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VANDERLEI OLIVEIRA DOS SANTOS CAMISETA ESCOLAR – REQUISITOS MÍNIMOS DE QUALIDADE - RECOMENDAÇÕES PARA MELHORIA NOS PROCESSOS DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE PARA AQUISIÇÃO PELA REDE PÚBLICA DE ENSINO Dissertação apresentada ao Mestrado Profissional em sistema de Gestão da Universidade Federal Fluminense do Rio de Janeiro/Latec como requisito parcial para obtenção do Grau de mestre Niterói 2005

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VANDERLEI OLIVEIRA DOS SANTOS

CAMISETA ESCOLAR – REQUISITOS MÍNIMOS DE QUALIDADE - RECOMENDAÇÕES PARA MELHORIA NOS PROCESSOS DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE PARA

AQUISIÇÃO PELA REDE PÚBLICA DE ENSINO

Dissertação apresentada ao Mestrado Profissional em sistema de Gestão da Universidade Federal Fluminense do Rio de Janeiro/Latec como requisito

parcial para obtenção do Grau de mestre

Niterói2005

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VANDERLEI OLIVEIRA DOS SANTOS

CAMISETA ESCOLAR – REQUISITOS MÍNIMOS DE QUALIDADE - RECOMENDAÇÕES PARA MELHORIA NOS PROCESSOS DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE PARA

AQUISIÇÃO PELA REDE PÚBLICA DE ENSINO

Dissertação apresentada ao Mestrado Profissional em sistema de Gestão da Universidade Federal

Fluminense do Rio de Janeiro/Latec como requisito parcial para obtenção do Grau de mestre

Aprovada em _____/_____/_____

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________Prof.

_______________________________________________Prof.

_______________________________________________Prof.

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Página para ficha catalográfica

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Dedico este trabalho as três mulheres da minha vida, Luciene, esposa, companheira e amada e as

minhas queridas e adoráveis filhas Gabriela e Larissa

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AGRADECIMENTOS

A UFF/Latec pelos ensinamentos.

A Diretoria da Qualidade do Instituto Nacional de Normalização, Metrologia e Qualidade Industrial pela oportunidade concedida .

Ao Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil por minha formação e cultura têxtil.

A Márcia Rosa pela confiança e apoio incondicional.

Aos amigos Leite, Trajano, Carlos Roberto, Ademir, Valdir, Lívia, Andréa e aos demais colegas da Divisão de Fiscalização e Verificação da conformidade pela paciência, colaboração e incentivo.

As Secretarias de Educação pela cordialidade e presteza no fornecimento das informações e amostras.

Ao meu orientador Professor Doutor Fernando Ferraz pela confiança depositada no meu trabalho, sugestões e orientações.

A minha esposa Luciene Brauns, sempre disponível em me ajudar.

Aos professores e colegas de turma do mestrado, pela valiosa troca de experiências, em especial ao meu grupo de trabalho Aldoney, Sidney, Júlio e Wagner.

Aos colegas da Rede Nacional de Metrologia Legal e Qualidade Industrial - Inmetro pela atenção e disposição em colaborar.

Aos amigos Sérgio Dias, Salomão e Erasmo pelas contribuições úteis.

A Helena Rego e aos demais colegas da biblioteca do Inmetro.

A Deus, pois só Ele para tornar tudo isto possível.

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“A camiseta é um dos principais instrumentos de integração nacional. Usada por todas as classes sociais, independente de sexo, idade ou raça”

Vitalina Alves de Lima historiadora

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RESUMO

Neste trabalho foram estudados os aspectos de qualidade e os processos de controle no

recebimento de camisetas, que compõe a maioria dos uniformes dos alunos da Rede Estadual e

Municipal de Ensino do País. Foram destacadas as principais características das fibras e dos

tecidos e, também dos aspectos inerentes a confecção de camisetas.

Nesta dissertação foi evidenciada a importância da especificação técnica com requisitos

de qualidade mínimos, para garantir maior durabilidade e melhor aparência às camisetas

adquiridas pelos Órgãos Públicos, possibilitando também, informar objetivamente ao fabricante o

que deve ser produzido e, quais as tolerâncias aceitáveis para os requisitos exigidos.

Esta pesquisa apresenta recomendações para o estabelecimento de requisitos de qualidade

de camisetas escolares e orienta a avaliação em laboratórios acreditados das amostras entregues

no processo de licitação e dos lotes fornecidos.

Palavras-chave: camiseta, produto têxtil, qualidade, requisitos, especificação

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ABSTRACT

Key words: t-shirt, textile product, quality, requirements, specifications

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 Aquisição de camisetas pelas secretarias 58

Gráfico 02 Utilização de especificações pelas secretarias 59

Gráfico 03 Realização de inspeção/ensaios em amostras antes da

compra 62

Gráfico 04 Realização de inspeção/ensaios em lotes fornecidos 63

Gráfico 05 Percepção das secretarias da qualidade das camisetas

adquiridas

64

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Modelo de itens verificados na etiqueta de um produto

têxtil confeccionado 49

Figura 02 Equipamento para ensaio de solidez da cor à lavagem 54

Figura 03 Perspirômetro – Equipamento para ensaio de solidez

da cor ao suor 55

Figura 04 Testador de pilling 57

Figura 05 Aparência do tecido após ensaio de pilling 67

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LISTA DE TABELASTabela 01 Símbolos de cuidados de conservação de produtos têxteis 38Tabela 02 Camisetas - Medida referencial do corpo humano: tórax –

masculino 39Tabela 03 Camisetas - Medida referencial do corpo humano: tórax –

feminino 39Tabela 04 Camisetas - Medida referencial do corpo humano: tórax –

infantil 39Tabela 05 Detalhamento do questionário utilizado nas Secretarias de

Educação 44

Tabela 06 Distribuição do envio de questionários pelas regiões do País 45

Tabela 07 Distribuição da coleta de amostras pelas regiões do País 46

Tabela 08 Relação entre reclamações recebidas e ensaios físico/químicos 47

Tabela 09 Comportamento à chama das principais fibras têxteis utilizadas

na fabricação de camisetas

50

Tabela 10 Solubilidade de diversas fibras têxteis 51

Tabela 11 Requisitos de construção e de qualidade das especificações

avaliadas 60

Tabela 12 Uso e abrangência das especificações técnicas avaliadas 61

Tabela 13 Principais problemas relatados nas camisetas adquiridas pelas

Secretarias de Educação

62

Tabela 14 Resumo da avaliação realizada nas Secretarias de Educação

que forneceram amostras para ensaios

65

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LISTA DE ABREVIATURAS

a.C Antes de CristoB1 Procedimento de lavagem citado na Norma NBR 12597cm CentímetroEd. EdiçãoNe Número inglêsg GramasG Tamanho grande

GG Tamanho extra-grandeg/m2 Gramas por metro quadradoºC Graus centígrados

mm MilímetroM Tamanho médiom2 metro quadradoNe Número inglêsP Tamanho pequeno

PP Tamanho extra-pequenoPág. PáginapH Potencial de hidrogênioTex Unidade internacional para expressar títulos têxteis% Porcento

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LISTA DE SIGLAS

AATCC American Association of Textile Chemists and ColoristsAbit Associação Brasileira da Indústria TêxtilABNT Associação Brasileira de Normas TécnicasASTM American Society for Testing and MaterialsBNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e SocialBS Brithish StandardCB Comitê BrasileiroCetiqt Centro de Tecnologia da Indústria Química e TêxtilCNPJ Cadastro Nacional de Pessoas JurídicasComlurb Companhia Municipal de Limpeza UrbanaConmetro Conselho Nacional de Normalização, Metrologia e Qualidade IndustrialDivec Divisão de Fiscalização e Verificação da ConformidadeFiec Federação das Indústrias do Estado do CearáGLP Gás Liquefeito de PetróleoIEC International Electricaleletronic CommunityInmetro Instituto Nacional de Normalização, Metrologia e Qualidade IndustrialINPM Instituto Nacional de Pesos e MedidasISO International Organization for StandardizationMARE Ministério da Administração e Reforma do EstadoNBR Norma Brasileira RegistradaRNML Rede Nacional de Metrologia Legal RNMLQ-Inmetro Rede Nacional de Metrologia Legal e Qualidade l-InmetroSBAC Sistema Brasileiro de Avaliação da ConformidadeSenai Serviço Nacional de Aprendizagem IndustrialUFF Universidade Federal FluminenseUneef Unidade de Negócios de Estudos e Ensaios FísicosUneeq Unidade de Negócios de Estudos e Ensaios Químicos

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SUMÁRIO

I INTRODUÇÃO ......................................................................................... 171.1 Introdução ................................................................................................. 171.2 Descrição do problema ............................................................................. 181.3 Objetivos da Pesquisa ............................................................................. 181.4 Roteiro do trabalho .................................................................................. 18 II REVISÃO DA LITERATURA ............................................. 202.1 Indústria Têxtil .......................................................................................... 202.1.1 Histórico ............................................................................................... 202.1.2 Panorama do Setor têxtil ....................................................................... 212.2 Camiseta .................................................................................................. 222.2.1 Histórico ............................................................................................... 222.3 Normalização ........................................................................................... 232.3.1 Conceitos ............................................................................................. 232.3.2 ABNT ................................................................................................... 242.3.3 Especificações 242.3.4 Experiências bem sucedidas no campo da Normalização de

Roupas profissionais .......................................................................................

25

2.3.4.1 Forças Armadas .................................................................................. 252.3.4.2 Companhia Municipal de Limpeza Urbana – Comlurb .................... 262.4 Fibras Têxteis ........................................................................................... 262.4.1. Principais fibras têxteis utilizadas na fabricação de tecidos para

camisetas escolares .........................................................................................

26

2.4.1.1 Algodão ............................................................................................ 262.4.1.2 Viscose ............................................................................................... 282.4.1.3 Poliéster ............................................................................................. 282.4.1.4 Poliamida ............................................................................................ 282.4.2 Propriedades das Fibras Têxteis ........................................................... 292.4.2.1 Comprimento ...................................................................................... 292.4.2.2 Tipo .................................................................................................... 302.4.2.3 Finura .................................................................................................. 302.4.2.4 Maturidade .......................................................................................... 302.4.2.5 Resistência .......................................................................................... 302.4.2.6 Absorção de umidade ......................................................................... 312.4.2.7 Resiliência ........................................................................................... 312.5 Tecidos de malha .................................................................................... 322.5.1 Propriedades físico-químicas ................................................................ 322.5.1.1 Composição ........................................................................................ 322.5.1.2 Tipo de fio ......................................................................................... 322.5.1.3 Estrutura ............................................................................................ 322.5.1.4 Título do fio ........................................................................................ 322.5.1.5 Gramatura .......................................................................................... 332.5.1.6 Tendência à formação de pilling ........................................................ 33

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2.5.1.7 Alteração dimensional ....................................................................... 342.5.1.8 Espiralidade ....................................................................................... 342.5.1.9 Solidez da Cor .................................................................................. 352.5.1.9.1 Solidez da cor à luz ......................................................................... 352.5.1.9.2 Solidez da cor à lavagem ................................................................. 352.5.1.9.3 Solidez da cor à fricção ................................................................... 362.5.1.9.4 Solidez da cor ao suor ..................................................................... 362.5.1.9.5 Solidez da cor à ação do ferro de passar à quente ........................... 362.6 Produto Confeccionado ............................................................................ 362.6.1 Etiquetagem .......................................................................................... 372.6.1.1 Informação da composição do produto ............................................. 372.6.1.2 Informações de conservação do produto .......................................... 372.6.2 Tamanhos ............................................................................................. 372.7 Avaliação da Conformidade .................................................................... 392.7.1 Verificação da Conformidade ............................................................... 402.7.2 Fiscalização .......................................................................................... 41III METODOLOGIA ................................................................................. 423.1 Método utilizado ...................................................................................... 423.2 Limitações da pesquisa ............................................................................. 423.3 Etapas da pesquisa .................................................................................... 423.3.1 Pesquisa de campo ................................................................................ 433.3.1.1 Questionário ....................................................................................... 433.3.1.2 Pré-testagem do questionário ............................................................. 453.3.1.3 Amostragem ........................................................................................ 453.3.2 Coleta de amostras ................................................................................. 463.3.3 Seleção dos ensaios realizados ............................................................. 473.3.4 Metodologia de inspeção/ensaios realizados 483.3.4.1 Condições de ambiente para condicionamento e ensaios das

amostras .......................................................................................................... 483.3.4.2 Verificação de medidas ...................................................................... 483.3.4.3 Conferência de etiquetagem ............................................................... 483.3.4.4 Ensaio de Composição ....................................................................... 493.3.4.5 Ensaio de Gramatura .......................................................................... 513.3.4.6 Ensaio de Título do fio ....................................................................... 523.3.4.7 Ensaio de Solidez da cor à lavagem ................................................... 523.3.4.8 Ensaio de Solidez da cor ao suor ........................................................ 543.3.4.9 Ensaio de Torção das costuras após a lavagem ................................. 553.3.4.10 Ensaio de Estabilidade dimensional ................................................. 563.3.4.11 Ensaio de Tendência à formação de pilling ..................................... 56IV APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................ 584.1 Codificação das Secretarias ...................................................................... 584.2 Aquisição de camisetas pelas secretarias .................................................. 584.3 Especificações técnicas ............................................................................. 594.3.1 Utilização de especificações técnicas .................................................... 594.3.2 Avaliação das especificações utilizadas pelas secretarias ..................... 594.4 Reclamações dos usuários ....................................................................... 61

