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DE 22 A 28 DE FEVEREIRO DE 2010 ANO XXII Nº 895 sintufrj.org.br [email protected] Bem-vindos, companheiros! Mais de 600 técnicos- administrativos em edu- cação aprovados nos concursos realizados em 2008 e 2009 foram nomeados no mês de ja- neiro e nas duas primei- ras semanas de feverei- ro. Até 2012, serão pre- enchidas as 1.600 vagas destinadas à UFRJ pelo Reuni. A coordenação do SINTUFRJ foi receber os novos integrantes da ca- tegoria. Além dos con- cursados, mereceram aplausos os servidores da DRH, por terem ga- rantido o cumprimento da portaria divulgada na véspera do Natal, inici- ando o processo para nomeação dos novos co- legas no dia 31 de de- zembro. PÁGINAS 4 E 5 Vale-alimentação é reajustado depois de anos de luta do movimento sindical dos servidores das Ifes. P ÁGINA 3 COORDENADOR-GERAL do Sindicato, Francisco de Assis entrega o termo de posse a uma concursada, na recepção aos novos técnicos-administrativos SALÃO AZUL: Margareth Rios, da DRH, orienta os recém-chegados à UFRJ sobre as etapas que faltam a ser cumpridas Fotos: Cícero Rabello CPV: prorrogada a inscrição dos sindicalizados ao Pré-Vestibular do SINTUFRJ até 3 de março. P ÁGINA 2

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DE 22 A 28 DE FEVEREIRO DE 2010 ANO XXII Nº 895 sintufrj.org.br [email protected]

Bem-vindos, companheiros!

Mais de 600 técnicos-administrativos em edu-cação aprovados nosconcursos realizadosem 2008 e 2009 foramnomeados no mês de ja-neiro e nas duas primei-ras semanas de feverei-ro. Até 2012, serão pre-enchidas as 1.600 vagasdestinadas à UFRJ peloReuni. A coordenação doSINTUFRJ foi receber osnovos integrantes da ca-tegoria. Além dos con-cursados, mereceramaplausos os servidoresda DRH, por terem ga-rantido o cumprimentoda portaria divulgada navéspera do Natal, inici-ando o processo paranomeação dos novos co-legas no dia 31 de de-zembro. PÁGINAS 4 E 5

Vale-alimentação é reajustado depois de anos de luta domovimento sindical dos servidores das Ifes. PÁGINA 3

COORDENADOR-GERAL do Sindicato, Francisco de Assis entrega o termo de posse a uma concursada, na recepção aos novos técnicos-administrativos

SALÃO AZUL: Margareth Rios, da DRH, orienta os recém-chegados à UFRJ sobre as etapas que faltam a ser cumpridas

Fotos: Cícero Rabello

CPV: prorrogada a inscrição dos sindicalizados ao Pré-Vestibular do SINTUFRJ até 3 de março. PÁGINA 2

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2 – Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 895 - 22 a 28 de fevereiro de 2010 - www.sintufrj.org.br - [email protected]

JORNAL DO SINDICATODOS TRABALHADORESEM EDUCAÇÃO DA UFRJ

Coordenação de Comunicação Sindical: Ednea Martins, Jeferson Salazar e Nivaldo Holmes / Conselho Editorial: Coordenação Geral e Coordenação de Comunicação/ Edição: Ana de Angelis / Reportagem: Ana de Angelis, E. A. C. e Regina Rocha / Secretária: Andrea de Barros Fernando / Projeto Gráfico: Luís Fernando Couto/ Diagramação: Luís Fernando Couto e Jamil Malafaia / Ilustração: André Amaral / Fotografia: Cícero Rabello / Revisão: Roberto Azul / Tiragem: 11 milexemplares / As matérias não assinadas deste jornal são de responsabilidade da Coordenação de Comunicação Sindical / Correspondência: aos cuidados da Coordenaçãode Comunicação. Fax: 21 2260-9343. Tels.: 2560-8615/2590-7209, ramais 214 e 215.

Cidade Universitária - Ilha do Fundão - Rio de Janeiro - RJCx Postal 68030 - Cep 21941-598 - CNPJ:42126300/0001-61

DOIS PONTOS

Erramos

A Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4) informa que retoma as ativi-dades do projeto a partir do dia 23de fevereiro, no campo de futebolda Prefeitura Universitária, naIlha do Fundão.

Os treinos de futebol infantil,mirim e juvenil serão realizadoseste ano de terça-feira a sexta-fei-ra, das 8h às 12h.

ProjetoEducaçãoEsportiva UFRJ

No título da página 2 daedição do Jornal do SINTU-FRJ 894 na matéria sobre o

Haiti. O correto é “““““Tragédiapreparada pelos exploradoresdo Haiti”.

Na quarta-feira, dia 24 defevereiro, às 14h, na subsedesindical no HU, o GT-Seguran-ça do SINTUFRJ se reúne para

discutir o projeto de segurançada Fasubra, o manifesto dosporteiros, a reunião apontadapela Fasubra do GT-Segurança

Nacional dias 8 e 9 de marçoe realização do SeminárioNacional de Vigilantes dasIpes em julho deste ano.

Reunião do GT-Segurança do SINTUFRJ

No dia 11 de fevereiro o GT-Saúde do SINTUFRJ reuniu-separa discutir o Programa Naci-onal de Reestruturação dos Hos-pitais Universitários Federais(Rehuf) do governo. Este pro-grama que trata especialmentedo financiamento comparti-lhado dos HUs dividido entreMEC e o Ministério da Saúde,resultou em um decreto da CasaCivil instituído no dia 27 dejaneiro de 2010.

Desde o início de 2009 ostrabalhadores das universidadesbrasileiras ouvem falar sobreesse programa que foi oficiali-zado com o decreto assinadopelo presidente Lula. O decretofala em reestruturação do qua-dro de recursos humanos, ade-quação da estrutura física, me-lhoria de processos de gestão,recuperação e modernização do

GT-Saúde debate projeto dereestruturação dos HUsNova reunião nesta terça-feira, dia 23 de fevereiro, às 14h, na subsede sindical no HU

parque tecnológico além daquestão do financiamento queserá compartilhado de formagradativa até 2012. Cada insti-tuição terá seu próprio Planode Reestruturação que será apro-vado pelo seu respectivo órgãosuperior.

