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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA FARMÁCIA MATHEUS MARQUES RABELO YURI CESARE REGIANI WELBER SILVEIRA DE OLIVEIRA UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DÁDER DE SEGUIMENTO FARMACOTERAPÊUTICO NA AVALIAÇÃO DE PACIENTE POLIMEDICADO ATENDIDO EM CONSULTÓRIO FARMACÊUTICO NO MUNICIPIO DE SANTOS SANTOS SP NOVEMBRO/2010

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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

FARMÁCIA

MATHEUS MARQUES RABELO

YURI CESARE REGIANI

WELBER SILVEIRA DE OLIVEIRA

UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DÁDER DE SEGUIMENTO

FARMACOTERAPÊUTICO NA AVALIAÇÃO DE PACIENTE

POLIMEDICADO ATENDIDO EM CONSULTÓRIO

FARMACÊUTICO NO MUNICIPIO DE SANTOS

SANTOS – SP

NOVEMBRO/2010

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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

FARMÁCIA

MATHEUS MARQUES RABELO

YURI CESARE REGIANI

WELBER SILVEIRA DE OLIVEIRA

UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DÁDER DE SEGUIMENTO

FARMACOTERAPÊUTICO NA AVALIAÇÃO DE PACIENTE

POLIMEDICADO ATENDIDO EM CONSULTÓRIO

FARMACÊUTICO NO MUNICIPIO DE SANTOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial Para obtenção do titulo de Bacharel em Farmácia à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Santa Cecília sob a orientação do Prof. Valter Garcia Santos.

SANTOS – SP

NOVEMBRO/2010

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FOLHA DE APROVAÇÃO

MATHEUS MARQUES RABELO YURI CESARE REGIANI

WELBER SILVEIRA DE OLIVEIRA

UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DÁDER DE SEGUIMENTO FARMACOTERAPÊUTICO NA AVALIAÇÃO DE PACIENTE POLIMEDICADO ATENDIDO EM CONSULTÓRIO

FARMACÊUTICO NO MUNICIPIO DE SANTOS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do titulo de Graduação em Farmácia a Comissão Julgadora da Universidade Santa Cecília.

Data da Aprovação:12 /11/2010. Banca Examinadora _______________________________________________________________ Profº Valter Garcia Santos Orientador _______________________________________________________________ Prof Dr. Walber Toma Co-orientador _______________________________________________________________ Prof Maria Fernanda B. Penteado Pedroso _______________________________________________________________ Prof Túlio Nakazato da Cunha

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DEDICATÓRIA

A Deus, nossos pais e amigos que sempre nos apoiaram.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus que esteve sempre ao nosso lado, nos abençoando e nos ajudando a vencer todas as nossas batalhas que a vida nos proporcionou durante todo esse tempo Agradeço a minha família que a base de tudo e em especial o meu pai que em todos os momentos foi fundamental para que eu pudesse concretizar a realização desse sonho Ao professor Walber Toma que nos deu apoio e confiança para execução do nosso trabalho Ao professor e orientador Walter Garcia que não mediu esforços para que o trabalho fosse realizado e sempre nos ajudou nos momentos em que mais precisamos com uma orientação totalmente ética e profissional A todos os meus companheiros que estiveram sempre ao meu lado nesses quatro anos de vitórias, derrotas, sorrisos, lágrimas , tristezas, felicidades .e que todos esses momentos ficarão para sempre em meu coração A todos que de alguma forma nos ajudaram para a realização de nosso trabalho; Alessandra Goudinho, Matheus Augusto Coelho, Daniela Alves Simões, a nossa paciente dona Maria Helena, ao filho da mesma Dr Aidar A minha namorada Andréia Leite Ventura que sempre esteve ao meu lado nos momentos em que mais precisei e que foi fundamental para a realização desse trabalho, e agradeço a Deus todos os dias por ele ter me presenteado com essa pessoa maravilhosa que fará parte de minha vida para sempre. Aos meus companheiros Welber e Yuri que sempre foram verdadeiros irmãos e que estarão pra sempre em meu coração

Matheus Marques Rabelo

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pois se não fosse ele, sei que não teria

conseguido chegar ate aonde cheguei.

Agradeço aos meus Pais, e minha avó que a todo o momento me

incentivaram.

Agradeço minha namorada Dani por estar sempre ao meu lado e depositando

toda confiança em meu potencial.

Meu muitíssimo obrigado vão para os Professores Walber Toma, Valter

Garcia Santos e meu companheiros de TCC sem vocês nada disso tinha acontecido.

Yuri Cesare Regiane

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AGRADECIMENTOS

Para que este trabalho fosse concluído, cinco pessoas se propuseram a

ajudar tanto direta quanto indiretamente e é para elas que deixo aqui registrado o

meu muito obrigado.

Agradeço primeiramente a Deus, pois se não fosse ele, sei que não teria

conseguido driblar todos os obstáculos e chegar até aqui.

Agradeço aos meus Professores Valter Garcia Santos e Walber Toma, pela sua

extrema paciência, conhecimento, simplicidade e por estar sempre de prontidão para

nos ajudar.

Meu muitíssimo obrigado vão para três pessoas mais que especial na minha

vida, que é meu pai, mãe e padrasto, pois nunca deixaram de me incentivar e de

acreditar em meu potencial e sei que se não fosse eles não estaria tão feliz como

estou agora. Obrigado eterno!

Agradeço aos meus irmãos Kleber e Glauber, pela paciência e pelo orgulho

que sempre demonstraram sentir e o incentivo que depositaram sobre mim.

Agradeço a minha futura esposa Maiara, também pela sua dedicação,

confiança e credibilidade que me foi dada nesses anos todos.

Agradeço a todos da turma Farmácia Unisanta, em especial aos meus

parceiros de TCC, Matheus e Yuri, vocês fizeram parte dessa minha fase e que foi

muito difícil. Agradeço a todos os Professores que nos ensinaram e incentivar

durante esses 4 anos, sem vocês eu não teria o conhecimento que tenho hoje.

Obrigado a Todos!!!

Welber Silveira de Oliveira

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RESUMO

Atenção Farmacêutica é um conceito de prática profissional que tem por objetivo à melhora da qualidade de vida do paciente, e deve alcançar resultados terapêuticos definidos para saúde, consistindo em um conjunto de atitudes, comportamentos, compromissos, valores éticos, funções, conhecimentos, responsabilidades e habilidades do Farmacêutico na prestação da farmacoterapia. Com o envelhecimento aumenta o número de doenças crônicas e com elas a consequente necessidade de utilizar medicamentos para o seu controle, ocasionando um aumento da incidência de interações medicamentosas e aparecimento de reações adversas. Além desses fatores deve-se levar em conta alterações de órgãos e sistema e da função cognitiva, fatores financeiros e a existência de problemas de saúde concomitantes além da não adesão ao tratamento. Objetiva-se promover a pratica de Atenção Farmacêutica em paciente idosa, polimedicada, portadora de hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Mellitus e Dislipidemia. Conforme relatos apresentados pela paciente a mesma vem apresentando sonolência no período diurno, diurese excessiva em período noturno, fato este que prejudica a qualidade do sono, e como principal queixa a administração de muitos medicamentos. Utilizando o Método Dáder de Seguimento Farmacoterapêutico que se baseia na obtenção da historia Farmacoterapêutica da paciente, avaliação das patologias existentes e dos medicamentos utilizados pela mesma, análise de exames laboratoriais (anteriores e atuais), e na avaliação de seu estado de situação em uma determinada data, com o intuito foi identificar e resolver os possíveis Problemas Relacionados com os Medicamentos (PRM) apresentados pela paciente. Orientando-se a paciente e o prescritor através de relatórios farmacológicos, informando-os de eventual necessidade de alteração farmacoterapêutica, mostrando o papel prático do Farmacêutico como integrante da equipe multidisciplinar. PALAVRAS – CHAVE: Atenção Farmacêutica; Método Dáder; Idoso; Polimedicação.

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ABSTRACT

Pharmaceutical attention is a concept of practies professional who has for objective to the improvement of the quality of life of the patient, and must reach resulted therapeutical definite for health, consisting of a set of ethical attitudes, behaviors, commitments, values, functions, knowledge, responsibilities and abilities of the Druggist in the installment of the farmacoterapia. With the aging it increases the number of chronic illnesses and with them the consequent necessity to use medicines for its control, causing an increase of the incidence of medicamentosas interactions and appearance of adverse reactions. Beyond these factors it must be taken in account alterations of agencies and system and the cognitiva function, financial factors and the existence of concomitant problems of health beyond not the adhesion to the treatment. Objective to promote it practises it of Pharmaceutical Attention in aged patient, polimedicada, carrying of Arterial hipertensão Sistêmic, Diabetes Mellitus and Dislipidemia. As stories presented for the patient the same one comes presenting sleepiness in the daylight, diurese extreme in nocturnal period, fact this that harms the quality of sleep, and as main the administration of many medicines complains. Using the Method Dader of Seguimento Farmacoterapêutico that if bases on the attainment of Farmacoterapêutica history of the patient, evaluation of the existing patologias and medicines used for the same one, analysis of laboratoriais examinations (previous and current), and in the evaluation of its state of situation in one determined date, with intention was to identify and to decide the possible Problems Related with Medicamentos (PRM) presented by the patient. Orienting patient it and the prescritor through farmacológicos reports, informing them of eventual necessity of farmacoterapêutica alteration, showing the paper practical of the Druggist as integrant of the team to multidiscipline. Keywords: Pharmaceutical attention; Dader method; Aged; Polimedicação.

