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“Violência Urbana”
Fontes de Informação Sociológica
Docente: Professor Paulo Peixoto Discente: Susana de Almeida Barata
Coimbra, Dezembro de 2008
“Violência Urbana”
Trabalho de avaliação contínua, realizado no âmbito da
disciplina de Fontes de Informação Sociológica, do 1º ano de
licenciatura de Sociologia. Sob orientação do professor Paulo Peixoto.
Docente: Professor Paulo Peixoto
Discente: Susana de Almeida Barata
Coimbra, Dezembro de 2008
Ficha Técnica
Título: “Violência Urbana”
Trabalho realizado por: Susana de Almeida Barata
Nº de aluna: 20082867
Imagem de capa:
Holanda, (2007).
Índice
1. Introdução 1
2. Desenvolvimento 3
2.1. Estado das Artes 3
2.1.1. Definição de Violência Urbana 5
2.1.2. Factores Determinantes 7
2.1.3. O medo e a insegurança 9
2.2. Descrição pormenorizada do processo de pesquisa 11
3. Ficha de Leitura 14
4. Avaliação da página Web 17
5. Conclusão 18
6. Referências Bibliográficas 19
I. Fontes Impressas 19
II. Fontes Electrónicas – retiradas da Internet 20
III. Fonte de áudio e vídeo 21
Anexo A
Texto de suporte da Ficha de Leitura (fotocopiado)
Anexo B
Página da Internet avaliada
Introdução
1
1. Introdução
“Se a janela de um edifício estiver partida e for deixada por
reparar, todas as restantes janelas estarão em breve partidas.”
(Wilson & Kelling apud Machado, 2000).
Para a realização deste trabalho, decidi abordar um tema
complexo, mas extremamente actual – Violência Urbana. Sendo um
bom tema do ponto de vista sociológico, decidi fazer uma leitura
crítica acerca dos artigos existentes sobre a temática.
Violência Urbana… É cada vez mais banal falar sobre ela.
Marginalização, distúrbios nas ruas, pobreza, poluição,
desregramento demográfico…
Todos os dias, através dos meios de comunicação entram em
nossas casas, relatos sobre quem a viveu na pele. Indivíduos que
sentem necessidade de contar, o que vivenciaram na noite passada,
na sua rua¹, que alguns locais são “ (…) potencialmente perigosos
para circular, residir ou frequentar (…) ” (Esteves, 1999: 25).
Será que, existe alguma forma, de nas grandes cidades
obtermos um “espaço familiar e conhecido, e não receado”? (idem).
Muitas são as interrogações que os indivíduos fazem
diariamente sobre este fenómeno social. Afinal o que é a Violência
Urbana? Quais as causas que a geram? Vivemos num meio social
seguro?
_________________
¹ Pressuposto meu (baseada na experiência pessoal e social).
Introdução
2
Para muitos, a violência urbana é simplesmente caracterizada
pela vertente criminalista.
Mas não só… Será que, algum de nós já se apercebeu que ao
colocar um simples lenço de papel para o chão, está a praticar
violência urbana?
Pois bem, isso faz parte dos princípios básicos, de traços
culturais caracterizados pelas socializações desenvolvidas, dentro da
significação de regularidade social.
Desta forma, e após abordar a temática, decidi dividir o meu
Estado das Artes em três subtemas: “definição de violência urbana”;
“factores determinantes”; e “o medo e a insegurança”.
De seguida, faço uma descrição mais detalhada de todo o
processo de pesquisa, bem como, das minhas fontes.
Noutro momento, apresento a minha ficha de leitura sobre
“Reflexões sobre a pistolagem e a violência na Amazônia” da Revista
Direito GV, V. 3, N. 1.
Por último e de forma a concluir os objectivos do trabalho a que
me propus, faço a avaliação da página da Internet do Instituto
Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE).
Estado das artes
3
2. Desenvolvimento
2.1. Estado das artes
Para percebermos melhor o que a dimensão deste conceito, é
necessário compreendermos a origem e o significado de violência e
urbanismo.
Não existe um conceito íntegro sobre violência. Esta deriva do
latim violentia, ou seja, aplicação de força. É vista de muitas formas
diferentes, classificada com critérios algo confusos e rotulada
consequentemente por ruptura de normas.
