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    Rev. paul. Educ. Fs., So Paulo, 17 (2): 119-30, jul./dez. 2003

    CDD. 20.ed. 612.0144796.07

    ALTERAES EM BIOMARCADORES DE ESTRESSE OXIDATIVO,DEFESA ANTIOXIDANTE E LESO MUSCULAR EM JOGADORES DE FUTEBOL

    DURANTE UMA TEMPORADA COMPETITIVA

    Cludio Csar ZOPPI * Joaquim ANTUNES-NETO *

    Fernando Oliveira CATANHO * Luiz Fernando GOULART *

    Nilcia MOTTA E MOURA * Denise Vaz de MACEDO *

    RESUMO

    O exerccio fsico induz aumento no consumo de oxignio bem como na demanda energtica. Oaumento no consumo de O2 induz aumento na produo de espcies reativas de oxignio (EROs).Dependendo da sua concentrao, as EROs reagem com estruturas celulares, oxidando-as. Altos nveis deoxidao alteram sua funo e prejudicam a homeostase intracelular. Jogadores de futebol aumentaram odesempenho de forma significativa nas ltimas dcadas, pela intensificao do processo de treinamento emelhoria das capacidades fsicas envolvidas na modalidade. Tal fato sugere um aumento na possibilidadedestes atletas estarem mais susceptveis ao ataque oxidativo de EROs, com conseqente aumento nos nveisde estresse oxidativo. Por outro lado, o treinamento tambm age na modulao dos sistemas antioxidantesintracelulares, aumentando sua capacidade de remover EROs. O objetivo deste estudo foi analisar ocomportamento de marcadores sangneos do sistema de defesa antioxidante, de ataque oxidativo, bem comodos nveis de alterao muscular ao longo de cinco meses de campeonato paulista de um time de futebol,categoria sub-20. Nossos resultados mostram que as enzimas antioxidantes glutationa redutase e catalaseatingiram picos de atividade em momentos distintos da temporada, sugerindo uma ao complementar entreelas. Os marcadores de estresse oxidativo e leso muscular analisados no mostraram alteraes significativasao longo do estudo. Esses dados sugerem que a capacidade de defesa antioxidante foi eficiente em tamponar opossvel aumento na produo de EROs induzido pelos treinamentos e jogos da competio, impedindo aocorrncia de leses musculares de origem oxidativa ao longo do campeonato.

    UNITERMOS: Treinamento; cido rico; Grupamento SH; Creatina quinase; Estresse oxidativo.

    INTRODUO

    * Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas.

    O exerccio fsico induz aumento deat 20 vezes no volume de oxignio totalconsumido ( 2OV ) (Astrand & Rodahl, 1986).Assumindo que cerca de 2 a 5% do O 2 consumidod origem a espcies reativas de oxignio (EROs),esse aumento no consumo de oxignio induzidopelo exerccio fsico est associado a um aumentona produo de tais espcies (Jenkins & Goldfarb,

    1993). A alta produo de EROs responsvel porvrias aes deletrias, tais como aumento nosnveis de peroxidao de lipdios de membranas(Alessio, 1993), aumento na carbonilao deprotenas e at danos ao DNA intracelular (Radak,Kaneko, Tahara, Nakamoto, Pucsok, Sasvari,Nyakas & Goto, 1999), o que em ltima instnciaaltera e prejudica o metabolismo intracelular,

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    podendo inclusive ocasionar morte celular(Halliwell & Gutteridge, 1989). Vrios estudoscorrelacionaram o aumento na produo de EROscom a instalao do processo de fadiga muscular(Barclay & Hansel, 1990; Brotto & Nosek, 1996) eat mesmo com o processo de leso muscular(Frankiewicz-Jozko, Faff & Sieradzan-Gabelska,1996).

