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Universidade Estadual de Londrina

Departamento de História

Disciplina: Tópicos de Ensino de

História Moderna

Professor: Jairo Queiroz Pacheco

Alunos: Danilo Pontes Rodrigues,

Rafael Ribeiro, Thiago Tomoaky dos

Santos Sato.

Trabalho apresentado no formato de

cartilha – texto paradidático, para

obtenção de nota parcial do

semestre.

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AApprreesseennttaaççããoo

A expansão marítima iniciada pelos portugueses e os

espanhóis no final do século XV é um dos marcos que consolidou um novo período

da História Ocidental: A modernidade.

Com este pequeno trabalho, pretende-se apresentar a

expedição comandada por Vasco da Gama, que resultara no descobrimento de uma

nova rota comercial para as Índias. Procuramos analisar a construção deste

personagem como um herói na História de Portugal, entender o que esta

expedição representa e como ela é representada.

Nosso objetivo é que este trabalho complemente

informações muitas vezes omitidas pelos Livros didáticos, bem como apresentar

este evento de forma contextualizada. Assim, procuramos atender o professor, o

estudante e todo aquele que busque este conhecimento em História, de forma

objetiva e fundamentada.

Bons descobrimentos!

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Algumas reflexões sobre o herói

histórico or muito tempo a História possuiu o olhar voltado para os grandes feitos da humanidade,

construindo assim os grandes heróis. Estes são normalmente homens de classes abastadas,

que de maneira geral comandavam ações de grande importância política de seu país. O nome

destes heróis é passado pelas gerações através de livros, poemas, pinturas, homenagens oficiais, filmes, teatros,

etc. Sua vida se torna tema obrigatório nas escolas.

Este processo do heroicizar ocorreu

com Vasco da Gama, principalmente em Portugal,

onde é um grande herói nacional, símbolo da

coragem, do cumprimento do dever, da fé e da

aplicação da justiça. Exulta-se, assim, suas

qualidades e restringe-se a ele os créditos da

empreitada histórica.

Podemos verificar este processo

através das estatuas do herói existente em

Portugal. Já em 1597, um século após a

descoberta do caminho marítimo para as

Índias, houve a primeira estatua em

homenagem ao personagem. Entre outras,

encontramos as mais conhecidas, uma

inaugurada em 1951, localizada em

Moçambique; e outra em Sines, cidade natal

do herói, construída em homenagem ao

quinto centenário de seu nascimento, em

1970. Existem também estatuas fora de

Portugal, como, por exemplo, em

Hamburgo, Alemanha.

Vemos que Vasco da Gama deixa de

ser um comandante de uma operação para

personificar um momento de glória de Portugal. Aos

tripulantes das quatro embarcações que partiram

de Rastelo em direção às Índias restaram os

créditos de companheiros, subordinados de

Vasco da Gama. Somente nas últimas décadas

a historiografia voltou seu olhar para estes

personagens. Encontrar evidências sobre

eles é de grande complexidade, uma vez

que já eram omitidos nos documentos da

época.

Não queremos dizer que o

estudo daqueles elencados como heróis

deve ser extinto, mas que devemos ter

em mente que o conceito de herói é

uma construção política.

P

Estatua de Vasco da Gama existente em Moçambique

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Império Português e as Grandes

Navegações estruturação de Portugal como sendo o primeiro estado nacional moderno, tem papel

fundamental no contexto das Grandes navegações. Embora já existisse o estado de Portugal em

um contexto anterior, é com a revolução de Avis, de forma mais emblemática representada pela

batalha de Aljubarrota em 1385, quando os portugueses derrotaram o exército Castelhano, é que Portugal impõe

sua hegemonia.

Além da hegemonia, é neste contexto que a

burguesia comercial vai aliar-se à monarquia, já

que um estado unificado, estável e investindo em

expedições marítimas lhes eram favoráveis. Em

contrapartida a coroa amparava o povo, evitando as

grandes crises e reprimindo as revoltas.

Características estas que

representam bem o estado moderno, uma vez que a

burguesia comercial não era forte o suficiente e

precisava da monarquia que tomava medidas

protecionistas, mantinha a ordem social,

representava a burguesia nas decisões políticas,

além de conquistar novos territórios para serem

explorados e colonizados. Para a burguesia uma

frota naval era um investimento muito alto com

grandes riscos de naufrágio, neste sentido,

somente o estado tinha a capacidade para arcar

com estes gastos.

