20
* Trabal ho realizado no Ambulatório de Vasculites da Divisão de Clínica Dermatológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) - São Paulo (SP), Brasil. Conflito de interesse: Nenhum / Conflict of interest: None Suporte financeiro: Nenhum / Financial funding: None 1 Médico residente do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) – São Paulo (SP), Brasil.  2 Médico dermatologista assistente da Divisão de Clínica Dermatológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) – São Paulo (SP), Brasil.  3 Professora doutora, dermatologista e pesquisadora do Laboratório de Investigação Médica (LIM 53), do Hospital d as Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) – São Paulo (SP), Brasil.  4 Médico dermatologista, doutor em Ciências, área de concentração Dermatologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), assistente da Divisão de Clínica Dermatológica e pesquisador do Laboratório de Investigação Médica (LIM 53), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, responsável pelo Ambulatório de Vasc ulites do Hospital d as Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) – São Paulo (SP), Brasil.  5 Professora-associa da do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e patologista do Laboratório de Histopatologia da Divisão de Clínica Dermatológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) – São Paulo (SP), Brasil. ©2007 by Anais B rasileir os de Dermato logia  387  An Bra s Dermatol. 2007; 82(5): 387-4 06. Educação Médica Continuada Resumo: V ascu lite é a in flamação da par ede do s vasos . Pod e variar em gr avida de desde doen ça autolimitada de um único órgão até doença grave com risco de morte por falência de múlti- plos órgãos. Existem várias causas, embora só se apresente por poucos padrões histológicos de inflamação vascular. Vasos de qualquer tipo e em qualquer órgão podem ser afetados, resul- tando em ampla variedade de sinais e sintomas. Diferentes vasculites com apresentações clíni- cas indistinguíveis têm evolução e tratamento muito diferentes. Essa condição representa desa- fio para o médico, incluindo classificação, diagnóstico, exames laboratoriais pertinentes, trata- mento e seguimento adequado. Neste artigo são revistos a classificação, a etiologia, a patogê- nese e os critérios diagnósticos das vasculites cutâneas. Palavras-chave: Anticorpos anticitoplasma de neutrófilos; Púrpura; Técnica direta de fluores- cência para anticorpo; Vasculite; Vasculite/classificação; Vasculite/etiologia; Vasculite/patologia;  V asculite alér gica cutânea ; V asculite de hipersensibilidade  Abstract: Vasculitis is an inflammation of vessel walls. It may range in severity from a  self-limited disorder in one single organ to a life-threatening disease d ue to multiple-organ  failure. It has many causes, although they result in only a few histological patterns of vascular inflammation. Vessels of any type in any organ can be affected, a fact that results in a broad variety of signs and symptoms. Different vasculitides with indistinguishable clinical presentations have very different prognosis and treatments. This condition presents many challenges to physicians in terms of classification, diagnosis, appropriate laboratory work up, treatment, and the need for careful follow-up. This article reviews the classification, etiology, pathology and diagnostic criteria of cutaneous vasculitis.  Keywords: Allergic cutaneous vasculitis; Antineutrophil cytoplasmic antibodies; Direct  fluo resc ent anti body tech niq ue; Hyper sens itiv ity vasc ulit is; Purpur a; V ascu liti s; V asculitis/classification; V asculitis/etiology; V asculitis/pathology  V asculite cutânea de pequenos vasos: etiologia, patogênese, classificação e critérios diagnósticos – Parte I *  Small vessel cutaneous vasculitis: etiology , pathogenesis, classification and diagnostic criteria – Part I * Hebert Roberto Clivati Brandt 1 Marcelo Arnone  2 Neusa Yuriko Sakai Valente  3 Paulo Ricardo Criado  4 Mirian Nacagami Sotto  5

Vasculites peq vasos

Embed Size (px)

Citation preview

  • * Trabalho realizado no Ambulatrio de Vasculites da Diviso de Clnica Dermatolgica do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo(FMUSP) - So Paulo (SP), Brasil.Conflito de interesse: Nenhum / Conflict of interest: NoneSuporte financeiro: Nenhum / Financial funding: None

    1 Mdico residente do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo (FMUSP) So Paulo (SP), Brasil.2 Mdico dermatologista assistente da Diviso de Clnica Dermatolgica do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade de

    So Paulo (FMUSP) So Paulo (SP), Brasil.3 Professora doutora, dermatologista e pesquisadora do Laboratrio de Investigao Mdica (LIM 53), do Hospital das Clnicas da Faculdade de

    Medicina da Universidade de So Paulo (FMUSP) So Paulo (SP), Brasil.4 Mdico dermatologista, doutor em Cincias, rea de concentrao Dermatologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo (FMUSP),

    assistente da Diviso de Clnica Dermatolgica e pesquisador do Laboratrio de Investigao Mdica (LIM 53), do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo, responsvel pelo Ambulatrio de Vasculites do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo (HC-FMUSP) So Paulo (SP), Brasil.

    5 Professora-associada do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo e patologista do Laboratrio de Histopatologia da Diviso de Clnica Dermatolgica do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo (FMUSP) So Paulo (SP), Brasil.

    2007 by Anais Brasileiros de Dermatologia

    387

    An Bras Dermatol. 2007;82(5):387-406.

    Educao Mdica Continuada

    Resumo: Vasculite a inflamao da parede dos vasos. Pode variar em gravidade desde doenaautolimitada de um nico rgo at doena grave com risco de morte por falncia de mlti-plos rgos. Existem vrias causas, embora s se apresente por poucos padres histolgicosde inflamao vascular. Vasos de qualquer tipo e em qualquer rgo podem ser afetados, resul-tando em ampla variedade de sinais e sintomas. Diferentes vasculites com apresentaes clni-cas indistinguveis tm evoluo e tratamento muito diferentes. Essa condio representa desa-fio para o mdico, incluindo classificao, diagnstico, exames laboratoriais pertinentes, trata-mento e seguimento adequado. Neste artigo so revistos a classificao, a etiologia, a patog-nese e os critrios diagnsticos das vasculites cutneas.Palavras-chave: Anticorpos anticitoplasma de neutrfilos; Prpura; Tcnica direta de fluores-cncia para anticorpo; Vasculite; Vasculite/classificao; Vasculite/etiologia; Vasculite/patologia;Vasculite alrgica cutnea; Vasculite de hipersensibilidade

    Abstract: Vasculitis is an inflammation of vessel walls. It may range in severity from a self-limited disorder in one single organ to a life-threatening disease due to multiple-organfailure. It has many causes, although they result in only a few histological patterns of vascular inflammation. Vessels of any type in any organ can be affected, a fact that resultsin a broad variety of signs and symptoms. Different vasculitides with indistinguishable clinical presentations have very different prognosis and treatments. This condition presentsmany challenges to physicians in terms of classification, diagnosis, appropriate laboratoryworkup, treatment, and the need for careful follow-up. This article reviews the classification,etiology, pathology and diagnostic criteria of cutaneous vasculitis.Keywords: Allergic cutaneous vasculitis; Antineutrophil cytoplasmic antibodies; Directfluorescent antibody technique; Hypersensitivity vasculitis; Purpura; Vasculitis;Vasculitis/classification; Vasculitis/etiology; Vasculitis/pathology

    Vasculite cutnea de pequenos vasos: etiologia, patognese,classificao e critrios diagnsticos Parte I *

    Small vessel cutaneous vasculitis: etiology, pathogenesis,classification and diagnostic criteria Part I *

    Hebert Roberto Clivati Brandt 1 Marcelo Arnone2 Neusa Yuriko Sakai Valente3

    Paulo Ricardo Criado 4 Mirian Nacagami Sotto 5

    ontm metabissulfitoo so da raa negra, LUMA Creme contm uso do medicamento s absoro sistmica cool e adstringentes e m realizados estudos

    m risco aumentado do te a gravidez somenteuocinolona acetonida, s clnicos controlados, e aplicao. A maioria pigmentares, irritao, entemente com o uso ecimento de ocronose hora de deitar. Lavar vitar a exposio solar te iniciando com dose BORA AS PESQUISAS

    RevABDV82N5.qxd 26.10.07 10:55 Page 387

  • 388 Brandt HRC, Arnone M, Valente NYS, Criado PR, Sotto MN.

    An Bras Dermatol. 2007;82(5):387-406.

    INTRODUOAs vasculites, que podem ser definidas como

    processo de inflamao vascular imunologicamentemediado,1, 2 determinam dano funcional e estruturalna parede dos vasos.3, 4 De acordo com o tipo celularpredominante no infiltrado inflamatrio do processo,as vasculites so classificadas em neutroflicas, linfoc-ticas e granulomatosas.5 Classificam-se ainda quanto localizao, com envolvimento de pequenos e/ougrandes vasos.6-15

    A vasculite necrotizante caracteriza-se por reassegmentares de infiltrao transmural por neutrfilos,ruptura da arquitetura da parede do vaso e necrosefibrinide associada.16 A expresso histopatolgicausada para esse conjunto de alteraes vasculite leu-cocitoclstica (VL).17-20 Esses fenmenos podem ocor-rer na presena ou ausncia de inflamao de cartergranulomatoso.21-26 O edema endotelial e debris degranulcitos (leucocitoclasia) so vistos com freqn-cia, porm no esto necessariamente presentes nodiagnstico.27-29

    A venulite necrotizante cutnea apresenta comocaractersticas histopatolgicas o acometimento daspequenas vnulas ps-capilares na derme.30,31

    Constitui o prottipo dermatolgico da vasculite cut-nea de pequenos vasos (VCPV) sendo caracteristica-mente mediada por imunocomplexos.6,22

    As caractersticas observadas no exame histopa-tolgico dependem da localizao e tambm dotempo de evoluo da leso previamente biopsiada.Nas leses com menos de 12 horas de instalao ounaquelas com mais de 48 horas, observa-se infiltradolinfocitrio, alm de poderem estar ausentes a leuco-citoclasia e a necrose fibrinide.32 A ausncia desseselementos impede o diagnstico definitivo de vasculi-te necrotizante.32

    Nas fases tardias do processo de instalao davasculite pode haver mecanismos patognicos diferen-tes dos descritos e ainda no totalmente conhecidos,que determinam a evoluo do processo para infiltra-do cutneo linfocitrio.18-21, 32-34

    No h consenso mundial na classificao dasvasculites. Uma das propostas, de Ghersetich, Jorizzoe Lotti,5, 29 as divide em dois grandes grupos vasculi-te cutnea de pequenos vasos e vasculite necrotizantede grandes vasos (VNGV) levando em consideraoseus aspectos clnicos, etiopatognicos e histopatol-gicos.

