Um disparo acidental pode ocorrer se o cartucho entrar em contato com eletricidade estática, neste sentido recomenda-se manter afastados os cartuchos de rádios comunicadores e aparelhos celulares, pois estes podem gerar uma centelha elétrica e deflagrar acidentalmente o cartucho.

Item 6 – Local seguro: é aquele onde o policial militar pode manusear sua arma letal ou menos que letal, sem oferecer riscos. Este local deve ser dotado de um anteparo frontal à área de manuseio, ausente de obstáculos que possibilitem ricochete e com controlada circulação de pessoas.

Foto 3: Local seguro

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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS PROCESSO 106 USO DO DISPOSITIVO ELETRÔNICO DE CONTROLE – DEC

PROCEDIMENTO 106.02 Cautela e inspeção do DEC

ESTABELECIDO EM: 11/06/2010

REVISADO EM: Nº DA REVISÃO: 3ª Edição

REPONSÁVEL: Policial Militar – Detentor da cautela

ATIVIDADES CRÍTICAS 1. Recebimento e inspeção do DEC; 2. Retirada da trava de segurança do cartucho e sua inserção no DEC; 3. Coldreamento do DEC.

SEQUÊNCIA DAS AÇÕES 1. Substituir no cinto de guarnição os portas bastão policial BP – 60 tonfa e espargidor de

agente OC pelo porta DEC; 2. Verificar se o armamento apresenta alguma alteração no funcionamento (Ação corretiva

nº 1); 3. Efetuar o teste de centelha; 4. Inserir o cartucho no DEC; 5. Colocar o DEC carregado e travado no coldre que deverá estar preso ao cinto, do lado

contrário da mão forte, para que na possibilidade do uso, se faça o saque com a mão fraca (Foto 1).

RESULTADOS ESPERADOS 1. Que o DEC esteja funcionando perfeitamente; 2. Que o DEC seja colocado corretamente no cinto de guarnição.

AÇÕES CORRETIVAS 1. Caso o DEC apresente algum defeito, substituí-lo imediatamente.

POSSIBILIDADES DE ERRO

1. Inverter a polaridade das pilhas; 2. Misturar pilhas comuns com recarregáveis; 3. Inserir cartucho inoperante ou pilhas com carga insuficiente.

ESCLARECIMENTOS:

Foto 1: Coldre inverso da mão forte

Page 50: USO SELETIVO DA FORÇA

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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS PROCESSO 106 USO DO DISPOSITIVO ELETRÔNICO DE CONTROLE – DEC

PROCEDIMENTO 106.03 Uso do DEC

ESTABELECIDO EM: 11/06/2010

REVISADO EM: Nº DA REVISÃO: 3ª Edição

REPONSÁVEL: Policial militar operador do DEC

ATIVIDADES CRÍTICAS 1. Identificação da necessidade e viabilidade do uso do DEC; 2. Transição do armamento letal para o menos letal e vice versa; 3. Controle do ciclo de descarga do DEC; 4. Utilização da técnica de uso de algemas em conformidade com o uso do DEC.

SEQUÊNCIA DAS AÇÕES 1. Avaliar a necessidade e viabilidade para a utilização do DEC (POP 109, ação corretiva

nº 1 e possibilidade de erro nº 1); 2. Adotar a distância ideal de disparo conforme a especificação do cartucho

(Esclarecimento item 1); 3. Realizar a transição da arma letal para o DEC (Esclarecimento item 2 e foto 1); 4. Sacar com a mão fraca e destravar o DEC (Fotos 1 a 4); 5. Certificar que a luz vermelha indicadora de carga foi acionada, após o destravamento

(Ação corretiva nº 2 e foto 4); 6. Transitar o DEC para a mão forte (Ação corretiva nº 3); 7. Enquadrar a visada, preferencialmente na parte lateral do tórax, sempre com o dedo

reto e controlando o direcionamento do laser (Foto 4); 8. Esgotar a verbalização, emitir o comando: “CHOQUE” (Possibilidade de erro nº 4); 9. Acionar o gatilho do DEC, para que os dardos sejam deflagrados e gere um ciclo (5

segundos) de descarga (Ação corretiva nº 5); 10. Manter a posição se for necessário iniciar outro ciclo para dominar o agressor; 11. Algemar o abordado, através do policial militar cobertura (POP 103); 12. Colocar luvas descartáveis, o policial militar responsável pelo algemamento, retirar,

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cuidadosamente, os dardos conectados no agressor e avaliar a necessidade de cuidados médicos (Possibilidade de erro nº 10);

13. Colocar os dardos dentro do próprio recipiente do cartucho que foi utilizado, o policial militar responsável pelo algemamento;

14. Apresentar o cartucho e os dardos na reserva de armas para fins dos procedimentos administrativos de acondicionamento e encaminhamento.

RESULTADOS ESPERADOS 1. Que se faça cessar a agressão, diminuindo ao máximo a possibilidade de danos físicos

ao policial militar, a terceiros e ao próprio agressor; 2. Que seja respeitado o alcance útil e eficaz de cada tipo de cartucho; 3. Que o policial operador utilize o ciclo conforme a necessidade do fato; 4. Que todo uso do DEC seja formalmente relatado, através de autos de resistência e

prisão; 5. Que os dardos sejam recolhidos, e acondicionados no próprio recipiente do cartucho

que foi utilizado e apresentados na reserva de armas. AÇÕES CORRETIVAS

1. Caso o agressor apresentar odor ou portar substância altamente inflamável, não utilizar o DEC, pois sua centelha poderá dar início a um incêndio (Sequência das ações nº 1);

2. Caso a luz vermelha indicadora de carga não acenda após o destravamento, o policial militar deverá abortar a utilização do DEC e recorrer a outros meios previstos no uso seletivo da força (Sequência das ações nº 5 e POP 109);

3. Caso a transição comprometa a segurança do policial militar efetuar o disparo do DEC com a mão fraca (Sequência das ações nº 6);

4. Caso um ou dois dardos não atinja(m) o agressor, poderá o policial militar utilizar o DEC como arma de contato ou efetuar a recarga tática (Possibilidade de erro nº 3);

5. Caso os dardos atinjam os olhos, cabeça, genitália ou o pescoço do agressor, não tentar retirá-los, e sim procurar socorro médico (Sequência das ações nº 9);

6. Caso o agressor esteja em ambiente com água, o policial militar deve retirá-lo rapidamente daquele meio, evitando o afogamento;

7. Caso o agressor no momento da intervenção policial apresentar comportamento bizarro, frenético, criando distúrbios, incoerente, ofegante (respirando profundamente), combativo e violento, o policial deverá após a utilização do DEC ou de qualquer outro meio de imobilização, providenciar ao agressor, socorro médico.

POSSIBILIDADES DE ERRO

1. Utilizar o DEC após uso do espargidor de agente pimenta OC com propelente inflamável (álcool, butano, propano, etc), em gestantes, idosos, nas proximidades de lagos, piscinas ou similares, escadas ou em ambientes inflamáveis (Sequência das Ações nº 1);

2. Disparar o DEC na direção dos olhos, cabeça, pescoço e genitálias do agressor (Ação corretiva nº 5);

3. Não acertar os dois dardos ou acertar somente um dardo (Ação corretiva nº 4); 4. Não emitir o comando: “CHOQUE”, ou emitir este comando quando a situação exigir

que o disparo seja surpresa para o agressor (Sequência das ações nº 8);

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5. Fazer uso do DEC após o agressor estar algemado; 6. Não diferenciar o DEC da arma letal no momento da utilização; 7. Permanecer em situação que possibilite o agressor atingi-lo fisicamente ou dominá-lo,

caso não acerte os dardos; 8. Exceder no uso do DEC; 9. Não dominar o agressor, por demorar a agir ou por não utilizar as técnicas necessárias

para a situação; 10. Não providenciar o devido socorro as pessoas que necessitarem; 11. Tocar nos dardos ou entre eles enquanto estiverem energizados.

ESCLARECIMENTOS:

Item 1 – Distância ideal de disparo: É à distância em que o policial militar terá uma maior probabilidade de acerto do alvo, uma boa abertura dos dardos e razoável distância para reação em caso de falha. Para os cartuchos verdes a distância ideal é de 2,5m a 4,5m e para os cartuchos alaranjados é de 4,0m a 7,5m.

Ilustração: Alcance máximo dos cartuchos (Foto. 01)

Item 2 – Transição do armamento e saque do DEC com mão fraca (fotos 1 a 4): avaliada a necessidade e viabilidade da utilização do DEC na abordagem policial, haverá a transição da arma letal para o DEC. a. Partindo da posição pronto “terceiro olho” da arma letal, ou posição “sul” ou retenção, conforme a

situação o exigir, o policial traz a arma letal para a posição pronto retido lateral com a mão forte (foto 01), enquanto a mão fraca vai ao DEC, a fim de sacá-la, concomitante com o saque do DEC, faz-se o coldreamento da arma letal (foto 02).

b. Seguidamente, aciona-se o registro de segurança do DEC, trazendo-a para a posição pronto retido lateral (foto 02), ato contínuo, coloca o DEC na posição pronto “terceiro olho” ao mesmo tempo em que se faz a transição de mão, a fim de efetuar o disparo, se necessário (foto 03).

Foto: 1 Foto: 2 Foto: 3

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Foto: 4

Item 3 – Orientações e observações: a. O DEC é uma arma e seu cartucho uma munição, assim, deve ser adotada os mesmos cuidados

que se tem com armas letais, como dedo fora do gatilho e direcionamento da arma. b. O DEC provoca no agressor incapacitação neuromuscular, enquanto durar a ação de um disparo de

um ciclo (cinco segundos). c. Todo o disparo do DEC provoca pequenas lesões e até queimaduras no agressor. d. Pode ser utilizado o DEC em qualquer ambiente, seja aberto ou fechado, chovendo ou não,

ambientes de paredes e ou chão metálico ou não, salvo em ambientes de inflamabilidade; e. A Polícia Militar deve criar mecanismo de controle de utilização do DEC. Para tanto deverá o policial

ter habilitação para uso do equipamento, homologado pela Corporação; f. Será de inteira responsabilidade do fabricante, qualquer fatalidade, ferimento ou dano permanente a

pessoas, advindos do uso do DEC, quando o Policial Militar utilizá-lo conforme descrito neste manual de Procedimento Operacional Padrão, bem como na Apostila de Treinamento TASER M26, versão 14 do Treinamento Oficial do TASER International (agosto de 2008) SENASP.

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54 Item 4 – Tecnologia da Taser M26: a. O sistema nervoso humano se comunica através de impulsos elétricos. O Taser usa tecnologia

semelhante ao impulso elétrico gerado pelo cérebro que causa a estimulação dos nervos no objetivo de controlar os músculos e, assim, os movimentos do corpo. Dessa forma, enquanto os aparelhos de choque agem no sistema nervoso sensorial, o Taser age além deste, também no sistema nervoso motor, paralisando e derrubando imediatamente qualquer pessoa, pois interfere na comunicação entre o cérebro e os músculos, causando a incapacitação neuromuscular;

b. O Taser possui alta voltagem, podendo chegar a cinco mil volts no corpo humano, porém, possui baixa amperagem, uma média de 0,0036 A. Do que se pode concluir que o Taser não oferece riscos para quem utiliza marca passos, pois o risco está na alta amperagem, e não na alta voltagem, assim, o Taser tem menos amperagem de que uma mini-lâmpada de árvore de natal, por exemplo;

c. O Taser M26 possui um Dataport, dispositivo que grava e armazena em sua memória codificada interna, os registros dos disparos efetuados com a arma. Para obter esses registros, basta conectar o Datakit na porta de dados (Dataport) do Taser M26. Tais registros contêm a data e o horário de cada um dos últimos 585 disparos. O objetivo desses registros é proteger os operadores Taser contra alegações infundadas de uso indevido, bem como para coibir o uso indevido por parte do policial operador. Através do Dataport também é possível recarregar as pilhas do Taser M26, sem retirar a bandeja de pilhas;

d. O cabo USB não deve ser instalado diretamente no PC, sem o Datakit, pois isso pode acionar o dispositivo do Taser, vindo o operador a receber descarga elétrica;

e. O Taser é na cor amarela com detalhes pretos, ou preto com detalhes amarelos, pois o amarelo é a cor de padrão internacional da não letalidade, o que facilita o policial operador a não confundir o Taser com sua arma de fogo quando do uso em ocorrência;

f. O Taser é uma arma e seu cartucho é uma munição, portanto, todas as regras de segurança no manuseio de arma de fogo devem ser adotadas para o manuseio do Taser e de seus cartuchos. Lembrando sempre que o Taser é um aparelho eletroeletrônico, portanto requer cuidados especiais, uma vez que não é resistente a quedas e a umidade;

g. A manutenção do Taser se restringe a não deixá-lo cair, não molhá-lo e não lubrificá-lo. Admite-se apenas a sua limpeza externa com um pano seco.

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Fuzil 7,62 M964 “FAL”

O fuzil 7,62 M964, é uma arma adotada no exército brasileiro em substituição aos antigos fuzis e mosquetões de repetição de calibres 7mm e .30. Foi adotado como arma portátil do combatente de qualquer arma, atendendo as necessidades de uniformização da munição, bem como da modernização do equipamento.

É uma arma de aceitação internacional, tendo sido muito utilizada desde 1960 na África quando de lutas internas. Suas excepcionais características já foram comprovadas nas mais diversas situações e condições de emprego.

Esta arma foi projetada e executada com objetivo de colocar nas mãos do soldado, uma arma que tenha – em grau até agora não igualado – as mais importantes qualidades a saber:

Perfeita maneabilidade; possibilidade de iniciar instantaneamente tiro intenso e apontado; facilidade de manutenção em campanha; segurança absoluta de funcionamento.

CLASSIFICAÇÃO

1.Quanto ao tipo: portátil;

2.Quanto ao emprego: individual;

3.Quanto à alma do cano: raiada, 4 raias dextrogiras;

4.Quanto ao sistema de carregamento: retrocarga;

5.Quanto à refrigeração: a ar;

6.Quanto à alimentação: por carregador, tipo cofre;

7.Quanto ao sentido da alimentação: de baixo para cima;

8.Quanto ao funcionamento: semi-automática;

9.Quanto ao princípio de funcionamento: recuo por tomada indireta dos gases;

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GAUGE 12

Apesar da primeiras armas, curtas ou longa, terem alma lisa, tais peças não configuravam espingardas; eram apenas armas em processo de desenvolvimento. O conceito espingarda surgiu com o advento do surgimento de canos de alma raiada no século XVI e com a separação de armas que disparavam projéteis únicos daquelas que disparavam projéteis múltiplos.

O termo espingarda tem origem contraditória, no entanto usa-se “spingarda” em italiano para designar armas de caça, com cano liso e de grande calibre própria para abate, de uma só vez de grande número de aves. Já escopeta, também em espanhol, significa armas de fogo com pequenos calibres e portáteis.

No Brasil, o termo espingarda serve para designar qualquer arma de fogo longa, portátil e de alma lisa. E em algumas regiões escopeta para designar armas de cano curto e de grande calibre, mantendo-se o nome espingarda para aquelas que tem o cano mais longo e de menor calibre, mas tal designação é errônea tecnicamente.

As espingardas gauge 12 são as armas policiais por excelência. Embora, como já visto, fora concebida originalmente para caça, mas devido sue eficiência e robustez tornaram-na uma arma de apoio e defesa.

Sua grande flexibilidade de munições, lhe confere o título de mais completa arma de uso policial, pois permite o uso de cartuchos letais e menos que letais, assim como contra alvos barricados.

As espingardas por ação de corrediças, ou “pump action” (ação de bomba), ganharam o mundo no final do século XIX, por sua robustez e simplicidade de mecanismo, bem como pela versatilidade de sua munição.

