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Boletim dos Amigos dos Açores – Associação Ecológica nº 31 2009 V i d á l i a • Plano de actividades 2009 \ Relatório de actividades 2008 • A Semente Estranha • Árvore rara no Jardim António Borges • SOS Cagarro • Os Bons Cagarros • Ecotecas

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Boletim dos Amigos dos Açores – Associação Ecológica nº 31 • 2009

V i d á l i a

• Plano de actividades 2009 \ Relatório de actividades 2008• A Semente Estranha• Árvore rara no Jardim António Borges• SOS Cagarro• Os Bons Cagarros• Ecotecas

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Sumário

Vidália

Boletim dos Amigos dos Açores– Associação Ecológica

Distribuição gratuita entre os sócios

Os artigos são da responsabilida-de dos autores e não representamobrigatoriamente a posição ofi-cial da Associação.

É permitida a reprodução e trans-crição, desde que citada a fonte eo autor

ApoioSecretaria Regional do

Ambiente e do Mar

Execução Gráfica e ImpressãoEGA

Empresa Gráfica Açoreana, Lda.

Órgãos sociais da Associação

DirecçãoPresidente

Sérgio Diogo CaetanoSecretário

Gilda PontesTesoureiro

Eduardo SantosVogais

Eva Almeida LimaJorge Cardoso

SuplentesLúcia Ventura

José Pedro Medeiros

CONSELHO FISCAL

PresidenteEmanuel Ponte

SecretárioArlinda Fonte

VogalNorberto Carreiro

SuplentesNuno Pimentel

Catarina Furtado

ASSEMBLEIA GERAL

PresidenteTeófilo Soares de Braga

Vice-PresidenteMaria Manuela Livro

SecretárioMário Furtado

SuplentesEduardo Almeida

José Melo

Sede SocialEstá instalada no edifício da Junta deFreguesia do Pico da Pedra, Avenidada Paz, 14. Ali se encontram todas aspublicações editadas e uma bibliote-ca especializada na temática ambien-tal. Os interessados poderão visitá-latodos os dias úteis das 9h às 12h e das13h às 17h. Aconselha-se a marcaçãoda visita. Contacto: Carla Oliveira,Tel. 296 498 004

Editorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3

Plano de actividades 2009 . . . . 4

Relatório de actividades 2008 . . 6

A Semente Estranha . . . . . . . . . .7

Árvore Rara no Jardim AntónioBorges .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

SOS Cagarro – brigadas nocturnas2008 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

SOS Cagarro – testemunho departicipação . . . . . . . . . . . . . . .12

Os Bons Cagarross . . . . . . . . . .13

Ecoteca de Ponta Delgada . . . .15

Ecoteca da Ribeira Grande . . .16

Publicações e Materiais paravenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18

Novos sócios . . . . . . . . . . . . . .19

Fotos da capa: Luís Noronha Botelho;contracapa: Jorge Cardoso

www.amigosdosacores.pt.vue-mail:[email protected]

Tel. 296 498 004Fax 296 498 006

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Editorial

Neste primeiro número do Boletim Vidália,do ano de 2009, apresentamos as actividades quese prevêem realizar no presente ano e uma síntesedas actividades realizadas no ano transacto.

O jovem Alex apresenta um depoimentosobre uma estranha semente e a respectiva árvoreque encontrou no Jardim António Borges, no decur-so de uma visita organizada pelos Amigos dos Aço-res. Segue-se um texto sobre a mesma árvore, daautoria de Raimundo Quintal, que guiou a dita visi-ta ao jardim, salientando a sua raridade no arqui-pélago.

Contudo, a maior parte deste boletim é dedi-cada à campanha SOS Cagarro, com testemunhosde alguns participantes da campanha de 2008 e apre-

sentação dos resultados das campanhas organiza-das pelas associações Amigos dos Açores e Ami-gos do Calhau, com especial enfoque para as bri-gadas nocturnas, que contaram com a colaboraçãode diversas entidades nas ilhas de São Miguel eSanta Maria.

Para finalizar são apresentados dois textossobre as actividades e projectos desenvolvidospelas Ecotecas de Ponta Delgada e da Ribeira Gran-de, geridas pelos Amigos dos Açores.

No final do boletim é apresentado mais umexemplo da Terra que não queremos… infelizmen-te ainda nos deparamos com vários cenários quenão queremos ter à nossa porta…na nossa Terra!

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Plano de Actividades 2009

1. Nota introdutóriaO Plano de Actividades para 2009 dos Amigos dosAçores - Associação Ecológica envolve um conjun-to de projectos relacionados com a protecção da natu-reza, a educação e participação ambiental, a práticade actividades de natureza e a fotografia de natureza.Decorrentes da recente reestruturação funcional, osgrupos de trabalho estarão no centro de todas as acti-vidades da Associação, constituindo–se como uni-dades operacionais que funcionarão de forma arti-culada com a Direcção.

2. Actividades a desenvolver em 20092.1. Actividades comuns aos diversos Grupos deTrabalhoDada a natureza multidisciplinar de algumas activi-dades, estas serão desenvolvidas de forma articula-da entre os diversos Grupos de Trabalho e coorde-nadas pela Direcção da Associação.2.1.1. Boletim VidáliaA publicação de artigos sobre a problemática dopatrimónio natural e construído e a divulgação dasactividades associativas, levam-nos a continuar aeditar, semestralmente, o Boletim Vidália, sendo,também, mantida a versão Web.2.1.2. Congressos, Seminários, Palestras e For-maçãoA participação em congressos, seminários e acçõesde formação, na área do ambiente e conservação daNatureza é fundamental para o desenvolvimento dasactividades da Associação, assim, pretende-se parti-cipar em encontros técnicos, científicos e associati-vos nesta área.Serão promovidas diversas iniciativas vocacionadaspara os associados e público geral (ciclos de pales-tras, debates e actividades formativas).2.1.3. Centro de Documentação dos Amigos dosAçoresA Associação continuará a dinamizar o Centro deDocumentação, onde pode ser consultada bibliogra-fia temática (meio físico, água, ar e solos, activida-des humanas, energia, conservação da natureza eresíduos, etc.), pesquisável online no website daAssociação. Continuar-se-ão a adquirir novas obrase materiais, bem como assinatura de revistas e pro-ceder-se-á à melhoria das instalações e do equipa-mento informático de apoio.O Centro de Documentação dos Amigos dos Açoresfunciona na sede do Museu local do Pico da Pedra,

Avenida da Paz, nº9, está aberto todos os dias das 9às 12h e das 13 h às 17h. Aconselha-se um pré-avisoda visita para os contactos da Associação.2.1.4. InternetPretendem-se continuar a introduzir alterações sig-nificativas na página Web da Associação, procuran-do um maior contacto com os associados e a socie-dade em geral.A disponibilização de materiais de trabalho para asdiversas actividades da Associação (e.g. Coastwatch,SOS Cagarro), a disponibilização de publicações,artigos e apresentações de autoria da Associação, umagaleria de fotos e conteúdos multimédia e um siste-ma de denúncias online estão, também, projectados.