O GT analisou o decreto epreocupou-se com as questõesque estão relacionadas à rees-truturação do quadro de re-cursos humanos, com as des-pesas com inativos e pensio-nistas (que não estão incluí-das no financiamento), oti-mização do custo-benefício dosprocedimentos e cumprimen-to de metas estabelecidas. Todoo programa, segundo o decre-to, deverá ser implantado atéabril deste ano. Em breve aFasubra formulará parecer so-bre o decreto. De acordo com

análise preliminar do GT, nocaso da UFRJ a questão temum diferencial devido ao Com-

plexo Hospitalar.Nesta terça-feira, dia 23,

o GT-Saúde do SINTUFRJ re-

úne-se novamente para discutircontribuições à proposta de projetopara os HUs, da Fasubra.

DIRIGENTES E MILITANTES iniciam a discussão sobre os hospitais universitários da UFRJ

Seleção ao Pré-Vestibular do SindicatoO prazo para a inscrição

dos s indicalizados foi pror-rogado até 3 de março. Osinteressados devem se dir i-gir aos seguintes locais e ho-rários: sede do SINTUFRJ, naCidade Universitária, das 9hàs 17h; subsede s indical noCentro (IFCS-Largo de São

Francisco), das 14h às 21h;subsede s indical na PraiaVermelha (Avenida Vences-lau Brás , 71 - Urca), das 9hàs 16h; e na subsede s indi-cal no Hospital Universi tá-rio Clementino Fraga Filho(HUCFF)/Cidade Universitá-ria, das 9h às 17h.

A matrícula dos selecio-nados será feita nos dias 4 e 5de março, na subsede sindi-cal no Centro da Cidade(IFCS - Largo de São Francis-co), das 11h às 20h, e na sub-sede sindical no HUCFF, das9h às 17h. As aulas começamdia 8 de março.

Seleção de professores parao CPV do SINTUFRJ

A seleção é para professores de Química e Física. O edital conten-do todas as informações estará disponível na página do SINTUFRJ nainternet dia 26 de fevereiro.

Adeus à militanteCom pesar informamos o fa-

lecimento de Edialeda Salgadodo Nascimento, ocorrido no dia30 de janeiro. A médica gineco-logista foi presidente do Movi-mento Negro do PDT, partido doqual uma das fundadoras. Elafez parte do Gabinete Civil dopresidente João Goulart e foi se-cretária de estado de Promoção

Social no primeiro governo Leo-nel Brizola, além de presidir aFundação Leão XIII. Em 2002,na eleição que Brizola disputouo Senado pelo Rio de Janeiro,Edialeda ocupou a primeira su-plência da chapa. Fluente emvárias línguas estrangeiras, amilitante representou o PDT emdiversas reuniões da Internacio-

nal Socialista, além de ter sidoorganizadora e conferencista doI Congresso de Mulheres Negrasdas Américas, realizado em1984, no Equador. Edialedatambém participou como pa-lestrante de dezenas de congres-sos na América Latina, EstadosUnidos e Europa sobre a ques-tão do negro e da mulher.

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DIREITOS

Enfim, o aumento do vale-alimentaçãoAumento ainda está aquém do desejado e só saiu por muita pressão do movimento sindical

Depois de quase seis anos semreajuste, o vale-alimentação dosservidores públicos federais do Exe-cutivo terá aumento que irá variarentre 88% e 141%. O benefício seráunificado, segundo portaria assi-nada dia 9 de fevereiro pelo minis-tro do Planejamento, Orçamento eGestão, Paulo Bernardo, no valorde R$ 304 mensais para todo o país.

O aumento beneficiará 514mil pessoas, servidores da adminis-

tração pública federal direta, au-tárquica e fundacional. Segundo aFasubra, a unificação era uma de-manda antiga dos sindicatos, queacabou sendo atendida pelo gover-no depois de intensas negociaçõesentre os ministérios da área econô-mica. Os recursos reservados no Or-çamento deste ano são de R$ 950milhões.

Atualmente, informa a Fede-ração, há quatro faixas do benefí-

cio, dependendo do estado onde oservidor mora: R$ 126, R$ 133,19,R$ 143,99 ou R$ 161,99 por mês e,apesar do reajuste significar umarecuperação expressiva, o valor ain-da é o mais baixo entre os três Po-deres. O Legislativo e o Judiciáriopagam R$ 600.

Segundo o superintendente dePessoal da UFRJ, Roberto Gambi-ne, já está na folha de fevereiro(que deverá ser paga no início de

março) o valor do benefício reajus-tado e a diferença referente a feve-reiro. Isso porque a portaria deter-mina que o novo valor tem efeitosfinanceiros a partir de 1° de feve-reiro de 2010.

No caso da UFRJ, o valor sobede R$ 143,99 para R$ 304. Um au-mento, portanto, de R$ 160,01, ouseja, mais de 100%.

O Jornal do SINTUFRJ insis-tiu na pergunta sobre quantos

atrasados referentes ao vale-ali-mentação virão no contrachequeda categoria. “Só vem um”, res-pondeu Gambine, reafirmandoque só há uma diferença retroati-va a receber junto com o valoratualizado do benefício.

“Acho que é um avanço. O re-conhecimento de que há um ca-minho a ser trilhado para que hajaisonomia entre os servidores públi-cos federais”, concluiu Gambine.

Em reunião com a Coor-denação do SINTUFRJ e aPró-Reitoria de Pessoal, dia13 de janeiro, a diretoria daCaixa Assistencial Universi-tária do Rio de Janeiro(Caurj) se comprometeu apreparar uma nova tabelado plano de saúde para acategoria, adequado-se aosnovos valores de reembolsoconcedido pelo governo porreivindicação do movimen-to sindical.