Foi na 1ª Guerra Mundial que estas armas mostraram suas características mais significativas: a de ser uma excelente arma de combate a curtas distâncias, migrando assim, para o mundo das armas de combate, defesa e policial.

MEDINDO O CALIBRE DE ALMA LISA

O calibre nas espingardas é denominado de “Gauge” (se pronuncia “gueidj”) que significa padrão, gabarito.

O gauge nas espingardas e seus cartuchos não se mede como nas pistolas e carabinas, mas sim de uma reminiscência da época dos mosquetes de carregar pela boca (antecarga).

O sistema gauge, chamava-se assim a um padrão de medida (uma galga) de chumbo que pesava uma quantidade correspondente a multiplos exatos de uma libra (453,6g). Ou seja, um calibre 1 era um cano cuja alma tinha o diâmetro exato de uma gauge esférica de uma libra de peso. O calibre 2 era o correspondente à alma de diâmetro igual ao que tinham duas bolas que pesassem juntas precisamente uma libra, ou, cada gauge pesava meia libra.

Assim a calibre 12 corresponde a uma alma cujo diâmetro é igual ao que tem 12 bolas (gauge) de chumbo que todas juntas pesem uma libra.

ESPINGARDA GAUGE 12 PUMP ACTION

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FUNCIONAMENTO GAUGE 12

A compreensão do funcionamento da Espingardas Pump CBC baseis-se no entendimento das ações realizadas pela sua telha (ou bomba) acionada poelo atirador.

a)Telha para trás – abertura: ao puxar a telha à retaguarda, abrindo a arma, esta se conduzindo o conjunto ferrolho para trás. Este passará por cima da trava da corrediça e baterá no martelo (cão), empurrando-o para trás onde ficará retido por sua trava, efetuando o engatilhamento. O próprio formato das hastes da corrediça aciona: primeiro o localizador direito e depois o localizador esquerdo longo, fazendo com que o cartucho seja liberado do deposito ao recepitáculo, o que chamamos de apresentação do cartucho.

b)Telha para frente – fechamento: em sua posição mais recuada, o ferrolho posiciona-se em cima do acionador do transportador que aguardará o início da movimenteção do ferrolho para frente para que seja pressionado para baixopor contato mecânico, fazendo com que o transportados se levante, e direcione o cartucho para entrada da câmara. Esta posição o colocará imediatamente à frente do ferrolho que o conduzirá ao interior da câmara. Omovimento enérgico da telha pelo operador, fará os extratores direito e esquerdo do ferrolho levantarem quando em contato com as rampas existentes na parte posterior da câmara e “agarrando” a virola do cartucho.

O trancamento se dará quando o ressalto existente na parte superior do ferrolho se encaixa no rebaixo da antecâmara, o que impede o recuo do ferrolho pela ação dos gases provenientes da queima da carga de projeção.

c)Disparo, extração e ejeção: aciona-se o botão para destravar a arma, dá-se passagem para ao gatilho para que este possa recuar e por intermédio do disjuntor, alcançar a trava do cão (martelo) e liberará-lo para bater no percussor que se encontra no ferrolho e este por consequência, na espoleta do cartucho. Com o disparo, a trava da corrediça é acionada, liberando a telhs para seu curso à retaguarda. O ferrolho trará consigo o estjo ou o cartucho não deflagrado, por ação dos extratores, até que ao final do curso este encontre o ejetor, localizado na parede interna esquerda do receptácuo, azendo-o soltar do extrator esquerdo e girar para fora da janela de ejação.

TIPOS DE CHOKES

Choke: De início, as primeiras espingardas eram de cano cilíndrico, ou seja, com o mesmo diâmetro interno. Com o passar dos anos, foi introduzido o "choke", que é um ligeiro estreitamento do diâmetro interno do cano, junto ou próximo à boca da arma. No nosso caso, a palavra "choke" será traduzida como "estrangulamento“.

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Grupamento: Os "chokes" dos canos controlam o grupamento da chumbada, que é usualmente determinado pela porcentagem de bagos de chumbo que atingem um alvo (placa) de 75 cm de diâmetro a uma distância convencional de 35 metros (27 metros, para os calibres 28, 32 e 36). Esta porcentagem pode variar muito pouco com uma mesma arma, dependendo, em linhas gerais, do tamanho do cartucho, da carga de pólvora e do tamanho e número de bagos de chumbo usados no carregamento do cartucho. Mais importante que a porcentagem de chumbos que atingem o alvo é a distribuição uniforme dos mesmos dentro da área de impacto (alvo).

Estrangulamentos ("chokes") Grupamento

Total ("choke" pleno) 70 - 75 %

3/4 60 - 65 %

1/2 (meio "choke") 50 - 60 %

1/4 40 - 45 %

Cilíndrico 35 - 40 %

"Skeet" 60 % (a 20 m)

PARTES DA PUMP CBC 12

TRAVA DE SEGURANÇA

No modelo 586.2 a trava de segurança bloqueia o gatilho e a trava do martelo. Quando acionada, oferece Proteção contra disparo aci­dental ou uso não intencional.

ATENÇÃO: Nunca toque no gatilho quando for travar ou destravar a arma.

Para "travar' o gatilho basta mover o botão da esquerda para a direi­ta, de modo que a faixa vermelha não fique visível; para destravar, o botão deve ser movido em sentido contrário (da direita para a esquerda). Nesta posição a faixa vermelha será visível alertando o atirador que a arma está pronta para ser disparada.

GATILHO

A arma irá disparar sempre que o gatilho for pressionado. O peso que acionará o disparo do gatilho foi ajustado segundo normas inter­nacionais de segurança.

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O gatilho e a trava são ajustados individualmente na montagem de cada guarda-mato. A substituição ou modificação dessas partes só devem ser feitas através do Serviço Autorizado CBC. Alterações ou modificações feitas por pessoas não autorizadas podem afetar as condições de segurança da arma e tornam nula a garantia de fabri­cação.

ACIONADOR DA TRAVA DA CORREDIÇA

Esta peça está localizada no lado esquerdo da arma, na região do guarda-mato e à frente do gatilho.

O seu acionamento permite a abertura da arma, mesmo na posição engatilhada e, caso exista um cartucho na câmara, o mesmo será expelido pela janela de ejeção.

CORONHA E TELHA

A coronha e a telha são fabricadas com madeiras selecionadas, ade­quadamente tratadas em estufa.

A telha além de servir para apoio da mão do atirador é utilizada para a movimentação do mecanismo do ferrolho.

Para abrir o mecanismo, movimente a telha para trás; nesta situação o ferrolho irá recuar, acionado pelas duas barras de ação por corrediça.

Caso a arma esteja engatilhada, com ou sem cartucho na câmara, para poder recuar a telha, será necessário manter previamente pres­sionado o acionador da trava da corrediça. Estando a telha no seu ponto de máximo recuo, ao ser acionada novamente para a frente, o primeiro cartucho posicionado para alimentação no tubo do depósito será levado pelo transportador, em direção à câmara e nela total­mente alojado quando o ferrolho for completamente fechado e tran­cado ao cano.

RECEPTÁCULO E GUARDA-MATO

O receptáculo e o guarda-mato são fabricados em aços seleciona­dos, usinados em máquinas especiais e com acabamento adequado para cada modelo de arma.

CANO

Fabricado a partir de barras de aço cromo-molibdênio (SAE 4130), de qualidade controlada, forjado a quente e usinado em máquinas especiais.

Certificamos que esta arma foi submetida a prova de sobrepressão, com cartucho carregado com pólvora sem fumaça, desenvolvendo uma pressão de

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60 acordo com normas internacionais, conforme atesta a marca do punção "PN" gravado no cano.

CONJUNTO DO FERROLHO

Para o perfeito trancamento da arma, o conjunto do ferrolho e das hastes da corrediça são fabricados com tolerâncias muito estreitas e rigorosamente controladas na montagem final.

A exemplo do conjunto gatilho/trava/guarda-mato, a substituição ou reparo de peças do ferrolho deverá ser feita exclusivamente através do Serviço Autorizado CBC.

LOCALIZADOR ESQUERDO LONGO

Esta peça localizada no lado esquerdo da arma, ao ser acionada permite o descarregamento dos cartuchos alojados no tubo do depósito mediante um único recuo da telha.

MANEJO GAUGE 12

CARREGAR

1.Aponte a arma em uma direção segura;

2.Trave a arma. A faixa vermelha no botão de trava, não deve estar visível;

3.Recue a telha até abrir completamente o mecanismo;

4.Caso a arma esteja engatilhada será necessário pressionar previamente o acionador da trava da corrediça;

5.Coloque um cartucho pela janela de ejeção, não sendo necessário introduzi-lo na câmara;

6.Empurre a telha para a frente para introduzir o cartucho na câmara e fechar o mecanismo;

ATENÇÃO: A arma agora está carregada

7.Para alimentar o tubo de depósito, posicionar a arma de maneira a tornar fácil o acesso à janela de alimentação (Fig. 6); com a ponta do cartucho, empurre o transportador e introduza o mesmo completamente para dentro do tubo, assegurando-se que a borda do cartucho tenha entrado além do localizador direito, evitando seu retorno. Se o cartucho não for corretamente introduzido no tubo do depósito, ele poderá deslizar para dentro do mecanismo e por cima do transportador, bloqueando o mecanismo. Se isto ocorrer proceda da seguinte maneira:

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61 8.Introduza os cartuchos, um de cada vez, até a capacidade total do tubo do depósito (ATENÇÃO: O tubo do depósito e a câmara da arma estão devidamente carregados);

8.Para dispará-la, será necessário acionar o botão da trava da direita para a esquerda;

9.A faixa vermelha do botão da trava estará visível.

Atirar, extrair e ejatar

1.Com a arma devidamente carregada, pressione o gatilho e dispare a arma;

2.Recue a telha para ejetar o cartucho vazio;

3.Empurre a telha para frente para colocar novo cartucho na câmara;

4.Repita as operações descritas nos itens 1,2 e 3 até que todos os cartuchos tenham sido disparados;

5.Trave a arma quando interromper ou terminar a série de disparos.

6.

Nota: O tubo do depósito da arma somente poderá ser carregado com ferrolho fechado e trancado. O remuniciamento do depósito poderá ser completado independentemente do número de cartuchos remanescentes.

DESCARREGAR A GAUGE 12

1.Aponte a arma numa direção segura;

2.Trave a arma. A faixa vermelha não será visível;

3.Libere corrediça da telha e desloque a telha a retaguarda, lentamente e com cuidado para que o cartucho não caia ao solo, retirar o cartucho da câmara (se houver) e o primeiro cartucho do tubo do depósito;

4.Com a telha ainda na posição totalmente recuada pressione o trans­portador até que ele fique retido na posição mais próxima da câmara;

5.Em seguida pressione o botão do localizador esquerdo longo e dois cartuchos serão liberados do tubo. Repita a operação até que todos os cartuchos tenham sido extraídos. Certifique-se que nenhum car­tucho permaneceu na câmara ou no depósito.

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DESMONTAGEM DA GAUGE 12 PARA MANUTENÇÃO

1.Abra a arma, trave-a e certifique-se que não há cartucho na câmara ou no depósito;

2.Mantenha a arma aberta, desparafuse e remova o conjunto do bujão do depósito;

3.Retire o cano puxando-o paralelamente ao tubo do depósito;

4.Vire a arma colocando a janela de alimentação para cima. Com o dedo indicador, abaixe ligeiramente o transportador e pressione o localizador direito. Desvire a arma colocando a janela de ali­mentação para baixo; com a outra mão afaste a telha do receptácu­lo até que o conjunto de ferrolho seja naturalmente extraído das hastes da corrediça

5.Remova a telha e a corrediça;

6.Desrosquear e retire o tubo do deposito;

7.Retire a mola do depósito e o êmbolo do depósito.

LIMPEZA E LUBRIFICAÇÃO GAUGE 12

Lubrifique a arma com óleo mineral fino; Aviso: Não utilize óleo vegetal (como os de cozinha) para lubri­ficar a arma; Evite lubrificação em excesso; Se a arma for guardada por longo período ela deve estar limpa e lubrificada,

interna e externamente;

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CANO

1.Faça limpeza do cano sempre da câmara para a boca;

2.Com o auxílio de uma vareta para limpeza de armas, passe um pano limpo ou escova de cerda no calibre adequado umedecidos em sol­vente do tipo querosene, Varsol ou os especialmente fabricados para limpeza de armas e encontrados nas lojas do ramo. Repita a opera­ção diversas vezes.

3.Termine a limpeza utilizando panos limpos e secos e trocando-os até que saiam totalmente isentos de resíduos;

4.Remova todo resíduo que se acumular no alojamento da trava do fer­rolho;

5.Antes de remontar o cano certifique-se que o mesmo está totalmente desobstruído;

6.Limpe-os as peças com o auxílio de uma escova e solvente;

7.Enxugue com um pano limpo;

8.Lubrifique levemente com óleo mineral líquido o ferrolho;

9.Monte a arma na ordem inversa que foi desmontada

CLASSIFICAÇÃO

1.Quanto ao tipo: portátil;

2.Quanto ao emprego: individual;

3.Quanto à alma do cano: lisa;

4.Quanto ao sistema de carregamento: retrocarga;

5.Quanto ao sistema de refrigeração: a ar;

6.Quanto a alimentação: feita manualmente;

7.Quanto ao sentido de alimentação: de trás para frente;

8.Quanto ao funcionamento: repetição;

9.Quanto ao princípio de funcionamento: ação muscular do atirador.

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SUBMETRALHADORAS

Generalidades

As submetralhadoras são armas que se situam num meio termo entre as armas curtas e longas. Criadas para fins militares durante a 2ª grande guerra, são armas que possuem, ainda hoje, grande utilidade na atividade policial. Atirando com a mesma munição das pistolas semi-automáticas, as submetralhadoras cumprem seu papel em abordagens e operações especiais, onde seja necessário grande volume de fogo.

Características e funcionamento

A submetralhadoras possuem, independente de seu modelo ou origem, algumas características em comum, que influenciam diretamente seu funcionamento. Estas podem operar nos mesmos sistemas já vistos para as pistolas semi automáticas: por recuo direto, por recuo retardado ou por tomada de gases. O mais comum é que operem com culatra desaferrolhada (recuo direto), sem nenhum tipo de trancamento mecânico. Isto se dá pelo geralmente grande peso do bloco da culatra, que agindo pela inércia, já mantém a arma fechada até a saída do projétil, e por seu curso, bem maior do que o do bloco das pistolas semi- automáticas.

Diversos autores classificam as submetralhadoras de acordo com a época de sua criação e suas características. Assim, temos:

a.S Mtr de 1ª geração — Armas caras, em cuja fabricação empregava-se grande dose de trabalho artesanal na confecção e ajuste das peças. Por isso, são extremamente robustas e confiáveis. Um exemplo é a americana Thompson, calibre .45 ACP, que ficou famosa nos filmes como arma dos “gangsters” dos anos 30.

b.S Mtr de 2ª geração — Armas de fabricação econômica, feitas geralmente em aço estampado, como as antigas INA .45 ACP. Produzidas em grande número e em série, principalmente na época da 2a grande guerra. A MT 12 A, pertence à esta geração, embora de projeto e fabricação mais recente.

c.S Mtr de 3ª geração — Também de fabricação barata, utilizam altas doses de estamparia de aço, possuindo o carregador encaixado em seu punho ou coronha, o que as torna extremamente compactas, como as UZI e as INGRAM.