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – Classe de anti-hipertensivos ............................................................... 16 QUADRO 2 – Fatores de risco para polifarmácia ...................................................... 25 QUADRO 3 - Medicamentos administrados pela paciente antes da intervenção .................................................................................................................................. 30 QUADRO 4 – Medicamentos administrados pela paciente após a intervenção .................................................................................................................................. 33 QUADRO 5 – Tabela demonstrativa de medicamentos para ajustes de horários de tomadas das medicações ......................................................................................... 45

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 14

1.1 Hipertensão arterial sistêmica ................................................................... 14

1.2 Diabetes Mellitus....................................................................................... 17

1.3 Dislipidemia .............................................................................................. 20

1.4 O idoso polimedicado ............................................................................... 22

1.5 Polifarmácia .............................................................................................. 24

2. OBJETIVO ............................................................................................................. 27

3. METODOLOGIA .................................................................................................... 28

4. RESULTADOS ...................................................................................................... 29

4.1 Primeira visita ........................................................................................... 29

4.2 Relatório da paciente ................................................................................ 29

4.3 Medicações administradas pela paciente ................................................. 30

4.4 Segunda visita .......................................................................................... 31

4.5 Interações medicamentosas ..................................................................... 31

4.6 Terceira Visita ........................................................................................... 32

4.7 Interações Medicamentosas .................................................................... 34

5. DISCUSSÃO ......................................................................................................... 38

6. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 40

ANEXO I ............................................................................................. .................... 43

ANEXO II ................................................................................................................... 44

ANEXO III .................................................................................................................. 45

ANEXO IV ................................................................................................................. 46

ANEXO V .................................................................................................................. 47

ANEXO VI ................................................................................................................. 48

ANEXO VII ................................................................................................................ 49

ANEXO VIII ............................................................................................................... 50

ANEXO IX ................................................................................................................. 51

ANEXO X .................................................................................................................. 52

ANEXO XI ................................................................................................................. 53

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INTRODUÇÃO

Atenção Farmacêutica foi definida pela primeira vez por Hepler e Strand

(1990) como a provisão responsável do tratamento farmacológico como propósito de

alcançar resultados concretos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes.

(Guia Farmacoterapêutico HC 2005-2007)

De acordo com a Organização de Saúde, Atenção Farmacêutica é um

conceito de prática profissional em que o paciente é o mais importante beneficiado

das ações do Farmacêutico. È um conjunto de atitudes, comportamentos,

compromissos, inquietudes, valores éticos, funções, conhecimentos,

responsabilidades e habilidades do Farmacêutico na prestação da farmacoterapia,

com objetivo de alcançar resultados terapêuticos definidos para saúde e qualidade

de vida do paciente. (Guia Farmacoterapêutico HC 2005-2007)

A Atenção Farmacêutica classifica-se em duas modalidades: Global e Grupos

de Risco (FAUS, 1999).

A primeira refere-se ao seguimento que o farmacêutico faz de todos os

tratamentos com medicamentos, basicamente com dois propósitos: (a) conseguir os

objetivos previstos ao iniciar o tratamento por prescrição médica, por indicação

farmacêutica ou por auto-medicação assistida e (b) evitar possíveis reações

adversas ou de toxicidade (FAUS, 1999).

A Atenção Farmacêutica em Grupos de Risco é a modalidade centrada em

controlar a farmacoterapia dos pacientes com enfermidades crônicas ou em

situações especiais, que requerem a utilização de medicamentos durante longos

períodos ou por toda a vida. Os pontos necessários para implantar esta modalidade,

são: (a) decidir o grupo de pacientes; (b) adquirir conhecimentos claros e amplos

sobre a patologia dos pacientes eleitos e sobre sua farmacoterapia; (c) identificar os

pacientes candidatos à participação no programa; (d) convencer o paciente a

participar do programa; (e) obter e manter a ficha do paciente; (e) educar o paciente

sobre os aspectos de sua patologia que seja necessário que ele conheça, sobre o

seu tratamento e sobre hábitos saudáveis que melhorem sua qualidade de vida; (f)

planejar os objetivos terapêuticos que se deseja conseguir, (g) fazer um seguimento

do tratamento farmacológico do paciente; (h) intervir quando surgirem situações que

possam afetar o curso da patologia do paciente ou sua qualidade de vida e avaliar

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os resultados obtidos e tomar decisões dependendo do sentido dos mesmos (FAUS,

1999).

O conhecimento das propriedades básicas dos fármacos e de sua ação

farmacológica é de fundamental importância para a realização de uma terapêutica

adequada. Além disso, o uso de mais de uma substância ou fármaco para fins

terapêuticos ou não, podem levar à interação entre si, aumentando os riscos aos

pacientes, às vezes, maiores do que aqueles inerentes à própria doença tratada.

(MELO, 1998)

As interações medicamentosas (IM) podem ser definidas como qualquer

alteração da resposta previsível da ação de um fármaco, conseqüentes da ação

concomitante ou da modificação do efeito de um fármaco devido à presença ou ação

simultânea de outro (SIERRA et al., 1997).

Quando existe interação entre duas ou mais drogas, pode ocorrer

indiferentismo farmacológico, na qual cada fármaco age independentemente do

outro; interação farmacodinâmica, na qual uma das drogas interfere sobre as outras,

podendo causar sinergismo, antagonismo parcial ou total, e, conseqüentemente,

alterando o efeito esperado, qualitativa ou quantitativamente, ou provocando novas

doenças (MELO, 1998); interação físico-química, na qual um ou mais fármacos

poderão sofrer mudanças químicas em suas estruturas mediante à interação

fármaco/fármaco ou fármaco/alimento; ou ainda, interação farmacocinética,

relacionada a alterações na absorção, metabolismo e excreção. (SEHN, 2003).

Por outro lado, interação medicamentosa (IM) podem também levar a efeitos

benéficos para o organismo e, potencialmente, serem utilizadas para aumentar os

efeitos terapêuticos ou reduzir a toxicidade de um determinado fármaco (MELO,

1998).

O método Dáder se baseia na obtenção da história Farmacoterapêutica do

paciente, isto é, os problemas de saúde que ele apresenta e os medicamentos que

utiliza, e na avaliação de seu estado de situação em uma data determinada, a fim de

identificar e resolver os possíveis Problemas Relacionados com os Medicamentos

(PRM) apresentados pela paciente. Após esta identificação, são realizadas as

intervenções farmacêuticas necessárias para resolver os PRM e posteriormente são

avaliados os resultados obtidos. O conceito de Problemas Relacionados com os

Medicamentos (PRM) encontra-se definido no Segundo Consenso de Granada

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como: problemas de saúde, entendidos como resultados clínicos negativos,

derivados de tratamento farmacológico que, produzidos por diversas causas tem

como conseqüência, o não alcance do objetivo terapêutico desejado ou o

aparecimento de efeitos indesejáveis (MACHUCA et al., 2004).

Os possíveis problemas relacionados a medicamentos (PRM) serão avaliados

seguindo roteiro aplicado na metodologia DÁDER.:

1- Oferta do serviço a paciente e assinatura do termo de consentimento livre e

esclarecido (TCLE);

2- Avaliação dos medicamentos que estão sendo utilizados pela paciente;

3- Análise de exames laboratoriais (anteriores e atuais);

4- Acompanhamento na evolução do quadro clínico e prestar Atenção Farmacêutica

5- Aplicação da metodologia DÁDER para possíveis PRM (problemas relacionados a

medicamentos) na prescrição da paciente

6- Baseado na literatura avaliar o quadro clínico e propor mudanças conjuntas com o

médico na prescrição da paciente;

7- Reavaliar o quadro clínico e verificar se foi solucionado os PRM, em caso

negativo, retornar ao item 2.

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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 Hipertensão Arterial Sistêmica

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial

caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Associa-se

frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração,

encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente

aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não-fatais. (VI Diretriz

Brasileira de Hipertensão Arterial, 2010).

A hipertensão arterial sistêmica é o maior fator de risco para doença

coronariana em mulheres e homens. Estudo da American Heart Association mostrou

que sua prevalência aumenta com a idade. (JUNIOR et al, 2000).

De acordo com o Boletim Global de Doenças Relacionadas a Hipertensão

morrem a cada ano 7,6 milhões de pessoas em todo o mundo devido a hipertensão

(VI Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, 2010).