Isso deveria ocorrer até ofim de janeiro, mas até o mo-mento a tabela não saiu.Como todos sabem, a UFRJfechou convênio com aCaurj para oferecer plano desaúde à categoria de acordocom as regras ditadas pelaSaúde Suplementar.

O benefício concedidoda Saúde Suplementar co-meçou valendo R$ 42 porpessoa (titular e dependen-tes), passou para R$ 65 eagora varia entre R$ 72 eR$129, de acordo com a fai-xa salarial e a idade do be-neficiado. O que se espera éque a Caurj faça uma tabe-la que contemple os que jáaderiram aos seus planos,assim como os que aindanão se decidiram. O SINTU-FRJ reivindica que, com oreajuste, não haja necessi-dade do servidor da UFRJcomplementar o plano.

Razões do atrasoRazões do atrasoRazões do atrasoRazões do atrasoRazões do atrasoO presidente da Caurj,

Eduardo Oliveira dos San-

Novas tabelas da Caurj só no fim de março

tos, explicou que tem solici-tado à PR-4 as informaçõessobre os servidores da UFRJ,como faixa salarial e idade.“Precisamos saber o perfilpara fazer o cálculo atuari-al. É primordial, inclusivepara que possamos estabele-cer o desconto em folha. Pre-cisamos mostrar para os fun-cionários da UFRJ o que elestêm direito e quanto iriampagar na Caurj”, explica opresidente.

Eduardo adiantou que,possivelmente em março, osite da Caurj oferecerá umsimulador no qual o servi-dor, inserindo dados comoidade e faixa salarial, sabe-

rá quanto poderá pagarpelo plano. As informaçõesserão divulgadas tambémem panfletos.

Sem reduçãoSem reduçãoSem reduçãoSem reduçãoSem reduçãoSegundo Eduardo, a Caurj

está aplicando valores da suatabela de 2008 no plano desaúde da categoria. “A AgênciaNacional de Saúde deve divul-gar o próximo aumento no mêsde maio, mas a gente vai terque fazer cálculo atuarial ecorrigir a tabela de 2008 e, pro-vavelmente com essa mudan-ça, vamos fazer uma correção.Queremos um percentual abai-xo do praticado no mercado eproteger a população acima dos

EDUARDO: já foi descartada a redução de preço do plano de saúde pelos novos valores da Saúde Suplementar

Foto: Cícero Rabello

Presidente da Caixa diz depender de dados dos servidores que a PR-4 ficou de fornecer

45 anos, que é a maioria. Masnão há possibilidade de redu-zir o custo do plano, porqueestamos trabalhando com va-lores de 2008”, explicou.

No entanto, ele acrescentouque quanto maior o númerode associados, maior é a possi-bilidade de os valores atuaisserem mantidos. Atualmente aCaurj conta com cinco mil as-sociados. “Se até o final do anoatingirmos 15 mil servidores,tranquilamente essa tabela nãovai sofrer alteração.”

ReembolsoReembolsoReembolsoReembolsoReembolsoA coordenadora de Siste-

matização de Pessoal da PR-4, Maria Tereza Ramos

(Teca), informou que o re-embolso integral ou a dife-rença com os novos valoresda Saúde Suplementar se-rão pagos em março ouabril, mas retroativo ao mêsde janeiro deste ano. Oatraso, segundo Teca, é de-vido a equipe ter de extrairdados dos cadastrados doSistema de Administraçãode Pessoal (Siape), calcu-lar os salários dos servido-res, idade, número de de-pendentes, e para isso pre-cisou providenciar ajustesem alguns programas, oque não permitiu que o le-vantamento ficasse prontopara a folha de fevereiro.

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SANGUE NOVO

Concursados de 2008e 2009 começam achegar à UFRJ

O mês de janeiro e as duas pri-meiras semanas de fevereiro foramde festa para a UFRJ com a incor-poração ao quadro efetivo da insti-tuição de 633 técnicos-administra-tivos aprovados nos concursos rea-lizados em 2008 e 2009. Essas no-meações preencheram as vagasabertas pelo Programa de Apoio aPlanos de Reestruturação e Expan-são das Universidades Federais (Reu-ni). Até 2012, a UFRJ contará como reforço de um total de 1.600 no-vos profissionais em várias áreaspor ter aderido ao Reuni.

Servidores da DRH dão show de eficiência nocumprimento em tempo recorde da portaria do MPOGautorizando a nomeação dos aprovados nos concursos

Os novos técnicos-administra-tivos em educação foram recebidoscom alegria e emoção pela Admi-nistração Central e pelo SINTUFRJ.As cerimônias de posse tiveram lu-gar no Salão Azul da Reitoria, apartir de 3 de fevereiro. No primei-ro dia, além dos concursados, queeram as estrelas da festa, merece-ram destaque da Pró-Reitoria dePessoal as equipes da Divisão deRecursos Humanos (DRH) dirigi-da por Josete dos Santos Lima.

Se não fosse a dedicação e oprofissionalismo desses servidores,

não teria sido possível cumprir aportaria do Ministério do Planeja-mento, Orçamento e Gestão(MPOG), autorizando as nomea-ção, publicada no Diário Oficialda União em 24 de dezembro de2009 para ser executada até o últi-mo dia do ano: 31 de dezembro,quando toda a universidade estavaem recesso.

Margareth Carneiro Rios, che-fe da Admissão, lembra bem o su-foco de 31 de dezembro. Ela contaque às 11h30 o pró-reitor de Pesso-al, Luiz Afonso Mariz, que estavaem Teresópolis, ligou aflito. Elajá tinha visto a portaria do MPOG,mas como a do MEC dizia que asnomeações deveriam ocorrer apartir de outubro de 2009, achouque dava para encaminhar o pro-cesso das nomeações após o reces-

so. Ela foi correndo para a UFRJ, eàs 13h chegou Luiz Afonso. Cho-via dentro da DRH, o que é nor-mal devido a fissuras no telhado.Os computadores que diariamen-te são cobertos com plásticos esta-vam sob água. Não havia comoconsultar o documento ministe-rial e nem como lançar os arqui-vos dos concursados, pois a rede dacoordenação técnica estava forado ar. Enquanto isso, o reitor Alo-ísio Teixeira ligava para saber seas nomeações já haviam sido pro-cessadas. A UFRJ não podia pres-cindir das vagas autorizadas.

