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Via Lctea

Via Lctea

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Ir para: navegao, pesquisaNota: Se procura o filme de Luis Buuel, consulte: La voie lacte. Ainda, se procura o filme brasileiro com Alice Braga, consulte: A Via Lctea.Via Lctea

Dados observacionais (J2000)

Idade13.800.000.000 anos

TipoSBb espiral barrada

N de estrelas200.000.000.000

Ascenso reta-

Declinao-

Distncia (parsec)

ConstelaoSagitrio

Caractersticas fsicas

Dimenses78500 al, 24000 pc

Raio50.000 al, 15,33 kpc

Magnitude absoluta-20,9

Massa1012 massas solares

Outras denominaes

Outros nomesGalxia da Terra, Galxia local, Galxia Via Lctea

A Via Lctea a galxia onde est localizado o Sistema Solar. uma estrutura constituda por cerca de duzentos bilhes[1] de estrelas (algumas estimativas colocam esse nmero no dobro, em torno de quatrocentos bilhes[2]) e tem uma massa de cerca de um trilho e 750 bilhes de massas solares. Sua idade est calculada entre 13 e 13,8 bilhes de anos, embora alguns autores afirmem estar na faixa de quatorze bilhes de anos.

ndice

[esconder] 1 Estrutura

1.1 Ncleo

1.2 Bulbo central

1.3 Disco

1.4 Braos espirais

1.5 Componente esfrico

1.6 Halo

2 Dificuldades na sua observao

3 A rotao galctica

4 Envolvente

5 Histrico de pesquisas

5.1 Antes do sculo XX

5.2 Depois do sculo XX

5.2.1 Harlow Shapley

5.2.2 Edwin Hubble

5.2.3 Walter Baade

6 Notas e Referncias

7 Ligaes externas

8 Bibliografia recomendada

[editar] EstruturaSo seis partes que constituem a Via Lctea: ncleo, bulbo central, disco, os braos espirais, o componente esfrico e o halo.

[editar] NcleoO ncleo est localizado no centro do sistema, tem a forma de uma esfera achatada e igualmente constitudo por estrelas, mas de idade mais avanada (chamada de populao 2), apresentando por isso uma cor mais avermelhada do que o disco. Tem um dimetro calculado em cerca de cem mil anos-luz e uma altura de trinta mil anos-luz, sendo uma fonte de intensa radiao eletromagntica, provavelmente devido existncia de um buraco-negro no seu centro. Este envolto por um disco de gs a alta temperatura e por partculas de poeira interestelar que o ocultam, absorvendo a luz visvel e a radiao ultravioleta. Porm, na faixa de radiofreqncia detectvel com certa facilidade.

O buraco negro central recebeu o nome de Sagittarius A, sua massa foi estimada em aproximadamente quatro milhes de vezes a massa do Sol. Ao seu redor parece haver indicao da presena de nuvens de gs em rpido movimento e ionizadas. Esta devida a fortes emisses de raios X e radiao infravermelha provenientes do ncleo galctico.

[editar] Bulbo centralO bulbo central galctico em torno do ncleo galctico, sua forma esfrica e constitudo principalmente por estrelas do tipo populao 2 (estrelas velhas). Esta regio da galxia rica em elementos pesados. Tambm esto presentes aglomerados globulares de estrelas semelhantes (de mesma composio), e suas rbitas so aproximadamente radiais ao redor do ncleo.

[editar] DiscoO disco a parte mais visvel da galxia, e nesta estrutura sobre a qual repousam os braos da Via Lctea; sua espessura equivale a um quinto de seu dimetro. Constitudo pela populao mais jovem de estrelas (chamada de populao 1) de cor azulada, por nuvens de poeira, gs e por aglomerados estelares. As estrelas do disco, tm um movimento de translao em volta do ncleo. Todas as estrelas que observamos no cu nocturno, esto localizadas no disco galctico.

[editar] Braos espirais

Estrutura observada junto as extenses extrapoladas dos braos espirais da Via-Lctea

Os 4 maiores braos espirais da galxia junto com o brao menor de rion esto nomeados como se segue, de acordo com a imagem direita:

CorBrao(s)

Ciano3kpc e Perseus

VioletaNorma (Junto com a sua extenso externa recentemente descoberta)

VerdeScutum-Crux

RosaCarina-Sagittarius

Existem pelo menos 2 braos menores ou ramificaes que incluem:

Laranjarion (que contm o Sistema Solar e o Sol)

Fora dos braos principais est o anel externo ou anel de Monoceros, um anel de estrelas ao redor da Via-Lctea que foi proposto pelos astrnomos Brian Yanny e Heidi Jo Newberg. Esse anel consiste de estrelas, poeira e gs capturados de outras galxias h bilhes de anos atrs.

