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UNIVERSIDADE DE BRASIacuteLIA ndash UNB
IG IB IQ FACE-ECO CDS
CURSO DE CIEcircNCIAS AMBIENTAIS
VIABILIDADE TEacuteCNICA E FINANCEIRA DE CAPTACcedilAtildeO DE
AacuteGUAS PLUVIAIS EM SISTEMAS PREDIAIS EM BRASIacuteLIA ndash DF
PAULO ALIPIUS MIKETEN DA SILVA
BRASIacuteLIA ndash DF
MARCcedilO2016
PAULO ALIPIUS MIKETEN DA SILVA
VIABILIDADE TEacuteCNICA E FINANCEIRA DE CAPTACcedilAtildeO DE
AacuteGUAS PLUVIAIS EM SISTEMAS PREDIAIS EM BRASIacuteLIA ndash DF
Monografia realizada e apresentada
durante o Curso de Graduaccedilatildeo em
Ciecircncias Ambientais da Universidade
de Brasiacutelia como requisito parcial para
obtenccedilatildeo de grau de bacharel em
Ciecircncias Ambientais sob a orientaccedilatildeo
do professor Dr Pedro Henrique Zuchi
da Conceiccedilatildeo
BRASIacuteLIA ndash DF
MARCcedilO2016
DA SILVA Paulo Alipius Miketen
ANAacuteLISE DA VIABILIDADE TEacuteCNICA E ECONOcircMICA DO USO
DO MEacuteTODO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS PLUVIAIS EM
SISTEMAS PREDIAIS E REDUCcedilAtildeO DE TRANSTORNOS
HIacuteDRICOS URBANOS EM BRASIacuteLIA ndash DF
Orientaccedilatildeo Dr Pedro Henrique Zuchi da Conceiccedilatildeo
paacuteginas
Projeto final em ciecircncias ambientais ndash Consoacutercio IG IB IQ FACE-
ECO CDS ndash Universidade de Brasiacutelia
Brasiacutelia ndash DF 2015
1 Ciecircncias Ambientais- 2Desenvolvimento Sustentaacutevel- 3 Sistema
de Captaccedilatildeo- 4 Aacuteguas Pluviais 5- Interdisciplinaridade
(PALAVRAS CHAVES)
VIABILIDADE TEacuteCNICA E FINANCEIRA DE CAPTACcedilAtildeO DE
AacuteGUAS PLUVIAIS EM SISTEMAS PREDIAIS EM BRASIacuteLIA ndash DF
Paulo Alipius Miketen da Silva
Prof Orientador Dr Pedro Henrique Zuchi da Conceiccedilatildeo
Brasiacutelia-DF
BANCA EXAMINADORA
Prof Dr Pedro Henrique Zuchi da Conceiccedilatildeo (Orientador)
FACE - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e Ciecircncias
Contaacutebeis - UnB
____________________________________________________
Prof Dr Luciano Soares da Cunha (Avaliador)
IG ndash Instituto de Geociecircncias ndash UnB
__________________________________________________
DEDICATOacuteRIA
Dedico esta monografia a minha
matildee e minha madrinha que
proporcionaram educaccedilatildeo para
que pudesse alcanccedilar esta
conquista a todos os amigos que
me apoiaram e ajudaram nessa
jornada acadecircmica e a todos
profissionais da aacuterea ambiental
principalmente os Cientistas
Ambientais
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a minha matildee Maria
Tereza Silva e minha madrinha Lourdes Maria Balby Silva duas
pessoas que foram fundamentais para minha formaccedilatildeo acadecircmica
e como pessoa
Agradeccedilo ao meu orientador professor e coordenador do
Curso de Ciecircncias Ambientais Pedro Zuchi pela paciecircncia e
excelente instruccedilatildeo para a finalizaccedilatildeo deste trabalhoe por tecirc-lo
como referecircncia tanto como profissional como pessoa Tambeacutem
gostaria de agradecer a dedicaccedilatildeo do Zuchi para com o curso de
Ciecircncias Ambientais e consequentemente para os alunos
contribuindo para a formaccedilatildeo de todos
Agradeccedilo ao professor Carlos Henke pelos conselhos dados
ao decorrer do curso para minha formaccedilatildeo como futuro profissional
Agradeccedilo ao professor Mauriacutecio Amazonas pelo suporte que
me deu ao longo da graduaccedilatildeo e por tecirc-lo como referecircncia
acadecircmica
Gostaria de agradecer a Elaine Souto que sempre foi muita
prestativa se dedicando ao maacuteximo para sempre atender todos os
alunos
Por fim gostaria de agradecer a todos os meus amigos que
me aturaram ao decorrer do curso compartilhando experiecircncias
novas e de certa forma me ajudaram a concluir este trabalho
ldquoEstamos diante de um momento criacutetico na
histoacuteria da Terra numa eacutepoca em que a
humanidade deve escolher o seu futuro Agrave
medida que o mundo torna-se cada vez mais
interdependente e fraacutegil o futuro enfrenta ao
mesmo tempo grandes perigos e grandes
promessas Para seguir adiante devemos
reconhecer que no meio da uma magniacutefica
diversidade de culturas e formas de vida
somos uma famiacutelia humana e uma
comunidade terrestre com um destino comum
Devemos somar forccedilas para gerar uma
sociedade sustentaacutevel global baseada no
respeito pela natureza nos direitos humanos
universais na justiccedila econocircmica e numa
cultura da paz Para chegar a este propoacutesito
eacute imperativo que noacutes os povos da Terra
declaremos nossa responsabilidade uns para
com os outros com a grande comunidade da
vida e com as futuras geraccedilotildeesrdquo
(Carta da Terra)
RESUMO
O presente trabalho apresenta a viabilidade de implantaccedilatildeo de um
sistema de captaccedilatildeo em Brasiacutelia (DF) mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Com essa forma alternativa de utilizaccedilatildeo
de aacuteguas pluviais para fins natildeo potaacuteveis haacute uma maior
conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso de aacutegua potaacutevel e
consequentemente uma mudanccedila no pensamento ambiental da
populaccedilatildeo que possa vir a aderir a um sistema de captaccedilatildeo de
aacuteguas pluviais Portanto o sistema eacute feito para captar aacutegua da
chuva e ser redirecionado para o uso de ldquoaacutegua cinzardquo e ver o quatildeo
viaacutevel eacute sua implantaccedilatildeo Os dados apresentados foram calculados
a partir de estimativas envolvendo uma diferenccedila entre o custo total
de implantaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial e a possiacutevel
economia que se pode obter ao decorrer do tempo Com tal sistema
eacute possiacutevel estimar em quanto tempo haacute um retorno a partir de sua
implantaccedilatildeo e a possibilidade de uma reduccedilatildeo de transtornos
hiacutedricos urbanos tais como enchentes e alagamentos que tecircm se
tornado constantes em Brasiacutelia
Palavras chave 1 Ciecircncias Ambientais- 2Desenvolvimento
Sustentaacutevel- 3 Sistema de Captaccedilatildeo- 4 Aacuteguas Pluviais ndash 5
Interdisciplinaridade
ABSTRACT
This paper presents the feasibility of implementing a collection
system in Brasilia (DF) more specifically in Superquadra 111 North
With this alternative form of use of rainwater for non-potable
purposes there is a greater awareness of the use of potable water
and consequently a shift in environmental thinking of the population
that may join a rainwater collection system Therefore the system is
designed to capture rainwater and be redirected to the use of gray
water and see how viable is its implementation The data presented
were calculated from estimations involving a difference between the
total cost of setting a rainwater collection system and possible
savings that can be achieved over the time With such a system it is
possible to estimate how much time there is a return from its
implementation and the possibility of a reduction of urban water
disorders and consequently reduce flooding and overflowing which
have become constant in Brasilia
KEYWORDS 1 Environmental Sciences- 2Development
Sustainable 3-Caption System 4 Rainwater - 5 Interdisciplinary
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Tabela 05 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Tripeacute da Sustentabilidade
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
AE Aacuterea Aedificandi
AT Aacuterea Total
CAC Superintendecircncia de Atendimento Comercial
CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal
CEB Companhia Energeacutetica de Brasiacutelia
CMMAD Comissatildeo Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
CNUMAD Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento
DF Distrito Federal
DS Desenvolvimento Sustentaacutevel
ECOSOC Economic and Social Council of the United Nations
EPA Environmental Protection Agency
GDF Governo do Distrito Federal
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