    A dimenso do vaso sangneo correlaciona-seintimamente com sua profundidade nas camadas dapele: quanto mais profunda a localizao, maior sero dimetro do vaso (Figura 1). Os "pequenos vasos"incluem capilares, vnulas ps-capilares e arterolasno musculares que constituem vasos tipicamenteinferiores a 50m de dimetro e so encontrados

    sobretudo na derme papilar superficial. Os "vasos demdio calibre" tm dimetro entre 50 e 150m, e con-tm em sua parede camada muscular. Esto localiza-dos na derme reticular profunda e prximo da junodermo-hipodrmica. Os vasos superiores a 150m dedimetro no so encontrados na pele. Portanto, asbipsias cutneas em que o tecido subcutneo no representado so inadequadas para a investigao dasvasculites que acometem vasos de mdio calibre. Asbipsias cutneas devem ser realizadas atravs depunch profundo ou de bipsia cirrgica profunda.

    A terminologia vasculite de hipersensibilidade(VH) foi estabelecida pelo American College ofRheumatology (ACR) em 1992, correspondendo expresso VCPV, aqui apresentada.12 A definio dasvasculites na conferncia de Chapel Hill (EUA) e os cri-trios para a classificao das vasculites do ACR estocontidos no quadro 1.11,12

    Nova classificao para as vasculites cutneas,proposta por Fiorentino em 2003, baseia-se no calibredos vasos acometidos15 e, na opinio dos autores,parece mais racional e adequada (Quadro 2).

    H ainda um grupo heterogneo de doenascapazes de simular vasculite cutnea (VC) e que pro-duzem hemorragia e ocluso vascular, classificadocomo de pseudovasculites (Quadro 3).35

    Os achados histopatolgicos das vasculitescutneas encontram-se expostos no quadro 4 e nasfiguras 2 e 3. Essas alteraes podem ser classificadasem: sinais histolgicos de vasculite aguda; alteraessecundrias vasculite ativa; seqela histolgica devasculite; e alteraes indicativas do subtipo ou daetiologia das vasculites.

    Os mecanismos patognicos implicados nasdiferentes vasculites cutneas encontram-se sumariza-dos no quadro 5. A fisiopatogenia pode ser decorren-te de cinco grandes mecanismos:11, 36, 37 infeco diretado vaso; mediada por reao tipo 1 de Gel e Coombs;reao do tipo 2 de Gel e Coombs; doena mediadapor imunocomplexos; e mecanismos de hipersensibi-lidade.

    VASCULITE CUTNEA DE PEQUENOS VASOSOs possveis agentes precipitantes da VCPV

    podem ser divididos em quatro grupos, que se relacio-nam a:3, 4, 38-42

    Infecesa. Infeces bacterianas: Streptococcus beta-

    hemoltico do grupo A, Staphylococcus aureus,Mycobacterium leprae

    b. Infeces virais: hepatites A, B, C, herpes sim-ples, vrus influenza

    c. Protozorios: Plasmodium malariae

    RevABDV82N5.qxd 26.10.07 10:55 Page 388

  • An Bras Dermatol. 2007;82(5):387-406.

    Vasculite cutnea de pequenos vasos: etiologia, patognese, classificao e critrios diagnsticos Parte I 389

    d. Helmintos: Schistosoma mansoni, Schisto-soma haematobium, Onchocerca volvulus

    Drogasa. Anticoncepcionais hormonais, derivados do

    soro, vitaminas, vacina antiinfluenza, sulfonamidas,fenolftalena, cido amino-saliclico, estreptomicina,hidantona, insulina, diurticos tiazdicos, fenotiazina,estreptoquinase, tamoxifeno

    Produtos qumicosa. Inseticidas e derivados do petrleo

    Alrgenos alimentaresa. Protenas do leite, gltenA VCPV pode ocorrer em associao com outras

    doenas:3, 4, 38, 39, 41, 43

    Doenas crnicas: artrite reumatide, doenade Behet, lpus eritematoso sistmico, sndrome deSjgren, sndrome do bypass intestinal, fibrose cstica,cirrose biliar primria, retocolite ulcerativa, crioglobu-linemia, estados de hipercoagulabilidade, infecopelo HIV.

    Neoplasias malignas: doenas linfoproliferativas(leucemias e linfomas); tumores slidos (carcinoma

    do pulmo, da mama, da prstata, do clon; neopla-sias da cabea e do pescoo e renal).

    A etiologia da VCPV permanece desconhecidaem cerca de 60% dos pacientes.3, 4, 38, 41, 44 A maioria dosfatores etiolgicos tem sido relacionada por associa-o, sendo a demonstrao direta menos freqente.Fatores etiolgicos verdadeiramente comprovados soa protena M estreptoccica, M. tuberculosis e o ant-geno de superfcie da hepatite B.45-47

    Segundo Fiorentino, a etiologia das vasculitescutneas pode ser assim atribuda: idioptica (45% a55%), infecciosa (15% a 20%), doenas inflamatrias(15% a 20%), medicamentosa (10% a 15%), neoplsica(2% a 5%).15, 48-55

    PATOGNESEA expresso VCPV utilizada para descrever as

    vasculites confinadas pele;15 no define etiologia, masapenas o local do acometimento patolgico. Apesardisso, obtm-se com freqncia histria de exposio anovas medicaes ou agentes infecciosos.39, 40, 56-63

    A VL corresponde reao imunolgica do tipoIII de Gel & Coombs, em que existe ambiente deexcesso de antgenos, os quais acabam determinandoa VCPV.64, 65

    FIGURA 1: Dimenso dos vasos, localizao e principais vasculites associadas

    RevABDV82N5.qxd 26.10.07 10:55 Page 389

  • 390 Brandt HRC, Arnone M, Valente NYS, Criado PR, Sotto MN.

    An Bras Dermatol. 2007;82(5):387-406.

    Vasculite Definies segundo o consenso Critrios segundo o Colgio de Chapel Hill (EUA) Americano de Reumatologia

    Vasculite de vasos de grande calibre

    1. Idade superior a 50 anos quando do diagnstico inicial

    2. Cefalia recente ou de novo padro3. Exame clnico anormal da artria

    temporal4. Velocidade de hemossedimentao

    elevada5. Bipsia da artria temporal com

    vasculiteS: 93,5%; E: 91,2% com 3 critrios

    1. Idade inferior a 40 anos quando do diagnstico inicial

    2. Claudicao de extremidades3. Pulso da artria braquial diminudo4. Gradiente pressrico entre os

    membros superiores maior que 10mmHg

    5. Sopro na aorta ou artrias subclvias6. Arteriografia anormalS: 90,5%; E: 97,8% com 3 critrios

    1. Perda de peso > 4kg2. Livedo reticular3. Dor ou sensibilidade testicular4. Mialgia, miopatia ou dor muscular

    ao toque5. Neuropatia6. Presso diastlica > 90 mmHg7. Insuficincia renal8. Vrus da hepatite B(sorologia)9. Arteriografia anormal10. Bipsia de artria evidenciando

    neutrfilosS: 82,2%; E: 86,6% com 3 critrios

    Segundo o Comit Japons da Doena de Kawasaki:

    1. Febre alta de incio abrupto presente por cinco ou mais dias

    2. Conjuntivas oculares hiperemiadas3. Alteraes da cavidade oral

    incluindo eritema, secura, mucosaorofaringe hiperemiada

    4. Alteraes nas extremidades distaisdos membros incluindo rubor e edema indurado de mos e ps, e descamao periungueal

    5. Exantema eritematoso polimorfo (morbiliforme, escarlatiniforme, maculopapular, eritema marginado)propagando-se das extremidades

    Arterite granulomatosa da aorta e seusramos maiores, com predileo porramos extra-cranianos da artria cartidaFreqentemente acomete a artria tem-poral. Em geral ocorre em pacientescom mais de 50 anos e com freqncia associada polimialgia reumtica

    Inflamao granulomatosa da aorta eseus ramos principais. Geralmente ocor-re em pacientes com menos de 50 anos

    Inflamao necrotizante de artrias depequeno e mdio calibre sem glomeru-lonefrite ou vasculite em arterolas,vnulas ou capilares.

    Arterite envolvendo vasos de pequeno,mdio e grande calibre associada sn-drome linfonodal e mucocutneaArtrias coronrias geralmente estoenvolvidas.Aorta e veias podem estar envolvidasGeralmente ocorre em crianas

    1. Arterite de clulas gigantes(arterite temporal)

    2. Arterite de Takayasu

    1. Poliarterite nodosa sistmica

    2. Doena de Kawasaki

    Continua

    QUADRO 1: Definies e critrios para as vasculites

    Vasculite de vasos de mdio calibre

    RevABDV82N5.qxd 26.10.07 10:55 Page 390

  • Vasculite cutnea de pequenos vasos: etiologia, patognese, classificao e critrios diagnsticos Parte I 391

    An Bras Dermatol. 2007;82(5):387-406.

    Vasculite Definies segundo o consenso Critrios segundo o Colgio de Chapel Hill (EUA) Americano de Reumatologia

    para o tronco, com durao aproximada de uma semana

    6. Aumento no supurado dos linfonodos cervicais.O diagnstico exige 5 dos 6 critrios acima

    1. Idade inferior a 16 anos quando do diagnstico inicial

    2. Histria de uso de medicaes ao tempo do aparecimento dos sintomas

    3. Prpura palpvel 4. Erupo cutnea maculopapular5. Bipsia com resultado positivoS: 71%; E: 83,9% com 3 critrios

    1. Inflamao nasal ou oral2. Radiografia de trax evidenciando

    ndulos, infiltrados ou cavitao3. Hematria microscpica ou

    cilindros hemticos na urina4. Inflamao granulomatosa na

    bipsiaS: 88,2%; E: 92% com 2 critrios

    1. Asma2. Eosinofilia (> 10%)3. Neuropatia4. Infiltrados pulmonares (no fixos)5. Eosinfilos extravasculares na

    bipsiaS: 85%; E: 99,7% com 4 critrios

    1. Prpura palpvel2. Idade inferior a 20 anos quando

    do diagnstico inicial3. Angina mesentrica4. Neutrfilos na parede dos vasos

    na bipsiaS: 87%; E: 88% com 2 critrios

    Angite leucocitoclstica cutnea isoladasem vasculite sistmica ou glomerulonefrite.

    Inflamao granulomatosa envolvendoo trato respiratrio e vasculite necroti-zante acometendo vasos de pequeno emdio calibre (capilares, vnulas, arte-rolas e artrias). Glomerulonefritenecrotizante comum.

    Inflamao granulomatosa rica emeosinfilos envolvendo trato respirat-rio e vasculite necrotizante acometen-do vasos de pequeno e mdio calibre.Associao com asma e eosinofilia.

    Vasculite, com depsitos imunes predomi-nantemente de IgA, acometendo peque-nos vasos (arterolas, vnulas e capilares).Tipicamente acomete pele, intestino e glo-mrulos Associao com artralgia e artrite.

    Vasculite, com depsitos imunes de crioglo-bulinas, acometendo pequenos vasos (arte-rolas, vnulas ou capilares). Associaocom crioglobulinas sricas. Geralmentepele e glomrulos so envolvidos.

    Vasculite necrotizante, com pouco ounenhum depsito imune, acometendopequenos vasos (arterolas, vnulas ecapilares). Arterite necrotizante envol-vendo vasos de pequeno ou mdiocalibre pode estar presente. Glomeru-lonefrite necrotizante muito comumCapilarite pulmonar pode ocorrer.