No entanto, Humberto Calloni¹ classificou a violência de duas
formas, violência objectiva aquela que representa agressões
permanentes contra a natureza e, violência subjectiva que traduz
as agressões, determinadas ou não pelos indivíduos.
O autor afirma que:
“A violência é um fenómeno visceral à condição humana,
cujas modalidades e intensidades são indescritíveis”. (Calloni,
2007).
Assim, em modo conclusivo, posso afirmar que violência é uma
coacção de força que pode causar danos nos indivíduos ou em
objectos.
O significado de urbanismo nasceu da urbe, da influência dos
grandes centros populacionais sobre os habitantes. Da população
migratória que trocou o campo pela cidade. Onde encontram um
território social muito mais abrangente e aberto à comunidade.
_______________
¹ Pesquisador brasileiro, doutorado em Educação.
Estado das artes
4
“O mais característico do urbanismo, como é entendido
actualmente, não é, todavia, a concentração geográfica, nem o
número elevado de pessoas que vão viver em cada núcleo,
mas a possibilidade enorme de relações e comunicações entre
as pessoas duma área” (Gameiro, 1987: 124).
No entanto, Alina Esteves classifica “o aumento do grau de
urbanização” como “uma das mais importantes transformações
territoriais” (1999: 26).
“O crescimentos das urbes e das suas áreas
metropolitanas deve-se, por um lado, ao crescimento natural
resultante da população que aí vive (…) mas principalmente à
migração de pessoas das áreas rurais para as cidades, ou de
países estrangeiros para as grandes metrópoles, esperando
atingir um nível de vida mais elevado, através de melhores
remunerações e do acesso a uma série de infra-estruturas,
bens e serviços não disponíveis nos seus anteriores locais de
residência.” (idem, 1999: 26).
No entanto, as condições actuais da vida nas cidades são
complicadas, devido às desordens urbanas, físicas e sociais,
designadas por incivilidades (Machado, 2000: 44).
Desta forma podemos concluir “de imediato que, ao longo das
próximas décadas, se torna absolutamente inevitável construir não
apenas mais cidade, mas também melhor cidade2” (Fortuna,
2002:123).
_______________ 2 O autor refere-se à cidade de Coimbra.
Definição de Violência Urbana
5
2.1.1. Definição de Violência Urbana
É difícil encontrar uma definição unânime de violência urbana.
Trata-se de um tema social extremamente abrangente e pouco
elucidativo.
Se por um lado, é um fenómeno social “ (…) situação de
marginalidade e desigualdades de alguns segmentos da sociedade
conduz a comportamentos desviantes, os quais constituem hoje
grandes preocupações (…)” (Esteves, 1999: 27).
Por outro, o próprio conceito urbano, dá asas a esta
fragmentação social. A própria cidade é considerada como espaço
capaz de gerar por si mesmo a violência (Instituto Brasileiro de Análises
Sociais e Económicas, 1991: 44).
Alina Esteves cita “algumas das características dos meios
urbanos, como dimensão, densidade e heterogeneidade da sua
população, influenciam a prática de actos delituosos, pois
determinam as formas de controlo social e consequentemente as
oportunidades para a execução de crimes” (1999: 29).
“ (…) o número de habitantes de uma urbe influencia a
vida social, na medida em que quanto maior o número de
pessoas, maior a frequência de contactos entre
desconhecidos e maiores oportunidades se geram para a
prática de furtos, roubos e agressões. (…) nível das
diferenças sociais, económicas, étnicas e etárias entre as
pessoas residentes, ou ao nível das actividades económicas
desenvolvidas, é um elemento potenciador de actos
criminosos (…) ” (idem).
Definição de Violência Urbana
6
No entanto, a violência urbana é extremamente abrangente,
acolhe a violência doméstica, a violência ao património, a violência
verbal, a poluição, a criminalidade…
Segundo Alina Esteves:
“Entre crime contra pessoas, são o homicídio, as
ofensas corporais graves e simples, as injúrias, as ameaças os
raptos e sequestros ou as violações; nos crimes contra o
património, assumem especial destaque os furtos e roubos a
pessoas e da propriedade, a burla a fraude; nos crimes contra
a vida em sociedade, o tráfico e o consumo de drogas são
responsáveis por grande parte dos valores, e entre os crimes
contra o Estado destaca-se a desobediência e coacção do
funcionário.” (1999: 27).
