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1 Ano 3 • Ed. 16 • mAi 2010• PArA os mElhorEs lEitorEs. VERSÁTIL entrevista MÔNICA MARTELLI educação Bullying Escolar saúde Dores e lesões das guerreiras do teclado turismo Winchester Mystery House decoração Black is Beautiful negócios Convergência ou Inconvergência Digital?! game Dragon Age Origins

Versátil Magazine Edição 16

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Revista de variedades da região do Butanta, Granja Vianna e Morumbi. Sempre trazendo entrevistas exclusivas com personalidades do mundo artístico e cultural, a Versátil é um excelente canal para divulgação de sua empresa. Seja Versátil!

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Ano 3 • Ed. 16 • mAi 2010• PArA os mElhorEs lEitorEs.

VERSÁTIL

entrevista

MÔNICA MARTELLI

educaçãoBullying EscolarsaúdeDores e lesões das guerreiras do tecladoturismoWinchester Mystery HousedecoraçãoBlack is BeautifulnegóciosConvergência ou Inconvergência Digital?!gameDragon Age Origins

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Criare participa da Casa Cor 2010 que, nesta edição, abordará o tema sustentabilidade

Publieditorial

Pensou em móveis planejados, conte com a ACR Criare

AC

E M

ais

Com mais de 100 ambientes distribuídos em 56 mil m2, a 24ª edição da CASA COR acontecerá sob o tema “Sua casa, sua vida,

mais sustentável e feliz”.Ao percorrer o evento, o público encontrará diver-sos ambientes que revelam o prazer de morar bem e com bom gosto, explorando as principais tendên-cias que o mercado tem a oferecer. A exposição será composta por uma Casa da Família, com living, sala de jantar do guloso, suíte do casal apaixonado, quarto da jovem vaidosa, entre outros espaços; ain-da, contará com quatro Casas Temáticas: sustentá-vel, campo, praia e piloto de automóveis; oito Lo� s e um Apartamento do Jovem Milionário. Este úl-timo, projetado pelo arquiteto Leonardo Junquei-ra, receberá toda a parte de marcenaria e porta da CRIARE. A marca vai explorar os segmentos de armários, cozinha e objetos em madeira a serem utilizados na decoração e otimização dos ambien-tes, através de uma combinação moderna de cores e design, e um estilo único, típico da CRIARE.

A edição deste ano acontecerá simultaneamente com mais três eventos: CASA HOTEL, dedicado ao setor de hotelaria e turismo; CASA KIDS, com tendências em decoração e arquitetura para toda a família; e o CASA TALENTO, onde jovens pro� s-sionais da arte e do design farão exposição de seus trabalhos.Em celebração ao 50° aniversário de Brasília, o ho-menageado será o urbanista Lucio Costa, responsá-vel pelo projeto da capital federal.A Casa Cor é o maior evento de arquitetura, deco-ração e paisagismo da América Latina e o segundo maior do mundo. Este ano, os organizadores con-� rmam que haverá maior interatividade entre as mostras. Não perca!

CASA COR 2010 De 25 de Maio a 13 de Julho Jockey Club de São Paulo - Av. Lineu de Paula Machado, 1.075 - Cidade Jardim www.casacor.com.br/saopaulo

A edição deste ano acontecerá simultaneamente com mais três eventos: CASA HOTEL, dedicado ao setor de hotelaria e turismo; CASA KIDS, com tendências em decoração e arquitetura para toda a família; e o CASA TALENTO, onde jovens pro� s-sionais da arte e do design farão exposição de seus

Em celebração ao 50° aniversário de Brasília, o ho-menageado será o urbanista Lucio Costa, responsá-

A Casa Cor é o maior evento de arquitetura, deco-ração e paisagismo da América Latina e o segundo maior do mundo. Este ano, os organizadores con-� rmam que haverá maior interatividade entre as

Jockey Club de São Paulo - Av. Lineu de Paula Machado, 1.075 - Jockey Club de São Paulo - Av. Lineu de Paula Machado, 1.075 -

CASA COR 2010De 25 de Maio a 13 de Julhono Jockey Club de São Paulo

A ACR Criare participa deste evento!

Criare Pagina dupla Versatil maio.indd 1 07.05.10 18:15:57

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Criare participa da Casa Cor 2010 que, nesta edição, abordará o tema sustentabilidade

Publieditorial

Pensou em móveis planejados, conte com a ACR Criare

AC

E M

ais

Com mais de 100 ambientes distribuídos em 56 mil m2, a 24ª edição da CASA COR acontecerá sob o tema “Sua casa, sua vida,

mais sustentável e feliz”.Ao percorrer o evento, o público encontrará diver-sos ambientes que revelam o prazer de morar bem e com bom gosto, explorando as principais tendên-cias que o mercado tem a oferecer. A exposição será composta por uma Casa da Família, com living, sala de jantar do guloso, suíte do casal apaixonado, quarto da jovem vaidosa, entre outros espaços; ain-da, contará com quatro Casas Temáticas: sustentá-vel, campo, praia e piloto de automóveis; oito Lo� s e um Apartamento do Jovem Milionário. Este úl-timo, projetado pelo arquiteto Leonardo Junquei-ra, receberá toda a parte de marcenaria e porta da CRIARE. A marca vai explorar os segmentos de armários, cozinha e objetos em madeira a serem utilizados na decoração e otimização dos ambien-tes, através de uma combinação moderna de cores e design, e um estilo único, típico da CRIARE.

A edição deste ano acontecerá simultaneamente com mais três eventos: CASA HOTEL, dedicado ao setor de hotelaria e turismo; CASA KIDS, com tendências em decoração e arquitetura para toda a família; e o CASA TALENTO, onde jovens pro� s-sionais da arte e do design farão exposição de seus trabalhos.Em celebração ao 50° aniversário de Brasília, o ho-menageado será o urbanista Lucio Costa, responsá-vel pelo projeto da capital federal.A Casa Cor é o maior evento de arquitetura, deco-ração e paisagismo da América Latina e o segundo maior do mundo. Este ano, os organizadores con-� rmam que haverá maior interatividade entre as mostras. Não perca!

CASA COR 2010 De 25 de Maio a 13 de Julho Jockey Club de São Paulo - Av. Lineu de Paula Machado, 1.075 - Cidade Jardim www.casacor.com.br/saopaulo

A edição deste ano acontecerá simultaneamente com mais três eventos: CASA HOTEL, dedicado ao setor de hotelaria e turismo; CASA KIDS, com tendências em decoração e arquitetura para toda a família; e o CASA TALENTO, onde jovens pro� s-sionais da arte e do design farão exposição de seus

Em celebração ao 50° aniversário de Brasília, o ho-menageado será o urbanista Lucio Costa, responsá-

A Casa Cor é o maior evento de arquitetura, deco-ração e paisagismo da América Latina e o segundo maior do mundo. Este ano, os organizadores con-� rmam que haverá maior interatividade entre as

Jockey Club de São Paulo - Av. Lineu de Paula Machado, 1.075 - Jockey Club de São Paulo - Av. Lineu de Paula Machado, 1.075 -

CASA COR 2010De 25 de Maio a 13 de Julhono Jockey Club de São Paulo

A ACR Criare participa deste evento!

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editorial expediente

Caros leitores,

A Versátil Magazine comemora em 2010 seu terceiro ano de existência junto aos melhores leitores da região Oeste de São Paulo.

A revista só intensifica e define a própria existência quando chega às mãos dos leitores. Aí, sim, dialogando com tantas pessoas com ideias e ideais diferentes, as con-versas são outras - mais ricas e com efetiva possibilidade de concretização. Um dos nossos hábitos – sem o qual nada publicaríamos – é o respeito às opiniões dos leitores, entrevistados, colunistas e colaboradores.

Não há trabalho que desponte sem amor, dedicação, fé e uma pitada de humor. A entrevista deste mês confir-ma isto. Evidencia várias dificuldades e surpresas – boas e más - que todos temos quando, realmente, desejamos. Nosso encontro foi com a atriz Mônica Martelli, autora e atriz do espetáculo teatral Os Homens são de Marte... e é pra lá que eu vou!. Mônica é um espetáculo e, dos basti-dores ao palco, não há quem resista ao seu brilho e à sua simpatia.

Sua história e suas lutas acontecem através do humor. Como diz, de repente o “pulo do gato” surge, surpreende e as coisas emplacam. Ela contou como descobriu que, além de atriz, era também escritora. Mônica é jornalista, mas sempre focou sua vida na arte da interpretação. Até que veio o “pulo do gato”: com passagens pela TV e pelo teatro, a carreira deu um salto e o reconhecimento do seu trabalho veio e ficou. Hoje, sua especialidade é divertir. Mô-nica Martelli é um exemplo de entrega ao trabalho.

Um agradecimento especial as empresários da região da Granja Viana, que cada vez mais incentivam nosso tra-balho, acreditando na Versátil Magazine como um veículo especial e diferenciado para a exposição de suas marcas, que, como nós, vivem junto ao público.

Até junho!

PublisherClaudia Liba Produtor ExecutivoHorácio Sei Redaçã[email protected] DutraValéria DinizClaudia Liba

Jornalista Responsável Silvia Dutra – MTb [email protected]

[email protected]+Q Artes GráficasDaniella Kobayashi Feba (Free lancer)

Produção Gráfica+Q Artes Gráficas Revisã[email protected]éria Diniz

ColaboradoresAlexandre Lourenço - DiversatilidadeBeatriz Nogueira - EducaçãoCarolina Battellino - PetsGabriel Leicand - GastronomiaRicardo Bastos - CidadaniaMarília Coutinho - Esporte Paula Carvalho - Livros [email protected] Penteado

Pré-Impressão, Impressão e AcabamentoW Gráfica

Distribuição Butantã, Vl. Indiana, Jd. Rizzo, Jd. Bonfiglioli, Vl. Gomes, Cidade Universi-tária, Caxingui, Jd. Ester, Morumbi, Jd. Guedala, Vl. Sônia, Pq. dos Príncipes Vl. São Francisco e Granja Viana.