    Obviamente, o organismo possuivrios sistemas de defesa antioxidante que atuamna detoxificao das espcies reativas de oxigniode formas diferenciadas. Dentre eles, o sistemaenzimtico antioxidante parece ser o principal meiode remoo de EROs formadas durante ometabolismo intracelular (Yu, 1994). As enzimasantioxidantes, por sua vez, parecem possuir a

    capacidade de se adequar ao aumento na produode EROs, atravs do aumento na sua atividade.Nesse sentido, vrios estudos mostraram aumentona atividade das enzimas antioxidantes induzidaspelo treinamento fsico em msculo e sangue(Powers, Ji & Leeuwenburgh, 1999; Smolka,Zoppi, Alves, Silveira, Marangoni, Pereira-da-Silva, Novello & Macedo, 2000), sendo a atividadedestas enzimas modulada justamente pelaconcentrao de EROs (Ji, 2002; Ji, Dillon & Wu,1990).

    O desempenho de jogadores defutebol vem sendo melhorado nas ltimas dcadas.

    A distncia percorrida em mdia durante umapartida aumentou em mais de 50%, comparadacom o que se observava na dcada de 70 (Bangsbo,1994). Esta melhora se deu, provavelmente, pelodesenvolvimento e intensificao das cargas detreinamento fsico aplicado aos atletas de futebolao longo destes anos. A intensidade do treinamentofsico est diretamente relacionada com os nveisde produo de EROs (Alessio, Goldfarb & Cutler,1988) e tambm com a adaptao das enzimasantioxidantes (Powers, Criswell, Lawler, Ji,Martin, Herb & Dudley, 1994; Smolka et alii,2000). Desta forma, nveis eficientes de defesaantioxidante e consequentemente baixos nveis deestresse oxidativo so desejados como respostaadaptativa a um treinamento eficiente, o queevitaria ao mximo a instalao de processos defadiga. Essa resposta poderia manter os nveis dedesempenho pouco alterados, bem como evitar oaparecimento de leses musculares ocasionadaspor este tipo de estresse ao longo da temporadacompetitiva.

    Nosso objetivo, neste estudo, foiverificar o comportamento de biomarcadores deataque oxidativo, leso muscular e a atividade das

    enzimas antioxidantes glutationa redutase ecatalase em jogadores de futebol durante toda afase competitiva do campeonato paulista de futebolda categoria sub-20 (Junior). Escolhemos essasenzimas por termos resultados prvios mostrandosua modulao por diferentes protocolos detreinamento em ratos (Smolka et alii, 2000).

    MATERIAIS E MTODOS

    Sujeitos da pesquisa

    Participaram deste estudo 21 atletasde futebol da Associao Atltica Ponte Preta,Categoria Sub-20 com 18 1 anos de idade. Este

    trabalho contou com a aprovao do Comit detica em Pesquisa com Humanos da Faculdade deOdontologia da UNICAMP, sendo que todos ossujeitos foram informados dos procedimentosutilizados no estudo e deram seu consentimentopor escrito.

    Perfil das atividades executadas pelos atletasdurante a fase competitiva

    Durante o perodo competitivo, osatletas treinavam quatro dias da semana,executando atividades tticas, tcnicas e fsicas. A

    intensidade dos treinos no era superior a 60% damxima e o volume de treino dirio no erasuperior a 120 minutos, configurando, portanto,atividades de mdia intensidade, visandoexclusivamente a manuteno da forma adquiridano perodo preparatrio. Os jogadores tinhamapenas uma atividade de alta intensidade semanalque se tratava do jogo da competio. Os atletasque no participavam dos jogos faziam uma sessode treino semanal com intensidade e duraosimilares s do jogo.

    Protocolo das coletas do sangue e preparo dasamostras

    A coleta do sangue foi realizada noLaboratrio de Bioqumica do Exerccio (Labex),no Instituto de Biologia da UNICAMP, sobresponsabilidade de farmacutica credenciada,seguindo todos os cuidados de higiene e assepsia.Mensalmente, foram coletados 5 ml de sangue, apartir do trmino do perodo preparatrio econseqente incio do campeonato (coleta 1) at omomento em que o time foi eliminado dacompetio nas semi-finais (coleta 5). As amostras

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    foram coletadas sempre 48 horas aps o trmino do jogo semanal ou da sesso de treinamento maisintensa, mimetizando o jogo aos sujeitos que noparticiparam do mesmo.