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4.5 Realização de inspeção/ensaios em amostras .......................................... 624.6 Realização de inspeção/ensaios em lotes fornecidos ............................... 634.7 Qualidade das camisetas - Percepção das Secretarias ............................. 634.8 Inspeção/ensaios realizados nas camisetas ............................................. 644.9 Considerações gerais .............................................................................. 70V CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ............................................... 715.1 Conclusões ............................................................................................... 715.2 Recomendações ........................................................................................ 73VI BIBLIOGRAFIA ................................................................................... 74

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CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

1.1 Introdução

A idéia deste trabalho surgiu há alguns anos no exercício das atividades técnicas junto a

Divisão de Fiscalização e Verificação da Conformidade - Divec do Instituto Nacional de

Metrologia e Qualidade Industrial – Inmetro (antiga Divisão Têxtil), através do qual eram

recebidas consultas sobre problemas de qualidade de uniformes escolares, problemas de todas as

espécies, em linguagem popular definidos como: “o produto encolhe, torce, deforma, mancha,

esgarça, puxa fio, dá bolinha, rasga, é transparente, perde a cor, a cor é diferente, amarrota,

compramos uma coisa e recebemos outra” , etc... E mais algumas dezenas de relatos de

insatisfação de consumidores (Responsáveis pela aquisição de uniformes das Secretarias de

Educação, diretores de escola, pais) com os produtos adquiridos. Na maioria das vezes a

orientação consistia em encaminhar para um laboratório de ensaio para que pudesse ser feita uma

análise no produto.

As situações descritas pelos consumidores, na maioria das vezes, permitiam identificar

ações desonestas de fornecedores que vendiam “gato por lebre”. A inexistência de especificações

técnicas de produto ou, a existência de especificações muito vulneráveis, implicam em grande

“dor de cabeça” para os setores envolvidos na compra de produtos. Para minimizar estes efeitos,

os interessados procuram comprar os produtos sempre de um mesmo fornecedor ou ainda,

adotam especificações fornecidas por fabricantes as quais, normalmente, possuem características

que direcionam para o seu próprio produto. Em todas as situações, acabam sempre pagando um

valor muito superior ao real valor do bem.

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1.2 Descrição do problema

O uniforme é um produto que democratiza o ambiente escolar. As crianças precisam ser

tratadas com igualdade. O traje padronizado é uma forma de eliminar as diferenças que possam

inferiorizar alunos com baixo poder aquisitivo, além de melhorar a sua auto-estima,

proporcionando à escola um ambiente saudável para cumprimento dos objetivos pedagógicos.

A camiseta escolar, na maioria dos casos, único item fornecido aos alunos da Rede

Pública de Ensino, é um produto têxtil que possui características que podem apresentar falhas,

caso não sejam fabricadas com critérios de atendimento a requisitos de qualidade previamente

estabelecidos.

Os órgãos responsáveis pela aquisição de uniformes, muitas vezes, encontram

dificuldades para realizar um controle de qualidade no recebimento destes produtos. A falta de

uma especificação ou a utilização de especificações com critérios deficientes, pode conduzir a

aquisição de produtos com qualidade inferior.

1.3 Objetivos da Pesquisa

Este trabalho visa avaliar a qualidade e os processos de controle da qualidade, no

recebimento de camisetas escolares pelas Secretarias Municipais e Estaduais de Educação

Brasileiras e, a partir da revisão da literatura, propor requisitos mínimos de qualidade para

garantir melhores níveis de durabilidade e aparência às camisetas escolares.

1.4 Roteiro do trabalho

O presente trabalho pretende descrever a situação atual no recebimento das camisetas

escolares pelas Secretarias Municipais e Estaduais, explorando os aspectos inerentes a

especificação e sua abrangência, a percepção de qualidade do comprador, a avaliação dos

processos de controle de qualidade no recebimento e a efetiva qualidade apresentada através de

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ensaios realizados em amostras coletadas.

O Capítulo 2 apresenta a revisão da literatura que fornece o embasamento para justificar

os argumentos contidos no escopo deste trabalho. O Capítulo 6 apresenta o registro das

referências bibliográficas utilizadas.

A metodologia da Pesquisa é descrita no capítulo 3, apresenta o método utilizado, as

limitações da pesquisa e as etapas percorridas desde o levantamento das informações até a

realização dos ensaios nos produtos coletados. Os resultados são apresentados e discutidos no

capítulo 4 e as conclusões e recomendações no capítulo seguinte.

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CAPÍTULO II

REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo é realizada uma revisão histórica e uma apresentação dos conceitos

teóricos que tenham relação com o problema, tema desta dissertação.

A camiseta, objeto deste estudo, é um artigo confeccionado que está inserido no segmento

têxtil e de confecção. Nas páginas que se seguem, são apresentados os aspectos que forneceram

embasamento à pesquisa em termos históricos, teóricos e mercadológicos.

•Segmentos Têxtil e de Confecção - histórico e panorama

•Camisetas - histórico

•Normalização - histórico e experiências relevantes

•Propriedades das fibras têxteis utilizadas na fabricação de camisetas escolares

•Características físico-químicas dos tecidos utilizados na fabricação de camisetas

escolares

•Produto confeccionado - Aspectos relacionados a etiquetagem, confecção e tamanhos

2.1 Indústria Têxtil

2.1.1 Histórico

A indústria têxtil é considerada uma das mais antigas do mundo. Os homens nos seus

primórdios construíram seus abrigos com varas de madeira entrelaçadas com vime. Preparavam

suas camas entrelaçando o vime. Mais tarde, passaram a usar fibras mais macias como o algodão,

o linho, a lã e outros pêlos de animais. É do ano 3.000 a.C o mais antigo registro do uso de

tecido, no antigo império Egípcio. Os fios e tecidos eram obtidos através de processo manual. Até

o século XVIII, a Indústria têxtil manteve esta característica artesanal, com fuso manual, torno de

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fiar de mão, torno de fiar de pedal e torno de fiar de Leonardo da Vinci. A partir de 1700, houve

grandes desenvolvimentos em equipamentos mecânicos, que culminaram com a invenção do

filatório de anéis por John Thorp. (RIBEIRO, 1984)

O tricô surgiu entre os árabes e as tribos nômades que divulgaram a técnica do Tibet à

Península Ibérica. A técnica utilizava agulhas de ponta virada e a lã dos rebanhos. No século XVI

começaram a ser produzidas malhas de seda. As agulhas passaram a ser retas e de ponta mais ou

menos afinada. Em 1589, William Lee inventou uma máquina para fabricar meias. A revolução

industrial iniciada no século XVIII influiu decididamente no desenvolvimento da indústria de

malharia. A Alemanha destacou-se na produção das máquinas (ANDRADE FILHO ET AL.

1987).

2.1.2 Panorama do Setor têxtil

Em 2004, a cadeia produtiva têxtil teve um faturamento de US$ 25,1 bilhões, 5% acima

das vendas de 2003. Este desempenho coloca o Brasil em 5° lugar no ranking dos países

produtores, com uma produção de 7,2 bilhões de peças de vestuário por ano. O Brasil também é o

5° em produção de confecção, o 3° em malha e o 2º em índigo. Apesar desses indicadores, o

Brasil só exporta 8% da sua produção, enquanto 92% são destinados ao mercado interno. As

vendas internas movimentaram US$ 23 bilhões, em 2004, contra US$ 2,1 bilhões exportados.

Para 2005, segundo a ABIT, o setor têxtil, incluindo vestuário, deve exportar US$ 2,2 bilhões .

Um estudo da ABIT revela que as exportações têxteis cresceram mais de 69%, entre 2001 e 2004,

passando de US$ 1 bilhão para US$ 1,740 bilhão. No mesmo período, as exportações tiveram um

incremento de 24%, passando de US$ 274 milhões, em 2001, para US$ 340 milhões, em 2004

(Jornal da Federação das Indústrias do Estado do Ceará, 2005).

2.2 Camiseta

2.2.1 Histórico

Segundo JOFILLY, 1988 as primeiras camisas-de-meia apareceram no Brasil através dos

colonizadores, “era coisa de português”, usada como roupa de baixo, com a finalidade de poupar

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a camisa dos efeitos da transpiração ou proteger do frio. No Brasil, em 1880 foi aberta a primeira

empresa no gênero, os irmãos Hermann e Bruno Hering fundaram a Companhia Hering em

Blumenau. A família proveniente de Chemnitz, na Saxônia, Alemanha, já possuía uma sólida

tradição no ramo e se fixaram na produção de meias e de camisas-de-meia voltadas para atender

os imigrantes.

Em 1913 a camiseta começou a fazer parte dos desenhos em quadrinhos, DEMASI, 1988,

cita em seu artigo o Personagem Pafúncio que era um humilde pedreiro que de repente recebeu

um prêmio nas corridas de cavalo e ficou rico, porém nunca abandonou os hábitos de sua vida

anterior, ele aproveitava as folgas para tirar o terno, arriar os suspensórios e exibir uma

surradíssima camiseta de baixo. Outro personagem a eternizar a camiseta foi o marinheiro

Popeye que desde 1929 come o seu espinafre e desfila com a sua camiseta listrada.

Frank Capra (apud Augusto,1988) cineasta de Hollywood, em seu livro “The name above

the title” relata fatos curiosos, em seu filme “Aconteceu naquela noite” de 1934, o ator principal

Clark Gable em uma cena romântica, tirava o paletó, depois a gravata, em seguida a camisa e por

fim, a surpresa, estava sem a famosa camisa de baixo. Os estúdios da Columbia receberam

inúmeras cartas de fabricantes e vendedores de roupa que protestavam contra a vertiginosa queda

na venda de camisas-de-meia. Em 1951, o cinema se redimiu com os fabricantes de malha,

Marlon Brando no filme “Uma rua chamada pecado” ao vestir uma t-shirt (assim chamada por ter

a sua modelagem na forma da vigéssima letra do alfabeto) mostrou seu tórax e braços em uma

justíssima camiseta. Depois dele James Dean e muitos outros que marcaram época.

Para MUGGIATI, 1988, a camiseta nos anos 60 passou a caracterizar a rebeldia de uma

geração. Os jovens ativistas do movimento anti-nuclear, principalmente na Inglaterra, escreviam

palavras de ordem em suas camisetas “Ban the bomb” e nos Estados Unidos “Make love not war”

em protesto contra a guerra do Vietnã. E as camisetas continuam até hoje como aliadas de

movimentos ecológicos, raciais e políticos.

A partir dos anos 70 as camisetas de malha passaram a integrar os uniformes de várias

escolas no país, suas características de elasticidade e seu baixo custo foram determinantes por

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proporcionar aos alunos maior conforto e facilitar o acesso para as camadas menos favorecidas da

população.

2.3 Normalização

2.3.1 Conceitos

"Normalização é uma atividade que estabelece, em relação a problemas existentes ou

potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva com vistas à obtenção do grau

ótimo de ordem em um dado contexto". O produto da normalização é a Norma que consiste de

"documento estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece,

para um uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou características para atividades ou seus

resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto". (ABNT

ISO/IEC GUIA 2).

A normalização tem por objetivo reduzir a variedade de produtos, melhorar a troca de

informações entre fornecedor e consumidor, proteger a saúde, proteger os consumidores e

eliminar barreiras técnicas e comerciais. Os benefícios qualitativos gerados pela Normalização

consistem na utilização adequada de recursos, na uniformização da produção, em recurso para

facilitar o treinamento da mão de obra, no registro de conhecimento tecnológico e para facilitar a

contratação ou venda de tecnologia. Em termos quantitativos, os benefícios permitem reduzir o

consumo de materiais, o desperdício e a variedade de produtos, padronizar componentes e

equipamentos, fornecer procedimentos para cálculos e projetos, aumentar a produtividade e

melhorar a qualidade. As normas podem ser de classificação, terminologia, método de ensaio,

padronização, especificação e procedimento. (A ABNT E O SEU PAPEL NA SOCIEDADE,

2005)

2.3.2 ABNT

Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT é uma Entidade

privada, sem fins lucrativos, reconhecida como Fórum Nacional de Normalização Único através

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da Resolução número 07 do Conselho Nacional de Metrologia - CONMETRO, de 24 de agosto

de 1992. Possui 53 Comitês Brasileiros, cada comitê possui comissões de estudo que são

responsáveis pela elaboração do Plano Nacional de Normalização Setorial e da elaboração,

edição e revisão de Normas Técnicas. O Comitê Brasileiro responsável pela elaboração de

Normas do segmento têxtil é o Comitê Brasileiro de Têxteis - CB-17.