Tiragem20.000 exemplares

Para Anunciar(11) [email protected] www.revistaversatil.com.br

VERSÁTILVersátil Magazine é uma publicação mensal, distribuída gratuitamente e não se responsabiliza por eventuais mudanças na pro-gramação fornecida, bem como pelas opiniões emitidas nesta edição. Todos os preços e informações apresentados em anúncios publicitários são de total responsabilidade de seus respectivos anunciantes, e estão sujeitos a alterações sem prévio aviso. É proibida a reprodução parcial ou total de textos e imagens publicados sem prévia autorização.

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educaçãoBullying Escolar

cidadaniaProjeto Ponto a Ponto

saúdeDores e lesões das guerreiras do teclado

petO Salão de Beleza do seu Pet

esporteSurfe

meio ambienteA Construção civil, a Madeira e a Floresta

turismoWinchester Mystery House

capaMônica Martelli

gastronomiaC’est chic le cochon

receitaBrie com Presunto Parma

decoraçãoBlack is Beautiful

negóciosConvergência ou Inconvergência Digital?!

gameDragon Age Origins

mix culturalLivros, Cinema, DVDs, CDs, Shows e Teatro

nosso bairroRoteiro para passear com seu amor

diversatilidadeBom dia, doutor Google

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sumário

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“Seu filho pode ser vítima de bullying se não tiver mais

vontade de ir à es-cola, pedir para sair da mesma ou cho-

rar sem razão às segundas-feiras.”

educação_Bullying Escolar

por Beatriz Nogueira

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BULLYINGESCOLAR

O termo bullying descreve atos de violência física ou psicológica intencionais,, repetitivos e sem motivos, em relações desiguais de poder.

Pode caracterizar-se por práti-cas como tiranizar, colocar ape-lidos humilhantes, discriminar, assediar, quebrar pertences, ater-rorizar (entre outras).

O bully é o “valentão”, oprime e persegue as pessoas, vivendo em qualquer classe social.

Os educadores identificam o problema observando relações grupais, vendo quem é o último a ser escolhido, o alvo da “zoação”. A vítima é triste, ansiosa, tende a tirar notas baixas e apresenta-se muito temerosa. Falta muito às au-las, aparece com arranhões ou ou-tros ferimentos e isola-se de todos.

Seu filho pode ser vítima de bullying se não tiver mais vonta-de de ir à escola, pedir para sair da mesma ou chorar sem razão às segundas-feiras. Se perder di-nheiro sem motivo, tiver pesade-los, pedir companhia para ir até a escola. Pode ter apetite obses-

sivo e não convidar colegas para irem à sua casa. Próximo de finais de semana, feriados, férias, fica aliviado. Pode, também, simular mal-estar, mudar o trajeto até a escola, fazer comentários nega-tivos sobre os professores e não receber convites para festas. Vive assustado e triste.

O educador que pratica bullying humilha e menospreza o aluno em público. Tem preferência por um em detrimento de outro, agri-de verbal e moralmente de forma depreciativa e preconceituosa.

O bully quer suas vontades e or-dens atendidas e gosta da sensa-ção de poder. No dia a dia, pode estar sofrendo maus-tratos por fa-miliares, humilhação pelos adultos ou já sofreu algum tipo abuso.

Se assediado sexual e moral-mente, ameaçado ou perseguido por um aluno, o educador pode estar sendo vítima de bullying. Atente para o que sente e perceba, de fato, o que está acontecendo.

O “alvo” do bully tem traços diferentes do “padrão” cultural, étnico ou religioso. É tímido, obe-

so ou muito magro, usa óculos ou tem alguma deficiência física (en-tre outras características).

Se seu filho é bully, não ignore o fato, pois ele precisa de ajuda. Converse com professores e ami-gos, peça orientação sobre como agir. Coloque limites em relação a comportamentos violentos, en-coraje-o a desculpar-se, ame-o e elogie o que ele tem de bom crian-do situações em que se saia bem.

A vítima pode não superar o trauma, tentar suicídio ou ser bully no futuro. O mesmo pode ocorrer com a testemunha que não vê con-sequência para o agressor. Cala-se para não ser uma futura vítima.

A escola tem a função de de-senvolver cidadania, respeito, convivência com diversidades. Não pode mais abafar o problema.

Aloma Ribeiro Felizardo. Pedagoga. [email protected] sobre possíveis ações pedagó-gicas contra o bullying escolar

Bullying Escolar_educação

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cidadania_Projeto Ponto a Ponto

A artista plástica e paisagista paulistana Silvia Valentini criou um veículo de comunicação que mudou para melhor a vida de muitos deficientes visuais do Brasil e de outros países. Trata-se do Boletim Ponto a Ponto – originado pelo Projeto Ponto a Ponto -, uma publica-ção mensal em Braille que pro-move a integração social dos deficientes visuais levando cul-tura, informação e distração.

Projeto Ponto a Ponto

por Silvia Dutra

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Projeto Ponto a Ponto _cidadania

Tudo começou em 1994, quando iniciou uma ex-periência de voluntária na audioteca Clube da Boa Leitura, na cidade do Rio de Janeiro. Lá, aprendeu Braille e tomou consciência dos desafios enfrenta-dos por cegos e, principalmente, surdocegos.

Percebeu que havia uma escassez tremenda de material para que pudessem ler e aprender. Um cego ainda pode tomar consciência do que acon-tece ao seu redor através da audição, mas alguém que, além de cego, é surdo, só pode aprender atra-vés do Braille.

Silvia resolveu criar um cadastro e promover o cruzamento de informações dessas pessoas. O ob-jetivo inicial era aproximá-las, incentivando a convi-vência.

Amizades, colaborações profissionais, reencon-tros, descobertas de atividades e hobbies e até ca-samentos nasceram graças à sua iniciativa. Seus arquivos guardam histórias tocantes de superação e vontade de viver, como a de um associado por-tuguês que, por meio do projeto, fez amizade com cegos de várias partes do mundo e, em 1999, aos 50 anos, casou-se com uma brasileira e mudou para o Brasil. Outros associados brasileiros apren-dem Espanhol trocando cartas com deficientes vi-suais da Espanha, do Uruguai, da Argentina e de Cuba. Muitos voltaram a estudar ou descobriram o gosto pelo conhecimento e por atividades até então desconhecidas, como a Yoga e a palavra cruzada. Há associados em países distantes - Kuala Lumpur, Hungria, Índia, China, Israel, Marrocos, Egito, Por-tugal - e a comunicação acontece em Português, Inglês e Espanhol, já que muitos são poliglotas. O que começou pequeno reúne hoje mais de 400 as-sociados, em 40 países.

Muitos deles, entusiasmados com o novo ho-rizonte descortinado, escreviam diretamente para Silvia, pedindo informações sobre assuntos especí-ficos. Ela coletava material, transcrevia tudo para o

Braille (em uma máquina manual de sua proprieda-de) e enviava pelo correio. Fez isso com mais de 300 artigos, sobre variados assuntos.

A procura por artigos era tanta que, em 2006, Sil-via decidiu expandir as atividades e criar o Boletim Ponto a Ponto, uma revista mensal, em Braille, com assuntos atuais. Conseguiu patrocínio do programa Petrobras Cultural e lançou a primeira edição do pe-riódico em setembro de 2008.

Com a ajuda da filha, Juliana, seleciona em jornais e revistas os assuntos que entrarão em cada edi-ção. O espaço é exíguo. Cada folha impressa, ao ser transcrita para o Braille, ocupa 4 vezes mais espaço. Por isso, a edição tem que ser cuidadosa, visando a assuntos que sejam interessantes para um grande número de pessoas. Depois de montado, o Bole-tim segue para a Fundação Dorina Nowill, que faz a transcrição para o Braille, a diagramação, revisão e impressão. Cada exemplar tem 30 folhas impressas, frente e verso, e um artigo ilustrado em relevo.

A distribuição é gratuita e feita diretamente para leitores, bibliotecas e instituições de todo o Brasil, Portugal e África. Só na cidade de São Paulo há 1.540 usuários leitores inscritos na Biblioteca Braille do Centro Cultural São Paulo. Estima-se que cada unidade da tiragem mensal de 2.000 exemplares atinja em média 30 pessoas e um considerável uni-verso de 60 mil pessoas deficientes que, de outra maneira, não teriam acesso a tantas informações.

Silvia conta que, embora a Petrobras Cultural te-nha renovado o patrocínio por mais um ano, está à procura de novos parceiros, pois pretende aumentar o veículo, produzindo 120 páginas em cada edição. O Boletim Ponto a Ponto tem apoio da Lei Rouanet e isenção de 100% de impostos para empresas e pessoas físicas que decidam colaborar.

Os interessados podem fazer contato com Silvia Va-lentini Caixa Postal 823 - CEP 06709-970 - Cotia - SP

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saúde_Dores e lesões das guerreiras do teclado

Lupicínio Rodrigues - autor da “dor de cotovelo” significando de-cepção amorosa - que nos per-doe. Dor de cotovelo é epicondi-lite, síndrome de compressão do nervo ulnar ou outra coisa sem graça. Em vez do glamour “de-prê”, uma lesão degenerativa.