    O sangue foi coletado diretamenteem tubo heparinizado e em seguida, centrifugadopor 15 minutos, a 3000 x g para separao doplasma e clulas sangneas. O plasma foiarmazenado a -70 C em tubos tipo eppendorfpara posterior anlise da concentrao degrupamentos sulfidrila totais, cido rico eatividade da enzima creatina quinase.

    As hemcias foram lavadas comsoluo gelada de Tampo Fosfato 0,1 M comNaCl 0,9%, pH 7,4 e centrifugadas a 700 x g,desprezando-se, em seguida, o sobrenadante. Esse

    processo foi repetido trs vezes. Alquotas de 500l foram retiradas e hemolisadas com guadeionizada na proporo 1:1 (v/v) (Andersen,Nielsen, Nielsen & Grandjean, 1997), composterior armazenamento a -70 C para as anlisesda atividade das enzimas catalase e glutationaredutase.

    Anlise da atividade da creatina quinase (CK)no plasma

    As anlises foram feitas utilizando-seo kit MPR3 CK NAC-ativado (Boehringer

    Mannheim). Juntou-se soluo tampo (frasco de2,5 ml) um reativo especfico, deixando-os embanho-maria a 37 C por um minuto. Em seguida,adicionou-se 50 l de plasma soluo reativa,deixando novamente a mistura em banho-maria a37 C por mais um minuto. De forma imediata,realizou-se quatro leituras das absorbncias de umamesma amostra a 334 nm, com um minuto deintervalo entre uma leitura e outra, para que fosseobtido um valor . O clculo da atividade de CK(U/L) na amostra foi feito pela equao CK p =8252 x absorbncia/minuto.

    Grupamentos sulfidrila (GS) totais em plasma

    Uma alquota de 50 l do plasma foimisturada em 1 ml de tampo Tris-EDTA (1 mM),sendo feita uma primeira leitura a 412 (leitura A 1).Aps essa leitura foi adicionado 20 l de 5,5-ditiobis cido 2-nitrobenzico (DTNB) 10 mM,diludo em metanol. Esperou-se 15 minutos temperatura ambiente e fez-se nova leitura (leituraA2). O branco (B) continha somente DTNB etampo Tris-EDTA. Os grupamentos sulfidrila

    totais foram calculados conforme mostrado abaixo,usando-se o coeficiente de absoro molar =13,600 cm -1 M -1 (Faure & Lafond,1995).

    (A 2 A 1 B) x 1,57 mM

    cido rico

    As anlises para determinao daconcentrao de cido rico no plasma foramconduzidas de acordo com Town, Gehm e Hammer(1985), atravs de kit especfico Roche.

    Glutationa redutase (GR)

    Os ensaios foram conduzidos deacordo com Smith, Vierheller e Thorne (1988). As

    amostras (3 l de hemolisado diludo 1:20) foramadicionadas a um meio de incubao contendoKH 2PO 4 0.2 M, EDTA 2 mM em pH 7.0, 50 l deNADPH 2 mM e 250 l de DTNB 3 mM. Umvolume de 50 l de GSSG 20 mM foi adicionadopara iniciar a reao. A formao de 5,5-Tiobiscido 2-nitrobenzico (TNB) foi acompanhada a412 nm. Para calcular a atividade da enzimautilizamos a seguinte equao: E = 100 x A/[Hb],onde E a atividade da enzima em unidadesinternacionais (UI)/grama de hemoglobina; A onmero de unidades de enzima da amostra, sendocalculada pela equao: A/13.600 x Vh/Vc, onde

    A a diferena da absorbncia em 412 nm em umminuto; 13.600 o coeficiente de extino do TNBa 412 nm; Vh o volume do hemolisado na cubeta;Vc o volume total da cubeta e [Hb] aconcentrao de hemoglobina do hemolisado emg/dl (Beutler, 1975).