Cerca de 80% dessas mortes ocorrem em países em desenvolvimento como

o Brasil, sendo que mais da metade das vítimas têm entre 45 e 69 anos. A

hipertensão arterial é responsável, segundo o documento, por 54% de todos os

casos de acidente vascular cerebral (AVC) e 47% dos casos de infarto, fatais e não

fatais, em todo o mundo. Na última década, a hipertensão fez mais de 70 milhões de

vítimas fatais. (VI Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, 2010).

No Brasil, a hipertensão afeta mais de 30 milhões de brasileiros (36% dos

homens adultos e 30% das mulheres) e é o mais importante fator de risco para o

desenvolvimento das doenças cardiovasculares (DCV), com destaque para o AVC e

o infarto do miocárdio, as duas maiores causas isoladas de mortes no país. (VI

Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, 2010).

Apesar do reconhecimento da hipertensão como uma entidade de

prevalência elevada, seu tratamento continua inadequado. Estudos Americanos

demonstram que apenas 27% dos hipertensos mantém um controle satisfatório da

PA (< 140/90 mmHg). Apesar de devidamente diagnosticados, apenas 50% dos

pacientes utilizam medicação de forma regular. Isto se deve principalmente ao

caráter assintomático da hipertensão durante seus 15 a 20 primeiros anos de

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evolução, sendo difícil convencer um paciente do perigo em potencial que corre e da

necessidade de mudar seu estilo de vida e principalmente da necessidade de utilizar

as medicações (MANO, 2009).

No Brasil os dados são piores, com 50,8% de índice de conhecimento da

doença em portadores, 40,5% de tratamentos regulares e apenas 10,4 % de

controle satisfatório. As taxas de controle inferiores se associaram a idade

avançada, obesidade e baixo nível educacional. Um dos principais fatores de risco

para complicações cardiovasculares é a hipertensão arterial, pois atua diretamente

na parede das artérias, podendo produzir lesões. Daí a importância do tratamento

anti-hipertensivo na redução da morbidade e mortalidade cardiovasculares,

principalmente na prevenção de acidentes vasculares, insuficiência cardíaca e renal

(PESSUTO & CARVALHO, 1998).

Vários estudos mostram que existem alguns fatores, considerados fatores de

risco que, associados entre si e a outras condições, favorecem o aparecimento da

hipertensão arterial, sendo: idade, sexo, antecedentes familiares, raça, obesidade,

estresse, vida sedentária, álcool, tabaco, anticoncepcionais, alimentação rica em

sódio e gorduras (PESSUTO & CARVALHO 1998).

O tratamento não-medicamentoso pode controlar a hipertensão leve; quando

associado com o tratamento farmacológico, pode melhorar o controle do paciente

com hipertensão moderada/ grave. A boa adesão ao tratamento não-farmacológico e

ao tratamento farmacológico da hipertensão constitui tarefa difícil. Existem várias

medidas não-farmacológicas que, quando praticadas, resultam em grande benefício

em relação ao controle da pressão arterial e co-morbidades comumente encontradas

no paciente hipertenso. Dentre as medidas com eficácia comprovada e de melhor

impacto na pressão arterial, merecem destaque a redução do peso, a redução do

sódio da dieta e a prática regular de atividade física (LOPES et al, 2003).

Há inúmeros registros observacionais de maior incidência de hipertensão e

patologias cardiovasculares em pessoas com obesidade, sedentárias e ainda

consumidoras em excesso de sal e álcool. Com a alta prevalência de obesidade, de

alcoolismo e de sedentarismo em nosso meio, há largo campo para todas as

tentativas, motivações e ensaios para melhorar este perfil. Por outro lado, ainda são

muito pouco numerosos os trabalhos mostrando os benefícios no prazo superior a 5

anos. Embora citados e recomendados por todos, ainda faltam estudos de

efetividade de mudanças de estilo de vida sugeridas em uma grande comunidade e

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seu impacto sobre algumas doenças, como é o caso da hipertensão arterial.

(BARRETO et al, 2002).

Todos os pacientes hipertensos devem ser tratados. Devemos sempre no

início orientá-los sobre as medidas não farmacológicas que auxiliam no controle da

doença. Se essas medidas não forem suficientes para o controle da hipertensão, o

paciente deverá iniciar o tratamento medicamentoso. O objetivo principal do

tratamento farmacológico não é reduzir sintomas, uma vez que quase a totalidade

dos pacientes é assintomática. O objetivo é prevenir as complicações

cardiovasculares. A lista de medicamentos disponíveis para o tratamento da

hipertensão arterial é enorme. São seis grupos de fármacos com diferentes

mecanismos de ação e diferentes critérios de prescrição que são utilizados

rotineiramente para o tratamento de hipertensão (Quadro 1). Podemos dizer que

todos são eficazes, com pequenas diferenças entre eles. Na verdade nenhum

grande estudo documentou superioridade de um medicamento sobre os outros. As

pesquisas vêm demonstrando que cada medicamento isoladamente controla a

hipertensão em cerca de 50 a 60% dos pacientes, se utilizarmos corretamente o

medicamento, cerca de 70% atingem os níveis preconizados de pressão (BARRETO

et al, 2002).

Quadro 1: Classe de Anti-Hipertensivos

1. Diuréticos

2. Beta-bloqueadores

3. Vasodilatadores diretos

4. Inibidores da enzima conversora de angiotensina

5. Antagonistas dos canais de cálcio

6. Antagonistas dos receptores da angiotensina II

(Adaptado de: BARRETO et al, 2002).

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1.2 Diabetes Mellitus (DM)

O diabetes é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por

hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários

órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sangüíneos.

Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos

patogênicos específicos, por exemplo, destruição das células beta do pâncreas

(produtoras de insulina), resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da

insulina, entre outros (BRASIL, 2006).

O diabetes mellitus é um distúrbio no qual a concentração sérica (do sangue)

de glicose (um açúcar simples) encontra-se anormalmente elevada, pois o

organismo não libera ou não utiliza a insulina de modo adequado. Freqüentemente,

os médicos utilizam o termo completo diabetes mellitus, ao invés de diabetes

isoladamente, para diferenciá-lo do diabetes insípido, uma doença relativamente

rara. A concentração sérica de açúcar (glicose) varia durante o dia, aumentando

após uma refeição e retornando ao normal em 2 horas. A insulina, um hormônio

liberado pelo pâncreas, é a principal substância responsável pela manutenção da

concentração sérica adequada de glicose. Ela permite que a glicose seja

transportada para o interior das células, de modo que estas produzam energia ou

armazenem a glicose até a sua utilização ser necessária. A elevação da

concentração sérica de glicose após comer ou beber estimula o pâncreas a produzir

insulina, impedindo um maior aumento da concentração sérica de glicose e fazendo

com que ela diminua gradualmente. Como os músculos utilizam glicose como fonte

de energia, a sua concentração sérica também pode diminuir durante a atividade

física. (Manual Merck 2008)

Atualmente são três os critérios aceitos para o diagnóstico de diabetes

mellitus:

sintomas de poliúria, polidipsia e perda ponderal acrescidos de

glicemia casual acima de 200mg/dl. Compreende-se por glicemia

casual aquela realizada a qualquer hora do dia, independentemente

do horário das refeições.

glicemia de jejum ≥ 126mg/dl (7 milimois). Em caso de pequenas

elevações da glicemia o diagnóstico deve ser confirmado pela

repetição do teste em outro dia.

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glicemia de 2 horas pós-sobrecarga de 75g de glicose acima de

200mg/dl, o teste de tolerância à glicose deve ser efetuado com os

cuidados preconizados pela OMS com colheita para diferenciação de

glicemia em jejum e 120 minutos após a ingestão de glicose.

(DIRETRIZES SBD 2007)

Uma epidemia de diabetes mellitus (DM) está em curso. Em 1985 estimava-

se que existissem 30 milhões de adultos com DM no mundo; esse número cresceu

para 135 milhões em 1995, atingindo 173 milhões em 2002, com projeção de chegar

a 300 milhões no ano 2030. (DIRETRIZES SBD. 2006)

No Brasil, no final dos anos 1980, a prevalência de DM na população adulta

foi estimada em 7,6% dados mais recentes apontam para taxas mais elevadas,

como 12,1% no estudo de Ribeirão Preto-SP. A influência da idade na prevalência

de DM e na tolerância à glicose diminuída foi bem evidenciada pelo Estudo

Multicêntrico sobre a Prevalência do Diabetes no Brasil, no qual se observou

variação de 2,7% para a faixa etária de 30-59 anos e de 17,4% para a de 60-69

anos, ou seja, um aumento de 6,4 vezes. (DIRETRIZES SBD. 2006)