O Dr. Fabiano Rebouças Ri-beiro, ortopedista do Hospital do Servidor Público Estadual (São Paulo) e do Centro Médico Ber-rini, explicou, por exemplo, que o “tenis elbow” (epicondilite lateral) ocorre só em 5% dos tenistas -

Dores e lesões das guerreiras do teclado

por Marília Coutinho e Bernardo Aronsa

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Dores e lesões das guerreiras do teclado_saúde

cujos esforços produzem a le-são. A maioria das vítimas não é atleta. A epicondilite ocorre mais entre 35 e 55 anos, em profis-sionais que usam computadores com frequência. Ribeiro também explicou que esforços repetitivos intensos nos músculos do ante-braço e cotovelo geram lesões degenerativas.

A epicondilite é um dos Dis-túrbios Osteomusculares Rela-cionados ao Trabalho (DORT). Grande parte deles se relaciona à má postura e movimentos repeti-tivos ininterruptos, com posicio-namento inadequado dos mem-bros, por exemplo. Outra “dor de cotovelo” é a síndrome do túnel cubital ou de compressão do nervo ulnar, no cotovelo. Se comprimido no punho, provoca a

síndrome do canal de Guyon. No mesmo local, há frequentes teno-sinovites DeQuervain - processos inflamatórios dos tendões - e a síndrome do túnel do carpo, pela compressão do nervo mediano. Como sintomas, dores, formiga-mento, insensibilidade. Tal sín-drome também afeta o polegar, o indicador e o dedo médio e pode ocorrer perda funcional da capa-cidade preênsil da mão.

A maior parte dos DORT afeta mais as mulheres. Mas há uma polêmica sobre a prevalência de LER (lesão do esforço repetitivo) e DORT entre elas. O CEREST (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador do Estado de São Paulo) diz que 57,35% dos casos ocorrem em mulheres. Documen-tos sindicais e congressos apon-

tam controvérsias nestes dados: LER/DORT não são doenças e di-ficilmente terão incidência epide-miológica inequívoca. Se desta-cadas as DORT ligadas a esforço repetitivo de digitação, a preva-lência é mesmo feminina, já que a maior parte das funções com digi-tação ininterrupta é realizada por mulheres (secretárias, operadoras de telemarketing etc.). Professo-res, jornalistas têm menor vulne-rabilidade. Pela maior responsabi-lidade e atividade criativa, há mais pausas durante o trabalho, mes-mo com má postura.

A tenosinovite ou epicondilite do professor não dói menos que a da secretária. Cá para nós, mu-lheres e homens não estão igual-mente distribuídos no mercado de trabalho. Assim, as lesões não são mesmo iguais.

Dra. Marília Coutinho. Consultora es-portiva, personal trainer, atleta e escri-tora. www.bodystuff.org [email protected] Bernardo Aron. Fisioterapeuta e atleta. www.bernardoaron.com [email protected] Clínicas: Rua Bandeira Paulista, 1.193 - Itaim Fone: (11) 3845-5777 Alameda Araguaia, 2.044 - Alphaville Fone: (11) 4082-2377Preparação esportiva, consultoria e qualidade de vida empresarial.

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O SALÃO DE BELEZA DO SEU PET

pet_O Salão de Beleza do seu Pet

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por Carolina Battellino

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A escolher o lugar para seu pet tomar banho, é im-portante verificar as condições de higiene, os produ-tos usados e o treinamento dos profissionais?

Cada animal tem seu comportamento e seu nível de estresse. Gatos são mais desconfiados e assusta-dos. Amedrontam-se com latidos e o barulho do se-cador. Mesmo acostumados não são muito adeptos e tentam fugir.

O profissional tem que ter paciência e saber conter o animal para que não se machuque. Maus profis-sionais se irritam e acabam fazendo besteiras. Vi um funcionário bater a cabeça do animal na mesa! UM ABSURDO! Contenção e maus-tratos são bem dife-rentes. É essencial que gostem dos animais! Algu-mas atitudes me irritam profundamente: prender na “girafa” (haste anexa à mesa) e sair de perto, com a desculpa de que é só por um minutinho e que o animal não pula da mesa. Não dá para confiar no animal – assim como não se pode confiar em uma criança! Ele pula, sim! E pode morrer enforcado.

Não se deve estressar demais o animal, pois também pode levar à morte. Os cães da raça Lhasa Apso, por exemplo, se ficarem muito agitados, o melhor é interromper o banho até que se acalmem. Já vi um Lhasa ter morte súbita por edema pulmonar agudo. Em relação aos gatos, o uso de máscara (espécie de focinheira) e força inadequada na contenção pode levar à morte em função do elevado nível de medo.

A secagem deve ser eficiente, pois a umidade propi-cia doenças de pele. Se ele já tiver alguma, o dono

deve avisar para haver cuidado redobrado, que evite transmissão e piora do problema. Em peles sensí-veis, não se deve usar secador muito quente. Não “esqueça” seu animal, não o deixe horas esperando por você. O excesso de calor da maioria dos lugares prejudica animais com dificuldade respiratória, como os da raça Pug.

Em geral, gatos tomam banho mensalmente; cães, a cada 7 ou 10 dias; raças como Pastor Alemão, Berne-ses, Golden Retriever, a cada 15. A critério do veteriná-rio, animais com doenças de peles podem tomar mais de um banho por semana, devido ao tratamento.

Vamos à higiene do local. Toalhas devem ser esteri-lizadas e individuais, para evitar transmissão de do-enças de pele. Pentes e lâminas de tosa devem ser desinfetados e o local deve passar por detetização contra pulgas e carrapatos. Não adianta economi-zar na compra de produtos como xampu, cremes e outros: têm que ser de boa qualidade. É importante usar bolinhas de algodão nos ouvidos para que a água não entre - e lembrar-se de tirá-las, secando bem os ouvidos para evitar otites.

por Carolina BattellinoMédica Veterinária pela UNESP.Mestre em Patologia Experimental e Comparada pela USP.Contato: (11) 9689-7630

O Salão de Beleza do seu Pet_pet

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O surfe é uma atividade antiga como prática e recente como es-porte. No século XVIII, no Havaí, já era uma tradição secular. Pa-rece certo que veio da Polinésia, onde a prática de surfar ondas sobre pranchas de madeira co-meçou. Em sociedades tribais, tinha relações profundas com a estrutura política e religiosa. Se-melhante à valorização das artes de guerra entre reis e aristocratas em outras culturas: um bom rei

tinha que manejar bem uma es-pada, assim como um bom chefe havaiano tinha que surfar bem.

O contato com os europeus suprimiu grande parte da tradi-ção. Seu retorno e sua dissemi-nação pelo mundo relacionam-se à paixão despertada no escritor norte-americano Jack London, que descobriu o surfe em Waiki-ki e, em 1907, escreveu A Royal Sport: Surfing in Waikiki (Um Es-porte Real: Surfando em Waikiki).

Surfeo Esporte e o Mundo das Ondas

esporte_Surfe

por Marília Coutinho e Bernardo Aron Atuam nas áreas de preparação esportiva,

consultoria e qualidade de vida empresarial.

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London e outros ocidentais cria-ram clubes e expedições. A par-tir da segunda década do século XX, já era praticado na Austrália.

Nos anos 1950, o surfe explo-diu na Califórnia e, dali, para o mundo. Nos anos 1960, a “cultura do surfe” atraiu investimentos de patrocinadores que estavam de olho no mercado de jovens ávidos por um estilo de vida aventureiro, em contato com a natureza.

Assim, cresceu em número de praticantes e aos olhos da mídia, com glamour particular. O surfe tem direito próprio, regras e competições organizadas, e a Associação Internacional de Sur-fe pleiteia “status olímpico” para o esporte.

Em competições, os atletas são julgados e pontuados de acordo com regras internacional-mente reconhecidas. Quem ob-tém a maior pontuação vence o

campeonato.No Brasil, embora introduzido

nos anos 40, sua explosão acon-teceu vinte anos depois, ao sur-girem as primeiras indústrias de pranchas. Nos anos 70, o “estilo de vida surfista” ganhou impulso, com grande crescimento da in-dústria de moda e acessórios e da atividade turística proporcio-nada pela prática.

O surfe é um esporte demo-crático, praticado por um número muito maior de pessoas do que as engajados competitivamente. As pranchas são relativamente caras, mas o investimento é pe-queno se comparado com outros esportes. Pessoas de todas as idades podem praticá-lo. Requer e desenvolve coordenação, agili-dade, força e resistência.

Seus riscos são inerentes a qualquer atividade no mar: afoga-mento, ataque de animais, além

de colisão entre pranchas.Na Califórnia, no Havaí e na

Austrália, estão os locais mais “quentes” do surfe; outros, no Taiti e na África do Sul. No Bra-sil, ficam no litoral norte de São Paulo, em Fernando de Noronha e Florianópolis.

Dra. Marília Coutinho. Consultora es-portiva, personal trainer, atleta e escri-tora. www.bodystuff.org [email protected] Bernardo Aron. Fisioterapeuta e atleta. www.bernardoaron.com [email protected] Clínicas: Rua Bandeira Paulista, 1.193 - Itaim Fone: (11) 3845-5777 e Alameda Ara-guaia, 2.044 - Alphaville Preparação esportiva, consultoria e qualidade de vida empresarial

Surfe_esporte

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A CONSTRUÇÃO CIVIL, A MADEIRA E A FLORESTA

meio ambiente_A Construção civil, a Madeira e a Floresta

A mídia traz inúmeras propa-gandas de empreendimentos imobiliários com forte apelo eco-lógico: “Muito verde e qualidade de vida para sua família”. E, de fato, tecnologias da “Construção Sustentável” ou “Verde” visam à obtenção de ganhos econômicos e ambientais.