Até aqui, todas operam em “blowback” puro, sem aferrolhamento

d.S Mtr de 4ª geração — Trabalham com sistema de culatra aferrolhada, fechada, disparando com o bloco da culatra desde a posição à frente, como nas pistolas. Com isso, não há a necessidade de o percussor chocar-se contra a espoleta do cartucho. Por esta razão, são armas de tiro automático estável e de grande precisão. Geralmente possuem dispositivo que permite rajada curta de três ou quatro tiros (“burst”), o que resulta em uso mais racional da munição disponível. A americana RUGER MP-9 e a alemão H&K MP5 são exemplos desta geração de submetralhadoras.

As Unidades de Operações Especiais utilizam as submetralhadoras da fábrica alemã Heckler & Koch (H&K) , da série MP-5, reconhecidas mundialmente como das melhores armas dentre as da sua classe. De 4ª geração, trabalham com

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65 a culatra fechada, com excelentes níveis de precisão, incorporando vários acessórios, como aparelhos ópticos e supressores de ruído

METRALHADORA .40 S&W TAURUS / FAMAE

CARACTERÍSITCAS

Metralhadora portátil Taurus-Famae, é uma arma leve, de fácil manejo e cômoda utilização. Com carregadores para 30 cartuchos, possui uma cadência controlável, e grande poder de fogo. Por meio do seletor de tiros de quatro estágios, possibilita o melhor controle da utilização de munição.

O ferrolho, com percussor flutuante, trabalha fechado e fica retido atrás pelo retém no último disparo, alertando o atirador que as munições esgotaram.

O conjunto de miras facilita o enquadramento do alvo, com um tambor de vértice aberto para curtas distâncias e orifícios para distâncias maiores. O guarda-mato é rebatível oferecendo opção para o uso de luvas e a empunhadura com fundo removível possui um compartimento interno para alojar a escova de limpeza ou pequenos itens de sobrevivência.

DESMONTAGEM DA ARMA

Posicionar o seletor em segurança, “S”, recuar o ferrolho através da alavanca de manejo e certificar-se que não há cartucho na câmara, posteriormente retirar a bandoleira.

Pinos de União

Retirar os pinos de união posterior e depois o anterior. Uma vez executada, a caixa do mecanismo se desconectará da caixa da culatra, separando a arma em duas.

Guarda-mãos

Primeiro retira-se o guarda-mão inferior puxando-o para trás e para baixo. Logo após, o guarda-mão superior, deslocando-se para cima.

Guia e Mola Recuperadora

Pressionar a haste guia pela abertura traseira da caixa da culatra, retirar o pino retém na extremidade anterior e descomprimir a mola. O guia sairá livremente, juntamente com a mola recuperadora.

Culatra

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O ferrolho sairá pela parte da posterior da culatra, sendo necessário somente desconectar a alavanca de manejo do ferrolho do retentor.

MONTAGEM

A montagem é feita na ordem inversa da desmontagem.

LIMPEZA E MANUTENÇÃO

A limpeza faz parte da manutenção necessária para garantir o perfeito funcionamento da arma e prevenir desgastes prematuros no tratamento superficial por agentes corrosivos e mecânicos, elevando a vida útil da arma.

Limpeza ordinária após o serviço compreende:

Limpar todas as superfícies externas da arma e do carregador, mantendo-as lubrificadas com uma fina camada de óleo.

Limpeza após o tiro:

Desmontar a arma em 1º escalão;

Limpar e lubrificar todos os componentes da arma, inclusive o carregador.

Cuidados Especiais:

Somente uma pequena quantidade de óleo é suficiente para conservar o equipamento;

Evite excesso de óleo dentro do carregador e do cano

CLASSIFICAÇÃO

1.Quanto ao tipo: portátil;

2.Quanto ao emprego: individual;

3.Quanto à alma do cano: raiada, 6 raias dextrogiras;

4.Quanto ao sistema de carregamento: retrocarga;

5.Quanto ao sistema de refrigeração: a ar;

6.Quanto a alimentação: carregador tipo cofre;

7.Quanto ao sentido de alimentação: de baixo para cima;

8.Quanto ao funcionamento: MT40 S&W automática, CT40 S&W semi-automática ;

9.Quanto ao princípio de funcionamento: ação dos gases sobre o ferrolho (blow back).

Nota: as peças da MT40 e CT40 são muito semelhantes, diferindo basicamente quanto ao funcionamento (MT40 automática e CT40 semi-automática), bem como o comprimento do cano da CT40 é de 410mm, já o da MT40 é de apenas 200mm

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PISTOLA CAL. .40 S&W e 9mm

A pistola é uma arma de fogo de porte, leve e de cano curto. Geralmente é uma arma pequena de boa empunhadura e rápido manuseio, feita originalmente para uso pessoal em ações de pequeno alcance. Diferente da concepção que temos hoje sobre pistolas, no século XVIII, o termo pistola servia para definir as pequenas armas de fogo.

A pistola foi criada em 1540 por Camilo Vitelli de Pistoya e Stefeno Enrico de Pistoya. Daí surge o termo pistola.

Hoje, pistola, é um termo que designa, arma de fogo, de porte, que utiliza a pressão dos gases resultantes da queima da carga de projeção, para seu funcionamento, podendo realizar tiros semi-automáticos e automáticos.

NOMENCLATURA BÁSICA

É o estudo das partes externas da arma com o fito de proporcionar ao usuário o entendimento mínimo sobre as funções das peças expostas, para um manejo seguro e eficiente.

CONJUNTO CANO/FERROLHO

O cano possui na região posterior a câmara de combustão, desprovida de raiamento e destinado a receber o cartucho. A partir da câmara até a boca, o cano é raiado. Na porção inferior, aparece a rampa de acesso dos cartuchos destinada a facilitar sua introdução na câmara do cano. Abaixo, encontra-se o bloco de trancamento e seu mergulhador. O ferrolho é uma peça móvel que desliza nas fases do recuo e de recuperação, após cada tiro, contendo o bloco da culatra. A face anterior desta é escavada e nela se apóia o culote do cartucho. No bloco da culatra está montado o percussor, sua mola e trava, o extrator. Na face superior encontra-se os aparelhos de pontaria, alça de mira e massa de mira.

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CONJUNTO ARMAÇÃO MECANISMO

Confeccionada em duro alumínio, a armação é a peça maior dimensão e que serve de suporte ou alojamento para as demais peças, em especial: O cano, ferrolho e bloco de trancamento, na região superior, e de parte do mecanismo de disparo. A parte pela qual a pistola é empunhada, denomina-se coronha, a qual é oca e funciona como um receptáculo do carregador. Podemos identificar na pistola, por visão externa: o cão, o tirante do gatilho, as teclas ou alavancas para desmontagem, do retém do ferrolho e trava de segurança/desarmador do cão, além do gatilho e retém do carregador.

CARREGADOR

É uma peça em separado, tipo cofre, com o transportador acionado por uma mola e alojado na coronha. Por seu fundo, feito de polímero ou aço, podemos desmontá-lo, pressionando seu retém.

FUNCIONAMENTO

Após o primeiro disparo, parte dos gases provenientes da queima da carga de projeção do cartucho, impulsiona o projétil à frente, enquanto a outro parte age na parte anterior do ferrolho no sentido de desloca - lá à retaguarda.

O bloco de trancamento é acionado pelo início do movimento do ferrolho à retaguarda, fazendo com que este permaneça fechado por um curtíssimo espaço de tempo, suficiente para que as pressões internas, não ofereçam mais perigo, liberando o ferrolho em seguida para que prossiga em seu movimento para trás.

Uma vez que o extrator constitui -se parte integrante do ferrolho e, neste momento, encontra-se preso à virola do estojo, este o retira do interior da câmera configurando a extração do estojo, conduzindo-o rumo ao ejetor que do lado oposto ao extrator e fixo na armação, bate no estojo liberando-o da garra do extrator, ejetando-o para fora da arma.

Em seu recuo, o ferrolho comprime a mola recuperadora e ao final do seu curso, arma o cão e deixa livre a culatra para receber a apresentação de um novo cartucho pelo transportador do carregador.

Em seu curso para frente, desta vez impulsionado pela mola recuperadora, o ferrolho retira dos lábios do carregador o cartucho apresentado e o conduz a câmara. Neste momento o culote do estojo aloja-se no rebaixo do ferrolho e o extrator agarra a virola, ficando pronto para nova extração.

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Com o acionamento do gatilho, o seu tirante desarma a armadilha.

PISTOLA TAURUS PT940 e PT945

CONJUNTO ARMAÇAÃO MECANISMO

Confeccionada em duro alumínio, a armação é a peça maior dimensão e que serve de suporte ou alojamento para as demais peças, em especial: O cano, ferrolho e bloco de trancamento, na região superior, e de parte do mecanismo de disparo. A parte pela qual a pistola é empunhada, denomina-se coronha, a qual é oca e funciona como um receptáculo do carregador. Podemos identificar na pistola, por visão externa: o cão, o tirante do gatilho, as teclas ou alavancas para desmontagem, do retém do ferrolho e trava de segurança/desarmador do cão, além do gatilho e retém do carregador.

PISTOLA TAURUS PT24/7

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CONJUNTO ARMAÇÃO/MECANISMO

Confeccionado em polímero, a armação é a peça de maior dimensão e que serve de suporte ou alojamento para as demais peças, em especial para o cano e ferrolho, na região superior, e de parte do mecanismo de disparo. A parte por meio da qual a pistola é empunhada denomina-se coronha, a qual é oca e funciona como receptáculo do carregador.

PISTOLA IMBEL GC MD5 .40

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CONJUNTO ARMAÇÃO/MECANISMO

Confeccionado em aço carbono a armação é a peça de maior dimensão e que serve de suporte ou alojamento para as demais peças, em especial para o cano e ferrolho, na região superior, e de parte do mecanismo de disparo. A parte por meio da qual a pistola é empunhada denomina-se coronha, a qual é oca e funciona como receptáculo do carregador

CLASSIFICAÇÃO

1.Quanto ao tipo: de porte;

2.Quanto ao emprego: individual;

3.Quanto à alma do cano: raiada

4.Quanto ao sistema de carregamento: retrocarga;

5.Quanto à refrigeração: a ar;

6.Quanto à alimentação: por carregador;

7.Quanto ao sentido da alimentação: de baixo para cima;

8.Quanto ao funcionamento: semi-automática;

9.Quanto ao princípio de funcionamento: ação dos gases sobre o ferrolho (blow back);

10.Quanto a ação do disparo: PT100, PT92, PT99, PT940, PT945 e PT24/7 - ação simples e dupla (hibrida); PT24/7 e Imbel GC MD5 – ação simples; PT24/7 – ação dupla.

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MAPA DESCRITIVO DO PROCESSO 108 NOME DO PROCESSO: MANUTENÇÃO DE 1º ESCALÃO NA PISTOLA PT-100, 940, 945, 92 e 99

MATERIAL NECESSÁRIO 1. Escova tubular confeccionada em aço, com proteções na haste e na ponta, específica

para o calibre do armamento; 2. Escova tubular confeccionada em crina, com proteções na haste e na ponta, específica

para o calibre do armamento; 3. Escova tubular confeccionada em algodão, com proteções na haste e na ponta,

específica para o calibre do armamento; 4. Escova em cabo de madeira com cerdas de aço inoxidável; 5. Pincel ou trincha de aproximadamente 25 mm (vinte e cinco milímetros); 6. Flanela ou pano de algodão, que não solte fiapos; 7. Produtos de limpeza e lubrificação de armamentos; 8. Material (jornal, saco plástico, bandeja) para formar uma plataforma de limpeza; 9. Caixa de areia para inspeção, carregamento e descarregamento do armamento antes e

após as atividades de Manutenção, entrada e saída de serviço. Dimensão: comprimento = 1,20 m; largura = 0,60 m; profundidade = 0,40 m;

10. Mesa de madeira com altura mínima de 0,50 m, comprimento mínimo de 1,00 m e largura mínima de 0,60 m;

11. Vasilhame de plástico para lavagem de peças; 12. Munição inerte de manejo no calibre do armamento; 13. Óculos de proteção.

ETAPAS PROCEDIMENTOS

Inspeção da pistola POP 108.01

Limpeza da pistola POP 108.02

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DESCRIÇÃO LEGISLAÇÃO PAG

Poder de polícia Art. 78 do Código Tributário Nacional – CTN 317

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS

PROCESSO 108 MANUTENÇÃO DE 1º ESCALÃO NA PISTOLA PT-100, 940, 945, 92 e 99

PROCEDIMENTO 108.01 Inspeção da pistola

ESTABELECIDO EM: 22/08/2003

REVISADO EM: 11/06/2010 Nº DA REVISÃO: 3ª Edição

REPONSÁVEL: Policial Militar

ATIVIDADES CRÍTICAS 1. Utilização de local seguro; 2. Retirada total das munições antes do início da inspeção; 3. Manuseio do armamento; 4. Controle do cano e dedo fora do gatilho.

SEQÜÊNCIA DAS AÇÕES 1. Retirar o carregador do armamento em local seguro, preferencialmente, apontando o

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cano da arma para uma caixa de areia (Esclarecimento item 1 e figura 1); 2. Puxar o ferrolho para trás, certificando-se do esvaziamento da câmara (Ação corretiva nº

1 e figura 2); 3. Verificar o nível de integridade das munições, através da existência de amassamentos,

coloração, projétil solto ou afundado, espoleta irregular (Ação corretiva nº 2 e figura 3); 4. Certificar se há sinais de disparo anterior no armamento; 5. Verificar possíveis irregularidades na integridade do armamento, avaliando se falta(m)

peça(s), se existe(m) dano(s) proveniente(s) de mau uso ou de desgaste natural (Ação corretiva nº 3);

6. Verificar no armamento: a. a integridade do cano, procurando detritos, rachaduras ou intumescimento (figura 4); b. o correto funcionamento do armar do cão e do gatilho, do mecanismo de segurança

e do desarmador do cão (figura 5); c. a integridade da ponta do percussor, pressionando-o na sua parte posterior (figura 6); d. a integridade do aparelho de pontaria: alça e massa de mira (figura 7); e. a numeração dos carregadores em relação à da pistola (figura 8); f. deformações nas bordas superiores e amassamentos no fundo do carregador (figura

9); g. a livre movimentação do transportador nas bordas superiores do carregador (figura

10); RESULTADOS ESPERADOS

1. Que o policial execute com segurança a inspeção do armamento (Esclarecimentos itens 2 e 3);

2. Que o policial consiga detectar eventuais danos, falhas ou falta de peças na pistola, no seu carregador e nas munições.

AÇÕES CORRETIVAS 1. Caso a pistola tenha munição na câmara, após a retirada do carregador, esvaziá-la com

segurança (Sequência das ações nº 2); 2. Caso as munições apresentem alguma irregularidade, substituir, comunicar e

encaminhar a seção competente (Sequência das ações nº 3); 3. Caso a pistola e/ou seu respectivo carregador apresente(m) irregularidade(s), que não

possam ser solucionadas com a manutenção de 1º escalão, substituir, comunicar e encaminhar a seção competente (Sequência das ações nº 5).

POSSIBILIDADES DE ERRO 1. Deixar de descarregar totalmente a pistola antes de inspecioná-la; 2. Tentar solucionar pessoalmente, problemas de funcionamento no armamento, quando

houver necessidade de manutenção acima de 1º escalão (Esclarecimentos itens 4 e 5).

ESCLARECIMENTOS:

Item 1 – Local seguro: É aquele onde o policial militar pode manusear a sua arma sem oferecer risco a qualquer pessoa, normalmente dotado de um anteparo frontal à área de manuseio, ausente de obstáculos que possibilitem o ricochete e com controlada circulação de pessoas.

Item 2 – Ato inseguro: É a conduta inadequada do usuário do armamento quando por imprudência, imperícia ou negligência deixa de agir preventivamente e de utilizar as normas de segurança.