Quando o paciente com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) não responde ou

deixa de fazê-lo adequadamente as medidas não-medicamentosas, devem ser

indicados agentes antidiabéticos, com o objetivo de controlar a glicemia e promover

a queda da hemoglobina glicada, os mecanismos de resistência a insulina (RI), a

falência progressiva da célula beta, os múltiplos transtornos metabólicos

(disglicemia, dislipidemia e inflamação vascular) e as repercussões micro e

macrovasculares que acompanham a história natural do DM2 também devem ser

objetivos lembrados. Estudos epidemiológicos sustentam a hipótese de uma relação

direta e independente entre os níveis sanguíneos de glicose e a doença

cardiovascular (DCV). Nesse sentido, a ausência de um limiar glicêmico em

indivíduos diabéticos e a persistência dessa relação em não-diabéticos sugerem que

a glicemia é uma variável continua de risco, da mesma forma que outros fatores de

risco cardiovascular. Assim, o tratamento tem como meta a normoglicemia, devendo

dispor de boas estratégias para a sua manutenção em longo prazo. Em verdade, um

dos objetivos essenciais no tratamento do DM2 deve ser a obtenção de níveis

glicêmicos tão próximos da normalidade quanto é possível alcançar na prática

clínica. Em concordância com a tendência mais atual das sociedades médicas da

especialidade, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) recomenda que a meta

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para hemoglobina glicada (HbA1c) seja inferior a 6,5%. Ressalte-se, ainda, que a

SBD mantém a recomendação de que os níveis de HbA1c sejam mantidos nos

valores mais baixos possíveis, sem aumentar desnecessariamente o risco de

hipoglicemias, principalmente em pacientes insulinizados. Nesse caminho, os

agentes antidiabéticos devem ser indicados quando os valores glicêmicos

encontrados em jejum e/ou pós-prandiais estiverem acima dos requeridos para o

diagnóstico do DM. (DIRETRIZES SBD. 2007).

O tratamento não-farmacológico dispensado ao portador do DM2 incluem as

seguintes estratégias: educação, modificações do estilo de vida, prática de atividade

física, reorganização dos hábitos alimentares, redução de peso e diminuição ou

abandono de alguns vícios prejudiciais à saúde, como tabagismo e alcoolismo.

Assim, é possível afirmar que a mudança dos hábitos possa retardar ou prevenir o

desenvolvimento de complicações, reduzindo substancialmente o custo com essa

enfermidade. No entanto, a mudança no estilo de vida não é tão simples e depende

de fatores psicológicos, sociais e econômicos, sendo importante que o cuidado

prestado a esse paciente seja conduzido por uma equipe interdisciplinar (GUIDONI,

2009)

O retardo para o inicio do tratamento do DM pode acarretar no

desenvolvimento de doenças cardiovasculares, retinopatias, neuropatias

autonômicas e periféricas, nefropatias, doença vascular periférica, aterosclerose,

doença cerebrovascular, hipertensão, susceptibilidade a infecções e doenças

peridontais.(ARSA et al, 2009)

Em relação ao tratamento medicamentoso, existem diversas opções que

podem ser utilizadas isoladamente ou em associações. Com finalidade prática, os

antidiabéticos orais podem ser classificados em duas categorias: os que não

aumentam a secreção de insulina - anti-hiperglicemiante e os que aumentam a

secreção de insulina - hipoglicemiante. A insulina também é uma alternativa no

tratamento do DM2. Os medicamentos que não aumentam a secreção de insulina,

quando usados em monoterapia, não estão relacionados com o aparecimento de

hipoglicemia e, portanto, podem ser utilizados com segurança desde o início da

enfermidade. Fazem parte deste grupo: metformina (biguanida), rosiglitazona e

pioglitazona (tiazolidinedionas ou glitazonas) e acarbose (inibidor da alfa-

glicosidase). Os medicamentos que aumentam a oferta de insulina são conhecidos

como os secretagogos de insulina. Compreendem as sulfoniluréias (clorpropamida,

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glibenclamida, gliclazida, glipizida, e glimepirida) e as glinidas (nateglinida e

repaglinida). Qualquer que seja o esquema terapêutico, o controle glicêmico é de

fundamental importância na prevenção ou redução das complicações micro e macro

vasculares(GUIDONI, 2009)

No entanto, independente do tipo de tratamento, ocorre uma piora progressiva

da função da célula beta pancreática, sendo que após 9 anos de terapia, 75% dos

pacientes necessitam associação de múltiplos recursos para manter o controle

glicêmico. Este quadro progressivo é uma evolução natural da enfermidade,

entretanto pode ser acelerado quando o esquema terapêutico prescrito não é

cumprido adequadamente, pois a adesão ao tratamento é em média de 50%

(GUIDONI, 2009)

1.3 Dislipidemia

O acúmulo de quilomícrons e/ou de VLDL no compartimentoplasmático

resulta em hipertrigliceridemia e decorre da diminuição da hidrólise dos triglicérides

destas lipoproteínas pela lipase lipoprotéica ou do aumento da síntese de VLDL.

Variantes genéticas das enzimas ou apolipoproteínas relacionadas a estas

lipoproteínas podem causar ambas alterações metabólicas, aumento de síntese ou

redução da hidrólise. O acúmulo de lipoproteínas ricas em colesterol como a LDL no

compartimento plasmático resulta em hipercolesterolemia. Este acúmulo pode

ocorrer por doenças monogênicas, em particular, por defeito no gene do receptor de

LDL ou no gene da apo B100. Centenas de mutações do receptor de LDL foram

detectadas em portadores de hipercolesterolemia familiar, algumas causando

redução de sua expressão na membrana, outras, deformações na sua estrutura e

função. Mutação no gene que codifica a apo B100 pode também causar

hipercolesterolemia através da deficiência no acoplamento da LDL ao receptor

celular. Mais comumente, a hipercolesterolemia resulta de mutações em múltiplos

genes envolvidos no metabolismo lipídico, as hipercolesterolemias poligênicas.

Nestes casos, a interação entre fatores genéticos e ambientais determina o fenótipo

do perfil lipídico. (IV DIRETRIZ BRASILEIRA SOBRE DISLIPIDEMIAS E

PREVENÇÃO DA ATEROSCLEROSE, 2007).

Durante os últimos trinta anos presenciamos declínio razoável da mortalidade

por causas cardiovasculares em países desenvolvidos, enquanto elevações

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relativamente rápidas e substanciais têm ocorrido em países em desenvolvimento,

dentre os quais o Brasil. De acordo com as projeções da Organização Mundial de

Saúde, esta tendência de elevação na doença cardiovascular tende a persistir,

agravando ainda mais o quadro de morbidade e mortalidade elevadas nestes No

Brasil foram avaliados os níveis séricos de colesterol total em regiões específicas.

Estudo conduzido em nove capitais, envolvendo 8.045 indivíduos com idade

mediana de 35 + 10 anos, no ano de 1998, mostrou que 38% dos homens e 42%

das mulheres possuem colesterol total > 200 mg/dL. Neste estudo, os valores do

colesterol total foram mais altos no sexo feminino e nas faixas etárias mais elevadas.

(IV DIRETRIZ BRASILEIRA SOBRE DISLIPIDEMIAS E PREVENÇÃO DA

ATEROSCLEROSE, 2007)

Inúmeros estudos de intervenção terapêutica sobre as dislipidemias sejam

pelas modificações no estilo de vida, utilizações de tratamento farmacológico ou

mesmo medidas alternativas, vem demonstrando, nos últimos anos, que por meio da

correção do perfil lipídico é possível alterar a evolução das lesões ateroscleróticas

das coronárias, diminuindo a morbidade e a mortalidade delas decorrentes. Frente

ao conhecimento de que as medidas de correção do estilo de vida têm um impacto

importante (terapia nutricional, atividade física e tabagismo), porém discreto, sobre

os níveis de colesterol sérico, os pacientes com dislipidemia mais acentuada e

aqueles de maior risco cardiovascular deverão receber tratamento medicamentoso

para o alcance das metas individualmente preconizadas (XAVIER, 2005).

Uma vez diagnosticados níveis lipídicos acima dos valores preconizados e

com indicação de tratamento farmacológico, devem-se, inicialmente, afastar causas

secundárias de hiperlipidemia, especialmente aquelas reversíveis, como o

hipotireoidismo, o alcoolismo, o diabetes mellitus não-compensado, ou, ainda,

decorrente de um estilo de vida inadequado, a falta de exercícios e a obesidade. O

segundo aspecto, muito relevante, é a verificação dos estados funcionais renais,

hepático e endócrino, para assegurarmos que o tratamento farmacológico não

provocará complicações como miosite e rabdomiólise ou hepatite. O terceiro ponto a

ser levado em consideração refere-se ao uso de drogas que possam alterar

características farmacocinéticas do hipolipemiante, reduzindo ou aumentando sua

biodisponibilidade tecidual. Devem-se referencialmente titular as doses, iniciando-se

com as doses mais baixas dos fármacos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

CARDIOLOGIA, 2002).

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As principais classes terapêuticas utilizadas no tratamento das dislipidemias

são divididas em dois grupos: os medicamentos que atuam predominantemente no

LDL-c (estatinas ou inibidores da HMG-CoA redutase, ezetimiba, resinas de troca) e

medicamentos que atuam predominantemente nos triglicérides (fibratos ou

derivados do ácido fíbrico, ácido nicotínico e ácidos graxos ômega-3) (XAVIER,

2005).