Para a elaboração de uma Norma é necessário que a sociedade expresse a necessidade de

tê-la. O Comitê Brasileiro faz uma análise do tema e a inclui no seu Programa de Normalização

Setorial, é criada uma comissão de estudo com participantes de diversos segmentos da Sociedade

(produtores, consumidores e neutros). A comissão elabora um projeto de norma, que é submetido

a consulta pública. As sugestões obtidas são analisadas pela comissão e o projeto é então

aprovado, homologado e publicado (A ABNT E O SEU PAPEL NA SOCIEDADE, 2005)

2.3.3 Especificações

"Documento que estabelece requisitos técnicos a serem atendidos por um produto,

processo ou serviço" (ABNT ISO/IEC GUIA 2). Nos últimos anos tem havido uma grande

demanda para a produção de produtos têxteis a partir de especificações conhecidas. As

reconhecidas vantagens pelo uso das especificações incluem a prevenção de deterioração na

qualidade dos produtos pelo uso de matérias-primas inferiores, o melhor desempenho do produto

e a oportunidade do fabricante produzir exatamente o que é exigido pelo comprador. Neste caso,

presume-se que o comprador realmente, sabe o que quer e que possui uma especificação com

critérios corretos. Infelizmente, o comprador nem sempre consegue explicar o que quer em

termos precisos. Isto conduz para especificações vagas com mais de uma interpretação e o

produto fornecido acaba não sendo adequado para o propósito pretendido. Devido a fragilidade

destas especificações muitos problemas só acabam aparecendo após a compra dos produtos.

2.3.4 Experiências no campo da Normalização de Roupas profissionais

As experiências relatadas abaixo são frutos de entrevistas com profissionais que militam no

campo da normalização, tendo em vista não existir bibliografia disponível sobre o assunto.

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2.3.4.1 Forças Armadas

A Normalização é uma atividade bastante antiga nos departamentos responsáveis pelo

suprimento de materiais das Forças Armadas. No passado mais remoto as normas eram baseadas

em Normas militares estrangeiras, num segundo momento as especificações eram fornecidas

pelos fabricantes. No caso de materiais têxteis, em 1982, foi firmado um convênio entre o

Ministério do Exército, o Inmetro e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial -Centro de

Tecnologia da Indústria Química e Têxtil - Senai Cetiqt para a elaboração de Normas Técnicas

de uniformes do Exército Brasileiro (Setor de Normalização- Senai Cetiqt, 2005).

A Marinha do Brasil, na mesma década, também implantou um departamento técnico que,

com o apoio do Senai Cetiqt, elaborou as Normas Técnicas para produtos têxteis. O departamento

possui um eficiente sistema de recebimento de materiais que se baseia em receber as amostras

acompanhadas de um relatório de ensaio, onde é feita uma avaliação se o produto atende as

especificações e, só então, é avaliado o menor preço. Após a entrega do material, uma

amostragem é recolhida e encaminhada para ensaios, os resultados são confrontados novamente

com a especificação, no caso de conformidade os lotes são recebidos. Relatos, inclusive de

fabricantes, confirmam a eficiência do sistema, pois houve uma seleção natural de fornecedores

e, apenas fabricantes que possuem condições, de produzir e manter a qualidade exigida na

especificação, empenham-se em fornecer tais produtos, tendo em vista que uma devolução pode

acarretar prejuízos incalculáveis para o fabricante (Setor de Normalização – Senai-Cetiqt, 2005)

2.3.4.2 Companhia Municipal de Limpeza Urbana - Comlurb

Em 1976, foi a vez da Companhia de Limpeza Urbana da Cidade do Rio de Janeiro

-Comlurb, passando por diversos problemas na aquisição do uniforme de gari, resolveu contratar

o Senai-Cetiqt para realizar um estudo para a melhoria do tecido, que apresentava problemas de

baixa resistência mecânica e de solidez da cor. Na época, era especificado apenas a marca de um

tecido da qual apenas uma Indústria Têxtil detinha a concessão para a fabricação. Após a

elaboração da especificação, com exigências que garantiram melhor performance do produto,

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outros fabricantes puderam participar da licitação e o processo foi expandido para os demais

produtos adquiridos pela Companhia. Hoje, a Comlurb é modelo perante os demais órgãos

municipais no recebimento e controle de materiais, o processo ganhou qualidade, eficiência e

transparência (Departamento de Materiais - Comlurb, 2005).

Este trabalho gerou uma Norma Brasileira a NBR 13917 – Material Têxtil - Tecido plano

de 100% algodão para roupas profissionais e uniformes.

2.4 Fibras Têxteis

2.4.1 Principais fibras têxteis utilizadas na fabricação de tecidos para camisetas escolares

As fibras têxteis são unidades de matéria caracterizadas pela flexibilidade, finura e por

uma alta razão de comprimento e espessura (MORTON & HEARLE, 1997, p.3). Para a

confecção de camisetas escolares, são utilizadas, principalmente, fibras de algodão, de viscose, de

poliéster, de poliamida e suas misturas. Fibras de elastano são utilizadas eventualmente no

debrum ou gola. Para efeito deste estudo serão apresentadas apenas as principais características

das fibras relacionadas acima.

2.4.1.1 Algodão

O algodão é uma fibra celulósica natural, sua origem é desconhecida. Existem indícios

que o algodão teve sua origem no Egito no ano 12.000 a.C. e foi conhecido na Índia no ano 3.000

a.C. porém, a fibra de algodão, não era um produto exclusivo do velho mundo, hoje os cientistas,

têm obtido dados que indicam que os indígenas da América do Norte e do Sul, bem como os da

Ásia e da África, já usavam as fibras de algodão para a confecção de fios e tecidos.(AGUIAR

NETO, 1996)

A palavra “algodão” deriva do arábico “qoton” ou “gutum”, o que significa uma planta

encontrada numa terra conquistada. O algodão é classificado na ordem das Malváceas, sob o

nome de “Gossypium”. DE ROYLE (apud AGUIAR NETO, 1996) subdividiu a variedade em

quatro espécies primárias: (1) Gossypium inducum – de flor amarela, fibra curta e pode ser

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encontrada no Egito, Ásia Menor, Índia, China e Arábia. (2) Gossypium Arboreum – flor

avermelhada e as sementes são envolvidas por flores amareladas, naturais do Egito, Índia

Ocidental e América do Sul. (3) Gossypium hirsutum - espécie importante, abrange os algodões

de fibra média, origem nos Estados Unidos da América. (4) Gossypium barbadense é uma

espécie nobre, fibra longa, a eles pertencem os algodões peruanos, egípcios, alguns do Brasil, da

América Central e das Indias ocidentais.

A fibra do algodão se desenvolve na epiderme, na parede mais externa da semente. Cada

fibra é formada pelo crescimento de uma única célula dessa epiderme, que se alonga inicialmente

até seu crescimento máximo. A parede celular vai engrossando pelo depósito dos anéis nas

camadas internas. Cada anel de celulose consiste na realidade de duas camadas, uma camada

sólida e compacta e uma camada porosa. Este depósito de anéis demora de 65 a 70 dias, quando

ocorre a abertura dos capulhos e o período correto para a colheita.

Após a colheita, a fibra é descaroçada e embalada em fardos. O descaroçamento do

algodão (processo de separação da fibra da semente) até o século XVIII era realizado

manualmente, quando ELI WHITNEY (apud GONZAGA, 1996) inventou um descaroçador

mecânico. Tal equipamento tornou-se um dos fatores preponderantes para o progresso dos

Estados Unidos da América.

As Indústrias têxteis recebem as fibras na forma de fardo e as transformam em fios e em

tecidos.

2.4.1.2 Viscose

A viscose é uma fibra artificial obtida através da regeneração da celulose, extraida da

polpa da madeira. Em 1892, C.F. Cross, E. J. Bevan e Beadle descobriram o processo viscose e

patentearam em 1892, sua produção foi iniciada em 1905 em Coventry, constituindo-se a

primeira fibra artificial. Por ser constituída de elementos naturais, é biodegradável, possui

algumas características bem similares as da fibra de algodão, macia ao toque, excelente

porosidade, boa resistência ao calor, não funde, decompõe-se a 170 graus Centígrados e possui

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boa resistência aos solventes usados para a lavagem à seco. Não é boa isolante térmica, devido ao

elevado grau de absorção de umidade, de baixa resiliência, possui baixa resistência à úmido e

baixa resistência aos ácidos e álcalis concentrados. A fibra apresenta uma seção transversal

irregular, esta irregularidade proporciona a reflexão da luz e tornam a fibra extremamente

brilhante. As fibras são frisadas e cortadas em comprimentos entre 32 e 38 mm. A frisagem e o

corte neste comprimento permitem que as fibras sejam processadas nas máquinas de fiação de

algodão (AGUIAR NETO, 1996).

2.4.1.3 Poliéster

As fibras de poliéster são produzidas pela polimerização do ácido tereftálico, etileno

glicol e aditivos, obtendo-se o polietileno tereftalato. Por extrusão formam-se filamentos; em

seguida esses filamentos são frisados e cortados para obter fibras descontínuas. As fibras de

poliéster, geralmente, são cortadas em comprimentos de 32 a 38 mm para serem misturadas ao

algodão e a viscose (AGUIAR NETO, 1996).

2.4.1.4 Poliamida

A poliamida, segundo Aguiar Neto,1996, é conhecida por "Nylon" nos Estados Unidos e

por "Perlon" na Alemanha. É uma fibra manufaturada em que a substância formadora da fibra é

uma poliamida sintética de cadeia longa, em que menos do que 85% das ligações de amida se

acham diretamente ligadas a dois anéis aromáticos. A fibra tem um formato de vareta, dotada de

superfície macia.

Ela é uma fibra de peso leve, com excelente resistência geral e resistência à abrasão, só

ficando 10% mais fraca quando molhada. Possui muito boa elasticidade (habilidade de aumentar

o comprimento ao ser aplicada uma determinada tensão e de, em seguida, retornar ao

comprimento original quando essa tensão cessa) e boa resiliência (habilidade que um material

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tem de assumir novamente a sua forma original depois de vincado, torcido ou distorcido). A fibra

tem bom caimento. Pode ser lavada ou limpa a seco (ARAÚJO E CASTRO, 1984)

Têm como pontos desfavoráveis ser uma fibra hidrófoba (são aquelas que têm dificuldade

de absorver água ou que só são capazes de absorver uma pequena quantidade dela). A

eletricidade estática e o pilling são os seus problemas. Possui resistência deficiente à prolongada

e contínua exposição aos raios solares, o que torna esta fibra não satisfatória para o uso em

estofados, cortinas e móveis que fiquem expostos ao ar livre. (ARAÚJO E CASTRO, 1984)

2.4.2 Propriedades das Fibras Têxteis (AGUIAR NETO 1996, GONZAGA 1984)

2.4.2.1 Comprimento

É a dimensão da fibra em seu estado natural. As fibras de algodão possuem comprimento

que variam, geralmente entre 18 e 40 mm, são classificadas em fibras curtas (entre 18 e 28mm),

fibras médias (entre 28 e 34 mm) e fibras longas (acima de 40 mm). Fibras de algodão mais

longas, geralmente, são mais finas e mais resistentes, desta forma podem ser utilizadas para a

fiação de fios mais finos.

As fibras artificiais e sintéticas podem ser fabricadas na forma de filamentos contínuos ou

na forma de fibras cortadas (descontínuas). Nesta segunda opção é possível haver mistura dessas

fibras com o algodão. Para isto, elas são cortadas em comprimentos de aproximadamente 40 mm

e no processo de abertura dos fardos ou na forma de fitas elas são misturadas.

2.4.2.2 Tipo

Característica específica da fibra de algodão. O tipo é uma classificação que varia de 1 a

9, em que o tipo 1 representa o melhor grau de limpeza (praticamente isento de cascas, sementes,

folhas, matérias estranhas) e o tipo 9 o pior grau de limpeza (fabricação de produtos têxteis de

baixa qualidade).

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2.4.2.3 Finura

É uma medida que tem relação com o diâmetro da fibra. Fibras muito finas, normalmente,

são mais longas e necessitam de um menor número de fibras na seção transversal do fio e,

também, de um menor número de torções ao serem fiadas, o que proporciona maior rendimento

na produção dos fios.