Estas formas de violência têm um cariz associado a
delinquências, a princípios de comportamentos e valores sociais, que
consciente ou inconscientemente dá espaço a desigualdades raciais e
de oportunidade.
Neste contexto, a violência urbana deve ser vista, sob o seu
aspecto ideológico. Não esquecendo, de alguma forma, os
mecanismos de manutenção social, presentes nos actos de cidadania
(Alves, 2008).
A concepção comum de violência urbana encontra-se assim,
subdividida em três pontos: a diferença cultural, a diferença racial e a
marginalidade social.
Assim, do ponto de vista sociológico, a proliferação deste
contexto é inevitável e a sua evolução tende a ser cada vez maior3.
_______________ 3 Segundo os Inquéritos e autos de crimes registados pelas forças policiais (PSP, GNR, GF,
PM) entre 1984 e 1993 segundo a sua natureza. (Esteves, 1999: 94).
Factores determinantes
7
2.1.2. Factores determinantes
A problemática violência urbana surge através dos valores
sociais, culturais, económicos, políticos e morais de cada sociedade.
Inicialmente, através da alusão ao universo da socialização
primária e secundária. O mundo homogéneo em primeiro lugar
transformado em heterogéneo posteriormente.
A sucessão ou sobreposição primária – secundária é
frequentemente posta em questão pela acção socializadora muito
precoce de universos sociais diferentes do universo familiar ou de
actores estranhos ao universo familiar (Berger e Luckman, 1999).
Desta forma, a influência da família é apontada como o ponto-
chave para todo este fenómeno. Desde onde residem, a educação
que tiveram, a categoria social em que se encontra, níveis de
instrução escolar, qualificação profissional, meios económicos, meios
culturais e a raça.
“O comportamento e ambiente familiares exercem
grandes influências na maneira de ser do indivíduo e podem
determinar o seu comportamento a curto, médio e longo
prazo. Meios familiares violentos, de grande exclusão social,
onde o desemprego, a precariedade da habitação e do
trabalho remunerado e o desentendimento conjugal são
permanentes, conduzem a situações de marginalização infantil
e de futura delinquência e criminalidade.” (Esteves, 1999: 28).
Factores determinantes
8
Os jovens são outro factor determinante para este
acontecimento social. A sua vulnerabilidade, os assaltos socializantes
a que estão sujeitos e as distinções sociais, construídas e
reconhecidas por eles, contribuem de uma forma compartilhada para
os conflitos interpessoais de valores empiricamente constituídos pela
sociedade.
Como afirma José Machado Pais “em consequência da incapacidade
de os jovens se ajustarem às normas de comportamento dominantes
e socialmente aceitáveis, incapacidade causada, por exemplo, por
más famílias e lares desfeitos” (1993: 93).
Não só a idade é constituída como factor, o sexo do indivíduo
desempenha também uma causalidade no meio da violência urbana.
Normalmente, é o sexo masculino que se dedica a esta inibição de
criminalidade e desperta desde cedo práticas delinquentes. Surgindo
através do facilitismo alargado que os pais dão aos rapazes e não às
raparigas, ainda actualmente.
A droga é uma grande preocupação social, culmina com actos
violentos e com a atitude de quem a consome e/ou vende. Com ela
cresce a violência urbana, surgem importantes inquietações na
sociedade, onde começa a ser vista como uma nova ética social (Pais,
1993: 108).
No entanto, as politicas sociais de cada sociedade, transformam
a violência urbana e os seus factores determinantes numa inegável
luta social contra os governos que os representam.
O medo e a insegurança
9
2.1.3. O medo e a insegurança
Devido à marginalização existente nas urbes, o medo e a
insegurança passaram ao longo de décadas a fazer parte do
quotidiano dos indivíduos que nelas habitam.
As categorias sociais vulneráveis, como o estado, a economia, a
politica e as instituições, não conseguem fazer fase à problemática. A
exclusão social e o forte dinamismo do sistema produtivo social
encontram-se na vertical desta extensão realista.
Desta forma, o medo e a angústia diária crescem a olhos vistos.
Por um lado o controlo do medo pactua com as desordens no
ambiente social comunitário, por outro, a homogeneização das
comunidades seguras resultam numa metodológica segregação
residencial.
Assim, segundo o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e
Económicas (1991:47), “ a violência passa a ser utilizada como um
modo de protecção, um instrumento legítimo de coerção social aceito
até mesmo pelos setores populares, que são mais intensa e
mortalmente por eles atingidos”.
