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VV SSEEMMAANNAA DDEE AARRQQUUEEOOLLOOGGIIAA

EE PPAATTRRIIMMÔÔNNIIOO DDAA UUFFSSCC

DDEE 2211 AA 2266 DDEE NNOOVVEEMMBBRROO DDEE 22001111

AAUUDDIITTÓÓRRIIOO DDOO CCEENNTTRROO DDEE FFIILLOOSSOOFFIIAA EE CCIIÊÊNNCCIIAASS HHUUMMAANNAASS

UUNNIIVVEERRSSIIDDAADDEE FFEEDDEERRAALL DDEE SSAANNTTAA CCAATTAARRIINNAA

FFLLOORRIIAANNÓÓPPOOLLIISS,, SSAANNTTAA CCAATTAARRIINNAA

AANNAAIISS

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CCOOMMIISSSSÃÃOO OORRGGAANNIIZZAADDOORRAA DDOO EEVVEENNTTOO

Andressa de Lima Anelise Vaz Kaminski

Angela Sabrine Salvador Bianca Francini Andrade

Fernanda Codevilla Soares Gabriela Oppitz

Isabela da Silva Müller Jeanne Silveira

Lucas Bond Reis Lucas de Melo Reis Bueno

PPAATTRROOCCÍÍNNIIOO

Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) - UFSC

Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) - UFSC

Fundação de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas (FEPESE)

RREEAALLIIZZAAÇÇÃÃOO

Núcleo de Arqueologia da UFSC

AAPPOOIIOO

Programa de Ensino Tutorial – História

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CCOOMMIITTÊÊ EEXXEECCUUTTIIVVOO DDOOSS AANNAAIISS

Angela Sabrine Salvador Fernanda Codevilla Soares

Gabriela Oppitz Lucas Bond Reis

CCAAPPAA EE CCOONNTTRRAACCAAPPAA

Bianca Francini Andrade

IIMMAAGGEENNSS DDAA CCAAPPAA EE DDAA CCOONNTTRRAACCAAPPAA

Cerâmica. Fonte: SCHMITZ, Pedro Ignácio. Uma pré-história do Rio Grande do Sul. In: Arqueologia do Rio Grande do Sul, Brasil. Documentos 05. 2ª edição. São Leopoldo: IAP/UNISINOS, 2006.

Louça. Fonte: LIMA, Tânia Andrade. Pratos e mais pratos: louças domésticas, divisões culturais e limites sociais no Rio de Janeiro, século XIX. In: Anais do Museu Paulista. N. 3. São Paulo: MAE/USP, 1995.

Líticos. Fonte: Piazza, Walter. Estudos de Sambaqui (Nota prévia). In: Série Arqueologia. N.2. Florianópolis: UFSC,1966.

Representações Rupestres. Fonte: COMERLATO, Fabiana. Representações rupestres do litoral de Santa Catarina. (Tese de Doutorado). Programa de Pós-Graduação em História. Porto Alegre: UFRGS, 2005.

FFIICCHHAA CCAATTAALLOOGGRRÁÁFFIICCAA

Catalogação na fonte pela Biblioteca Universitária

da Universidade Federal de Santa Catarina

S471a Semana de Arqueologia e Patrimônio da UFSC. (5.:

2011 : Florianópolis – SC).

Anais / V Semana de Arqueologia e Patrimônio da

UFSC. – Florianópolis : [s.n.], 2011.

294 p. : il., grafs., tabs., mapas

Inclui bibliografia

1. Arqueologia. 2.Patrimônio cultural. 3.Santa

Catarina. 4. Universidade Federal de Santa

Catarina I. Título.