2.2. Actividades do Grupo de Actividades deNatureza2.2.1. Conhecer para ProtegerTendo por objectivo principal a verificação in locodo estado do ambiente e a recolha de elementos paraa elaboração de itinerários de descoberta da nature-za e roteiros de percursos pedestres, realizar-se-ão12 passeios pedestres na ilha de São Miguel e 2 pas-seios pedestres extraordinários na ilha de São Jorge.Trimestralmente serão efectuadas saídas decampo/visitas de estudo a cavidades vulcânicas dailha de São Miguel, com intuito do seu melhor conhe-cimento e da sua monitorização ambiental.Ao longo do ano de 2009 decorrerão, também, visi-tas de estudo a áreas protegidas da Ilha de SãoMiguel.Para todas as saídas de campo serão desenvolvidosmateriais informativos de apoio.2.2.2. PedestrianismoPretendem-se continuar a editar e reeditar roteirosde percursos pedestres, bem como participar emeventos relacionados com o tema (acções de infor-mação, sensibilização e formação). Pretende-se,igualmente, realizar campanhas de levantamento denovos trilhos pedestres.A Associação continuará a fazer-se representar naComissão de Acompanhamento dos PercursosPedestres da Região Autónoma dos Açores.2.2.3. Gruta do Carvão (Troço do Paim)Aberta regularmente ao público desde Agosto de2007, a Gruta do Carvão – Troço do Paim é umamais-valia educacional e turística da Ilha de SãoMiguel.Os Amigos dos Açores continuarão a disponibilizar

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o apoio à sua visitação, com o acompanhamento devisitas de estudo destinadas a grupos escolares (pre-viamente marcadas e grátis) e o acompanhamento avisitas turísticas em horário próprio e diferenciado,durante todo ano.Uma vez consolidada a divulgação desta valênciaambiental junto da comunidade escolar, em 2009pretende-se encetar um reforço da divulgação turís-tica, com vista a uma possível futura sustentabili-dade económica da Gruta do Carvão – Troço doPaim.

2.3. Actividades do Grupo de Educação Ambien-tal e Participação2.3.1. Apoio às escolas – Acções de SensibilizaçãoSerão realizadas visitas a escolas de vários níveis deensino, onde se efectuarão acções de sensibilizaçãoe distribuição de materiais de apoio editados pelosAmigos dos Açores. De entre os temas a tratar, serãodestacadas as questões relacionadas com a água, aenergia, a biodiversidade, a geodiversidade, a parti-cipação ambiental, o ordenamento do território e osresíduos.2.3.2. ComemoraçõesNo ano de 2009, a exemplo dos anteriores, preten-dem-se assinalar algumas datas importantes para aprotecção da natureza e do ambiente, com especialdestaque para os dias: da Floresta, da Água, doAmbiente e da Terra e do Património Geológico.Após a proclamação do Dia do Cagarro a 1 deNovembro de 2008, numa acção conjunta com outrasassociações, o ano de 2009 será dedicado a esta avemigratória que nidifica nos Açores. Assim, serãodesenvolvidas várias acções que darão a conhecermelhor esta espécie à sociedade, bem como daimportância da sua conservação.Os 25 anos dos Amigos dos Açores – AssociaçãoEcológica serão, também, alvo de comemoração emdiversas actividades a decorrer em 2009.2.3.3. Ecodiversidade dos AçoresPretende-se dar a conhecer e contribuir para a con-servação do património natural dos Açores atravésda realização de publicações sobre ecologia, biodi-versidade e geodiversidade. Durante o ano de 2009serão alvo de especial atenção as áreas protegidasdos Açores, particularmente a Reserva Natural daLagoa do Fogo.O litoral do concelho da Ribeira Grande será, tam-bém, alvo de um levantamento que resultará numroteiro ambiental desta área.2.3.4. Coastwatch Europe-2009Tendo como principais objectivos específicos: 1-

recolher dados sobre as características das zonas decosta e sobre os principais problemas ambientais queas afectam, 2- elaborar uma base de dados nacionale internacional actualizada sobre o estado do litoral,3- fornecer aos órgãos de decisão local, nacional einternacional elementos que contribuam para a ges-tão sustentada do litoral e, 4- alertar a populaçãopara os problemas ambientais da zona costeira eurgência da sua protecção, pretende-se implementaro projecto na Ilha de São Miguel e se possível alar-gá-lo a outras ilhas.Assim, para além do envolvimento do maior núme-ro possível de associados, será feito um esforço paraenvolver outros intervenientes e instituições.2.3.5. Ecotecas da Ribeira Grande e PontaDelgadaOs Amigos dos Açores, na sequência de Protocolo aestabelecer com a Secretaria Regional do Ambientee do Mar, ficarão responsáveis pelo funcionamentodas Ecotecas da Ribeira Grande e de Ponta Delgada,colaborando na sua coordenação técnico-pedagógi-ca, assegurando o cumprimento do Plano de Activi-dades e projectando novas iniciativas.Aassociação compromete-se, ainda, a ceder materialtécnico e pedagógico, a participar com os seus cola-boradores na concretização de colóquios, activida-des de ar livre e outras actividades propostas no pro-grama das Ecotecas e previstas no seu orçamento.2.3.6. Representação em ComissõesA exemplo dos anos anteriores, os Amigos dos Aço-res – Associação Ecológica, continuarão a contri-buir, como Organização Não Governamental doAmbiente, em comissões de planeamento que apre-sentem interesse em matéria de ambiente e conser-vação da natureza, por solicitação das entidades res-ponsáveis pela sua execução.2.4. Actividades do Grupo de Fotografia de Natu-reza2.4.1. Fotografia de NaturezaEm 2009 a Associação pretende continuar a divul-gar a importância da fotografia para a preservaçãoe valorização do património natural dos Açores. Paratal, pretendem-se realizar saídas de campo comperiodicidade trimestral e serão promovidas acçõesde formação, exposições fotográficas e publicaçõesrelativas à fotografia de natureza. Serão, também,adquiridos materiais fotográficos para apoio às acti-vidades a desenvolver.