    1. Vasculite de hipersensibilidade(vasculite leucocitoclstica cutnea)ou vasculite cutnea dos pequenosvasos

    2. Granulomatose de Wegener

    3. Sndrome de Churg-Strauss

    4. Prpura de Henoch-Schnlein

    5. Vasculite crioglobulinmica(essencial)

    6. Poliangite microscpica

    S, sensibilidade; E, especificidade.Fonte adaptada: Janette et al,11 Carlson et al36 e Colgio Americano de Reumatologia.12

    Vasculite de vasos de pequeno calibre

    RevABDV82N5.qxd 26.10.07 10:55 Page 391

  • A VL inicia-se com a deposio dos imunocom-plexos na parede das vnulas ps-capilares da derme,o que pode ser influenciado por fatores como:42,66-84

    presso hidrosttica, principalmente nas reas pen-dentes do organismo; fluxo sangneo turbulento nacirculao terminal da pele;42, 85, 86 estado funcional dosistema macrofgico tecidual, o qual pode estar par-cialmente deficiente, no removendo com eficcia osimunocomplexos depositados; 42 liberao plaquetriade histamina e serotonina; 87, 88 capacidade das hem-cias em transportar imunocomplexos relacionados aocomplemento e fix-los no sistema macrofgico;42 ativa-o do sistema fibrinoltico, o qual est exarcebado nasfases iniciais da doena, propiciando a vasopermeabili-dade e a deposio inicial dos imunocomplexos.5

    Os imunocomplexos circulantes interagem como endotlio e ativam as clulas endoteliais, provocan-

    do a liberao de altos nveis do ativador tecidual doplasminognio (t-PA), que ativa inicialmente o sistemafibrinoltico.77, 89-97

    Dessa forma, o endotlio atua na regulao dahemostasia, na permeabilidade capilar e no tnus vas-cular, com funo primordial nas reaes imunolgi-cas locais.79 Em condies fisiolgicas normais asuperfcie endotelial tem caractersticas anticoagulan-tes.79 O desequilbrio entre propriedades anticoagu-lantes e pr-coagulantes, nas fases tardias da doena,conduz trombose do vaso e ao estabelecimento cl-nico da prpura palpvel e necrose local.98

    Os imunocomplexos depositados ativam a cas-cata do complemento produzindo C3a e C5a, respon-sveis pela degranulao dos mastcitos e atrao dosneutrfilos para a rea lesada (Figura 4, fase 1).43, 70, 99

    Os neutrfilos aderem superfcie endotelial e

    392 Brandt HRC, Arnone M, Valente NYS, Criado PR, Sotto MN.

    An Bras Dermatol. 2007;82(5):387-406.

    * excludas as vasculites infecciosas e includa vasculite de pequenos e mdios vasosANCA: Anticorpos anticitoplasma de neutrfilosFonte adaptada: Fiorentino.15

    1 Predominantemente de pequenos vasos1.1) Vasculite cutnea de pequenos vasos1.2) Vasculite associada malignidade1.3) Vasculite crioglobulinmica1.4) Urticria vasculite1.5) Prpura de Henoch-Schnlein1.6) Edema agudo hemorrgico do lactente

    2 Predominantemente de vasos de mdio calibre2.1) Poliarterite nodosa

    2.1a) Forma clssica2.1b) Forma cutnea

    3 Vasos de mdio calibre e pequenos vasos3.1) Associadas ao ANCA (pauciimunes):

    3.1.1) Poliangite microscpica3.1.2) Granulomatose de Wegener3.1.3) Sndrome de Churg-Strauss

    3.2) Vasculite induzidas por droga associada ao ANCA4 Vasculites associadas com doenas auto-imunes e do tecido conectivo

    4.1) Artrite reumatide4.2) Lpus eritematoso sistmico4.3) Sndrome de Sjgren4.4) CREST (calcinose, Raynaud, envolvimento esofgico, esclerodactilia, telangiectasia)4.5) Esclerodermia sistmica progressiva

    5 Dermatoses neutroflicas com desordens vasculares associadas5.1) Vasculites crnicas fibrosantes localizadas

    5.1.1) Erythema elevatum diutinum5.1.2) Granuloma facial

    5.2) Vasculite nodular5.3) Sndrome de Sweet5.4) Pioderma gangrenoso5.5) Doena de Behet5.6) Picadas de artrpodes5.7) Prpura hipergamaglobulinmica de Waldenstrm5.8) Doenas inflamatrias intestinais

    QUADRO 2: Vasculites cutneas

    RevABDV82N5.qxd 26.10.07 10:55 Page 392

  • migram para o tecido perivascular, local em quepodem ocorrer fagocitose e degradao de imuno-complexos.39,99 Nesse momento os neutrfilos sofremdesintegrao do ncleo (cariorrxis ou leucocitocla-sia), com liberao de enzimas lisossomais.70 O resul-tado final leso que danifica o endotlio vascular,sendo favorecida pela produo neutroflica de radi-cais livres de oxignio e ferro, que so particularmen-te txicos ao endotlio (Figura 4, fase 2).39

    Dados clnicos demonstram que os imunorrea-gentes s so detectados nas leses inicias da VCPV,variando de trs a 12 horas.68-71 Toda a cadeia de even-tos, que inclui a deposio de imunocomplexos ecomplemento at sua remoo, ocorre em perodo de18 a 24 horas.68-71, 99

    Sob vrios estmulos o endotlio ativado (leu-cotrieno B4, histamina dos mastcitos, imunocomple-

    xos, anxia, trombina e vrias citocinas que so secre-tadas devido interao dos imunocomplexos e seureceptor Fc nos linfcitos locais (Figura 4, fase 3)39, 68-77

    Com a exposio das clulas endoteliais, fibroblastose outros tipos celulares IL-1 e ao TNF-, ocorre aproduo da IL-8, que se torna a principal substnciaa exercer funo quimiotxica para os neutrfilos.Estabelece-se estado inflamatrio pela presena dascitocinas pr-inflamatrias.68-77 Nessas circunstnciash expresso de vrias molculas de adeso no endo-tlio, aumentando o influxo de neutrfilos para omeio extravascular. O dano conseqente do endotlioprovocaria a exposio de antgenos na membranacelular dessas clulas, antgenos reconhecidos pelasclulas imunolgicas como no prprios.82, 88-99 Algunsautores observaram aumento relevante da IL-2 duran-te as fases ativas de vasculite sistmica.100-104 A ativao

    Vasculite cutnea de pequenos vasos: etiologia, patognese, classificao e critrios diagnsticos Parte I 393

    An Bras Dermatol. 2007;82(5):387-406.

    Doena

    Prpuras pigmentosas crnicasPrpura solar ou senilEscorbutoPrpura trombocitopnica idiopticaErupo induzida por vrus, droga, picada de artrpode

    Endocardite infecciosaVasculite sptica (vasculopatia sptica)Fenmeno de Lcio

    Mixoma atrialEmbolismo por colesterol

    Sndrome do anticorpo antifosfolpidePrpura trombocitopnica trombticaVasculopatia livedideNecrose cutnea induzido por warfarinPurpura fulminansCoagulao intravascular disseminadaGamopatia monoclonal (crioglobulinas)Anemia falciforme

    Derivados do ergotMetisergidaCocana

    Sndrome do martelo hipotenar

    CalcifilaxiaAmiloidoseRadiodermiteHiperoxalria primria

    Mecanismo

    Hemorragia (incompetncia vascular, desordens dacoagulao e fibrinlise)

    Infeco

    Embolismo

    Trombose

    Vasoespasmo (induzido por droga)

    Trauma vascular

    Alterao parede dos vasos

    QUADRO 3: Vasculites cutneo-smile (Pseudovasculites)

    Fonte adaptada: Carlson et al.35

    RevABDV82N5.qxd 26.10.07 10:55 Page 393

  • dos linfcitos e seu envolvimento na patognese con-figuram passo fundamental no desenvolvimento dealguns tipos de vasculite sistmica.100-115

    Na fase tardia da VL (Figura 4, fase 4), as clulasT e as dendrticas tm potencial para iniciar respostaimunolgica, agora mediada por clulas, ou contri-buir para a perpetuao do processo inflamatrio.Muitas clulas endoteliais participam como clulasapresentadoras de antgenos, liberando mediadoresinflamatrios que provocam a expresso de antgenosde classe I e II do MHC na superfcie endotelial, crian-do tambm ambiente de hipercoagulabilidade, commicrotrombose vascular, isquemia tecidual, extravasa-mento de hemcias e necrose.20, 21, 32-34, 116, 117

    Dessa forma se estabelece a natureza dinmica

    da VCPV, em que o infiltrado drmico a princpio seapresenta neutroflico, observando-se tardiamentepredomnio de linfcitos. A fase inicial hiperfibrinol-tica, caracterizada clinicamente por leses urticadas, seguida por fase hipofibrinoltica, com aspecto cl-nico de prpura palpvel, devido reduo da libera-o do ativador tecidual do plasminognio e aos altosnveis do inibidor do ativador do plasminognio. Areduo da atividade fibrinoltica determina deposi-o de fibrina e trombose.

    Os mecanisnos fisiopatognicos implicados nasdiferentes vasculites mostram-se definidos no quadro 5.118

    EXAME HISTOPATOLGICOO padro clssico da VCPV a VL, a qual se

    394 Brandt HRC, Arnone M, Valente NYS, Criado PR, Sotto MN.

    An Bras Dermatol. 2007;82(5):387-406.

    * Necessrio para o diagnstico de vasculite; Outros tipos de injria vascular podem apresentar este padro; Depsito intraluminal de fibrina pode ser encontrado em leses arteriais no vasculticas como hipertenso maligna e sndrome do anticorpo antifosfolpide.