Um exemplo está na CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) que, dentre medi-das como instalação de aquece-dores de água por energia solar, anuncia a substituição de estrutu-ras de madeira em telhados pelas

de aço, como “uma maneira de preservar as florestas”. Mas será que o não emprego da madeira ajuda a preservar a floresta?

A resposta induz a grave equívo-co. O desmatamento da Amazônia e suas consequências são vistos, internacionalmente, como o prin-cipal problema ambiental do país. O cidadão comum, sem conheci-mento profundo das reais causas do problema, é induzido a refletir se deve ou não usar algo que identifi-ca como “vilão”: a madeira.

Hoje, a supressão das flores-tas brasileiras tem, como causas principais, a questão fundiária, a

expansão agropecuária, a ocupa-ção urbana e a exploração mine-ral. Ou seja, a exploração da ma-deira não é fator preponderante.

A maior parte da produção ma-deireira da Amazônia, segundo o IMAZONFatos Florestais – 2005, é consumida no Brasil e o Estado de São Paulo é o maior consumidor. Dentre os principais setores con-sumidores, destacam-se a indús-tria moveleira e a construção civil.

Ao adquirir madeira nativa, deve-se optar pela certificada (ou não) de origem legal. O Sistema do FSC – Forest Stewardship Council (Conselho de Manejo

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Florestal) e o de Certificação Florestal Brasileiro do Inmetro (Cerflor) são os instrumentos disponíveis. Para a madeira nativa de origem legal, mas não cer-tificada, há o DOF (Documento de Origem Florestal), do IBAMA. Adquirindo produtos cuja matéria-prima vem da exploração predatória e ilegal de recursos naturais, também somos responsáveis pela degra-dação do meio. Mas cada vez mais consumidores se conscientizam da importância de adotar outros critérios, além do menor preço, para seus hábitos de consumo - e vários empreendimentos já adotam padrões internacionais para conciliar o uso da flo-resta e a conservação de recursos naturais.

A madeira deve ser reapresentada à sociedade como alternativa a materiais como metal, plástico e outros que, em sua produção, utilizam-na como fonte de energia e acarretam graves impactos am-bientais - como o aumento do efeito estufa, indutor de mudanças climáticas que põe em dúvida a so-brevivência das futuras gerações.

Eduardo Aulicino. Engenheiro Civil. Especialista em Desen-volvimento Urbano. UMAPAZ – SVMA.

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turismo_Winchester Mystery House

Localizada em San Jose, Califórnia, a “Win-

chester Mystery House” é uma mansão cuja atmos-fera transporta os visitan-tes para um outro tempo

no passado.

Turistas devem esta atração à Sarah Pardee, que foi casada com William Winchester, herdeiro do mi-lionário que inventou os famosos rifles. Lá pelos anos de 1850, ela vivia feliz com o marido, a filha e mi-lhões de dólares em Connecticut.

A morte repentina de todos os parentes lançou Sarah a uma pro-funda depressão. Influenciada por um médium, acreditou que sua fa-mília era assombrada pelos espí-ritos de todas as pessoas mortas pelos rifles inventados pelo sogro.

Como única Winchester viva, resolveu proteger-se em San

Jose, do outro lado dos Estados Unidos. Acreditando ser persegui-da por uma “maldição”, comprou uma casa e resolveu construir um labirinto para enganar os espíritos.

Sem qualquer conhecimento de arquitetura, comandou a cons-trução de uma mansão com 160 cômodos, 40 quartos, 2 salões de baile suntuosos, 1.257 janelas, 950 portas, 47 lareiras, 2 porões, 17 chaminés, sistemas de esgo-to e aquecimento que não eram usuais no início do século passa-do e inúmeros detalhes e objetos com o número 13.

Winchester Mystery House

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por Silvia Dutra

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Winchester Mystery House_turismo

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Bizarra, a casa tem escadas que terminam no teto, sem dar acesso a nenhum lugar. Há tam-bém uma porta, no segundo an-dar, que abre diretamente para o exterior, podendo provocar um tombo de mais de 3 metros em alguém desavisado.

Ninguém sabe se estas falhas se devem à falta de planejamento ou se foram feitas por Sarah de propósito, para tentar confundir os espíritos.

Para se locomover, os empre-gados precisavam utilizar ma-pas que eram constantemente

refeitos e atualizados conforme a construção prosseguia, total-mente ao sabor dos caprichos de Sarah Pardee.

A cada noite, ela dormia em um quarto. A decisão era tomada na última hora e jamais comunica-da a alguém. Graças a mais esta mania, os criados levaram horas para resgatá-la dos escombros após o terremoto de 1906 - que causou a demolição de três dos então sete andares da casa.

A obra começou em 1884 e durou 38 anos, até a morte de Sarah. Os trabalhadores se re-

vezavam em turnos continua-mente, 24 horas por dia, 365 dias por ano.

Sarah Pardee morreu aos 83 anos, em 1922. Sua sobrinha e herdeira, Marian Marriot, leiloou a casa e os novos proprietários resolveram transformá-la em atração turística.

É um lugar fascinante, re-quintado, que permite vislum-brar a mente de uma mulher atormentada, mas, sem dúvida, interessante, com um senso de estilo e bom gosto que resiste ao tempo.

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capa_Mônica Martelli

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por Cláudia Libafotos Helena Rios

Inteligente, bem sucedida profissionalmente, bonita, agradável e solteira! Longe de estereótipos, é comum, na sociedade atu-al, a mulher não mais se casar só para cumprir um protocolo. Escrevendo sobre isto, uma linda mulher se projetou no cená-rio artístico em alto estilo. Foi indicada ao Prêmio Shell como melhor atriz (2005) e venceu, em três categorias, o Prêmio Qualidade Brasil (2006): melhor espetáculo teatral de comédia – Os homens são de Marte... e é pra lá que eu vou! (do qual é autora) -, melhor atriz e melhor direção. Que tal?Ela é a escritora e atriz Mônica Martelli, com quem conversa-mos enquanto se preparava para o espetáculo. No camarim, participamos de um verdadeiro show de humor gratuito. Ao contrário do que diz, ela é muito, mas muito engraçada! Ti-vemos até uma aulinha básica de “automaquiagem” (sim, ela também já foi maquiadora!). Ao mesmo tempo em que falava, costurava uma peça que usaria logo mais, ao entrar em cena. Ganhou de nós no quesito Versatilidade. Foi assim, conver-sando, costurando - e nos divertindo muito! - que a entrevista aconteceu. Sorte do público que ainda vai assistir à peça. Em cartaz há 5 anos, Os homens são de Marte... e é pra lá que eu vou! é sucesso de crítica e público. Mais de 250 mil pessoas já assistiram à peça, em mais de 500 apresentações. Agora, está em curta temporada, até 26 de junho, no Teatro Shopping Frei Caneca - com direção de Vitor Garcia Peralta. Recomendamos!

A HORA E A VEZ DE MÔNICA MARTELLI

Mônica Martelli_capa

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Versátil Magazine_Os homens são de Marte... e é pra lá que eu vou! tem sucesso de público e crítica há cinco anos. Como é a experiência de escrever uma peça da qual também é atriz?

Mônica Martelli_A peça conta a história da Fernan-da, uma mulher em busca de um amor. Ela tem 35 anos, se envolve com vários tipos de homens e pen-sa que cada um é o homem da sua vida. Está há três anos solteira, só entra em roubada. E se per-gunta: “O que vai acontecer comigo?”. Escrevi a peça quando estava solteira. A maioria das histórias é minha; eu as vivi. Outras busquei com amigas, no universo em que vivi. O grande sucesso de público vem da identificação com a personagem. Todas as mulheres já passaram, vão passar ou estão viven-do alguma situação que a Fernanda vive na peça. Coloquei no espetáculo as alegrias, inseguranças, esperas por telefonemas. A personagem é verdadei-ra e passa algo positivo. É só acreditar no amor que uma hora ele vem. Já o sucesso da crítica, acho que é porque o espetáculo é muito simples e limpo - de ator e diretor, cada gesto pensado, ensaiado. A críti-ca vê essa limpeza no palco.

Versátil Magazine_Em geral, o teatro é frequentado por um público mais restrito. Quais são os motivos deste sucesso estrondoso?

Mônica Martelli_Na verdade, me pergunto sobre o motivo dele. Acho que se faz pelo conjunto - texto, interpretação, direção, figurino. Não há fórmula. Se fosse assim, todos fariam sucesso. Na verdade, a gente nunca sabe se vai dar certo.

Versátil Magazine_Escrever o texto, atuar em um trabalho que obteve o Prêmio Qualidade Brasil (2006) e a indicou ao Prêmio Shell (2005) trouxe perspecti-vas diferentes em sua carreira?

Mônica Martelli_Minha vida é contada “antes” de Os homens são de marte... e “depois” de Os homens são de Marte... Antes, era vida de ralação - o que é normal. A peça me deu visibilidade, como se hou-vesse um foco em cima de mim: “Ela existe”. É o tra-balho que chamo de “pulo do gato”. Às vezes, uma atriz faz na novela o papel que é o “pulo do gato”. Para mim, a peça foi este pulo, trouxe reconhecimen-to profissional, financeiro. É o “marco” da minha vida. Os prêmios, eu não estava pensando em ganhar. A

capa_Mônica Martelli

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indicação já era um grande reconhecimento, conside-rando de onde eu vim, de quando a coisa não rolava.