    Catalase (CAT)

    Os ensaios para dosagem daatividade da catalase foram conduzidosadicionando-se as amostras a tampo fosfato 50mM e H 2O2 10 mM (Aebi, 1984). A queda nos

    valores de absorbncia foi seguida em 240 nm. Oclculo da atividade enzimtica foi feita pelaseguinte equao: (2,3/ t).(a/b).(logA 1 /A 2), onde a o volume de hemolisado na cubeta e b ovolume total da cubeta; A 1 o valor da absorbnciaem t = 0 e A 2 o valor da absorbncia no tempofinal, que em nosso caso de 15 segundos aps oincio da reao.

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    Anlise estatstica

    Foi utilizado o software GraphPadInstat (San Diego, CA) para conduzir as anlisesestatsticas, o teste utilizado foi one wayANOVA para amostras pareadas, e o teste deTukey foi adotado como ps teste.

    RESULTADOS

    Efeito de cinco meses de campeonato naatividade das enzimas antioxidantes

    O perfil de atividade das enzimasantioxidantes GR e a CAT do hemolisado mostroucomportamento diferenciado entre elas em funoda progresso no campeonato. Podemos observarpela FIGURA 1 uma queda significativa (p < 0,05)na atividade da GR nas duas ltimas anlises.Nesse mesmo perodo, a atividade da CAT exibeaumento bastante significativo (p < 0,001) em suaatividade (FIGURA 2).

    (n = 21)

    FIGURA 1 - Perfil da atividade da enzima glutationa redutase ao longo de cinco meses deperodo competitivo. Resultados so mdia DP (n = 21) *p < 0,05 em relaos anlises 1, 2 e 3.

    10/07/00 15/08/00 12/09/00 17/10/00 19/12/000

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    14

    16

    18

    20

    Meses do Campeonato

    54321

    *

    *

    G l u t a t i o n a

    R e d u t a s e

    ( U I / g H

    b )

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    (n = 21)FIGURA 2 - Perfil da atividade da enzima catalase ao longo de cinco meses de perodo

    competitivo. Resultados so mdia DP (n = 21) ** p < 0,001 em relao sanlises 1, 2 e 3.

    Efeito de cinco meses de campeonato emmarcadores de estresse oxidativo e lesomuscular

    A maioria das protenas plasmticaspossui resduos de cistena (com grupamentossulfidrila livres), que podem ser oxidados pela aode radicais livres, desempenhando, portanto, um

    papel de proteo no plasma. Dessa forma, a

    quantificao da concentrao plasmtica dosgrupamentos sulfidrila totais (GS) fornece umaidia do nvel de ataque oxidativo a protenasplasmticas. A FIGURA 3 mostra que no houvenenhuma alterao significativa nesse parmetroem nenhuma das anlises. A concentraoplasmtica de GS permaneceu em torno de 500

    o ao longo dos cinco

    meses.

    10/07/00 15/08/00 12/09/00 17/10/00 19/12/000.0

    0.1

    0.2

    0.3

    0.4

    0.5

    0.6

    0.7

    Meses do Campeonato

    ****

    5

    4321

    C a

    t a l a s e

    ( k / g H b / s )

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    (n = 21)

    FIGURA 3 - Perfil da concentrao plasmtica de grupamentos sulfidrila (GS) ao longo decinco meses de perodo competitivo. Resultados so mdia DP (n = 21).

    O cido rico, por sua vez, podedesempenhar tanto o papel fisiolgico deantioxidante celular quanto sua concentraoelevada pode sugerir uma maior atividade daenzima xantina oxidase, indicando um aumento naproduo de radical nion superxido por essa via(Hellsten, 1994). Podemos observar pela FIGURA4 que a concentrao plasmtica de cido ricotambm no sofreu alteraes significativas

    durante a temporada competitiva, variando emmdia entre 5,0 e 6,0 mg/ml, embora no tenhamosos dados referentes a primeira anlise, devido aproblemas no processamento das amostras. importante salientar que os marcadores mostradosnas FIGURAS 3 e 4 permaneceram, inclusive,dentro dos valores de referncia para sujeitos noatletas.

    10/07/00 15/08/00 12/09/00 17/10/00 19/12/00

    0

    100

    200

    300

    400

    500

    600

    Meses do Campeonato

    54321

    G r u p a m e n

    t o s u

    l f i d r i

    l a ( M )

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    (n = 21)

    FIGURA 4 - Perfil da concentrao plasmtica de cido rico ao longo de cinco meses deperodo competitivo. Resultados so mdia DP (n = 21).