    1. Sinais histolgicos de vasculite aguda (ativa)1.1 Pequenos vasos na derme (vnulas e arterolas) (necessrios dois de trs* critrios) (Figura 2)

    * Infiltrado inflamatrio perivascular e/ou intravascular* Dano e/ou destruio da parede do vaso por infiltrado inflamatrio* Deposio de fibrina intramural e/ou intraluminal (necrose fibrinide)

    1.2 Vasos musculares drmicos e subcutneos (pequenas artrias e veias) (os dois critrios so necessrios)* Infiltrado na parede vaso muscular por clulas inflamatrias* Deposio de fibrina intramural e/ou intraluminal (necrose fibrinide)

    2. Alteraes secundrias vasculite ativa (sugestivo de, mas no diagnstico) (Figura 2)Extravasamento de hemcias (petquia, prpura, hematoma)Poeira nuclear, perivascular (leucocitoclasia)Edema endotelial, descolamento ou necroseNecrose de glndula crina (ou regenerao com hiperplasia clulas basais)UlceraoNecrose/infarto

    3. Seqela histolgica de vasculite (sinais da cronicidade e leses cicatriciais de vasculite) (Figura 2) Laminao (casca de cebola) dos constituintes da parede vascular (proliferao concntrica dos pericitos e clulas de msculo liso) Obliterao luminal (endarterite obliterante)

    Proliferao da camada ntima ou mdia dos elementos celulares levando a ocluso luminal com preservao da lmina elstica interna

    * Perda completa ou segmentar da lmina elstica nos vasos mdios e grandes associado com tecido cicatricial acelularAngioendoteliomatose reativaNeovascularizao da camada adventcia

    4. Alteraes indicativas do subtipo ou da etiologia das vasculites (Figura 3)Fibrose lamelar

    Erythema elevatum diutinum, granuloma facial, ou pseudotumor inflamatrioDermatite granulomatosa em paliada (necrotizante) ou granuloma de Winkelmann

    Granuloma extravascular vermelho (eosinfilos, figuras em chama)Sndrome de Churg-Strauss

    Granuloma extravascular azul (neutrfilos, poeira nuclear)Granulomatose Wegener, vasculite reumatide, sndrome de Churg-Strauss (raro)

    Dermatite vacuolar de interface (pode haver depsito de mucina na derme) Doenas do tecido conectivo, como lpus eritematoso e dermatomiosite

    Dermatoses pustulosas com abscessos neutroflicos intra-epitrmicos ou subepidrmicos

    QUADRO 4: Critrios diagnsticos histolgicos para vasculites cutneas

    RevABDV82N5.qxd 26.10.07 10:55 Page 394

  • caracteriza por inflamao angiocntrica segmentar;edema das clulas endoteliais; necrose fibrinide daparede vascular, infiltrado inflamatrio em torno edentro da parede dos vasos sangneos da derme,composto por grande nmero de neutrfilos, os quaisapresentam leucocitoclasia; extravasamento de hem-cias; na fase tardia podem ocorrer trombose e hialini-zao das vnulas ps-capilares e necrose fibrinideda parede vascular, bem como predomnio de linfci-tos e moncitos no infiltrado119-126 (Figuras 5A, B e C).

    A necrose fibrinide da parede vascular acaracterstica mais relevante na distino histopatol-gica entre uma verdadeira VL e outras reaes ou der-matoses vasculares neutroflicas.66, 67 Nessas outras der-matoses o fenmeno de necrose fibrinide da paredevascular est ausente. As reaes ou dermatoses vascu-lares neutroflicas incluem tambm a VL.48, 127-130

    IMUNOFLUORESCNCIA DIRETAA correlao clinicopatolgica sempre obriga-

    tria no diagnstico das vasculites. O clnico deve ter

    em mente o fato de que a doena tem espectro cont-nuo de evoluo natural. A bipsia cutnea simples-mente representa um dado momento dessa evoluo.Dessa forma, as leses que se tenham instalado hpouco tempo ou aquelas que j se estabeleceram hmuito tempo podem no demonstrar as caractersticasneutroflicas necessrias para firmar-se o diagnstico.Entretanto, a observao de antgenos e imunorreagen-tes nos vasos da derme pela imunofluorescncia diretapode ser til ao diagnstico (Figura 5D). Na VCPV osestudos de microscopia eletrnica demonstram a pre-sena de depsitos eltron-densos e amorfos, sugesti-vos de imunocomplexos. Esses depsitos localizam-sena membrana basal da parede venular ps-capilar, nolado do lmen, nas leses recm-instaladas. Observa-setambm material semelhante nos vacolos citoplasm-ticos dos neutrfilos perivasculares.3, 4, 38-40, 99

    Nas vasculites leucocitoclsticas cutneas osnveis de complemento costumam ser normais.3, 4, 18, 38-40, 42, 99 Encontram-se, entretanto, achados positivos naimunofluorescncia direta (IFD) em cerca de 50% dos

    Vasculite cutnea de pequenos vasos: etiologia, patognese, classificao e critrios diagnsticos Parte I 395

    An Bras Dermatol. 2007;82(5):387-406.

    FIGURA 2: A Vaso sangneo drmico com necrose endotelial edeposio de material fibrinide em sua parede B Vasosangneo da derme reticular profunda com alterao fibrinide de sua parede e agresso por clulas inflamatrias C Vaso sangneo de maior calibre da hipoderme permeado porclulas inflamatrias e necrose de suas paredes D Interstciodrmico permeado por figuras de leucocitoclasia E Necroseda epiderme com formao de clivagem dermoepidrmica;vasos sangneos da derme superficial com trombose e altera-o fibrinide, alm de extravasamento de eritrcitos F Vasosangneo com proliferao concntrica de elementos celu-lares de suas paredes

    FIGURA 3: A Vaso sangneo da hipoderme com processo dereparao de trombose B Fibrose drmica de padro estori-forme em leso de erythema elevatum diutinum C Granu-loma justavascular vermelho, com deposio de material fibri-nide, paliada histiocitria e eosinfilos D Granuloma jus-tavascular azul, com exsudao de neutrfilos, ntegros dedegenerados e material fibrinide

    A BA B

    C D

    C D

    E F

    RevABDV82N5.qxd 26.10.07 10:55 Page 395

  • 396 Brandt HRC, Arnone M, Valente NYS, Criado PR, Sotto MN.

    An Bras Dermatol. 2007;82(5):000-000.

    Mecanismo Patognico* Sndrome vascultica Padro de vasculite Estudo sorolgico

    Infeco direta Infeces por Rickettsia Linfoctica de pequenos IgG para Rickettsia spvasos

    Tipo I Vasculite eosinoflica Eosinoflica de pequenos Eosinfilos (sangue perifrico)Anafiltico vasos

    Sndrome de Churg-Strauss Eosinoflica/neutroflica p-ANCAprincipalmente de pequenos Eosinfilos (sangue perifrico)e mdios vasos

    Tipo II Granulomatose de Wegener Neutroflica principalmente c-ANCACitotxico de pequenos e mdios vasosAnticorpos citolticos

    Poliangite microscpica Neutroflica principalmente p-ANCAde pequenos e mdios vasos

    Tipo III Prpura de Henoch-Schnlein Neutroflica de pequenos Imunocomplexos vasos

    Vasculite leucocitoclstica Neutroflica de pequenos cutnea (vasculite de vasoshipersensibilidade)

    Vasculite crioglobulinmica Neutroflica principalmente Crioglobulinas (soro)de pequenos e mdios Vrus da hepatite C

    Poliarterite nodosa Neutroflica de mdios Vrus da hepatite Bvasos Vrus da hepatite C

    Tipo IV Arterite de clulas gigantes Granulomatosa de mdios Velocidade deHipersensibilidade tardia (arterite temporal) vasos hemossedimentao (sangue

    perifrico)Sndrome de Sneddon Linfoctica de mdios Anticorpos antiendotlio

    vasos/ endarterite Anticorposobliterante antifosfolpides (varivel)

    * Classificao de Gel e Coombs;65 Endotelite; c-ANCA: anticorpos anticitoplasma de neutrfilos, padro citoplasmtico; p-ANCA: anticorpos anticitoplasma de neutrfilos, padro perinuclear.Fonte adaptada: Schmitt & Gross,64 Jennette et al11 e Carlson et al.36

    QUADRO 5: Mecanismos patognicos implicados nas vasculites cutneas

    pacientes.3, 4, 18, 38-42, 99 A IFD tem demonstrado deposi-o granular, em freqncia decrescente, de IgM, IgGe C3 dentro e ao redor da parede dos vasos sang-neos.3, 4, 18, 38-42 Esses achados podem variar de acordocom a srie de doentes estudados. Alguns autoresrelatam a IgA como imunoglobulina mais comumen-te encontrada (82% dos casos), seguida por IgM(56%) e IgG (20%).15, 131-136 Vale ressaltar que os dep-sitos de IgA foram, em sua maioria, encontrados nasvasculites que no preenchiam critrios para o diag-nstico de prpura de Henoch-Schnlein (PHS).3,4,18,38-42,99,131 Alm disso, fora do contexto da PHS, depsitosvasculares de IgA podem ocorrer em vrias circuns-tncias: na pele no lesada dos pacientes com nefro-patia por IgA, no alcoolismo, nas reaes a drogas

    (carbamazepina) e na dermatite herpetiforme.49, 137-148

    Tambm se encontram depsitos de IgA na VL relacio-nada doena intestinal inflamatria, espondiliteanquilosante e outras espondiloartropatias soronega-tivas, na sndrome de Sjgren, na artrite reumatidee nas vasculites associadas a neoplasias malignas,como carcinoma da prstata e broncognico, para-proteinemia e linfoma.142-148

    MANIFESTAES CLNICASA VCPV caracterizada por variado espectro de

    leses cutneas, sendo a prpura palpvel a leso der-matolgica mais comum.1-5

    Em geral, a pele freqentemente o nicorgo envolvido, porm pode haver comprometimen-

    RevABDV82N5.qxd 26.10.07 10:55 Page 396

  • An Bras Dermatol. 2007;82(5):387-406.

    Vasculite cutnea de pequenos vasos: etiologia, patognese, classificao e critrios diagnsticos Parte I 397

    FIGURA 4: Patognese da vasculite cutnea de pequenos vasos (vasculite leucocitoclstica)

    to sistmico, e as leses cutneas representam o sinalinicial desse envolvimento.5

    No incio, a maioria dos pacientes apresentaprpura. Com a evoluo da doena, as leses podemvariar em tamanho, de puntiforme a vrios centme-tros, tornando-se papulosas, papulonodulares, vesicu-lares, bolhosas, pustulosas ou ulceradas, com infartossuperficiais.1-4, 38-40, 43, 149 As leses geralmente ocorrem namesma etapa evolutiva, apresentando-se em surtos,localizadas inicialmente nas pernas, tornozelos ououtras reas pendentes ou sob maior presso hidrost-tica. So incomuns na face, nas mucosas, em reasintertriginosas, palmar e plantar 3-5,38 Os sintomasvariam de prurido moderado at dor intensa e regri-dem em trs ou quatro semanas.3,4,40 Podem deixar cica-trizes atrficas e hipo ou hipercromia residual. O frio,a estase sangnea e alteraes constitucionais podempredispor ao desenvolvimento da vasculite. 3-5, 40, 43

    Formas clnicas de aspecto anular da VL tmsido descritas em circunstncias diversas, tais comourticria vasculite (normo ou hipocomplementmica),mieloma mltiplo, gamopatia monoclonal, gravidez,

    eritema anular recorrente com prpura, sarcoidose,PHS, doena inflamatria intestinal, erythema eleva-tum diutinum e edema agudo hemorrgico do lacten-te.150-154 As mucosas podem ser acometidas com lesesgeralmente assintomticas, embora possam determi-nar queimao ou prurido.

    O curso costuma ser autolimitado, porm asleses podem recorrer ou tornar-se crnicas ou inter-mitentes, durante meses ou anos. 5 Os episdiospodem estar associados com mal-estar, artralgia, febree mialgia. 5,15 Pode haver fenmeno de Koebner oupatergia em reas manipuladas.155 Cerca de 10% dospacientes tero doena recorrente no intervalo demeses a anos.15

    Manifestaes sistmicas associadas VCPV soincomuns, porm podem estar presentes, como asrelacionadas a seguir:

    Rins: nefrite com hematria microscpica,proteinria, insuficincia renal aguda ou crnica.