Versátil Magazine_Como é fazer comédia na TV?

Mônica Martelli_É muito bom fazer TV. Exige ra-pidez, concentração. No teatro, todo dia faço o mesmo texto, posso experimentar coisas. O teatro é a casa do ator. Aqui eu sou a dona, faço o que quiser. Já na TV tem edição, câmera, rapidez: abre a cena, diz “gravando” e acabou a cena. Se você não realizou, acabou. Eu admiro atores que fazem novela bem.

Versátil Magazine_Como você se tornou uma es-critora?

Mônica Martelli_Sou formada em Jornalismo e nunca havia escrito. Mas escrevi a história dois anos antes da estreia. Eu guardava, não queria mostrar - insegurança por ser o primeiro texto. Quando li e mostrei pro meu marido, ele me deu força. Mostrei pro diretor e ele fez o mesmo. Falei “vou fazer, vou ser cara de pau e fazer”.Não sabia se era boa, não tinha noção.

Versátil Magazine_Interpretar também é expor parte

do que o ator carrega em sua essência?

Mônica Martelli_Sempre escrevo sobre o que vivo e sobre o que está em minha volta. É meio isto, sim. Acho que muito do autor deve ser assim. Se você es-creve sobre o seu universo, as pessoas se identificam.

Versátil Magazine_Que autores e que tipo de leitura você prefere?

Mônica Martelli_Minha influência vem de autores como Domingos de Oliveira, Woody Allen. Adoro tudo o que fala sobre relação. Adoro filme de amor - dois atores, uma câmera e pronto! Por exemplo, o filme “Antes do Pôr do Sol”? tem, depois, uma continua-ção? São dois atores andando em Paris e conversan-do. Uma câmera e mais nada. Sempre vou escrever sobre relações: mãe e filha, amigas, sobre o amor.

Versátil Magazine_Quando você comenta sobre di-ferentes “tipos de mulher”, você se identifica com as que não têm sucesso, imediatamente, com os ho-mens. Com a que sempre escolhe a “peça errada” do quebra-cabeça e insiste em encaixá-la. O que pensa sobre esta dificuldade quase universal em relação à busca de um parceiro?

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Mônica Martelli_O quebra-cabeça do amor? (rs) As mulheres estão sempre se envolvendo com o homem errado, insistem no homem errado. Todo mundo diz que esse homem não combina, não tem nada a ver com ela. Até ver que aquela pecinha não encaixa mesmo, não dá. Esta pessoa sou eu. É a Fernanda da peça. Mas tem, também, a mulher que acaba de preparar o tabuleiro, pega uma peça e coloca certo.

Versátil Magazine_O que acha da idéia do “grande amor”, do “foram felizes para sempre?”

Mônica Martelli_Acho difícil. Se você casar três ve-zes em sessenta anos, encontrará só três amores?! Às vezes, você encontra um cara legal na hora errada. Quando solteira, conheci um cara bacana que casou com uma menina que eu conheço. Mas, naquela épo-ca, eu queria casar e ele queria pegação. Acontece.

Versátil Magazine_Esta seria uma dificuldade femini-na ou para os homens também é difícil?

Mônica Martelli_Homens e mulheres querem o amor. Só que a mulher põe na relação uma expectativa enor-me – a responsabilidade pela sua felicidade. O homem coloca a felicidade no trabalho, no futebol, no chopp com os amigos, nos filhos. E, também, na mulher. Pra

ela a decepção é enorme. A mulher precisa aprender a colocar a felicidade em outras coisas, na carreira, nos amigos. Para o homem que encontra uma mulher sol-teira, é difícil, porque “tem” que fazê-la feliz. Ela espera isto. Não são os homens os “culpados”.

Versátil Magazine_Mas, quando se decide ter filhos, a preocupação em encontrar um homem para com-partilhar os cuidados é ainda maior. Biologicamente, as escolhas de um parceiro baseiam-se em atribu-tos ditos masculinos - como proteção, amparo. Você concorda com esta visão?

Mônica Martelli_Acho que tem isso. Mas acho tam-bém que todas as pessoas têm um lado feminino e um masculino. A mulher deseja ter segurança no trabalho, nas relações. A vida é uma insegurança. O homem pode ser o provedor, mas não há segu-rança, efetivamente, em nada. Não estamos mais querendo um homem que coloque arroz e feijão em casa. Este homem não vai incentivar a mulher em sua carreira. Acho que o mundo perfeito tem os dois divi-dindo as coisas. Se ela não contribui com dinheiro, as cobranças ficam maiores. Hoje, a mulher quer realiza-ção e não acho que dê certo sustentar o homem. O tesão da mulher passa pela admiração. O homem vê

capa_Mônica Martelli

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uma mulher bonita e quer sexo.

Sob protesto do lado masculino de nossa equipe, que discorda, Mônica rebate:

Mônica Martelli_Se passa uma mulher bonitona de shortinho na praia, ele até quer saber se ela é legal. Mas comeria! A gente não daria! (rs) Queremos um homem que nos incentive a “ser”. Quando não somos e demonstramos isto, vai pra relação como cobrança. Um casal inteligente é o que se incentiva. Tende a ter menos frustração. Tenho um marido que me incen-tiva - assim, vou estar a cada dia mais feliz e melhor com ele. E o mesmo acontece com ele, que viaja e chega com saudade. Incentivar é o caminho pra dar certo. E divisão de tudo. Casar, dividir a casa, a vida... é difícil. O dia a dia massacra o amor. Tem horas em que temos que falar: “Amor, vem cá! Vamos dar um espacinho pro amor!”. Amor sufocado não sobrevive.

Versátil Magazine_A chegada da Júlia, sua filha, mu-dou como a sua vida?

Mônica Martelli_Ela é neném ainda. Pra onde eu vou, carrego e tem hora pra tudo. Eu não tenho ho-

rário fixo para cumprir. Se fosse um trabalho como os mais tradicionais, ela teria que ficar na escola ou com a babá.

Versátil Magazine_Ter um perfil engraçado traz al-guma angústia, por exemplo, sente que a esperam sempre feliz?

Mônica Martelli_Não me acho engraçada! E isto é o mais engraçado de tudo! (rs) Não me preocupo, cur-to, choro, tenho dor de cabeça... Não penso no que as pessoas esperam de mim. Sou super na minha. Se vou a uma festa, posso ficar quieta, não sou show womam.

Versátil Magazine_Você também ri - como a sua personagem - das suas desgraças?

Mônica Martelli_Depois que elas passam. (rs) Sofro muito! As desgraças que faço, como na peça... eu chorava, pensava que nunca encontraria o amor da minha vida. Na minha carreira, fiz tartaruga, galinha... Uma ralação e eu chorava. Fazia a tartaruga na Angé-lica e voltava pra casa chorando, achando que faria a mesma coisa a vida toda. Hoje, eu rio.

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O frio está voltando e, sem percebermos, nos-sas opções de comidas e de viagens começam a mudar. As comidinhas mais gordurosas e quentes tornam-se novamente atraentes e relembramos da existência do aparelho de fondue. Risotos são sempre uma boa pedida e as massas com molho branco, quentes, substituem aos poucos as saladas verdes que coloriram o verão e a primavera.

Mas uma grande opção para as próximas esta-ções é o porco. Fora de moda nos últimos anos por preconceitos que hoje já estão sem embasamento, a carne suína é muito apreciada em países como França, Itália, Argentina, Portugal e mesmo em al-

gumas regiões brasileiras com ligações mais fortes com suas raízes coloniais, como Minas Gerais.

Está na hora de fazer em casa o que os restau-rantes clássicos, como o Pied de Cochon vem fa-zendo desde 1946 em Paris, ou os de vanguarda e modernos fazem, como o Vito em São Paulo, do chef André Mifano, desde 2008.

Em Minas Gerais, há pouco tempo, passei por Pa-raisópolis com uma amiga e fui surpreendido com uma panceta maravilhosa. A maioria das pancetas que ha-via comido eram condimentadas, defumadas, ao esti-lo italiano (panceta é a pança, como o torresmo, mas sem salgar nem defumar). Essa era feita com o porco

C’est chic le cochon

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Ingredientes

1 peça de brie redondo100g de presunto Parma magro em fatias finas e inteiras1 ovo2 ramos de alecrim

Modo de preparoTirar as folhas do alecrim e picá-las finamente.

Bater o ovo, levemente, com um garfo e misturar com o alecrim. Banhar as fatias de presunto Parma na mistura de ovo e enrolar o queijo brie por todos os lados, até que não dê para ver sua casca. Levar ao forno preaquecido a 200ºC por 10min, até que o presunto esteja levemente crocante e o miolo do brie totalmente derretido. Durante a cocção no forno, para a peça ficar mais dourada, pincele a mistura do ovo com alecrim por toda a volta. Servir quente.

fresco. A barriga era pré-assada em forno.Ainda era cedo para almoçar, então o fogo da grelha

foi aceso e o dono do estabelecimento pegou limões-cravos no próprio limoeiro. Passou-os na grelha e co-locou a panceta pertíssimo do fogo. Uma cena linda. Tive que acompanhar e ouvir os estalos que já davam água na boca. Em pouco tempo saiu uma carne ex-tremamente suculenta com a parte de baixo pururuca, crocante, cortada em aperitivo. Pedimos três.