CDU: 902

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CCOONNTTAANNDDOO AA HHIISSTTÓÓRRIIAA AATTRRAAVVÉÉSS DDAA

AANNÁÁLLIISSEE DDOO MMAATTEERRIIAALL HHIISSTTÓÓRRIICCOO DDOO SSÍÍTTIIOO

RROOCCIIOO GGRRAANNDDEE IIII,, SSÃÃOO FFRRAANNCCIISSCCOO DDOO SSUULL,,

SSAANNTTAA CCAATTAARRIINNAA

Edmara Schuch

Scientia Consultoria Científica

Ana Lucia Herberts

Scientia Consultoria Científica

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6688

Resumo

O trabalho de análise do material histórico do sítio Rocio Grande II nos permitiu um breve

panorama de como era o cotidiano das famílias de baixa renda, do bairro Rocio Grande no

município de São Francisco do Sul, em Santa Catarina. Trata-se de sítio do tipo lixeira,

apresentando uma ocupação entre meados do século XIX e inicio do século XX.

Palavras-chave: arqueologia, São Francisco do Sul, material histórico.

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AN A I S D A V SE M AN A DE AR Q U EOL OG IA E PATR I MÔN I O D A UFSC 21 A 26 DE N O VE MBR O D E 2011

6699

Introdução

O trabalho de resgate arqueológico do sítio Rocio Grande II teve caráter de

salvamento e foi realizada na área que seria impactada devido às obras de instalação da

empresa Estocagem e Transporte de Frios Extrafrio Ltda., no bairro Rocio Grande, no

município de São Francisco do Sul (SC).

Este sítio arqueológico é caracterizado por três concentrações de carapaças de

moluscos, dentre as quais dominam as de Anomalocardia brasiliana (berbigão) e Crassostrea

sp. (ostra), ocorrendo em menor número Tivela sp. (Amêijoa) associadas a fragmentos de

cerâmica, louça e vidro em superfície e em profundidade (30-40 cm).

Para o resgate do sítio arqueológico foi realizada escavação amostral da totalidade

deste, com área de 2.500 m². Como complementações foram realizadas sondagens a cada 5 m

nos sentidos norte-sul e leste-oeste, tendo como ponto central as concentrações identificadas,

para procurar identificar tanto as dimensões destas estruturas como também a existência de

outras estruturas associadas e não percebidas durante o levantamento arqueológico.

O sítio arqueológico Rocio Grande II no contexto histórico de São Francisco do Sul

A ilha de São Francisco do Sul foi descoberta aos olhos europeus em 1504 pelo

francês Binot Paulmier de Goneville. Seis meses após sua partida da França, a expedição

descobriu uma grande terra, que devido a vento terral contrário, só puderam aportar na tarde

do dia seguinte. Segundo o pesquisador Oswaldo Rodrigues Cabral, a terra era descrita como

fertilíssima, abundante em animais, aves, peixes e árvores, e povoada por índios carijós que

"procuravam apenas passar vida alegre, sem grande trabalho, vivendo da caça e da pesca, e do

produto espontâneo da terra, e de alguns legumes e raízes que plantavam” (CABRAL, 1970,

p.50).

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CONTANDO A HISTÓRIA ATRAVÉS DA ANÁLISE DO MATERIAL HISTÓRICO DO SÍTIO ROCIO GRANDE II, SÃO FRANCISCO DO SUL, SANTA CATARINA EDMARA SCHUCH, ANA LÚCIA HERBERTS

7700

Figura 1: A Chegada dos franceses, quadro de Kurt G. Hermann, 1920. Fonte: Acervo do Museu Histórico

Municipal de São Francisco do Sul.

As primeiras tentativas de povoamento do litoral de Santa Catarina aconteceram em

meados do século XVI, em meio à disputa entre portugueses e espanhóis pelo território sul

americano. Em 1553 chegaram os espanhóis que construíram a capela de Nossa Senhora das

Graças, mas o povoamento efetivo do local só aconteceu a partir da década de 1640, quando

portugueses e vicentistas procedentes de Paranaguá fundaram em 1641 a vila de Nossa

Senhora da Graça do Rio São Francisco. Anos depois, em 1658, Manoel Lourenço de

Andrade, acompanhado por casais portugueses e paulista, chegou a São Francisco, com

plenos poderes para povoar a terra, repartindo-a entre a sua comitiva e os que fossem

chegando. Já em 1660 a localidade obteve autonomia municipal, quando foi elevada a

categoria de vila.