2.4.2.4 Maturidade

Característica específica da fibra de algodão. A maturidade é uma característica definida

pela espessura da parede secundária da fibra, quanto maior a espessura da parede secundária

maior a maturidade. Fibras imaturas são causadoras de diversos problemas no processamento

têxtil tais como: excesso de rupturas, neps e redução do poder de absorção de fios e tecidos.

2.4.2.5 Resistência

A resistência da fibra é a capacidade que a fibra tem de suportar uma carga até romper-se.

O algodão quando úmido apresenta aumento de resistência. A viscose apresenta redução de

resistência à úmido e o poliéster e a poliamida não sofrem alterações significativas com

alterações de umidade.

2.4.2.6 Absorção de umidade

Uma das mais importantes propriedades de uma fibra têxtil estão estritamente

relacionadas ao seu comportamento em várias condições de umidade. Muitas fibras são

higroscópicas, isto é, elas são capazes de fazer trocas com o ambiente na qual elas estão expostas,

de absorver vapor de água em uma atmosfera úmida e de perder água em uma atmosfera mais

seca.

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Algumas propriedades físicas das fibras são afetadas pela quantidade de água absorvida,

as dimensões, a resistência, a recuperação elástica, a resistência elétrica, rigidez e outras. Devido

a isto, os ensaios físicos, realizados em materiais têxteis, devem ser conduzidos em atmosfera

padrão para ensaios que é de (65 ± 2)% de umidade relativa e (20 ± 2)° Centígrados de

temperatura de acordo com a Norma NBR 8428 – Condicionamento de materiais têxteis para

ensaios .

O regain é a quantidade de água que as fibras absorvem a partir do seu estado seco, em

condições padrões de umidade e temperatura. As fibras de algodão apresentam regain de 8,5%, a

viscose 13%, o poliéster e 0,4% e a poliamida 4% .

2.4.2.7 Resiliência

É a propriedade que têm as fibras de voltarem ao seu estado original tão logo seja retirada

a carga ou a força que as comprimia. O algodão e a viscose não apresentam boa resiliência,

enquanto o poliéster e a poliamida apresentam excelente resiliência.

2.5 TECIDOS DE MALHA

2.5.1 Propriedades físico-químicas

2.5.1.1 Composição

A composição do tecido é uma característica que está relacionada intrinsecamente a

sensação de conforto ao uso do tecido. Segundo a NBR 12744 – Fibras Têxteis, as fibras

utilizadas na fabricação de tecidos são divididas em duas categorias: as naturais, obtidas

diretamente da natureza (algodão, linho, rami, lã, seda, etc...) e as manufaturadas que se

subdividem em artificiais, fabricadas a partir de matérias-primas naturais (viscose, acetato, liocel,

etc.). e as sintéticas, fabricadas a partir da síntese de produtos químicos (poliéster, poliamida,

acrílico, etc..). A NBR 13538 – Material Têxtil – Análise Qualitativa e a NBR 11914 – Análise

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quantitativa de materiais têxteis, apresentam os métodos para a determinação da composição de

materiais têxteis.

2.5.1.2 Tipo de fio

Os fios de algodão podem ser fabricados em três processos distintos, o cardado, o

penteado e o open-end. Os fios de melhor qualidade são os obtidos através do sistema penteado,

neste processo são eliminadas as fibras curtas e os fios apresentam melhor regularidade e

resistência.

2.5.1.3 Estrutura

Os tecidos podem ser construídos em estruturas planas ou em malhas. Os tecidos planos

caracterizam-se por possuir fios no sentido longitudinal, denominados fios de urdume e fios no

sentido transversal, denominados fios de trama. Tais tecidos possuem estrutura estável com baixa

elasticidade. Os tecidos de malha caracterizam-se por possuir características maleáveis, elásticas,

ideais para a fabricação de roupas com exigências de conforto.

Existem vários tecidos de malha que se diferenciam por sua estrutura, ou seja, a forma de

entrelaçamento ou de arranjo das agulhas nas máquinas de malharia. Dentre as diversas estruturas

encontram-se o jersei plano (também denominadas meia-malha), interlock, rib ou sanfona e

outras. As camisetas tipo "t-shirt" possuem estrutura em jérsei plano (meia-malha). As Normas

NBR 13460 - Tecido de malha por trama - Determinação da estrutura e NBR 13462 - Tecido de

malha por trama - Estruturas fundamentais - Terminologia orientam a determinação e a descrição

desta característica.

2.5.1.4 Título do fio

O título expressa uma medida de finura ou grossura de um fio. Existem diversos sistemas

para representar esta característica, os mais utilizados para fios de algodão são o Sistema Tex

(Unidade internacional para expressar títulos têxteis) que é definido como a massa de 1000

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metros de fio e também no Sistema Inglês (Ne – Número inglês) que é definido como o número

necessário de meadas de 840 jardas para pesar 454 gramas. No sistema tex, quanto mais fino o fio

menor o seu título (um fio 30 tex é mais fino do que um fio 40 tex). No caso do sistema inglês é o

inverso, quanto mais fino o fio maior o seu título (um fio 30 Ne é mais grosso do que um 40 Ne).

Um fio não apresenta ao longo de seu comprimento uma perfeita distribuição de massa,

existem irregularidades aleatórias que, quando em excesso, afetam significativamente a aparência

futura do tecido onde ele será inserido, é necessário um controle da qualidade do coeficiente de

variação do título do fio para garantir uma boa apresentação do produto final (GONZAGA, 1984).

Para determinar o título e o coeficiente de variação de fios em amostras retiradas de

tecidos utiliza-se a Norma NBR 13216 – Materiais Têxteis – Determinação do título do fio em

amostras de comprimento reduzido.

2.5.1.5 Gramatura

A gramatura de um tecido é expressa como a massa por unidade de comprimento e pode

ser representada em termos de gramas por metro quadrado (g/m2) ou gramas/metro linear (g/m).

É uma característica que, quando avaliada em conjunto com o nº de fios por unidade de

comprimento e com o título do fio, permite avaliar a contextura do tecido. A NBR 10591-

Materiais têxteis – Determinação da gramatura de tecidos descreve a metodologia para a

determinação da gramatura.

2.5.1.6 Tendência à formação de pilling

Pilling é um defeito caracterizado por pequenas bolinhas de fibras embaraçadas, presas na

superfície do tecido, dando ao produto uma aparência sofrível. O "pilling" é formado durante o

uso e a lavagem pelo entrelaçamento de fibras soltas que se sobressaem da superfície do tecido.

Sob a influência de uma ação de desgaste, as fibras soltas formam uma pequena bolinha e

permanecem presas ao tecido devido a algumas poucas fibras não rompidas. O pilling

normalmente ocorre em tecidos que possuem fibras sintéticas misturadas com fibras naturais e/ou

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artificiais. As fibras naturais e artificiais são frágeis, facilmente se rompem e embaraçam,

formando o pilling, as fibras sintéticas (tais como o poliéster ou a poliamida) são muito

resistentes e retém o pilling, que vão se acumulando no tecido. Este defeito pode ser amenizado

pelo aumento do fator de torção dos fios, por processos mecânicos de redução de penugem do

tecido e por tratamentos químicos anti-pilling. Para identificar a resistência de um tecido ao

pilling existem vários métodos normalizados. A classificação é feita através da indicação de um

padrão de acordo com a formação menor ou maior de pilling. Este padrão segundo o método de

ensaio da Brithish Standard – BS 5811 - Determination of fabric propensity to surface fuzzing

and pilling, varia entre 5 (nenhuma formação) e 0 (formação excessiva).

2.5.1.7 Alteração dimensional

Os tecidos podem apresentar, após a lavagem, alterações em seu comprimento e/ou sua

largura. Tais alterações são agravadas quando são utilizadas fibras naturais e/ou quando o tecido,

no processo ou no manuseio, é submetido a tensões excessivas ou irregulares.

“A recuperação das deformações impostas pelo processo de produção é geralmente maior

quando os ‘tecidos’ são imersos em água, sobretudo se esta for agitada e a sua temperatura

for elevada. Estas mudanças dimensionais são responsáveis pelo encolhimento”.

(ARAÚJO e CASTRO, 1984, p. 1422)

,Determinadas alterações podem representar em uma peça confeccionada, após a lavagem,

até a mudança de tamanho (por ex. passar do tamanho M para um tamanho P). A norma NBR

10320 – Materiais têxteis – Determinação das alterações dimensionais de tecidos planos e

malhas - Lavagem em máquina doméstica automática, demonstra o método para determinar estas

alterações.

2.5.1.8 Espiralidade

A espiralidade é um problema comum nos tecidos de jersei plano. Caracteriza-se pela

inclinação da coluna da malha, provocando principalmente em peças já confeccionadas torção

nas costuras. Em uma camiseta pode ser percebido pelo entortamento das costuras laterais, este

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defeito, geralmente, é acentuado após a lavagem do produto, quando então é percebido. Segundo

SMITH, 1986, "o grau de espiralidade das colunas acha-se intimamente associado com o nível de

torção viva do fio". Ainda segundo o autor, este defeito pode ser amenizado pela alternância de

torção ou pelo condicionamento do fio. Na confecção, deixar o tecido aberto, retirar do rolo ou

peça antes do corte e deixa-lo por um período de 24 horas, também reduz acentuadamente este

defeito. A Norma NBR 12958 – Confecções de tecidos de malha – Determinação de torção,

descreve o método para a sua determinação.

2.5.1.9 Solidez da Cor

Os tecidos coloridos podem apresentar alterações de cor motivadas por agentes externos,

tais como: luz solar, lavagem, suor, ferro de passar, cloro, água do mar, água de piscina, fricção e

outros. Da mesma forma, em algumas situações, também podem apresentar migração de cor

quando em contato com tecidos mais claros. Estes problemas são ocasionados por falhas no

processo de tingimento e podem produzir sérios problemas de manchas ou desbote, gerando

prejuízos irreparáveis à aparência do tecido.

A solidez da cor pode ser simulada em laboratório. Segue a descrição de algumas dessas

características que será alvo de estudo neste trabalho.

2.5.1.9.1 Solidez da cor à luz

A característica que o tecido possui de alterar ou não a sua cor mediante a exposição a luz

solar. A Norma NBR 12997 – Materiais têxteis – Determinação da solidez de cor à luz -

iluminação com arco de xenônio, prescreve o método para conduzir a avaliação.

2.5.1.9.2 Solidez da cor à lavagem

A característica que o tecido possui de alterar ou transferir a sua cor após ser submetido a um

procedimento que simula a ação de cinco lavagens. A Norma NBR 10597 – Materiais têxteis –

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Ensaio de solidez de cor à lavagem - método acelerado, orienta a execução do ensaio.

2.5.1.9.3 Solidez da cor à fricção

A característica que o tecido possui de transferir a sua cor após ser friccionado contra um

tecido branco. O método para a realização do ensaio é descrito na Norma NBR 8432 – Materiais

têxteis – Determinação da solidez de cor à fricção.

2.5.1.9.4 Solidez da cor ao suor

A característica que o tecido possui de alterar e transferir a sua cor após ser submetido aos

efeitos de soluções que simulam os efeitos de suor, tanto ácido quanto alcalino. O método para a

realização do ensaio é descrito na Norma NBR 8431 – Materiais têxteis – Determinação da

solidez de cor ao suor.

2.5.1.9.5 Solidez da cor à ação do ferro de passar à quente

A característica que o tecido possui de alterar e transferir a sua cor após ser submetido ao

calor de um ferro de passar. O método para a realização do ensaio é descrito na NBR 10188 –

Materiais têxteis – Determinação da solidez de cor à ação do ferro de passar à quente.

2.6 PRODUTO CONFECCIONADO

2.6.1 Etiquetagem

A resolução CONMETRO 06/2005 dispõe sobre a regulamentação técnica de etiquetagem

de produtos têxteis. Todo produto têxtil deve apresentar uma ou mais etiquetas com as seguintes

informações obrigatórias: nome, razão social ou marca do fabricante, identificação fiscal do

fabricante - CNPJ, País de origem, composição do produto, tratamento de cuidados para a

conservação e uma indicação de tamanho. Tais informações devem ser verídicas e estar em

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caracteres facilmente e claramente legíveis, de modo indelével. Todas as informações, exceto os

símbolos de conservação, deverão ter uma altura mínima dos caracteres de 2 mm para permitir

boa visualização.

2.6.1.1 Indicação da composição do produto

A indicação da composição do produto é necessária para garantir ao consumidor o uso de

fibras que não proporcionem reações alérgicas ou na seleção de produtos mais nobres, com

características mais confortáveis ao uso, como é o caso da seda e do linho.