Inspire-se. Faça paleta, pernil, lombo rechea-do, coloque o couro do torresmo e bacon no beaf bourguignon e na quiche lorraine. Volte a provar os presuntos Serranos e Patas Negras feitos com

os maravilhosos porcos ibéricos espanhóis. Enrole uma peça de queijo brie com presunto parma ita-liano banhado em ovo e alecrim picado e ponha no forno até formar uma crosta, deixando o miolo der-retido. Combine o sabor do bacon com frutos do mar, como se faz na Europa. Pancetta italiana para um carbonara. Cada vez mais temos mais opções no mercado, mais confiáveis, mais específicas, mais interessantes. Afinal, o porco está aí para ser usado.

Gabriel Leicand. Aluno do último semestre do curso de Gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi.

C’est chic le cochon_gastronomia

Receita - Brie com Preseunto Parma

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Black is Beautiful

decoração_Black is Beautiful

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por Silvia Dutra

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Black is Beautiful_decoração

Não mais considerada uma cor apenas para ambientes góticos, o preto é capaz de trazer profun-didade, mistério e sofisticação à maioria dos ambientes. Mas, antes de comprar tinta e pinceis, convém aprender regras básicas para obter os melhores resultados ao usar elemento tão poderoso.

Invista em tempo e bons ma-teriais na preparação da parede. Qualquer imperfeição na superfície ficará mais visível depois da aplica-ção da tinta. Tenha certeza de que a textura está perfeitamente lisa. Se desconfiar do seu grau de ha-bilidade para a tarefa, aplique um texturizador e deixe a superfície irregular intencionalmente.

Escolha uma boa marca de tinta opaca. Evite as acetinadas, brilhantes ou semibrilhantes, pois destacarão ainda mais qualquer imperfeição. Pinte uma parede de cada vez. A maioria dos cômodos fica melhor com uma parede - no máximo, duas pintadas de preto. Moderação é essencial para usar cores marcantes.

Não pinte o teto de preto: isso fará o ambiente parecer achatado e claustrofóbico. Mantenha teto, rodapés e rodatetos pintados de cores claras e neutras. Use o pre-to como uma tela e tire proveito de cores contrastantes em obje-tos e acessórios.

Uma parede preta pode confe-

rir elegância a uma sala de estar se, contra ela, houver um sofá claro, almofadas em diferentes tons de qualquer cor primária, quadros com molduras brancas, uma bela escultura metálica ou madeira em tons dourados.

No quarto do casal, uma cama preta - com lençóis, colchas, tra-vesseiros fofos e brancos - colo-cada contra uma parede também preta pode criar um refúgio ro-mântico e sofisticado. Luminárias brancas ou metálicas instaladas na parede ou sobre criados-mu-dos podem acentuar a sensação de conforto e aconchego, bem como velas e flores.

Cozinhas também podem ga-nhar uma aparência high-tech e contemporânea com o uso da cor preta em pisos, azulejos, pas-tilhas e pias em granito ou már-more preto – especialmente se fogões, geladeiras e eletrodomés-ticos forem brancos ou em aço escovado. Mesmo um banheiro pode tornar-se uma obra de arte se uma parede preta for bem va-lorizada com um armário colorido, vasos de flores, velas, toalhas e sabonetes de cores contrastantes ou complementares.

Sabendo usar o preto - com sabedoria e cuidado - qualquer cômodo pode deixar de ser co-mum para transformar-se em um ambiente marcante e cheio de personalidade.

por Silvia Dutra

Já vai longe o tempo em que uma casa só era elegante se exibisse paredes internas pin-tadas de branco, gelo ou, no máximo, bege bem pálido. Atualmente, uma nova tendên-cia em decoração de interiores aponta para o que já se sabia na década de 60: black is beautiful.

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negócios_Convergência ou Inconvergência Digital?!

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Convergência ou Inconvergência Digital?!_negócios

Sempre que olho para o que tenho na mão, me pergunto: como devo chamá-lo?!

Calma, explico. Olho meu telefone e fico pensando se seria justo, ho-

nesto, correto e direito denominar este instrumento que tenho nas mãos de “telefone”. Meu telefone permite que eu atualize minhas fotos no flickr, leia meus twitters, faça a “colheita” na minha farmville, aumente e estimule meu network no linkedin e, até mesmo, durante uma entediante espera no dentista, posso “bater papo” no MSN.

Sempre me pergunto: alguém entra em alguma loja de telefonia celular

para perguntar se um aparelho multifacetado faz e recebe ligações? Nos dias de hoje, isto seria motivo de piada. Mas, afinal de contas, telefone ou “central de entretenimento”? Telefone ou “instrumento multimídia de comunicação bilateral” pelo qual enviamos e recebemos informações?

A grande verdade é que a convergência tecnológica dotou os nossos

“pequenos notáveis” com plataformas de ofertas de serviços cada vez mais segmentados, que nos induzem e conduzem a um meio de co-municação igualmente segmentado, onde dividimos nossos amigos por “afinidade tecnológica”. Afinal, os amigos no linkedin não estarão, em sua totalidade, no Facebook. Definitivamente, construímos uma vida social segmentada e, ao mesmo tempo, compartilhada.

Desta primícia, devemos buscar formas diferenciadas de comunica-

ção, oferta e demanda por produtos e serviços - pois a grande facilida-de de acessibilidade permitida por nossos telefones nos faz buscar pelo prático, pelo pronto, por grandes mensagens ditas em pouco tempo e pouco espaço, através de uma comunicação por meio de sinais, sím-bolos, signos semânticos. Vivemos o grande apogeu da semiótica da comunicação, mudando o sentido de um aparelho criado para aproximar pessoas através da comunicação verbalizada. Ele se tornou, hoje, um grande instrumento de visualização.

O tecnológico é fantástico e incapaz de ser freado. Porém, cabe a nós

manter e alimentar o convívio com o próximo – afinal, não existe nada mais gostoso que o sussurrar de nossos amantes em nossos ouvidos, o gostoso toque na pele de um bebê, o cheiro e visual de uma bela paisa-gem... Definitivamente, uma convergência ao sensato!

Jessé Guimarães. Engenheiro, professor e especialista em planejamento e Logística.

Convergência ou inconveniência digital?!

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por Gabriel L. Schleiniger

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Dragon AgeOrigins

game_Dragon Age Origins

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O jogo Dragon Age: Origins criado pela BioWare no estilo de RPG medieval foi um sucesso de crítica e de vendas em todo o mundo, trazendo uma inovação para o gênero e uma nova pilha de fãs para a BioWare (como já era de se esperar).

Dragon Age: Origins revolucionou o mundo dos RPGs com sua di-nâmica de combate inovadora, sem as velhas “taras” do glorificado D&D. Pela interatividade do jogador com seu personagem e o enredo do game, “É como se estivesse naquele mundo, ao lado de amigos reais” - diz o Dr. Ray Muzyka CEO, da BioWare.

Ao jogar, você se transforma em um Grey Warden, um guerreiro que jurou defender o mundo da Blight (a ordem inimiga) a todo o custo. Seu personagem pode variar de um anão guerreiro a um elfo arcano. São, ao todo, 3 raças, 6 histórias iniciais diferentes e 3 classes com 4 diferentes especializações que podem ser obtidas dentro do jogo.

Lançado em outubro de 2009 (nos EUA) para XBOX-360® e PC e, em novembro de 2009, para PS3. No Brasil, foi lançado só em 13 de novembro de 2009, mas para os 3 consoles.

Pelo sucesso obtido, o jogo há de continuar! Uma expansão já está pron-ta - o Dragon Age: Origins Awakening - e a continuação está a caminho. Agora, resta esperar pelas novidades que a BioWare está preparando.

Ficha técnicaEstilo RPG medieval com traços de açãoPlataformas Xbox 360® PC PS3®

Criadores BioWare e EA GamesTempo médio 70 a 120 horasLançamento Já está disponível desde o ano passadoIndicado para Fãs do gênero e amantes de um bom jogoNota final 9,1

Dragon Age Origins_game

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1. AMIGOS OUVINTES. Arnaldo Jabor. COMUNICA-ÇÃO. No primeiro título da Coleção CBN Livros, vá-rios assuntos a refletir: células-tronco, assassinatos e outros. Jabor também comenta sobre cinema e personalidades como Oscar Niemeyer, Tom Jobim, Glauber Rocha, Marilyn Monroe. Editora Globo.

2. ARTE BRASILEIRA NA PINACOTECA DO ESTA-DO DE SÃO PAULO. Org.: Taisa Palhares. ARTES. Críticos e historiadores como Aracy Amaral e Tadeu Chiarelli analisam obras de Tarsila do Amaral, Lasar Segall e outros. Um registro histórico da arte brasi-leira e da Pinacoteca. Cosac &Nayfe / IMESP.

3. AS AVENTURAS DE UM CORAÇÃO HUMANO. William Boyd. ROMANCE. Nascido em Gana, Boyd virá ao Brasil em agosto, para a FLIP (Feira Literária de Paraty). Narra a vida de um homem que escreve um diário e percebe a existência como uma realida-de caótica. Editora Rocco.

4. BEATLES – A HISTÓRIA POR TRÁS DE TODAS AS CANÇÕES. Steve Turner. MÚSICA. Há 40 anos, o grupo se dissolvia. Esta edição ilustrada traz a gênese das 208 músicas gravadas pelos Beatles - como nasceram e quais episódios as inspiraram. COSAC NAIFY.

5. BORDADOS. Marjane Satrapi. HISTÓRIA EM QUA-DRINHO. O “bordado” iraniano é o chamado “tricotar” feminino e, também, o código para a cirurgia de recons-tituição do hímen. Mulheres às voltas com machismo e tradição falam sobre virgindades roubadas, adultérios, frustrações. Tradução: Paulo Werneck. Cia das Letras.