Neste campo de tantas ambiguidades a respeito da violência
urbana e como nota crítica, a população das cidades, manifesta,
sentimentos plurais de medo como forma contextualizada de
descrédito fase à segurança social e justiça pública.
“Isto [a violência] não vai parar. São os sinais de pequenas
granadas de mão a estoirar até que haja uma grande explosão
como a que aconteceu em Paris”. (Flores, 2008) 4.
______________ 4
Em entrevista ao Diário Económico, acerca do Tiroteio na Quinta da Fonte.
O medo e a insegurança
10
O mais característico deste esquema social é a inversão das
noções de justiça e cidadania que cada um de nós apresenta.
A hierarquização generalizada de violência urbana pode
caracterizar oposições vivenciadas por cada classe ideologicamente
representada.
“Na sociedade da informação, o que separa os não-
normais dos anormais é a densidade da informação disponível.
Um comportamento desviante socialmente enquadrado não é
normal, imagina-se saber. Mas o mesmo comportamento num
quadro social estigmatizado, julga-se saber, será percebido
como normal, isto é recorrente e, portanto, anormal. Certos
bairros da cidade5 querem-se transparentes e sinceros, porque
estão seguros de si. São urbanizados e querem urbanidade.
Outros bairros da cidade não estão urbanizados, sofrem do
medo que se encolhe nos seus habitantes, que por seu turno o
mascaram, quantas vezes com atitudes agressivas. Aqui
contam-se os maiores números de vítimas da violência
desurbana, mas a polícia é quase sempre recebida como
ameaça. Falta-lhes mutuo reconhecimento, falta-lhes (in)
formação, falta-lhes alianças que as defendam, ambas as
partes, das conspirações de terceiros que, no poder ou no
crime, usam os territórios desurbanizados como campo de
batalhas estratégicas, de recrutamento de mão-de-obra, de
especulação imobiliária, de circulação de influências e
mercadorias ilícitas” (Dores, António Pedro, [s.d.]).
A própria interiorização de cada sociedade contribui
inevitavelmente para a desconfiança e participação da autoridade.
______________ 5 O autor refere-se à cidade de Lisboa.
Descrição pormenorizada do processo de pesquisa
11
2.2. Descrição pormenorizada do processo de
pesquisa
Para dar início ao meu trabalho e, depois de pensar através do
ponto de vista sociológico, surgiu-me o tema “Violência Urbana”.
Tratando-se de um tema extremamente actual, em que todos
os dias aparecem denúncias nas grelhas dos noticiários, e, por
suscitar em mim bastante interesse e motivação, perguntei ao
professor Paulo Peixoto se seria um tema pertinente, visto não se
encontrar na lista dada na aula, ao qual obtive resposta positiva.
Desta forma, concentrei-me onde poderia encontrar possíveis
fontes credíveis para a realização deste trabalho. Utilizando o que
aprendi nas aulas práticas, decidi fazer uma pequena abordagem on-
line. Onde fiquei com uma “luz” sobre eventuais palavras-chave a
utilizar nas pesquisas dos catálogos bibliotecários.
Por me ser mais familiar e face à minha disponibilidade, devido
aos horários de transporte, dirigi-me à Biblioteca da Faculdade de
Economia da Universidade de Coimbra, onde realizei uma pesquisa
simples, utilizando como palavra-chave o próprio tema. Obtive 9
resultados, do qual escolhi apenas um da autoria de Georges Fenech,
titulado por “Tolerância Zero: acabar com a criminalidade e a
violência urbana”, visto encontrar-se mais relacionado com a
problemática que eu queria desenvolver. No entanto, visto este se
encontrar em língua francesa acabei por não o utilizar, devido ao
escasso tempo que tinha para fazer a tradução. Neste contexto,
decidi procurar com outros conceitos (violência, crimes passionais,
entre outros), no entanto os resultados eram sempre os mesmos ou
então não pertinentes ao que pretendia.