O status de Império é atribuído no dia

22 de Agosto de 1415 com a conquista da Ceuta, que

era uma cidade islâmica no Norte da África,

tomada sob o comando de João I de Portugal. O

expansionismo Português foi movido inicialmente

pelo espírito militar e evangelizador, de continuação

da reconquista no Norte de África e, depois, pelo

interesse comercial, no lucrativo comércio

de especiarias. Requeria-se a busca de um caminho

marítimo para a Ásia, alternativo ao Mediterrâneo

que se encontrava dominado pelas repúblicas

marítimas italianas, pelos otomanos, pelos mouros

e por piratas.

A

Pintura anônima ilustrando a batalha de

Aljubarrota.

Painel de azulejos de Jorge Colaço (1864 - 1942)

na Estação de São Bento, no Porto: o Infante D.

Henrique na conquista de Ceuta.

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Todas estas conquistas geraram

toda uma cultura voltada para as navegações, tanto

que em Portugal é criada a escola de Sagres, que

seria um lugar onde o conhecimento náutico era

passado para os novos navegadores. Entretanto

hoje há muitas evidências e historiadores que

afirmam que a escola de Sagres em sua concepção

física não passa de um mito da história portuguesa.

Além de serem enaltecidos pelas

conquistas e descobertas, ganhos para a coroa, os

descobridores eram considerados heróis já que o

imaginário da época retratava o oceano como um

lugar totalmente sombrio habitado por monstros

além de não se ter a noção de que a terra é

redonda. Então somente os realmente bravos

teriam a coragem necessária para sair ao mar

aberto enfrentando todos estes desafios em nome

da coroa. Porém, este status de herói somente era

atribuído aos capitães e os grandes

expedicionários. As condições das viagens eram

muito desconfortáveis, a tripulação frequentemente

era obrigada a conviver com ratos nos porões dos

navios e lidar com a falta de comida e de água doce,

muitos dos marujos serem prisioneiros. Vale

lembrar também que os Nobres que partiam em

tais viagens buscavam os lucros que lhes seriam

compensados, tanto se agregasse um novo

território para a coroa colonizar, tanto quanto se

conseguissem de fato alcançar as Índias orientais.

Apesar desta mentalidade, em que se

pode fazer o juízo de ser atrasada e ingênua, com a

utilização de instrumentos bastante precisos eles

conseguiam navegar seguindo a orientação dos

astros sem problemas. Entre os instrumentos,

temos, por exemplo, o astrolábio e o quadrante

(aparelhos de origem árabe). Desenvolveram a

Balestilha, que servia para obter, no mar, a altura

do sol e de outros astros.

Além do conhecimento náutico, capital

disponível para investimento, geografia favorável,

outro fator, já citado, indispensável para o

pioneirismo de Portugal nas grandes navegações foi

o estado unificado, já que além de ter recursos

abundantes para investimentos não se era

necessário voltar-se para pequenas revoltas como

era o caso da guerra civil catalã, que foi um

empecilho para a Espanha. A Inglaterra estava

passando por diversos conflitos internos como o

caso da guerra das duas rosas. Panorama que

podemos observar em vários outros estados

europeus.

Entretanto no ano de 1478, com a união

de Isabel I de Castela e Fernando II de Aragão, foi

unificando os reinos de Castela e Aragão,

encerrando assim os conflitos de sucessão da

coroa de Castela, contudo, cada reino manteve sua

própria administração sob a mesma monarquia.

Já com as questões políticas

estabilizadas, o estado Espanhol, (reinos de Castela

e Aragão na época) volta suas atenções para

expedições marítimas. Após convencer os reis

espanhóis a investir em sua expedição, Cristóvão

Colombo parte da Espanha com o intuito de chegar

às Índias pelo ocidente, contornando assim o globo

Representação da Balestilha.

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terrestre. Vale lembrar que muitos na época se

mostravam céticos em relação à suas teorias, uma

vez que se pensava que a terra era um plano e que

ao chegar às bordas os navios cairiam em um

grande abismo.