Muita gente foi acionada pelotelefone, como o prefeito da Cida-de Universitária, Hélio de Mattos,a Teca, da PR-4, o Marcelo, daDivisão de Gestão e Tecnologia,amigos que estavam em casa comas famílias. Era preciso digitali-zar a documentação de nomea-ção e enviar por e-mail para Bra-sília. Somente às 19h a rede de

internet voltou a funcionar, e às20h a tarefa foi concluída. No dia2 de janeiro, Margareth chegoucedo à UFRJ para providenciar es-paço para receber os novos colegasno dia seguinte.

Dessa data em diante, todosos 15 servidores da DRH nãopararam. São várias etapas bu-rocráticas a serem cumpridasaté os novos servidores assumi-rem de vez suas funções nasunidades indicadas. Os concur-sados também estão tendo quecorrer para dar conta da suaparte. A Divisão de Saúde doTrabalhador (DVST) tem sidoágil no encaminhamento in-dividual para realização dosexames médicos necessários àadmissão na UFRJ.

Margareth Rios orienta os re-cém-chegados à universidade paraque preencham de imediato reque-rimento listando seus direitos comoservidor da universidade.

As vantagens de ser sindicalizadoO coordenador-geral do SINTU-

FRJ, Francisco de Assis, informou ostécnicos-administrativos que estão en-trando na UFRJ sobre os benefíciosque a entidade oferece aos sindicaliza-dos. Um deles é o plano de saúde.Quem desejar optar por esse sistema

deve procurar o Sindicato para fazerparte da Amil Saúde administrada pelaentidade, que sai a um custo mais emconta. O coordenador lembrou tam-bém que existe à disposição deles, oplano Caurj em convênio com a UFRJ.

Qualquer dúvida em relação a esta

informação procurar a entidade. Im-portante: a partir do momento em queo servidor se filia ao Sindicato, ele pas-sa a contar com muitos outros benefí-cios: assessoria jurídica em todas asáreas, acesso ao Curso Pré-Vestibular(CPV), à academia de ginástica e às

oficinas de Música, Dança, Artesana-to, entre outros serviços. O mais im-portante, no entanto, é fazer parte deuma entidade sindical que faz histó-ria no movimento em nível nacionalpor lutar e conquistar respeito do go-verno federal e dentro da própria aca-

demia, e de uma carreira que garan-ta desenvolvimento profissional. Asbandeiras de luta da categoria são:aprimoramento da carreira; univer-sidades públicas gratuitas e de qua-lidade; e saúde suplementar, inclusi-ve para os dependentes diretos.

A expectativa de quem chegaJoão Cabral, 33, fez concur-

so para produtor cultural queoferecia duas vagas. “Tinha atéesquecido, pois faz tempo. Umdia apareceu o telegrama e caína real. Estou até empregado,mas vou largar o emprego. Fi-carei na Escola de Educação Fí-sica e sei que lá existem boas

atividades, como o trabalho de-senvolvido pela Companhia Fol-clórica. Acho que vou gostar.”

O museólogo Marco AurélioCaldas, 49 anos, dava como per-dido o concurso. “Foi uma sur-presa, não estava mais esperan-do. Vou para o Museu Nacionalque já conheço bastante, agora a

SALÃO AZUL: Profissionais de várias áreas reforçarão a estrutura acadêmica da UFRJ JOSETE, Francisco, Cristina, Luiz Afonso, Léo, Margareth e Gambine

diferença é que estarei traba-lhando dentro dele.”

A técnica em assuntos educaci-onais Simone Gama, 36 anos, foitomar pose no cargo com o filhoAlessandro, de 1 ano, e o marido,Alessandro Feitosa. Ela estava or-gulho e feliz. Quando fez a provado concurso, em 2008, estava grá-

vida. “Eu tenho muitas expectati-vas com a UFRJ. Trabalhar comoceletista é complicado e agora sur-ge a oportunidade de trabalhar ondequeria e gosto, que é com crianças.Vou para a Creche da UFRJ.”

Daniele Boareto, 24 anos, irátrabalhar no laboratório de Quí-mica do Instituto de Geociências.

Daniele recebeu o documento deposse das mãos do coordenador-geral do SINTUFRJ, Francisco deAssis. Tímida, disse que era umaalegria poder já ter um traba-lho. Sua mãe, que a acompa-nhava, estava mais entusiasma-da: “Agora vamos ter um reforçonas despesas de casa”, declarou.

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Na manhã de 3 de fevereirotomaram posse 122 concursadosde 2008, de diversos cargos. A Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4), a equi-pe da Divisão de Recursos Huma-nos, a Ouvidoria da UFRJ, a Deca-nia do Centro de Letras e Artes(CLA) e o SINTUFRJ receberamcom entusiasmo os novos funcio-nários. Nos discursos, os dirigentesenalteceram a carreira de servidorpúblico e o orgulho de se trabalharna maior e melhor universidadepública federal do país. À tarde, oSalão Azul da Reitoria se abriu pararecepcionar 211concursados de2009. A diretora do Instituto deNutrição Josué de Castro, ElisabethAccioly, se incorporou ao comitê deboas-vindas.

O coordenador-geral do SINTU-FRJ, Francisco de Assis, foi o pri-meiro integrante da mesa de ceri-mônia de posse a saudar a novageração de técnicos-administrati-vos em educação. Ele destacou queera preciso oxigenar a universidadee repor a grande falta de pessoal,pois foram 20 anos sem concurso.O dirigente fez um histórico doSindicato e explicou que existeuma boa interlocução entre a Ad-ministração Central e a entidade,mas com cada um cumprindo oseu papel: a Reitoria fazendo a de-fesa dos interesses institucionais eo Sindicato dos direitos dos traba-lhadores da UFRJ.