2.6.1.2 Informações de conservação do produto

As informações de cuidado para conservação devem ser fornecidas de acordo com a

Norma NBR 8719 e/ou texto reduzido previsto na Portaria Inmetro 172/2003 referindo-se a todos

os tratamentos na ordem de: lavagem, alvejamento a base de cloro, secagem, passadoria e

limpeza a seco. Segundo a Portaria Inmetro 172/2003, os símbolos devem apresentar um mínimo

de 16 mm quadrados de área, a partir de 4 mm de altura com igual destaque. A tabela 1 apresenta

os símbolos para a representação dos cuidados a serem tomados com o produto.

2.6.2 Tamanhos

A norma NBR 13377 padroniza os tamanhos de artigos do vestuário, em função das

medidas do corpo humano. Os valores especificados visam orientar os consumidores de artigos

do vestuário na escolha dos tamanhos nominais. Para camisetas, são fornecidos valores de

circunferência do tórax para os segmentos masculino, feminino e infantil.

As tabelas 2, 3 e 4 fornecem os valores referenciais do tórax humano como base mínima

para orientar a modelagem na confecção de camisetas.

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Tabela 1 - Símbolos de cuidados de conservação de produtos têxteis

SÍMBOLOS TERMINOLOGIA

Lavagem

Alvejamento à base de cloro

Secagem

Passadoria

Lavagem a seco

Fonte: NBR 8719 – Símbolos de Cuidados para Conservação de Artigos Têxteis - 1994

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Tabela 2 – Camisetas - Medida referencial do corpo humano: tórax - masculino

Circunferência

do tórax (cm) 76 80 84 88 92 96 100 104 108 112

Tamanhos38 40 42 44 46 48 50 52 54 56

pp p M G GG Fonte: NBR 13377– Medidas do Corpo Humano para vestuário – Padrões Referenciais –1995

Tabela 3 – Camisetas - Medida referencial do corpo humano: tórax - feminino

Circunferência

do busto (cm)

78 82 86 90 94 98 102 106 108

Tamanhos36 38 40 42 44 46 48 50 52pp p M G GG

Fonte: NBR 13377– Medidas do Corpo Humano para vestuário – Padrões Referenciais -1995

Tabela 4 - Medida referencial do corpo humano: tórax – infantil

Circunferência

do tórax (cm) 53 57 61 65 69 73

Tamanhos2 4 6 8 10 12

P M G Fonte: NBR 13377– Medidas do Corpo Humano para vestuário – Padrões Referenciais -1995

A Norma NBR 13377 orienta para efetuar a medição circunferencial, horizontalmente,

com a fita métrica, passando sobre as omoplatas, abaixo das axilas e pela maior saliência do peito

(busto) .

2.7 Avaliação da Conformidade

A ABNT ISO/IEC guia 2 define a avaliação da conformidade como um exame sistemático

do grau de atendimento por parte de um produto, processo ou serviço a requisitos especificados.

A finalidade é o de assegurar um grau de confiança na qualidade dos produtos, processos ou

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serviços. A total responsabilidade pela qualidade do produto, processo ou serviço é do

fornecedor.

A atividade de avaliação da conformidade quanto ao agente, pode ser de primeira parte,

quando é feita pelo fabricante ou fornecedor, de segunda parte quando é feita pelo comprador e

de terceira parte quando é realizada por organização independente em relação ao fabricante e ao

comprador. A avaliação da conformidade pode ser de aplicação voluntária ou compulsória.

Quando o produto, processo ou serviço apresentar riscos à segurança, danos ao meio ambiente ou

ainda, prejuízos econômicos a sociedade, é necessária uma certificação compulsória (Avaliação

da Qualidade, 2005)

No Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade, o organismo acreditador oficial é

o Inmetro e os programas de avaliação da conformidade obedecem aos requisitos estabelecidos

pela International Organization for Standardization - ISO .

Segundo a Diretoria da Qualidade do Inmetro, os principais mecanismos de avaliação da

conformidade são a certificação, a declaração da conformidade pelo fornecedor, a inspeção, a

etiquetagem e o ensaio.

2.7.1 Verificação da Conformidade

O Inmetro mantém um programa de Verificação da Conformidade cuja finalidade é

acompanhar a conformidade dos produtos compulsórios no mercado.

A Verificação da Conformidade de produtos e serviços, implementada através de

programas específicos, objetiva acompanhar no mercado se os produtos e serviços com a

conformidade avaliada, no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade – SBAC,

preservam as características de quando foram avaliados.

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2.7.2 Fiscalização

Em 1977, na gestão do Presidente do então Diretor Geral do Instituto Nacional de Pesos e

Medidas – INPM Inmetro, Sr. Armênio Lobo da Cunha Filho, foi criado o Projeto Têxtil.

Durante muitos anos, a Seção Têxtil foi responsável pela fiscalização de produtos têxteis, em

nível nacional. Este Projeto foi a semente para o nascimento da Divisão de Fiscalização e

Verificação da Conformidade - Divec.

Com o advento do processo de certificação de produtos, no início da década de 90, surgiu

a necessidade de acompanhamento desses produtos compulsoriamente certificados, no entanto

não havia, no Instituto, um corpo de fiscais para atender a esta demanda, entretanto, a Divisão

Têxtil já possuía uma equipe experiente em fiscalização e era a única unidade do Inmetro, na

Área da Qualidade, ambientada com a Rede Nacional de Metrologia Legal e Qualidade Industrial

– Inmetro - RNMLQ-I.

Através da busca contínua de conhecimentos e capacidade para atuar na fiscalização dos

novos produtos, no final de 1995 foi delegada à essa Divisão, a fiscalização de produtos

certificados, sendo que os primeiros produtos inseridos neste processo, foram os extintores de

incêndio, seguidos pelos preservativos masculinos e recipientes para gás liquefeito de petróleo -

GLP (botijões de gás). Diversos produtos foram incorporados à carteira de fiscalização da Divec.

Atualmente, são dezenas de produtos fiscalizados e a atuação dos fiscais tem feito com

que esses produtos se adeqüem às normas e regulamentos, sendo os índices de irregularidades

cada vez menores, o que é a meta principal do Inmetro. Em 2005 o Inmetro realizou 289,2 mil

ações de fiscalização em todo o País. O trabalho envolveu cerca de 68 milhões de produtos, nos

quais o índice de irregularidade foi de 1,46%, o que resultou em interdições, apreensões ou autos

de infração. Foram visitados 80,44 mil estabelecimentos, 1,012 milhão de interdições e

apreensões e lavraram 22,5 mil autos de infração (Fonte Divec-Inmetro, 2005)

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CAPÍTULO III

METODOLOGIA

3.1 Método utilizado

O presente trabalho é de natureza exploratória, os resultados baseiam-se na análise de

questionários, entrevistas, resultados de ensaios em laboratório e pesquisa bibliográfica das

características físicas e químicas das fibras e tecidos utilizados na fabricação de camisetas.

A pesquisa exploratória (Vergara, 2004) foi utilizada por existir pouco conhecimento

acumulado e sistematizado no campo da normalização de artigos têxteis em geral.

3.2 Limitações da pesquisa

Algumas informações levantadas junto às Secretarias foram consideradas as maiores

limitações encontradas no trabalho. Nas visitas realizadas foi percebido que alguns respondentes

se sentiram pouco à vontade em admitir a existência de problemas de qualidade nos produtos

adquiridos.. Mostraram-se temerosos em responder e fornecer amostras, alguns questionários só

foram recebidos após diversos contatos.

3.3 Etapas da pesquisa

Os resultados deste trabalho foram baseados nas seguintes etapas de pesquisa:

a) Pesquisa de campo;

b) coleta de amostras;

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c) realização de ensaios nas amostras coletadas; .

d) levantamento e análise das referências bibliográficas referentes ao tema; e

e) análise e discussão dos resultados.

3.3.1 Pesquisa de campo

3.3.1.1 Questionário

Para obter as informações necessárias junto as Secretarias de Educação dos Estados e

Municípios, foi utilizado o questionário como ferramenta para a coleta de dados. Segundo

Bowditch (apud LUZ, 2003, p. 55) é a técnica mais largamente utilizada para a coleta de

informações pela sociedade contemporânea. Bowditch (apud LUZ, 2003, p.55) aponta alguns

pontos fracos nos questionários, eles podem induzir respostas e, devido a impessoalidade da

técnica, pode produzir muitas respostas em branco. Porém, como vantagens, o questionário

permite a aplicação em larga escala em diversas regiões do país a um custo relativamente baixo e

permite o anonimato dos respondentes.

O questionário foi elaborado com perguntas de conteúdo objetivo sobre a aquisição de

camisetas pelos referidos órgãos. Na maioria das perguntas foram adotadas as respostas

dicotômicas como mais adequadas para os questionamentos propostos. Segundo Mattar (1994)

as principais vantagens das questões dicotômicas são: rapidez e facilidade de aplicação, processo

e análise; facilidade e rapidez no ato de responder; menor risco de parcialidade do entrevistador;

apresentam pouca possibilidade de erros e são altamente objetivas. A escala tipo lickert foi

utilizada para avaliar a percepção da qualidade dos entrevistados em relação às camisetas

adquiridas. As pessoas foram solicitadas a se posicionar num contínuo que varia de ótimo a

péssimo.

Nas perguntas abertas, foram relacionadas as principais opções de resposta para

evitar um número extenso de acréscimo pelo respondente. A tabela 5 apresenta o questionário

utilizado e o objetivo de cada questão para o estudo.

Tabela 5 - Detalhamento do questionário utilizado

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PERGUNTAS REALIZADAS TIPO DE PERGUNTA /OBJETIVOS

1 . Esta secretaria compra camisetas para fornecer aos

alunos? ( ) Sim ( ) Não

Em caso positivo solicitamos o preenchimento abaixo

• Dicotômica • A pergunta define se o questionário será ou

não respondido

2 . Existem reclamações dos usuários com relação as camisetas adquiridas por esta secretaria?

( ) Sim ( ) Não

• Dicotômica• O objetivo consiste em verificar se é

significativa a quantidade de secretarias que tem problemas de qualidade com camisetas.

3. Se ocorrem, as reclamações dizem respeito a:

( ) tecido ( ) confecção ( ) modelo ( ) outros

• Aberta• A pergunta visa detectar a principal fonte de

reclamações das secretarias4 . Quando ocorrem, quais os problemas mais comuns? Assinale uma ou mais alternativas:

( ) encolhe ( ) desbota ( ) dá bolotinha ( ) a costura torce ( ) defeitos no fio ( ) tamanho( ) costuras ( ) outros

• Aberta• Através das opções, identificar os problemas

de maior ocorrência para estabelecer quais características do tecido podem ser associadas no estabelecimento de requisitos mínimos de qualidade.

• SMITH , 1986 , descreve a maioria das características associadas aos problemas que normalmente ocorrem em tecidos de malha.

5. Como você classifica a camiseta atual, consideran-

do apenas o quesito qualidade?

( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo

• Escala likert• Através da pergunta avaliar a percepção de

qualidade dos responsáveis pela compra e recebimento das camisetas escolares quando comparado com os resultados dos ensaios nas amostras.

6 . São utilizadas especificações técnicas para a aquisição do produto?

( ) Sim ( ) Não

Em caso afirmativo, solicitamos anexar uma cópia da especificação ao questionário

• Dicotômica• Verificar o uso de especificações para a

compra de camisetas escolares e solicitar uma cópia da especificação para fazer uma análise da abrangência e do grau de especificidade da mesma.

7 . As amostras entregues nos processos de licitação são submetidas a ensaios antes da compra ser efetuada?

( ) Sim ( ) Não

• Dicotômica• Avaliar o processo de controle de qualidade

na escolha do produto para compra

8 . Após a compra são feitos ensaios nos lotes fornecidos?

( ) Sim ( ) Não

• Dicotômica• Avaliar o processo de controle de qualidade

no recebimento dos produtos9 . Você acredita que uma especificação técnica mais abrangente poderia melhorar a qualidade da camiseta?

( ) Sim ( ) Não

• Dicotômica• Avaliar a percepção dos entrevistados com

relação a qualidade da especificação10 . Esta secretaria poderia ceder amostras de camisetas para a realização de ensaios?

( ) Sim ( ) Não

• Dicotômica• Interesse e disponibilidade em ceder

amostras para ensaiosFonte: o próprio autor - 2005

3.3.1.2 Pré-testagem do questionário

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Para avaliar a eficácia e a perfeita compreensão do questionário, foram realizadas três

aplicações de forma coordenada, o aplicador fez a leitura das perguntas e registrou as

dificuldades na compreensão para posterior correção. O questionário também foi distribuído para

cinco profissionais de áreas diversas para que fossem avaliadas a clareza e a abrangência das

perguntas. Nesta etapa houve importantes contribuições para a formulação e acréscimo de

algumas questões.