KwH Quilo Watts Hora
L Litros
Msup2 Metros Quadrados
Msup3 Metros Cuacutebicos
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
SABESP Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo
SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente
SNRH Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos
SQN Superquadra Norte
UCrsquos Unidades de Consumo
UNB Universidade de Brasiacutelia
UNG Universidade de Guarulhos
UFSM Universidade Federal de Santa Maria
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Sumaacuterio
INTRODUCcedilAtildeO 14
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees
aplicaccedilatildeo conceitos 21
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as
cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema
seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com
fluxo 61
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65
INTRODUCcedilAtildeO
O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante
para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de
um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou
ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na
qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que
os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o
gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais
ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes
problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a
chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio
ambiente
Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram
pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras
edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais
Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o
controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves
questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o
Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante
quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou
Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o
uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais
possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de
aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas
possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando
aplicado em sistemas de uso privativo
Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e
que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as
demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma
parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base
a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser
aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para
a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de
chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados
recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF
Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da
seguinte forma
No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em
decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo
ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por
aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre
populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas
No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do
desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e
facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos
atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente
informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas
econocircmicas soacutecias e culturais
No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema
de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados
coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de
dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111
e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema
de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados
pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do
investimento
Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a
conclusatildeo sobre o estudo realizado
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico
Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do
cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais
problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras
dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e
conceitos
A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser
humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em
novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto
exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo
de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no
reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas
alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e
possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades
sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a
iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas
Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da
metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006
Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano
Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande
importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses
Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas
cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que
as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e
de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o
direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas
alteraccedilotildees ambientais
A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a
esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas
urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades
sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e
sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e
praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de
almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da
populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel
consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se
discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)
Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado
ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas
quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano
procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a
compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao
desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da
Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad
1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa
tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais
decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas
para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a
qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da
anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no
contexto na qual se encontram
Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana
sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos
projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das
preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do
provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas
satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas
requalificadas ou revitalizadasrdquo
Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e
perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da
cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento
sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios
causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa
participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por
Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo
somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no
qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de
meacutetodos alternativos de sustentabilidade
Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de
diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos
efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle
governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus
habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades
Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os
problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas
tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a
rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria
cidade
Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara
avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho
ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade
ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da
transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas
ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de
cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana
afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um
extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum
Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem
das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo
contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a
capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo
Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute
necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse
processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio
que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees
metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a
temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um
enfoque transdisciplinar
Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise
sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como
cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser
uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas
prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa
ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma
nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees
voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos
transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria
e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento
da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase
destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no
horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez
passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais
alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de
caminharrdquo
Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de
uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito
mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental
locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de
paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a
contribuir
Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise
ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento
populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta
produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades
tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora
concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano
como grande objetivo
Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes
da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de
produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim
provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental
Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade
sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e
produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta
Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem
da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar
primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud
Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema
localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-
los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os
agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes
sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos
fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista
eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da
aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a
economia tecnologia e meio ambiente
Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis
juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta
complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos
apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem
devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases
poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o
traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de
transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo
urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da
populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos
destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais
voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de
qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local
dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de
ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A
primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes
aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo
dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda
concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e
na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como
esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima
vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade
tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que
as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis
definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos
Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando
previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais
que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como
estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos
Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana
Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p
2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo
governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico
buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda
que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave
disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos
socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo
Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram
dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar
uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a
globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o
problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios
que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as
poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e
relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio
ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou
natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio
ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo
socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da
sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do
direito a cidades sustentaacuteveis
Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser
vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute
que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e
quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo
com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas
Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas
devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo
ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em
consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de
poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a
proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos
governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e