Desta forma, dirigi-me a Biblioteca Geral da Universidade de
Coimbra, onde utilizei na pesquisa simples “criminalidade”, obtive 68
Descrição pormenorizada do processo de pesquisa
12
resultados encontrados, desses resultados fiz uma análise através de
dados cedidos na página e, na sua maioria retratava estudos
específicos de determinadas urbes. Assim sendo, escolhi apenas “A
criminalidade na cidade de Lisboa: uma geografia de insegurança” de
Alina Esteves, era o livro mais completo, segundo o que eu queria
explorar. Sendo a violência urbana um tema bastante abrangente,
decidi procurar com a palavra “culturas”, no meio dos trezentos e
vinte e nove resultados seleccionei 3, mas depois de uma leitura
denotativa, decidi apenas utilizar “Culturas Juvenis”, do sociólogo
José Machado Pais. Não tendo ainda, fontes suficientes para a
realização do meu trabalho, decidi explorar o “urbanismo”; “medo” e
“insegurança”, com bastantes resultados obtidos, escolhi: “Iniciação à
dinâmica das sociedades e dos grupos”, de Aires Gameiro; a tese de
Carla Machado, “Discursos do Medo, Imagens do “Outro”: estudos
sobre a insegurança Urbana na Cidade do Porto”.
Como ainda não estava satisfeita com as fontes que tinha
recolhido decidi dirigir-me à Biblioteca Norte/Sul do Centro de
Estudos Sociais (CES). Depois de algumas horas de leitura intensa há
procura de artigos que completassem o meu trabalho, descobri um
artigo na Revista Crítica de Ciências Sociais, número 63, de Carlos
Fortuna denominado por “Culturas urbanas e espaços públicos: sobre
as cidades e a emergência de um novo paradigma sociológico” e um
livro editado pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e
Económicas, elaborado pelo Núcleo de Estudos da Violência,
designado por “Vidas em Risco: assassinatos de crianças e
adolescentes no Brasil”. Para a realização da minha ficha de leitura
encontrei a Revista Direito GV, V.3, N. 1, o artigo de Violeta Loureiro
e ED Carlos Guimarães (2007), “Reflexões sobre a pistolagem e a
violência na Amazônia”.
Não gostando particularmente da informação em formato
electrónico para a realização de trabalhos académicos, mas de forma
a valorizar o trabalho com várias pontos de vista, recorri ao motor de
Descrição pormenorizada do processo de pesquisa
13
busca Google. Pesquisei no site do Instituto Superior de Ciências do
Trabalho e da Empresa, com as palavras “violência urbana” obtive
291 resultados, utilizando apenas um texto regido por António Pedro
Dores. De seguida, após visualizar todos os campos de pesquisa dos
periódicos portugueses, chamou-me atenção um parágrafo de
Francisco Moita Flores, no Diário Económico acerca do Tiroteio da
Quinta da Fonte. E por último, visto não ter encontrado um conceito
unânime sobre violência, decidi procurar no mesmo motor de busca,
como pesquisa avançada, usando o formato PDF, por ser mais
credível, a designação (conceito de violência), onde surgiu o artigo “O
conceito de violência e o meio ambiente em Michel Serres”, de
Humberto Calloni. Decidi utilizar, visto de uma forma abrangente o
meio ambiente estar interligado com a violência urbana.
Curiosamente, no dia 17 de Novembro de 2008, encontrava-me
junto a televisão, a percorrer canal a canal, a procura de algo que me
aliciasse, quando no canal brasileiro Rede Record surgiu uma
reportagem chamada “Galera Violenta” da autoria de Renata Alves.
Dessa forma, e, por achar a reportagem muito bem conseguida,
decidi utilizá-la na elaboração do meu trabalho.
Ficha de Leitura
14
3. Ficha de Leitura
Título da publicação: Revista Direito GV
Autores: Violeta Loureiro e Ed Carlos Guimarães
Local onde se encontra: Biblioteca Norte/Sul (CES)
Data de publicação: Junho de 2007
Edição: Periódica, Semestral
Local de edição: São Paulo, Brasil
Editora: Fundação Getúlio Vargas
Título do capítulo: Reflexões sobre a pistolagem e a violência na
Amazônia
Cota: não tem
Nº de páginas: vinte e três (23)
Assunto: Violência na Amazônia
Palavras-chave: Amazônia; Pistolagem; Violência; Estado; Esfera
Pública.
Data de Leitura: 23/12/2008
Observações: nada a registar
Notas de autor
Violeta Loureiro é natural do Brasil, possui licenciatura em
Ciências Sociais (1969), mestrado em Sociologia, Doutorado em
Sociologia na América Latina (1994) e Pós-Doutorado pela
Universidade de Coimbra (2006).