3.3.1.3 Amostragem

Foram efetivamente enviados 108 questionários através de correspondência registrada

para as vinte e sete Secretarias Estaduais, vinte e seis Secretarias municipais das capitais e para os

55 municípios com mais de duzentos mil habitantes (estabelecidas na Instrução Normativa

MARE nº 09 de 30/12/1998). Além das correspondências enviadas, foram realizadas, para estas

mesmas secretarias, 22 visitas, sendo 16 pelo próprio mestrando e 5 pela Rede Nacional de

Metrologia Legal e Qualidade – RNMLQ -Inmetro. A tabela 6 apresenta a distribuição do envio

de questionários pelas regiões do País.

Tabela 6 – Distribuição do envio de questionários pelas regiões do País

Região N° de questionários enviadosNorte 14

Nordeste 25Centro-oeste 8

Sudeste 44Sul 17

Total 108 Fonte: o próprio autor - 2005

Os questionários foram enviados acompanhados de uma carta de apresentação do

mestrando e da pesquisa. Foi orientada aos respondentes, a não obrigatoriedade da identificação

nominal da Secretaria e/ou do responsável pelo preenchimento, para evitar qualquer

constrangimento nas respostas.

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3.3.2 Coleta de amostras

A solicitação de camisetas para a realização de ensaios físicos e químicos foi feita através

do questionário. Quando o respondente declarava disponibilidade em ceder as amostras,

imediatamente procedia-se um contato o envio das mesmas. A maioria das secretarias não

disponibilizou amostras, uma das alegações consistia em não possuir o produto nesta época do

ano (entre abril a agosto de 2005).

Pelo correio, foram recebidas 6 amostras, as demais foram obtidas através de coleta “in

loco” , com a colaboração dos técnicos da Rede Nacional de Metrologia Legal e Qualidade –

RNMLQ - Inmetro.

Foram coletadas 11 amostras no total, cada uma delas composta de 5 camisetas, tal

quantidade foi necessária para a realização da bateria de ensaios físicos e químicos. A tabela 7

apresenta a distribuição de amostras coletadas pelas regiões do País.

Tabela 7 – Distribuição da coleta de amostras pelas regiões do País

Região N° de amostrasNorte 1

Nordeste 2Centro-oeste 1

Sudeste 6Sul 1

Total 11 Fonte: o próprio autor - 2005

3.3.3 Seleção dos ensaios realizados

As amostras coletadas foram encaminhadas para os Laboratórios do Senai-Cetiqt,

laboratórios acreditados pelo Inmetro para a realização de ensaios físicos e químicos.

Para a seleção dos ensaios realizados nas amostras, foram avaliadas as reclamações das

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secretarias. A Tabela 8 relaciona todas as reclamações recebidas através dos questionários, sua

freqüência e os ensaios que podem ser associados a cada uma das reclamações.

Tabela 8 - Relação entre reclamações recebidas e ensaios físico/químicos

Reclamações

recebidas

Frequência Ensaio associado

Documentos

utilizados Tamanho 18 Conferência de medidas NBR 12071

NBR 13077Desbote e

manchas

7 Ensaios de solidez de cor

e conferência da

etiquetagem

NBR 10597NBR 8431

Resolução Conmetro 06/2006

Bolotinha 5 Tendência à formação de

pilling BS 5811Torção das

costuras

5 Torção das costuras

laterais NBR 12958Encolhimento 3 Alteração dimensional NBR 10320Transparência 2 Gramatura e título do fio NBR 10591

NBR 13216Modelo 2 ---------- --------

Irregularidade do

fio

2 Nenhum ensaio (relação

com o processo de

fabricação do fio, se

cardado ou penteado)

Não existe método de

ensaio para avaliar

esta característica em

tecidos Fonte: o próprio autor - 2005

A partir da análise das principais reclamações relacionadas pelas Secretarias, foram

definidos os ensaios a serem realizados nas camisetas coletadas. Todas as camisetas,

independentes de sua construção, foram submetidas a conferência de medidas, verificação da

etiqueta e aos ensaios de composição, gramatura, título do fio, torção das costuras laterais e

encolhimento. Determinadas camisetas foram encaminhadas para ensaios específicos de acordo

com suas características de construção, as camisetas que apresentavam fibras de poliéster em sua

composição, foram também direcionadas para o ensaio de pilling e camisetas tintas ou com

componentes tintos (gola, debrum, etc..) para os ensaios de solidez da cor.

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3.3.4 Metodologia da inspeção/ ensaios realizados

3.3.4.1 Condições de ambiente para condicionamento e ensaios das amostras

As camisetas foram dispostas em uma superfície plana e condicionadas por um período de

24 horas em uma atmosfera de 65% ± 2% de umidade relativa e 20° C ± 2° C de temperatura. Os

ensaios foram realizados nestas mesmas condições conforme preconiza a Norma NBR 8428 -

Condicionamento de materiais têxteis para ensaios.

3.3.4.2 Verificação de medidas

• Norma utilizada - Norma NBR 12071- Artigos confeccionados para vestuário –

Determinação das dimensões.

• Aparelhagem – Régua calibrada com precisão de 0,5 mm

• Resumo do método - Foi determinada a dimensão do tórax com o uso de régua

calibrada. O posicionamento da régua na peça seguiu os critérios estabelecidos na

Norma NBR 12071- Artigos confeccionados para vestuário – Determinação das

dimensões.

3.3.4.3 Conferência de etiquetagem

• Documentos e Norma utilizada – Resolução Conmetro nº 06/2006 - que dispõe sobre

a etiquetagem de produtos têxteis a Portaria Inmetro nº 172/2003 que regulamenta o

uso dos símbolos de conservação de produtos têxteis e NBR 8719 – Símbolos de

cuidados para conservação de artigos têxteis.

• Aparelhagem - Régua calibrada com precisão de 0,5 mm

• Resumo do método - As etiquetas da peça foram avaliadas para verificar a

conformidade com a Resolução Conmetro nº 06/2006, a Portaria Inmetro nº 172/2003

e com a NBR 8719 – Símbolos de cuidados para conservação de artigos têxteis, que

orienta o formato e a nomenclatura dos símbolos. A figura 1 apresenta um modelo dos

itens verificados na etiqueta.

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Figura 1 – Modelo de itens verificados na etiqueta de um produto têxtil confeccionado

Fonte – Material de divulgação da Resolução Conmetro nº 06/2006- Divec-Inmetro

3.3.4.4 Ensaio de Composição

• Normas utilizadas – NBR 13538 e NBR 11914

• Aparelhagem – Microscópio, balança com precisão de 0,0001g, estufa, reagentes

químicos e aparelhagem de laboratório químico.

• Resumo do método - O ensaio de composição é realizado através da análise

qualitativa das fibras e de seu teor quantitativo. São utilizados três métodos, o

microscópico, o de combustão e o método da solubilidade.

No método microscópico, as fibras do tecido são submetidas a um exame no

microscópio de sua seção transversal e longitudinal, as imagens visualizadas são

comparadas com as fotografias constantes da Norma NBR 13538 – Material têxtil

– Análise qualitativa, então é feito o registro do nome da fibra que possui a

imagem mais aproximada. Tal exame é efetuado para todas as fibras diferentes que

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aparecem no tecido.

No método da combustão a fibra é queimada e a partir do cheiro exalado e da

análise do resíduo, é feita a comparação com a tabela 9 que fornece as informações

sobre o tipo de queima e o cheiro característico para cada fibra.

Tabela 9 – Comportamento à chama das principais fibras têxteis utilizadas na fabricação

de camisetas Fibra Comportamento à

chama

Comportamento fora da

chama

Comportamento

ao calor

Características das

cinzas

Odor

Algodão Queima sem fundir Continua a chama sem fusão Não funde Clara/sem pérola Papel queimadoViscose Queima sem fundir Continua a chama sem fusão Não funde Clara/sem pérola Papel queimadoPoliéster Queima e funde Continua queima com fusão Retrai e funde Escura/pérola dura Leite queimado

Poliamida Queima e funde Continua queima com fusão Retrai e funde clara/pérola dura Salsa verde

Fonte: Extraído da NBR 13538 – Material têxtil – Análise qualitativa – 1995

No método de solubilidade a fibra é submetida ao reagente indicado na tabela 10,

caso ela seja solúvel ao produto químico pode-se constatar a sua identificação. A

aplicação dos três métodos possibilita a identificação da(s) fibra(s) componente(s)

do tecido. Caso tenha apenas uma fibra é possível dizer que o produto é 100%, se

for encontrada mais de uma fibra é necessária a determinação do teor quantitativo.

Tabela 10 – Solubilidade de diversas fibras têxteis Ácido acético

Acetona Hipoclorito de sódio

Ácido clorídrico

Ácido fórmico

Dioxano m-xileno

Ciclo-hexanona

Dimetilfor-mamida

Ácido sulfúrico

Ácido sulfúrico

Concentração (%)

100 100 5 20 85 100 100 100 100 59,5 70

Temperatura (º C)

20 20 20 20 20 101 139 156 90 20 38

Tempo (min) 5 5 20 10 5 5 5 5 10 20 20Acetato S S I I S S I S S S SAcílico I I I I I I I I S I I

Algodão e linho I I I I I I I I I I S

Poliamida I I I S S I I I N S SPolipropileno e

polietilenoI I I I I S S S I I I

Poliéster I I I I I I I I I I I

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Viscose I I I I I I I I I S SSeda I I S I I I I I I S S

Elastano I I I I I I I I S PS PSLã I I S I I I I I I I IS – solúvel I – insolúvel OS – Parcialmente solúvel N - A poliamida 6 é solúvel, mas a poliamida 6,6 não é

Fonte: Extraído da American Association of Textile Chemists and Colorists-AATCC 20 – Fiber

Analysis: Qualitative - 2002

Para determinar o teor quantitativo a Norma NBR 11914 – Análise quantitativa de

materiais têxteis é utilizada. Um corpo de prova de aproximadamente 5 gramas é

pesado em balança com precisão de 0,001 g, então é feita a dissolução seletiva das

fibras na mistura, utilizando os reagentes adequados. Para exemplificar, se o tecido

contém fibras de algodão e poliéster, deve ser utilizado o ácido sulfúrico em

concentração de 70%, para dissolver a fibra de algodão. O resíduo de poliéster

remanescente é pesado e por diferença é determinado o percentual de fibras na

mistura.

3.3.4.5 Ensaio de Gramatura

• Norma utilizada – NBR 10591 – Materiais têxteis – Determinação da gramatura

de tecidos

• Aparelhagem – régua calibrada com precisão de 1 mm e balança com precisão de

0,001g

• Resumo do método -O ensaio de gramatura consiste no corte de cinco corpos de

prova com área de um decímetro quadrado, coletados em pontos diferentes da

amostra e pesados com precisão de 0,01g. A média das pesagens é multiplicada

por 100, para a determinação da massa por unidade de área em gramas por metro

quadrado (g/m2).

3.3.4.6 Ensaio de Título do fio

• Norma utilizada – NBR 13216 – Materiais têxteis – Determinação do título de fios

em amostras de comprimento reduzido

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• Aparelhagem – Torcímetro e balança com precisão de 0,001g

• Resumo do método - O método consiste em retirar 10 pedaços de fio de 25 cm,

determinar a sua massa e calcular o título do fio através das seguintes fórmulas:

Título tex = 1000 x massa em gramas 2,5 m

Título Ne = 0,59 x 2,5 m Massa em gramas

3.3.4.7 Ensaio de Solidez da cor à lavagem

• Norma utilizada – NBR 10597 – Materiais têxteis – Ensaio de solidez de cor à

lavagem - método acelerado

• Aparelhagem – Testador de Solidez da cor à lavagem

• Resumo do método - Corpos de prova do tecido a ser testado e de tecido

testemunha (tecidos multifibra com características específicas para avaliação da

transferência de cor) são colocados em um equipamento específico para produzir

uma lavagem com condições de temperatura, volume de detergente, ph e tempo

controlados. A norma prevê oito métodos diferentes, desde uma lavagem manual

até uma lavagem mais exigente, a escolha do método depende da lavagem prevista

para a peça. Para as camisetas escolares foi adotado o método B1 que simula uma

lavagem doméstica em máquina. São utilizadas esferas dentro de um recipiente

onde o corpo de prova é colocado, junto com um volume indicado de detergente,

por 45 minutos. É feita um enxágüe, neutralização, extração e secagem à

temperatura ambiente.

