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“O ônibus deve ser inovador, inteligente e ter prioridade”

Edição 224 - 6 de maio 2015

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Vetor para combater as mudanças climáticas

Editor - Antonio Ferro Jornalista responsável - Luiz Neto - MTB 30420/134/59-SP

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O processo de urbanização pelo mundo tem crescido em ritmo bem rápido nos últimos tempos. É na cidade que as oportunidades de emprego, lazer e educa-ção mais aparecem. É também a cidade que proporciona, em maior escala, um volume de emissões poluentes que tem contribuído com a mudança climática

mundial. Por isso, é preciso promover ações que objetivem a redução dos efei-tos negativos causados pelos sistemas de transporte, responsáveis pelos deslo-camentos diários de milhões de pessoas e pela movimentação de cargas. Segun-do o ICLEI, associação mundial de governos municipais dedicados ao desenvol-vimento sustentável, as cidades emitem 70% dos gases de efeito estufa do mundo, principalmente com geração de energia e transporte. No Brasil, as emis-

sões veiculares (carro e moto) são os principais vilões, com um total de 68 mi-

lhões de toneladas de CO2e (dióxido de carbono), três vezes mais se compara-das ao do transporte público.

O programa Urban LEDS, promovido pelo ICLEI em oito cidades brasileiras nos últimos quatro anos, quer reverter esse quadro negativo. De acordo com a enti-dade, o transporte público precisa ter prioridade nas agendas dos gestores mu-nicipais, se transformando em vetor para combater as mudanças do clima.

“Abrir mão do carro é algo novo e difícil, ainda mais quando o transporte públi-co não é oferecido em quantidade e qualidade adequados. A boa notícia é que os cidadãos já têm consciência da relação entre transporte e o aquecimento global e estão cobrando soluções do governo nos processos de elaboração dos planos municipais de mudanças climáticas”, observou Igor Albuquerque, gerente de Mudanças Climáticas do ICLEI e responsável pela etapa brasileira do Urban.

As oito cidades brasileiras (Fortaleza, Recife, Belo Horizonte, Betim, Rio de Ja-

neiro, Sorocaba, Curitiba e Porto Alegre), cada qual com seus planos específi-cos, procuram estabelecer os fundamentos de uma transição para a economia de baixo carbono. Apostar em uma mobilidade urbana com integração da rede de transporte público com os modais da caminhada e ciclomobilidade é um fator decisivo. Adotar ônibus modernos, atrativos, com trações alternativas (combustíveis verdes e eletricidade) e com prioridade nas operações é o míni-mo que se pode querer para uma renovação nos conceitos urbanos. Soluções

existem, basta querer utilizá-las.

Double Deck urbano a gás natural

Após dois anos de desenvolvimento, a Scania iniciou os testes de campo com seu chassi equipado com motor a gás natural idealizado para carroçarias urba-nas com dois pisos (Double Deck). O veículo, que conta com carroçaria da marca Alexander Dennis, terá um laboratório de campo por dois meses e tem no mer-

cado britânico o seu principal comprador. De acordo com a montadora sueca, há um interesse significativo dos operadores do Reino Unido por tecnologias com baixo nível de emissão poluente.

Os testes avaliarão os softwares da estrutura mecânica, bem como o consumo de combustível. Esse é o primeiro modelo nessa configuração dotado de propul-são a gás natural. O veículo tem tanques de combustível instalados no final do andar superior e possui o motor Euro 6.

Reduzidos níveis de emissão de gases tóxicos e da poluição sonora são destaques no novo mo-

delo Foto - Divulgação/Scania

Sistemas de ônibus urbanos com prioridade na opera-ção dão realce à mobilidade das cidades

Foto - Reprodução

Operadoras de Fortaleza adquirem novos ônibus

com carroçarias Marcopolo

Os novos ônibus foram encomendados por dez empresas de transporte da capi-tal cearense para os serviços em linhas urbanas, rodoviárias e também no freta-

mento. Ao todo, são 107 carroçarias em produção na encarroçadora gaúcha Mar-copolo, sendo 78 unidades do modelo Torino e o restante composto pelas ver-sões das carroçarias Ideale, Paradiso 1200, Senior Turismo e Senior Urbano.

Para a direção da Marcopolo, as opera-

doras cearenses têm programas contí-nuos de renovação de frota e o diferenci-al desses novos veículos, principalmente os urbanos, é que todos são equipados com sistema de ar-condicionado.