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Relatório de Actividades 2008 - síntese

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De forma a fazer-se um balanço das activi-dades desenvolvidas ao longo do ano de 2008, apre-senta-se, em seguida, de forma sucinta uma relaçãodas mesmas.

Os Amigos dos Açores – Associação Ecoló-gica deram cumprimento ao seu Plano Anual deActividades, contemplando sempre um conjunto deprojectos em várias áreas da protecção da naturezae da educação ambiental, alguns dos quais inicia-dos em anos anteriores. Assim:

- Foram editados dois números do boletim“Vidália” (29 e 30);

- No âmbito da rubrica “Congressos, Semi-nários e Formação”, a Associação promoveu, parti-cipou ou colaborou em dezoito eventos ao longo doano, sobre os mais variados temas como: biodiver-sidade, fotografia, associativismo, Coastwatch, agri-cultura biológica, geodiversidade e lançamento delivros;

- A Associação, no âmbito do projecto “Eco-diversidade dos Açores”, deu continuidade à cam-panha “SOS Cagarro”, lançando campanhas diur-nas e nocturnas para o salvamento do mesmo;

- Relativamente ao projecto Conhecer paraProteger foram realizados, no decorrer do ano de2008, doze passeios pedestres mensais com a par-ticipação total de 490 associados;

- A Gruta do Carvão - troço do Paim recebeu3301 visitantes, provenientes de escolas e diversasinstituições (1639), público em geral (1504) e noâmbito do projecto “Ciência Viva no Verão” (158);

- Quanto ao projecto “Pedestrianismo”, foirealizada uma sessão sobre o mesmo, dois passeiospedestres com escolas (Sanguinho e Lagoa do Fogo– Água d’Alto) e um reconhecimento do trilho“Lagoa do Congro”;

- As publicações da Associação serviram deapoio a acções e sessões realizadas pela EscolaSecundária da Ribeira Grande e pela ARENA –Agência Regional de Energia e Ambiente da RegiãoAutónoma dos Açores;

- Em termos de comunicação social, os jor-nais, rádios e portais web regionais e nacionais,publicaram cinquenta e sete notícias relativamentea actividades da Associação, nomeadamente sobre:a Gruta do Carvão, o Cagarro e brigadas nocturnaspara seu salvamento, cursos e exposições de foto-grafia e agricultura biológica, entre outras;

- Foram editadas algumas publicações, inci-

dindo sobre as temáticas da Energia, da Gruta doCarvão, do Associativismo Ambiental - O Caso dosAmigos dosAçores (1984 - 2007), Viagem no Tempoe Pensar como uma Montanha de Aldo Leopold: umcaminho de Educação e Ética Ambiental;

- a Associação reuniu-se com a Sra. Secretá-ria Regional do Ambiente e do Mar na Lagoa doCongro;

- O Grupo de Fotografia da Natureza alterouo visual da página da internet e criou uma galeriafotográfica no portal “Flickr”;

- O litoral da ilha de São Miguel foi monito-rizado sob a coordenação da Associação. Assim, noâmbito do projecto Coastwatch, foram analisadas120 unidades (60 km) num total de 400 unidades(200 km), o que corresponde a 30% do litoral da ilha;

- O centro de documentação da Associaçãocontinuou a ser enriquecido ao longo do ano, atin-gindo 1187 publicações nas mais diversas temáti-cas ambientais;

-AAssociação manteve a sua página na inter-net com informações actualizadas, permitindo maioraproximação com seus associados;

-As Ecotecas da Ribeira Grande e Ponta Del-gada uma vez mais ficaram sob a gestão da Asso-ciação, mediante um protocolo assinado com aSecretaria Regional do Ambiente e do Mar, no iní-cio do ano 2008;

- A Associação esteve presente e colaborouem outras actividades que não constavam do planode actividades, nomeadamente na emissão de pare-ceres (Parque Natural da Ilha de São Miguel e Reser-va Integral de Caça nos Graminhais); participaçãonuma banca com publicações da Associação na IIFeira do Ambiente em Vila Franca do Campo; e visi-tas a uma quinta de produção biológica e a algunsjardins de São Miguel integradas nas actividades doGrupo de Actividades da Natureza.

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Domingo, dia 16 de Novembro de 2008, fuina companhia da associação ecológica “Os Ami-gos dos Açores” até aos jardins António Borges eJosé do Canto, visitas guiadas pelo Sr. RaimundoQuintal. Fui com a intenção de tirar algumas foto-grafias.

No jardim António Borges de repente encon-trei algo estranho que acabara de cair de uma árvo-re. Tirei logo uma foto. Cá está!

Depois de investigar descobri que se podiamabrir como podem ver.

Foi então que eu e os meus tios Duarte eMalvina, que me acompanhavam no passeio, des-cobrimos que eram sementes. Quando mostramosàs outras pessoas todas se riram e compararam assementes com feijões e principalmente castanhas.

Infelizmente não sei o nome da árvore por-que esta não se encontrava devidamente identifi-cada, mas naturalmente tirei-lhe uma foto.

A Semente Estranha

Texto e fotografias: Marco Alexandre Teixeira Campos (Alex)

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Árvore Rara no Jardim António Borges

Texto e fotografias: Raimundo Quintal

Ponta Delgada possui três jardins históricos,edificados no século XIX por José Jácome Corrêa(1816-1886), José do Canto (1820-1898) e AntónioBorges (1812-1879), homens ricos, cultos e amantesda natureza, que tinham contactos com jardins botâ-nicos e fornecedores de plantas em todo o mundo.

