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1 VALORES DA CONVIVÊNCIA O público e o privado

VALORES DA CONVIVÊNCIA O público e o privado · •Capitalismo: Relação Capital x Trabalho Recurso ... (segue normas, ... Hoje? A intuição/idéia

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VALORES DA CONVIVÊNCIA

O público e o privado

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O público e o privado | PLANO DE VOO

Conceituar as noções de espaço público e espaço privado.

O quadro emocional de nossa época.

A dialética entre a violência e a verdade.

Hábitos e bons modos.

A escada da ética.

A importância do papel social.

Comportamento: o que é isso?

Os usos da fala.

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O público e o privado | CONCEITOS

Ambos são espaços sociais = espaços de convivência

Espaços/Esferas abertos à opinião pública

Foco da ação:

• Espaço privado: interesses pessoais (inclui família, amigos...)

• Espaço público: interesses coletivos | instituições sociais

É uma rede adequada para a comunicação de conteúdos,

tomadas de posição e opiniões. Ela deve ser orientada

pelo entendimento e por meio de processos

institucionalizados.

Principais valores

Segurança

Preservação da individualidade

Flexibilização das relações inter-pessoais

Desmanche das ordens sociais tradicionais

O público e o privado | QUADRO EMOCIONAL DE NOSSA ÉPOCA

MODERNIDADE (1492 – 1950) HIPER ou PÓS-MODERNIDADE (1950 HOJE)

IDÉIA-MOTRIZ: PROJETO IDÉIA-MOTRIZ: ERRÂNCIA — VIVER O PRESENTE

ESTRATÉGIAS DA LENTIDÃO:

• Pensamento. Paciência. Perseverança. Concretização.

ESTRATÉGICAS DA ACELERAÇÃO:

• Sensação. Sentimento. Intuição. Virtualização.

LÓGICAS DE DESENVOLVIMENTO:

• Industrialismo: Natureza Recurso

• Capitalismo: Relação Capital x Trabalho Recurso

• Democracia: Política Recurso

LÓGICAS DE DESENVOLVIMENTO:

• Tecnociência: Produção de Mercadorias Produção de Signos

• Mercado: Relação Capital x Trabalho Negócios

• Individualismo: Propósitos coletivos Desejo / Auto-interesse

DETERMINISMO LIBERDADE (Opinião; Ponto de Vista)

HISTÓRIA PRESENTE (moda)

REFERÊNCIAS DURADOURAS RELATIVISMO e AMBIVALÊNCIA

REPUTAÇÃO e PAPEL SOCIAL NEGOCIAÇÃO e FAMA

COMPROMISSO CONVENIÊNCIA

ACUMULAÇÃO CONSUMO

ÉTICA DA VIDA BOA

(segue normas, desenvolve o hábito da concentração)

ÉTICA DA BOA VIDA

(persegue o prazer e a descontração)

BEM BEM-ESTAR

ÉTICA DA CONVICÇÃO/RESPONSABILIDADE (VIRTUDE) ÉTICA DIALOGADA (ACORDO)

PERSONAGEM TÍPICO: PEREGRINO (Cristóvão Colombo) PERSONAGEM TÍPICO: ANDARILHO (Zaratustra – Nietzsche)

O público e o privado | QUADRO EMOCIONAL DE NOSSA ÉPOCA

O público e o privado | QUADRO EMOCIONAL DE NOSSA ÉPOCA

Principais sentimentos

ambiguidade

confusão de propósitos

desinteresse pela ―rotina‖

sentimento de urgência exagerado

ansiedade

acúmulo de decepções

Enfraquecimento do TINO

faculdade de avaliar e prever

Ensurdecimento do CORAÇÃO

Esfriamento das RELAÇÕES SOCIAIS

opacidade e sentimento de desterro

Arnaldo Antunes: Não há sol a sós.