    A atividade da enzima CK dosada noplasma, utilizada para quantificar os nveis dealterao muscular tambm no mostrou variaosignificativa durante a temporada (FIGURA 5),embora tenha apresentado grande variabilidade

    entre os sujeitos. Podemos observar tambm que osvalores mdios da concentrao plasmtica da CKencontrados nos jogadores de futebol sempreestiveram bem acima da mdia dos valores dereferncia para sujeitos no atletas.

    1 2 3 4 50

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    Meses do Campeonato

    c i d o

    r i c o

    ( m g /

    d L )

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    10/07/00 15/08/00 12/09/00 17/10/00 19/12/000

    50100150200250300350400450500550600650700750

    Meses de campeonato

    (N=21)

    54321

    C r e a t

    i n a q u

    i n a s e

    ( U / L )

    FIGURA 5 - Perfil da atividade plasmtica da enzima creatina quinase ao longo de cinco meses

    de perodo competitivo. Resultados so mdia DP (n = 21).

    DISCUSSO

    Atividade das enzimas antioxidantes

    Embora de formas diferenciadas, asenzimas estudadas neste trabalho CAT e GR atuamna detoxificao de EROs, mais especificamenteno controle dos nveis de perxido de hidrogniointracelular (Chance, Sies & Boveris, 1979).Apesar do H 2O2 no ser uma espcie radicalar, nemter alto potencial oxidante, o mesmo pode reagircom metais de transio, principalmente o ferro,ligado ou no a grupamentos heme localizadosdentro das clulas, dando origem ao radicalhidroxila (OH), um poderoso oxidante (Yu, 1994).Portanto, a manuteno de baixos nveis dessasubstncia de fundamental importncia para quenenhuma estrutura subcelular sofra ataqueoxidativo intenso e mantenha suas devidas funes.O H 2O2 desidratado enzimaticamente a H 2O e O 2 pela enzima catalase (CAT). A outra enzimaresponsvel pela detoxificao do H 2O2, glutationaperoxidase (GPX), tem menos especificidade parao substrato, reduzindo tambm hidroperxidos a

    lcool. O km para H 2O2 da CAT e GPX sodiferentes. Enquanto a GPX atinge sua Vmax embaixas concentraes, a CAT s atinge suavelocidade mxima de catlise em altasconcentraes de H 2O 2 (Powers et alii, 1999). Nareao catalisada pela GPX a glutationa reduzida(GSH) funciona como doador de eltrons. Aglutationa oxidada (GSSG) formada nesta reao reduzida a GSH, s custas de NADPH pela ao daenzima glutationa redutase (GR). Embora no sejaconsiderada uma das enzimas principais do sistemaenzimtico antioxidante, ela fundamental para aatuao normalizada da GPX.

    Neste estudo mostramos ocomportamento da atividade das enzimas CAT eGR dosadas em eritrcitos ao longo da temporadacompetitiva de uma equipe de futebol. Embora aliteratura seja carente com relao a estudosconduzidos em jogadores de futebol, algunstrabalhos relataram aumento na atividade dasenzimas antioxidantes em eritrcitos apstreinamento aerbio (Selamoglu, Turgay,Kayatekin, Gonenc & Yslengen, 2000) emcorredores (Robertson, Maughan, Duthie &

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    Morrice, 1991) e ciclistas profissionais (Mena,Maynar, Gutierrez, Maynar, Timon & Campillo,1991). Brites, Evelson, Christiansen, Nicol,Baslico, Wikinski e Llesuy (1999) mostraram que

    jogadores de futebol possuiam capacidadeantioxidante plasmtica total e atividade da enzimaantioxidante superxido dismutase aumentada emrelao a sujeitos sedentrios. Nossos dadosmostraram que a atividade das enzimas GR e CATse altera medida que a equipe atinge fases maisdecisivas, o que tericamente significa intensidadesmaiores de esforo para os atletas durante os jogos,uma vez que as equipes melhores qualificadas vose sobrepondo e eliminando equipes menosqualificadas. Nas fases iniciais da competio, aatividade da enzima GR estava aparentemente em