O crescimento de São Francisco do Sul foi lento, pois a região Sul tinha um papel

subsidiário de apoio às investidas portuguesas na região platina, muitas vezes drenando os já

escassos recursos alimentares (farinha de mandioca) e de homens para suas tropas,

frequentemente em guerras no Sul.

Efetivamente, a preocupação com a ocupação do território dar-se-á em meados do

século XVIII, com a política de imigração, trazendo inicialmente açorianos e madeirenses. A

introdução de levas de imigrantes incrementou o crescimento demográfico e refletiu no litoral

norte catarinense. Se em 1750 a vila de São Francisco, já então considerada próspera, era

composta por uma população de 1.000 habitantes, em 1796 contava com 4.155 habitantes,

sendo 767 escravos.

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Em São Francisco do Sul, a produção econômica estava direcionada ao plantio de

mandioca, arroz, feijão, cana-de-açúcar e gravatá, havendo 19 engenhos de aguardente e 14 de

farinha de mandioca no final do século XVIII. Além da economia de subsistência, registra-se

a importância da extração de madeira, da construção de embarcações e da instalação de uma

armação para pesca de baleia na Ilha da Graça (1808). Segundo relato de Saint-Hilaire datado

de 1820 descreve a vila como um lugar pobre, cuja maioria dos habitantes se dedicava a

lavoura e à pesca de subsistência. Quanto às arquiteturas e estruturas urbanas existentes,

Saint-Hilaire descreve que a maioria das casas era coberta de telhas, quase todas de alvenaria

em pedra e bem conservadas. Isso referente à área urbana, mas na parte rural da vila a maioria

das casas era humildes feitas de pau-a-pique, geralmente pessoas de baixa renda, escravos e

ex-escravos que moravam nestas residências.

Figura 2: Moradia de família afro-brasileira no interior da Ilha de Francisco do Sul no início do século XX. Acervo: IHGSC. Fonte: SANTOS et al. (2004, p.80).

Em meados do século XIX, houve nova ênfase na política de imigração, com as

colônias alemãs deslocando-se para si o caráter de núcleos irradiadores de ocupação, em

Santa Catarina. A partir de então, o território de São Francisco foi desmembrando-se em

novos municípios, resultando na atual configuração geopolítica do litoral norte do Estado.

A instalação da Colônia Dona Francisca, em 1851, composta por imigrantes, em sua

maioria, de origem alemã, resultou na introdução de tecnologias (como a energia à vapor) já

amplamente utilizadas na Europa (ALVES, 2003, p.12). A necessidade de escoar a produção

das novas colônias ― Jaraguá do Sul, Corupá, São Bento do Sul, Guaramirim ― exigiu a

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abertura de estradas e a instalação de ferrovia e, ainda, a economia portuária, uma das

principais bases econômicas de São Francisco do Sul.

A construção da rede ferroviária também contribuiu para um forte impulso de

desenvolvimento na cidade. A linha do São Francisco teve o primeiro trecho entregue pela E.

F. São Paulo-Rio Grande em 1906, ligando o porto de São Francisco à Joinville. Em 1910, a

linha foi prolongada até Hansa (Corupá); em 1913 até Três Barras; e, finalmente, em 1917,

atinge Porto União da Vitória, de onde deveria continuar até atingir Foz do Iguaçu, trecho que

jamais foi construído. A linha se entronca com o Tronco Sul em Mafra e com a antiga estrada

Itararé-Uruguai em Porto União da Vitória.

Figura 3: A Estação Férrea de São Francisco do Sul por volta de 1910. Fonte: Estações Ferroviárias1.

O surgimento dos portos em Santa Catarina tem a ver com a demarcação, a ocupação e

o povoamento do território catarinense. A instalação dos trapiches para ancorar as

embarcações era condição necessária para a manutenção dos principais núcleos populacionais

que foram surgindo ao longo do litoral de Santa Catarina.