    Pulmes: tosse, hemoptise. Ouvido, nariz e garganta (principalmente nas

    vasculites granulomatosas): congesto dos seios para-

    RevABDV82N5.qxd 26.10.07 10:55 Page 397

  • nasais, formao de crostas no septo nasal, hemorra-gias, ulceraes, nariz em sela, estenose da traquia.

    Articular: artralgia, artrite. Corao: angite miocrdica, pericardite. Olhos: vasculite retiniana, ceratite, conjunti-

    vite, edema de papila por pseudotumor cerebral. Sistema nervoso central: cefalia, diplopia,

    hipoestesia, parestesia. Trato gastrointestinal: clica, nusea, vmito,

    melena, diarria, hematmese. Miscelnea: febre, pancreatite, perda de

    peso, aumento da fadiga, sudorese noturna. A sndrome de Sjgren pode estar associada

    VCPV em percentual que varia de 20 a 30% dos casos.3, 4, 40

    As leses variam de petquias prpura palpvel comequimoses extensas e at mesmo vesculas.156, 157

    Leses de vasculite pustulosa, com pstulassobre base purprica, podem ocorrer no apenas naVCPV, mas tambm em outras afeces, como doen-a de Behet, sndrome artrite-dermatose associada doena intestinal, gonococcemia, meningococce-mia crnica e outras erupes cutneas primriasidiopticas.3,4,158-161 A histopatologia dessas lesesvaria conforme a etiologia e, dependendo da lesosubmetida a exame histopatolgico, observa-seespectro que varia desde a VL at reao vascularneutroflica.3-5 Essa reao vascular pode cursar comalteraes vasculares diversas, porm sem necrosefibrinide na parede vascular, leucocitoclasia menospronunciada e menor extravasamento de hemcias,semelhante ao que ocorre na sndrome de Sweet, epara as quais se adota a denominao reaes vascu-lares neutroflicas.5, 15

    398 Brandt HRC, Arnone M, Valente NYS, Criado PR, Sotto MN.

    FIGURAS 5 A, B e C: Pequenos vasos sangneos da derme superficial com alterao fibrinide de suas paredes, exsudato de neutrfilos ntegros edegenerados (leucocitoclasia) e extravasamento de eritrcitos; D: Imunofluorescncia direta com depsitos de imunocomplexos nas paredes dos

    vasos da derme

    An Bras Dermatol. 2007;82(5):387-406.

    A

    B

    C

    D

    RevABDV82N5.qxd 26.10.07 10:55 Page 398

  • REFERNCIAS1. Soter NA, Austen KF. Cutaneous necrotizing angiitis.

    In: Samter M, editor. Immunological diseases.Boston: Little, Brown; 1978.

    2. Ekenstam E, Callen JP. Cutaneous leukocytoclasticvasculitis: clinical and laboratory features of 82patients seen in private practice. Arch Dermatol.1984;120:484-90.

    3. Lotti T, Comacchi C, Ghersetich I. Cutaneous necro-tizing vasculitis. Int J Dermatol. 1996;35:457-74.

    4. Comacchi C, Ghersetich I, Lotti T. Vasculite necroti-zante cutanea. G Ital Dermatol Venereol. 1998;133:23-49.

    5. Lotti T, Ghersetich I, Comacchi C, Jorizzo JL.Cutaneous small-vessel vasculitis. J Am Acad Dermatol. 1998;39:667-87.

    6. Zeek P. Periarteritis nodosa: a critical review. Am JClin Pathol. 1952;22:777-90.

    7. Gilliam JN, Smiley JD. Cutaneous necrotizing vasculitisand related disorders. Ann Allergy Asthma Immunol.1976;37:328-39.

    8. Fauci AS, Haynes B, Katz P. The spectrum of vasculitis:clinical, pathologic, immunologic and therapeuticconsiderations. Ann Intern Med. 1978;89:660-76.

    9. Lie JT. Classification and immunodiagnosis of vasculitis:a new solution or promises unfulfilled? J Rheumatol.1988;15:728-32.

    10. Jorizzo JL. Classification of vasculitis. J InvestDermatol. 1993;100(1 Suppl):S106-10.

    11. Jennette JC, Falk RJ, Andrassy K, Bacon PA, Churg J,Gross WL, et al. Nomenclature of systemic vasculi-tides. Proposal of an international consensusconference. Arthritis Rheum. 1994;37:187-92.

    12. Hunder GG, Arend WP, Bloch DA, Calabrese LH, Fauci AS, Fries JF, et al. The American College of Rheumatology 1990: criteria for the classification ofvasculitis. Arthritis Rheum. 1990;33:1065-136.

    13. Ghersetich I, Comacchi C, Jorizzo JL, Katsambas A, Lotti TM. Proposal for a working classification of cuta-neous vasculitis. Clin Dermatol. 1999;17:499-503.

    14. Scott DG, Watts RA. Classification and epidemiologyof systemic vasculitis. Br J Rheumatol. 1994;33:897-9.

    15. Fiorentino DF. Cutaneous vasculites. J Am AcadDermatol. 2003;48:311-40.

    16. Koutkia P, Mylonakis E, Rounds S, Erickson A. Leucocytoclastic vasculitis: an update for the clini-cian. Scand J Rheumatol. 2001;30:315-22.

    17. Kevil CG, Bullard DC. Roles of leukocyte/endothelialcell adhesion molecules in the pathogenesis of vas-culitis. Am J Med. 1999;106:677-87.

    18. Soter NA, Mihm MC Jr, Gigli I, Dvorak HF, Austen KF. Two distinct cellular patterns in cutaneous necrotizingangiitis. J Invest Dermatol. 1976;66:344-50.

    19. Savel PH, Perroud AM, Klotz-Levy B, Morel P. Vasculite leucocytoclastique et lymphocytarie des petits vais-seaux cutans. Ann Dermatol Venereol. 1982;109:503-12.

    20. Ghersetich I, Lotti T. Cellular steps in the pathogenesisof cutaneous necrotizing vasculitis. Int Angiol. 1995;14:107-12.

    21. Massa MC, Su WPD. Lymphocytic vasculitis: Is it a specificclinicopathologic entity? J Cutan Pathol.1984;11:132-9.

    22. Suresh E. Diagnostic approach to patients with sus-pected vasculitis. Postgrad Med J. 2006;82:483-8.

    23. Fauci AS, Haynes BF, Katz P. The spectrum of vasculi-tis: clinical, pathologic, immunologic, and therapeu-tic considerations. Ann Intern Med. 1978;89:660-76.

    24. Price N, Sams WM Jr. Vasculitis. Dermatol Clin.1983;1:475-91.

    25. Churg J, Churg A. Idiopathic and secondary vasculitis:a review. Mod Pathol. 1989;2:144-60.

    26. Conn DL. Update on systemic necrotizing vasculitis.Mayo Clin Proc. 1989;64:535-43.

    27. Lie JT. Systemic and isolated vasculitis: a rationalapproach to classification and pathologic diagnosis.Pathol Ann. 1989;24:25-114.

    28. Copeman PWM, Ryan TJ. The problems of classifica-tion of cutaneous angiitis with reference tohistopathology and pathogenesis. Br J Dermatol.1970;82:2-14.

    29. Ghersetich I, Jorizzo JL, Lotti T. Working classificationof vasculitis. Int Angiol. 1995;14:101-6.

    30. Harper L, Savage CO. Pathogenesis of ANCA-associatedsystemic vasculitis. J Pathol. 2000;190:349-59.

    31. Callen JP. Cutaneous vasculitis: what have we learnedin the past 20 years? Arch Dermatol. 1998;134:355-7.

    32. Genta MS, Genta RM, Gabay C. Systemic rheumatoidvasculitis: a review. Semin Arthritis Rheum. 2006; 36:88-98.

    33. Alaibac M, Berti E, Chizzolini C, Fineschi S, MarzanoAV, Pigozzi B, Riboldi E, Sozzani S, Kuhn A role of cellular immunity in the pathogenesis of autoi-mmune skin diseases. Clin Exp Rheumatol. 2006;24:S14-9.

    34. Ramsay C, Fry L. Allergic vasculitis: clinical and histo-logical features and incidence of renal involvement.Br J Dermatol. 1969;81:96-102.

    35. Carlson JA, Chen KR. Cutaneous Pseudovasculitis. Am J Dermatopathol. 2007;29:44-55.

    36. Carlson JA, Ng BT, Chen KR. Cutaneous vasculitisupdate: diagnostic criteria, classification, epidemiology,etiology, pathogenesis, evaluation and prognosis. AmJ Dermatopathol. 2005;27:504-28.

    37. Schmitt WH, Gross WL. Vasculitis in the seriously illpatient: diagnostic approaches and therapeuticoptions in ANCA-associated vasculitis. Kidney IntSuppl. 1998;64:S39-44.

    38. Ryan TJ. Cutaneous vasculitis. In: Rook A, WilkinsonDS, Ebling FJG, editors. Textbook of dermatology.Oxford: Blackwell Scientific Publications; 1992.p.1893-61.

    39. Braun-Falco O, Plewig G, Wolff HH, Winkelmann RK.Dermatology. Berlin: Springer-Verlag; 1991. p.620-3.

    40. Soter NA, Wolff SM. Necrotizing vasculitis. In:Fitzpatrick TB, Eisen AZ, Wolff K, et al, editors.Dermatology in general medicine. New York:McGraw-Hill; 1987. p.1300-12.

    41. Lynch PJ. Vascular reactions. In Schachner LA,

    Vasculite cutnea de pequenos vasos: etiologia, patognese, classificao e critrios diagnsticos Parte I 399

    An Bras Dermatol. 2007;82(5):387-406.

    RevABDV82N5.qxd 26.10.07 10:55 Page 399

  • Hansen RC, editors. Pediatric dermatology. New York: Churchill Livingstone; 1988. p.959-1014.

    42. Schifferli JA, Saurat J-H, Woodley DT. Cutaneous vas-culitis. In: Ruiz-Maldonado R, Parish LC, Beare JM,editors. Textbook of pediatric dermatology.Philadelphia: Grune & Stratton; 1989. p. 654-61.

    43. Campanile G, Lotti T. Clinical aspects of cutaneous necrotizing vasculitis. Int Angiol. 1995;14:151-61.

    44. Habif TP. Clinical dermatology. St Louis: CV Mosby; 1990. p. 453-71.

    45. Parish WE. Studies on vasculitis: immunoglobulins,B1C, C-reactive protein, and bacterial antigens incutaneous vasculitis lesions. Clin Allergy. 1971;1:97-109.

    46. Gower RG. Small vessel vasculitis caused by hepatitisB virus immune complexes: small vessel vasculitis and HBsAG. J Allergy Clin Immunol. 1978;62:222.