econocircmicos
Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana
p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado
eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem
ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na
escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses
puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a
direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o
termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma
segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como
uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado
espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores
que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais
Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade
urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente
com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se
nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de
considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel
Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de
10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas
expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito
proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave
infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer
tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras
Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a
sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem
degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as
cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a
dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por
Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano
natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos
urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos
na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit
na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de
segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas
por tais serviccedilosrdquo
Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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PAULO ALIPIUS MIKETEN DA SILVA
VIABILIDADE TEacuteCNICA E FINANCEIRA DE CAPTACcedilAtildeO DE
AacuteGUAS PLUVIAIS EM SISTEMAS PREDIAIS EM BRASIacuteLIA ndash DF
Monografia realizada e apresentada
durante o Curso de Graduaccedilatildeo em
Ciecircncias Ambientais da Universidade
de Brasiacutelia como requisito parcial para
obtenccedilatildeo de grau de bacharel em
Ciecircncias Ambientais sob a orientaccedilatildeo
do professor Dr Pedro Henrique Zuchi
da Conceiccedilatildeo
BRASIacuteLIA ndash DF
MARCcedilO2016
DA SILVA Paulo Alipius Miketen
ANAacuteLISE DA VIABILIDADE TEacuteCNICA E ECONOcircMICA DO USO
DO MEacuteTODO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS PLUVIAIS EM
SISTEMAS PREDIAIS E REDUCcedilAtildeO DE TRANSTORNOS
HIacuteDRICOS URBANOS EM BRASIacuteLIA ndash DF
Orientaccedilatildeo Dr Pedro Henrique Zuchi da Conceiccedilatildeo
paacuteginas
Projeto final em ciecircncias ambientais ndash Consoacutercio IG IB IQ FACE-
ECO CDS ndash Universidade de Brasiacutelia
Brasiacutelia ndash DF 2015
1 Ciecircncias Ambientais- 2Desenvolvimento Sustentaacutevel- 3 Sistema
de Captaccedilatildeo- 4 Aacuteguas Pluviais 5- Interdisciplinaridade
(PALAVRAS CHAVES)
VIABILIDADE TEacuteCNICA E FINANCEIRA DE CAPTACcedilAtildeO DE
AacuteGUAS PLUVIAIS EM SISTEMAS PREDIAIS EM BRASIacuteLIA ndash DF
Paulo Alipius Miketen da Silva
Prof Orientador Dr Pedro Henrique Zuchi da Conceiccedilatildeo
Brasiacutelia-DF
BANCA EXAMINADORA
Prof Dr Pedro Henrique Zuchi da Conceiccedilatildeo (Orientador)
FACE - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e Ciecircncias
Contaacutebeis - UnB
____________________________________________________
Prof Dr Luciano Soares da Cunha (Avaliador)
IG ndash Instituto de Geociecircncias ndash UnB
__________________________________________________
DEDICATOacuteRIA
Dedico esta monografia a minha
matildee e minha madrinha que
proporcionaram educaccedilatildeo para
que pudesse alcanccedilar esta
conquista a todos os amigos que
me apoiaram e ajudaram nessa
jornada acadecircmica e a todos
profissionais da aacuterea ambiental
principalmente os Cientistas
Ambientais
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a minha matildee Maria
Tereza Silva e minha madrinha Lourdes Maria Balby Silva duas
pessoas que foram fundamentais para minha formaccedilatildeo acadecircmica
e como pessoa
Agradeccedilo ao meu orientador professor e coordenador do
Curso de Ciecircncias Ambientais Pedro Zuchi pela paciecircncia e
excelente instruccedilatildeo para a finalizaccedilatildeo deste trabalhoe por tecirc-lo
como referecircncia tanto como profissional como pessoa Tambeacutem
gostaria de agradecer a dedicaccedilatildeo do Zuchi para com o curso de
Ciecircncias Ambientais e consequentemente para os alunos
contribuindo para a formaccedilatildeo de todos
Agradeccedilo ao professor Carlos Henke pelos conselhos dados
ao decorrer do curso para minha formaccedilatildeo como futuro profissional
Agradeccedilo ao professor Mauriacutecio Amazonas pelo suporte que
me deu ao longo da graduaccedilatildeo e por tecirc-lo como referecircncia
acadecircmica
Gostaria de agradecer a Elaine Souto que sempre foi muita
prestativa se dedicando ao maacuteximo para sempre atender todos os
alunos
Por fim gostaria de agradecer a todos os meus amigos que
me aturaram ao decorrer do curso compartilhando experiecircncias
novas e de certa forma me ajudaram a concluir este trabalho
ldquoEstamos diante de um momento criacutetico na
histoacuteria da Terra numa eacutepoca em que a
humanidade deve escolher o seu futuro Agrave
medida que o mundo torna-se cada vez mais
interdependente e fraacutegil o futuro enfrenta ao
mesmo tempo grandes perigos e grandes
promessas Para seguir adiante devemos
reconhecer que no meio da uma magniacutefica
diversidade de culturas e formas de vida
somos uma famiacutelia humana e uma
comunidade terrestre com um destino comum
Devemos somar forccedilas para gerar uma
sociedade sustentaacutevel global baseada no
respeito pela natureza nos direitos humanos
universais na justiccedila econocircmica e numa
cultura da paz Para chegar a este propoacutesito
eacute imperativo que noacutes os povos da Terra
declaremos nossa responsabilidade uns para
com os outros com a grande comunidade da
vida e com as futuras geraccedilotildeesrdquo
(Carta da Terra)
RESUMO
O presente trabalho apresenta a viabilidade de implantaccedilatildeo de um
sistema de captaccedilatildeo em Brasiacutelia (DF) mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Com essa forma alternativa de utilizaccedilatildeo
de aacuteguas pluviais para fins natildeo potaacuteveis haacute uma maior
conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso de aacutegua potaacutevel e
consequentemente uma mudanccedila no pensamento ambiental da
populaccedilatildeo que possa vir a aderir a um sistema de captaccedilatildeo de
aacuteguas pluviais Portanto o sistema eacute feito para captar aacutegua da
chuva e ser redirecionado para o uso de ldquoaacutegua cinzardquo e ver o quatildeo
viaacutevel eacute sua implantaccedilatildeo Os dados apresentados foram calculados
a partir de estimativas envolvendo uma diferenccedila entre o custo total
de implantaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial e a possiacutevel
economia que se pode obter ao decorrer do tempo Com tal sistema
eacute possiacutevel estimar em quanto tempo haacute um retorno a partir de sua
implantaccedilatildeo e a possibilidade de uma reduccedilatildeo de transtornos
hiacutedricos urbanos tais como enchentes e alagamentos que tecircm se
tornado constantes em Brasiacutelia
Palavras chave 1 Ciecircncias Ambientais- 2Desenvolvimento
Sustentaacutevel- 3 Sistema de Captaccedilatildeo- 4 Aacuteguas Pluviais ndash 5
Interdisciplinaridade
ABSTRACT