Não devemos esquecer que na decisão terapêutica e na escolha do fármaco

mais apropriado, precisamos identificar o tipo de dislipidemia, e, o caso de

hipoalfalipoproteineima (HDL-c baixo) associada à hipercolesterolemia,

hipertrigliceridemia, ou ambas, qual o distúrbio predominante. (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. 2002)

1.4 O Idoso Polimedicado

Com o envelhecimento aumenta o número de doenças crônicas e com elas a

conseqüente necessidade de utilizar medicamentos para o seu controle. A existência

de múltiplas doenças na mesma pessoa implica com freqüência a prescrição de

fármacos de diferentes grupos terapêuticos, aumentando assim o risco de interações

medicamentosas. Alguns autores referem que pelo menos 85% dos idosos usam um

fármaco prescrito e a maioria usa mais do que um. A polimedicação constitui, então,

um perigo acrescido para o idoso e para ela podem contribuir o desejo expresso

pelo doente numa consulta de ser medicado; o doente omitir que está a ser

medicado com um ou mais fármacos, o que poderá levar as novas prescrições entre

outras (GALVÃO, 2006).

Além desses fatores existem outras alterações de órgãos e sistemas, da

função cognitiva, fatores financeiros e a existência de problemas de saúde

concomitantes. A não adesão que alguns autores referem oscilar entre os 21% e

55% é outro dos problemas potenciais no idoso, em particular se polimedicado, se

for incapaz de tomar os medicamentos corretamente, se os efeitos secundários

forem intensos ou desagradáveis ou se os custos de medicamentos forem

considerados como lesivos para o orçamento familiar. (PORTELA & MARTINS,

2008/09)

Das características do idoso que mais se associam com problemas com a

medicação estão entre outros, a apresentação atípica das doenças, ter mais de seis

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problemas de saúde crônicos ativos, a polimedicação e a susceptibilidade

aumentada a reações adversas de medicamentos (PORTELA,& MARTINS,2008/09)

O número médio de medicamentos usados pelos idosos está entre 2 e 5 e

tende a aumentar quando são considerados os medicamentos de venda livre. O fato

da utilização de mais de 4 fármacos já supõe em si mesmo um fator de risco para

que surja PRM (Problema Relacionado a Medicamentos), fato pelo qual, no idoso, o

aparecimento destes é muito mais freqüente por estarem normalmente

polimedicados (COSTA, 2003).

A ocorrência de reações adversas em idosos é estimada em 50,1 para cada

1000 pessoas por ano, das quais, 27,6% seriam evitáveis. Outros autores apontam

que 30% dos internamentos em pacientes idosos têm ligação com problemas

relacionados com medicamentos ou efeitos tóxicos destes. Estima-se que os custos

totais dos PRM cheguem a 177,4 bilhões de dólares por ano somente nos EUA

(CORRER et al 2007).

As alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas dos medicamentos nessa

população, entre outros problemas relativos a medicamentos, ocasionam o aumento

no risco do idoso sofrer reações adversas, interações medicamentosas clinicamente

relevantes e deletérias, além da baixa adesão ao tratamento. Dessa forma, a

assistência farmacêutica, se integrada à equipe multiprofissional, é essencial nos

cuidados ao paciente idoso nos diferentes cenários (ambientes), tais como o

domiciliar, hospitalar e o institucional de longa permanência. (NOVAES, 2007).

O Farmacêutico é o profissional de saúde que melhor pode conhecer a

medicação completa de um paciente na farmácia, incluindo os medicamentos de

venda livre (sem necessidade de prescrição) e a fitoterapia. Portanto, para detectar

PRM, será necessário manter uma comunicação adequada com a família do

paciente, com seu médico de família ou com o geriatra. Em alguns casos são

necessários ajustes posológicos e/ou o cuidado para evitar possíveis interações,

ineficácia do medicamento ou mesmo intoxicação (COSTA, 2003).

A atenção farmacêutica ao idoso, ou a qualquer outro paciente, pode ser

desenvolvida desde a assistência básica até a assistência de alta complexidade nos

diferentes locais de atuação do farmacêutico: drogarias, farmácias ambulatoriais, no

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hospital, em farmácias de manipulação, no centro de saúde e até mesmo em casa,

no caso, por exemplo, dos farmacêuticos atuantes no Programa Saúde da Família

ou outros programas de promoção da saúde (BISANOTO et al., 2007).

1.5 Polifarmácia

Ela tem sido definida de diferentes formas desde a qualidade da medicação

até a quantidade de medicamentos utilizados. A definição qualitativa é a prescrição,

administração ou uso de mais medicamentos do que está clinicamente indicado ao

paciente. A definição quantitativa da polifarmácia apresenta várias classificações,

partindo desde o uso de dois ou mais medicamentos, até o uso de seis ou mais. Há

ainda a classificação para polifarmácia subdividindo-a como polifarmácia menor -

uso de 2 a 4 medicamentos e polifarmácia maior uso de 5 ou mais medicamentos,

ou ainda subdividida em polifarmácia baixa 2 a 3 medicamentos, moderada 4 a 5

medicamentos, e alta maior que 5 e subdividida em grupos 1-3, 4-5, 6-8 e maior do

que 9 medicamentos. Além disso, o termo polifarmácia tem adquirido outras

conotações tais como uso de medicamentos inapropriados, ocorrência de interação

medicamentosa e efeito adverso de uma droga tratada com outra droga. A

polifarmácia é um importante indicador da qualidade da atenção à saúde dos idosos

independente de quais parâmetros serão considerados na sua definição o

importante é que se busque o diagnóstico de suas causas e se determine os

potenciais riscos para o idoso, a fim de se melhorar a qualidade da farmacoterapia

desse grupo tão vulnerável (SILVA, 2009).

Em geral, a elevada prevalência de doenças crônicas entre os idosos resulta

no intenso uso de medicamentos pelos mesmos. O fato da prescrição ser uma das

intervenções terapêuticas mais utilizadas pelos médicos, contribui significativamente

para a disseminação da prática da polifarmácia. Os medicamentos são prescritos

como substitutos de medidas não farmacológicas que poderiam trazer uma melhoria

de qualidade de vida, sendo a prescrição impulsionada pelo valor simbólico dos

medicamentos e algumas vezes essa prática resulta em mais prejuízos que

benefícios (SILVA, 2009).

No quadro 2 mostram-se os principais fatores de risco para polifarmácia,

descrito.(WERDER, 2003). Ele diz que além desses fatores, também de seve incluir

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outros, como hospitalizações recentes e aumento no número de atendimentos

clínicos, ressaltando que no idoso as morbidades existentes também são fatores de

risco.

Quadro 2 – Fatores de risco para polifarmácia.

Distúrbios Psiquiátricos Esquizofrenia Distúrbio bipolar Depressão Transtorno de personalidade Bordeline e outros transtornos de personalidades Abuso de substâncias (incluindo o habito de fumar)

Variáveis Demográficas Idade de 65 anos e mais Etnia Sexo feminino

Distúrbios Neurológicos Retardo mental Demência Dor crônica e dor facial Dor de cabeça (incluindo enxaqueca) Insônia Epilepsia

Variáveis psicosocial Baixa condição socioeconômica Baixo nível de educação Moradia em subúrbios Desemprego Automedicação

Distúrbio clínicos Doenças crônicas, múltiplas doenças Obesidade Diabetes Hipertensão crônica Doença arterio coronariana

Uso de medicamentos Agentes cardiovascular Antipsicóticos Estabilizantes de humor Antidepressivos Automedicação com aspirina

(Adaptado de Utilização de Medicamentos Por Idosos Brasileiros.2009)

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2. OBJETIVO

Objetivo deste trabalho é o de avaliar farmacoterapêuticamente um paciente

polimedicado atendido no consultório farmacêutico no município de Santos utilizando

o método Dáder de seguimento farmacoterapêutico.

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3. METODOLOGIA

Foi aplicada ao paciente do gênero feminino (M.H.A.G.P.) 65 anos,

hipertensa, diabética e hipercolesterolêmica, a Metodologia Dáder de Avaliação

Farmacoterapêutica no consultório farmacêutico da Universidade Santa Cecília

(Comitê de Ética da UNISANTA protocolo Nº.0001/2007) entre os meses de

NOVEMBRO de 2009 a Setembro de 2010.

O Método Dáder propõe um procedimento concreto para se detectar, a partir

da análise dos problemas de saúde que o paciente apresenta e dos medicamentos

que utiliza num determinado momento, a presença de algum Problema Relacionado

a Medicamentos (PRM). A partir daí, derivam se as intervenções farmacêuticas

correspondentes, nas quais o farmacêutico clínico, conjuntamente com o paciente e

seu médico decidem o que fazer em função dos conhecimentos e condições

particulares que afetam cada caso. Para identificação de Problemas Relacionados a

Medicamentos (PRM), o Método Dáder utiliza a classificação e a descrição

preconizadas pelo Segundo Consenso de Granada, a saber:

Necessidade

PRM 1 - O doente tem um problema de saúde por não utilizar a medicação que

necessita;

PRM 2 - O doente tem um problema de saúde por utilizar um medicamento que não

necessita;

Efetividade

PRM 3 - O doente tem um problema de saúde por uma inefetividade não quantitativa

da medicação;

PRM 4 - O doente tem um problema de saúde por uma inefetividade quantitativa da

medicação;

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28

Segurança:

PRM 5 - O doente tem um problema de saúde por uma insegurança não quantitativa

de um medicamento

PRM 6 - O doente tem um problema de saúde por uma insegurança quantitativa

de um medicamento.