Desvalorização da POLÍTICA

poderes oportunistas ocupam a cena

visão estreita do futuro

Instrumentalização das noções de ÉTICA e JUSTIÇA

tornou indefinidas as fronteiras entre a vida boa e a boa vida

O público e o privado | QUADRO EMOCIONAL DE NOSSA ÉPOCA

A guerra mais antiga da história é aquela em que a violência tenta oprimir a

verdade. Ela é uma guerra infinita por dois motivos:

todos os esforços da violência não podem enfraquecer a verdade e só

servem para realçá-la ainda mais

todas as luzes da verdade não podem nada para deter a violência: só a

irritam ainda mais.

Em suma: quando a força combate a força, a mais poderosa destrói a menos

poderosa; quando opomos os discursos aos discursos, os que são verdadeiros

e convincentes confundem e dissipam os que são só vaidade e mentira.

Essa guerra não acaba porque a violência e a verdade nada podem fazer uma

pela outra.

Blaise Pascal

(Filósofo francês. 1623-1662) 8

O público e o privado | DIALÉTICA ENTRE A VIOLÊNCIA E A VERDADE

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A guerra da violência contra a verdade ocorre igualmente na alma e

na convivência.

O que estamos fazendo conosco,

e por quê?

O nós é hoje um ato de autoproteção – o desejo de comunidade é

defensivo.Richard Sennett

Sociólogo americano. 1943

O público e o privado | DIALÉTICA ENTRE A VIOLÊNCIA E A VERDADE

Como devo viver?

interesses e paixões

EUinstintos instituições

O público e o privado | DIALÉTICA ENTRE A VIOLÊNCIA E A VERDADE

É uma felicidade para os homens encontrarem-se numa situação

em que, ao mesmo tempo em que suas paixões inspiram-lhes a

idéia de serem maus, eles têm interesse em não sê-lo.

Montesquieu

O público e o privado | DIALÉTICA ENTRE A VIOLÊNCIA E A VERDADE

intuição/idéia

do Bem

O que é Ética?

A ética não começa por uma ignorância que devemos transformar em saber,

mas por um saber que exige sua realização.

Kierkegaard

(filósofo dinamarquês, séc. 19)

Africanos/Ameríndios... Espírito

Taoísmo Ordem celeste (tao)

Confucionismo Ordem humana (ren)

Hinduísmo/Budismo Lei da ação (dharma)

Judaísmo Lei Divina

Cristianismo Amor Divino

Islamismo Perfeição Divina

Gregos Equilíbrio

Renascença Beleza / Harmonia

Modernidade Progresso

Hoje?

A intuição/idéia de Bem ao longo da história

O Bem (hoje)

BOA vida

prazerosa

segura...

VIDA boa

correta

útil...

bons modos

Felicidade sustentável

Os bons modos são o esteio do bem (em nosso caso da felicidade sustentável)

Bom modo: comportamento destinado a evitar danos a mim e aos outros

Origem do bom modo: autodeterminação de conciliar meus interesses com os interesses alheios

A fragilidade dos modos é a principal causa da corrupção!

Os bons modos

Ethos Joelho do Cavalo / Estábulo / Morada...

Posturas / Atitudes

Condutas / Comportamentos

Costumes / Modos

Regras

Tudo isso são HÁBITOS

Maneira usual de ser, fazer, sentir,

individual ou coletivamente;

costume, regra, modo. Houaiss.

O que é Ética

O hábito é nossa segunda natureza

Se cola à nossa personalidade e antecipa nossas decisões e

ações.

Somos o que fazemos repetidamente. Por isso, o mérito não está na ação e sim no hábito.

Aristóteles (filósofo grego – séc. 3 a.C.)

Conceito de Ética

Arte de responder com bons hábitos/modos à pergunta: como conciliar meus interesses com os interesses alheios?

Conceito de Ética

• Valor moral não tem preço, mas tem custos.

(Corrupção é precificar um valor moral.)

• As pessoas devem ser tratadas como fins e não como meios.

• Por que não eu? A culpa não é minha, mas o problema é.