Partindo no dia 04 de agosto de 1492,

de Palos de La Frontera com três navios:

uma nau maior, Santa María, apelidada Gallega, e

duas caravelas menores, Pinta e Santa Clara,

apelidada de Niña, aportando dia 12 de outubro de

1492 nas ilhas Caraíbas, até então desconhecidas

entre os espanhóis.

Deparando-se com a concorrência

Espanhola, a coroa portuguesa decide fazer uma

expedição para encontrar de fato um caminho

alternativo para chegar às Índias orientais, que foi

consolidada com a expedição de Vasco da Gama em

1497.

Como se vê as grandes navegações se

deram em um contexto de grandes mudanças

sociais e políticas, quando o comércio marítimo era

um investimento muito visado e que ocasionou em

uma grande “corrida” para conseguir um novo

caminho para o oriente.

Retrato póstumo de Cristóvão Colombo feito

por Sebastiano del Piombo - 1532

Retrato póstumo de Cristóvão Colombo feito

por Sebastiano del Piombo – 1532.

Mapa contendo as quatro viagens de Cristóvão

Colombo ao Novo Mundo.

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O Cabo da Boa Esperança m fins de Agosto de 1487, saiu de Portugal duas naus que atingiram pela primeira vez na história

européia o extremo sul da África. No comanda desta expedição estava Bartolomeu Dias.

Por muito tempo os portugueses eram

temerosos em atingir territórios em direção ao

Sul da África, como por exemplo, o Cabo do

Bojador. Entre os motivos, estava a possibilidade

da existência de monstros no oceano,

Bartolomeu Dias e sua tripulação navegaram

nesta direção por vários dias, quando foram

atingidos por um temporal de 13 dias. Quando

terminou, as embarcações rumaram à Leste em

busca de terra, mas nada encontraram.

Mudaram o curso então para o Norte, onde

atingiram, para a surpresa e euforia da

tripulação, atingiram terra. Estavam no extremo

Sul da África. Entretanto, como estavam sem

suplementos, resolveram voltar para Portugal e

anunciar a conquista.

Devido aos perigosos tormentos que viveram

neste ponto, o nomearam de Tormentoso (Cabo

das Tormentas), mas o Rei Dom João mudou a

nomenclatura para Cabo da Boa Esperança,

tendo em vista que esta era uma conquista que

prometia o descobrimento da Índia, que era

muito desejada por Portugal.

E

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Vasco da

Gama E o Império Português

Vasco da Gama nasceu provavelmente

em 1468 ou 1469 em Sines, na costa sudoeste de

Portugal. Terceiro de seis irmãos, sendo filho de

Estêvão da Gama, alcaide-mor de Sines, e Isabel

Sodré, bem como neto de um homônimo Vasco da

Gama, juiz em Elvas.

Como seu pai e tios, em 1480 foi

admitido na Ordem de Santiago, e o ingresso

nesta ordem constituía um importante meio de

progressão social, como se pode perceber, quando

é mencionado na Crônica de D. João II, como

fidalgo do Rei, tanto por si só, através da posição

que ocupava através da Ordem, como também por serviços prestados pelos seus

antepassados mais diretos e os seus próprios: foi mandado ao sul de Lisboa e

também ao Algarves para capturar navios franceses em retaliação por

depredações feitas em tempos de paz contra a navegação portuguesa, e que

executou de forma rápida e eficaz.

Vasco da Gama por Gregório

Lopes

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Juntamente com a sua situação privilegiada perante o Rei, podemos

acrescentar também o perfil de Vasco da Gama como os principais fatores para

a sua escolha como o comandante da primeira armada destinada à Índia.

Solteiro e de idade adequada para sofrer com o desgaste da viagem, possuía

capacidade de liderança, o que é compatível ao desempenho de uma missão com

contornos políticos, militares, diplomáticos e comerciais. São alguns destes

fatores que poderiam explicar a sua nomeação indo de encontro à lógica

senhorial, que daria a capitania da expedição ao primogênito da família, no caso

seu irmão mais velho Paulo da Gama, já que diversas fontes citam que Vasco da

Gama não possuía dotes na área de navegação, e sua nomeação se daria como já

dito pela sua proximidade com o Rei e suas qualidades pessoais.

