Vergilio Ferreira e o Existencialismo

5/14/2018 Vergilio Ferreira e o Existencialismo - slidepdf.com

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Escola Secundária do Entroncamento

VERGÍLÍO FERREÍRA

‘’ Se fazes questão em reflectir sobre o enigma da vida e do universo, vê se te

despachas depressa, que a espécie humana qualquer dia acaba.’’

História A

CATARINA LIMA



Ficha Biogra fica Vergílio Ferreira nasceu a 28 de Janeiro de 1916, em Melo, aldeia do concelho de Gouveia,

na Beira Alta. Na procura por melhores condições de vida, os seus pais emigraram para a

América do Norte quando tinha 2 anos de idade. Em consequência, é entregue à guarda das

suas tias, situação esta que o motivou, mais tarde, à escrita de um livro, Nítido Nulo.

Aos 10 anos entra no Seminário do Fundão e formou-se, em Coimbra, em Filologia

Clássica, em 1940, com brilhantes resultados.

Casou com Regina Kasprzykowski, portuguesa de origem polaca, de quem teve um filho,

médico.

Exerceu a carreira do ensino em Faro, Bragança, Évora (viveu aí 14 anos) e, desde 1959 até

à aposentação, em Lisboa, no Liceu Camões.

Faleceu, em Lisboa, no dia 1 de Março de 1996.

O Existencialismo

De um modo geral, podemos considerar que a sua obra literária se encontra dividida e

agrupada em dois períodos literários: o Neo-realismo e o Existencialismo. Concentremo-nos no

Existencialismo.

O existencialismo é uma corrente filosófica que tem o seu início na primeira metade do

século XX, originária da Europa. Centrado na reflexão da liberdade individual e no sentido da

existência humana, podemos dizer que o existencialismo, enquanto corrente filosófica

propriamente dita, se manifestou sobretudo nos momentos em que se revelou uma crise

social. De facto, foi o que aconteceu com o despoletar da Primeira Grande Guerra em que o

Homem se confrontou com a morte em grande escala, o que o levou a questionar-se sobre

algo que lhe parecia inquestionável até então: o progresso optimista da ciência e o

desenvolvimento da técnica.

De um modo objectivo, o Existencialismo deve responder às angústias do homemconcreto, com a sua ânsia de saber e busca de sentido para a sua existência.

Por outro lado, o existencialismo pode ser interpretado como um humanismo que procura

libertar o Homem dos tabus, sobretudo religiosos, e propõe a construção do Homem a partir

de si próprio, através de sucessivas reflexões.

Vergílio Ferreira imprime este seu lado Existencialista na sua obra Aparição, onde as

personagens se interrogam continuamente sobre o sentido da sua existência, saltitando de

interrogação em interrogação, afirmando que o homem é um ser-para-a-morte.

Porém, podemos afirmar que toda a sua obra Existencialista está focada em dar voz ao

Homem, em descobrir a sua grandeza e ao mesmo tempo a sua miséria, abanando as

consciências alienadas, provocando um sério debate sobre a condição humana.



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