Durante quase todo o século XIX, os portos de Laguna, Desterro, Itajaí e São

Francisco do Sul não tinham grande expressão econômica nacional, isto é, sua importância

era apenas local. Somente no final do século XIX é que os portos catarinenses passaram a ter

mais destaque na economia brasileira. Durante a Primeira República, a divisão econômica dos

1 Disponível em: <www.estacoesferroviarias.com.br>. Acesso em 20 de maio de 2010.

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portos catarinenses era a seguinte: Laguna e Imbituba exportavam carvão; Florianópolis,

farinha; Itajaí, alimentos e madeira; e São Francisco do Sul, erva-mate e madeira.

Em meados do século XX, a expressão econômica de São Francisco do Sul passa a ser

irrelevante, obrigando este município a buscar novas alternativas econômicas, como aquelas

relacionadas às atividades portuárias. Essas transformações ocorridas na ocupação e

desenvolvimento do litoral norte estão relacionadas às políticas econômico-administrativas do

país, exigidas pela conjuntura internacional, ao longo destes séculos. Assim, áreas que outrora

apresentavam considerável importância, como Bupeva, Porto do Rei, Gamboa, Figueira e

Praia Grande em São Francisco do Sul, hoje, apresentam baixa (ou inexistente) densidade

demográfica com o deslocamento de populações, alterando costumes, relações sociais e

paisagem (ALVES, 2003, p.12).

Análise do material arqueológico

Os materiais arqueológicos coletados formam em sua maioria itens de uso doméstico

ou cotidiano: louças de mesa e de chá, recipientes cerâmicos para preparar, armazenar ou

servir alimentos, garrafas de vidro para vinho, genebra (aguardente), frascos de remédio,

panelas de ferro, facas, ossos e botões.

Dentre as categorias de material arqueológico coletado durante a escavação, a

cerâmica encontra-se em primeiro lugar representando 90,78% da amostra, seguida pelo vidro

com 8,20%, metais 0,61% e botões 0,41%.

Devido à quantidade de peças, as maiores informações sobre o sítio foram obtidas do

material cerâmico, pois os demais, tais como vidro, metal, ossos e botões não forneceram

grandes informações. Apesar de o material vítreo possuir uma quantidade pequena de

materiais, foi possível identificar uma base de garrafa de vinho produzida pela técnica de

sopro e um frasco de remédio fragmentado, que provavelmente seria de óleo de rícino ou leite

de magnésia. Os demais fragmentos eram partes de corpo de garrafas que não contribuíram

muito para a pesquisa.

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Figura 4: Bases de garrafas de vinho na cor verde oliva. Fonte: Acervo Scientia Consultoria Científica,

2010.

Figura 5: Fragmentos de vidro azul cobalto. Fonte: Acervo Scientia Consultoria Científica, 2010.

O material cerâmico compreende diferentes categorias que “abrange todos os produtos

derivados de uma composição de argila e outras substâncias minerais, postos ao cozimento

para obter solidez e inalterabilidade” (TOCCHETTO et al., 2001, p.21). Na análise, a

cerâmica foi dividida em categorias: faiança (portuguesa e fina), cerâmica simples e com

decoração e cachimbos.

Dentre as louças estão incluídas a faiança e a faiança fina, sendo a maior quantidade

das peças faiança fina e apenas uma peça de faiança (portuguesa).

A faiança portuguesa é um tipo de faiança menos elaborada e de qualidade inferior que

perde sua importância no final do século XVIII, com o surgimento da faiança fina. Porém no

Brasil ela é consumida até o início do século XIX. De acordo com ALBUQUERQUE (2001),

a periodização deste tipo de material, seria determinada pela decoração aplicada na peça. No

sítio foi coletado apenas um fragmento de faiança portuguesa. Trata-se de uma base com pasta

branca e esmalte branco, com decoração pintada à mão na parte interna. A decoração é

composta de linhas concêntricas na cor azul e parte de um desenho no centro, o qual não foi

possível identificar. Portanto, não foi possível determinar a data deste fragmento.