“Com vocês ganhamos maisforça, tanto em prol da universida-de quanto para a luta do nosso

SANGUE NOVO

Recepção calorosa aos novostécnicos-administrativos em educação

SINTUFRJcomemora oreforço na lutapor mais direitose na defesa dauniversidade

movimento. Vocês já são vitoriososde entrar para esta universidade ecom uma Pró-Reitoria de Pessoalque tem uma visão democrática eprogressista. A universidade ganhacom isso e todos saem ganhando.Nossa linha de ação é a de estandojuntos estamos mais fortes. O Sin-dicato apesar de ser jovem, 15 anos,tem no movimento dos seus traba-lhadores uma história que com-pletará 50 anos. São muitos anosde organização e de trabalho den-tro da UFRJ. E como Sindicato te-mos nossas lutas, bandeiras e em-bates. E vocês jovens devem se man-ter alertas para continuar com essetrabalho”, recomendou o sindica-lista.

Segundo Francisco de Assis, osnovos funcionários já entram comuma vida funcional diferenciadados mais antigos. “Vocês vão se apo-sentar pelo regime geral da Previ-dência Social. Foi uma derrota parao movimento sindical, mas esta-mos lutando para o retorno da apo-sentadoria integral. Falo isso paramostrar que temos muitas lutaspela frente. Sejam bem-vindos àuniversidade e sejam bem-vindosao SINTUFRJ.”

Sociedade melhorSociedade melhorSociedade melhorSociedade melhorSociedade melhorA ouvidora-geral da UFRJ, Cris-

tina Riche, explicou aos recém-che-gados o significado da Ouvidoria eo trabalho que é realizado voltadopara a comunidade interna e ex-terna, e definiu o que é ser umservidor público dentro de uma ins-

tituição de ensino federal: “Esta-mos aqui para construir uma uni-versidade melhor, sem muros, e,consequentemente, uma socieda-de melhor. A universidade tem pa-pel fundamental no processo detransformação social”, concluiu.

UFRJ é tarefa de todosUFRJ é tarefa de todosUFRJ é tarefa de todosUFRJ é tarefa de todosUFRJ é tarefa de todosO superintendente de Pessoal,

Roberto Gambine, justificou apresença do Sindicato na mesa,afirmando que “a presença doSindicato é fator de orgulho ehonra para a Reitoria”, e acres-centou que “não existe confusãoentre o trabalho e o interesse decada um. Nós todos trabalhamospor melhorar a universidade e ascondições de trabalho. A presen-ça do SINTUFRJ ao lado da Ad-ministração Central nunca vaialterar sua combatividade e osprincípios da luta dos servidores.A Reitoria tem clareza nas rela-ções de trabalho que naturalmen-te geram conflitos e interessescontraditórios e o Sindicato é ointerlocutor natural nesta rela-ção com a universidade.”

Ao dirigir-se diretamente aosconcursados, Gambine sentenciou:“Vocês fizeram uma opção de vidaao escolherem ser servidores públi-cos federais; mas saibam que sofre-mos com a campanha difamató-ria feita pela grande imprensa. So-fremos muito nas eras Collor e Fer-nando Henrique. Durante 10 anosnão foram realizados concursospúblicos, sem reposição de pessoal

que se aposentava, falecia, era exo-nerado, que se licenciava com pro-blemas sérios de saúde, e aindahouve nesse período um programade demissão voluntária.”

Segundo Roberto Gambine, osconcursos abertos pelo governo Lulaestão mudando a realidade na uni-versidade, mas lembrou que aindahá problemas com a falta de pes-soal, e por isso a existência de gran-de número de terceirizados nos hos-pitais e de professores substitutos.

Por fim, afirmou: “É um or-gulho receber vocês para fazer par-te desta instituição com seus so-nhos e divergências.”

Elogio às equipes da PR-4Elogio às equipes da PR-4Elogio às equipes da PR-4Elogio às equipes da PR-4Elogio às equipes da PR-4O pró-reitor de Pessoal, Luiz

Afonso Mariz, anunciou que aliestavam os melhores, pois o con-curso foi disputadíssimo: “Para ocargo de assistente em adminis-tração, tivemos a relação candida-to/vaga da Faculdade de Medicinada UFRJ.” E externou seu senti-mento. “Tenho muito orgulho porisso e também porque vocês estãona melhor universidade federaldeste país. Tenham muita clarezadisso.” Luiz Afonso falou de suatrajetória na UFRJ, onde entrouem 1968 como aluno da Faculda-de de Medicina, da importânciada universidade para a sociedade epara a população, e também citoua campanha difamatória sobre oserviço público: “Fazem o discursodo inchaço da máquina adminis-trativa, mas não mostram os pro-

blemas das instituições públicas,como é o nosso caso em relação aoshospitais universitários, sem pes-soal suficiente, e a existência dosprofessores substitutos. A UFRJ jáchegou a ter 650 docentes nesta si-tuação, ganhando muito menosque os efetivos e realizando traba-lho igual.”

Luiz Afonso elogiou a equipe defuncionários da Divisão de Recur-sos Humanos, que não mediu es-forços para cumprir a determina-ção do governo para a ocupação doscargos na data certa, assim como aDivisão de Saúde do Trabalhador(DVST). “A autorização para a no-meação saiu dia 24 de dezembro,foi uma enorme confusão. Tínha-mos 600 pessoas para fazer examesmédicos e admissionais. Mas a UFRJtinha que dar conta, e deu. Por issosomos a maior universidade federaldo país”, comemorou. Luiz Afonsoorientou os novos técnicos-adminis-trativos para sempre procurarem re-solver suas questões nas seções de Pes-soal de suas unidades.