Item 3 – Condição insegura: É proveniente da falta de condições técnicas de uso do armamento ou munição, no qual o usuário desconsidera tal situação, assumindo os riscos de acidentes ou outro sinistro relativo ao seu uso indevido.

Item 4 – Finalidade da manutenção de 1º escalão: Aumentar a vida útil do armamento e garantir o seu bom funcionamento no emprego operacional.

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74 Item 5 – Responsabilidades e finalidades dos escalões de manutenção:

Manutenção 1º escalão: Preventiva, destinada ao usuário do armamento;

Manutenção 2º escalão: Preventiva e de responsabilidade da seção competente pela guarda e conservação (seção de armamento e/ou reserva de armas);

Manutenção 3º e 4º escalões: De correção e reparação, havendo a necessidade de inspeção de um técnico especializado. Deve ser encaminhado o armamento a Seção de Manutenção, com o devido relatório para as providências necessárias.

Figura 1: retirada do carregador Figura 2: verificação da câmara

Figura 3: checagem das munições

Figura 4: intumescimento (estufamento) Figura 5: “armar” do cão e do gatilho

Figura 6: verificação da ponta do percussor

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Figura 7: alça e massa de mira com amassamento Figura 8: numeração do carregador e pistola

Figura 9: deformação do carregador

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Figura 10: movimentação do transportador

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS

PROCESSO 108 MANUTENÇÃO DE 1º ESCALÃO NA PISTOLA PT-100, 940, 945, 92, e 99

PROCEDIMENTO 108.02 Limpeza da pistola

ESTABELECIDO EM: 22/08/2003

REVISADO EM: 11/06/2010 Nº DA REVISÃO: 3ª Edição

REPONSÁVEL: Policial Militar

ATIVIDADES CRÍTICAS 1. Desmontagem da pistola; 2. Retirada de todos os resíduos da pistola e sua secagem; 3. Remontagem da pistola.

SEQÜÊNCIA DAS AÇÕES 1. Forrar o local e conferir o material necessário (figura 1); 2. Proceder à desmontagem do armamento da seguinte maneira:

a. pressionar o retém da alavanca de desmontagem (figura 2); b. girar a alavanca de desmontagem para baixo (figura 3); c. separe o ferrolho da armação, puxando-o para frente, tendo cuidado para que a mola

recuperadora e sua guia não seja projetados (figura 4); d. retire em seguida, cuidadosamente, a mola recuperadora e sua guia (figura 5); e. retire o cano do ferrolho (figura 6); e f. retire o bloco de trancamento suavemente (figura 7), a fim de que não trave em seu

alojamento. 3. Aplicar, com a pistola desmontada, uma quantidade que julgar necessária, mediante às

condições apresentadas, do produto limpador e lubrificante que auxiliará na remoção de resíduos, deixando-o agir por alguns minutos (Ações corretivas nº 3, 4 e possibilidade de erro nº 1);

4. Limpar com a escova tubular em crina, cuja finalidade é a remoção de resíduos

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superficiais, a parte interna do cano e do alojamento do carregador na armação; 5. Utilizar o pincel (trincha) para a remoção de partículas em todas as regiões de difícil

acesso, evitando causar danos e riscos no armamento; 6. Reaplicar o produto para a remoção dos resíduos restantes; 7. Utilizar a escova tubular em algodão para secar completamente o interior do cano; 8. Efetuar com a flanela ou um pano de algodão que não solte fiapos, a secagem do

armamento, retirando os excessos de produto e deixando uma fina película de proteção no metal;

9. Atentar em relação às munições: a. se existem munições danificadas ou que apresentem eficácia duvidosa (munições

manuseadas);

b. se foram expostas ao sol, calor ou limpas com produtos químicos;

c. se as partículas não foram removidas a seco;

d. se estão acondicionadas e conservadas de forma a proporcionar maior prazo de validade.

10. Proceder após a limpeza geral da pistola, a montagem da pistola da seguinte forma: a. recolocar suavemente o bloco de trancamento junto ao cano; b. encaixar o cano no ferrolho; c. colocar a mola recuperadora com sua guia em seu alojamento; d. pela frente da armação, deslizar o ferrolho até metade de seu curso de montagem

para, em seguida, pressionar para baixo o impulsor da trava do percussor a fim de que o ferrolho passe livremente até o fim de seu curso (figura 8);

e. simultaneamente, empurrar o ferrolho e girar a alavanca de desmontagem para sua posição inicial;

f. recolocar o carregador vazio no armamento. 11. Verificar o funcionamento geral da pistola, puxando bruscamente o ferrolho para trás e a

armação para frente, de forma que o armamento fique aberto. 12. Retirar o carregador e pressionar o retém do ferrolho, fechando-o; 13. Acionar a tecla do registro de segurança para baixo, desarmando o cão; 14. Levantar a tecla do registro de segurança para cima, travando o armamento.

RESULTADOS ESPERADOS 1. Que a pistola fique em perfeitas condições de uso; 2. Que seja mantido um bom estado de conservação da pistola; 3. Que a vida útil do armamento aumente e seja garantido o seu bom funcionamento.

AÇÕES CORRETIVAS 1. Caso haja emperramento do bloco de trancamento, exercer movimentos suaves para

desemperrá-lo e não forçar em demasia;

2. Caso a pistola não esteja bem montada, verificar o encaixe total do ferrolho e certificar do correto posicionamento do cano, mola recuperadora e sua guia, bem como, se o impulsor da trava do percussor esta para baixo (figura 8);

3. Caso a pistola apresente sinais de disparo, deixar o produto limpador e lubrificante por no máximo 10 (dez) minutos, pois a remoção efetiva de resíduos de pólvora e chumbo se dá mecanicamente (Sequência das ações nº 3);

4. Caso a pistola tenha sido disparada, utilizar a escova tubular em aço, inserindo-a no cano, girando-a no sentido do raiamento e repetindo até limpá-lo. Na sequência, utilizar a escova em cabo de madeira com cerdas de aço inoxidável para fazer a limpeza mecânica da parte interna do ferrolho, onde se localiza o percussor; bem como a do

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transportador do carregador (Sequência das ações nº 3);

5. Caso haja excessos de produtos químicos de limpeza e lubrificação, removê-los.

POSSIBILIDADES DE ERRO 1. Utilizar escovas em aço, caso o armamento não tenha sido disparado (Sequência das

ações nº 3);

2. Utilizar graxa, vaselina ou qualquer produto não indicado (óleos de cozinha, azeite, banha, manteiga ou margarina, etc.) que venham ocasionar o acúmulo de partículas, que emperrem e deteriorem antecipadamente o armamento;

3. Fazer a montagem incorreta de forma que o funcionamento do mecanismo seja prejudicado.

ESCLARECIMENTOS: Item 1 – Produtos de limpeza e lubrificação: Os produtos limpador e lubrificante auxiliam na remoção de resíduos de pólvora e de chumbo, contudo, o que realmente importa é a ação mecânica de escovação. Os produtos a serem utilizados na limpeza e lubrificação deve ser de origem mineral, preferencialmente isentos de hidrocarboneto (encontrados nos derivados de petróleo como: querosene, óleo diesel, gasolina e solventes), cuja composição química provoca a diminuição da vida útil da pistola, em razão de possuir partes confeccionadas em alumínio revestido com anodização, processo para o qual se recomenda a utilização de produtos de origem mineral.

Não é permitido o uso de óleos de origem vegetal ou animal (óleos de cozinha, azeite, banha, manteiga ou margarina, etc.).

Figura 1: material para limpeza.

Figura 2: retém da alavanca de desmontagem Figura 3: giro da alavanca de desmontagem

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Figura 4: ferrolho da armação Figura 5: mola recuperadora e guia

Figura 6: cano do ferrolho Figura 7: bloco de travamento

Figura 8: impulsor da trava do percussor

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REVOLVER CAL. 38 E 357

O termo revolver indica revolução, ou seja , um movimento de rotação em torno de um eixo. Neste sentido, revolver pode ser conceituado como sendo uma arma de fogo curta dotada de várias câmaras de combustão que integram um cilindro denominado tambor, que gira em torno de um eixo, a fim de alinhar a câmara, que contém o cartucho a ser disparado, com um cano.

O revolver ainda é uma arma muito bem aceita pelas forças de segurança e militares de todo mundo, devido sua variedade de calibres, simplicidade, robustez, de fácil manuseio e resistente a severas condições de trabalho.

Mesmo as polícias mais modernas ainda possuem revólveres em emprego , seja como arma principal ou “back up”. No entanto, estão sendo rapidamente substituídos por pistolas semi-automáticas, especialmente devido a capacidade de cartuchos.

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NOMENCLATURA BÁSICA

É o estudo das partes externas da arma com o fito de proporcionar ao usuário o entendimento mínimo sobre as funções das peças expostas, para um manejo seguro e eficiente.

ARMAÇÃO

Peça responsável por recebe todas as demais que nelas se prendem por meios de pinos por meios de pinos, parafusos, roscas e encaixes. É uma peça única e que abrange em seu corpo, além de outras, o alojamento do mecanismo, alça de mira, coronha, placa de obturação, ponte, montagem e guarda-mato.

CANO

Traz em seu corpo a massa de mira, a presilha da vareta do extrator, boca e coroa além de alma com raias e cheios

TAMBOR

Peça cilíndrica que contém as câmaras. Na PMGO em número de seis câmaras. Com o basculamento pode-se ver a vareta do extrator, o seu suporte, o mergulhador da haste, o extrator com cremalheira em seu corpo, os alojamentos do eu retém.

MECANISMO

Das várias peças que compõem o mecanismo do revolver, pode-se ver externamente o cão, o botão serrilhado do ferrolho do tambor, parafusos de fixação, retém do tambor, o gatilho, a placa da caixa do mecanismo e as placas da coronha que pode ser confeccionadas em vários materiais.

CLASSIFICAÇÃO

1.Quanto ao tipo: de porte;

2.Quanto ao emprego: individual;

3.Quanto a alma do cano: raiada, 5 raias destrogiras;

4.Quanto ao sistema de carregamento: retrocarga;

5.Quanto à refrigeração: a ar;

6.Quanto à alimentação: manual ou por carregador rápido (jet loader);

7.Quanto ao sentido de alimentação: de trás para frente;

8.Quanto ao funcionamento: de repetição;

9.Quanto ao princípio de funcionamento: ação muscular do atirador;

10.Quanto ação do disparo: ação simples e ação dupla

MANUTENÇÃO DE REVOLVER

O revolver não deve ser desmontado pelo usuário e sua manutenção se restringe à limpeza das partes externas e interior do cano e câmaras. A desmontagem somente será realizada por pessoal técnico capacitado.

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Para se manter o revolver em bom estado e assegurar seu funcionamento, é primordial que o mecanismo se mantenham limpos e lubrificados.

O PM deve inspecionar sua arma periodicamente, verificando possíveis folga dos parafusos, placas da coronha, vareta e extrator e simulando processos de engatilhamento.

A limpeza deve ser feita com pano seco e uma escova nas fendas, em todas as partes externas e no cano e câmaras, para retirar o pó. Toda a parte externa do revolver deverá receber uma fina camada de óleo (próprio para armamento ou óleo fino SAE20). O cano e as câmaras só receberão esta camada de óleo, caso a arma fique armazenada por médio ou longo período de tempo.

Após disparos com o revolver, este deverá ser limpo, ainda no mesmo dia, afim de se evitar a corrosão provocada pelos compostos químicos do misto iniciador e pólvora. Observe a sequência:

Passar a escova de latão no interior do cano e das câmaras; Com um pincel de pelos, aplicar solvente na coroa da boca do cano, parte

posterior do cano, placa de obstrução, eixo e suporte do tambor, mortagem e no tambor;

Com uma escova de pelo (crina) aplicar solvente no interior do cano e câmaras;

Esperar o solvente reagir e após passar um pano limpo e seco afim de retirar toda a sujeira da arma;

Lubrificar com um pano embebido em óleo fino, as partes externas da arma.

OBS.: Solventes podem ser aplicados em abundância, óleos não!

MANEJO

É o conjunto de operações simples e necessárias ao emprego da arma no tiro.

1.Abertura do tambor: Empurrar o botão serrilhado do ferrolho do tambor à frente com o polegar, liberando o tambor para ser rebatido à esquerda. Esta operação pode ser realizada passando a arma para mão esquerda;

2.Municiar: Esta modalidade de manejo passou a existir nos revólveres com o advento dos carregadores rápidos (Speed Loader ou Jet Loader). Logo, é o ato de colocar cartuchos no carregador rápido, a ser utilizado para o carregamento da arma.

3.Alimentar: É o ato de inserir os cartuchos no interior das câmaras, manualmente ou por meio de carregadores rápido. Para tanto deve-se direcionar o cano da arma para baixo a fim de facilitar a introdução;

4.Carregar: É o ato de rebater o tambor alimentado, fazendo-o ocupar seu lugar na montagem. Caso seja alimentado com número inferior ao de câmaras, é conveniente lembrar que o revolver só estará carregado, quando a primeira câmara à direita daquela alinhada com o cano, estiver alimentado, ema face ao giro do tambor;

5.Engatilhar: É o ato de trazer o cão a retaguarda, agindo diretamente no cão (ação simples) ou sobre o gatilho (ação dupla);

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83 6.Disparar: Pressionar o gatilho até que o cão seja liberado para atingir a cápsula do cartucho;

7.Extrair: Abrir a arma e agir sobre a vareta do extrator. É importante que o cano esteja voltado para cima;

8.Desengatilhar: Segurar o cão e agir sobre o gatilho, até que o cão seja liberado. Imediatamente deve-se retirar o indicador da tecla do gatilho. Aos poucos o cão deve ser levado a frente, até o seu contato suave com a armação.

INCIDENTES DE TIRO

Os incidentes de tiro mais comuns em revolveres e que o próprio atirador poderá identificar sua causo e imediatamente corrigi-los são:

INCIDENTE CAUSA CORREÇÃO

Tambor duro ao girar ou não abre ou não fecha com facilidade

Vareta do extrator frouxa Apertar vareta

Espoleta ligeiramente saliente

Substituir munição

Falha na percussão (nega)

Munição defeituosa Substituir munição

Falha na extração Rebarba ou resíduos nas câmaras do tambor

Abrir o tambor e pressionar a vareta do extrator contra uma superfície dura, a fim de forçar a saída do estojos

Cartuchos sujos, amassados ou defeituosos

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MAPA DESCRITIVO DE PROCESSO 107 NOME DO PROCESSO: MANUTENÇÃO DE 1º ESCALÃO EM REVÓLVER CALIBRE .38 e 357

MATERIAL NECESSÁRIO 14. Escova tubular confeccionada em aço, com proteções na haste e na ponta, específica

para o calibre do armamento; 15. Escova tubular confeccionada em crina, com proteções na haste e na ponta, específica

para o calibre do armamento; 16. Escova tubular confeccionada em algodão, com proteções na haste e na ponta,

específica para o calibre do armamento; 17. Escova em cabo de madeira com cerdas de aço inoxidável; 18. Pincel ou trincha de aproximadamente 25 mm (vinte e cinco milímetros); 19. Flanela ou pano de algodão, que não solte fiapos; 20. Produtos de limpeza e lubrificação de armamentos; 21. Material (jornal, saco plástico, bandeja) para formar uma plataforma de limpeza; 22. Caixa de areia para inspeção, carregamento e descarregamento do armamento antes e

após atividades de manutenção e entrada e saída do serviço. Dimensão: comprimento = 1,20 m; largura = 0,60 m; profundidade = 0,40 m;

23. Mesa de madeira com altura mínima de 0,50 m; comprimento mínimo de 1,00 m e largura mínima de 0,60 m;

24. Vasilhame de plástico para lavagem das peças; 25. Munição inerte de manejo no calibre .38/357 polegadas; 26. Óculos de proteção.