A partir da viagem que abre uma rota direta entre a Europa e o

Oriente proporciona a Vasco da Gama a concessão de inúmeros benefícios como,

por exemplo, a promessa de doação de Sines, é lhe conferido o direito de usar o

título de Dom e também aos seus sucessores, é instituído na sua pessoa o cargo

de Almirante do mar da Índia, com as mesmas honras, rendas e privilégios

inerentes ao de Almirante de Portugal.

Em 1502 faz sua segunda viagem ao Oriente, logo após o regresso de

Pedro Álvares Cabral, e nesta viagem destaca-se por ter submetido à cidade de

Quíloa, fazendo-a tributária do Rei de Portugal. Parte ela terceira vez para o

Oriente a frente de uma poderosa armada com três mil homens, com o objetivo

de solidificar a presença portuguesa na Índia.

Em 27 de fevereiro de 1524 é nomeado sexto governador do Estado

Português da Índia, e busca a moralização de uma administração cada vez mais

corrupta durante o governo de seu predecessor. Seu governo durou apenas três

meses, pois não chegou a tomar medidas de alcance mais significativo. Vem a

falecer na véspera de natal de 1524 em Cochim, onde foi enterrado. Sua ossada

permaneceu neste local até 1880, data em que foi transferida para o Mosteiro

dos Jerónimos, ficando ao lado do túmulo de Luís Vaz de Camões. Em frente à

sua estátua, existe a antiga Escola Primária Vasco da Gama, onde se encontra

o Museu Municipal de Vidigueira.

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Túmulo de Vasco da Gama no Mosteiro dos Jerónimos

Ilustração da edição de 1880 de Os Lusíadas de Camões.

Ilustra Vasco chegando à India.

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Especiarias do Oriente

As especiarias eram, por longa

data, consideradas o ouro das Índias. A

canela, o gengibre e a pimenta eram produtos

difíceis de obter, pelos quais sempre se

esperavam caravanas e mercadores vindos

do Oriente.

Através dos mercadores as

especiarias chegavam até os mercados de

Veneza e Genova, e só então eram espalhadas

por toda a Europa, com um aumento

considerável no seu custo. Em 1453 com o

Império Otomano tomando a cidade de

Constantinopla, as importante s rotas

comerciais de especiarias são bloqueadas o

que leva os portugueses a se beneficiar em

estabelecer uma rota marítima, praticamente

isenta dos perigos existentes nas antigas

rotas, podendo ligar diretamente as regiões

produtoras das especiarias aos seus

mercados na Europa, e isso para a coroa

portuguesa mostrava-se muito

recompensador e esboçava um futuro grande

rendimento à Coroa.

D. João II preparou com muito

cuidado e em segredo dois homens de

confiança, Afonso de Paiva e Pêro de Covilhã,

que deveriam ir para Etiópia e para a Índia

respectivamente para reunir informações

para a viagem. Nenhum dos homens voltou,

mas as informações que o Rei necessitava

chegaram ao reino e serviram como base de

sustentação para a viagem.

O plano de viagem foi traçado e

previa a segurança da rota, ou seja, seria

necessária a instalação de feitorias ao longo

do caminho, e a armada designada seria

munida de muitos homens e equipamentos

para desbravar os mares e ao capitão seria

atestado diplomacia e perseverança para

criar elos com os monarcas que

eventualmente encontrassem pelo caminho. A

viagem não se deu no reinado de D. João II,

mas sim no de D. Manoel I que ia de encontro

à opinião geral que era contra a viagem, e via

nas rotas marítimas uma boa forma de

dominar o comércio com o Oriente.

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Cronologia da Viagem

Viagem de Ida

Escala Partida Chegada Dias

Viagem Ancorados

1497 1497

Lisboa / Ilha de Santiago - Partiram do Restelo, escoltados por Bartolomeu Dias que seguia numa caravela com destino à Mina. Reuniram-se e organizaram-se na ilha de Santiago.

8 Jul 27 Jul 19 -

Ilha de Santiago / Baía de Santa

Helena - A 200 milhas de Santiago a São Gabriel sofre um pequeno acidente mas recupera. Viajam para sul ao largo, 90 dias sem vista de terra, realizando a volta do mar até encontrar ventos favoráveis à altura de Santa Helena.