A avaliação de alteração da cor é feita através da comparação do corpo de prova

lavado e de um corpo de prova original com uma escala de cinza. A escala de

cinza, para alteração de cor, é formada por cinco pares de amostras, na cor cinza

neutra numeradas de 1 a 5. O par 5 é aquele que apresenta duas amostras de cinza

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idênticas, o que evidencia nenhuma alteração, o corpo de prova que receber grau 5

é aquele que não apresentou nenhuma diferença entre a amostra lavada e a amostra

original. Os demais pares de 4 até o 1, são formados de amostras cinzas sem

alteração e amostras cinzas cada vez mais claras. O valor 1 é dado para aquele

corpo de prova que apresentar a maior alteração de cor.

Com a escala de cinza também é realizada a avaliação de transferência de cor.

Neste caso, o par de nº 5 é formado de duas amostras brancas iguais e os pares de

4 a 1 são formados de uma amostra branca e outra amostra cinza gradativamente

mais escura. A comparação é feita com o tecido testemunha lavado, o tecido

testemunha original e a escala de cinza, quando os tecidos não apresentam nenhum

manchamento é dado o valor 5, quando o tecido apresenta o mais alto

manchamento recebe o valor 1.

Figura 2 - Equipamento para ensaio de solidez da cor à lavagem

Fonte – fotografia do próprio autor do equipamento do Senai-Cetiqt

3.3.4.8 Ensaio de Solidez da cor ao suor

• Norma utilizada – NBR 8431 – Materiais têxteis – Determinação da solidez de cor

ao suor

• Aparelhagem – Perspirômetro e Estufa

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• Resumo do método - Corpos de prova do tecido a ser testado e de tecido

testemunha (tecido multifibra com características específicas para avaliação da

alteração e de transferência de cor) são submetidos a duas soluções, uma ácida e

outra alcalina, por 30 minutos. Após este tempo os corpos de prova são retirados, é

eliminado o excesso de líquido e cada corpo de prova junto com o tecido

testemunha é introduzido entre duas placas de vidro no Perspirômetro. O conjunto

é colocado na estufa a 37 ± 2° C durante 4 horas. Os corpos de prova e os tecidos

testemunhas são avaliados com a escala de cinza, a avaliação é realizada da

mesma forma que no item 3.3.4.8 para solidez da cor a lavagem.

Figura 3 - Perspirômetro – Equipamento de ensaio de solidez da cor ao suor

Fonte – fotografia do próprio autor do equipamento do Senai-Cetiqt

3.3.4.9 Ensaio de Torção das costuras após a lavagem

• Norma utilizada – NBR 12958 - Confecções de tecidos de malha – Determinação

de torção

• Aparelhagem – Lavadora doméstica automática e lavadora doméstica com

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tambor rotativo

• Resumo do método – As peças confeccionadas são lavadas à temperatura de (40 ±

2)º C, secas em temperatura de (65 ± 2)º C , o comprimento da costura lateral e a

medida do deslocamento lateral da costura são medidas e o percentual de torção é

calculado a partir da fórmula:

Torção (%) = Deslocamento lateral x 100

Comprimento da lateral

3.3.4.9 Ensaio de Estabilidade dimensional

• Norma utilizada – NBR 10320 – Materiais têxteis – Determinação das alterações

dimensionais de tecidos planos e malhas - Lavagem em máquina doméstica

automática

• Aparelhagem – Lavadora doméstica automática e secadora doméstica com

tambor rotativo

• Resumo do método – As peças confeccionadas são condicionadas, medidas no

comprimento e na largura e lavadas em condições controladas de temperatura e

tempo. As amostras são secas em secadora, passadas a ferro, para eliminar as

rugas e condicionadas em atmosfera padrão para ensaios. São efetuadas novas

medidas no mesmo ponto das iniciais. A alteração dimensional é obtida através do

seguinte cálculo:

Encolhimento (%) = Dimensão final – Dimensão inicial x 100

Dimensão inicial

3.3.4.11 Ensaio de Tendência à formação de pilling

• Norma utilizada – BS 5811 - Determination of fabric propensity to surface

fuzzing and pilling

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• Aparelhagem – Testador de Pilling

• Resumo do método – Quatro corpos de prova são coletados da amostra de

camiseta, são cortados e costurados em uma das extremidades para assumirem um

formato cilíndrico. Através de um dispositivo especial são montados em tubos de

borracha e presos com fita isolante nas extremidades. Os quatro tubos são

colocados em uma mesma caixa em um equipamento composto por caixas

forradas internamente por cortiça. O equipamento (Figura 4) é programado para

fazer girar as caixas por 5 horas.

Figura 4 – Testador de pilling

Fonte – fotografia do próprio autor do equipamento do Senai-Cetiqt

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57

CAPÍTULO IV

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 Codificação das Secretarias

Para preservar a identidade das Secretarias que enviaram informações para este trabalho,

aplicou-se uma codificação seqüencial em ordem numérica a partir da chegada das respostas do

questionário. A primeira Secretaria que enviou informações foi chamada de Secretaria 1 e assim,

sucessivamente.

4.2 Aquisição de camisetas pelas secretarias –Pergunta 1

Das 108 correspondências enviadas, foram recebidos 48 questionários-resposta (44% de

retorno), sendo que 30 secretarias (62% do total de questionários) responderam afirmativamente

para a aquisição de camisetas escolares e forneceram as informações necessárias para esta

pesquisa. O gráfico 1 apresenta esta distribuição.

AQUISIÇÃO DE CAMISETAS PELAS SECRETARIAS

62%

38%CompradorNão comprador

Gráfico 1 – Aquisição de camisetas pelas secretarias – Brasil, 2005

Fonte: o próprio autor

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4.3 Especificações técnicas

4.3.1 Utilização de especificações técnicas - –Pergunta 6

Foi apurado que 22 secretarias de Educação (73% do total de respostas) declararam

possuir algum tipo de especificação de produto.

Gráfico 2 –

Utilização de especificações pelas secretarias – Brasil, 2005

Fonte: o próprio autor

4.3.2 Avaliação das especificações utilizadas pelas secretarias

A cada secretaria foi solicitado o envio das especificações utilizadas, foram recebidas 14

especificações de produto, das 22 secretarias que declararam possui-la. A Tabela 11 apresenta

um resumo das características especificadas por cada secretaria. Na primeira metade das colunas

estão relacionadas informações referentes à construção do tecido e, na segunda metade, dados

referentes aos requisitos de qualidade estabelecidos. Para exemplificar, consultando a tabela 11, a

Secretaria 8 possui uma especificação em que é fornecida a composição do produto, o título e a

gramatura, que são características de construção, nenhum requisito de qualidade é especificado.

UTILIZAÇÃO DE ESPECIFICAÇÕES PELAS SECRETARIAS

73%

27%

UTILIZA ESPECIFICAÇÕES

NÃO UTILIZA ESPECIFICAÇÕES

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60

Tabela 11 - Requisitos de construção e de qualidade das especificações avaliadas - Brasil

SECRETARIA

Requisitos de construção Requisitos de Qualidade

Composição Título Gramatura Processo de

fabricação do fio

Tamanho Solidez

de cor

Estabilidade

dimensional

Torção

das

costuras

Pilling

267813151718212527282930

Fonte: o próprio autor – 2005

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61

A tabela 12 apresenta um resumo das respostas obtidas em relação a existência e

abrangência das especificações das camisetas. Deste panorama podemos constatar que 79%

das secretarias possuem especificações sem nenhum requisito de qualidade, 43% apresentam

apenas as exigências básicas para a construção do tecido, tais como a fibra componente, o tipo de

fio, o título do fio e a gramatura pretendida. A tabela de medidas que norteia o tamanho final do

produto não aparece em 64% das especificações recebidas.

Outra informação relevante obtida foi que em 71% dos casos não são fornecidas as

tolerâncias para limitar as variações no produto. Desta forma, qualquer variação que o produto

apresente numa inspeção laboratorial estará sujeito a um processo de rejeição, pois neste caso a

tolerância é assumida como “zero”.

Tabela 12 - Uso e abrangência das especificações técnicas avaliadas – Secretarias de

Educação - Brasil

Avaliação das especificações %Secretarias que utilizam especificações 73Secretarias que utilizam especificações apenas com informações

para construção do tecido 43Secretarias que utilizam especificações sem nenhum requisito de

qualidade 79Secretarias que possuem especificações sem tabela de medidas 64

Secretarias que utilizam especificações e não fornecem tolerâncias

para as medidas 71 Fonte: o próprio autor - 2005

4.4 Reclamações dos usuários – Pergunta 2

As secretarias que admitiram ter tido reclamações dos usuários do uniforme

representaram 60% do total de respostas. Os problemas mais comuns estão relacionados na tabela

13.

Tabela 13 – Principais problemas relatados nas camisetas adquiridas pelas secretarias –

Pergunta 4 - Brasil

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62

Principais problemas relatados % de ocorrênciaTamanho 38

Torção nas costuras 17Desbote 13Pilling 13

Encolhimento 10Transparência 3Defeitos no fio 3

Manchas 3 Fonte – o próprio autor - 2005

4.5 Realização de inspeção/ensaios em amostras antes da compra - –Pergunta 7

A realização de inspeção/ensaios antes da compra, em amostras apresentadas pelos

fornecedores, é uma prática adotada por 42% das secretarias pesquisadas. Tal procedimento visa

verificar se o produto ofertado atende às exigências do comprador, que geralmente, estão

expressas em uma especificação.

REALIZAÇÃO DE INSPEÇÃO/ENSAIOS EM AMOSTRAS ANTES DA COMPRA

42%

58%

Realiza ensaios antes da compra

Não realiza ensaios antes da compra

Gráfico 3 – Realização de inspeção/ensaios em amostras – Brasil, 2005

Fonte: o próprio autor

4.6 Realização de inspeção/ensaios em lotes fornecidos - –Pergunta 8

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63

O levantamento permitiu identificar que 88% das secretarias não realizam controle de

qualidade no recebimento das camisetas. Desta forma não é possível garantir, que o produto

adquirido, possua as características especificadas ou, que o mesmo apresente as mesmas

qualificações da amostra recebida. O gráfico 4 ilustra esta informação.

REALIZAÇÃO DE ENSAIOS EM LOTES FORNECIDOS

88%

12%

Realiza ensaios após a compra

Não realiza ensaios após a compra

Gráfico 4 – Realização de inspeção/ensaios em lotes fornecidos – Brasil, 2005

Fonte: o próprio autor

4.7 Qualidade das camisetas - Percepção das Secretarias - –Pergunta 5

O gráfico 5 apresenta a distribuição da avaliação realizada pelas secretarias com relação a

qualidade percebida das camisetas adquiridas. O produto foi avaliado em 81% dos casos

como bom e ótimo.

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64

30%51%

13%

3% 3%

0

10

20

30

40

50

60

ótimo bom regular ruim péssimo

PERCEPÇÃO DA QUALIDADE

Gráfico 5 – Percepção das secretarias da qualidade das camisetas adquiridas – Brasil, 2005

Fonte: o próprio autor

4.8 Inspeção/ensaios realizados nas camisetas

Foram analisadas 11 amostras de camisetas escolares, a inspeção/ensaios, realizados nos

Laboratórios do SENAI-CETIQT, geraram a emissão dos relatórios de ensaio de número 1401 a

1408/05, 1513 e 1530/05 da Unidade de Negócios de Estudos e Ensaios Físicos - Uneef e os de

número 969 a 978/05 e 986/05 da Unidade Negócios de Estudos e Ensaios Químicos – Uneeq

(Anexo 1).

A análise dos resultados permitiu identificar que apenas 1 amostra apresentou conformidade

(9% do total). A tabela 14 apresenta um quadro comparativo do desempenho em laboratório do

produto, a percepção de qualidade da secretaria, suas principais reclamações, a utilização de

especificações e a realização de inspeção/ensaios nas amostras e no lote.

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Tabela 14 – Resumo da avaliação realizada nas secretarias que forneceram amostras para inspeção e ensaios - Brasil

Secretaria Percepção da Qualidade

Problemas alegados pela Secretaria

Problemas apresentados na inspeção/ensaios

Especificação Ensaios na amostra

Ensaios no lote

2 ÓTIMO • nenhum problema • etiqueta não conforme Possui especificação com aspectos de construção e de qualidade, não apre-senta tabela de medidas. Não apresenta tolerância para os valores especi-ficados.

SIM SIM

6 BOM • pilling • tamanho

• pilling excessivo• tamanho menor que o

previsto na NBR 13377

Possui especificação com aspectos de construção e tabela de medidas. Apre-senta tolerância para os valores especificados.

NÃO NÃO

7 BOM • nenhum problema • composição errada• gramatura menor• tamanho menor do valor

referencial da NBR 13377• etiqueta não conforme

Possui especificação com aspectos de construção. Não apresenta tabela de medidas e não fornece tolerância para os valores especificados.

NÃO NÃO

8 BOM • tamanhos • torção na costura• tamanho menor que o

previsto na NBR 13377

Possui especificação com aspectos de construção. Não apresenta tabela de medidas. Apresenta tole-rância para os valores especificados.