    47. Thorne EG, Gower R, Claman HN. Hepatitis B surfaceantigen and leukocytoclastic vasculitis. J InvestDermatol. 1977;68:243-7.

    48. Gibson LE. Cutaneous vasculitis update. DermatolClin. 2001;19:603-15.

    49. Sais G, Vidaller A, Jucgla A, Servitje O, Condom E, Peyri J. Prognostic factors in leukocytoclastic vasculitis:a clinicopathologic study of 160 patients. Arch Dermatol. 1998;134:309-15.

    50. Sanchez NP, Van Hale HM, Su WP. Clinical andhistopathologic spectrum of necrotizing vasculitis.Report of findings in 101 cases. Arch Dermatol.1985;121:220-4.

    51. Ekenstam E, Callen JP. Cutaneous leukocytoclasticvasculitis. Clinical and laboratory features of 82patients seen in private practice. Arch Dermatol.1984;120:484-9.

    52. Jessop SJ. Cutaneous leucocytoclastic vasculitis: a clinical and aetiological study. Br J Rheumatol. 1995;34:942-5.

    53. Hodge SJ, Callen JP, Ekenstam E. Cutaneous leukocy-toclastic vasculitis: correlation of histopathologicalchanges with clinical severity and course. J CutanPathol. 1987;14:279-84.

    54. Gyselbrecht L, DeKeyser F, Ongenae K, Naeyaert J, Praet M, Veys E. Etiological factors and underlyingconditions in patients with leucocytoclastic vasculitis.Clin Exp Rheumatol. 1996;14:665-8.

    55. Blanco R, Martinez-Taboada VM, Rodriguez-ValverdeV, Garcia-Fuentes M. Cutaneous vasculitis in childrenand adults. Associated diseases and etiologic factorsin 303 patients. Medicine (Baltimore). 1998;77:403-18.

    56. Gower RG. Small vessel vasculitis caused by hepatitisB virus immune complexes: small vessel vasculitisand HBsAG. J Allergy Clin Immunol. 1978;62:222.

    57. Thorne EG, Gower R, Claman HN. Hepatitis B surfaceantigen and leukocytoclastic vasculitis. J InvestDermatol. 1977;68:243-7.

    58. Heart-Holmes M, Zahradka S, Baethge BA, Wolf RE. Leukocytoclastic vasculitis associated with hepatitisC. Am J Med. 1991;90:765-6.

    59. Dan M, Yaniv R. Cholestatic hepatitis, cutaneous vasculitis and vascular deposits of immunoglobulin M and complement associated with hepatitis A virus

    infection. Am J Med. 1990;89:103-4.60. Parish WE. Microbial antigens in vasculitis. In:Wolff K,

    Winkelmann RK, editors. Vasculitis. London: Lloyd-Luke Medical Books; 1980. p. 129.

    61. Parish WE. Cutaneous vasculitis: the occurrence of complexes of bacterial antigens with antibody, and ofabnormalities associated with chronic inflammation.In: Beutner EH, Parish WJ, editors. Immuno patholo-gy of the skin: labelled antibody studies. Chicago:YearBook; 1974. p. 153.

    62. Berman BA, Ross RN. Acute serum sickness. Cutis. 1983;32:420-2.

    63. Patel A, Prussick R, Buchanan WW, Sauder DN. Serumsickness-like illness and leukocytoclastic vasculitisafter intravenous streptokinase. J Am Acad Dermatol.1991;24:652-3.

    64. Schmitt WH, Gross WL. Vasculitis in the seriously illpatient: diagnostic approaches and therapeutic options in ANCA-associated vasculitis. Kidney IntSuppl. 1998;64:S39-44.

    65. Gell P, Coombs R. Clinical Aspects of Immunology. Oxford: Blackwell; 1963.

    66. Zax RH, Hodge SJ, Callen JP. Cutaneous leukocyto-clastic vasculitis: serial histopathologic evaluationdemonstrates the dynamic nature of the infiltrate.Arch Dermatol. 1990;126:69-72.

    67. Mackel SE, Jordon RE. Leukocytoclastic vasculitis: acutaneous expression of immune complex disease. Arch Dermatol. 1982;118:296-301.

    68. Cream JJ, Bryceson ADM, Ryder G. Disappearance ofimmunoglobulin and complement from the Arthus reaction and its relevance to studies of vasculitis inman. Br J Dermatol. 1971;84:106-9.

    69. Braverman IM, Yen A. Demonstration of immunecomplexes in spontaneous and histamine-inducedlesions and in normal skin of patients with leukocy-toclastic vasculitis. J Invest Dermatol. 1975;64:105-12.

    70. Tosca N, Stratigos JD. Possible pathogenetic mecha-nisms in allergic cutaneous vasculitis. Int J Dermatol.1988;27:291-6.

    71. Yancey KB, Lawley TJ. Circulating immune complexes:their immunochemistry, biology and detection in selected dermatologic and systemic diseases. J AmAcad Dermatol. 1984;10:711.

    72. Claudy AL. Vascularites leucocytaires: nouveaux concepts physiopathologiques. Ann DermatolVenereol. 1990;117:419-22.

    73. Gimbrone MA, Brock AF, Schafer AI. Leukotriene B4 stimulates polymorphonuclear leukocyte adhesion tocultured vascular endothelial cells. J Clin Invest.1984;74:1552-5.

    74. Zimmerman GA, Hill HR. Inflammatory mediators stimulate granulocyte adherence to culturedendothelial cells. Thromb Res. 1984;35:203-17.

    75. Bevilacqua MP, Prober JS, Wheeler ME, Cochran RS, Gimbrone MA. Interleukin-1 acts on cultured humanvascular endothelium to increase adhesion of poly-morphonuclear leukocytes, monocytes, and related leukocyte cell lines. J Clin Invest. 1985;76:2003-11.

    76. Gamble JR, Harlan JM, Klebanoff SJ. Stimulation of

    400 Brandt HRC, Arnone M, Valente NYS, Criado PR, Sotto MN.

    An Bras Dermatol. 2007;82(5):387-406.

    RevABDV82N5.qxd 26.10.07 10:55 Page 400

  • the adhesion of neutrophils to umbilical veinendothelium by human recombinant tumor necrosisfactor. Proc Natl Acad Sci U S A. 1985;82:8667-71.

    77. Lotti T, Campanile G, Ghersetich I, Romagnoli P.Endothelium-blood cells interactions in thrombosis.In: Neri Serneri GG, Gensini GF, Abbate R, Prisco D,editors. Thrombosis: an update. Florence, Italy:Scientific Press; 1992. p. 669-93.

    78. Picker LJ, Kishimoto TK, Smith CW, Warnock RA,Butcher EC. ELAM-1 is an adhesion molecule for skin-homing T cells. Nature. 1991;349:796-9.

    79. Leeuwenberg JFM, Jeunhomme TMAA, Burman WA.Role of ELAM-1 in adhesion of monocytes to activatedhuman endothelial cells. Scand J Immunol.1992;35:335-41.

    80. Larsen E, Celi A, Gilbert GE, Furie BC, Erban JK,Bonfanti R, et al. PADGEM protein: a receptor thatmediates the interaction of activated platelets withneutrophils and monocytes. Cell. 1989;59:305-12.

    81. Johnston GI, Cook RG, McEver RP. Cloning of GMP-140,a granule membrane protein of platelets andendothelium: sequence similarity to proteinsinvolved in cell adhesion and inflammation. Cell.1989;56:1033-44.

    82. Carlos TM, Harlan JM. Membrane proteins involvedin phagocyte adherence to endothelium. ImmunolRev. 1990;114:5-28.

    83. Geng JG, Bevilacqua MS, Moore KL, McIntyre TN,Prescott SM, Kim JM, et al. Rapid neutrophil adhesionto activated endothelium mediated by GMP-140.Nature. 1990:343:757-60.

    84. Osborne L. Leukocyte adhesion to endothelium ininflammation. Cell. 1990:62:3-6.

    85. McEver RP. Selectins: novel receptors that mediateleukocyte adhesion during inflammation. ThrombHaemost. 1991;65:223-8.

    86. Ryan TJ. The epidermis and its blood supply in vari-cose disorders of the leg. Trans St Johns HospDermatol Soc. 1969;55:51-9.

    87. Cotran RS. Delayed and prolonged leakage in inflam-mation. III: immediate and delayed reactions inskeletal muscle. Exp Mol Pathol. 1967;6:143-55.

    88. Hensen PM. Interaction of cells with immune com-plexes: adherence, release of constituents and tissueinjury. J Exp Med. 1971;134:114-35.

    89. Parish WE. Cutaneous vasculitis: antigen-antibodycomplexes and prolonged fibrinolysis. Proc R SocMed. 1972;65:276.

    90. Lotti T, Dindelli A, Fabbri P. Fibrin deposits and fibri-nolytic activity in certain dermatoses with immuno-logical pathogenesis. I: Premise. Ital Gen RevDermatol. 1979;16:181-7.

    91. Marti-Fabregas J, Borrell M, Cocho D, Belvis R,Castellanos M, Montaner J, et al. Hemostatic markersof recanalization in patients with ischemic stroketreated with rt-PA. Neurology. 2005;65:366-70.

    92. Bianchini G, Lotti T, Fabbri P. Fibrin deposits and fibrinolytic activity in Schoenlein-Henoch syndrome.Int J Dermatol. 1983;22:103-6.

    93. Ryan TJ. Inflammation, fibrin and fibrinolysis in the

    physiology and pathophysiology of the skin; vol 2.New York: Academic Press; 1973.

    94. Lotti T, Fabbri P, Panconesi E. Cutaneous fibrinolyticactivity in urticaria and vasculitis. In: ChampionRHEA, editor. The urticarias. Edinburgh: ChurchillLivingstone; 1985. p. 161-4.

    95. Panconesi E, Lotti T. Fibrinolysis and fibrinolytic drugs. In: Greaves MW, Schuster S, editors.Handbook of experimental pharmacology. Berlin: Springer-Verlag; 1989. p. 279-300.

    96. Jordan JM, Bates Allen N, Pizzo SV. Defective releaseof tissue plasminogen activator in systemic and cuta-neous vasculitis. Am J Med. 1987;82:397-400.

    97. Teofoli P, Lotti T. Cytokines, fibrinolysis and vasculitis.Int Angiol. 1995;14:125-9.

    98. Kahaleh B, Matucci-Cerinic M. Endothelial injury andits implications. In: Neri Serneri GG, Gensini GF, Abbate R, Prisco D, editors. Thrombosis: an update.Florence, Italy: Scientific Press; 1992. p. 649-58.

    99. Jorizzo JL, Solomon AR, Zanolli MD, Leshin B. Neutrophilic vascular reactions. J Am Acad Dermatol.1988;19:983-1005.

    100. Tse WY, Cockwell P, Savage CO. Assessment of diseaseactivity in systemic vasculitis. Postgrad Med J.1998;74:1-6.

    101. Vial T, Descotes J. Immune-mediated side-effects of cytokines in humans. Toxicology. 1995;105:31-57.

    102. Pober JS. Cytokine-mediated activation of vascularendothelium: physiology and pathology. Am J Pathol. 1988;133:426-33.