Muitas das espécies importadas desaparece-ram, porque não se adaptaram convenientemente aoclima e ao solo da ilha ou porque lhes faltaram osadequados cuidados após a morte dos três coleccio-nadores. Outras aclimataram-se tão bem, que até sal-taram os muros dos jardins e agora são espécies inva-soras, com forte impacto na paisagem e nosecossistemas da Ilha de São Miguel, como são oscasos da conteira (Hedychium gardnerianum), doincenso (Pittosporum undulatum), da hortênsia(Hydrangea macrophylla), da tabaqueira (Solanummauritianum), da gigante (Gunnera tinctoria) ou daleicestéria (Leycesteria formosa).

Na primeira década do Século XXI, os trêsgrandes jardins de Ponta Delgada continuam a pos-suir boas colecções de plantas exóticas, com especialdestaque para as espécies subtropiciais e tropicais,sendo, algumas, verdadeiras raridades.

No Domingo, 16 de Novembro de 2008, a con-vite da Associação Ecológica “Amigos dos Açores”,orientei uma visita de estudo no Jardim António Bor-ges, conhecido no século XIX como “Jardim da Lom-binha” e que, após a aquisição pela Câmara em 1957,é o maior e o mais rico jardim municipal de PontaDelgada.

Durante cerca de duas horas calcorreámos oscaminhos que sulcam aquele espaço verde, num exer-cício de observação, identificação e descrição etno-botânica.

Entre as muitas árvores que tive oportunidadede referenciar, mereceram uma atenção especial dosparticipantes, a monumental árvore-da-borracha(Ficus macrophylla) indígena da Austrália, o notávelenterolóbio (Enterolobium cyclocarpum) da Améri-ca Tropical, duas bonitas palmeiras-do-mel (Jubaeachilensis) indígenas do Chile, uma canforeira (Cin-namomum camphora) das florestas da Ásia Oriental,um extraordinário exemplar de pau-branco (Picco-nia azorica) endémico dos Açores e duas árvores

raríssimas (Castanospermum australe) naturais daAustrália e da Nova Caledónia.

É exactamente sobre estas duas árvores quevos quero falar.

Nas muitas visitas efectuadas ao Jardim Antó-nio Borges, desde 1982, não tinha tido a oportunida-de de as ver com flores ou com frutos. A observaçãodo tronco, dos ramos e das folhas não fora suficien-te para a sua identificação.

Duma coisa estava certo. Em nenhum outro jar-dim dos Açores, da Madeira e do Continente algumaárvore da mesma espécie me tinha suscitado a atenção.

Por isso, foi com enorme satisfação que naque-la manhã de Domingo, recebi das mãos do pequenoMarco Alexandre uma vagem com quatro sementesdo tamanho de castanhas grandes, descobertas porbaixo duma das árvores que eu não conseguira iden-tificar.

Estava dado o primeiro passo para a identifi-cação daquelas duas árvores, sobre as quais apenastinha a certeza de serem uma raridade nos Açores.

Trouxe algumas vagens para a Madeira e pas-sados poucos dias consegui a resposta para a dúvi-da que assolava o meu espírito há mais de duas déca-das. Aquelas árvores pertencem à espécieCastanospermum australe. Esta espécie é a única dogénero Castanospermum, designação que deriva daforma e tamanho das suas sementes que lembram ascastanhas.

Castanospermum australe (16.11.08) – Jar-dim António Borges

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No entanto, estas árvores, indígenas das flo-restas húmidas do NE da Austrália e da ilha da NovaCaledónia, conhecidas por “Moreton Bay Chestnut’,não são da família das Fagáceas, que integra os cas-tanheiros, os carvalhos e as faias europeias. Perten-cem, sim, à grande família das Leguminosas, talcomo as acácias, as giestas, a olaia, a ervilheira e otremoceiro.

No habitat natural atingem 40 metros de altu-ra, mas no Jardim António Borges ainda não ultra-passaram os 10 metros. As inflorescências brotamdirectamente dos ramos no fim da Primavera e noVerão. As flores têm cálices alaranjados e as coro-las evoluem do amarelo até ao vermelho. Segue-seo desenvolvimento das vagens, que ficam madurase libertam as sementes no Outono.

Vagem de Castanospermum australe(16.11.08)

Estas ‘castanhas’ são venenosas, mas os abo-rígenes australianos consomem-nas depois de assa-das durante muito tempo. Estas sementes são ricasem Castanospermina, um alcalóide que está a serestudado com o objectivo de criar uma vacina con-tra a Sida, porque, segundo os investigadores, tema capacidade de alterar as características do vírustornando-o não infeccioso.

Semente de Castanospermum australe(16.11.08)

Eu trouxe algumas sementes para a Madeiracom o objectivo de experimentar a germinação.Segundo a literatura da especialidade devem ser pos-tas em água quente durante 24 horas antes de seremcolocadas individualmente em vasos com solo ácido(pH = 6), constituído por uma mistura de areia ecomposto orgânico. A temperatura atmosférica deveoscilar entre os 18ºC e os 25ºC.

A17 de Dezembro de 2008, o meu amigo JoãoGouveia, engenhoso jardineiro da Quinta Jardins doLago, no Funchal, enterrou parcialmente as semen-tes num substrato formado por 50% de areia de ori-gem vulcânica e 50% de composto orgânico, semque antes as tenha posto de molho como eu tinhasugerido. Os vasos ficaram na estufa para que assementes não fossem expostas a temperaturas infe-riores a 18ºC.

Na primeira semana de Março, dois meses emeio após a sementeira, começaram a germinar e ataxa de sucesso foi de 100%. Seis sementes, seisnovas plantas!

Mantiveram-se até ao início de Maio na estu-fa e agora crescem ao ar livre. O ritmo de cresci-mento desta espécie é lento e, possivelmente, sódaqui a dois ou três anos as plantas serão transferi-das para os canteiros definitivos.

Nova planta de Castanospermum australe(05.06.09),

Quinta dos Jardins do Lago, Funchal

À semelhança do que estamos a fazer no Fun-chal, a experiência de multiplicação do Castanos-permum australe pode perfeitamente ser realizadaem Ponta Delgada, com o objectivo de aumentar oefectivo desta raridade, que tem vivido incógnita noJardim António Borges.

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As campanhas de sensibilização e salva-mento de cagarros iniciaram-se em 1993, no âmbi-to do projecto LIFE “Conservação das comunida-des de aves marinhas dos Açores”, por iniciativado Dr. Luís Monteiro (DOP).

