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As razões pelas quais as pessoas buscam determinadas fontes de informação é objeto antigo da pesquisa em Comunicação. Seja para informação, comunicação interpessoal, entretenimento, fuga ou passatempo diferentes motivações também levam os indivíduos ao ambiente online.
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Usos e Gratificações nos media sociaisPublicado por Graça Rossetto em 12/09/2012 em Ensaios, Listas de Referências
As razões pelas quais as pessoas
buscam determinadas fontes de informação é objeto antigo da pesquisa em
Comunicação. Seja para informação, comunicação interpessoal, entretenimento,
fuga ou passatempo diferentes motivações também levam os indivíduos ao
ambiente online.
Para explicar essas motivações a abordagem dos Usos e Gratificações (U&G)
aparenta ser a resposta mais fácil, já que essa abordagem é frequentemente
empregada para compreender os mais diversos usos dos media (Parmelee, Bichard,
2012; Sayed, 2011; Quaan-Haase, Young, 2010; Ancu, Cozma, 2009; Leung, 2009;
Park, Kee, Valenzuela, 2009; Uristaet al., 2009).
São décadas de pesquisa sobre U&G que confirmam fortes conexões entre a
seleção do meio de comunicação e as gratificações que os consumidores buscam,
sem falar que a origem da abordagem está no conteúdo dos media, na exposição e
no contexto no qual ocorre a exposição.
Quando se trata da compreensão do uso dos medias sociais para política a
abordagem citada se mostra igualmente útil, ratificada pela bibliografia. Hanson e
outros (2008), por exemplo, diferenciaram os usos que os indivíduos fizeram do You
Tube durante as primárias das eleições presidenciais americanas de 2008 e
descobriram que os motivos para usar aquela rede para informação política sobre a
campanha presidencial eram: entretenimento habitual, busca por informação geral,
conveniência econômica, vigilância, companhia e de criar uma rede social.
Já Ancu e Cozma (2009) examinaram os usos políticos e gratificações preenchidos
pelas redes sociais online. Os autores argumentam que essas redes sociais, tendo
como objeto especificamente o MySpace, preenchem necessidades políticas de (1)
interação social, (2) busca por informação e orientação; e (3) entretenimento.
Outra abordagem política foi desenhada por Park, Kee e Valenzuela (2009). Através
de uma survey eles entrevistaram 1715 estudantes universitários para examinar as
gratificações dos usuários de grupos do Facebook e a relação entre as gratificações
dos usuários e sua participação política offline. A análise revelou quatro
necessidades primárias para participar desses grupos: socialização, entretenimento,
busca por status pessoal e informação.
Quando a pesquisa se foca no Twitter, uma das ferramentas mais utilizadas pelos
políticos e pela política atualmente (Rossetto, Carreiro, Almada, 2012), as
motivações são semelhantes, mas ampliadas. Sobre o uso do Twitter para
mobilização, por exemplo, Sayed (2011) identificou seis razões para ativistas
utilizaram a ferramenta: (1) orientação, (2) vigilância; (3) networking; (4) utilidade
social; (5) entretenimento; e (6) conveniência. Os resultados ainda demonstraram
que a orientação foi a motivação mais forte que levou jovens ativistas a utilizarem a
ferramenta com propósito político.
Por último, mas provavelmente uma das referências mais importantes a esse
respeito, cabe citar Parmelee e Bichard (2012) em The Twitter Revolution, um relato
detalhado que busca devendar como os tweets influenciam a relação entre líderes
políticos e o público. Neste trabalho ao tratar das razões para tuitar os autores
afirmam que para os políticos o principal propósito de uso da ferramenta está no
comunicar-se diretamente com uma audiência de massa, sem a mediação dos
meios de massa. Sobre as razões que levam um indivíduo a seguir um político a
utilidade social é a mais popular delas, seguidas pelo entretenimento, auto-
expressão, informação ou orientação e conveniência.
Referências
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