6. CARTAS ENTRE AMIGOS – SOBRE GANHAR E PERDER. Gabriel Chalita e Fábio de Melo. AUTO-AJU-DA. Indagações sobre a realidade e o cotidiano da vida levaram os amigos Chalita e padre Fábio a se corres-ponderem por um meio quase esquecido em tempos de e-mails: as cartas escritas à mão. Editora Globo.

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por Valéria Diniz

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7. CHICO XAVIER – UM DOCE OLHAR PARA O ALÉM. Sebastião Aguiar. RELIGIÕES. Reunindo as fases de sua vida, o livro inclui desde a reprodução de sua certidão de nascimento e fotos com pessoas comuns, celebridades e até com personagens que criaram momentos difíceis para ele. Editora Globo.

8. COMO ESCREVER MELHOR. Márcia Olivieri. LINGUÍSTICA. Enfatiza a necessidade de ler para escrever com qualidade. A redação empresarial também é destacada, com regras de formatos para E-mails, cartas, comunicação interna. Com guia do Novo Acordo Ortográfico. Editora Idea.

9. JORGE AMADO – TRÊS CONTOS ILUSTRADOS. Jorge Amado. CONTOS E CRÔNICAS. “De como o Mulato Porciúncula Descarregou seu Defunto”, “O Milagre dos Pássaros” e “As Mortes e o Triunfo de Rosalinda” são os contos reunidos, ilustrados e co-mentados nesta caixa. Cia das Letras.

10. MEDOLIQUES. Tatiana Belinky. INFANTO-JU-VENIL. Uma das mais importantes escritoras para o público infanto-juvenil, aos 91 anos e recém-eleita na Academia Paulista de Letras, traz versos sobre os chiliques e medos que crianças e adultos podem ter. Editora Melhoramentos.

11. O MUNDO DAS COPAS. Lycio Vellozo Ribas. ESPORTE. Em 80 anos de histórias, a Copa do Mundo se tornou o maior espetáculo da Terra. Infor-mações e curiosidades sobre todas as copas - com um conteúdo jamais descrito com tantos detalhes. Ilustrado. Editora Lua de Papel.

12. OS CAMINHOS DE MANDELA - Lições de Vida, Amor e Coragem. Richard Stengel. BIOGRAFIA. O livro radiografa a figura mítica que libertou seu povo do preconceito racial. Em destaque, situações da vida de Mandela em que distribuiu lições de lideran-ça e sabedoria. Prefácio do próprio Mandela.

13. POESIA COMPLETA. Manoel de Barros. POE-SIA. Em mais de 60 anos de carreira, este impor-tante autor da literatura brasileira tem 12 livros publi-cados. Em 1996, com O Livro Sobre Nada, ganhou o prêmio Biblioteca Nacional e o Prêmio Nestlé de Literatura. Leya Brasil.

14. PROPAGANDA É ISSO AÍ! Zeca Martins. ADMI-NISTRAÇÃO. Um guia para anunciantes e futuros pu-blicitários escrito por um dos maiores especialistas na área. Com linguagem didática, facilita a compreensão dos temas que os futuros profissionais enfrentarão. Prefácio de Roberto Duailibi. Editora Saraiva.

por Valéria Diniz

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DVDs

17 OUTRA VEZ. Burr Steers. COMÉDIA. Um homem separado e desiludido com a vida mora com seu melhor amigo e trabalha em uma empresa farmacêuti-ca. Após um encontro misterioso, volta no tempo. De novo com 17 anos, muda seu destino. Com Matthew Perry.

A JANELA. Carlos Sorin. DRAMA. O úl-timo dia da vida de Antonio, um escritor de 80 anos que aguarda a visita de seu filho em sua fazenda, no norte da Pata-gônia. Com Maria del Carmen Jiménez, Antonio Larreta e Victoria Herrera.

A PRINCESA E O PLEBEU. William Wyler. CLÁSSICO. Uma princesa deseja ser uma garota comum. Em uma visita diplomática, foge e passeia incógnita. Um jornalista fin-ge que não a conhece e fica com ela para conseguir um furo de reportagem. Com Audrey Hepburn e Gregory Peck.

AMOR SEM ESCALAS. Jason Reitman. COMÉDIA ROMÂNTICA. Um consul-tor, cuja função era demitir funcionários, apresenta a própria carta de demissão ao chefe. Ele deseja acumular um milhão de pontos em milhas aéreas e ter um emprego em uma misteriosa agência. Com George Clooney.

CINE COCORICÓ: AS AVENTURAS NA CIDADE. Fernando Gomes. INFANTIL. Cin-co episódios da nova temporada do seria-do de TV. Com as aventuras de Júlio, Lilica e Alípio em uma grande metrópole, quando decidem visitar o amigo João.

JORNADA NAS ESTRELAS IX – INSUR-REIÇÃO. Jonathan Frakes. FICÇÃO. No planeta da raça Ba Ku, há um povo feliz e que não envelhece. Por interesses polí-ticos, a Federação une-se a seus inimigos destruí-los. O capitão Picard está apaixo-nado por uma das habitantes. Com Patrick Stewart.

TEATRO

MÁQUINA DE ABRAÇAR. De José San-chis Sinisterra. Baseada em fatos reais, mostra a relação de uma médica e sua paciente autista que cria uma “máquina de abraçar”. A história real está no livro Um Antropólogo em Marte, de Oliver Sa-cks. Com Mariana Lima e Marina Vianna. Direção: Malu Galli. Até 06/06.

SESC Pompeia Rua Clélia, 93 - Pompeia Informações: (11) 3871-7700

OS HOMENS SÃO DE MARTE E É PRA LÁ QUE EU VOU! Texto de Mônica Martelli. De forma divertida, emocionante e com final surpreendente, a peça fala

da presença e da ausência do amor na vida das pessoas. A personagem ri das próprias desgraças – o que muita gente também faz no dia a dia. Direção de Vic-tor Garcia Peralta. Com Mônica Martelli. Até 26/06.

Teatro Shopping Frei Caneca Rua Frei Caneca, 569 6º andar – Consolação Informações: (11) 3472-2226 / 2229 / 2230 CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Informações: (11) 3113-3651

QUERO SER BEN 10 EM RATIMBUM! PARARATIMBUM! Ivan Vilabella. Duas crianças dominadas pela TV deixam de brincar. Mas tentarão salvar o palhaço

de brinquedo do TV Papão. Com a CIA Ximexi. Projeto Teatro Para Todos. Até 30/05.

Teatro Plínio Marcos Shopping Pompeia Nobre – 2º Piso Rua: Clélia nº. 33 – Pompeia Informações: (11) 3864-3129

SIMPLESMENTE, EU. Beth Goulart e Amir Haddad. A atriz vive a escritora Cla-rice Lispector por meio de trechos de sua obra, depoimentos, correspondências e entrevistas. Melhor Atriz. Prêmio Shell 2010. Até 20/06.

CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Infor-mações: (11) 3113-3651

EXPOSIÇÕES

ANDY WARHOL, MR. AMERICA. Ele foi um dos pioneiros da Pop Art surgida na Inglaterra na década de 1950. A mostra apresenta pinturas, gravuras, trabalhos fotográficos, instalações e filmes com temas políticos e culturais dos Estados

Unidos. Até 23/05.

Estação Pinacoteca Praça da Luz, 2 – Centro Informações: (11) 3324-1000

MAX ERNST - UMA SEMANA DE BON-DADE. O MASP traz, em sua exposição mais importante do ano, a coleção com-

pleta da obra Gênesis. As colagens fica-ram mais de 70 anos longe do público. Uma crítica surrealista às convenções sociais da Europa do período entre guer-ras. Até 18/07.

MASP Av. Paulista, 1.578 – Bela Vista Informações: (11) 3251-5644

mix cultural_Cinema, DVDs, CDs, Shows e Teatro

CDS

DUETOS. Renato Russo. POP/ROCK. Pela primeira vez um álbum reúne duetos do artista com estrelas da música, como Marisa Monte e Cássia Eller. Alguns ocor-reram de fato e outros foram possíveis graças à tecnologia.

MANUSCRITO. Sandy. POP. Este é o pri-meiro projeto solo da cantora, com músi-cas inéditas e totalmente autoral. Partici-pação especial da cantora e compositora

inglesa Nerina Pallot.

MUITA HORA NESSA CALMA. Paulo Braga. INSTRUMENTAL. Primeiro traba-lho solo do compositor e pianista, apre-sentado por dois grandes nomes da mú-sica instrumental brasileira: Nelson Ayres e Arrigo Barnabé.

NOEL ROSA – 100 ANOS DE CELE-BRAÇÃO. MPB. Vários. Homenagem ao centenário da morte do “poeta da Vila”. Cantam seu repertório Ney Matogrosso,

Chico Buarque, Maria Bethania e outros.

VIVO NA CENA. Nasi. POP/ROCK. Todos os gêneros musicais pelos quais Nasi na-vegou em sua carreira estão neste novo trabalho. No repertório, músicas de Raul Seixas, João Bosco, Cazuza e outros.

IRON MAN 2. AC/DC. TRILHA SONORA. “Back In Black” foi um dos principais te-mas do filme Homem de Ferro e, agora, a banda assina a trilha completa da conti-nuação do filme, Homem De Ferro 2.

por Valéria Diniz

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SHOWS

AEROSMITH. Uma das maiores ban-das de rock de todos os tempos em um grande retorno aos palcos com a turnê “Cocked, Locked, Ready to Rock.”. Megashow único em São Pau-lo. 29/05.