Em Março de 1993 foi lançada a campanha"Um espaço para os garajaus" e em Novembro domesmo ano a campanha "A Escola e o Cagarro",

no âmbito da qual foi aplicado um inquérito, sobrea espécie, destinado a alunos das escolas, nomea-damente do 1º e 2ºciclos do ensino básico e distri-buidos 10 mil folhetos. Estas campanhas foramcoordenadas pelos Amigos dos Açores – Associa-ção Ecológica e contaram com o apoio da Direc-ção Regional da Educação.

SOS CAGARRO – BRIGADAS NOCTURNAS 2008

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Texto: Paulo Garcia ; Fotografia: Duarte Sousa

C o n t i n u a

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No seguimento destas duas campanhassurge, em 1995, a Campanha “SOS Cagarro”, quedesde então tem vindo a ser desenvolvida anual-mente, durante os meses de Outubro e Novembropela Secretaria Regional do Ambiente e do Mar,com a colaboração de outras entidades, com oobjectivo de envolver os cidadãos no salvamen-to de cagarros juvenis encontrados junto às estra-das e nas suas proximidades.

No âmbito da campanha SOS Cagarro 2008as associações Amigos dos Açores e Amigos doCalhau organizaram diversas brigadas nocturnas,que contaram com a colaboração da Ecoteca dePonta Delgada, Ecoteca da Ribeira Grande, Eco-teca da Lagoa, Agrupamento 1197 - EscuteirosMarítimos de Ponta Delgada, Agrupamento Escu-teiros 1122 Livramento, Grupo de Escuteiros 209- São José, Serviços de Ambiente de São Miguel,CADEP-CN - Clube dos Amigos e Defensores doPatrimónio- Cultural e Natural da Ilha de SantaMaria e o SEPNA - Serviços de Protecção deNatureza e Ambiente.

As brigadas nocturnas decorreram entre osdias 23 de Outubro e 11 de Novembro envolven-do cerca de 125 participantes individuais quemonitorizaram 3 troços das zonas costeiras da ilhade São Miguel:

- da Praia das Milícias, passando pela Ata-lhada, Santa – Cruz até Água d’Alto,

- de Santa Clara, Miradouro da Relva até àfreguesia das Feteiras,

- desde o “Palheiro” até à Escola Secun-dária da Ribeira Grande,

que além de serem importantes zonas denidificação constituiem uma ameaça à conserva-ção desta espécie, devido essencialmente ao cres-cente desenvolvimento urbanístico e à excessivailuminação nocturna.

Durante as vigilias foram recolhidos 158cagarros vivos e registados 65 mortos nas estra-das, vítimas de encadeamento e consequente atro-pelamento.

Na ilha de Santa Maria, segundo os dadosfornecidos pelo CADEP-CN- Clube dos Amigose Defensores do Património- Cultural e Naturalda Ilha de Santa Maria, foram registados 35 cagar-ros vivos e 3 mortos.

As brigadas nocturnas constituíram um ver-dadeiro sucesso de participação cívica, pela formaintegrada como envolveu os cidadãos, escuteiros,escolas e diversas entidades e associações no sal-vamento e preservação desta espécie protegidaque nidifica nos Açores.

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O serão do dia 8 de Novembro de 2008 foidiferente para o grupo de Exploradores do Agru-pamento de Escuteiros 1122 do Livramento, parti-cipamos nas brigadas SOS Cagarro, organizadaspelas associações os Amigos do Açores e os Ami-gos do Calhau. O nosso grupo era constituído por12 exploradores e 2 chefes.

O ponto de encontro foi na Praia do Pópulo,onde o professor Paulo Garcia, da Ecoteca de PontaDelgada, fez uma introdução sobre o cagarro eexplicou como devemos salvá-lo.

Depois fizemos uma caminhada junto à costaà procura de algum cagarro que precisasse de ajuda.Felizmente não encontramos nenhum!

Mais tarde quando regressamos à praia, oSEPNA- Serviço de Protecção da Natureza e doAmbiente, da GNR – Guarda Nacional Republica-na, mostrou-nos dois cagarros que tinham salvonaquela noite. A maior parte de nós nunca tinhavisto um cagarro com vida! Os guardas disseramque iriam libertá-los na manhã do dia seguinte napraia.

Com esta actividade ficámos a saber que ocagarro é uma ave protegida e que são atraídos pelasluzes dos carros e casas podendo muitas vezesserem atropelados.

Gostámos muito desta experiência e para oano queremos participar outra vez!

SOS CAGARRO - Testemunho de participação

Texto: Grupo de Exploradores, Agrupamento de Escuteiros 1122 do LivramentoFotografias: Cândida Pavão

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Os cagarros, de nome científico - calonectrisdiomedea borealis, pertencentes à ordem dos Pro-cellariformes, são aves oceânicas migratórias quevêm a terra , somente para nidificar. São um dosgrupos de aves mais antigas que ainda hoje exis-tem na Terra, tendo a família a que pertencem - Pro-celarídeos, surgido há cerca de 30 milhões de anos.

Eles chegam aos Açores, vindos dos maresdo Hemisfério Sul, em Março, permanecendo nes-tas ilhas, até fins de Outubro, princípios de Novem-bro. Durante estes oito meses reunem-se em coló-nias situadas em ilhéus, falésias e arribas costeiras.

Durante o ritual de acasalamento, entoam osseus famosos e peculiares cantos que maravilhame encantam as pessoas mais sensíveis aos sonsgenuinos da Natureza.

Desde há alguns anos, estas aves têm sofri-do uma regressão preocupante, a nível mundial,tendo-se avolumado a preocupação dos ambienta-listas e da comunidade científica internacionalligada à protecção da Natureza e da vida selvagem.A sua crescente regressão, nas últimas décadas, foimotivo para que a União Europeia levasse à letrajurídica a sua protecção, integrando-a na Directi-va 79/409/ CEE, adaptada ao nosso país peloDecreto - Lei nº 75/91, de 14 de Fevereiro.

Os Açores são a zona mais importante doMundo para a nidificação dos cagarros, sendo mui-tas as referências históricas as estas aves.

Em virtude de haver menor pressão antró-pica, Santa Maria é uma das ilhas mais procura-das pelos cagarros, embora em menor número queno passado. Desde o povoamento desta ilha tem-se sentido a presença destas curiosas e interes-santes aves, e com tal abundância que os marien-ses são conhecidos por «cagarros». Tal alcunhadeve ser considerada lisonjeira, atendendo a queo cagarro é um verdadeiro símbolo regional; serpatenteador de particularidades e façanhas espan-tosas, e uma espécie merecedora de atenção nacio-nal e internacional.