SIM NÃO

9 BOM • encolhimento• desbote• tamanho

• torção na costura Possui especificação po-rém não disponibilizou para o trabalho

SIM SIM

10 RUIM • encolhimento• torção na costura• defeitos no fio • manchas

• torcão na costura • etiqueta não conforme

Não possui especificação NÃO NÃO

Fonte: o próprio autor – 2005

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Tabela 14 – Resumo da avaliação realizada nas secretarias que forneceram amostras para ensaios - Brasil - (continuação)

Secretaria Percepção da Qualidade

Problemas alegados pela Secretaria

Problemas apresentados no ensaio

Especificação Ensaios na amostra

Ensaios no lote

13 ÓTIMO • nenhuma • torção na costura• encolhimento excessivo• gramatura menor

Possui especificação com aspectos de construção. Não apresenta tabela de medidas e não fornece tolerância para os valores especificados.

NÃO NÃO

15 BOM • tamanho • pilling excessivo • tamanhos menores que os

padronizados na especifi-cação e que o valor referencial da NBR 13377

• etiqueta não conforme

Possui especificação com aspectos de construção e tabela de medidas. Não apresenta tolerância para as medidas.

SIM SIM

18 BOM • pilling• tamanho

• Pilling excessivo• composição errada• torção na costura• alteração de cor (desbote)• não apresenta etiqueta

Possui especificação da composição do tecido. Não apresenta tabela de medi-das ou tolerância para os valores.

NÃO NÃO

21 BOM • nenhum problema • nenhum problema Possui especificação con-templando aspectos de construção e de qualidade. Apresenta tabela de medi-das e expressa as tole-râncias para todos os valores especificados

NÃO NÃO

27 ÓTIMO • tamanho • título do fio diferente (24/1 cardado ao invés de 30/1(penteado)

• torção na costura • apresenta pequena tendên-

cia a formação de pilling

Possui especificação com aspectos de construção e tabela de medidas. Não apresenta tolerância para as medidas.

SIM SIM

Fonte: o próprio autor – 2005

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4.8.1 Avaliação dos resultados dos ensaios

A análise dos resultados apresentados na Tabela 14 permite as seguintes constatações:

• SECRETARIA 2 - PRODUTO NÃO CONFORME. A secretaria 2 não apresentou

nenhum problema em relação aos resultados de ensaios, porém o produto não apresenta

etiqueta com informações para a conservação do produto, o que poderia gerar processos

de lavagem, secagem ou passadoria inadequados. A secretaria possui especificações com

requisitos de construção e de qualidade e realiza ensaios na amostra e no lote.

• SECRETARIA 6 - PRODUTO NÃO CONFORME. Os problemas alegados pela

secretaria 6 foram semelhantes aos apresentados no ensaio. A camiseta apresentou um

alto teor de formação de pilling, a figura 5 ilustra a aparência do tecido após o ensaio.

Outro problema foi o tamanho, a especificação apresenta uma tabela que estabelece

valores de largura da camiseta menores que a circunferência do corpo humano,

estabelecidos na NBR 13377. Desta forma os problemas apresentados são conseqüências

de uma especificação incompleta e com valores incoerentes de medida. Não realiza

ensaios na amostra ou no lote.

Figura 5 – Aspecto do corpo de prova após ensaio de pilling

Fonte – próprio autor – 2005

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• SECRETARIA 7 - PRODUTO NÃO CONFORME. A secretaria 7 não relacionou

nenhum problema com o produto. Os ensaios apresentaram a composição diferente da

especificação (100% Algodão ao invés de 67% Poliéster 33% viscose), gramatura 10%

menor e tamanho menor que o estabelecido na NBR 13377. A especificação apresenta

requisitos de construção, não apresenta tabela de medidas e não fornece tolerâncias para

os valores. Não realiza ensaios na amostra ou no lote.

• SECRETARIA 8 - PRODUTO NÃO CONFORME. A secretaria 8 manifestou

dificuldades com os tamanhos, cabe ressaltar que sua especificação não estabelece uma

tabela de medidas para a peça. Ao confrontar os resultados da peça com a NBR 13377,

esta apresentou tamanho menor que a mínima circunferência de tórax estabelecida pela

referida norma. Também foi identificada torção nas costuras laterais. A secretaria realiza

ensaios na amostra, porém não faz ensaios no lote recebido.

• SECRETARIA 9 - PRODUTO NÃO CONFORME. O ensaio da camiseta referente a

secretaria 9 apresentou valores excessivos de torção nas costuras laterais. A secretaria não

disponibilizou a especificação o que inviabiliza uma análise em relação aos quesitos

apontados como problema pela pesquisada. A secretaria realiza ensaios na amostra e no

lote.

• SECRETARIA 10 - PRODUTO NÃO CONFORME. A secretaria 10 apresentou grande

insatisfação com o produto e classificou como ruim, relacionou problemas de

encolhimento, torção, defeitos no fio e manchas. A secretaria não possui especificação de

produto. No ensaio, a camiseta apresentou problemas de torção nas costuras laterais e, por

não apresentar etiqueta com os cuidados para conservação da peça, está sujeita a

apresentar diversos danos devido a procedimentos impróprios de lavagem, secagem e

passadoria. Não realiza ensaios na amostra ou no lote.

• SECRETARIA 13 - PRODUTO NÃO CONFORME. Nenhum problema foi relacionado

pela Secretaria 13, que classificou seu produto como ótimo. Os ensaios apresentaram

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gramatura 13% menor, torção nas costuras laterais e encolhimento excessivo. A

especificação do produto limita-se a estabelecer os requisitos de construção, sem

tolerâncias para os valores. Não realiza ensaios na amostra ou no lote.

• SECRETARIA 15 - PRODUTO NÃO CONFORME. A secretaria 15 manifestou

problemas com o tamanho das peças. No ensaio a camiseta apresentou elevada formação

de pilling e não conformidade com os tamanhos. A peça apresenta medidas menores que

as estabelecidas pela especificação e menores que a circunferência do corpo humano,

estabelecidos na NBR 13377. A especificação não fornece tolerâncias para os valores.

Não realiza ensaios na amostra ou no lote.

• SECRETARIA 18 - PRODUTO NÃO CONFORME. A especificação da Secretaria 18

estabelece apenas que o tecido da camiseta deve ser composto de 67% Poliéster 33%

viscose, o ensaio atestou que o único item especificado não atendia a especificação. Além

de apresentar elevado teor de pilling, torção nas costuras laterais, baixa solidez à lavagem

e não apresentar etiqueta.

• SECRETARIA 21 - PRODUTO CONFORME. A secretaria 21 não relacionou nenhum

problema com a camiseta, e também não apresentou nenhum problema em relação aos

resultados de ensaios. Possui uma especificação bem abrangente com requisitos de

construção e de qualidade, fornece tolerâncias para os valores especificados. Não realiza

ensaios na amostra e no lote.

• SECRETARIA 27 - PRODUTO NÃO CONFORME. A camiseta escolar da secretaria 27

foi classificada como ótima, avaliação que não condiz com os resultados de ensaio. O

produto apresentou título de fio diferente do especificado (24/1 cardado ao invés de 30/1

penteado), torção nas costuras laterais e moderada formação de pilling. A especificação

do produto estabelece apenas requisitos de construção, fornece tabela de medidas e não

apresenta tolerância para os valores. Realiza ensaios nas amostras e no lote.

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70

4.9 Considerações gerais

Algumas informações levantadas apresentaram significativa visibilidade dos problemas

enfrentados pelas secretarias, tanto pela ausência de especificações quanto pela inexistência de

controle de qualidade nas amostras e no recebimento do lote.

• 83% das secretarias que alegaram problemas não fazem ensaios no lote

• 67% das secretarias que alegaram problemas não fazem ensaios nas amostras

• 100% das secretarias que classificaram a qualidade da camiseta como regular, ruim ou

péssima, não realizam nenhum controle seja na amostra ou no lote.

• 83% das secretarias que classificaram a qualidade da camiseta como regular, ruim ou

péssima, não possuem especificação de produto.

• 75% das amostras de tecido com misturas de poliéster, apresentaram nos ensaios alto teor

de formação de pilling

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71

CAPÍTULO V

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1 Conclusões

Do estudo até aqui apresentado foi possível concluir a importância da utilização de

especificações, com requisitos e tolerâncias adequadas de construção e de qualidade, para apoiar

a compra de camisetas escolares. Também foi comprovada a necessidade da implementação de

um programa de ensaios nas amostras recebidas antes do processo de licitação e de um sistema

eficiente de inspeção nos lotes recebidos para garantir a qualidade do produto utilizado pelos

alunos da Rede Pública de Ensino.

As especificações de produto devem ser elaboradas criteriosamente, para que tanto o

fabricante busque fabricar o produto de forma única e inequívoca, quanto possa conhecer as

exigências na performance da peça confeccionada ao uso, para submeter o produto fabricado aos

tratamentos necessários em atendimento aos índices de qualidade requeridos.

Os critérios de construção básicos: composição, título do fio, gramatura e processo de

fabricação do fio devem ser relacionados na especificação com as suas respectivas tolerâncias de

medidas (Ver apêndice 1 – Requisitos de construção e qualidade e tolerâncias de medidas usuais

utilizadas no mercado), para garantir que o produto tenha sempre o mesmo aspecto. Não

admitindo variações que possam produzir transparências, aspecto irregular ou desconforto ao uso.

A utilização de uma etiqueta com as informações de composição e de conservação da

peça atendendo as exigências da Resolução Conmetro nº 06/2006 e da Portaria Inmetro nº

172/2003, permitirá informar corretamente o usuário do uniforme os cuidados para proceder a

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72

lavagem, secagem e passadoria.

As tabelas de medidas devem ser desenvolvidas por técnicos de modelagem, podem ser

utilizados os serviços de consultoria de Institutos têxteis do País, para que as Secretarias possam,

ao fazer a compra, efetivamente receber tamanhos coerentes com os padrões de mercado, e não

pagar por um tamanho maior e, na verdade, receber um menor. Esta padronização permitirá as

Secretarias, sobretudo, a possibilidade de realizar uma programação da grade de tamanhos para a

compra, baseada em uma estatística do universo escolar, quando houver esta informação.

Baixos valores de torção nas costuras laterais e de estabilidade dimensional devem ser

exigidos para evitar deformações permanentes na camiseta após a primeira lavagem. Para tecidos

coloridos, índices mínimos devem ser padronizados para a solidez da cor, principalmente os de

lavagem doméstica e suor, mais exigidos em uma camiseta escolar. Para o estabelecimento de

critérios mais rigorosos, a resistência da cor à outros agentes, também podem ser especificados,

tais como: luz solar, ação do ferro de passar à quente, fricção e lavagem com cloro.

Para camisetas escolares confeccionadas com tecidos mistos que utilizam fibras de

poliéster em suas misturas, é indicada a adoção de um padrão mínimo de tendência à formação de

pilling, para garantir uma boa aparência no produto após diversas lavagens.

A utilização de laboratórios acreditados pela Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaio

deve ser fomentada, tanto para a verificação das características físicas e químicas das amostras

entregues no processo inicial de aquisição, quanto na inspeção/ensaios dos lotes de fabricação

(para consulta aos laboratórios acreditados acessar www.inmetro.gov.br)

A pesquisa demonstrou que, para a obtenção de um controle efetivo da qualidade de

camisetas escolares, é necessária uma ação integrada, com a elaboração de uma especificação

eficiente e de um processo de verificação pré e pós compra.

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73

5.2 Recomendações

A partir das informações obtidas neste trabalho, cabe a sugestão para os organismos

competentes na implantação de uma comissão de estudos pela ABNT, com a participação de

representantes das Secretarias de Educação, fabricantes, Instituições de Pesquisa e laboratórios

acreditados, para promover a elaboração de uma Norma de especificação com requisitos mínimos

para a aceitação/rejeição de camisetas escolares tendo em vista que nenhum estudo até o

momento foi iniciado.

Ao Inmetro, através de seus departamentos competentes, caberia promover estudos para

implantar um programa de avaliação da conformidade em sintonia com a Divec e a RNMLQ –

Inmetro, para a coleta sistemática e verificação das camisetas comercializadas no varejo.

Também poderia ser incluída na Resolução 06/2005 a exigência no atendimento a NBR 13377 –

Medidas do Corpo Humano para vestuário – Padrões Referenciais, desta forma, poderia garantir

ao consumidor em geral produtos têxteis confeccionados com tamanhos coerentes com as

medidas do corpo humano.

Como sugestão para futuros trabalhos, proponho estudos para os demais itens de uniforme

já que algumas Secretarias de educação também fornecem bermudas, agasalhos, calças, saias,

meias, tênis, mochilas, etc...

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CAPÍTULO VI

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