Concepo artstica da estrutura espiral da Via-Lctea com seus dois braos principais e uma barra.[3]At 1953 no se conhecia a existncia de braos espirais na Via Lctea. A visualizao da estrutura espiral era ocultada pela poeira interestelar e dificultada por ser efectuada do interior da prpria galxia. At 2008 acreditava-se que possua 4 braos mas imagens reveladas pelo telescpio Spitzer vieram refazer uma teoria de dcadas como acreditavam todos os astrnomos. Robert Benjamin da Universidade de Wisconsin-Whitewater sugeriu que a Via-Lctea possui apenas dois braos estelares principais: o brao Perseus e o brao Scutum-Centaurus. Os demais braos foram reclassificados como braos menores ou ramificaes.[3]Esses dois braos principais, Centaurus e Perseus, contm ambos uma enorme concentrao de estrelas jovens e brilhantes. Desta forma, a Via-Lctea classificada como sendo uma galxia espiral e seus braos esto em movimento rotatrio em torno do ncleo semelhana de um grande cata-vento. no brao menor de rion que est localizado o nosso sistema solar. O Sol efetua uma rotao completa a cada duzentos milhes de anos e est localizado a cerca de 27 mil anos-luz do centro galctico.

[editar] Componente esfricoA forma de disco da Via Lctea no compacta, o centro e o bulbo central configuram uma regio chamada de componente esfrico. As estrelas compreendidas nesta so do tipo 1 e tipo 2, estando distribudas de forma mais ou menos uniforme. Esta regio envolta pelo Halo e somente identificvel de forma indireta.

[editar] HaloO halo tem uma forma esfrica e constituda por partculas ultra excitadas a alta temperatura, ans vermelhas, ans brancas e por aglomerados globulares, que esto em rbita em torno do centro de massa galctica. O halo, como tal, no observvel opticamente. As estrelas que formam os aglomerados globulares (de forma esfrica) so as mais antigas da galxia. Por ser o componente menos conhecido da Via Lctea, supe-se que sua estrutura seja gigantesca. O Halo envolve toda a estrutura visvel da galxia. Sua existncia demonstrada pelos efeitos provocados na curva de rotao externa da galxia. sabido, porm, que o halo se estende para alm de cem mil anos-luz do centro galctico. A sua massa gira entre cinco ou dez vezes maior do que a massa restante da galxia. Sua forma, seus componentes e seus limites no espao intergalctico so desconhecidos at o incio do sculo XXI, e muitas das afirmaes acerca do halo so especulaes cientficas.

[editar] Dificuldades na sua observaoA observao e o estudo da Via Lctea dificultado pelo facto de o plano galctico estar obscurecido por nuvens de poeira e gs (atmico - H e molecular - HII) que absorvem a luz visvel. Assim, muito do que sabemos da estrutura geral da nossa galxia inferido a partir da observao de outras galxias e por observao atravs de observatrios capazes de medies em comprimentos de onda no bloqueados pelas poeiras (nomeadamente infravermelho, Raios X e SHF, principalmente).

[editar] A rotao galcticaA Via Lctea descreve como um todo um movimento de rotao. Seus componentes no se deslocam mesma velocidade. As estrelas que esto a uma distncia maior do centro, movem-se a velocidades mais baixas do que as mais prximas.

O Sol descreve uma rbita que pode ser considerada circular. Sua velocidade relativa ao Universo, gira em torno de 225 km/s, seu perodo de revoluo de aproximadamente de duzentos milhes de anos.

[editar] EnvolventeA Via Lctea est inserida no chamado Grupo Local de galxias, que constitudo por cerca de trinta outras galxias. As principais so a Via Lctea (a mais macia) e a galxia de Andrmeda (a de maior dimenso) separadas entre si em cerca de 2,6 milhes de anos-luz. Estas duas galxias espirais gigantes esto em rbita de um centro de massa comum. As restantes galxias do Grupo Local so de pequenas dimenses e forma irregular, sendo que algumas so satlites quer da nossa galxia (como as famosas nuvens de Magalhes) quer da de Andrmeda e a sua cor azul e umas manchas pretas arrozadas.