Ed Carlos Guimarães é professor de Sociologia Jurídica, Mestre
em Direito (2005) e Doutorando em Ciências Sociais pela
Universidade Federal de Pará.
Ficha de Leitura
15
Resumo
O artigo analisado, apresenta um estudo feito na região da
Amazónia, Brasil. Este explora e identifica as causas da pistolagem; o
“apodrecimento” do sistema público; o vínculo entre o crime e a
estrutura social; e como o sistema jurídico da religião processa os
conflitos existentes.
Estrutura
Os autores como forma de iniciar a temática, procuraram
demonstrar a dificuldade de análise da vida social na Amazónia,
devido à história central da religião. Desta forma, revelaram a
existência de um processo de modernização que consequentemente
originou exclusão social nos seus diversos significados.
A partir desse ponto os autores instalam o conceito de violência
e urbanismo, como forma significativa de um carácter ético do estado
fase a esta mudança. Evidenciando ao longo do artigo as condições
privilegiadas dos elementos institucionais fronte à disponibilidade que
o Estado oferece de Serviços Públicos. Naturalmente, todo este
processo causa desigualdade entre as classes empreendedoras.
Noutro ponto, os autores denunciam a justiça local, mostrando
a incapacidade de oferecer resposta aos conflitos originados pelas
populações, o que viciosamente causa desordem social.
Desta forma, dados os desenvolvimentos apresentados no
artigo, o estado estabeleceu uma relação recíproca entre o poder
político e económico. Esta proximidade veio trazer abusos éticos
sobre os mecanismos ideológicos geridos sobre a população face à
representatividade das elites estaduais.
Ficha de Leitura
16
Os autores de forma contínua detalharam os vários perfis dos
pistoleiros, assim como, a relação dos mandantes e dos executadores
criminais.
No entanto, e, de forma a concluir esta reflexão, os autores
mostraram a razão instrumental do campo jurídico fase ao seu
contributo – colaborando com a desertificação humana na Amazónia.
No meu entender, creio que este artigo é empiricamente rico na
coacção de análise sociohistórica, embora ao fazer uma leitura crítica,
me tivesse apercebido do seu lado repetitivo.
Avaliação de uma página da Internet
17
4. Avaliação de uma Página da Internet
Dados os objectivos deste trabalho, confesso que senti alguma
dificuldade em escolher a página avaliar. No entanto, como tinha
utilizado um artigo on-line do Instituto Superior de Ciências do
Trabalho e da Empresa (ISCTE), optei por avaliar a sua página
<http://iscte.pt/>.
No meu entender, trata-se de uma página fiável, actualizada e
inédita. Exprime o nome de uma instituição pública em que o
endereço é curto, intuitivo e acessível em qualquer computador.
De forma a facilitar o navegador, disponibiliza de bons
instrumentos de pesquisa e navegação, fáceis de interiorizar e com
ligações activas e pertinentes, dando assim credibilidade e fiabilidade
à página.
Outro ponto positivo, diz respeito ao grafismo singular da
página, não há existência de publicidade; trata-se de textos pouco
densos e com cores neutras, facilmente legível sem esforço visual;
de forma que, contribui para uma boa leitura sem que esta seja
prejudicada.
Dada a credibilidade da página, esta produz informação única,
exacta e objectiva, com um formato de leitura adequado ao que
representa.
Trata-se de uma página gratuita, escrita em português, com
um texto bem estruturado e redigido, em linguagem académica.
No entanto, atribuo como ponto fraco, o difícil acesso à
impressão, e a forma pouco esclarecedora como algumas referências
são citadas.
No meu entender e de forma geral faço uma avaliação positiva
há página. Nota-se que se trata de uma página cuidada, pensada e
dinâmica. Que valoriza os pormenores, de forma a facilitar os seus
utilizadores.
Conclusão
18
5. Conclusão
Como podemos verificar ao longo deste trabalho, a violência
urbana é um fenómeno mundial que atravessa a maioria dos países
desenvolvidos, com características complexas e desiguais.
