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Caderno ComerCial | edição norTeSegunda-feira 28 de março de 2016
A acne é uma doença inflamatória crónica dos folículos pilossebá-ceos, particularmente frequente na adoles-
cência, atingindo cerca de 85% dos indivíduos entre os 12-24 anos.
No entanto, nos últimos anos, te-mos observado um aumento gradual das acnes pré-pubertária (8-11 anos) e tardia (25-40 anos), estimando-se que 41% das mulheres com idades compreendidas entre os 25-40 anos têm acne.
As causas deste aumento não são completamente conhecidas, mas fa-tores que condicionaram a alteração das condições de vida tais como tra-balho, stress, insónia, contraceção e tabagismo desempenham provavel-mente um papel importante.
A acne pode ser altamente de-bilitante, quer física quer psicolo-gicamente, levando a sentimentos de inferioridade, isolamento, estig-matização social e depressão, espe-cialmente na adolescência, em que a “imagem” assume um papel pri-mordial. Não menos importante é o impacto na idade adulta, período em que é entendida como “já não sendo suposto ter acne!”.
A acne resulta da combinação de quatro fatores: produção excessiva de sebo, obstrução do folículo pilos-sebáceo, proliferação bacteriana e inflamação. São fatores prognósti-cos de gravidade: a hiperseborreia, a idade de início <16, o atingimento do dorso, o stress, e fatores genéticos (história familiar de acne).
O papel do tabaco e da alimen-tação (leite, alimentos com alto índice glicémico, chocolate, etc.) permanece controverso e em aceso debate, não havendo, no momento, evidência científica que suporte a recomendação de dietas restri-tivas.
O tratamento deve ser institu-ído o mais precocemente possível em todas as idades, de forma a di-minuir a probabilidade da forma-ção de cicatrizes permanentes e o impacto da doença na autoestima. Consiste em cuidados gerais (higie-ne diária da pele e aplicação de cos-méticos adequados) e tratamento médico tópico e/ou sistémico.
Existem outras modalidades de tratamento a considerar em situa-ções específicas e nas cicatrizes, tais como lasers, dermabrasões, micro-needling, preenchimentos, luz azul e vermelha e métodos ci-rúrgicos.
A gravidez é um período par-ticular, em que a evolução da acne é variável. Nalgumas mulheres observa-se recorrência da acne enquanto noutras a acne melhora consideravelmente.
Existem princípios ativos anti-acneicos teratogénicos (que provo-cam malformações fetais) mesmo em cosméticos de venda livre e que devem ser evitados no período pré--concecional e na gravidez.
O seu dermatologista é o pro-fissional mais credenciado para o tratamento e aconselhamento. //
Drª Marta Teixeira, Coordenadora de Dermatologia do Hospital Privado da Boa Nova, Grupo Trofa Saúde
Borbulhas, espinhas e pontosnegros… Tratar para não marcar![ grupo trofa saúde ]
a aCne pode ser alTamenTe debili-TanTe, quer físiCa quer psiCologiCa-menTe, levando a senTimenTos de inferioridade, isolamenTo, esTig-maTização soCiale depressão