O decano do Centro de Letras eArtes (CLA), Léo Soares, tambémdeu boas-vindas aos novos concur-sados: “Que vocês tenham o privilé-gio de estar no CLA. Serão muitobem recebidos e com toda a aten-ção que merecem.” A diretora doInstituto de Nutrição Josué de Cas-tro, Elisabeth Accioly, complemen-tou: “Vocês estão chegando nummomento especial, quando temosum Plano Diretor pensando o futu-ro da UFRJ até 2020.”

FRANCISCO de Assis entrega o documento de posse à nova servidora DIRIGENTE do SINTUFRJ distribuiu fichas de filiação aos concursados

Foto: Cícero Rabello

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Organizações sociais brasileirasrealizarão nova assembleia nacional

Conheça as bandeiras de luta e o calendário de atividadesaprovados no FSM pelos movimentos sociais

Para organizar as bandeiras deluta que foram aprovadas na As-sembleia Nacional dos Movimen-tos Sociais realizada no Fórum So-cial Mundial, no dia 29 de janeiro,em Porto Alegre (RS), os movimen-tos sociais brasileiros promoverãoem 31 de maio, em São Paulo,uma nova assembleia. Os movi-mentos sociais querem partir paranovas lutas, como também já ini-ciar a construção do Fórum SocialMundial de 2011, em Dakar, capi-tal do Senegal, na península deCabo Verde.

O documento contendo as de-liberações da Assembleia Nacionaldos Movimentos Sociais foi deno-minado Carta dos Movimentos So-ciais e tem como título “10 Anosdo FSM – Outro Mundo Aconte-ce!”. Esta carta faz um balanço dodeclínio do neoliberalismo, da cri-se do capitalismo, das edições doFórum e revela que os movimentossociais desejam efetivamente se or-ganizar para levar adiante suasbandeiras.

A Carta dos Movimentos So-ciais reafirma seu compromissocom a luta por justiça social, sobe-rania, a integração solidária daAmérica Latina e de todos os povosdo mundo, pelo fortalecimento domultilateralismo, contra o impe-rialismo, a autodeterminação dospovos e contra todas as formas deopressão. O Fórum Social Mundialsurgiu em 2001 como forma deresistência dos povos de todo o pla-neta à avalanche neoliberal dosanos 90. Dessa forma ganhou forçae se tornou um grande polo hege-

O documentocontendo asdeliberações daAssembleiaNacional dosMovimentosSociais foidenominado Cartados MovimentosSociais e temcomo título “10Anos do FSM –Outro MundoAcontece!”.

Bandeiras de lutaAs bandeiras de luta aprovadas na Assembleia Nacional dos Movimentos Sociais em Porto

Alegre tratam de vários pontos ligados a:

Soberania nacional: defesa do pré-sal 100% brasileiro; retirada das bases estrangeirasda América Latina e Caribe e das tropas dos EUA do Afeganistão e do Iraque; defesa daautodeterminação dos povos e da Amazônia como patrimônio nacional; criação do EstadoPalestino e fortalecimento do Mercosul, Unasul e Alba.

Desenvolvimento: política nacional de desenvolvimento ambientalmente sustentável, quepreserve o meio ambiente e a biodiversidade e que resguarde a soberania sobre a Amazôniabrasileira; projeto nacional de desenvolvimento com distribuição de renda e valorização dotrabalho; reforma agrária; políticas públicas de igualdade racial.

Democracia: contra a criminalização dos movimentos sociais; ampliação da participaçãodo povo nas decisões; contra a desestabilização dos governos democráticos e populares daAmérica Latina; democratização dos meios de comunicação e contra a intolerância religiosa.

Defesa de mais direitos ao povo: educação pública, gratuita e de qualidade para todose todas com a universalização do acesso; promoção da qualidade e incentivo à permanência;adoção de medidas que democratizem o aceso ao ensino superior público; defesa da saúdepública garantindo o acesso da população a atendimento de qualidade; contra a exploraçãosexual das mulheres; fim do fator previdenciário e por reajuste digno aos aposentados.

Solidariedade: ao povo haitiano, ao povo cubano e aos povos oprimidos do mundo.

Calendário de atividadesMarço – Jornada de lutas da UNE e UBES8 de março – Dia Internacional da Mulher1º de maio – Dia do Trabalhador31 de maio – Assembleia dos Movimentos Sociais1º de junho – Conferência Nacional da Classe Trabalhadora

mônico ao capitalismo financeiro.E, conforme avalia a Carta,

“nestes 10 anos o FSM passou peloBrasil, Venezuela, Índia e Quênialevando a esperança de um mundonovo. Foi dessa maneira que o FSMconseguiu contagiar corações ementes para a ideia de que, sim, épossível construir outro mundo comjustiça social, democracia, sem des-truir o planeta e valorizando asculturas nacionais”.

Dos participantes do FSM, 60%foram de mulheres. Também cha-mou a atenção a expressiva presen-ça de jovens (27% dos participan-tes). O presidente da CUT-RS e umdos coordenadores do FSM, CelsoWoyciehwoski, avaliaram que a ex-pressiva participação da sociedadeno Fórum demonstra ao mundo aexistência de construções coletivasde todas as ordens com o objetivode buscar um mundo melhor.

Fotos: Internet

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PERFIL

Uma das atrações da II Feirade Talentos da UFRJ – evento orga-nizado em novembro de 2009 parahomenagear o servidor público –foi o estande em que um grupo deprofissionais – Antônio Irineu daSilva, Valdimiro Ferreira de Moraise Adalberto Francisco Pereira Filhoexpôs moveis e fotografias contan-do a história de mais de 20 anos demarcenaria na UFRJ. A mostra exi-biu experiência e criatividade naprodução do mobiliário necessárioà instituição.

“Não consigo entender comoalguns dirigentes e até mesmo pes-soas que lutam pela universidadedizem que não precisam de marce-neiro”, questiona Antônio, 68 anos,experiente profissional da UFRJdesde 1988, quando ingressou nofamoso Grupo Executivo de Manu-tenção e Desenvolvimento (Gemd).