3 Ago 7 Nov 96 -

Baía de Santa Helena - Escala para descanso e repor água, madeira e os mantimentos que encontraram.

9

Baía de Santa Helena / Cabo da Boa

Esperança - Passam o Cabo a 22.

16 Nov 22 Nov 6 -

Cabo da Boa Esperança / Angra de

São Brás

22 Nov 25 Nov 3 -

Angra ou Aguada de São Brás - Escala onde distribuem a carga da S. Miguel pelos navios, desmantelando-a por falta de condições. Colocam um padrão que foi destruído pelos indígenas, à sua vista, pouco depois de zarparem.

13

Angra de São Brás / Natal - Rumam para norte, ao longo da costa oriental africana com ventos desfavoráveis. A 25 de Dezembro avistam o cabo que nomeiam "Natal".

8 Dez 28 Dez 20 -

Natal / Rio do Cobre 28 Dez 11 Jan 14 -

Rio do Cobre - Com poucas reservas, aportam para repor água na terra que chamam "Terra das Boas Gentes" e "Rio do Cobre" no sul de Moçambique.

5

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1498 1498

Rio do Cobre / Rio dos Bons Sinais 16 Jan 25 Jan 9 -

Rio dos Bons Sinais - Avançam sem tocar em Sofala. Próximo de Quelimane colocam outro padrão. Fazem uma escala prolongada para recuperar a tripulação, exausta e doente com escorbuto. Vasco da Gama chamou-lhe rio dos “Bons Sinais” por ter sido aí onde teve as primeiras informações de que estaria no bom caminho e que mais à frente irá encontrar pilotos capazes de o guiar.

30

Rio dos Bons Sinais / Ilha de

Moçambique

24 Fev 2 Mar 6 -

Ilha de Moçambique - Inicialmente são bem recebidos pelo sultão de Moçambique, que os confunde com muçulmanos e disponibiliza dois pilotos. Encontram os primeiros mercadores muçulmanos da rede de comércio do Índico. Temendo que a população fosse hostil aos cristãos, tentam manter o equívoco, mas após uma série de mal entendidos zarparam do porto disparando os seus canhões[2]. Ventos contrários demoram-nos.

27

Ilha de Moçambique / Baixios de São

Rafael

29 Mar 5 Abr 7 -

Baixios de São Rafael - Ao largo de Zanzibar, onde a São Rafael ficou encalhada durante a noite.

2

Baixios de São Rafael / Mombaça 7 Abr 7 Abr horas -

Mombaça

6

Mombaça / Melinde - São bem recebidos em Melinde, um reino muçulmano. O governante mostra-se amigável e firme aliado dos portugueses. Encontram o piloto que procuram, um guzarate chamado Malemo Caná. Aproveitam a monção favorável da primavera para rumar à Índia.

13 Abr 14 Abr 1 -

Melinde / Calecute - Avistam terra a 18 de Maio e ancoram a 20 de Maio no porto de Kappakadavu, próximo de Calecute.

24 Abr 20 Mai 2-6 10

Total: 309 dias

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Partida de Vasco da

Gama para a Índia

(Roque Gameiro)

Chegada de Vasco da

Gama a Calecute

(Roque Gameiro)

Vasco da Gama

perante o Samorim

(Veloso Salgado)

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Viagem de volta

Escala Partida Chegada Dias

Viagem Ancorados

1498 1498

Calecute / Ilhéus de Santa Maria - Após uma acidentada escala de três meses em Calecute, a 10 de Setembro enviam a última mensagem ao samorim e partem sem aguardar a monção favorável.

29 Ago 15 Set 17 -

Ilhéus de Santa Maria - A 15 colocam um padrão nos ilhéus de Santa Maria.

horas

Ilhéus de Santa Maria/Ilha de

Angediva

15 Set 20 Set 5 -

Ilha de Angediva - Foram abordados por um homem que se dizia um cristão fingindo-se muçulmano ao serviço de Hidalcão, o sultão de Bijapur. Suspeitando, açoitam-no até confessar ser um espião. Era um judeu polaco aventureiro no oriente. Vasco a Gama apadrinha-o nomeando-o Gaspar da Gama.

