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Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação 1
Usos do Google Drive e do WhatsApp em sala de aula
Angela Maria de Almeida Pereira
Thelma Panerai Alves (UFPE)
Resumo Na disciplina intitulada Comunicação e Expressão, em uma faculdade da rede particular do Recife, usamos interfaces tecnológicas conhecidas por Google Drive e WhatsApp, como ferramentas para desenvolver trabalhos colaborativos entre os alunos. A disciplina foi oferecida no turno da noite e a maioria dos alunos trabalhava durante o dia. Assim, esta proposta teve o objetivo de potencializar o tempo de estudo desses alunos fora de sala de aula. O início das atividades deu-se com o uso do Google Drive. Os discentes ainda não conheciam esta interface e suas possibilidades, e este foi um momento rico em descobertas e novas aprendizagens, que teve como resultado a elaboração de textos, resenhas e slides construídos colaborativamente e compartilhados entre todos os alunos da turma. Paralelo ao uso do Google Drive, utilizamos o aplicativo WhatsApp para criar uma rede de comunicação e dar suporte aos alunos nos momentos em que estes não podiam acessar o e-mail, mas que tinham dúvidas sobre os conteúdos e/ou estratégias de ensino da disciplina. Na sequência das atividades, e por percebermos o interesse dos alunos, introduzimos a noção do que eram os REAs, com todas as suas possibilidades. Os resultados mostraram que o uso das ferramentas e interfaces tecnológicas despertam o interesse dos alunos e potencializam a colaboração e a interação entre os alunos. Palavras chave: Google Drive; WhatsApp; Colaboração; Interação; Recursos Educacionais Abertos. Abstract Discipline Communication and Expression, in a private college network of Recife, we use technological interfaces known to Google Drive and WhatsApp, as tools to develop collaborative work among students. The course was offered on the night shift and the majority of students work during the day. Thus, this proposal aimed to maximize study time these students out of the classroom. The start of activities took place with the use of Google Drive. The students still did not know this interface and its possibilities, and this was a moment rich in discoveries and new learning, which resulted in the drafting of texts, reviews and slides built collaboratively and shared among all students in the class. Parallel to the use of Google Drive, use the WhatsApp application to create a network of communication and support to students at times when they could not access the e-mail, but had doubts about the contents and / or discipline of
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teaching strategies. Following the activities, and we realized the interest of students, we introduced the notion of what were the REAs, with all its possibilities. The results showed that the use of technological tools and interfaces arouse students' interest and enhance collaboration and interaction among students. Keywords: Google Drive; WhatsApp; Collaboration; Interaction; Open Educational Resources.
Introdução
Na era da convergência das mídias, a inteligência coletiva e a cultura
participativa se fortalecem e alteram o cotidiano das pessoas, que se mantêm em um
processo de comunicação permanente, onde o espaço e o tempo não são
necessariamente comuns na interação. Podemos conversar ou trabalhar, em grupos
ou solitários, estando em diferentes países ou regiões e estando em diferentes
horários.
Evidentemente, as mudanças sugeridas alteram o contexto da sala de aula,
também. Atualmente, usar ou não usar tecnologia não é mais a questão. O foco agora
é como elas podem e devem ser utilizadas. Já existem vários estudos sobre a influência
das tecnologias digitais e móveis na vida e na aprendizagem dos alunos. O que está
claro é que eles estão constantemente conectados à Internet, através de seus
celulares, tablets e laptops, ávidos por um processo mais participativo, do qual sejam
protagonistas, como autores e coautores, dentro de práticas colaborativas. Ou seja,
passamos do livro estático e linear, e das conversas presenciais, cara a cara, ao
movimento constante e dinâmico das leituras e conversações online. Neste âmbito,
são cada vez mais utilizadas as narrativas hipertextuais, multimídia e transmídias.
Como afirma Moran (2004), o livro torna-se menos atraente, pois compete com
formas mais próxima da sensibilidade e da compreensão dos alunos, ansiosos por
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interações flexíveis que contemplem a grande demanda de informações que chegam
até eles.