Aliás, como lembra, o Gemdfoi extinto justamente pelo pre-conceito generalizado que se disse-minou na época – início da déca-da de 1990 – contra profissionaisde serviços de manutenção, que fo-ram substituídos por terceirizados.O grupo foi criado pelo ex-reitorHorácio Macedo, e reunia traba-lhadores de várias áreas.

“A gente era um grupo forte”,diz Antônio, contando que o des-monte começou no governo Co-llor, que protagonizou severos ata-ques aos servidores. E o pessoal doGemd acabou sendo distribuídopela UFRJ.

Hoje Antônio, que já trabalhouna restauração da Escola Anna Nery,está no Instituto de Psicologia con-feccionando móveis, como estan-tes e balcões para microcomputa-dores e fazendo consertos em geral.

Izaias Rodrigues Moreira, mar-ceneiro na Divisão de Manutençãoda PU, completa o relato do com-panheiro: “A associação (época daAssuferj) defendia a gente. Tinhaassembleias para tratar do assuntoe o processo de desmonte do Gemddemorou porque tinha resistência.Mas eles (Administração Central)conseguiram desmontar.” “Os res-ponsáveis alegaram que não preci-sava daquela estrutura”, emendaseu Antônio.

Eles lembram que até hoje háserviços do Gemd espalhados pelauniversidade. “Na Praia Vermelhaainda temos divisórias confeccio-nadas naquela época; no IPPMGestantes, balcões e divisórias.”

Atualmente na UFRJ existem48 marceneiros, 36 carpinteiros, 11ajudantes de marcenaria e 10 aju-dantes de carpinteiro. “Foi o quesobrou do grupo daquela época”,diz Antônio.

Eles construíram e querem restaurar para a posteridadeEsta é a reivindicação dos marceneiros e carpinteiros da UFRJ, profissionais que executam trabalhosessenciais para aulas e pesquisas, por exemplo, mas correm risco de desaparecer da universidade

História de vidaHistória de vidaHistória de vidaHistória de vidaHistória de vidaAntônio conhece o ofício desde

que era garoto. Trabalhava comconhecidos na cidade natal, Cam-pina Grande, na Paraíba, desde os12 anos. Veio para o Rio em 1959 etrabalhou numa empresa de enge-nharia. “Meu trabalho sempre foiesse.”

Izaias começou a trabalhar emjulho de 1988 no IPPMG na mes-ma função que seu pai e tios. “Co-mecei a trabalhar com 12 anos.Sempre gostei da profissão. Nascino estado do Acre, em Rio Branco.Meus pais são cearenses. Vim parao Rio em 1970 para trabalhar emmarcenaria.”

Antônio explica que naquelaépoca a universidade estava sucate-ada. Foi para dar jeito na situaçãoque o professor Horário contratoumarceneiros e carpinteiros. “Quemconheceu a universidade nos anos70 e a vê hoje, acha tudo umamaravilha. A gente entrava nos de-partamentos e estava tudo sucatea-do, todo mundo encolhido em cu-bículos”, disse.

Período de caosPeríodo de caosPeríodo de caosPeríodo de caosPeríodo de caosIzaias: Era uma questão de

emergência.Antônio: O objetivo principal

era reorganizar o Hospital São Fran-

cisco de Assis, que até hoje estádaquele jeito (caindo aos pedaços).Mas, depois do desmonte do Gemd,cada um procurou o seu caminho.Eu fui para a Divisão de Engenha-ria do HU. E, como sempre, faltavamaterial para se trabalhar.

Izaias: O governo não queriafabricante de móveis na universi-dade.

Antônio: Aqui, nós nunca fo-mos valorizados e nem bem utili-zados.

Izaias: Mas continuamos tra-balhando.

Antônio: Hoje temos esse le-vante na marcenaria diante dessasituação ridícula. Temos brigado.

Izaias: É uma luta antiga...Antônio: Quando o professor

dá aula, aparece o serviço do mar-ceneiro: nós fizemos o quadro deaula. Num evento, são os estandesfeitos pela marcenaria. Laborató-rios na UFRJ foram feitos por mar-ceneiros. Mesmo assim, dizem quenão precisam de marceneiros. NaEscola de Belas Artes somos bas-tante requisitados. Infelizmentenão querem é dar valor ao marce-neiro.

Curso de restauraçãoCurso de restauraçãoCurso de restauraçãoCurso de restauraçãoCurso de restauraçãoSegundo Antônio, hoje a rea-

ção é cobrar da Reitoria o curso de

capacitação, que ele diz estar com aorganização bem adiantada. “Vaiser este ano, para mostrar que omarceneiro existe e tem seu valor.Há um grupo que fez a restauraçãodo Fórum de Ciência e Cultura.Deixamos na madeira enverniza-da. Mas não fomos reconhecidospor esse trabalho. Fizemos trabalhoigual na Anna Nery também”, dizseu Antônio.

Os marceneiros estão organiza-dos numa comissão formada porAntônio, Adalberto, Silvano, Rubense Izaias (suplente). A comissão sereúne desde o ano passado e o obje-tivo é montar um curso de restau-ração. Já foi decidido que o curso derestauração preparado pela Coorde-nação de Desenvolvimento Profis-sional (Codep/PR-4) vai ser reali-zado na Escola de Belas Artes. Aexpectativa de Antônio é que come-ce em março. O aprendizado seráministrado por profissionais da pró-pria universidade. O objetivo é ca-pacitar marceneiros e carpinteiros.

“Pra gente serviço é que nãofalta”, diz Antônio. “Nossa mão deobra é especializada e queremos noscapacitar mais. Se houver interesseda Reitoria de montar um grupo derestauradores, não tenham dúvidasque a gente vai dar conta”, garante,ressaltando: “Ainda tem muita coi-

sa com que vocês vão se surpreen-der, pois na UFRJ há trabalhos fei-tos por excelentes profissionais quehoje estão esquecidos.”