15

Ilha de Angediva / Melinde - Partem para uma penosa travessia de 90 dias, com ventos contrários e calmarias. Os mantimentos escasseiam e a tripulação adoece com escorbuto. Morrem trinta homens e os sobreviventes, enfraquecidos, mal conseguem manobrar. Tentam que Vasco a Gama regresse à Índia, mas ventos favoráveis levam-nos a prosseguir. A 2 de Janeiro avistam África.

5 Out 7 Jan 94 -

Melinde - Exaustos, são acolhidos pelo sultão de Melinde com presentes de água, gado, ovos, laranjas. Vasco da Gama reúne as melhores ofertas que consegue para agradecer. Com a tripulação insuficiente abatem a São Rafael, prosseguindo na Bérrio e São Gabriel.

4

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1499 1499

Melinde / Baixios de São Rafael - Avançam passando Zanzibar e Sofala sem aportar.

11 Jan

13 Jan

2 -

Baixios de São Rafael, ao largo de Zanzibar 14

Baixios de São Rafael / Ilha de São Jorge 27 Jan

2 Fev

5 -

Ilha de São Jorge (Moçambique) - Colocam o último padrão.

1

Ilha de São Jorge / Baía de São Brás 1 Fev

3 Mar

29 -

Baía de São Brás - Caçam leões marinhos e pinguins para aprovisionar os navios e seguem, descansados e repostos.

9

Baía de São Brás / Cabo da Boa Esperança- Com a passagem do Cabo da Boa Esperança termina o registo no diário de Álvaro Velho.

12 Mar

20 Mar

8 -

Cabo da Boa Esperança / Recifes do Rio Grande - As naus navegam juntas, mas numa noite a Bérrio separa-se. Não são conhecidos dados da viagem até Cabo Verde.

20 Mar

25 Abr

36 -

Recifes do Rio Grande / Lisboa - Na Ilha de Santiago, em Cabo Verde, Vasco da Gama freta uma caravela para levar o seu irmão doente para os Açores, na esperança de o salvar. As naus chegam ao Tejo em Julho e Agosto de 1499: a Bérrio, mais leve e rápida, foi a primeira a chegar, a 10 de Julho de 1499, sob o comando de Nicolau Coelho e tendo como piloto Pêro Escobar[3]. Paulo da Gama morre na ilha Terceira e Vasco da Gama regressa a Lisboa, onde chegou depois das naus, no fim de Agosto.

25 Abr

10 Jul

76 -

Total: 315 dia

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Mapas

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Caminho de ida e regresso da armada de Vasco da Gama

Em preto: rota de Vasco da Gama. Em laranja, a rota de Pêro da Covilhã separado de Afonso de Paiva (a

azul), que se aproxima da utilizada pelos venezianos para comercio de especiarias.

Rota de Bartolomeu Dias, na conquista do Cabo da Boa Esperança

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Referências

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Paulo: Cia das Letras, 2002.

FONSECA, Luís Adão da. Vasco da Gama : o homem, a viagem, a época, Lisboa : Comissão de

Coordenação da Região Alentejo : Expo 98, 1997

MACHADO, José Pedro. CAMPOS, Viriato. Vasco da Gama e a sua viagem de descobrimento.

Lisboa: edição da Câmara Municipal de Lisboa, 1969.

Marques, Adhemar; BERUTTI, Flávio; FARIA, Ricardo. História Moderna através de textos. 2ª

Edição. São Paulo: Contexto, 1990.

MICELI, Paulo. ponto onde estamos: viagens e viajantes na história da expansão e da conquista:

Portugal, séculos XV e XVI . São Paulo: Editora Página Aberta Ltda. 1994

Sites Consultados

http://cvc.instituto-camoes.pt/navegaport/g54.html

http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u661.jhtm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Vasco_da_Gama

http://torredahistoriaiberica.blogspot.com/2010/05/um-grande-feito-dos-portugueses.html

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Imagens

Domínio Público pela Wikimedia Commons

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_Project_Gutenberg_etext_18571.jpg

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Balestilha

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Vasco_da_Gama_Jer%C3%B3nimos_2008-1.jpg

Túmulo de Vasco da gama

http://torredahistoriaiberica.blogspot.com/2010/05/um-grande-feito-dos-portugueses.html