ETAPAS PROCEDIMENTOS

Inspeção do revólver POP 107.01

Limpeza do revólver POP 107.02

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DESCRIÇÃO LEGISLAÇÃO PAG

Poder de polícia Art. 78 do Código Tributário Nacional – CTN 317

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS

PROCESSO 107 MANUTENÇÃO DE 1º ESCALÃO NO REVÓLVER CALIBRE .38 e 357

PROCEDIMENTO 107.01 Inspeção do revólver

ESTABELECIDO EM: 22/08/2003

REVISADO EM: 11/06/2010 Nº DA REVISÃO: 3ª Edição

REPONSÁVEL: Policial Militar

ATIVIDADES CRÍTICAS 5. Utilização de local seguro;

6. Retirada total das munições antes do início da inspeção;

7. Manuseio do armamento;

8. Controle do cano e dedo fora do gatilho.

SEQÜÊNCIA DAS AÇÕES 7. Retirar, em local seguro e na caixa de areia, todas as munições do tambor do revólver

Page 85: USO SELETIVO DA FORÇA

85

(Esclarecimento item 1 e figura 1);

8. Verificar a integridade das munições, observando se existe amassamentos, coloração, projétil solto ou afundado e/ou espoleta irregular (figura 2);

9. Verificar possíveis irregularidades na integridade do armamento, como: falta de peças, danos provenientes do mau uso ou do desgaste natural;

10. Certificar se há sinais de disparo anterior no armamento a ser utilizado;

11. Verificar os seguintes pontos no armamento:

a. o interior do cano, procurando detritos, rachaduras ou intumescimento (figura 3);

b. as câmaras do tambor, em cada movimentação;

c. a integridade da ponta do percutor ou percussor (figura 4);

d. o correto funcionamento ao “armar/desarmar”do cão e do gatilho (figura 5);

e. o giro do tambor, em cada movimentação do cão e do gatilho;

f. o suave movimento de abertura e fechamento do tambor, observando se a vareta do extrator esta solta ou se falta o dedal serrilhado (figura 6);

g. o suave deslize do dedal serrilhado;

h. o funcionamento da vareta do extrator, nos movimentos de extração;

i. deformações no aparelho de pontaria – alça e massa de mira (figura 7);

j. placas da coronha (direita e/ou esquerda) solta(s), trincada(s), deformada(s) ou danificada(s); e

k. argola do zarelho solta (figura 8).

RESULTADOS ESPERADOS 3. Que o policial execute com segurança a inspeção do armamento;

4. Que o policial consiga detectar eventuais danos, falhas ou falta de peças no revólver ou nas munições;

5. Que sejam removidos os resíduos incompatíveis com o bom funcionamento do armamento.

AÇÕES CORRETIVAS 4. Caso as munições apresentem alguma irregularidade, substituir e encaminhar a seção

competente;

5. Caso o revólver apresente irregularidade(s), quanto ao funcionamento ou condições gerais de uso, substituí-lo, desde que não possam ser solucionadas com a manutenção de 1º escalão.

POSSIBILIDADES DE ERRO 3. Deixar de descarregar totalmente o revólver antes de inspecioná-lo;

4. Não verificar atentamente os pontos importantes do armamento e das munições;

5. Deixar de comunicar e encaminhar a seção competente, o armamento no qual problemas foram detectados durante a inspeção;

6. Tentar solucionar pessoalmente, problemas de funcionamento no armamento, quando houver necessidade de manutenção de 2º escalão em diante.

ESCLARECIMENTOS:

Item 1 – Local seguro: É aquele onde o policial militar pode manusear a sua arma sem oferecer risco a qualquer pessoa, normalmente dotado de um anteparo frontal à área de manuseio, ausente de obstáculos que possibilitem o ricochete e com controlada circulação de pessoas.

Page 86: USO SELETIVO DA FORÇA

86 Item 2 – Ato inseguro: É a conduta inadequada do usuário do armamento quando por imprudência, imperícia ou negligência deixa de agir preventivamente e de utilizar as normas de segurança relativo à conduta com o armamento.

Item 3 – Condição insegura: É proveniente da falta de condições técnicas de uso do armamento ou munição, no qual o usuário desconsidera tal situação, assumindo os riscos de acidentes ou outro sinistro relativo ao seu uso indevido.

Item 4 – Finalidade da manutenção de 1º escalão: Aumentar a vida útil do armamento e garantir o seu bom funcionamento no emprego operacional.

Item 5 – Responsabilidades e finalidades dos escalões de manutenção:

Manutenção 1º escalão: Preventiva, destinada ao usuário do armamento;

Manutenção 2º escalão: Preventiva e de responsabilidade da seção competente pela guarda e conservação (seção de armamento e/ou reserva de armas);

Manutenção 3º e 4º escalões: De correção e reparação, havendo a necessidade de inspeção de um técnico especializado. Deve ser encaminhado o armamento a Seção de Manutenção de armamento com o devido relatório para as providências necessárias.

ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Inspeção do revólver Figura 2: Tipos de defeitos na munição

Figura 3: intumescimento ou estufamento

Figura 4: verificação do giro do tambor, ponta do percutor e gatilho.

Page 87: USO SELETIVO DA FORÇA

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Figura 5: “armar/desarmar” do cão e do gatilho

Figura 6: vareta do extrator Figura 7: alça e massa de mira com amassamento

Fig. 5

Page 88: USO SELETIVO DA FORÇA

88

Figura 8: argola do zarelho

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS

PROCESSO 107 MANUTENÇÃO DE 1º ESCALÃO NO REVÓLVER CALIBRE .38 e 357

PROCEDIMENTO 107.02 Limpeza do revólver

ESTABELECIDO EM: 22/08/2003

REVISADO EM: 11/06/2010 Nº DA REVISÃO: 3ª Edição

REPONSÁVEL: Policial Militar

ATIVIDADE CRÍTICA 4. Retirada de todos os resíduos do revólver e sua secagem.

SEQÜÊNCIA DAS AÇÕES 15. Forrar o local com o material necessário para a plataforma de limpeza;

16. Aplicar quantidade que julgar necessária, mediante as condições apresentadas, do produto que auxiliará na remoção de resíduos, deixando-o agir por alguns minutos;

Fig. 8

Fig. 6 Fig.

7

Page 89: USO SELETIVO DA FORÇA

89

17. Limpar com a escova em crina, cuja finalidade é a remoção de resíduos superficiais, procedendo à limpeza interna do cano e das câmaras do tambor (Ações corretivas nº 1, 2 e 3);

18. Utilizar o pincel (trincha) para a remoção de partículas em todas as regiões de difícil acesso, evitando danos e riscos no armamento.

19. Reaplicar o produto para a remoção dos resíduos restantes.

20. Utilizar a escova em algodão para secar completamente o interior do cano e as câmaras do tambor.

21. Secar o armamento com flanela ou pano de algodão que não solte fiapos, retirando o excesso de produto e deixar uma fina película de proteção.

22. Observar em relação às munições:

e. se há munições danificadas ou que apresentem eficácia duvidosa (munições manuseadas);

f. se foram expostas ao sol ou calor ou limpas com produtos químicos;

g. se as partículas não foram removidas a seco;

h. se estão acondicionadas e conservadas de forma a proporcionar maior prazo de validade.

RESULTADOS ESPERADOS 1. Que o revólver fique em perfeitas condições de uso; 2. Que seja mantido um bom estado de conservação do revólver; 3. Que a vida útil do armamento aumente e seja garantido o seu bom funcionamento.

AÇÕES CORRETIVAS 1. Caso o revólver apresente sinais de disparo, deixar o produto limpador e lubrificante, por

no máximo, 10 (dez) minutos, pois a remoção efetiva de resíduos de pólvora e chumbo se darão mecanicamente (Sequência das ações nº 3);

2. Caso o revólver tenha sido disparado, utilizar a escova tubular em aço, inserindo-a pela boca do cano e girando-a no sentido do raiamento, a fim de não o riscar, repetindo tal operação quantas vezes forem necessárias para bem limpá-lo. Utilizar a mesma escova nas câmaras do tambor, contudo, sem efetuar o movimento giratório, a fim de evitar a formação de rebarbas (Sequência das ações nº 3);

3. Caso o revólver tenha sido disparado, utilizar a escova em cabo de madeira com cerdas de aço inoxidável na face anterior do tambor e na ante-câmara do cano (Sequência das ações nº 3);

4. Caso haja excessos de produtos químicos de limpeza e lubrificação, removê-los.

POSSIBILIDADES DE ERRO 1. Utilizar escovas em aço, caso o armamento não tenha sido disparado (Sequência das

ações nº 3 e ações corretivas nº 1, 2 e 3);

2. Utilizar graxa, vaselina ou qualquer produto não indicado (óleos de cozinha, azeite, banha, manteiga ou margarina, etc.) que venham ocasionar o acúmulo de partículas, que empenem e deteriorem antecipadamente o armamento.

ESCLARECIMENTOS:

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90 Item 1 – Produtos de limpeza e lubrificação: Os produtos limpador e lubrificante auxiliam na remoção de resíduos de pólvora e de chumbo, contudo, o que realmente importa é a ação mecânica de escovação. Os produtos a serem utilizados na limpeza e lubrificação deve ser de origem mineral, preferencialmente isentos de hidrocarboneto (encontrados nos derivados de petróleo como: querosene, óleo diesel, gasolina e solventes), cuja composição química provoca a diminuição da vida útil da pistola, em razão de possuir partes confeccionadas em alumínio revestido com anodização, processo para o qual se recomenda a utilização de produtos de origem mineral.

Não é permitido o uso de óleos de origem vegetal ou animal (óleos de cozinha, azeite, banha, manteiga ou margarina, etc.).

Figura 1: material para limpeza.

Page 91: USO SELETIVO DA FORÇA

91

HISTÓRICO E CLASSIFICAÇÃO DAS ARMAS

Durante milhões de anos da evolução humana o homem viveu com suas armas naturais, ou seja, omente com suas defesas naturais, suas garras e dentes (como os demais animais). Durante o neolítico surgiram as primeiras armas humanas de pedra lascada, pequenos grupos para se defendessem dos predadores, de outros grupos e para a caça criaram ferramentas capazes de causar ferimentos e matar a si e aos demais irmãos, já havia também uma preocupação em torno da defesa de seus pertences.

Com a evolução desses grupos o temor aumentava, pois quanto mais um grupo se desenvolvia, acumulava conhecimentos e posses, maior era a possibilidade de sofrer ataques de grupos rivais que tinham por objetivo tomarem para si tudo aquilo que possuíam como os alimentos, as fêmeas para procriarem, a melhor caverna, a melhor localização em relação à caça e água, surgindo, dessa forma a necessidades do aperfeiçoamento dos meios de defesa pessoal, bem como do grupo social.

A necessidade de proteção e a tendência a agressões próprias do homem orientaram seus esforços para o desenvolvimento e fabricação de armas. A origem e a seqüência dos primeiros meios mecânicos usados nas armas podem apenas ser imaginados. Provavelmente o uso de um galho como prolongamento de suas mãos(garras), braços(lutar) e dentes(rasgar) e para melhorar a eficácia e a potência de uma pedra arremessada com a mão foi o primeiro aperfeiçoamento introduzido no armamento humano, quem sabe logo após eles perceberam que se a pedra fosse lapidada em formas pontudas, cortantes e perfurantes, ela mataria, aleijaria ou paralisaria, mais rapidamente. Assim as armas foram se evoluindo para se tornarem facas, espadas, punhais etc. Paralelamente, eles perceberam que se conseguissem lançar um projétil com precisão, eles poderiam atacar a presa ou inimigo sem se aproximar. Surgiu assim o conceito dos arcos flecha, das bestas, dos bumerangues, etc.

As necessidades eram maiores e o conhecimento restrito, surgindo, o período caracterizado pelo uso de instrumentos metálicos pelo homem, tanto para o ataque como para a defesa. Seu início remonta a mais de 3000 a.C. Surge a idade do cobre.

Com a descoberta do metal, principalmente do bronze, passou a ser a

matéria principal para a fabricação de armas e utensílios, onde foi possível

produzir espadas, lanças, facas, pontas de flechas, etc, mais eficientes para a caça

e defesa. Com o desenvolvimento desses grupos surge a função específica de

defesa do grupo, concedida aos mais bravos e corajosos, surgindo, dessa forma,

os exércitos que mantém sua função até os dias de hoje.

A invenção da pólvora pelos chineses revolucionou as armas. Surgiram

Page 92: USO SELETIVO DA FORÇA

92

então os canhões, mosquetões, pistolas, que conseguiam lançar projéteis a

velocidades e distâncias antes inimagináveis.

Com a invenção da pólvora foi possível construir aparelhos que

arremessavam objetos a distâncias maiores que os aparelhos de energia

mecânica, como as catapultas. Surgindo, assim, os canhões, que revolucionaram

as batalhas e proporcionaram uma defesa e um ataque muito mais eficiente, tanto

aos castelos, como às embarcações.

Com o desenvolvimento crescente e o passar dos anos os canhões

reduziram em tamanho até chegar a uma dimensão que fosse possível ser

transportado e manipulado por um só homem, surgindo os mosquetes , as

primeiras armas de fogo, que puderam ser consideradas de uso pessoal. Desde

então as armas de fogo passaram a equipar desde um pequeno fazendeiro, que

necessitasse defender sua família e seus bens, aos grandes exércitos para

defenderem nações.

Hoje temos armas complexas e de uma potência extraordinária que não

imaginamos e, muitas, sequer tomamos conhecimento. Uma evolução a passos

largos, principalmente durante e após a Segunda Guerra Mundial.

Atualmente, com o desenvolvimento de mísseis, da energia nuclear, das

engenharias químicas e biológicas, as armas adquiriram um poder de destruição

surpreendente

ARMAMENTOS LEVES GENERALIDADES

Conforme Escola de Material Bélico do Exército Brasileiro, arma leve é

toda aquela peso e volume relativamente reduzidos e que possam ser

transportadas, geralmente, por um só homem; ou em fardos por mais de um,

além de possuírem calibre inferior ou igual a .50 polegadas.

No entanto para se ter uma noção do que é uma arma de fogo é preciso

esmiuçar e classifica - lá, de forma a reconhecer características básicas do seu

funcionamento, a fim de compreender sua estrutura geral. Por este prisma,

podemos classificar as armas da seguinte forma:

Quanto ao tipo;

Quanto ao emprego;

Page 93: USO SELETIVO DA FORÇA

93

Quanto á alma do cano;

Quanto ao sistema de carregamento;

Quanto ao sistema de inflamação;

Quanto a refrigeração;

Quanto a alimentação;

Quanto ao sentido da alimentação;

Quanto ao funcionamento;

Quanto ao princípio de funcionamento;

Quanto ao sistema de funcionamento;

Quanto a ação do disparo.

Quanto ao tipo

1. De porte: quando por seu pouco peso e dimensões reduzidas, pode ser

conduzida em um coldre. Ex.: Pistola, revolver e garruchas.

2. Portátil: quando apesar de possuir um peso relativo, pode ser conduzido por

um só homem, sendo, para facilidade e comodidade de transporte,

geralmente dotada de bandoleira. Ex.: Fuzil e metralhadoras de mão.

Quanto ao emprego

1. Individual: quando se destina à proteção daquele que o conduz. Ex.:

Revolver, pistola e fuzil.

2. Coletivo: quando seu emprego tático se destina a ser utilizado em benefício

de um grupo de homens ou fração de tropa, sendo operada por dois ou mais

homens. Ex.: Metralhadora .50 BMG.