Neste sentido, defendemos a colaboração como uma atividade espontânea e
coordenada entre os pares, sem uma hierarquia definida, com uma finalidade em
comum para o qual o grupo trabalha, buscando recursos que atendam à demanda de
conhecimento estabelecida antecipadamente.
Assim, a presente pesquisa pretendeu potencializar o tempo de estudo de
alunos de uma faculdade particular do Recife (PE) que, em sua maioria, estudavam à
noite e trabalhavam de dia. Para isso, utilizamos o Google Drive, onde foram
armazenados textos, artigos, apresentações e tudo que resultou do trabalho dos
alunos.
O aplicativo WhatsApp foi utilizado para criar uma rede de comunicação que
desse suporte aos alunos nos momentos em que estes não podiam acessar o e-mail,
mas que tinham dúvidas sobre os conteúdos e ou estratégias de ensino da disciplina.
É importante ressaltar que os Recursos Educacionais Abertos (REA) foram
introduzidos na sala de aula mais no final do semestre, devido à curiosidade dos alunos
em relação às possibilidades de pesquisa. E foi parte fundamental neste processo, pois
os alunos não tinham ideia das potencialidades destes recursos, que permitem que
eles baixem, visitem ou revisitem diferentes materiais didáticos, onde e quando
quiserem, sempre respeitando a lei de direitos autorais.
Realizamos uma pesquisa qualitativa, com caráter exploratório e descritivo, que
teve a finalidade de comprovar que o uso das interfaces tecnológicas Google Drive e
WhatsApp em sala de aula pode ser um diferencial, um plus, para alunos e
professores, otimizando o tempo e criando uma cultura de colaboração e
compartilhamento.
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Os dados foram obtidos através de um formulário disponibilizado no Google
Drive e enviado aos alunos. Os gráficos dos resultados foram gerados por um recurso
do próprio formulário.
Os resultados mostram que as interfaces tecnológicas despertam o interesse
dos alunos, favorecendo a colaboração e a interação entre todos, independente do
tempo e do espaço, o que facilitou o processo de apropriação do conhecimento, fora
da sala de aula. Neste caso, houve um rompimento com o modelo tradicional de
ensino e aprendizagem, em benefício destes alunos.
1. Entendendo o uso do Google Drive
Para ter acesso ao Google Drive e trabalhar de forma colaborativa é necessário
fazer uma conta de e-mail do GMAIL. Desta forma, é possível ter a portabilidade de
todas as ferramentas que este comporta.
O Google Drive é um ambiente desenvolvido pelo Google com a
função principal de armazenamento de arquivos em nuvens, ou seja,
utilizando memória de servidores online e permitindo o acesso
remoto pela Internet sem a necessidade de instalação de programas
ou armazenamento físico de dados. Além da criação, edição e
armazenamento de textos, apresentações de slides, planilhas,
desenhos e formulários online, são possíveis a visualização e o
compartilhamento total ou parcial dos arquivos (SANTIAGO e
SANTOS, 2014, p.84).
Esta é uma forma simples de trabalhar em equipe e à distância. É possível
utilizar recursos diferenciados como tabelas, planilhas, inclusão de imagens e todos os
recursos de editores de textos.
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Imagem 01: Recursos disponíveis no Google Drive
Fonte: Google Drive. Disponível em:
https://docs.google.com/document/d/1pssu4vAgB5v5bAvQ6GhtttFPLa7aCcw7MnQ34pU22z4/edit. /Acesso em 18/11/2015
Esta interface é utilizada para a produção coletiva, favorecendo a autoria, a
coautoria e a interação dos alunos, num sistema que permite troca de mensagens
entre os atores conectados. O trabalho torna-se desafiador pelo conhecimento que
pode ser partilhado, discutido e construído. As visões múltiplas vão tecendo
argumentos e o texto vai se alinhavando até o produto final, resultado da produção
coletiva e colaborativa.
Neste sentido, Santiago e Santos (2014, p.86) explicam que além de todas as
vantagens para edição das produções, o maior ganho é revelado pelas produções
colaborativas dos alunos, que são construídas e reconstruídas numa constante
elaboração e reelaboração de conceitos favorecendo a construção de novos saberes.