A entrega dos novos ônibus começou

no mês de abril passado.

Foto - Douglas de Souza Melo

Neobus vende ônibus ao BRT carioca

A encarroçadora gaúcha Neobus realizou novo negócio com a operadora cario-ca Auto Viação Tijuca. Ao todo, oito unidades dos modelos Mega BRT, nas ver-sões articulada (cinco veículos) e superarticulada (três), foram adquiridas para operações no sistema BRT da cidade do Rio de Janeiro.

Ao novos ônibus, todos com chassis Mercedes-Benz, chegam para aumentar a capacidade de transporte nos corredores cariocas. O modelo superarticulado, com 23 metros de comprimento, por exemplo, tem capacidade para transportar até 210 passageiros.

Transporte sustentável em Gdynia

Atualmente, seis unidades de trólebus híbridos, as mais modernas, equipadas com um sistema auxiliar de tração composto por baterias de íon-lítio, o que per-mite uma operação fora da rede aérea de eletricidade, estão em uso (desde 2015), expandindo sua atuação em regiões ainda não atendidas pelo modal. Por

meio dessa iniciativa, busca-se conhecer a viabilidade operacional e comercial, já que graças a tecnologia das baterias de íon-lítio é possível uma rede de servi-ços sem a necessidade de investimentos na infraestrutura para os trólebus, ge-rando uma economia de 240 mil euros por quilômetro.

Ainda de acordo com o projeto Civitas Dynamo, é levado em consideração um estudo para o maior uso dos supercapacitores como forma de armazenagem de energia elétrica em subestações, já utilizado em uma subestação. A última gera-

ção de trólebus utilizada em Gdynia vem com o sistema regenerativo nos freios, transformando todo o calor da frenagem em eletricidade, que pode ser acumula-da nos supercapacitores, significando ganhos econômicos em toda a operação.

Para a direção da operadora PKT, o uso de trólebus no sistema de transporte público da cidade polonesa é fundamental para se alcançar um ambiente com maior qualidade de vida aos seus habitantes.

Fotos - André Kloss/Neobus

Volare oficializa seu novo modelo

Referência em micro-ônibus no mer-cado brasileiro, a marca gaúcha Vola-re apresentou oficialmente o seu novo modelo denominado Cinco. De acordo

com a fabricante, o veículo foi desen-volvido de dentro para fora, ou seja, dos ocupantes para o restante, enfati-zando, em primeiro lugar, todos os atributos para tornar ideal o transpor-te de passageiros, com padrão único de conforto, ergonomia, segurança,

mobilidade interna e conveniência. A montadora informou que consul-

tou 35 empresas de transportes, cli-entes ou não, para se alcançar os me-lhores que culminassem em um veícu-lo vantajoso operacionalmente, com

características de conforto, seguran-ça, dirigibilidade e de economia no consumo de combustível.

A ideia da Volare foi criar um novo segmento de mercado, o dos veículos compactos. Ele tem construção inte-gral e não é consideramos um ônibus,

nem um micro-ônibus e tão pouco u-ma van, e sim um conceito inédito pa-ra transportar pessoas.

Transporte executivo e escolar são dois mercados para o novo modelo Foto - Javier Paquito Herrera

Fotos - Marcin Czapnik

Barcelona aposta na eletromobilidade

Desde o mês de março passado, 12 unidades do modelo de ônibus articulado com tração híbrida (diesel/eletricidade) 7900 da Volvo Buses estão operando na cidade espanhola Barcelona. Os veículos, operados pela TMB (Empresa de Transportes Metropolitanos de Barcelona), funciona de modo elétrico

(silencioso e sem nenhuma emissão poluente) em sua arrancada, até alcançar a velocidade de 30 km/h. Após, entra em trabalho paralelo o propulsor a diesel, atuando em conjunto na tração.

Segundo a Volvo, quando o ônibus está parado em pontos de ônibus ou em se-máforos, o motor a diesel é desligado totalmente. Durante as frenagens, a ener-gia que seria dissipada em forma de calor, é transformada em eletricidade e é armazenada no banco de baterias. A montadora também destaca a economia de

combustível, podendo chegar até 39%, tendo ainda um índice de redução nas emissões de gases tóxicos de 50%.