• Não existe jeito certo de fazer a coisa errada.

• Só credita quem acredita.

• Não existe lei que dê conta de má-fé.

• A lei nem sempre garante a justiça.

• Pedir licença para não precisar pedir desculpas.

• Não confundir rigor com rigidez.

• Acima de tudo, não causar dano.

Lemas que ajudam a praticar bons hábitos/modos

SOCIABILIDADE RECONHECIMENTO SACRÍFICIO

Cortesia

Etiqueta

Civilidade

Respeito

Consideração

Empatia

Solidariedade

Abrir mão de algo

Colocar-se em risco

Fazer a coisa certa,

mesmo a um custo

pessoal alto

Regra de Prata Regra de Ouro Regra de Platina

A Escada da Ética

Regras “metálicas” de convivência

Ferro Use os outros em seu próprio benefício e se proteja deles.

Bronze Trate os outros como eles te tratam.

Prata Não trate os outros como você não gostaria de ser tratado.

Ouro Trate os outros como você gostaria de ser tratado.

Platina Trate os outros como eles gostariam de ser tratados.

A Escada da Ética

Tipos de normas éticas

Biológicas engendram sistemas de automatismos corporais:

instintos

Culturais engendram sistemas de autonomias individuais

garantidas por instituições

A Escada da Ética

• Ao ocuparem posições sociais, as pessoas veem o seu

comportamento determinado não tanto pelas suas

características e interesses individuais mas, em maior medida,

pelas expectativas face à posição que ocupam.

• Papel social caracteriza modelos de comportamento que,

ultrapassando as diferenças e as adaptações individuais,

orientam a ação dos sujeitos que ocupam uma determinada

posição em um grupo ou comunidade.

O público e o privado | A IMPORTÂNCIA DO PAPEL SOCIAL

O bem do serviço público

Diante do Bem de nossa época, qual é o saber que nós

devemos realizar para dar legitimidade ao serviço público?

É o que define nossos estilos de vida e convivência.

O público e o privado | COMPORTAMENTO: O QUE É ISSO?

Um grupo de porcos-espinhos vive num lugar muito frio.

Para não morrerem congelados, eles se aproximam até

que se espetam e sangram.

O afastamento é a única saída, mas o preço é a volta do

frio.

Eles se reaproximam e se espetam e se afastam e se

esfriam num círculo que se repete há milênios e cujo

centro é um ponto de dor ou contentamento.

O público e o privado | COMPORTAMENTO: O QUE É ISSO?

O comportamento é uma espécie de gestão da distância

que estabelecemos a alma, e os outros, os acontecimentos

e o mundo.

O público e o privado | COMPORTAMENTO: O QUE É ISSO?

Cuida da pergunta: Até onde ir?

O público e o privado | COMPORTAMENTO: O QUE É ISSO?

Cuidar = responder de uma só vez a essas três perguntas:

Devo? (obrigação moral / necessidade)

Posso? (ser capaz de realizar)

Quero? (desejar, pretender)

O público e o privado | COMPORTAMENTO: O QUE É ISSO?

A questão Até onde ir? é tão importante quanto suas irmãs

famosas:

• Quem sou?

• De onde vim?

• Para onde vou?

O público e o privado | COMPORTAMENTO: O QUE É ISSO?

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O público e o privado | OS USOS DA FALA

Aceitar (aproximar) Recusar (afastar)

Conversar (dialogar) Determinar (monologar)

Curar Ferir

Embelezar Enfear

Fazer ver Convencer

Narrar Descrever

Ouvir Impor

Trazer à tona Ocultar

Bendizer (orar, trazer esperança) Maldizer (praguejar, trazer desconfortos)

O que é meu, o que é teu e o que é nosso?

O público e o privado | FIO DE AMARRAÇÃO

Muitos homens, como as crianças, querem uma coisa, mas não as

suas consequências.

Ortega y Gasset

Filósofo espanhol. 1883-1955