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4. RESULTADOS

4.1 Primeira Visita

Na primeira visita foram obtidas informações através da aplicação da metodologia

Dáder. Para tanto avaliamos a Sra. M. H. A. G. P. e procedemos à aferição de

pressão arterial e avaliação de IMC, cujos dados são expressos a seguir:

4.2 Relatório da paciente:

A paciente M. H. A. G. P. compareceu ao consultório farmacêutico no dia

07/10/2009, a mesma apresentava uma fisionomia abatida, membros inferiores

levemente edemaciados, pressão arterial de 150 x 90, aferida as 20h30min e sua

respiração levemente ofegante, IMC 34,05 (obesidade leve grau 1). A paciente

relatava que não tinha uma vida normal, que já estava cansada de sua rotina, pois

tomava uma quantidade excessiva de medicamentos e que eram tantos que a às

vezes se confundia na hora de administrá-los, também relatou que não tinha uma

boa noite de sono há algum tempo, pois acordava de duas em duas horas para

urinar na madrugada e isso era o que mais a incomodava.

Relatou também que sentia algumas dores na região do pescoço e

principalmente nas pernas, porém havia dificuldade de identificar o lugar preciso da

dor e que essa dor era contínua e também incomodava muito. No final da consulta a

paciente forneceu alguns exames laboratoriais e demonstrou muita confiança em

seus médicos, relatando que alguns deles já à tratavam há um bom tempo e a

mesma não desejava trocar, mesmo assim demonstrou interesse em participar do

nosso projeto, aceitando as nossas propostas de intervenções para melhor a sua

qualidade de vida.

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4.3 Medicações administradas pela paciente:

Quadro 3 – Quadro demonstrativo dos medicamentos administrados pela paciente antes da

intervenção.

Medicamentos Manhã Tarde Noite

Stavigile® 200 mg (modafinil)

X

Cymbalta® 60 mg (duloxetina)

X

Lotar® 5 mg + 100 mg (anlodipina + losartana)

X

Anlodipina® 5 mg

X

Concor® 10 mg (bisoprolol)

X

Indapem SR® 1,5 mg (indapamida)

X

Actos® 30 mg (pioglitazona)

X X

Zyloric® 300 mg (alopurinol)

X

Omeprazol® 20 mg

X

Synthroid® 125 mg (levotiroxina)

X

(Almoço)

Lipless® 100 mg (ciprofibrato)

X

(Almoço)

Sifrol® 0,125 mg (pramipexol)

X

(Almoço)

Combiron® 0,125 mg (polivitamínico)

X

(Almoço)

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31

4.4 Segunda Visita:

Foi enviada uma carta ao prescritor relatando as possíveis interações

medicamentosas e intervenções nas posologias dos medicamentos administrados

pela paciente (anexo)

4.5 Interações medicamentosas:

1- Risco moderado de interação medicamentosa entre o Actos® 30 mg (pioglitazona)

e o Indapen sr® 1,5 mg (indapamida)

Risco da perda da eficácia do Actos® 30 mg (pioglitazona) com necessidade

futura do aumento da dose terapêutica ou inclusão de novo medicamento para

terapia do Diabetes mellitus visto que diuréticos tiazídicos tais como o Indapem

SR® 1,5 mg (indapamida) podem diminuir a sensibilidade da ação da insulina

sobre seu receptor podendo levar à intolerância à glicose e a hiperglicemia.

Risco: Hiperglicemia

2- Risco moderado de interação medicamentosa entre o Actos® 30 mg (pioglitazona)

e o Lipless® 100 mg (ciprofibrato)

O ciprofibrato pode aumentar os efeitos hipoglicêmicos dos agentes

antidiabéticos através do aumento da sensibilidade de ação da insulina e pela

diminuição da secreção de glucagon. Deste modo pacientes que recebam estes

medicamentos em associação devem realizar rotineiramente controle glicêmico

para avaliação de eventuais ajustes de doses destas medicações.

Risco: Hipoglicemia

3- Risco moderado de interação medicamentosa entre os medicamentos anti-

hipertensivos e o agente antidepressivo

Considerando que a paciente faz uso diário de 4 medicamentos anti-

hipertensivos (anlodipina + losartana + indapamida + bisoprolol) há risco da

ocorrência de interações medicamentosas entre tais fármacos podendo

desencadear quadros esporádicos de hipotensão. Levando-se em conta ainda

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que o agente antidepressivo Cymbalta® 60 mg (duloxetina) também pode

interagir com os anti-hipertensivos promovendo quadros de hipotensão no

paciente, deve-se levar em conta nesta situação clínica que a paciente deve

apresentar durante determinados períodos do dia quadros de queda de pressão

arterial sistêmica.

Risco: Hipotensão

4- Risco moderado de interação medicamentosa entre o Stavigile® 200 mg

(modafinil) e estimulantes do sistema nervoso central

Precauções: Evitar o uso associado de Stavigile® 200 mg (modafinil) com

estimulantes do sistema nervoso central tais como cafeína, antigripais,

broncodilatadores, anfetaminas podem promover estímulo exacerbado do

sistema nervoso central podendo desencadear irritabilidade, insônia e arritmias

cardíacas.

Risco: irritabilidade, insônia, arritmias cardíacas

5- Risco elevado de interação entre o Synthroid® 125 mg (levotiroxina) com

alimentos:

A presença de alimentos no trato gastrointestinal pode inibir a absorção de

hormônios da tireóide. Para minimizar tais riscos, hormônios da tireóide devem

ser administrados em jejum ao menos 30 a 60 minutos antes da primeira

refeição do dia.

Risco: queda do efeito terapêutico da levotiroxina

(Adaptado de Clinical Pharmacology) 4.6 Terceira visita

Foram obtidas as informações posteriores às intervenções sugeridas. A

paciente não compareceu ao consultório farmacêutico, porem tivemos acesso a

atual prescrição e a situação clínica, dados esses conseguidos através de relatos

feitos pelo doutor Luis Antonio de Arruda Aidar filho da mesma.

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33

Em sua nova prescrição observamos que a doutora M. H. F. A. A. pertencente

ao corpo clinico do Hospital do Coração situado na cidade de São Paulo e atual

cardiologista responsável pela paciente, promoveu alterações na prescrição,

pertinentes as alterações sugeridas em nosso relatório que foi encaminhado à

medica..

Quadro 4 – Quadro demonstrativo dos medicamentos administrados pela paciente após a

intervenção.

Medicamentos Manhã Almoço Jantar

Selozok® 50 mg

(Metoprolol)

X X

Pantoprazol® 20 mg

X

Atacand® HCT 16/12,5 mg

X X

Actos® 45 mg

(pioglitazona)

X

Olcadil® 1 mg

X

Atensina® 150mg

X X

ModuretIc® 25 mg

X

Clinfar® 20 mg

X

Ziloric® 300 mg

X

Anlodipino® 5 mg

X

Daflon® 500 mg

X X

Synthroid® 125 mg

X

X

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34

Sifrol® 0,125 mg

4.7 Interações Medicamentosas

1- Risco elevado de interação entre o Synthroid® 125 mg (levotiroxina) com

alimentos:

A presença de alimentos no trato gastrointestinal pode inibir a absorção de

hormônios da tireóide. Para minimizar tais riscos, hormônios da tireóide devem

ser administrados em jejum ao menos 30 a 60 minutos antes da primeira

refeição do dia.

Risco: queda do efeito terapêutico da levotiroxina

2- Risco alto de Interação entre ModuretIc® 25 mg, Atacand® HCT 16/12,5 mg.

ModuretIc® pode ter efeitos aditivos quando administrada com outros

agentes incluindo antihipertensivo outros diuréticos. Em alguns pacientes, estes

efeitos podem ser desejável, mas hipotensão ortostática é possível. Doses

devem ser corrigidas. Além disso, Modurectic pode reduzir o risco de

desenvolver hipocalemia devido aos seus efeitos potássio-poupante. Estes

agentes têm sido usadas como alternativas terapêuticas de potássio completa.