Os integrantes da comissão jáfizeram o curso de restauração daPrefeitura Municipal do Rio de Ja-neiro. “Aprendemos muito, e a gen-te quer passar as informações paraos outros companheiros.”

O curso oferecido pela Prefei-tura foi gratuito, porém Antôniofez outros dois cursos de capacita-ção bancados do próprio bolso. Masele defende que tem que ser umobjetivo da universidade investir emseus profissionais.

Antônio concluiu a história datrajetória dos marceneiros na UFRJafirmando: “O pessoal entregou oGemd. A gente nunca aceitou isso.Mas, agora estamos mais esclareci-dos e vamos cobrar valorização erespeito. Queremos capacitação, ea valorização vem como conse-quência. O resultado do nosso tra-balho começou a ser mostrado naII Feira de Talentos.”

De acordo com o grupo de pro-fissionais, poucas firmas executamo tipo de restauração no Rio deJaneiro que fazem na UFRJ. Porisso sonham com a capacitaçãopara se tornarem referência dentroe fora da UFRJ.

ANTÔNIO IRINEU e Izaias Rodrigues Moreira: representam um grupo de trabalhadores que lutam por aprimoramento profissional

Foto: Cícero Rabello

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ÚLTIMAPÁGINA

Cerca de 5 mil trabalhadoressubcontratados pelos dois con-sórcios formados pelas maioresempreiteiras do país para cons-trução do Centro de Pesquisas daPetrobras, na Cidade Universitá-ria, cruzaram os braços desde odia 9 de fevereiro reivindicandoo fim da exploração da mão deobra e condições mínimas de tra-balho.

Aos operários não é garanti-da água potável suficiente parabeber durante o expediente e parabanho no fim da jornada. Nacomida servida é comum seremencontrados objetos estranhos,como esponja e cabelo humano,e o café da manhã é com pão-doce duro. O tratamento dispen-sado aos peões e os benefíciosconcedidos variam de subemprei-teira para outra, mas no soma-tório as empresas disputam en-tre elas quem explora e maltratamais o peão.

Os trabalhadores reivindi-cam também isonomia sala-rial, pagamento correto das ho-ras extras, reconhecimento do di-reito ao adicional de periculosi-dade, cesta básica, vale-transpor-te, Riocard carregado em dia, Co-missão Interna de Proteção deAcidentes (Cipa), fim das perse-guições de encarregados e super-visores e reajuste de 20% nos sa-lários pagos, que para a maiorianão passa do mínimo.

Entre as muitas arbitrarie-dades cometidas pelas subem-

Humilhação e exploração nos canteiros daPetrobras dentro da Cidade Universitária

preiteiras com a benção dos con-sórcios e o faz de conta que nãosei de nada da Petrobras temmais esta: obrigatoriedade demarcar ponto na saída e na vol-ta do almoço. Como o relógiofica fora dos canteiros de obrase o contingente de trabalhado-res é grande, uma hora para oalmoço é pouco, e o jeito é ficarsem comer para não ter o pontocortado.

O Diretório Central dos Es-tudantes Mário Prata, da UFRJ,pretende levar ao Conselho Uni-versitário documento solicitan-do daquele órgão e da Reitoriaum posicionamento político so-bre a situação vivida pelos ope-rários dos canteiros da Petro-bras na Universidade. O mes-mo pretende o DCE fazer coma Coppe, que desenvolve pes-quisas de ponta para a estataldo petróleo. Segundo dirigen-tes do DCE, na manifestaçãodos trabalhadores há duas se-manas, vários deles foram agre-didos fisicamente por seguran-ças das empreiteiras. Na segun-da-feira, 22 de fevereiro, seiscamburões da Polícia Militar,sendo que dois do Batalhão deChoque, acompanharam aconcentração dos operários emgreve nas entradas principaisdos canteiros de obras. O Sin-dicato dos Trabalhadores nasIndústrias da Construção Pe-sada Intermunicipal do Rio deJaneiro conduz o movimento.

DEPOIS DA MANIFESTAÇÃO, os trabalhadores foram em ônibus alugados por seu sindicatoaté o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no Centro, para assistir ao julgamento da greve

BRAÇOS CRUZADOS: Desde o dia 9 os operários pararam a construção do centro depesquisas de excelência da Petrobras. Eles pagam até por ferramentras perdidas, mesmosendo revistados por seguranças na entrada e na saída dos canteiros de obras

A CUT-Rio, por meio da Se-cretaria de Igualdade Racial ede Combate ao Racismo, infor-ma que apoiará atividades co-memorativas aos cem anos daRevolta da Chibata, cujo líderfoi João Cândido, o AlmiranteNegro. A abertura das festivida-des foi no carnaval, quando des-filou pela Avenida Rio Brancoo Bloco do Almirante, dia 13.Por enquanto estão previstas ex-posições e debates, homenagensna Alerj e show musical.

A Central recomenda às en-tidades cutistas apoio mate-rial, humano e financeiro àsassociações Unidade Mobiliza-ção Nacional pela Anistia

Centenário da Revolta da Chibata

A o f i c ina s e rá r ea l i zadanos d ia s 25 e 26 de f e ve re i -ro , em São Paulo , e t e rá apar t i c ipação dos in t eg ran-t e s d a s S e c r e t a r i a s d a sCUTs es taduais de Igualda-de Rac ia l e de Combate ao

Oficina da CUT sobre IgualdadeRacial e de combate ao racismo

HISTÓRIA, RAÇA E ETNIA

(Umna) e Movimento Democrá-tico pela Anistia e Cidadania(Modac), que constituem o Co-

mitê Organizador das festivida-des comemorativas do Centená-rio da Revolta da Chibata.

Rac i smo e representantesdos Ramos , e de mi l i t an-t e s s ind i ca i s da s en t ida-de s cu t i s t a s . O ob j e t i vodo even to é o rgan izar aS e c r e t a r i a N a c i o n a l d eCombate ao Rac i smo .

Foto: Cícero Rabello