A Universidade dos Açores, a DirecçãoRegional do Ambiente, através dos seus serviçoslocais e algumas organizações ambientalistas,

nomeadamente a Associação Ecológica Amigosdos Açores, também têm vindo a mostrar preocu-pação com os cagarros, desenvolvendo estudos,fazendo o acompanhamento da população nidifi-cante na Região e promovendo campanhas de sen-sibilização para a sua defesa.

Em Santa Maria, o CADEP-CN - (Clube dosAmigos e Defensores do Património - Cultural eNatural), com sede na Escola EB/JI «Sol Nascen-te», freguesia de Santa Bárbara, em ligação estrei-ta com os Amigos dos Açores (associação de queé sócio colectivo), e com os Serviços de Ambien-te de Ilha, voltou este ano a participar na Campa-nha S.O.S. Cagarro, efectuando mais de 30 salva-mentos e realizando acções de informação esensibilização sobre aquela ave marinha, assentesno slogan “Conhecer para Amar e Preservar”.

Aquelas acções foram desenvolvidas juntode escolas e da população da ilha, presencialmen-te e através do Internet estando inseridas na Cam-panha Bandeira Azul da Europa, para as zonas bal-neares de Santa Maria, fazendo, ainda parte doprojecto curricular de turma do coordenador doCADEP-CN, com participação bastante activa dosseus alunos.

Recorde-se que o CADEP-CN, foi o pio-neiro da Campanha S.O.S. Cagarro, na ilha deSanta Maria, tendo a sua primeira acção sido rea-lizada em 1994, por estímulo do seu promotorregional – Dr. Luís Monteiro, aquando de um tra-

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“BONS CAGARROS”

Texto e fotografias de José Andrade de Melo

C o n t i n u a

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balho conjunto de inventariação e anilhagem deaves no Ilhéu da Vila.

Como dizia acima, se a alcunha de “cagar-ros” que a nossa hospitaleira população tem, nosdeve orgulhar de sobremaneira, atendendo à nobre-za e riqueza daquelas aves, concomitantemente nosdeverá atribuir responsabilidades acrescidas na suaprotecção e mostra de carinho.

Infelizmente a nossa fama e tradição de hos-pitalidade nem sempre se tem verificado com asinteressantes e simpáticas visitas dos cagarros,havendo,ainda, algumas capturas e vergonhosaschacinas, por puro vandalismo, e pestiscadas clan-destinas, perpetradas por inergumenos. Embora,estejamos em crer que seja um caso isolado, esteano (2008) tivemos conhecimento, da captura decerca de 15 cagarros, para a realização de uma jan-tarada criminosa, entre um grupo de amigos. Talocorrência foi comunicada aos Serviços deAmbiente, que a passou às autoridades, estando járeferenciados alguns nomes de prevericadores. Épreciso pôr cobro, a todo o custo, esta falta de civis-mo e a acção destes criminosos, denunciando-osaos Vigilantes da Natureza, à GNR, à Polícia Marí-tima ou à PSP, que estão com viva atenção a estescasos de “maus cagarros”, que envergonham osmarienses.

Para além da falta de respeito pelos coor-denadores da Campanha e de todos os mariensesque colaboram, é sobretudo a sobrevivência de

uma espécie e a imagem exterior do nosso povo,que está em causa.

Além das esporádicas "chacinas" referidas,que ainda ocorrem, outra causa de grande morta-lidade de cagarros juvenis são as quedas e colisõesquando, nos voos da partida (que ocorrem no finalde Outubro e princípios de Novembro) são atraí-dos e encandeados pelas luzes das povoações e dosautomóveis.

Tem sido gratificante verificar que a cam-panha feita em Santa Maria, ao longo dos anostem sortido efeitos e colhido sensibilidades; a ajui-zar pelo número crecente de “bons e civilizadoscagarros” que têm ajudado a salvar as jovens crias.

Na campanha deste ano, o exemplo, sensi-bilidade e civismo de inúmeros marienses, quetocou-nos bastante, tendo o CADEP-CN, recebi-do vários telefonemas para ir buscar cagarros àcasa das pessoas e escolas, assim como informa-ções de salvamentos efectuados de forma autóno-ma.

Como gratidão e exemplo de “bons cagar-ros” é justo referir que, além dos 13 cagarrosencontrados e salvos por elementos do CADEP-CN, estão registados outros 19 salvamentos na ilhade Santa Maria.

Para além dos 32 cagarros aludidos, na cam-panha deste ano, é de salientar o salvamento demais de uma centena por parte das autoridades eserviços oficiais de ambiente desta ilha.

É justo também realçar o papel da comuni-cação social regional e local nesta campanha.

Estes são grandes e bons exemplos de sen-sibilidade ecológico/ambiental que se quer cres-cente e actuante, já no presente, porque, para algu-mas situações já poderá ser tarde se esperarmospelo futuro.

O cagarro é uma espécie, que para além deestar protegida pela Directiva “Aves” e Conven-ção de Berna, está incluída no Anexo A-1 do DL49/2005, pelo que, pelo alínea a) do n.º 1 do Arti-go 11.º do mesmo DL a captura abate ou detençãodesta ave é punida nos termos da alínea a) do n.º2 do seu Artigo 22º com a coima no valor de 125€ a 3740 €, a cada infractor.

Os cagarros vêm à nossa terra para dar vidae não para morrer!

Em Março, esperemos novamente por eles esejamos uns dignos anfitriões. Quanto aos marien-ses, como "bons cagarros"que somos temos essedever redobrado.

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Actividades da Ecoteca de Ponta DelgadaA Ecoteca de Ponta Delgada preparou, para

2009, um conjunto de actividades de educação e sen-sibilização na área do ambiente.

O plano de actividades para 2009 contemplaa dinamização de diversos ateliês e a promoção dosconcursos “Um Maio para o Ambiente” – 7.ª Ediçãoe “Eco – Árvore de Natal” – 5.ª Edição, que visama promoção da cidadania ambiental, alertando os par-ticipantes para a importância do reduzir, reutilizar ereciclar na gestão sustentável dos resíduos sólidosurbanos (RSU).