Fotografia panormica de 360 de toda a galxia, vista do Sistema Solar[editar] Histrico de pesquisas[editar] Antes do sculo XXO filsofo grego Demcrito (450 a.C. 370 a.C.) foi o primeiro a propor que a Via Lctea era composta por estrelas distantes. A prova disso veio em 1610 quando Galileu Galilei usou um telescpio para a estudar e descobriu que era composta por um nmero incalculvel de estrelas. Uma obra de Kant publicada em 1755 sugere (correctamente) que a Via Lctea era uma massa de muitssimas estrelas em rotao, seguradas pela fora da gravidade tal como o sistema solar mas numa escala gigantesca. Kant conjecturou tambm que algumas das nebulosas visveis durante a noite deviam ser galxias tal como a nossa.

A primeira tentativa de descrever forma da Via Lctea e o posicionamento do sol foi feita por William Herschel em 1785 pela cuidadosa contagem do nmero de estrelas nas diferentes regies do cu. Herschel construiu um diagrama com a forma da galxia com o sistema solar prximo do centro.

Em 1845, Lord Rosse construiu um novo telescpio e conseguiu distinguir as diferenas entre uma nebulosa elptica e uma em forma de espiral.

[editar] Depois do sculo XX

Fragmento da Via Lctea (Foto: Observatrio de Paranal).

[editar] Harlow ShapleyAt o incio do sculo XX, acreditava-se que a Via Lctea fosse um sistema relativamente pequeno, com o Sol prximo de seu centro. Mediante a anlise da distribuio espacial dos aglomerados globulares (esfricos ou elipsides) na galxia, Harlow Shapley realizou em 1917 o primeiro clculo seguro das reais dimenses da Via Lctea. Shapley descobriu por exemplo, que o Sol se situava a trinta mil anos-luz do centro galctico e que estava mais prximo das bordas. Calculou um dimetro de cem mil anos-luz para a Via Lctea, e que havia corpos aparentemente em rbita desta, que em futuro prximo Edwin Hubble provou serem outras galxias.

[editar] Edwin HubbleFoi a partir do trabalho realizado pelo astrnomo norte-americado Edwin Hubble em 1924 que houve a determinao aproximada da extenso de nosso universo. Hubble provou pela teoria conhecida atualmente como a constante de Hubble que existem outras galxias, e que estas se afastam de ns. Ao medir a razo (velocidade) a que as galxias se afastavam (indicando assim que se encontravam a uma grande distncia), permitiu demonstrar que afinal essas estruturas se encontravam fora da Via Lctea e eram, elas mesmo, "ilhas" constitudas por estrelas.

[editar] Walter BaadeO astrnomo Walter Baade observou pela primeira vez na dcada de 1940, durante suas pesquisas sobre a galxia de Andrmeda, a teoria da nucleossntese, que estabelece que a abundncia de elementos pesados em geraes sucessivas de estrelas deve aumentar com o tempo, e que o processo de formao de estrelas terminou no halo h muito tempo, mas continua at os dias atuais no disco de Andrmeda. Atravs deste estudo, descobriu haver um paralelo tambm com a formao e evoluo da Via Lctea pela anlise da correlao existente entre a localizao espacial de uma estrela no sistema galctico e sua abundncia em elementos pesados.

Baade e outros astrnomos concluram ento que as estrelas encontradas no disco da Via Lctea so tipo populao I (estrelas jovens e pouco abundantes em elementos pesados), e que as do halo classificam-se principalmente como populao II (estrelas velhas e abundantes em elementos pesados), enquanto as do ncleo so uma mistura homognea dos dois tipos.

Notas e Referncias1.

Robert Sanders (9 de janeiro de 2006). Milky Way galaxy is warped and vibrating like a drum (em ingls). Universidade de Berkeley. Pgina visitada em 28 de outubro de 2007.

2. H. Frommert; C. Kronberg (25 de agosto de 2006). The Milky Way Galaxy (em ingls). SEDS. Pgina visitada em 28 de outubro de 2007.

3. 3,0 3,1 Benjamin, R. A. (2008). "The Spiral Structure of the Galaxy: Something Old, Something New...". Beuther, H.; Linz, H.; Henning, T. (ed.) Massive Star Formation: Observations Confront Theory 387: 375, Astronomical Society of the Pacific Conference Series.Ver tambm Bryner, Jeanna. "New Images: Milky Way Loses Two Arms", Space.com, 2008-06-03. Pgina visitada em 2008-06-04.

[editar] Ligaes externas