Quanto à alma do cano

1. Lisa: quando a superfície interna do cano é completamente lisa. Ex.:

espingarda de caça e as gauge 12.

2. Raiada: quando a superfície interna do cano apresenta

sulcos, que têm por objetivo imprimir ao projétil um movimento de rotação,

por forçamento, dando estabilidade ao projétil. Ex.: Revolveres, pistolas e

fuzis.

As armas com raia, podem possuir número par ou impar de raias, com sua

Page 94: USO SELETIVO DA FORÇA

94

forma helicoidal, podem girar para a direita (dextrógira) ou esquerda

(sinetrógira).

3. Poligonal: quando a superfície interna do cano se apresenta em formato de

polígono, geralmente hexágono ou octógono, que têm por objetivo imprimir

ao projétil um movimento de rotação, por forçamento, dando estabilidade ao

projétil. Ex.: Rifle Dragunov.

Quanto ao sistema de carregamento

1. De antecarga: quando o carregamento é feito pela boca do cano. Ex.:

arcabuzes e bacamartes.

2. De retrocarga: quando o carregamento é feito pela parte posterior da arma,

ou seja, pela culatra. Ex.: fuzil e mosquetão.

Quanto ao sistema de inflamação

1. Por percussão de fogo central: quando o dispositivo iniciador encontra-se

no centro do cartucho, obrigando o percussor a feri - lá no centro do

cartucho. Ex.: revolveres 38. e 357, pistolas 9mm, .40 e 45.

2. Por percussão de fogo circular ou radial: quando o dispositivo iniciador

encontra-se na virola do cartucho, obrigando o percussor a ferir lateralmente

a base do cartucho. Ex.: revolveres cal. 22 LR.

Obs.: a percussão pode ser direta ou indireta:

DIRETA – quando o percussor é o próprio cão, ou está montado neste,

podendo ser fixo ou móvel (flutuante).

INDIRETA – quando o percussor é uma peça inerte, retrátil, a qual é

acionada pelo impacto do cão.

Quanto à refrigeração

1. Refrigeração a ar: resfria por ação do ar atmosférico. Ex.: revólveres, fuzis,

pistolas e metralhadoras de mão.

2. Refrigerada a água: quando possui um tubo chamado “camisa d’água” que

envolve o cano com a finalidade de resfriá-lo. Ex.: Metralhadora Maxim

Page 95: USO SELETIVO DA FORÇA

95

3. Resfriada a ar e água: quando o cano esta em contato com o ar

atmosférico, mas de quando em quando, recebe jatos de água para auxiliar

no seu resfriamento.

Quanto à alimentação

1. Manual: quando os cartuchos são introduzidos manual e diretamente na

arma. Ex.: Espingardas de caça, espingarda Bonanza GA 12.

2. Com carregadores: quando a arma dispõe de um carregador para alimenta

- lá, podendo ser de pano, lona, cofre, tubular, fita de elos, etc.

Quanto ao sentido da alimentação

1. Da direita para esquerda. Ex.: MtrMaxin

2. Da esquerda para direita. Ex.: Sub-Mtr SterlingL2A3

3. De cima para baixo. Ex.: Mosquetão FO

4. De baixo para cima. Ex.: CT40

5. De trás para frente. Ex.: Revolveres

6. De frente para trás. Ex.: Espingarda antecarga, bacamarte

Quanto ao funcionamento

1. De tiro unitário: quando o atirador executa as

operações da arma manualmente, principalmente o carregamento. Que pode

ser:

a) Simples: a arma comporta apenas uma carga para cada disparo, para um

novo disparo, o atirador deve carrega – lá novamente.

b) Multipla: a arma comporta duas ou mais cargas, sendo que o

carregamento ainda é manual, geralmente possuem dois canos paralelos ou

sobrepostos, há ainda um mecanismo de disparo para cada câmara.

1. De repetição: a arma comporta várias cargas

(cartuchos), sendo necessário recarrega – lá apenas após ter disparado

todas as cargas. Seu princípio motor é a força muscular do atirador,

decorrendo a necessidade de repetir a ação para cada disparo, há ainda

apenas um mecanismo de disparo para todas as cargas. Ex.: revólveres,

espingardas gauge 12 e mosquetões.

Page 96: USO SELETIVO DA FORÇA

96

2. Semi-automáticas: são aquelas que realizam todas

as operações de funcionamento com exceção dos disparos, ou seja, para

cada disparo o atirador deve acionar a tecla do gatilho. Ex.: pistolas e fuzis

semi- automáticos.

3. Automáticas:são aquelas que realizam todas as

operações de funcionamento, inclusive o disparo, após o atirador pressionar

e manter pressionado a tecla do gatilho. Ex.: Metralhadora MT40.

Quanto ao princípio de funcionamento

1. Ação muscular do atirador: o atirador efetua as ações de manejo (extrair e

ejetar estojos e apresentar nova carga) manualmente. Ex.: Gauge 12.

2. Ação dos gases sobre o ferrolho: após o disparo, os gases da combustão

efetuam o recuo do ferrolho, extraindo e ejetando o estojo, comprimindo a

mola recuperadora e apresentando um novo cartucho. Existem três tipos:

a)Recuo Direto – “blow back”. Ex.: Taurus MT12;

b)Curto Recuo Retardado – “delayed blow back”;

c)Recuo por Tomada Indireta de Gases. Ex.: Fuzil AK-47.

Quanto a ação do disparo

1. De ação simples: arma que necessita armar ou engatilhar o cão para então

acionar o gatilho e ocorrer o disparo, ou seja, recuar o cão manualmente

para uma posição anterior. Ex.: Pistola Colt 1911.

2. De ação dupla: arma que para realizar o disparo é necessário movimentar

o mecanismo em um ciclo completo, através da pressão no gatilho, sem

prévio engatilhamento do cão. Ex.: Taurus PT 840.

Page 97: USO SELETIVO DA FORÇA

97

BALÍSTICA

É a ciência que estuda integralmente as armas de fogo, os alcances e a

direção doa projéteis por ela expelidos e os efeitos que produzem.

A balística pode ser dividida em três momentos, dos quais:

Balística Interna; Balística Externa; Balística Terminal ou de Efeitos

BALÍSTICA INTERNA

MECÂNICA DO DISPARO

1.Percussão: estando o cartucho na câmara da arma, a percussão ocorre com o ato da pressionar-se o gatilho, liberando o percussor, que se projeta em direção à espoleta do cartucho, atingindo-a.

2.Iniciação da espoleta: a espoleta ao ser atingida, detona a carga explosiva (mistura iniciadora) contida em seu interior, produzindo uma fagulha que se comunica com a carga de projeção (propelente) por meio do evento existente no alojamento da espoleta no estojo.

3.Queima da carga de projeção (propelente): a carga de projeção em contato com a fagulha, se aquece, em uma reação química exotérmica (liberação de calor), entrando em ignição, queimando e gerando uma grande quantidade de gases, cujo volume ocupa maior espaço no estojo, acarretando um aumento controlado, mas muito rápido, da pressão interna do cartucho. A pressão é progressiva e gradual, assim torna-se imperioso que o projétil se desloque para frente, pois é a única saída para a pressão gerada.

4.Vôo livre e tomada do raiamento pelo projétil: na maioria da armas, a primeira parte do cano (continuação d câmara) é desprovida de raiamento, sendo que o projétil é forçado, logo após a um curto deslocamento livre, de encontro às raias. O projétil ganha velocidade e movimento de acordo com o sentido e o passo do raiamento. A pressão dos gases atinge seu pico, a poucos centímetros da câmara, no interior do cano, e o projétil continua seu deslocamento.

5.Aceleração do projétil no interior do cano: Vencida a inércia e a resistência no interior do cano, o projétil é impulsionado no interior deste, ganhando velocidade.

6.Saída do projétil: o projétil alcança a boca do cano, seguidamente a saída do projétil, a pressão cai bruscamente, havendo escapamento dos gases. O estojo vazio que dilatou no momento do disparo, retorna parcialmente a seu diâmetro original, permitindo sua extração. Imediatamente após a saída do projétil, uma força contrária e de mesma intensidade da que o expeliu, atua sobre a estrutura da arma, a isso, dá-se o nome de recuo, o qual atua no sentido do eixo do cano. No entanto, como há diferença entre o cano e o ponto médio da empunhadura, haverá uma alavanca com movimento do cano para cima, chamado, ângulo de salto. Quanto maior o calibre da arma e a potência da munição, maior será o recuo. Porém, este é facilmente administrável pelo atirador, através da correta empunhadura da arma.

Page 98: USO SELETIVO DA FORÇA

98

BALISTICA EXTERNA

ESTUDO DA TRAJETÓRIA DO PROJÉTIL

A trajetória do projétil, está sujeita à influência de vários fatores, que irão determinar a precisão da arma, por atuarem diretamente sobre ele.

A força exercida pela gravidade e a resistência do ar, pussuem influência direta sobre o projétil. No entanto, outros fatores também podem influenciar o projétil, dos quais:

Massa e densidade do projétil; Densidade do ar em tempo e lugar do tiro; Diâmetro e seção transversal do projétil, oposta à resistência do ar; Estabilidade do projétil em relação ao eixo da trajetória; Forma do projétil.

DESVIOS DOS PROJÉTEIS

A trajetória do projétil deve ser considerada sob um aspecto tridimencional, uma vez que os elementos retro-mencionados, não se encontram apenas em um só plano. Dentre as influências sofridas pelo projétil, estão fatores extrínsecos e intrínsecos.

É um fator extrínseco importantíssimo a influência do ar atmosférico, uma vez que este está em constante movimento devido ao deslocamento de massas de ar frias e aquecidas, respectivamente, mais e menos densa, o que determina uma série de influências sobre o projétil. A mais simples brisa lateral, dependendo da velocidade e distância do tiro, poderá causar graves desvios na trajetória do projétil. O desvio e diretamente proporcional a corrente atmosférica e inversamente proporcional a velocidade do projétil.

Intrinsecamente deve-se salientar os movimentos secundários do projétil, sendo peculiar aqueles disparados por armas de cano raiado. As raias do cano imprimem um movimento de rotação em torno de seu próprio eixo de simetria que tende a ser desviado transversalmente ao eixo, no sentido da rotação aplicada. Assim considera-se que quanto maior for a ângulo formado entre o cano da arma e a horizontal do solo, mais distante será o ponto de chegada do projétil.

Um elemento importante a ser considerado na rotação do projétil, é o posso do raiamento.

—Nas armas longas, o comprimento do cano possibilita ao projétil efetuar várias revoluções em torno de seu próprio eixo antes de deixar o cano. Nas armas curtas, porém, o cano possibilita apenas uma fração de passo. É o passo que determina maior ou menor rotação no projétil.

—Outro fator importante na trajetória do projétil e em sua precisão é sua forma, pois quanto mais aguda for sua ponta, maior será a capacidade de vencer a resistência do ar, obtendo melhores velocidades. Quanto melhor for o perfil da base do projétil, em termos aerodinâmicos, tanto melhor será seu rendimento no deslocamento, pois o ar forçado pela ponta, passa a sugar o projétil pela base, freando-o. Para armas longas, os projéteis do tipo ogival, com base tipo “boat tail” apresentam o melhor perfil, com menor comprometimento dos fatores mencionados.

—Outro fator a ser considerado é a dispersão que é a disseminação sobre um alvo, de impactos obtidos com a mesma arma disparada várias vezes em iguais

Page 99: USO SELETIVO DA FORÇA

99 condições de tiro, ou seja, mesma que uma arma esteja perfeitamente assestada e imóvel, e houver vários disparos, poderá ocorrer perfurações agrupadas no entanto diferenciada o zona do impacto. A dispersão existe, pois há causas de irregularidade que tendem a modificar , tanto em altura quanto em deriva, a trajetória do projétil.

Alcance dos projéteis

1.Alcance útil: é o alcance determinado pelas possibilidades práticas de utilização. De modo geral, é definido como sendo a distância em que o projétil causará ferimento de certa gravidade em alvo humano ou possuirá energia equivalente a 13,6 Kgm (kilogrâmetros). Esta medida de energia é relativa e pouco prática;

2.Alcance máximo: é a distância compreendida entre a boca do cano da arma e o ponto de chegada do projétil. Deve ser considerado a velocidade inicial, o ângulo de projeção e o coeficiente de resistência;

3.Alcance com precisão (de utilização): é a distância na qual um atirador experiente é capaz de atingir, com razoável grau de certeza e precisão, um quadrado de 30 de lado. Aqui a experiência do atirador irá influenciar.

BALISTICAS DOS EFEITOS OU TERMINAL

Nos estudos dos efeitos do tiro se distinguem os efeitos primários e secundários.

Efeitos primários

1.Em alvos animados: Como ocorre quando o projétil atinge alvo humano, a epiderme, por ser menos elástica do que a derme, é a primeira a se romper, originando o orifício de entrada. Ao seu redor formam-se certas zonas com contornos e características importantes, dos quais:

a)Zona de contusão ou orla de escoriação: arrancamento da epiderme causado pela rotação, ação abrasiva e mecânica do projétil ao penetrar a pele, podendo ser o orifício, maior que o diâmetro do projétil;

b)Aréola equimótica: hemorragia difusa na proximidade do orifício, causado pela ruptura dos vasos superficiais, durante o impacto e passagem do projétil;

c)Orla ou halo de enxugo: área circundante do orifício que limpou os resíduos, normalmente escuros das laterais do projétil durante sua penetração e passagem;

As orlas de enxugo e zona de contusão, são características de tiro a distância. Pois nos tiros a curta distância, praticamente não são visíveis, uma vez que geralmente ficam mascaradas pelos demais resíduos do tiro, especialmente pela zona de esfumaçamento.

As dimensões do orifício em tecidos moles ou de pouca resistência, são menores que o diâmetro do projétil, uma vez que a pele só irá se romper quando atingir o limite de sua elasticidade e após a passagem do projétil, a pele volta diminuindo o diâmetro do orifício.

Percebe-se também se um projétil de alta energia sofrer a translação (ângulo de até 90º), antes de atingir a pele, o orifício de entrada será maior que o diâmetro do projéil, podendo ser equivalente ao comprimento total do projétil.

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TRAJETO

O trajeto nada mais é do que o segmento da trajetória percorrido pelo projétil no interior de um corpo. Seu exame e análise e interpretação são portanto, de competência exclusiva da medicina legal.

O trajeto poderá ser retilíneo quando o projétil, dependendo da região anatômica atingida e não encontrando oposição maior dos tecidos, tiver energia suficiente para transfixar o corpo.Neste caso, traçando-se uma linha reta entre o orifício de entrada e o de saída, obtêm-se o trajeto que será, na maioria dos casos, a continuação da linha da trajetória do projétil.Há casos em que o projétil muda de direção no corpo, em conseqüência de ricochete contra uma superfície dura (osso ou tendão). Esse desvio chega a ser tão pronunciado que chega a formar um ângulo agudo. Ao ocorrer o desvio, alinha que representa o trajeto não pode ser uma reta, pois deverá partir do orifício de entrada, passar pelo ponto do ricochete e ir até o orifício de saída, formando um ângulo.