Ao longo do ano, a Ecoteca de Ponta Delga-da irá desenvolver diversas actividades para celebraros dias comemorativos relacionados com o ambien-te, destacando, entre outros, o Dia Mundial doAmbiente com a organização do 1.º Encontro de Eco-escolas do concelho de Ponta Delgada.

A Ecoteca disponibiliza e colabora na divul-gação de diversas exposições: Geopaisagens dosAçores; Jardins de Ponta Delgada; Madrugada dasCagarras; Ilhas Selvagens 30º8N/15º54W e HistóriaNatural dos Açores.

É também missão desta Ecoteca incentivar eapoiar as iniciativas de Educação Ambiental dos esta-belecimentos de ensino do concelho de Ponta del-gada, assim como participar e colaborar na imple-mentação dos seguintes projectos: Coastwatch;Campanha SOS Cagarro; Eco-Escolas; JovensRepórteres para o Ambiente; Cine’ Eco; Chave Verdee Bandeira Azul.

As visitas à gruta do Carvão – troço do Paím,assim como a realização de percursos pedestres estãotambém contemplados no Plano Anual de Activida-des para 2009.

As actividades são especialmente dedicadas àpopulação em idade escolar, sendo, contudo, essen-cial a participação e colaboração de toda a comuni-dade, uma vez que o sucesso deste projecto depen-de de todos nós.

O Plano de Actividades desta Ecoteca encon-tra-se disponível no site do Amigos dos AçoresAssociação Ecológica (http://amigosdosacores.pt.vu).

Para mais informações poderá contactar aEcoteca de Ponta Delgada através do [email protected].

A ECOTECA DE PONTA DELGADA

Texto: Paulo Garcia e Rafaela Anjos Fotografias: Julie Bentz e Paulo Garcia

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As novas instalações da Ecoteca da Ribei-ra Grande foram inauguradas no final de Junhode 2008, no Jardim do Paraíso, mesmo no cen-tro da cidade da Ribeira Grande.

A Câmara Municipal da Ribeira Grandeassinou um protocolo com a Secretaria Regio-nal do Ambiente e do Mar para a reestruturaçãodo espaço que ficou equipado com auditório,espaço para consulta na internet e trabalho infor-mático, zona de exposição e para leitura e outroainda polivalente que poderá servir de labora-tório ou para trabalhos de expressão plástica ouconstrução de equipamentos.

Os Amigos dos Açores são a entidade quefaz a gestão técnica e pedagógica da Ecoteca,indicando duas pessoas com qualificação técni-ca, pedagógica e científica para assegurar a prin-cipal finalidade da Ecoteca, a de promover aEducação Ambiental.

Assegurando a manutenção do espaço, aCâmara Municipal da Ribeira Grande assinouum protocolo com os Amigos dos Açores, parao normal funcionamento das instalações queestão ao serviço de toda a população.

A Ecoteca promove o apoio às Eco-Esco-las, estando na área da Ribeira Grande todas ins-critas: 1º ciclo e Jardim-de-infância, 2º ciclo, 3ºciclo, Secundária, Profissional e até o Centro deApoio Social e Acolhimento que possui creche,ATL e uma valência para jovens, o Centro deDesenvolvimento e Inclusão Juvenil (CDIJ).Aliás, o CDIJ - Escolha Certa – tem sido o prin-cipal parceiro da Ecoteca, ao promover iniciati-vas como as Eco-Olimpíadas ou a Semana daMobilidade em articulação com a Ecoteca, alémde participarem noutros programas como oCoastwatch Europe, o SOS Cagarro e outras acti-vidades, como as Construções na Areia, pro-movidas pelo Jornal “Açoriano Oriental”.

Na área da Maia e de Rabo de Peixe onúmero de Eco-Escolas também tem aumenta-do, tal como no Concelho de Nordeste, que semantém na área de intervenção da Ecoteca daRibeira Grande.

O apoio corresponde às solicitações dasescolas, nomeadamente o acompanhamento devisitas de estudo, como à Gruta do Carvão e depercursos pedestres, com a finalidade de apro-fundar os conhecimentos sobre a fauna e a flora,ordenamento do território e paisagístico, aspec-tos geológicos, água, resíduos e outros quefazem parte dos temas tratados pelas Eco Esco-las. Realizam-se sessões temáticas com os res-ponsáveis da Ecoteca ou com convidados sobreos temas citados ou sobre Consumo Sustentá-vel, Eco Condução, Energias Renováveis, Agri-cultura Biológica, Compostagem, Prática dos 3

ECOTECA DA RIBEIRA GRANDE – Projectos de 2009

Texto: Luís Noronha Botelho e Rita MeloFotografias: Luís Noronha Botelho e Rita Melo

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r’s e realizam-se jogos e concursos para incen-tivar o maior conhecimento sobre os temas.

Os três projectos nucleares são os daLagoa do Fogo, o “Onda de Mudança” e o do“Desenvolvimento Sustentável”.

A Lagoa do Fogo é uma Reserva Natural,Sítio de Interesse Comunitário, a partir da cotado 400 metros, da qual alguns temas são desen-volvidos – História Natural, formação das ilhas,água, flora endémica, plantas invasoras, fauna,vulcanismo activo, energias renováveis (hídricae geotérmica), além do interesse paisagístico ede lazer.

O Projecto “Onda de Mudança” iniciadoem Março de 2008 junta várias entidades, numaparceria que incluiu a assinatura de um proto-colo de actividades inseridas num programa derecuperação social, económica e natural de umazona com um património muito rico, do pontode vista geológico, da fauna e flora costeiras.

O “Desenvolvimento Sustentável” é umtema onde se incluem os temas do consumo, daprodução de resíduos, do gasto de energia eléc-trica e combustíveis e as mudanças de atitudese comportamentos que são necessários.

A Educação Ambiental significa a mudan-ça, a transformação de mentalidades e da formade agir perante o ambiente.

Para consultar as actividades que são pro-movidas, pode entrar em contacto através dotelefone e fax 296473003, ou do correio elec-trónico [email protected].