Há quatro anos, a TMB resolveu apostar no conceito da eletromobilidade em suas operações. Até o final deste ano, outras 15 unidades do modelo 7900 híbri-do serão adquiridos pela transportadora.

Muita gente nunca ouviu falar de Gdynia, cidade polonesa localizada na costa do Mar Báltico. Com uma arquitetura que se destaca em seu cenário, tem tam-bém como atratividade os diversos navios museus ancorados em seu porto, além de passeios por sua costa. Seu festival internacional de cinema é outro chamariz

para o turismo. A taxa de motorização local é de 450 carros por 1.000 habitantes e os desloca-

mentos da população se dividem meio a meio entre automóveis e transporte co-letivo. Por conta de sua jovialidade, Gdynia abraçou o modelo ambientalmente correto em sua mobilidade, com a operação de trólebus em seu sistema de

transporte público. Com 250 mil habitantes, o município conta com uma rede de 90 quilômetros de extensão. Operada pela PKT (Przedsiębiorstwo Komunikacji

Trolejbusowej w Gdyni) desde 1998, a frota de 93 trólebus constitui 30% de to-do o sistema de transporte público da cidade. Outro detalhe é que 77% dos ha-bitantes acessam as linhas do trólebus em cinco minutos de caminhada desde seus locais de moradias. A maioria dos veículos foram produzidos pela marca polonesa Solaris Bus & Coach.

Como parte de seu processo de ampliação de um transporte público limpo, a

cidade polonesa participa do projeto da União Europeia Civitas Dynamo, objeti-vando um estilo de vida não poluente, com importância estratégica em quatro cidades europeias (Aachem, na Alemanha, a própria Gdynia, Palma de Maiorca, na Espanha e Koprivnica, na Croácia). Aumentar a eficiência energética e o uso da tração verde, seja pela eletromobilidade, propulsão híbrida ou por gás natu-ral, é um dos pilares do projeto Civitas Dynamo.

O sistema de trólebus de Gdynia recebe subsídio financeiro do poder público local

Aplicativos para filmes e músicas

A operadora paranaense Expresso Princesa dos Campos amplia os atributos positivos em seus serviços, visando a maior comodidade de seus clientes. Nesse sentido, ela está oferecendo a tecnologia streaming de entretenimento por meio de um aplicativo que possibilita assistir filmes, ouvir músicas ou estações de rá-

dio e ver outras mídias durante as viagens, sem custo e sem consumir o pacote de internet do passageiro.

De acordo com a empresa, o passageiro poderá escolher a opção que preferir assistir ou ouvir numa lista que apresenta opções em diversos gêneros. O servi-ço funciona em qualquer dispositivo, seja smartphone ou tablet e na maioria dos sistemas operacionais. Para utilizar, basta conectar o equipamento a um servi-dor de mídia que está disponível no ônibus.

A inovação será testada nos ônibus que fazem as linhas entre Curitiba e Guaíra. Após a realização de uma pesquisa de satisfação junto aos usuários e, conforme a avaliação, o serviço será disponibilizado em outros ônibus e itinerários. Segun-do explicações da transportadora, o novo aplicativo irá funcionar independente se existe ou não sinal de telefonia na área onde o ônibus estiver passando, des-de que o passageiro tenha baixado o aplicativo antes destas regiões.

Foto - Divulgação

Fresp cria charges para o fretamento

A Federação das Empresas de Transpor-tes de Passageiros por Fretamento do Es-tado de São Paulo (Fresp), com o objetivo de aproximar suas associadas dos usuá-

rios dos serviços de fretamento, lançou há pouco dias uma série de charges (caricaturas) que retratam os benefícios do segmento. Assinada pelo cartunista Ri-co, a iniciativa contará com 12 charges contendo histórias divertidas, que retrata-rão o cotidiano de quem usa o transporte

de forma contínua ou para viagens turísti-cas, mostrando as diferentes faces do fre-tamento. “A ideia é que as imagens retra-tem a maneira benéfica de entender o fre-tamento. As charges vão mostrar de ma-neira bem humorada que quem usa este

transporte pode contar com segurança, pontualidade e diversão, um número gran-de de possibilidades que contribuem para a saúde, o bem estar do cidadão e a mobi-lidade urbana”, disse Regina Rocha, dire-tora executiva da Fresp.

Divulgação