Actualmente, no nosso quotidiano deparamo-nos com os
mesmos problemas sociais de sempre, mas como somos absorvidos
pelo tempo, nem sequer nos apercebemos que pensamos, e que, nos
defendemos inconscientemente desta ideologia do senso comum…
Todos nós temos o cuidado de andar por ruas bem iluminadas,
que nos sejam familiares… Conduzimos com portas trancadas,
assegurando-nos regularmente que o nosso carro não é seguido…
Prevenimo-nos se o vidro se encontra muito aberto, quando somos
obrigados a parar… Evitamos atalhar por jardins desertos ou terrenos
baldios… Pagamos balúrdios para deixar o carro em parques
privados… Trancamos as portadas, reforçamos as fechaduras… Trata-
se de um inimigo sem rosto!
Para muitos é uma forma obstinada de viver, enquanto para
outros, uma realidade empiricamente revoltante, longe de chegar ao
fim.
A realização deste trabalho surpreendeu-me positivamente,
deu-me uma noção mais autêntica e elementar do trabalho que um
sociólogo desenvolve.
No entanto, após fazer uma leitura crítica sobre o trabalho,
detectei que poderia ter explorado ainda mais algumas vertentes que
constituem esta temática.
Apesar disso, considero ter atingido os objectivos da cadeira,
uma vez que aprendi e desenvolvi imenso as minhas capacidades
enquanto futura socióloga.
Referências Bibliográficas
19
6. Referências Bibliográficas
I. Fontes de Impressas
Berger, Peter L.; Luckmann, Thomas (1999), “A interiorização da
realidade”, in P. L. Berger e T. Luckman, A construção social da
realidade: um livro sobre a sociologia do conhecimento. Lisboa:
Dinalivro, pp. 137-154 e 204-205.
Esteves, Alina (1999), A criminalidade na cidade de Lisboa: uma
geografia da insegurança. Lisboa: Colibri.
Fortuna, Carlos (2002), “Culturas urbanas e espaços públicos: sobre
as cidades e a emergência de um novo paradigma sociológico”,
Revista Crítica de Ciências Sociais, 63, 123-125.
Gameiro, Aires (1987), Iniciação à dinâmica das sociedades e dos
grupos. Porto: Edições Salesianas.
Holanda, Urbano (2007), “Quando a violência bate a porta”. Página
consultada em 17 de Novembro de 2008,
<http://olhares.aeiou.pt/foto1575602.html>.
Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Económicas, Núcleo de
Estudos da Violência (1991), “Vidas em Riscos: assassinatos de
crianças e adolescentes no Brasil”. Rio de Janeiro: MNMMR: IBASE:
NEV-USP.
Loureiro, Violeta e Guimarães, Ed Carlos (2007), “Reflexões sobre a
pistolagem e a violência na Amazônia”. Revista Direito GV, 3, 1, 221-
246.
Referências Bibliográficas
20
Machado, Carla Maria (2000), “Discursos do medo, imagens do outro:
estudos sobre a insegurança urbana na cidade do Porto”, Tese de
Doutoramento em Psicologia. Braga: Instituto de Educação e
Psicologia da Universidade do Minho.
Pais, José Machado (1993), “Hábitos, consumos e gostos culturais”,
in José Machado Pais (org.), Culturas Juvenis. Imprensa Nacional:
Casa da Moeda, 103-115.
II. Fontes Electrónicas – retiradas da Internet
Calloni, Humberto (2007), “O conceito de violência e meio ambiente
em Michel Serres”. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação
Ambiental, V.18, Janeiro – Julho. Consultado em 17 de Novembro de
2008, <http://www.remea.furg.br/edicoes/vol18/art23v18a15.pdf>.
Dores, António Pedro (s.d.), “Violência urbana uma inevitabilidade?”.
Página consultada a 15 de Novembro de 2008,
<iscte.pt/~apad/ACED/textos/ANIVERSARIOS/Violencia%20urban
a.doc –>.
Flores, Francisco Moita (2008), “Tiroteio na Quinta da Fonte”. Diário
Económico, 14 de Julho. Página consultada a 15 de Novembro de
2008,
<http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/edicion_im
presa/politica/pt/desarrollo/1145633.html>.
Referências Bibliográficas
21
III. Fonte de áudio e vídeo
Alves, Renata (2008), “Balanço Geral”. Galera Violenta, 17 de
Novembro de 2008, Rede Record.
Anexo A
Anexo A
Texto de suporte da Ficha de Leitura, “Reflexões sobre a
pistolagem e a violência na Amazônia” da autoria de Violeta Loureiro
e Ed Carlos Guimarães, (fotocopiado).