    seu pico, enquanto a enzima CAT ainda no seencontrava em atividade mxima, atingindo seupico, justamente, nas fases finais da competio,quando a GR j apresentava queda de cerca de40% em sua atividade. Ou seja, as duas enzimasparecem funcionar de forma integrada, pois amedida que a atividade da GR diminui, a atividadeda CAT aumenta. Os motivos pelos quais taisalteraes ocorrem, principalmente nos eritrcitos,ainda no so totalmente conhecidos, e aindamerecem estudos mais detalhados.

    Eritrcitos so clulas anucleadas eportanto no possuem o material gentico

    necessrio para que ocorra sntese protica. Algunsautores sugerem que alteraes a curto prazo naatividade destas enzimas induzidas por atividadesagudas se do por interaes diretas com aestrutura protica da enzima (Tauler, Gimeno,Aguil, Guix & Pons, 1999). Recentemente,Kosenko, Kaminsky, Stavrovskaya, Sirota eKondrashova (1997) propuseram que o H 2O2 possui efeito estimulatrio em outra enzimaantioxidante, a superxido dismutase, enquanto oradical nion superxido parece ter efeitoestimulante sobre a CAT. O mecanismo moleculardeste efeito na atividade da CAT, embora notenha sido estudado em detalhes, parece estar nareduo do Fe 3+ para Fe 2+ presente no grupamentoheme de sua molcula (Hawkins, Poyner, Jackson,Letcher, Lander & Irvine, 1993), deixando a CATmais ativa quando reduzida. Uma outrapossibilidade para se explicar o fenmenoobservado o Km da CAT para os perxidos, o quepoderia justificar seu pico de atividade nas fasesfinais, mais intensas da competio, quandoprovavelmente a produo de EROs estava maisalta e a capacidade de detoxificao intracelular eramenor, observada pela prpria queda na atividade

    da GR.A queda na atividade da GR na fase

    final da competio tambm pode ser atribuda adiminuio na concentrao de NADPH. Estudosmostram que atividades de alta intensidade, queinduzem aumento na lactacidemia, como o casodos esforos do futebol diminuem a concentraode NADPH (Tauler et alii, 1999), um dossubstratos da GR, sem o qual a reao catalisadapor esta enzima no acontece.

    Marcadores de estresse oxidativo e lesomuscular

    Os marcadores de estresse oxidativoe leso muscular aqui estudados no mostraram

    alteraes significativas durante toda a temporadacompetitiva. Alguns estudos mostram que aconcentrao plasmtica de urato um bomindicativo da capacidade antioxidante do plasma,alm de tambm atuar como indicativo de danosoxidativo sofridos em decorrncia de ataquesradicalares (Rosell, Regnstrom, Kallner &Hellenius, 1999). Mikami, Yoshino e Ito (2000)demonstraram, ainda, uma relao inversa entre aconcentrao plasmtica de cido rico e nveis deperoxidao lipdica. Portanto, a ausncia dealteraes na concentrao deste parmetroobservada neste estudo sugere baixos nveis de

    peroxidao lipdica neste grupo de atletas, emborano tenhamos dosado esse parmetro nessetrabalho. Concentraes plasmticas degrupamentos sulfidrila totais inalteradas reforam ahiptese de pequeno dano oxidativo nos atletasanalisados. Olinescu, Talaban, Nita e Mihaescu(1995) detectaram aumento na oxidao degrupamentos SH livres no plasma em decorrnciado estresse oxidativo induzido pelo treinamentofsico. De forma contrria aos nossos resultados,Brites et alii (1999), tambm estudando jogadoresde futebol, mostraram que embora os atletaspossussem capacidade antioxidante mais altaquando comparados a sujeitos sedentrios, exibiamaumento de alguns marcadores de estresseoxidativo. De forma semelhante, vrios outrosestudos mostraram aumento de ataque radicalar diversas estruturas intracelulares, tais comoprotenas, lipdeos de membrana e DNA induzidaspelo treinamento fsico (Radak et alii, 1999).Embora no tenhamos analisado os mesmosmarcadores, a diferena em relao aos demaistrabalhos pode estar que neste trabalho fizemos umestudo longitudinal, ao longo de toda a temporadacompetitiva, utilizando jogadores com histrico de

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    treinamento relativamente grande e submetidos auma preparao anterior de 90 dias para estacompetio.