É importante enfatizar que os alunos desta sala de aula, especificamente, ao
serem apresentados ao Google Drive, sentiram-se interessados e, também,
impactados com as possibilidades desta interface, pois compreenderam que podiam
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criar textos, colaborar com os textos dos companheiros, partilhar documentos,
elaborar apresentações coletivas, mesmo sem estarem um na presença do outro. Eles
entenderam, assim, o que significa uma rede de aprendizagem colaborativa.
Depois deste momento de impacto e de novas descobertas, a interação do
grupo foi potencializada pelo uso do aplicativo WhatsApp, que explicamos no próximo
tópico.
2. Entendendo o uso do WhatsApp
O aplicativo WhatsApp é um software gratuito, utilizado para trocar mensagens
de texto, vídeos, fotos, áudios, através da conexão com a Internet, que mobiliza a
população mundial, na atualidade.
Em nossa disciplina, da mesma forma que Honorato e Reis (2014, p.1), que,
após uma investigação nas redes, verificaram a necessidade de desenvolver um estudo
mais aprofundado com o WhatsApp, optamos por este aplicativo, por suas facilidades.
(…) resolvemos utilizar o WhatsApp como uma ferramenta para
compartilhar, refletir e buscar novos conhecimentos, pois é notada
cada vez mais a presença do celular em nosso cotidiano, muitas
pessoas utilizam o mesmo para se comunicar com familiares, amigos,
colegas de trabalho, receber e mandar recados importantes, agendar
e trocar mensagens (HONORATO e REIS, 2014, p.2)
Nossa opção por este aplicativo esteve relacionada à possibilidade de
comunicação síncrona, permanente e em grupo. Era necessário utilizar uma
ferramenta que desse respostas imediatas às dúvidas dos alunos.
Deste modo, mobilizamos novas forma de ensinar e de aprender, favorecendo
um modelo mais participativo, direcionado ao protagonismo dos alunos e à autoria
destes, dentro de uma rede de interação e colaboração.
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Por fim, passamos a utilizar os Recursos Educacionais Abertos (REA), como
detalharemos no próximo item.
3. Potencializando a produção, com o uso de Recursos
Educacionais Abertos (REA)
Partimos do princípio que os alunos podem produzir qualquer coisa, tornando-
se autores e coautores, desenvolvendo uma postura cada vez mais participativa e
colaborativa, com o uso de tecnologias digitais, e construindo conhecimentos, mesmo
fora da sala de aula.
O X da questão é abrir as cabeças e as salas de aula para as novas
práticas pedagógicas apoiada pelas TICs. Estamos falando das
cabeças dos que têm a tarefa de “ensinar”. Porque as cabeças dos
que têm a tarefa de “aprender”, não há dúvida, já estão abertas para
o mundo, via internet, via redes sociais (LOPES, 2015, p.7)
Neste viés, o uso dos Recursos Educacionais Aberto (REA) foi para fomentar práticas
educacionais abertas, descontruindo a ideia proprietária dos conhecimentos e buscando novas
formas de demonstrar a importância da produção em rede, de forma colaborativa. Assim,
todos os textos, vídeos e demais materiais utilizados e produzidos na disciplina possibilitavam
o uso e a modificação dos mesmos, de acordo com as licenças Creative Commons.
Quadro 1: Licenças Creative Commons
Creative Commons
Atribuição (BY): Os licenciados têm o direito de
copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer
trabalhos derivados dela,
Uso não comercial (NC): Os licenciados podem
copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer
trabalhos derivados dela, desde que sejam para fins não-comerciais.
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Não a obras derivadas (ND): Os
licenciados podem copiar, distribuir, exibir e executar
apenas cópias exatas da obra, não podendo criar derivações da mesma.
Compartilhamento pela mesma licença (SA): Os
licenciados devem distribuir obras derivadas somente sob
uma licença idêntica à que governa a obra original.
Fonte: Adaptado de Creative Commons Corporation (US)
É importante destacar que os alunos também não conheciam os REA. A manifestação
deles, em sala de aula, foi de concordância e aprovação, em relação à possibilidade de acessar
materiais diversos, atualizados e em distintos formatos, disponíveis na rede. Eles perceberam
que suas pesquisas na internet ganharam um vasto leque de opções.