    103. Mantovani A, Dejana E. Cytokines as communicationsignals between leukocytes and endothelial cells.Immunol Today. 1989;10:370-5.

    104. Pober JS, Cotran RS. Cytokines and endothelial cellbiology. Physiol Rev. 1990;70:27-51.

    105. Prydz H, Pettersen KS. Synthesis of thromboplastin (tissue factor) by endothelial cells. Haemostasis.1988;18: 215-23.

    106. Nemerson Y. Tissue factors and hemostasis. Blood. 1988;71:1-8.

    107. Rosemberg RD, Rosemberg JS. Natural anticoagulantmechanism. J Clin Invest. 1984;74:1-5.

    108. Stern DM, Brett J, Harris K, Nawroth PP. Participationof endothelial cells in the protein-C-protein-S anticoagulant pathway: the synthesis and release of protein-S. J Cell Biol. 1986;102:1971-8.

    109. Moncada S, Vane JR. Arachidonic acid metabolitesand the interactions between platelets and blood-ves-sel walls. N Engl J Med. 1979;300:1142-7.

    110. Lieberman GE, Lewis GP, Peters TJ. A mem-branebound enzyme in rabbit aorta capable ofinhibiting adenosine-diphosphate-induced plateletaggregation. Lancet. 1977;2:330-2.

    111. Nachman RL, Hajjar KA, Silverstein RL, Dinarello CA.Interleukin 1 induces endothelial cell synthesis ofplasminogen activator inhibitor. J Exp Med. 1986;163:1595-600.

    112. Wakefield PE, James WD, Samlaska CP, Meltzer MS.Tumor necrosis factor. J Am Acad Dermatol. 1991;24:675-85.

    Vasculite cutnea de pequenos vasos: etiologia, patognese, classificao e critrios diagnsticos Parte I 401

    An Bras Dermatol. 2007;82(5):387-406.

    RevABDV82N5.qxd 26.10.07 10:55 Page 401

  • 402 Brandt HRC, Arnone M, Valente NYS, Criado PR, Sotto MN.

    An Bras Dermatol. 2007;82(5):387-406.

    113. Nawroth PP, Stern DM. Modulation of endothelial cellhemostatic properties by TNF. J Exp Med. 1986;163:740-5.

    114. Endo H, Akahoshi T, Kashiwazaki S. Additive effects ofIL-1 and TNF on induction of prostacyclin synthesisin human vascular endothelial cells. BiochemBiophys Res Commun. 1988;156:1007-14.

    115. Sieff CA, Tsai S, Faller DV. Interleukin 1, tumor necrosisfactor and the production of colony-stimulating factors by cultured mesenchymal cells. Blood.1988;72:1316-23.

    116. Swerlick RA, Lawley TJ. Role of microvascularendothelial cells in inflammation. J Invest Dermatol. 1993;100:S111-5.

    117. Teofoli P, Lotti T. Cytokines, fibrinolysis and vasculitis.Int Angiol. 1995;14:125-9.

    118. Carlson JA, Ng BT, Chen KR. Cutaneous vasculitisupdate: diagnostic criteria, classification, epidemiology,etiology, pathogenesis, evaluation and prognosis. AmJ Dermatopathol. 2005;27:504-28.

    119. Bajema IM, Bruijn JA. What stuff is this! A historicalperspective on fibrinoid necrosis. J Pathol.2000;191:235-8.

    120. Akosa AB, Lampert IA. The sweat gland in cutaneousvasculitis. Histopathology. 1991;18:553-8.

    121. Cid MC, Segarra M, Garcia-Martinez A, Hernandez-Rodriguez JEndothelial cells, antineutrophil cytoplasmic antibodies, and cytokines in the pathogenesis of systemic vasculitis. Curr Rheumatol Rep. 2004;6:184-94.

    122. LeBoit PE, Yen TS, Wintroub B. The evolution oflesions in erythema elevatum diutinum. Am JDermatopathol. 1986;8:392-402.

    123. McMenamin ME, Fletcher CD. Reactive angioen-dotheliomatosis: a study of 15 cases demonstrating awide clinicopathologic spectrum. Am J Surg Pathol.2002;26:685-97.

    124. Ruiter M. Vascular fibrinoid in cutaneous allergicarteriolitis. J Invest Dermatol. 1962;38:8592.

    125. Zelger B, Sepp N, Schmid KW, et al. Life history ofcutaneous vascular lesions in Sneddons syndrome. Hum Pathol. 1992;23:668-75.

    126. Mimouni D, Ng PP, Rencic A, et al. Cutaneous polyarteritis nodosa in patients presenting with atrophie blanche. Br J Dermatol. 2003;148:789-94.

    127. Coblyn JS, McCluskey RT. Case records of theMassachusetts General Hospital. Weekly clinico-pathological exercises. Case 3-2003. A 36-year-oldman with renal failure, hypertension, and neurologicabnormalities. N Engl J Med. 2003;348:333-42.

    128. Till SH, Amos RS. Long-term follow-up of juvenile-onsetcutaneous polyarteritis nodosa associated with stre-ptococcal infection. Br J Rheumatol. 1997;36:909-911.

    129. Frances C, Du LT, Piette JC, et al. Wegeners granulo-matosis. Dermatological manifestations in 75 caseswith clinicopathologic correlation. Arch Dermatol.1994;130:861867.

    130. Banks P, Cohen M, Ginsburg W, et al.Immunohistologic and cytochemical studies of

    temporal arteritis. Arthritis Rheum.1983;26:12011207.

    131. Saulsbury FT. Clinical update: Henoch-Schonleinpurpura. Lancet. 2007;369:976-8.

    132. Carlson JA, Chen KR. Cutaneous vasculitis update:neutrophilic muscular vessel and eosinophilic, granulomatous, and lymphocytic vasculitis syndromes. Am J Dermatopathol. 2007;29:32-43.

    133. Carlson JA, Chen KR. Cutaneous vasculitis update:small vessel neutrophilic vasculitis syndromes. Am JDermatopathol. 2006;28:486-506.

    134. Carlson JA, Cavaliere LF, Grant-Kels JM. Cutaneousvasculitis: diagnosis and management. ClinDermatol. 2006;24:414-29.

    135. Crowson AN, Mihm MC Jr, Magro CM. Cutaneous vasculitis: a review. J Cutan Pathol. 2003;30:161-73.

    136. Grzeszkiewicz TM, Fiorentino DF. Update on cuta-neous vasculitis. Semin Cutan Med Surg.2006;25:221-5.

    137. Magro CM, Crowson AN. The cutaneous neutrophilicvascular injury syndromes: a review. Semin DiagnPathol. 2001;18:47-58.

    138. Saklayen MG, Schroeter AL, Nafz MA, Jalil K. IgAdeposition in the skin of patients with alcoholic liverdisease. J Cutan Pathol. 1996;23:12-8.

    139. Swerdlow MA, Chowdhury LN, Mishra V, Kavin H. IgAdeposits in skin in alcoholic liver disease. J Am AcadDermatol. 1983;9:232-6.

    140. Thompson AJ, Chan YL, Woodroffe AJ, Clarkson AR,Seymour AE. Vascular IgA deposits in clinically normal skin of patients with renal disease. Pathology.1980;12:407-13.

    141. Appel GB, Waldman M. The IgA nephropathy treat-ment dilemma. Kidney Int. 2006;69:1939-44.

    142. Helander SD, De Castro FR, Gibson LE. Henoch-Schonlein purpura: clinicopathologic correlation ofcutaneous vascular IgA deposits and the relationshipto leukocytoclastic vasculitis. Acta Derm Venereol.1995;75: 125129.

    143. Barnadas MA, Perez E, Gich I, et al. Diagnostic, prog-nostic and pathogenic value of the direct immunoflu-orescence test in cutaneous leukocytoclastic vasculi-tis. Int J Dermatol. 2004;43:1926.

    144. Magro CM, Crowson AN. A clinical and histologicstudy of 37 cases of immunoglobulin A-associatedvasculitis. Am J Dermatopathol. 1999;21:234240.

    145. Shibahara M, Nanko H, Shimizu M, Kanda N, Kubo M,Ikeda M, Matsumoto M, Nonaka S, Shimizu H.Dermatitis herpetiformis in Japan: an update.Dermatology. 2002;204:37-42.

    146. Gahankari DR, Golhar KB. An evaluation of serumand tissue bound immunoglobulins in prostatic dise-ases. J Postgrad Med. 1993;39:63-7.

    147. Zhang Y, Morita E, Matsuo H, Ueda D, Dekio S.Urticarial erythema associated with IgA myeloma. JDermatol. 2004;31:661-5.

    148. Oxholm A, Manthorpe R, Oxholm P. Immunoglobulin deposits in the epidermis of patients with primarySjogren's syndrome. A consecutive study. Rheumatol Int. 1984;4:9-12.

    RevABDV82N5.qxd 26.10.07 10:55 Page 402

  • Vasculite cutnea de pequenos vasos: etiologia, patognese, classificao e critrios diagnsticos Parte I 403

    An Bras Dermatol. 2007;82(5):387-406.

    149. Sams WM Jr. Necrotizing vasculitis. J Am Acad Dermatol. 1980;3:1-13.

    150. Meissner M, Beier C, Gille J, Kaufmann R. Annularleukocytoclastic vasculitis in association with chronichepatitis B. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2007; 21:135-6.

    151. Nousari HC, Kimyai-Asadi A, Stone JH. Annular leuko-cytoclastic vasculitis associated with monoclonalgammopathy of unknown significance. J Am AcadDermatol. 2000;43:955-7.

    152. Poyrazoglu HM, Per H, Gunduz Z, Dusunsel R, ArslanD, NarIn N, Gumus H. Acute hemorrhagic edema ofinfancy. Pediatr Int. 2003;45:697-700.

    153. Nakajima H, Ikeda M, Yamamoto Y, Kodama H. Largeannular purpura and paraneoplastic purpura in apatient with Sjogren's syndrome and cervical cancer.J Dermatol. 2000;27:40-3.

    154. Cribier B, Cuny JF, Schubert B, Colson A, Truchetet F,Grosshans E. Recurrent annular erythema with pur-pura: a new variant of leucocytoclastic vasculitisresponsive to dapsone. Br J Dermatol. 1996;135:972-5.

    155. Chan LS, Cooper KD, Rasmussen JE. Koebnerization as a cutaneous manifestation of immune complex-mediated vasculitis. J Am Acad Dermatol. 1990;22:775-81.

    156. Lawley TJ, Moutsopoulos HM, Katz SI, Theofilopoulos AN, Chused TM, Frank MM. Demonstration of circulating immune complexes in

    Sjgrens syndrome. J Immunol. 1979;123:1382-7.157. Moutsopoulos HM, Chused TM, Mann DL, Klippel

    JH, Fauci AS, Frank MM, et al. Sjgrens syndrome(sicca syndrome): current issues. Ann Intern Med. 1980;92:212-26.