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7755

Figura 6: Fragmento de base em faiança portuguesa. Fonte: Acervo Scientia Consultoria, 2010.

Já a faiança fina é uma categoria intermediaria entre a faiança e a porcelana, sua pasta

é porosa, com coloração mais clara que a faiança, sendo uniforme e também mais resistente.

Dentre as louças, a maior quantidade de peças é a faiança fina do tipo louça branca, e o que

apresentou a maior variedade de formas, este tipo de louça também se caracteriza por ser mais

barata e de uso cotidiano no século XIX. Porém, havia algumas peças com decoração que

inclui as tipologias, tais como; pintado à mão/carimbado e faixa e/ou frisos, transfer printing,

pintado à mão/borrão e superfície modificada, padrão Royal Rim.

As louças decoradas também possuíam alguns padrões com baixo valor e por isso, são

muito comuns nas amostras arqueológicas. Por exemplo, o padrão Willow das louças que

receberam decoração pela técnica do transfer printing, era a de preço mais acessível.

Figura 7: Fragmentos de faiança fina, com

decoração transfer printing padrão Willow e floral borrão azul. Fonte: Acervo Scientia Consultoria,

2010.

Figura 8: Prato fundo fragmentado, louça não decorada padrão Royal Rim. Fonte: Acervo Scientia Consultoria,

2010.

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7766

Figura 9: Fragmentos de canecas em faiança fina, com decoração bandado policrômico e carimbado.

Fonte: Acervo Scientia Consultoria, 2010.

Figura 10: Duas canecas fragmentadas de faiança fina, sem decoração. Fonte: Acervo Scientia Consultoria, 2010.

Figura 11: Malga pequena fragmentada em faiança fina, sem decoração. Fonte: Acervo Scientia Consultoria,

2010.

A cerâmica histórica ou “neo-brasileira”, foi a maior quantidade de peças no total de

materiais coletados no sítio. Estes recipientes em sua maioria eram utilizados para preparar e

armazenar alimentos e água.

Este tipo de cerâmica pode ser encontrado em vários municípios do litoral catarinense

como São José, Porto Belo, Joinville e Florianópolis, inclusive com técnicas decorativas

parecidas. Além de Santa Catarina, materiais semelhantes também foram encontrados em

outros Estados do país como, por exemplo, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e

outros.

O tipo de cerâmica encontrada na escavação de alguns sítios em Santa Catarina (Forte

São José da Ponta Grossa em Governador Celso Ramos, o Sítio Histórico Foz do Cubatão em

Joinville, no centro de Florianópolis em uma escavação realizada no Museu Palácio Cruz e

Sousa) é atribuído aos caboclos e escravos. Mas pode-se pensar que os açorianos ao chegarem

ao litoral, trouxeram consigo a técnica de produção da cerâmica, de torno e modelada e o

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contato com os indígenas da região fez com que eles incorporassem algumas técnicas de

produção dos grupos indígenas, assim como os africanos também incorporaram suas técnicas

na produção desta cerâmica.

Por isso, que nos anos de 1960 e 1970, a partir do PRONAPA, esta categoria de

cerâmica foi classificada como “Neo-Brasileira”. A utilização deste termo vem sendo

discutida, pois segundo sua definição seria uma cerâmica produzida por grupos familiares,

neobrasileiros ou caboclos, para uso doméstico.

Na análise dos fragmentos de cerâmica percebeu-se que a técnicas de confecção mais

empregada foi a modelada, sendo apenas alguns fragmentos acordelados ou produzidos por

torno. O tempero presente nos fragmentos é caracterizado principalmente por mica dourada e

fragmentos de quartzo. Porém, ressalta-se que a presença de mica pode não ser intencional,

mas estar naturalmente na fonte de argila ou de areia da região.