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LIVROS Associados Não Assoc.Alimentos Transgénicos 5,00 € 5,00 €Associativismo Ambiental – O caso dos Amigos dos Açores (1984-2007) Grátis 1,00 €Borboletas Nocturnas dos Açores Grátis 2,50 €Cavidades Vulcânicas dos Açores (pequeno) Grátis 2,50 €Cavidades Vulcânicas dos Açores (grande) Grátis 5,00 €Desporto e Aventura – Orientação Grátis 5,00 €Educar para a Energia Grátis 1,00 €Gruta do Carvão – Património Natural Geológico Grátis 5,00 €Lagoas e Lagoeiros da Ilha de São Miguel 7,50 € 12,50 €Paisagens Vulcânicas dos Açores 5,00 € 8,00 €Parque Natural da Plataforma Costeira das Lajes do Pico Grátis 2,50 €Pedestrianismo e Percursos Pedestres 3,00 € 6,00 €Pensar como uma Montanha de Aldo Leopold – Um caminho de Educação e Ética AmbientalPercursos Pedestres em São Miguel Grátis 5,00 €Plantas dos Açores Grátis 5,00 €Plantas Usadas na Medicina Popular Grátis 5,00 €BROCHURASPercurso Pedestre Agrião – Ribeira Quente Grátis 1,50 €Percurso Pedestre Água Retorta – Sanguinho – Faial da Terra Grátis 1,50 €Percurso Pedestre Caldeiras da Ribeira Grande – Pico Vermelho Grátis 1,50 €Percurso Pedestre Caldeirinhas – Pico da Esperança – Fajã do Ouvidor Grátis 1,50 €Percurso Pedestre da Caloura Grátis 1,50 €Percurso Pedestre da Ponta da Madrugada Grátis 1,50 €Percurso Pedestre da Serra Devassa Grátis 1,50 €Percurso Pedestre das Furnas Grátis 1,50 €Percurso Pedestre das Sete Cidades Grátis 1,50 €Percurso Pedestre do Salto do Cabrito Grátis 1,50 €Percurso Pedestre do Sanguinho Grátis 1,50 €Percurso Pedestre Pico da Urze – Fajã de Santo Cristo – Fajã dos Cubres Grátis 1,50 €Percurso Pedestre Pico da Vara Grátis 1,50 €Percurso Pedestre Ponta Garça – Ribeira Quente Grátis 1,50 €Percurso Pedestre Praia – Lagoa do Fogo Grátis 1,50 €Percurso Pedestre Santo António Grátis 1,50 €POSTAISAlgar do Carvão – Ilha Terceira Grátis 1,50 €Algar Vulcânico – Génese Grátis 1,50 €Bola de Acreção – Lava Ball Grátis 1,00 €Estalactites – Stalactites Grátis 1,00 €Furna do Enxofre – Ilha Graciosa Grátis 1,50 €Gruta das Torres – Ilha do Pico Grátis 1,50 €Gruta do Carvão – Ilha de São Miguel Grátis 1,50 €Gruta do Carvão (Paim) Grátis 1,00 €Gruta Lávica – Génese Grátis 1,50 €Tubos Sobrepostos Grátis 1,00 €OUTROS MATERIAISBonés “Amigos dos Açores” 2,00 € 3,00 €Corta-vento “Amigos dos Açores” 10,00 € 11,00 €Sweat-Shirt “Amigos dos Açores” 12,50 € 13,00 €T-Shirt “Amigos dos Açores” 5,00 € 6,00 €T-Shirt “Golfinhos” 4,00 € 5,00 €T-shirt “Salve um Cagarro Este Ano” 5,00 € 6,00 €T-Shirt “Salvemos o Pombo Torcaz” 3,00 € 4,00 €

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Publicações e Materiais para Venda

Grátis 1,00 €

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Novos Sócios

BOLETIM DE INSCRIÇÃO

Os AMIGOS DOS AÇORES são uma associação regional de defesa do ambiente, independente do poderpolítico-económico e apartidária, que vem, desde 1984, trabalhando ininterruptamente a favor da conserva-ção da maior riqueza dos Açores: o seu património natural.No entanto, uma associação como esta, para desempenhar ainda melhor o seu papel, tem de continuar a aumen-tar a sua principal base de apoio: os seus associados.Porque é fundamental contribuir para a garantia da existência de uma voz independente e firme na defesa doambiente nos Açores, vimos convidá-lo(a) a aderir aos Amigos dos Açores, para tal basta preencher a fichaque junto enviamos e devolvê-la para:

AMIGOS DOS AÇORESAvenida da Paz, 149600-053 PICO DA PEDRA

SÓCIO N.º _______Quota anual 10 € Outro Valor (quota + donativo) _________,______€

NOME _____________________________________________________________________________________________MORADA _________________________________________________________________________________________LOCALIDADE______________________________________ CÓDIGO POSTAL _______________________________TELEFONE_________________________________________ E-MAIL _______________________________________PROFISSÃO ________________________________________ DATA DE NASCIMENTO ____/____/____ N.º DO B. IDENTIDADE______________________________ N.º DE CONTRIBUINTE _________________________

PARTICIPAÇÃO NOS PASSEIOS PEDESTRES:

PARTICIPAÇÃO GRUPOS DE TRABALHO:

DATA____/____/____ ASSINATURA_________________________________________________________________

Preencher em maiúsculas e devolver por correio para a morada acima indicada:

Grupo de Actividadesde Natureza

Grupo de EducaçãoAmbiental e de

Participação

Grupo de Fotografiade Natureza

A associação passará recibo, como donativo, de qualquer contributo acima do valor de 10 , o qual poderá serdeduzido à colecta do ano para efeitos de IRS ou IRC.

Se deseja efectuar o pagamento de quotas por transferência bancária, por favor preencha em maiúsculas e devolvadevidamente assinado:

AO BANCO _________________________________Agência de _______________________________

________________, ___ de ___________ de ______

Exmos. Senhores,Por débito na minha conta com o NIB _______________________________ nesse Banco, solicito que transfiram paracrédito da conta dos AMIGOS DOS AÇORES com o NIB 003800009399438830195 (Agência de Calheta do BANIFAÇORES), a importância de _____ ( __________), no primeiro dia útil de _________________de cada ano, até ins-truções minhas em contrário. Agradeço ainda que, ao efectuarem as transferências, indiquem sempre o nome completo emorada do ordenante. Esta ordem anula todas as eventuais anteriores.De V.Ex.as.Atentamente

(nome completo) (assinatura idêntica à existente no Banco)

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A T E R R A Q U E N Ã O Q U E R E M O S

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