    158. Levinsky RJ, Lehner J. Circulating soluble immunecomplexes in recurrent oral ulceration and Behets syndrome. Clin Exp Immunol. 1978;32:193-8.

    159. Valesini G, Picardo M, Pastore R, Pivetti P. Circulatingimmune complexes in Behets syndrome: purifica-tion, characterization and cross-reactivity studies.Clin Exp Immunol. 1981;44:522-7.

    160. Jorizzo J. Behets disease: an update based on the1985 international conference in London. ArchDermatol. 1986;122:556-8.

    161. Kalayciyan A, Zouboulis C. An update on Behcet'sdisease. J Eur Acad Dermatol. Venereol2007;21:1-10.

    ENDEREO PARA CORRESPONDNCIA / MAILING ADDRESS:Paulo Ricardo CriadoDiviso de Clnica Dermatolgica - ICHCAv. Doutor Enas Carvalho de Aguiar, 255 - 3 Andar05403 000 - So Paulo -SP Tel./Fax: (11) 3069-8001 (11) 3088-9145E-mail: [email protected]

    RevABDV82N5.qxd 26.10.07 10:55 Page 403

  • An Bras Dermatol. 2007;82(5):387-406.

    b) podem ser observadas reaes do tipo II(citotoxicidade mediada por anticorpos), comona granulomatose de Wegener c) podem ocorrer os quatro tipos das reaes deGel e Coombs no espectro fisiopatognico dasvasculitesd) a vasculite de Churg-Strauss tem envolvimen-to das reaes do tipo I de Gel e Coombs

    5. Nos diversos estudos sobre fatores etiolgicosdas vasculites, em mdia a etiologia permanece obs-cura em cerca de:

    a) 10% dos casosb) 35% dos casosc) 55% dos casosd) 90% dos casos

    6. Na vasculite leucocitoclstica a deposio de imu-nocomplexos nos vasos no dependente da(o):

    a) presso hidrosttica, principalmente nasreas pendentes do organismob) estado funcional do sistema macrofgico teci-dualc) tipo de imunoglobulina em questod) ativao do sistema fibrinoltico, o qual estexarcebado nas fases iniciais da doena, propi-ciando a vasopermeabilidade e a deposio ini-cial dos imunocomplexos

    7. Qual das afirmativas incorreta?a) os imunocomplexos circulantes interagemcom o endotlio e ativam as clulas endoteliais,provocando a liberao de altos nveis do ativa-dor tecidual do plasminognio (t-PA)b) o endotlio atua na regulao da hemostasia,na permeabilidade capilar e no tnus vascularc) em condies fisiolgicas normais a superf-cie endotelial tem caractersticas anticoagulantesd) o desequilbrio entre propriedades anticoa-gulantes e pr-coagulantes, nas fases precoces dadoena, conduz trombose do vaso e ao estabe-lecimento clnico da prpura palpvel e necroselocal

    8. Assinale a alternativa incorreta em relao aosimunocomplexos:

    a) os imunocomplexos depositados ativam acascata do complemento produzindo C3a e C5ab) so responsveis pela degranulao dos mast-citos e atrao dos neutrfilos para a rea lesadac) os imunorreagentes so detectados em qual-quer leso de vasculite cutnea dos pequenosvasos, independente do tempo

    Questes e resultados das questes

    1) Quais caractersticas no participam da vasculitenecrotizante?

    a. reas segmentares de infiltrao transmuralpor neutrfilosb) reas segmentares de infiltrao intimal por neutrfilos, ruptura da arquitetura da parede dovaso e necrose de coagulaoc) reas segmentares de infiltrao transmuralporneutrfilos e ruptura da arquitetura da pare-de do vasod) necrose fibrinide da parede vascular

    2. Assinale a afirmativa incorreta em relao s vasculites:a) as caractersticas observadas no examehistopatolgico dependem da localizao e tambm do tempo de evoluo da leso previa-mente biopsiadab) venulite necrotizante cutnea apresentacomo caractersticas histopatolgicas o acometi-mento das pequenas vnulas ps-capilares na dermec) vasculite eosinoflica geralmente observadanos casos de vasculites sistmicas, tais comopoliarterite nodosa e sndrome de Churg-Strauss, ou de vasculites que ocorrem no contexto dasdoenas auto-imunes do tecido conectivod) nas leses com menos de 12 horas de instalaoou naquelas com mais de 48 horas de evoluoobserva-se invariavelmente grande infiltrado neutroflico, alm de poder estar ausente a leucocitoclasia

    3. Em relao ao calibre dos vasos da pele, assinalea alternativa correta:

    a) os "pequenos vasos" incluem capilares, vnulasps-capilares e arterolas no musculares queconstituem vasos tipicamente inferiores a 50mde dimetrob) os "pequenos vasos" constituem vasos tipica-mente inferiores a 30m de dimetro e soencontrados sobretudo na derme reticular pro-fundac) os "vasos de mdio calibre" so aqueles comdimetro entre 30 e 100m e que contm cama-da muscular em sua parede d) os vasos superiores a 150m de dimetro soencontrados na tela subcutnea da pele

    4. Em relao aos mecanismos patognicos implica-dos nas diferentes vasculites cutneas, qual alternati-va est incorreta?

    a) exclusivamente relacionados aos fenmenosdo tipo III de Gel e Coombs

    404 Brandt HRC, Arnone M, Valente NYS, Criado PR, Sotto MN.

    RevABDV82N5.qxd 26.10.07 10:55 Page 404

  • Vasculite cutnea de pequenos vasos: etiologia, patognese, classificao e critrios diagnsticos Parte I 405

    An Bras Dermatol. 2007;82(5):387-406.

    d) a deposio de imunocomplexos e comple-mento at sua remoo ocorre em perodo quevaria de 18 a 24 horas

    9. A respeito dos estmulos que ativam o endotlio:a) leucotrieno B4, histamina dos mastcitos,imunocomplexos, anxia, trombina e vrias cito-cinas so ativadores do endotliob) os fibroblastos no participam do processo c) as molculas de adeso permanecem cons-tantes, sem alterao numricad) a ativao dos linfcitos e seu envolvimentona patognese no relevante no desenvolvi-mento de alguns tipos de vasculite sistmica

    10. Sobre a fase tardia da vasculite leucocitoclstica, incorreto afirmar:

    a) clulas T e clulas dendrticas tm potencialpara iniciar resposta imunolgicab) clulas endoteliais participam como clulasapresentadoras de antgenosc) no so observadas microtrombose vascular,isquemia tecidual, extravasamento de hemcias enecrosed) h expresso de antgenos de classe I e II doMHC na superfcie endotelial

    11. Faz parte do padro clssico encontrado na his-topatologia da vasculite cutnea dos pequenos vasos,exceto:

    a) inflamao angiocntrica segmentar comedema das clulas endoteliaisb) necrose fibrinide da parede vascularc) infiltrado inflamatrio em torno e dentro daparede dos vasos sangneos da derme, compos-to por grande nmero de neutrfilos, os quaisapresentam leucocitoclasiad) no se observa extravasamento de hemcias

    12. Qual das afirmativas incorreta?a) a correlao clinicopatolgica sempre obri-gatria no diagnstico das vasculitesb) depsitos de imunocomplexos na VCPV solocalizados na membrana basal da parede venu-lar ps-capilar, no lado do lmen do vaso, nasleses recm-instaladasc) nas vasculites leucocitoclsticas cutneas(vasculites de hipersensibilidade de Zeek) osnveis de complemento costumam ser normaisd) a necrose fibrinide da parede vascular no a caracterstica mais relevante na distino histo-patolgica entre uma verdadeira vasculite leuco-citoclstica e outras reaes ou dermatoses vas-culares neutroflicas

    13. Em relao aos nveis do complemento sriconas vasculites leucocitoclsticas, pode-se afirmar que:

    a) esto normaisb) esto diminudosc) esto elevadosd) altera-se apenas a frao C1q

    14. A VCPV caracterizada por espectro variado deleses cutneas, sendo mais comum a presena de:

    a) urticasb) equimosesc) ndulos purpricosd) prpura palpvel

    15. Nas VCPV o padro de imunofluorescncia maishabitualmente observado :

    a) deposio contnua e linear deIgM>IgG>C3 dentro e ao redor da parede dosvasos sangneosb) deposio granular de IgM>IgG>C3 dentroe ao redor da parede dos vasos sangneosc) deposio contnua e linear deIgG>IgM>C3 dentro e ao redor da parede dosvasos sangneosd) deposio granular de C3>IgG>IgM dentroe ao redor da parede dos vasos sangneos

    16. Fora do contexto da prpura de Henoch-Schonlein, depsitos vasculares de IgA podem ocor-rer, em vrias circunstncias, na pele no lesada depacientes com as seguintes afeces, exceto:

    a) hemossideroseb) alcoolismoc) artrite reumatided) dermatite herpetiforme

    17. Observam-se formas clnicas de aspecto anularda vasculite leucocitoclstica nas seguintes situaes,exceto:

    a) urticria vasculiteb) sarcoidosec) mieloma mltiplod) doena de Behet

    18. Assinale a alternativa incorreta:a) o curso das vasculites cutneas geralmente autolimitadob) as leses podem recorrer ou tornar-se crni-cas ou intermitentes, durante meses ou anosc) os episdios podem estar associados commal-estar, artralgia, febre e mialgiad) cerca de 50% dos pacientes ter doenarecorrente no intervalo de meses a anos

    RevABDV82N5.qxd 26.10.07 10:55 Page 405

  • Como citar este artigo / How to cite this article: Brandt HRC, Arnone M, Valente NYS, Criado PR, Sotto MN. Vasculite cutneade pequenos vasos: etiologia, patognese, classificao e critrios diagnsticos Parte I. An Bras Dermatol. 2007;82(5)387-406.

    Gabarito

    1. D 2. D3. A 4. A 5. C 6. A 7. C8. A 9. A10. B

    13. A14. D15. B16. A17. C18. B 11. C 19. C12. A 20. D

    Manifestaes mucocutneas da dengue. An BrasDermatol. 2007;82(4):291-305.

    An Bras Dermatol. 2007;82(5):387-406.

    406 Brandt HRC, Arnone M, Valente NYS, Criado PR, Sotto MN.

    19. A respeito das manifestaes sistmicas associa-das vasculite cutnea dos pequenos vasos:

    a) rins e pulmes esto sempre acometidosb) na congesto dos seios paranasais, devemosafastar quadro de sinusite associadac) observa-se com freqncia artralgia, sendo aartrite ausente em todos os casosd) clicas abdominais, nuseas e vmitos sodecorrentes da medicao utilizada, mas no sosintomas de vasculite

    20. Formas de vasculite pustulosa podem ser obser-vadas nas seguintes condies, exceto:

    a) gonococcemiab) prpura fulminantec) doena de Behetd) vasculite cutnea dos pequenos vasos

    RevABDV82N5.qxd 26.10.07 10:55 Page 406