O material apresenta uma variedade com relação aos tipos de decorações, como

escovado, inciso, carimbado, além da presença de diversos tipos decorativos em uma mesma

peça, como escovado juntamente com inciso de arcos secantes paralelos e também apliques

nas bordas. Apesar desta grande variedade de decorações, o tipo que predomina é a cerâmica

alisada, sem decoração. Além da grande variedade de padrões decorativos plásticos as formas

também apresentaram variações. Diante disso, foram utilizados apenas os fragmentos de

borda para a reconstituição das formas, com um mínimo de segurança, para o perfil do

vasilhame.

As formas das vasilhas (figuras 12 a 19) indicam provavelmente panelas usadas para

cozer alimentos no fogo, devido as marcas de uso (presença de fuligem); além da presença de

asas (apliques em forma semi circular na superfície externa da vasilha).

294

0 1 2 3cm0 1 2 3cm

Figura 12: Fragmento de vasilha cerâmica, com decoração escovada e aplique na borda próximo ao

lábio, além de alça. Fonte: Acervo Scientia Consultoria, 2010.

Figura 13: Representação da forma da vasilha cerâmica, com decoração escovada e aplique; borda direta; lábio arredondado; diâmetro 24 cm. Fonte:

Acervo Scientia Consultoria, 2010.

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7788

113/120/296

0 1 2 3cm0 1 2 3cm

Figura 14: Fragmentos da borda com decoração de arcos secantes paralelos. Fonte: Acervo Scientia

Consultoria, 2010.

Figura 15: Representação da vasilha cerâmica com decoração de arcos secantes paralelos; borda direta; lábio arredondado; diâmetro 16 cm. Fonte: Acervo

Scientia Consultoria, 2010.

29/35/149/151

0 1 2 3cm

Figura 16: Fragmentos da borda com decoração de arcos paralelos a borda. Fonte: Acervo Scientia

Consultoria, 2010.

Figura 17: Representação da vasilha cerâmica com decoração de arcos paralelos; presença de asas na

lateral; borda direta; lábio arredondado; diâmetro 22 cm. Fonte: Acervo Scientia Consultoria, 2010.

111/119/286

0 1 2 3cm0 1 2 3cm0 1 2 3cm

Figura 18: Fragmentos da borda e parte do bojo; decoração de arcos paralelos a borda. Fonte: Acervo

Scientia Consultoria, 2010.

Figura 19: Representação da vasilha cerâmica com decoração de arcos paralelos; borda direta; lábio arredondado; base arredondada; diâmetro 18 cm.

Fonte: Acervo Scientia Consultoria, 2010.

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7799

27/126/1530 1 2 3cm

Figura 20: Vasilha fragmentada com acabamento alisado. Fonte: Acervo Scientia Consultoria, 2010.

Figura 21: Representação da vasilha cerâmica; base plana; diâmetro 4 cm. Fonte: Acervo Scientia

Consultoria, 2010.

As cerâmicas vitrificadas apresentam esmalte na face interna de coloração esverdeada,

com exceção de uma borda, na qual o esmalte do vidrado é da cor laranja, na face interna.

Todas as peças possuíam marca de fuligem na face externa, com exceção das bordas.

E algumas possuem marcas escuras na face interna, provavelmente devido ao uso. A pasta da

cerâmica é branca e apresenta grande quantidade de fragmentos de quartzo misturados. Esse

tipo de cerâmica teve pouca representatividade no sítio.

Figura 22: Fragmentos de cerâmica vitrificada, com esmalte na cor verde na fase interna. Fonte: Acervo

Scientia Consultoria, 2010.

Outros artefatos coletados foram os fragmentos de cachimbos, estes geralmente

associados à cultura africana. Através da presença de cachimbos nos sítios históricos, pode-se

pensar que o consumo de fumo era um hábito comum, e geralmente está associado aos

escravos ou seus descendentes. As práticas sociais de muitos escravos estavam intimamente

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8800

ligadas às práticas culturais. A presença destes artefatos não quer dizer que os mesmos foram

utilizados apenas por africanos, sua utilização também era realizada por outras pessoas.