Os efeitos de Atacand® HCT de antihipertensivo ser aditivo com outros agentes,

includindo antihipertensivo diuréticos. Deste efeito aditivo pode ser desejável,

mas devem ser ajustados dosagens nesse sentido. Candesartano atenua

diurético-induzida perda de potássio (p. ex. tiazídicos diuréticos). Atacand® tende

a perda de potássio o inversor, mas não o soro ácido úrico origem associada

ModuretIc® como monoterapia. Em um estudo farmacocinético interagir, co-

gestão do Atacand® provocou um ligeiro mas houve redução estatisticamente

significante da AUC em Atacand®. no entanto, de uma diferença foi definida

dentro dos limites de bioequivalência. Co-gestão com Atacand® produziu um

aumento estatisticamente significativo na biodisponibilidade. Como com outras

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drogas obstruem efeitos do angiotensina II ou seu, o uso concomitante de

Atacand® com diuréticos potássio, os sais do potássio, ou os substitutos de sal

contêm o potássio podem conduzir aos aumentos não potássio soro. O uso de

diuréticos potássio-frugalmente (por exemplo, espironolactona.), de suplementos

ao potássio, ou de sais potássio pode conduzir aos aumentos significativos em

concentrações potássio soro. Conseqüentemente, concomitante de se usar

destes agentes com candesartan; o hidroclorotiazida é indicado por causa do

hipocalemia documentado, devem ser usados com cuidado e com monitoração

freqüente do potássio soro.

Risco: alto de interação medicamentosa entre eles causando hipotensão.

3- Risco moderado de interação entre ModuretIc® 25 mg, Atacand® HCT 16/12,5

mg e Anlodipino® 5 mg.

Atacand® HCT pode ter efeitos aditivos quando administrada com outros

agentes antihipertensivo incluindo outros diuréticos. Em alguns pacientes, estes

efeitos podem ser desejáveis, mas hipotensão ortostática é possível. Doses

devem ser ajustados em conformidade. Além disso, amilorida pode reduzir o

risco de desenvolver hipocalemia devido aos seus efeitos poupadores de

potássio. esses agentes têm sido utilizados como alternativas terapêuticas para

suplementos de potássio.

Anlodipino® pode ter efeitos de aditivo hipotensor com outros agentes

antihipertensivo incluindo alfa-bloqueadores, outros bloqueadores dos canais de

cálcio, vasodilatadores e diuréticos. Este efeito aditivo pode ser desejável, mas o

paciente deve ser monitorado cuidadosamente e a dose deve ser ajustada com

base na resposta clínica. O uso concomitante de bloqueadores dos canais de

cálcio de dihidropiridina e beta pode reduzir a angina e melhorar o exercício de

tolerância. Quando estas drogas são fornecidas juntos, no entanto, hipotensão e

desempenho cardíaco Visual podem ocorrer, principalmente em pacientes com

disfunção ventricular esquerda, arritmias cardíacas ou estenose aórtica.

Risco: moderado de hipotensão.

4- Risco moderado de interação entre ModuretIc® 25 mg, Atacand® HCT 16/12,5

mg e Selozok® 50 mg

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Atacand® HCT pode ter efeitos aditivos quando administrada com outros

agentes antihipertensivo incluindo outros diuréticos. Em alguns pacientes, estes

efeitos podem ser desejáveis, mas hipotensão ortostática é possível. Doses

devem ser ajustados em conformidade. Além disso, ModuretIc® pode reduzir o

risco de desenvolver hipocalemia devido aos seus efeitos poupadores de

potássio. esses agentes têm sido utilizados como alternativas terapêuticas para

suplementos de potássio.

Selozok® é um agente antihipertensivo, assim os seus efeitos são aditivos

com outros agentes antihipertensivo. Essa interação é muitas vezes usada

vantajosamente no tratamento da hipertensão arterial; contudo, doses inferiores

de cada agente podem ser necessários. Hipotensão pode ser potencializado

quando Beta é administrado com bloqueadores dos canais de cálcio de tipo

dihidropiridina, mais notavelmente rápida liberação nifedipine. Nicardipina foi

relatado aumento das concentrações plasmáticas e oral biodisponibilidade de

certas Beta (por exemplo, metoprolol, propranolol). É prudente evitar o uso de

beta com guanetiidina, Reserpina, ou outros alcalóides de que têm uma alta

incidência de hipotensão ortostática devido à depleção de catecolamina, desde

que o beta irá interferir com reflexo taquicardia.

Risco: moderado de hipotensão arterial.

5- Risco moderado de interação entre Anlodipino® 5 mg e Selozok® 50 mg

Anlodipino® pode ter efeitos de aditivo hipotensor com outros agentes

antihipertensivo incluindo alfa-bloqueadores, outros bloqueadores dos canais de

cálcio, vasodilatadores e diuréticos. Este efeito aditivo pode ser desejável, mas o

paciente deve ser monitorado cuidadosamente e a dose deve ser ajustada com

base na resposta clínica. O uso concomitante de bloqueadores dos canais de

cálcio de dihidropiridina e beta pode reduzir a angina e melhorar o exercício de

tolerância. Quando estas drogas são fornecidas juntos, no entanto, hipotensão e

desempenho cardíaco Visual podem ocorrer, principalmente em pacientes com

disfunção ventricular esquerda, arritmias cardíacas ou estenose aórtica.

Selozok® é um agente antihipertensivo, assim os seus efeitos são aditivos

com outros agentes antihipertensivo. Essa interação é muitas vezes usada

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vantajosamente no tratamento da hipertensão arterial; contudo, doses inferiores

de cada agente podem ser necessários. Hipotensão pode ser potencializado

quando Beta é co-administered com bloqueadores dos canais de cálcio de tipo

dihidropiridina, mais notavelmente rápida liberação nifedipina. Nicardipina foi

relatado aumento das concentrações plasmáticas e oral biodisponibilidade de

certas Beta (por exemplo, metoprolol, propranolol). É prudente evitar o uso de

beta com guanetidina, Reserpina, ou outros alcalóides, têm uma alta incidência

de hipotensão ortostática devido à depleção de catecolamina, desde que o beta

irá interferir com reflexo taquicardia.

Risco: moderado de hipotensão ortostática.

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5. DISCUSSÂO O tratamento de um idoso polimedicado, inclui medidas de intervenções de

equipe multidisciplinar, durante a primeira entrevista com a paciente foi relatado pela

mesma uma insatisfação em relação a sua saúde, devido a grande quantidade de

medicamentos prescritos, fator esse que a confundia na hora de administrá-los,

também relatou que acordava aproximadamente de 2 em 2 horas para urinar no

período noturno não tendo uma boa noite de sono conseqüentemente

permanecendo em estado de sonolência no período diurno. Através desses relatos e

analisando a prescrição, foram observadas algumas interações medicamentosas,

posologias inadequadas e possíveis reações adversas fatores esses que nos

possibilitaram elaborar uma carta ao prescritor sugerindo alterações na prescrição e

uma tabela de ajuste de horários contendo também algumas observações

pertinentes a cada medicamento e esta tabela destinada a paciente.

Durante a segunda entrevista foi entregue a carta destinada ao prescritor e a

tabela de ajustes a paciente. Nesta carta descrevemos que o Stavigile®

provavelmente esta sendo administrado devido as interações entre Lipless ,

Indapem SR e o Actos, promovendo alterações no quadro glicêmico provavelmente

acarretando em sonolência diurna, também foi descrito que o Indapem SR (efeito

terapêutico prolongado) estava sendo administrado no período vespertino garantindo

efeito terapêutico também em período noturno, além da administração do Sifrol

também em período vespertino, o qual apresenta como efeito colateral clássico o

aumento da diurese, fatos estes que comprometem a qualidade do sono.

A paciente não compareceu ao consultório farmacêutico na data marcado

para a terceira entrevista, porem tivemos acesso ao seu estado clinico e sua nova

prescrição através de relatos feitos pelo seu filho no consultório do mesmo.

A intervenção farmacêutica é um ato planejado, documentado e realizado

junto ao usuário e profissionais de saúde, que visa resolver ou prevenir problemas

que interferem ou podem interferir na farmacoterapia, sendo parte integrante do

processo de acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico.

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39

6. CONCLUSÃO

Observou-se melhora no quadro clínico da paciente, após as intervenções

farmacêuticas e mudanças na prescrição, deste modo avaliamos que as

intervenções farmacêuticas foram importantes para auxiliar o prescritor e também

promover a melhora da qualidade de vida da paciente, mostrando que a inserção do

profissional farmacêutico na equipe multidisciplinar de saúde é de suma importância,

pois acrescenta segurança e melhor adesão ao tratamento.

O uso concomitante de vários fármacos em idosos é freqüente, o que pode

ocasionar varias interações medicamentosas indesejáveis. O acompanhamento de

um farmacêutico a esses pacientes altera para melhor o quadro presente, com

diversos benefícios, como: diminuir ou eliminar possíveis interações

medicamentosas indesejáveis; contribuir para diminuição das reações adversas a

medicamentos (RAM’s); esclarecer as duvidas sobre o uso de medicamentos.

Sugere-se ainda a participação efetiva dos estudantes de farmácia, estes poderiam

aplicar seus conhecimentos adquiridos em atenção farmacêutica na teoria

acadêmica, e contribuir para uma melhor qualidade de vida dos idosos.