Parque Antártica (Estádio do Palmeiras) Rua Turiassu, 1.840 – Pompéia Informações: (11) 4003-0848

FÁBIO JUNIOR. O show traz gran-des sucessos de sua carreira como compositor e interpretações de várias

músicas de compositores sertanejos – presentes no CD “Romântico”. 18 e 19/06.

Credicard Hall Av. das Nações Unidas, 17.955 –Brooklin Informações: (11) 2846-6010

Cinema, DVDs, CDs, Shows e Teatro_mix culturalpor Valéria Diniz

CINEMA

A ÚLTIMA MÚSICA. Julie Anne Robinson. ROMANCE. Baseado no livro de Nicho-las Sparks. Um pai tenta reaproximar-se da filha através da única coisa que têm em comum - a música. Uma história de primeiros amores e segundas chances. Com Greg Kinnear. Estreia: 21/05.

FÚRIA DE TITÃS. Louis Leterrier. AVEN-TURA. Nascido de um deus e criado como homem, Perseu precisa salvar a família da aniquilação por Hades, deus da morte. Só vencerá se aceitar seu po-der como um deus. Com Sam Worthing-ton. Estreia: 21/05. Warner Bros

MARMADUKE. Tom Dey. ANIMAÇÃO. Baseado em tiras em quadrinhos do ano de 1954. Marmaduke é um dogue alemão que acompanha sua família na mudança para a Califórnia. Ele faz mui-ta bagunça e quer ser um cachorro de competição. Estreia: 04/06.

QUINCAS BERRO D’ÁGUA. Sérgio Machado. DRAMA. Do romance de Jorge amado. Rei dos bordéis, Quin-cas está morto em sua cama. Seus amigos roubam o corpo e o levam para uma última noitada. Com Marieta Se-vero. Estreia: 14/05

ROBIN HOOD. Ridley Scott. AÇÃO.

O arqueiro do exército do Rei Ricardo

Coração de Leão rouba dos ricos para

dar aos pobres e apaixona-se por Ma-

rian, também desejada por um inimigo.

Com Cate Blanchett.

TUDO PODE DAR CERTO. Woody Al-

len. COMÉDIA. Um misantropo extra-

vagante e uma jovem impressionante e

ingênua percebem que, para encontrar

o amor, basta uma combinação de sor-

te e acaso. Com Larry David.

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nosso bairro_Roteiro para passear com seu amor

O Dia dos Namorados está aí. Época de namorar, de tomar um bom vinho em um lugar aconchegan-te, com comidinhas deliciosas e muito romantismo. A Versátil Magazine saiu pelos bairros em que circula para indicar locais agradáveis para comemorar este dia tão especial.

Para quem mora na Granja, a opção é o divino ri-soto do Battuto da Granja, preparado com frutos do mar. O chef Dino, que tem simpatia de sobra, deve acrescer este seu atributo ao tempero do risoto, que é inexplicável. O ponto do arroz é exato e os frutos do mar, saborosos. O prato destaca o sabor do vinho português, ajudando a realçar o sabor. Delicioso e far-to! Daquelas comidinhas que alimentam a alma.

Dia dos NamoradosRoteiro para passear com seu amor

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Roteiro para passear com seu amor_nosso bairro

Quem curte comida japonesa a ponto de enten-der o que é o torô do atum, a textura inconfundível do sashimi de peixe prego, o ponto perfeito do ar-roz do sushi, recomendamos o Noiê. Reinaugurado pelo proprietário Fábio, que faz questão de desper-tar quando o dia ainda nem nasceu para comprar peixe fresco, o restaurante vive uma nova fase, satis-fazendo os mais exigentes paladares – além de estar ainda mais bonito e aconchegante. Prefira jantar na área de tatames.

A vila do Jardineiro (não é pra destacar em negri-to?) oferece uma parrilla divina e bons vinhos. O lugar é muito agradável e o atendimento, excelente. O Ca-baña Del Asado não deixa a desejar para restaurante

chileno, nem pela textura da carne, menos ainda para a carta de vinho, cuidadosamente selecionada.

Há também o tradicional Ponteio, para quem gosta mesmo de um ótimo churrasco e deseja comer bem em um ambiente agradável, requintado e com Buffet de saladas fenomenal. E atenção para as sobreme-sas, maravilhosas e com apresentações irresistíveis.

No Morumbi, você pode jantar com seu amor à luz de velas EM QUAL RESTAURANTE?

Mas, se você preferir preparar uma refeição ro-mântica em casa, fica aqui a indicação do Chef Ga-briel, que ensina como preparar - para ele ou para ela - um jantar mais que sofisticado. Surpreenda seu amor!

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diversatilidade_Bom dia, doutor Google

Dona Solange era a última cliente. As-sim que saiu o senhor careca com o pequinês ranzinza, o veterinário fez si-nal para que ela entrasse. — Bom dia, doutor. Trabalhando muito? — Bastante. Hoje não parei um minuto. Colocado na mesa, Alphonse III, um gato siamês gordo e com olhar hostil, passou a ser examinado pelo dr. Fulz. — O que ele tem, dona Solange? — Ele está hiperativo, doutor... Não para um minuto, nem para dormir. Exige minha atenção continuamente. É uma coisa impressionante. Tem me deixado exausta... Ele não era assim. Após alguns minutos de minucioso exame clínico, ele olhou para dona So-lange e sentenciou: — Ele está com a síndrome de Over-zette . — Ai, meu Deus!... É grave, doutor? — Não, de modo algum. Embora não se saiba ao certo a causa, essa síndrome parece estar associada a al-guns poluentes — virou-se para a pia para lavar as mãos — Podemos pedir um exame de... — Não seria uma simples indigestão? O dr. Fulz virou-se, surpreso. Dona Solange não era do tipo que confron-tava diagnósticos. — O que a senhora disse, dona So-lange? — Não fui eu... — com olhar assus-tado. — Como assim? Se não foi a senho-ra... — FUI EU. — Você fala! — exclamou o dr. Fulz. — Falo, e daí? Você também fala. — Alphonse! O doutor Fulz não gostou nada de ser desafiado por um gato atrevido. Dividido entre o fato extraordinário de um gato falar e a insolência do animal, focou sua atenção na última. — De onde você tirou esse “diagnós-

tico”? — Vi na Internet. — O quê??! Você acessa a Internet?! — e olhou severo para dona Solange. Ela se encolheu toda e respondeu baixinho: — O que eu posso fazer? Quando saio para fazer compras, ele fica sozi-nho. Aproveita minha ausência e liga o computador. — Nunca vi um gato fazer isso! — Nunca subestime seus clientes — replicou o gato. — Não mude de assunto! Como você achou esse diagnóstico de indi-gestão na Internet? — Muito simples. Abri o Google, digi-tei meus sintomas e dei ENTER. Achei a resposta no sexto link. — Ah... eu sabia! A gente estuda durante cinco anos, submetendo-se a todo tipo de privação pra chegar um gato idiota e achar que pode fazer o diagnóstico “dando um Google”! O GOOGLE NÃO É VETERINÁRIO! — Mas os meus sintomas estavam todos lá! — Alphonse! Respeite o doutor! — Fica quieta aí! Não estou seguro do que esse veterinário tá dizendo. — Doutor, desculpe! Ele anda tão saidinho... — Não se preocupe, dona Solange. De que site você tirou que seus sinto-mas são de indigestão, gato? — Ora... foi... o... — Não se lembra, não é? Pois você sabia que um monte de gente deso-cupada e presunçosa como você se acha no direito de fazer diagnósticos e prescrições em milhares de páginas na Rede? Isto gera uma quantidade in-dustrial de informação irrelevante e de-formada na Internet. Aí, vem um leigo, abre um mecanismo de busca, digita levianamente umas palavras e não se dá ao trabalho de verificar mais de 10 resultados!

Alphonse III começou a encolher-se. — Você sabe quem escreveu o site que visitou? Sabe? Verificou se o site é atualizado? Se está bem escrito? Se há algum canal de contato? — Não... — Já lhe passou pela cabeça que pode ter sido um adolescente de 15 anos que entende tanto de animais quanto eu en-tendo de engenharia naval? RESPONDA! — Não... — Viu, seu gato irresponsável?! A In-ternet está cheia de entulho e você não tem nem ideia de como selecionar se alguma coisa presta ou não! Doutor Fulz estava colérico. Tentou lembrar qual era a injeção mais dolo-rosa que conhecia e a prescreveu, es-crevendo nervosamente no papel do receituário. — Pronto, dona Solange. Uma por dia. — Ele vai ficar bom? — A síndrome de Overzette não tem cura, mas após essas injeções, vai dar uma bela melhorada. — Puxa, doutor, muito obrigada! Desculpe pelo Alphonse, mas é o jeito dele, sabe... E... O senhor acha grave ele falar? — Bom... Normal não é. Mas estou mais incomodado com essa história dele ficar acessando a Internet. Isso é muito preocupante...

Bom dia, doutor Google

Alexandre Lourenço é Veterinário, microbiologista, professor, bípede, mamífero e, agora, escritor. Não necessariamente nessa ordem.e-mail: [email protected]

* A síndrome de Overzette foi originalmente descrita em humanos. O dr. Overzette foi o primeiro a caracterizá-la em um pacien-te que a contraiu, misteriosamente, depois de beber leite não pasteurizado no interior da França. Seu sinal clínico característico é uma hiperatividade descomunal voltada para os outros. O portador da síndrome demanda continuamente atenção de todos que o cercam na forma de tarefas, favo-res, pedidos ou meramente como ouvintes compulsivos para seus surtos de logorreia.

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