    As concentraes plasmticas da CKestiveram sempre acima dos valores de refernciapara sujeitos sedentrios, evidenciando um maiornvel de alterao muscular, ou pelo menos umamaior permeabilidade da membrana sarcolemalneste grupo de atletas. Nossa interpretao quedeve haver uma outra faixa de referncia para osvalores da CK nesta populao, uma vez que osatletas participantes do grupo experimental noapresentaram nenhum tipo de leso muscular queos impedisse de participar dos jogos por motivo detratamento. Alis, a freqncia dos atletas aodepartamento mdico foi praticamente inexistente

    durante esse perodo. Corroborando nossa hiptese,inmeros estudos mostram aumento desteparmetro em resposta ao treinamento fsico,principalmente em atividades que exigemcontraes excntricas (Lee, Godfarb, Rescino,Hedge, Patrick & Apperson, 2002; Newhan, Jones

    & Edwards, 1986; Nosaka & Clarkson, 1995).Concluindo, este estudo mostrou que

    a atividade das enzimas antioxidantes analisadas nogrupo de jogadores de futebol foi eficiente emcombater um possvel efeito deletrio induzidopelo aumento de EROs, mantendo nveis baixos deestresse oxidativo mesmo com o aumento naintensidade de esforo, uma vez que a equipeprogrediu para as fases finais da competio. Taleficincia se deve, provavelmente, a um programade preparao adequado, que levou os atletas auma boa resposta adaptativa. Por outro lado,embora a capacidade antioxidante tenha semostrado eficiente, os nveis de alterao muscularde todo o grupo de atletas se mostraram bastanteaumentados em relao aos valores de referncia

    para sujeitos no atletas, sugerindo que jogadoresde futebol possuem maior atividade plasmtica daCK pelo prprio estresse induzido pelo treinamentoa que so submetidos diariamente e que taisalteraes no so necessariamente de origemoxidativa.

    ABSTRACT

    BLOOD OXIDATIVE STRESS, ANTIOXIDANT ENZYMES AND MUSCLE DAMAGE BIOMARKERSCHANGES DURING A COMPETITIVE SEASON IN SOCCER PLAYERS

    Soccer players have enhanced their performance on the last decades through the improvementof training loads. This leads to an increase in reactive oxygen species (ROS) production that can react withcellular structures affecting cellular homeostasis. However physical training also acts modulating theintracelular antioxidant systems improving its capacity to detoxify ROS. So the aim of this study was to verifythe behavior of blood antioxidant enzymes and oxidative stress markers as well as the muscular damage levelin a soccer team during a whole season. The results showed that the studied antioxidant enzymes reached theirrespective activities peak in different moments of the season, the oxidative and muscle damage markers didnot show any variation during the whole season. Our Data showed that the training program was effective toimprove the antioxidant enzymes activity avoiding the possible risks of muscle oxidative stress induceddamage.

    UNITERMS: Training; Uric acid; SH groups; Creatine kinase; Oxidative stress.

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    NOTAS

    Cludio Csar Zoppi e Joaquim Antunes-Neto so bolsistas Fapesp (Proc. no. 98/15922-9 e99/06222-6, respectivamente).

    Fernando Catanho da Silva bolsistaPIBIC/CNPq.

    AGRADECIMENTOS

    Este trabalho foi financiado pela Fapesp(00/07962-2) e CNPq (523383-96-7).

    Recebido para publicao em: 21 maio 2002Revisado em: 16 maio 2003

    Aceito em: 22 maio 2003

    ENDEREO: Cludio Csar ZoppiLaboratrio de Bioqumica do ExerccioDepartamento de BioqumicaInstituto de Biologia UNICAMP13083-970 - Campinas - So Paulo - BRASILe-mail: [email protected]