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40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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41

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42

SCHULZ, I. Tratamento Das Dislipidemias – Como e Quando Indicar a Combinação De Medicamentos Hipoglicemiantes, vol. 50, nº 2; Abril 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/abem/v50n2/29318.pdf>. Acesso em 02.abr.2010 SEHN, R. et al. Interações medicamentosas potenciais em prescrições de pacientes hospitalizados. Pharmacia Brasileira, v.3, n.39, set./out., 2003. Infarma, v.15, n.9/10, p. 77-81, set./out., 2003. SIERRA, P. et al. Interacciones farmacológicas potenciales y reales em pacientes em estado crítico. Revista Española del Anestesiologia y Reanimación, v.44, p.383-87, 1997. SILVA, A.L.. Estudos De Utilização De Medicamentos Por Idosos Braileiros, 2009. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/1843/EMCO-7SMMXC/1/disserta__o__anderson_silva_2009.pdf> . Acessado em 02.04.2010 Sociedade Brasleira de Cardiologia. Departamento de Aterosclerose. Dislipidemia: pocketbook – Rio de Janeiro: Diagraphic, 2002. 128p. p. 38-40

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ANEXO I

Santos, 16 de Novembro de 2009

Prezado Doutor

Nós do curso de Farmácia, da Universidade Santa Cecília, estamos com um

projeto que possui aprovação e apoio junto ao CNPq –Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico, através do projeto nº 402.694/2007-4,

intitulado ―Farmácia clínica: implementação do método Dáder como manual de

acompanhamento farmacoterapêutico a pacientes portadores de diabetes mellitus e

hipertensão arterial.”

O Método Dáder se baseia na obtenção da história farmacoterapêutica

do paciente, isto é, os problemas de saúde que ele apresenta e os medicamentos

que utiliza, afim de identificar e resolver os possíveis Problemas Relacionados com

os Medicamentos (PRM) apresentados pelo paciente. Após esta identificação, se

realizarão as intervenções farmacêuticas necessárias para resolver os PRM’s e

posteriormente se avaliarão os resultados obtidos. Trata-se de um projeto baseado

em metodologia difundida nos EUA e utilizada em alguns países europeus (por

exemplo, Espanha), além de ser prática diária do Serviço de Farmácia do Instituto

do Coração - InCor - HC.FMUSP, visando como único beneficiário o paciente.

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ANEXO II

Conforme relatos apresentados pela paciente a mesma vem apresentando

sonolência em período diurno, fato este que a leva a fazer uso do Stavigile® 200 mg

(modafinil). No entanto, tal sonolência pode ser em decorrência de prováveis

alterações de quadro glicêmico (hipoglicemia e hiperglicemia) em virtude das

prováveis interações medicamentosas citadas acima. Além disso, é provável que

quadros esporádicos de hipotensão também contribuir para tal desconforto relatado

pela mesma.

A paciente queixa-se também de elevada diurese em período noturno, fato

que compromete sua qualidade de sono. Possivelmente tal sintoma seja decorrente

do efeito terapêutico prolongado do Indapem SR® 1,5 mg (indapamida), tendo em

vista que a paciente faz uso do mesmo em período vespertino, garantindo deste

modo efeito terapêutico também em período noturno. Deste modo, orientamos a

mesma a fazer uso deste fármaco em período diurno. Conforme relatado em

literatura o medicamento Sifrol® 0,125 mg (pramipexol) também apresenta como

efeito colateral clássico o aumento da diurese. Considerando que a paciente utiliza

tal medicação também em período vespertino, pode ser que tal efeito seja sinérgico

ao efeito do medicamento diurético indapamida. Deste modo, orientamos a mesma a

fazer ingestão deste fármaco também em período diurno.

Reformo que a intenção do projeto é a de ajudar o médico e toda equipe

multidisciplinar no que se refere ao tratamento farmacológico e adesão do paciente

ao mesmo. Quaisquer dúvidas que julgar importante, fique a vontade para nos

procurar. Caso ache importante e se interesse, nos encaminhe pacientes

hipertensos e/ou diabéticos para auxiliá-los em sua farmacoterapia.

Atenciosamente,

Prof. Dr. Walber Toma

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ANEXO III

Quadro 5 – Quadro demonstrativo de medicamentos para ajustes de horários de tomadas das

medicações

Medicamento 06:00 12:00 14:00 18:00 22:00 24:00

Stavigile® 200 mg

(modafinil) X

Cymbalta® 60 mg

(duloxetina) X

Lotar® 5 mg + 100 mg

(anlodipina + losartana) X

Concor® 10 mg

(bisoprolol) X

Indapem SR® 1,5 mg

(indapamida) X

Actos® 30 mg

(pioglitazona) X X

Zyloric® 300 mg

(alopurinol)

X

(após

refeição)

Omeprazol 20 mg

X

(Imediatament

e antes da

refeição)

Apenas se

tiver dor de

estômago

Synthroid® 125 mg

(levotiroxina)

X

(Em jejum de

30 a 60

minutos antes

do café-da-

manhã)

Lipless® 100 mg

(ciprofibrato) X

Sifrol® 0,125 mg

(pramipexol) X

Combiron® 0,125 mg

(polivitamínico) X

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ANEXO IV

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47

ANEXO V

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48

ANEXO VI

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49

ANEXO VII

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ANEXO VIII

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ANEXO IX

TERMO DE CONSENTIMENTO À UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

_______________________________________________________________ (Nome),

portador (a) da Célula de Identidade RG nº: __________________________________,

e cadastrado(a) junto ao CPF sob o nº:_______________________________________,

residente e domiciliado na _________________________________________________

______________________________________________, CEP:___________-_______,

nascido em _____/_____/________, Sexo:____________________________________,

Fones: ( )____________________________________________________________,

E-mail:________________________________________________________________,

ciente das características e condições do Projeto: “FARMÁCIA CLÍNICA:

IMPLEMENTAÇÃO DO MÉTODO DÁDER COMO MANUAL DE

ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO A PACIENTES

PORTADORES DE DIABETES MELLITUS E HIPERTENSÃO ARTERIAL “ cujas

orientações recebi por escrito e verbalmente em reunião realizada no dia

_____/_____/________, requeiro minha inclusão no referido Projeto e desde já:

a) Dadas as minhas condições pessoais, de hipertensão e diabetes e uso contínuo de

medicamentos, isento a Universidade Santa Cecília e os respectivos profissionais de

quaisquer responsabilidades decorrentes de atividades correta e prudentemente

ministradas sob o ponto de vista técnico-científico, em especial das responsabilidades

civil, administrativa e criminal, em virtude de eventuais ocorrências.

b) Tenho ciência ainda que deverei, para acessar o Consultório Farmacêutico, localizado

no 6º andar do Bloco E, utilizar obrigatoriamente o elevador ali existente, sendo

vedada a utilização das escadas, salvo se devidamente orientado e acompanhado por

integrante da Instituição.

c) Declaro ainda que cedo minha imagem e os resultados obtidos em função da minha

participação, autorizando a UNISANTA a reproduzi-los ou divulgá-los junto à internet,

jornais, televisão e todos os demais meios de comunicação, públicos ou privados, sendo

que em nenhuma hipótese poderá a imagem ser utilizada de maneira contrária à moral,

aos bons costumes ou à ordem pública, mas sim sempre no sentido acadêmico,

científico, técnico, cultural e social.

d)Tenho ciência ainda que as atividades poderão ser interrompidas a qualquer momento,

a critério de qualquer uma das partes, mediante comunicação prévia.

e) Declaro:

( ) não tenho plano de saúde

( ) tenho o seguinte plano de saúde:_____________________________________

Em caso de alguma eventualidade, solicito, se possível, ser encaminhado para o

seguinte serviço de saúde: _________________________________________________

e que seja contatado(a) a(s) seguinte(s) pessoa(s), através do(s) respectivo(s)

telefone(s):_____________________________________________________________

Santos, ______/______/________, Assinatura: ________________________________

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ANEXO X

UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

Consultório Farmacêutico

ANAMNESE FARMACÊUTICA

--------------------------------------------------------------------------------------------------------

Nome:___________________________________________nº de registro:__________

Idade_______Sexo ( ) F ( ) M Data de Admissão: ___/___/___ Alta: ___/___/ ___

Profissão:________________Peso:_________Altura:_________

IMC:_______________

Médico Responsável

Dr(a)___________________________________________________

Professor responsável:

Alunos:

Diagnóstico Clínico:

A D

B E

C F

Informações sobre Exame Físico do Paciente:

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Hábitos de Vida: ( ) Tabagismo ( ) Narcóticos ( ) Alcoolismo

( ) Outros:_________________________________

Reação Adversa conhecida a algum medicamento/alimento? ( ) SIM ( ) NÃO

Quais?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Medicamentos em Uso:

A E I

B F J

C G L

D H M

Observação sobre o uso dos medicamentos:

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Exames Laboratoriais Alterados:

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

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53

ANEXO XI

UNIVERSIDADE SANTA CECILIA Consultório Farmacêutico

RELATÔRIO FARMACÊUTICO

Data Evolução Clínica / Conduta Farmacoterapêutica

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