Figura 23: Fragmentos de porta boquilha e de cachimbos. Fonte: Acervo Scientia Consultoria, 2010.

Com relação às praticas alimentares, foram coletados restos de ossos, bovinos, aves e

peixes, além da grande quantidade de restos de conchas presentes no sítio. Todos estes

vestígios eram comuns na alimentação litorânea de Santa Catarina, principalmente o consumo

de peixes e moluscos. Nenhum dos fragmentos apresentou sinal de reuso ou confecção de

instrumento em osso.

Figura 24: Material ósseo. Fonte: Acervo Scientia Consultoria, 2010.

Também foram coletados outros artefatos tais como metais e botões, porém destes não

se obteve muitas informações. Os metais estavam em avançado processo de corrosão: uma

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lâmina com medidas (21,0cm x 3,6cm x 0,6cm), provavelmente possuía o cabo de outro

material; um fragmento de base, que poderia ser de uma panela ou outro utensílio doméstico e

um fragmento não identificado.

Figura 25: Materiais metálicos. Fonte: Acervo Scientia Consultoria Científica, 2010.

Já os botões que foram coletados no sítio são duas peças e ambas aparentam ser mais

contemporâneos. O material utilizado na matéria prima de um é plástico de coloração marrom

e no outro não foi possível identificar a matéria prima, mas apresenta coloração bege.

Figura 26: Botões coletados no sítio Rocio Grande II. Fonte: Acervo Scientia Consultoria Científica, 2010.

Considerações finais

Através da análise dos restos materiais, foi identificado que o sítio provavelmente era

uma lixeira de meados do século XIX até inicio do século XX. Os vestígios materiais

coletados nos remetem a um grupo sem muitas posses já que a quantidade de louça ordinária

utilizada na mesa era relativamente barata. Tratando-se de uma utilização mais funcional do

que para ostentação de algum status socioeconômico. Isso foi constatado no material

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arqueológico coletado no sítio, devido a pouca quantidade de peças e por não possuir nenhum

conjunto completo de louça. Esta lixeira provavelmente seria de uma residência familiar ou

um local utilizado por algumas habitações para descarte.

A ausência de material construtivo, como fragmentos de tijolos e telhas vêm reforçar a

hipótese de não se tratar de unidades de moradia. Estas, possivelmente, estariam situadas a

certa distância das lixeiras; porém não puderam ser encontradas, apesar dos transects de

sondagem efetuados a partir de seu centro, até 100 m do entorno. Possivelmente, estas

unidades seriam formadas por casas de pau-a-pique (conforme figura 3) que teriam

desaparecido posteriormente, devido às atividades agrícolas que foram realizadas na área

durante dezenas de anos, desde o início do século XX até a década de 1970 do século

passado.

Também a aparente mistura de material característico de famílias de baixa renda

(cerâmica neobrasileira, cachimbos, coleta/consumo intensivo de moluscos) com material

associado à elite (faiança fina) em um mesmo contexto deposicional pode permitir

interessantes considerações sobre o modo de vida das populações pescadoras e agricultoras

que viveram no interior do município de São Francisco do Sul, populações estas praticamente

ausentes na documentação histórica disponível para o período.

Esses materiais também foram encontrados em outras áreas de Santa Catarina como,

Porto Belo, Florianópolis e outros além da região próxima a São Francisco do Sul. Todos os

materiais cerâmicos coletados possuem as mesmas características, formas e até as decorações

são iguais ou parecidas. Além disso, através dos restos de alimentos foi possível perceber que

se tratava de uma área de descarte.

Com isso podemos considerar que um estudo aprofundado sobre as lixeiras domésticas

se faz tão necessário, para a compreensão do modo de vida e do cotidiano da população nas

cidades. Essa idéia já é discutida e outros lugares como no Rio Grande do Sul, aonde as

pesquisas com lixeiras coletivas acontecem frequentemente.

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