A contribuição dos REA, vai muito além de proporcionar legalidade aos usos das
produções de terceiros, porque diz respeito ao acesso e à possibilidade de ter disponível, no
ambiente virtual, obras importantes e significativas, que favorecem a formação de
profissionais.
4. Procedimentos metodológicos
Esta é uma pesquisa qualitativa, com caráter exploratório e descritivo pois
representa a etapa inicial de conhecimento das interfaces tecnológicas Google Drive e
WhatsApp, ainda com poucos estudos publicados. Não incluímos os REA em nossa
pesquisa junto aos alunos, porque utilizamos estes recursos apenas para mostrar que
estes materiais estão disponíveis, de maneira aberta, para uso e reuso, respeitando as
licenças.
A turma era composta por 14 alunos do primeiro período de cursos diversos
de uma faculdade particular da rede privada da região metropolitana do Recife, com
faixa etária que compreendia de 16 a mais de 50 anos. A maioria deles trabalhava em
expediente completo de 8 horas diárias. Este fato foi o grande motivador da pesquisa.
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Os alunos que não tinham e-mail no Gmail, foram orientados a abrir uma conta.
Para as primeiras aulas e apresentação dos recursos do Google Drive, foi utilizado o
laboratório de informática, dentro da própria faculdade. Lá, os alunos foram
introduzidos nas numerosas potencialidades desta interface.
O grupo do WhatsApp foi criado pelos alunos. A professora foi convidada a
participar do mesmo, ficando acertado que as mensagens sociais seriam suprimidas ao
máximo. O aplicativo seria usado para dar respostas imediatas às dúvidas dos alunos.
Eles tinham total autonomia sobre os pontos levantados nas mensagens
Para a coleta de dados, foi gerado um questionário-formulário com perguntas,
no próprio Google Drive. Após a participação dos alunos e finalização das suas
respostas, passamos às análises dos dados e à elaboração dos gráficos fornecidos pelo
próprio Google Drive.
3. Resultados
A seguir, apresentamos as perguntas elaboradas para os alunos e seus
resultados:
Gráfico 1- Qual a sua faixa etária?
Fonte: Dados levantadas pelas autoras (2015)
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Gráfico 2 - Você já tinha o WhatsApp instalado no seu telefone?
Fonte: Dados levantados pelas autoras (2015)
Como podemos observar, o WhatsApp não era nenhuma novidade entre os
alunos. A novidade era o seu uso acadêmico.
Gráfico 3 - Você já conhecia o Google Drive?
Fonte: Dados levantados pelas autoras (2015)
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O Google Drive era algo mais específico, que poucos conheciam. Eles
perceberam as novas possibilidades de trabalho colaborativo à distância, sendo que o
que proporcionou maior surpresa foi a possibilidade de acompanhar a escrita do
colega em tempo real.
Gráfico 4 - Foi possível realizar o trabalho no Google Drive, apenas com
as instruções dadas pela professora?
Fonte: Dados levantadas pelas autoras (2015)
A maioria dos alunos considerou que a ferramenta foi fácil de utilizar. Isso
também representa outro dado importante referente à autonomia dos alunos, que
foram capazes de trabalhar dentro das orientações e, possivelmente, resolver as
dúvidas sozinhos, testando e experimentando as possibilidades.
Gráfico 5 - Você considera os trabalhos no Google Drive...
Fonte: Dados levantados pelas autoras (2015)
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Para os alunos desta turma, o trabalho durante o dia representava um entrave
para encontros presenciais, mas, como a ferramenta favorecia encontros virtuais, os
alunos compreenderam que isso facilitaria os trabalhos colaborativos. Assim, através
desta interface, foi possível utilizar os intervalos do trabalho e os finais de semana para
participar dos trabalhos coletivos, o que representou um ganho significativo para a
turma.
Figura 1 - Aspectos positivos do Google Drive
Fonte: Elaborado pelas autoras (2015)
As respostas à questão aberta deste questionário, consolidam o resultado
obtido nas demais questões. O Google Drive e o WhatsApp, quando utilizados dentro
de um planejamento bem estruturado e com foco bem definido, tornam-se o
diferencial para resolver questões à distância. Para demonstrar de forma mais objetiva
a opinião dos alunos sobre aos aspectos positivos do Google Drive, fizemos um mapa
conceitual com as respostas dos mesmos.