Zona de contusão e Aréola Equimótica

Aréola Equimótica

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Orla de Enxugo

Efeitos secundários

São os que resultam, nos tiros encostados ou a curta distância, da ação dos gases, seus efeitos explosivos, de resíduos de combustão da pólvora e de micro projéteis. Pode-se citar:

a)Zona ou halo de tatuagem: área de impregnação de pólvora não comburida ou parcialmente comburida que alcança o corpo. Não são removíveis por lavagem;

b)Zona ou orla de esfumaçamento: fuligem oriunda da combustão da pólvora que é depositada ao redor do orifício de entrada. Podem ser removidas por lavagem. Características de tiro a curtas distâncias. Se a região atingida estiver com vestes, estas poderão reter palcial ou totalmente o depósito de fuligem;

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102 c)Zona de chamuscamento ou queimadura: é produzida pela ação dos gases superaquecidos e inflamados que se desprendem por ocasião dos tiros encostados e atingem o alvo produzindo queimaduras na pele, pelos e até das vestes. Em cartuchos de pólvora negra (com fumaça), grande quantidade de resíduos sólidos e ainda incandescentes são expelidos. Deste fato originou-se a expressão “tiro a queima-roupa”.

d)Zona de compressão dos gases: vistas somente nos primeiros instantes, graças aos gases que penetram juntamente com o projétil e agem por baixo da pele.

Zona de Tatuagem

Zona de Esfumaçame

Zona de Chamuscamento

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Zona de chamuscamento e compressão dos gases

Distância e tiro

I.Tiro encostado: é aquele em qe a boca do cano da arma se apoia no alvo, possibilitando que a lesão seja produzida pela ação do projétil e dos gases resultantes da deflagração da pólvora. Nos tiros encostados, não há zona de esfumaçamento e de tatuagem;

II.Tiro a curta distância: é aquele desferido contra alvo situado dentro dos limites da região espacial varrida pelos gases e resíduos de combustão da pólvora. As

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104 distâncias máximas em que serão pesquisada é em torno de 20 a 30 cm da boca do cano;

III. Tiro distante: é aquele desferido contra alvo situado dentro dos limites da região espacial varrida por grãos de pólvora comburida ou não e por fragmentos do projétil (chumbo e latão) expelidos pelo cano da arma. As pesquisa para verificação desta modalidade cessa em no máximo um metro.

Relação entre de elementos e distância de disparo

ELEMENTOS >75CM LONGA D.

30-75CM MÉDIA D.

10-30CM CURTA D.

<10CM QUEIMA

R.

Z.DE CONTUSÃO + + + +

A.EQUIMÓTICA + + + +

O.DE ENXUGO + + + +

Z.DE TATUAGEM + + +

Z.DE ESFUMAÇMENTO + +

Z.CHAMUSCAMENTO +

Z.DE COMPRESSÃO DOS GASES

+

II.Em alvos não animados: Constituídos de materiais diversos, como madeira, metal e vidros, os efeitos são aqueles produzidos pelo projétil e depende da natureza do material considerado. Em regra afundamento e estriamento, para dentro do material do alvo, antes que ocorra a perfuração. Esta poderá ser incompleta ou não chegar a acontecer. Exceto no caso de tiros em lâminas de metal ou sendo as paredes do alvo muito finas, o orifício de saída é sempre maior do que o de entrada, permitindo com base neste elemento, a determinação do sentido do tiro

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Formação de cavidades

Durante a transferência de energia para um tecido, podemos observar a formação de dois tipos de cavidade: a temporária e a permanente.

Cavidade Temporária: A cavidade temporária forma-se no momento do impacto. É comum observarmos este efeito em tecidos moles por serem elásticos. Durante a transferência de energia, as partículas do tecido atingidos se afastam, mas por sua elasticidade, elas retornam à posição prévia. Em contrapartida, todas as estruturas que sofreram deslocamentos, freqüentemente são lesionadas.

Cavidade Permanente: A cavidade temporária forma-se no momento do impacto, podendo acometer tecidos elásticos ou não. Durante a transferência de energia, as partículas do tecido atingido se afastam, mas, por perda de substância, não retornam a sua posição e forma original.

Pode-se encontrar os dois tipos de cavidades provocadas por um único mecanismo de trauma, um ferimento por projétil de arma de fogo, o qual provoca perda de tecidos e cavidade temporáriapela penetração em alta velocidade no tecido.

Fatores que podem aumentar a cavitação

Massa do projétil; Velocidade do projétil; Forma do projétil.

Cinemática

Antes de se dar início as causas do podem geral o aumento da cavitação, tem-se que observar o que a física nos diz a respeito da energia do corpos em movimento.

Então, cinemática é a parte da mecânica que estuda os movimentos sem se referir às forças que os produzem ou às massas dos corpos em movimento.

Logo,

E = m.v²

2

Onde:

E – Energia

m – Massa

v - Velocidade

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106 Energia - Propriedade de um sistema que lhe permite realizar trabalho. A energia pode ter várias formas (calorífica, cinética, elétrica, eletromagnética, mecânica, potencial, química, radiante), transformáveis umas nas outras, e cada uma capaz de provocar fenômenos bem determinados e característicos nos sistemas físicos. Em todas as transformações de energia há completa conservação dela, a energia não pode ser criada, mas apenas transformada (primeiro princípio da termodinâmica). A massa de um corpo pode-se transformar em energia, e a energia sob forma radiante pode-se transformar em um corpúsculo de massa.

Obs.: Lembrando que a energia é diretamente proporcional a massa e a velocidade

Conceito

Massa: Grandeza fundamental da física que mede a inércia de um corpo, e que é igual à constante de proporcionalidade existente entre uma força que atua sobre o corpo e a aceleração que esta força lhe imprime, e cuja unidade de medida, no Sistema Internacional, é o quilograma.

Velocidade: Relação entre uma distância percorrida e o tempo de percurso.

Relação entre energia cinética e cavitação

A formação cavitação temporária e permanente no corpo, é oriunda da energia cinética que foi transferida pelo projétil durante sua penetração e passagem pelo corpo. Assim, se quisermos aumentar o tamanho desta cavitação e seguindo a formula da energia retro-mencionada, basta aumentarmos a massa do projétil ou sua velocidade, ou ainda aumentar concomitantemente a massa e velocidade do projétil, pois a energia é diretamente proporcional a massa e velocidade, bem como a cavitação também é diretamente proporcional a energia cinética do projétil.

Associando o que foi visto no capitulo de munições e o conhecimento agora adquirido, pode-se chegar que: projéteis com maior massa, vencem com maior facilidade a resistência do ar, e assim, estes projéteis conservam mais energia para transferi-la para o corpo no momento do impacto, da penetração e passagem.

No entanto o fator de maior aumento da energia não é a massa, mas sim a velocidade, pois como foi visto na fórmula da energia, a velocidade é uma variante que é elevada ao quadrado. Assim, qualquer acréscimo na velocidade de um projétil, iremos aumentar consideravelmente a energia e por conseqüência a cavitação temporal e permanente.

Tipos de munições em relação a velocidade

1.Subsônica – projétil que viaja com velocidade abaixo da velocidade do som (no vácuo 340m/s).

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2.Transsônicas - projétil que viaja com velocidade muito próxima ou igual à velocidade do som (no vácuo 340m/s).

3.Supersônica - projétil que viaja com velocidade maior que a velocidade do som (no vácuo 340m/s), chegando ao ponto de “atropelar” e “empurrar” as ondas sonoras.

Forma do projétil

No entanto, aumentar a massa e velocidade do projétil, em armas curtas, nem sempre é possível. Porém outro fator importantíssimo para se aumentar substancialmente a cavitação produzida por um projétil de arma de fogo é alterar a forma. Alterando a forma do projétil ( ex.: projétil ponta expansiva EXPO .40 S&W de 155 grains), este poderá se comportar no interior do corpo, com propriedades balísticas mais apropriadas para a destruição ou incapacitação de órgãos e tecidos, assim aumentando a cavitação.

Aumenta também a cavitação, quando dentro do corpo, o projétil sofre o movimento de translação (capotar). A cavitação pode ser aumentada quando ocorrer a penetração de projétil secundário do disparo (fragmentos de objetos como, tecido, metal, plástico, e outros que o projétil leva quando da penetração no corpo), ou ainda por projéteis de fragmentação.

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Generalidades sobre cavitação

Quando a cavitação for superior ao objeto atingido ou ao órgão do corpo atingido, este pode “estourar”.

A entrada explosiva ou cavitação na superfície pode acontecer quando ocorrer o impacto do projétil com tecido resistente (Ex.: osso) na superfície de sua entrada. Orifício de entrada maior que o de saída.

Saída explosiva ou cavitação na saída, pode acontecer quando com projéteis de alta penetração e a cavitação for maior que o largura ou espessura do corpo. Ou ainda quando ocorrer o movimento de translação do projétil. Orifício de saída maior que o de entrada.

PODER DE PARADA “SOTPPING POWER”

Uma vez entendido os efeitos dos projéteis em alvos humanos, far-se-á,

imperiosos um breve estudo da preocupação relativamente recente do homem em obter um rápido efeito de incapacitação de um oponente no uso de arma de fogo.

Origem do conceito de “Incapacitação Imediata”

O termo “poder de parada” (stopping power), muito utilizado entre as polícias, teve na verdade sua origem no início do século XIX, como valor utilizado para expressar o poder de um determinado projétil em incapacitar um agressor, pondo-o fora de combate sem, necessariamente, matá-lo. Nos últimos anos tem sido utilizado como “unidade de medida” da capacidade de determinada munição em produzir o fenômeno da incapacitação imediata.

Até o final do século XIX, quando se desejava um aumento do poder de incapacitação do projétil era necessário aumentar seu peso (massa) e a quantidade de pólvora. Como na época era empregada pólvora negra, de baixo conteúdo energético (e com baixas pressões geradas pela queima) a variável da incapacitação não era levada em conta: os projetistas de armas e munições, se preocupavam apenas em construir conjunto arma/munição precisos e confiáveis, sem se preocuparem muito com a qualidade dos efeitos causados no alvo.

Com a descoberta da pólvora sem fumaça, foi possível aumentar o alcance e precisão do projéteis, com a redução do seu peso (massa), permitindo a construção de armas menores e mais potentes. Isso trouxe a necessidade de estudos mais aprofundados sobre as munições e seus componentes, de modo a permitir uma maior eficácia destes conjuntos em combate.

No entanto a questão da incapacitação imediata foi analisada eriamente pela primeira vez pelo exército norte-americano a partir de 1889, por ocasião das batalhas de ocorreram nas Fiilipinas, onde se observou a inadequação do calibre então utilizado, o .38 Long Cout, que não era suficientemente potente para tirar de ação, aqueles oponentes. Os nativos recebiam vários disparos antes de cessarem a agressão contra os soldados.

De igual forma os ingleses em sua campanha na Índia, também no século XIX. Visando solucionar o problema, os ingleses idealizaram uma munição para

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109 armas longas, no arsenal da província de “Dundum”, cujo objetivo era justamente ampliar o poder destrutivo em tecido humano. Alguns autores afirmam que o s testes com o chamado conceito “dundum” deram origem aos modernos projéteis encamisados. Foram experimentados projéteis com cortes em cruz, secionados e com diversos tipos de pontas, inclusive, primitivas “hollow point”.

Vários outros estudos foram feitos na tentativa de se produzir o esperado poder de incapacitação, tais como:

Em 1904 Thompson e LaGarde (oficiais do exército americano), fizeram experimentos com animais vivos, onde chegaram conclusão que projéteis de grande massa e velocidade moderada, possuíam melhores efeitos de incapacitação, estas experiências conduziram ao surgimento do calibre e adoção calibre .45, para as armas de porte do Exército dos EUA.

Em 1930, Chambelin, coronel do exército dos EUA, através de experimentos com cabras e com elevada velocidade dos projéteis, chegou a conclusão que a lesão interna aumenta quando o projétil não segue rota retilínea, mas tomba e rola nos tecidos, aumentando a cavidade permanente; projéteis secundários (ex.: fragmentos de ossos)podem causar destruição em locais distantes do trajeto do projétil; e que movimentos dos líquidos dos tecidos causaria danos em todas as direções, dando importância a reação hidráulica dos líquidos dos tecidos e efeitos do sistema nervoso central.

Martin L. Facker, médico militar, após estudos em várias necrópsias de pessoas atingidas por projétil de arma de fogo, concluiu que os projéteis mais pesados têm penetração maior, causando maior lesão nos tecidos.

Porém, um dos eventos em termos de análise real do emprego da armas e munições ocorreu em 1986, em Miami – Florida (EUA). Ocorreu que agentes do FBI atiraram em dois assaltantes de banco, por terem resistido à prisão. A munição utilizada pela como padrão foi a Winchester Slvertip 9mm Parabellum de 115 grains. Um dos oponentes foi atingido de lado, e a silvertipo penetrou por seu braço, vindo a parar, quese completamente expandida, no pulmão direito do atingido, não alcançando seu coração. O suspeito, infelizmente, conseguiu ainda matar dois agentes e ferir outros cinco.

Estudos de Evan Marshall e Edwin Sanow

Os autores definem o “stopping power” (ou poder de parada) como sendo a capacidade de um projétil, em seu impacto, fazer com que a pessoa atingida entre em colapso imediatamente (ou no máximo, em 2 segundos) antes de fazer um disparo ou expressar qualquer reação de ataque ou fuga; a vítima/oponente, quando atingido não poderia deslocar mais do que 3 metros do local onde fora atingida antes de entrar em colapso.

A análise de casos reais, mostrou lhes que projéteis mais leves, portanto com maior velocidade, e a configuração desses projéteis (essencialmente ponta oca)tem melhor desempenho na produção do fenômeno conhecido como “one-shot stop” ( a incapacitação imediata provocada por apenas um impacto de projétil no tórax).

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INCAPACITAÇÃO IMEDIATA

Vários são os pesquisadores que tentam explicar os efeitos com projéteis de arma de fogo em alvos humanos, através de diferentes fontes a fim de ambasar, o mais “cientificamente” possível, suas conclusões.

No entanto os especialista em lesões por arma de fogo afirmam que o policial conta apenas com 3 possibilidades de parar um agressor instantaneamente:

Um tiro que atinja a cabeça e acerte principalmente a estrutura do tronco celebral;

Um tiro que secione a medula espinhal e; Um tiro com um porjétil que penatre suficientemente para atingir órgãos

vitais e causar intensa hemorragia.

Critérios para munição incapacitante

Os componentes críticos para lesões por projéteis de arma de fogo são em ordem de importância a penetração e a cavidade permanente.Assim:

1.PENETRAÇÃO MÍNIMA REQUERIDA

A penetração do projétil deve ser capaz de atingir (alcançar a atravessar) órgão vitais e tem de se comportar assim em qualquer ângulo de incidência sobre o alvo, bem como a cavidade permanente deve ser grande o suficiente para maximizar a destruição dos tecidos e a hemorragia consequente.

2.EXPANSÃO CONTROLADA

Como já visto o formato do projétil implica em efeitos diferentes no alvo humano, principalmente os expansivos (em geral os de ponta oca). A expansão é acompanhada de vários efeitos, Se por um lado aumenta a superfície frontal do projétil e a quantidade de tecidos atingidos em seu trajeto, limita sua penetração, podendo impedir que o projétil penetre o suficiente para atingir órgão vitais, especialmente se o projétil possui pouca massa. A penetração deve ocorrer mesmo em várias polegadas de gordura, músculos, ou roupas. A cavidade pode ser aumentada pelo uso de projéteis expansivos, ou de grande diâmetro, eu tem penetração adequada.

CONCLUSÕES

Ante ao exposto, percebe-se que especialistas em armas levas, buscam a perfeita combinação entre calibre e munição, capaz de interromper as ações ofensivas de um agressor, com um só disparo.

Corroborando com isso, ainda hoje é impossível apontar com precisão milimétrica o “poder de parada” de uma determinada arma, calibre e munição, uma vez que não bastam estudos físicos, químicos e matemáticos para se chegar a uma conclusão definitiva. Outros fatores, não científicos, fazem com que todos os estudos feitos acerca de “stopping power” não tenham um valor absoluto. Tratam-se de fatores humanos, absolutamente diferentes em cada indivíduo.