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A questão de número 06: Faça uma lista dos três principais aspectos positivos
do Google Drive, a palavra que mais apareceu foi facilidade (facilitador de atividades),
citada 7 vezes, seguida de interação (comunicação) que foi dita 4 vezes. O destaque foi
para a colaboração, desenvolvida entre alunos/alunos e alunos/professor .
Gráfico 6 - Qual a sua frequência de uso do WhatsApp
Fonte: Dados levantados pelas autoras (2015)
A maioria da turma afirmou utilizar o aplicativo por mais de 6 horas, o que
representa um tempo bastante expressivo. Atribuímos isto à portabilidade do
dispositivo móvel bem como às conexões de rede disponíveis.
Assim, torna-se quase impossível ignorar a chegada de mensagens do grupo,
principalmente quando o assunto em questão desperta interesse.
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Gráfico 7 - Você considera que o WhatsApp ajuda na resolução de questões da disciplina?
Fonte: Dados levantados pelas autoras (2015)
Os alunos consideraram que ‘sempre’ e ‘muitas vezes’ o aplicativo ajuda na
resolução das questões. As trocas entre alunos e a possibilidade de intervenção do professor,
para diluir dúvidas, certamente otimiza o tempo e dinamiza o interesse dos alunos.
Gráfico 7- A interação da disciplina através do WhatsApp foi:
Fonte: Dados levantados pelas autoras (2015)
Os alunos consideraram o WhatsApp importante para a colaboração, quando nossa
intenção foi a de que o utilizassem para dirimir dúvidas e, assim, otimizar o tempo em relação
aos trabalhos que estavam sendo produzidos no Google Drive.
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Gráfico 8 - De que maneira o WhatsApp contribuiu para revolver questões relacionadas com a disciplina?
Fonte: Dados levantados pelas autoras (2015)
Nesta questão, as respostas se apresentam quase com o mesmo nível para as três
opções, sendo que tratam de aspectos positivos do aplicativo. O item l, que realmente
prevaleceu foi a troca de conteúdos entre os participantes do grupo.
Considerações finais
Essa foi uma pesquisa inicial, que já nos forneceu dados importantes e
significativos, embora saibamos que o presente estudo necessite de continuidade e de
aprofundamento, através de instrumentos mais diversos e adequados e de um maior
número de alunos envolvidos.
De qualquer maneira, foi possível vivenciar novas formas de ensinar e de
aprender na disciplina de Comunicação e Expressão. Os alunos conheceram interfaces
tecnológicas que contribuíram para facilitar sua aprendizagem e otimizar o tempo de
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estudos. O trabalho, dentro e fora da sala de aula, foi realizado de forma colaborativa
e interativa, despertando curiosidade e interesse dos discentes. Não houve uma mera
reprodução de ideias nesta disciplina, mas a criação coletiva delas. E o resultado, em
termos de entusiasmo, foi o mais positivo possível.
Neste sentido, queremos enfatizar a contribuição dos REA no entusiasmo dos
alunos. No caso específico desta disciplina, como eram alunos de primeiro período da
graduação, iniciando a vida acadêmica, acreditamos que este recurso foi fundamental para
ampliar suas possibilidades de pesquisas e favorecer maior aprofundamento nos
conhecimentos. Numa próxima pesquisa, incluiremos os REA em nossos questionamentos.
O que nos proporcionou grande alegria e satisfação foi levar novas
possibilidades de trabalho coletivo aos alunos, com o uso de interfaces que podem e
devem ser utilizadas academicamente. Pudemos sentir a disposição dos alunos, na
realização das tarefas. Eles realmente formaram uma rede de informação e
aprendizagem. O nosso desejo é que esta rede continue e se amplie em outras
disciplinas. Isso, de alguma maneira, pode até contribuir para as práticas de outros
professores. Talvez seja muita pretensão pensar desejar que alguns professores mais
tradicionais sejam levados pelo entusiasmo dos alunos com as possibilidades das
interfaces tecnológicas e passem a repensar suas práticas cotidianas em sala de aula.
Mas isso seria o ideal.
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