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PROTEÇÃO BALÍSTICA

HISTÓRICO

A primeira proteção que se tem notícia no campo balístico trata-se do escudo; era confeccionado em couro endurecido e madeira, porém as armas foram evoluindo, aparecendo lanças e flecha, metais perfurantes, etc. Também as proteções balísticas tiveram que acompanhar as evoluções das armas. Posteriormente mas não substituindo o escudo surgiram ar armaduras.

Porém com a sofisticação das armas, as proteções balísticas sofreram diversas mudanças, até chegar o que temos hoje.

COLETE DE PROTEÇÃO BALÍSTICA

Quando um projétil de arma de fogo atinge um colete, ele encontra uma rede de fibras muito forte, que absorve e dissipa a energia de impacto que é transmitida ao colete, que causam ao projétil uma deformação tipo cogumelo. A energia do projétil é absorvida por cada camada sucessiva do material de que é feito o colete, até que para.

Como as fibras trabalham juntas e em conjunto com as outras camadas, protegem as áreas que recobre, prevenindo a penetração de projéteis. Esta característica também ajuda na dissipação de força que podem causar os danos da não penetração (conhecido como “trauma cego”) ao órgão internos.

Atualmente, a geração moderna de coletes pode prever a proteção em uma variedade de níveis, que foram projetados para serem eficiente contra a maioria dos calibres mais comuns de munição.

Normalmente o coletes de proteção balística é confeccionado de camadas múltiplas de tecido ou outros materiais balísticos, montado como painel. O painel balístico é então inserido na capa, que é confeccionado em tecido convencional. O painel pode ser costurado na capa ou pode ser removível.

O painel pode ser de um único tipo de tecido ou de dois ou mais em combinação. A localização e o número de camadas de cada tipo dentro do painel influencia em seu desempenho balístico geral. Outros fabricantes adicionam outros materiais não balístico s fim de diminuir o trauma cego.

A primeira grande revolução no desenvolvimento balístico veio dos laboratórios da Dupont, sendo conhecido pelo nome de “klevlar”. O kevlar foi criado em 1965 e apenas em 1971 tornou-se comercialmente disponível. Sendo um a fibra orgânica feita pelo homem a partir de uma poliamida aromática, o kevlar foi originalmente desenvolvido com a finalidade de reforçar a cinta de pneus radiais.

Posteriormente foram desenvolvidos vários outros materiais balísticos tais como: kevlar XP, NFT (New Fibers Tecnology), TWARON, Spectra (a base de polietileno), Dyneema, Hibridos (mais de um material balístico: aramida/polietileno) e a cerâmica balística.

Considerações sobre coletes

Deve-se mudar o conceito de que os coletes são a prova de “bala”, isto é irreal, o colete balístico é resistente a bala, o que é bem diferente do conceito a

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112 prova de bala, pois se assim o fosse, ele deveria resistir aos calibres para o qual foi confeccionado, e ainda quando atingido por um projétil não poderia ocorrer qualquer tipo de lesão na pessoa que está utilizando-o, o que não acontece.

Deve-se ter o conhecimento do tipo de proteção balística que se esta utilizando, o nível de segurança que ela proporciona (ver tabela a seguir).

Testes confirmam que um colete molhado perde mais de 20% de suas características de retenção, pois além da água funcionar como lubrificante, ela irá aumentar e muito o trauma fechado; dependendo a intensidade do trauma, poderá matar o usuário. No entanto a maioria dos fabricantes utilizam materiais hidrorrepelente ou impermeáveis.

Deve-se ter atenção quanto a forma de utilizar, pois quanto mais justo no corpo, maior é sua eficiência.

O colete deve ter o tamanho apropriado ao usuário, afim de oferecer-lhe maior conforto, não deve ser nem, pequeno e nem grande.

Os coletes ofertados as PM’s, não costumam oferecer proteção lateral (em baixo das axilas e costelas), o que obriga o policial a adotar posturas que prejudiquem a redução da silhueta, porém ganha quanto a segurança, que é o mais importante.

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CAPACETES E ESCUDOS BALÍSTICOS

O capacete balístico é outro equipamento de proteção individual, usado para prevenir contra fragmentos e munições leve. Na fabricação das placas laminadas são utilizados tecidos balísticos (aramida) em camada, mais resina, sendo que alguns também possuem cerâmica. O casco do capacete balístico suporta munições 9mm e 357 Magnun, sendo nível II, já a viseira do capacete (nos modelos que possuem) tem capacidade de suportar munição .38, sendo nível I.

O escudo balístico, também é considerado equipamento de proteção. Pode ser feito de vários materiais balísticos. Na fabricação de alguns tipos, nas placas laminadas são utilizados tecidos balísticos em camadas, mais resina, sendo que alguns possuem cerâmica. È considerado o primeiro instrumento de proteção individual, e em situações táticas deve ser utilizado por tropas especiais, força tática ou operações de rotina. Existem vários tamanhos, sendo que alguns dispõem de visor balístico (policarbonato), o que proporciona mais segurança e maior visão. Os valores balísticos são nível II (9mm e 357 Magnun) e nível I (.38 SPL).

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FUNDAMENTOS DO TIRO POLICIAL

CONCEITO

São as técnicas de iniciação ou primárias de utilização da arma de fogo em ambiente controlado, estandes de tiro, com o objetivo de achar a precisão e velocidade de tiro. Com a aplicação destes fundamentos, o policial consegue moldar sua estrutura corporal ao armamento, criando memória muscular no emprego da arma de fogo e do seu equipamento, com a repetição e treinamento em seco se chega a um patamar de segurança e confiança.

Após ter o completo conhecimento do armamento e da munição a ser utilizada, pode-se partir para aplicação prática e técnica.

Assim, os fundamentos do tiro policial podem ser divididos em: Empunhadura, Postura, Visada, Respiração e Acionamento do gatilho.

EMPUNHADURA

Um bom tiro começa com a forma de empunhar um a arma, que deve ser natural e confortável, sem pressão excessiva, de maneira que a mão forte (mão de maior uso do policial) fique apenas envolvido a arma, para que o dedo indicador possa ter o máximo de sensibilidade ao acionar o gatilho. E a mão fraca ou auxiliar (mão de menor uso) envolva o restante do espaço do punho da arma, bem como exerça o controle da firmeza da arma, de maneira que a arma fique justa e servir no controle do enquadramento do aparelho de pontaria.

É de extrema importância um bom coldre,para que no momento do saque, o policial possa envolvera a empunhadura da arma na altura correta, pois a altura da empunhadura interfere na qualidade do tiro e agrupamento. Achar o saque perfeito, rápido e na altura correta exige treinamento em seco, cerca de mil repetições, devendo estas iniciarem de forma lenta (para corrigir vício) e depois aumentar a velocidade.

Ao se utilizar dupla empunhadura, a mão auxiliar, “abraça” a mão que segura a arma, o polegar deve ficar sobre a alavanca de desmontagem, deste modo a palma da mão auxiliar preencherá por completo o espaço deixado na coronha pela mão forte, o dedo indicador do lado oposto deve ficar estendido sobre a armação e abaixo do conjunto ferrolho, e só devendo ir ao gatilho no momento do disparo.

Em revolver a empunhadura é diferente, mantém a mão auxiliar envolvendo a mão forte, esta não exercerá força, apenas se deixará ser envolvida e manterá o dedo indicador livre, encostado ao guarda-mato, para o disparo a mão auxiliar exercerá a força de forma a dar a segurança no momento do enquadramento e disparo. O que é mais peculiar na empunhadura em revolver é a posição dos dedos polegares, um sobreposto ao outro ou em paralelo ao outro.

A pressão das mãos a ser exercida sobre a empunhadura da arma deve ser isobárica, ou seja, tanto a mão forte como a auxiliar devem exercer a mesma intensidade de pressão sobre o punho da arma. Pressão esta que deverá ser ligeiramente superior a pressão de uma aperto de mão (cumprimento entre pessoas).

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115 b)Posição Isósceles ou Ayoob

Também inventada por outro policial dos EUA, de nome Massad Ayoob, que é uma adaptação da WEAVER, essa posição consiste em colocar o tronco um pouco curvado para frente, com as pernas semi-flexionadas, mantendo o pés paralelos e ambos os braços esticados par frente, formando um triângulo cujo base seriam os ombros.

Esta posição tem um ótimo enquadramento natural e é bem difundidas nas escolas policiais, o entanto as ações policiais são exercidas com deslocamentos (caminhadas), ou seja um pé a frente outro atrás, bem como a forma do terreno e o flanco de agressão armada, mudam constantemente e não possibilitam o alinhamento simétrico dos pés. Lembrando que há uma exposição muito grande da silhueta.

c)Posição Híbrida

É um posição moderna e muito utilizada pelas polícias, pois apresenta bom enquadramento natural e sua aplicação é simplificada, sendo que os pés se posicionam como em uma caminhada, ou seja, um pé a frente e o outro atrás, de forma a proporcionar mais equilíbrio, além de proporcionar ao policial condições de defesa e giro de 360º em relação ao eixo do policial, e assim possibilitar melhor adaptação a forma do terreno e sua sinuosidade. Lembrando que a posição dos pés devem necessariamente estarem apontando para direção da ação agressora. O tronco do policial deve estar ligeiramente inclinado a frente e os braços e pernas semi-flexionados.

Nesta posição o tronco do policial estará frontalmente postado, o que com o colete balístico, proporciona maior proteção, bem como a inclinação do corpo a frente auxilio no controle de recuperação do disparo pelo policial, em virtude do recuo ser mais sentido pela musculatura e não pelo eixo da coluna.

VISADA

É o enquadramento feito pela atirador , partindo de seu olho diretor, indo a alça de mira, em seguida a massa de mira, que deverá estar equilibrada ao centro do dois pontos da alça de mira e de mesmo alinhamento.

É importante lembrar que a concentração do atirador deverá ser no aparelho de pontaria e não no alvo, vez que se assim o for, o atirador fará enquadramento por cima do aparelho de pontaria, e assim os disparos serão abaixo da visa de visada e almejada.

RESPIRAÇÃO

A respiração por vezes não é abordada um dos fundamentos do tiro, mas esta é de fundamental importância para uma boa qualidade do tiro. Um vez que quando diafragma se contrai e se distrai naturalmente, fazendo com que o tórax se encha de ar e se esvazie e os membros superiores , respectivamente subam e desçam. Assim no momento do disparo, deve o policial cessar sua respiração momentaneamente, a fim de se evitar que o projétil siga um linha de trajetória acima ou abaixo da linha de visada, em virtude dos movimentos produzidos (sobe e desce) pelos membros superiores em razão da respiração.

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ACIONAMENTO E CONTROLE DO GATILHO

É correto afirmar que o acionamento da tecla do gatilho é um dos fundamentos de tiro mais importante, uma vez que o acionamento da tecla do gatilho em ponto errado ou brusco, irá liberar o percussor que fere a espoleta e a conseqüência é o impacto do projétil em local não desejado.

Logo é certo que o acionamento do gatilho feito d forma errada ocasiona erro do tiro. Logo se explica que a maioria dos disparos que erram o alvo se dão pelo incorreta pressão sobre a tecla do gatilho. Sendo pela má colocação do dedo no gatilho ou pelo pressão desmedida sobre este, ou ainda pela velocidade desproporcional ao condicionamento adquirido.

A tração exercida pelo dedo, para trás, durante o acionamento do gatilho, deve ser um movimento progressivo e gradual e de modo algum brusco. Pois movimentos brusco e pressão incorreta e colocação errada do dedo são transmitidas e distribuídas até o prolongamento do cano da arma, fazendo com que a mira seja prejudicada e o tiro saia sem precisão, a isso é denominado o fenômeno de “gatilhada”.

O correto posicionamento do dedo na tecla do gatilho será o encaixe da tecla do gatilho entre a primeira e segunda falange do dedo.

No entanto é necessário que o policial tenha conhecimento da arma que irá empregar, no sentido de entender o curso do gatilho (distância do desarme do percussor no sistema do gatilho), bem como o “peso” ou força a ser empregada para seu acionamento. Depois de identificado o peso e o curso da gatilho, o dedo não perde o contato com entes entre o s disparos, ou seja, obedecer o ciclo de desarmar e armar do sistema de percussão. Portanto a inobservância destes poderá evitar que o cão seja armado, e conseqüentemente não ocorrer novo disparo.

RESOLUÇÃO DE PANES EM ARMAMENTO

PANES

Pane conforme o dicionário Aurélio é “parada, por falha dos motores, de avião, automóvel, motocicleta, etc”. Também pode ter este conceito exportado para o resolução de problemas apresentados pelas armas de fogo. Neste sentido, verificas-se que as panes apresentadas nas pistolas são causados essencialmente em três setores distintos dos quais: pelo atirador, pelo armamento e pela munição.

Panes causadas pelo atirador

Pane seca: ocorre quando o atirador não alimenta a arma, deixando-a sem munição na câmara, ou durante a inserção do carregador, este não foi devidamente encaixado.

Resolução: Estando o carregador mau encaixado, deve o policial encaixar corretamente o carregador e seguidamente efetuar a ciclagem do conjunto ferrolho o qual irá alimentar a câmara da arma.

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Panes causadas pela munição

Pane de nega: ocorre quando o atirador faz todos os procedimentos corretamente, efetua o acionamento do gatilho, o percussor acerta a espoleta e a munição não deflagra.

Resolução: efetuar o manejo (ciclar) do ferrolho, a fim de alimentar a arma novamente, retirando a munição não deflagrada da câmara.

Panes causadas pelo armamento

Pane de mau trancamento: ocorre em virtude da ciclagem ineficiente do sistema de ferrolho, em virtude do mau uso dos gases pelo sistema de trancamento, gerando pouca força de retorno, ou quando a munição gera pouca força (muitas vezes recarregada), ou ainda quando a mola recuperadora está fraca, dificultando a ciclagem do ferrolho.

Resolução: completar a ciclagem, batendo na parte de trás do ferrolho ou na parte de baixo da arma, próximo ao carregador.

Pane de chaminé: ocorre por falta de força na ciclagem do ferrolho, fazendo com que o cartucho deflagrado não seja completamente ejetado, ficando preso no ferrolho como uma chaminé sobre a janela de ejeção.

Resolução: arrastar a palma da mão sobre o ferrolho, da frente para trás, até que o cartucho caia, ou girar a arma com a janela de ejeção para baixo e puxar levemente o ferrolho atrás, com o cuidado de não alimentar a arma novamente, causando outra pane.

Page 118: USO SELETIVO DA FORÇA

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Pane de rampeamento: ocorre quando a força da mola recuperadora está excedente, gerando grande velocidade na alimentação da arma, fazendo com que a munição seja empurrada rapidamente, sem alcançar a câmara.

Resolução: deve-se realizar o manejo do ferrolho de forma que a munição saia e outra entre na câmara.

Pane de dupla alimentação: ocorre quando há um mau funcionamento do sistema de ferrolho, fazendo com que uma munição entre na câmara e outra seja apontada para a câmara, fazendo com que o mecanismo não funcione.

Resolução: manejar o ferrolho atrás e travá-lo, retirar o carregador, retirar a munição da câmara, recolocar o carregador e efetuar o manejo do ferrolho a fim de alimentar a arma.

Pane de inchamento: ocorre quando, após deflagrado o projétil, o cartucho se incha na câmara, ficando preso e não ejetando ou o extrator não se encaixa perfeitamente do culote do estojo.

Page 119: USO SELETIVO DA FORÇA

119 Resolução: segura-se na parte anterior do ferrolho e golpeia-se forte na parte posterior do punho (beaver tail) de forma a realizar um manejo no ferrolho, retirando o cartucho da câmara.