This paper presents the feasibility of implementing a collection
system in Brasilia (DF) more specifically in Superquadra 111 North
With this alternative form of use of rainwater for non-potable
purposes there is a greater awareness of the use of potable water
and consequently a shift in environmental thinking of the population
that may join a rainwater collection system Therefore the system is
designed to capture rainwater and be redirected to the use of gray
water and see how viable is its implementation The data presented
were calculated from estimations involving a difference between the
total cost of setting a rainwater collection system and possible
savings that can be achieved over the time With such a system it is
possible to estimate how much time there is a return from its
implementation and the possibility of a reduction of urban water
disorders and consequently reduce flooding and overflowing which
have become constant in Brasilia
KEYWORDS 1 Environmental Sciences- 2Development
Sustainable 3-Caption System 4 Rainwater - 5 Interdisciplinary
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Tabela 05 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Tripeacute da Sustentabilidade
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
AE Aacuterea Aedificandi
AT Aacuterea Total
CAC Superintendecircncia de Atendimento Comercial
CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal
CEB Companhia Energeacutetica de Brasiacutelia
CMMAD Comissatildeo Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
CNUMAD Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento
DF Distrito Federal
DS Desenvolvimento Sustentaacutevel
ECOSOC Economic and Social Council of the United Nations
EPA Environmental Protection Agency
GDF Governo do Distrito Federal
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
KwH Quilo Watts Hora
L Litros
Msup2 Metros Quadrados
Msup3 Metros Cuacutebicos
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
SABESP Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo
SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente
SNRH Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos
SQN Superquadra Norte
UCrsquos Unidades de Consumo
UNB Universidade de Brasiacutelia
UNG Universidade de Guarulhos
UFSM Universidade Federal de Santa Maria
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Sumaacuterio
INTRODUCcedilAtildeO 14
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees
aplicaccedilatildeo conceitos 21
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as
cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema
seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com
fluxo 61
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65
INTRODUCcedilAtildeO
O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante
para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de
um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou
ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na
qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que
os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o
gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais
ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes
problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a
chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio
ambiente
Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram
pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras
edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais
Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o
controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves
questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o
Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante
quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou
Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o
uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais
possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de
aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas
possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando
aplicado em sistemas de uso privativo
Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e
que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as
demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma
parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base
a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser
aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para
a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de
chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados
recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF
Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da
seguinte forma
No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em
decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo
ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por
aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre
populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas
No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do
desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e
facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos
atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente
informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas
econocircmicas soacutecias e culturais
No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema
de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados
coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de
dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111
e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema
de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados
pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do
investimento
Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a
conclusatildeo sobre o estudo realizado
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico
Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do
cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais
problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras
dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e
conceitos
A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser
humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em
novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto
exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo
de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no
reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas
alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e
possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades
sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a
iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas
Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da
metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006
Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano
Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande
importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses
Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas
cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que
as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e
de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o
direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas
alteraccedilotildees ambientais
A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a
esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas
urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades
sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e
sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e
praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de
almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da
populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel
consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se
discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)
Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado
ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas
quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano
procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a
compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao
desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da
Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad
1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa
tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais
decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas
para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a
qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da
anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no
contexto na qual se encontram
Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana
sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos
projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das
preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do
provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas
satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas
requalificadas ou revitalizadasrdquo
Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e
perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da
cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento
sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios
causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa
participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por
Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo
somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no
qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de
meacutetodos alternativos de sustentabilidade
Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de
diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos
efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle
governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus
habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades
Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os
problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas
tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a
rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria
cidade
Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara
avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho
ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade
ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da
transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas
ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de
cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana
afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um
extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum
Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem
das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo
contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a
capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo
Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute
necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse
processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio
que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees
metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a
temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um
enfoque transdisciplinar
Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise
sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como
cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser
uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas
prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa
ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma
nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees
voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos
transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria
e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento
da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase
destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no
horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez
passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais
alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de
caminharrdquo
Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de
uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito
mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental
locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de
paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a
contribuir
Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise
ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento
populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta
produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades
tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora
concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano
como grande objetivo
Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes
da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de
produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim
provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental
Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade
sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e
produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta
Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem
da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar
primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud
Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema
localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-
los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os
agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes
sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos
fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista
eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da
aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a
economia tecnologia e meio ambiente
Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis
juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta
complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos
apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem
devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases
poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o
traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de
transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo
urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da
populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos
destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais
voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de
qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local
dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de
ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A
primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes
aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo
dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda
concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e
na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como
esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima
vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade
tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que
as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis
definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos
Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando
previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais
que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como
estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos
Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana
Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p
2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo
governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico
buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda
que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave
disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos
socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo
Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram
dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar
uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a
globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o
problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios
que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as
poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e
relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio
ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou
natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio
ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo
socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da
sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do
direito a cidades sustentaacuteveis
Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser
vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute
que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e
quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo
com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas
Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas
devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo
ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em
consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de
poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a
proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos
governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e
econocircmicos
Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana
p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado
eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem
ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na
escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses
puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a
direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o
termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma
segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como
uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado
espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores
que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais
Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade
urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente
com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se
nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de
considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel
Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de
10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas
expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito
proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave
infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer
tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras
Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a
sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem
degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as
cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a
dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por
Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano
natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos
urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos
na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit
na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de
segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas
por tais serviccedilosrdquo
Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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ANAacuteLISE DA VIABILIDADE TEacuteCNICA E ECONOcircMICA DO USO
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SISTEMAS PREDIAIS E REDUCcedilAtildeO DE TRANSTORNOS
HIacuteDRICOS URBANOS EM BRASIacuteLIA ndash DF
Orientaccedilatildeo Dr Pedro Henrique Zuchi da Conceiccedilatildeo
paacuteginas
Projeto final em ciecircncias ambientais ndash Consoacutercio IG IB IQ FACE-
ECO CDS ndash Universidade de Brasiacutelia
Brasiacutelia ndash DF 2015
1 Ciecircncias Ambientais- 2Desenvolvimento Sustentaacutevel- 3 Sistema
de Captaccedilatildeo- 4 Aacuteguas Pluviais 5- Interdisciplinaridade
(PALAVRAS CHAVES)
VIABILIDADE TEacuteCNICA E FINANCEIRA DE CAPTACcedilAtildeO DE
AacuteGUAS PLUVIAIS EM SISTEMAS PREDIAIS EM BRASIacuteLIA ndash DF
Paulo Alipius Miketen da Silva
Prof Orientador Dr Pedro Henrique Zuchi da Conceiccedilatildeo
Brasiacutelia-DF
BANCA EXAMINADORA
Prof Dr Pedro Henrique Zuchi da Conceiccedilatildeo (Orientador)
FACE - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e Ciecircncias
Contaacutebeis - UnB
____________________________________________________
Prof Dr Luciano Soares da Cunha (Avaliador)
IG ndash Instituto de Geociecircncias ndash UnB
__________________________________________________
DEDICATOacuteRIA
Dedico esta monografia a minha
matildee e minha madrinha que
proporcionaram educaccedilatildeo para
que pudesse alcanccedilar esta
conquista a todos os amigos que
me apoiaram e ajudaram nessa
jornada acadecircmica e a todos
profissionais da aacuterea ambiental
principalmente os Cientistas
Ambientais
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a minha matildee Maria
Tereza Silva e minha madrinha Lourdes Maria Balby Silva duas
pessoas que foram fundamentais para minha formaccedilatildeo acadecircmica
e como pessoa
Agradeccedilo ao meu orientador professor e coordenador do
Curso de Ciecircncias Ambientais Pedro Zuchi pela paciecircncia e
excelente instruccedilatildeo para a finalizaccedilatildeo deste trabalhoe por tecirc-lo
como referecircncia tanto como profissional como pessoa Tambeacutem
gostaria de agradecer a dedicaccedilatildeo do Zuchi para com o curso de
Ciecircncias Ambientais e consequentemente para os alunos
contribuindo para a formaccedilatildeo de todos
Agradeccedilo ao professor Carlos Henke pelos conselhos dados
ao decorrer do curso para minha formaccedilatildeo como futuro profissional
Agradeccedilo ao professor Mauriacutecio Amazonas pelo suporte que
me deu ao longo da graduaccedilatildeo e por tecirc-lo como referecircncia
acadecircmica
Gostaria de agradecer a Elaine Souto que sempre foi muita
prestativa se dedicando ao maacuteximo para sempre atender todos os
alunos
Por fim gostaria de agradecer a todos os meus amigos que
me aturaram ao decorrer do curso compartilhando experiecircncias
novas e de certa forma me ajudaram a concluir este trabalho
ldquoEstamos diante de um momento criacutetico na
histoacuteria da Terra numa eacutepoca em que a
humanidade deve escolher o seu futuro Agrave
medida que o mundo torna-se cada vez mais
interdependente e fraacutegil o futuro enfrenta ao
mesmo tempo grandes perigos e grandes
promessas Para seguir adiante devemos
reconhecer que no meio da uma magniacutefica
diversidade de culturas e formas de vida
somos uma famiacutelia humana e uma
comunidade terrestre com um destino comum
Devemos somar forccedilas para gerar uma
sociedade sustentaacutevel global baseada no
respeito pela natureza nos direitos humanos
universais na justiccedila econocircmica e numa
cultura da paz Para chegar a este propoacutesito
eacute imperativo que noacutes os povos da Terra
declaremos nossa responsabilidade uns para
com os outros com a grande comunidade da
vida e com as futuras geraccedilotildeesrdquo
(Carta da Terra)
RESUMO
O presente trabalho apresenta a viabilidade de implantaccedilatildeo de um
sistema de captaccedilatildeo em Brasiacutelia (DF) mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Com essa forma alternativa de utilizaccedilatildeo
de aacuteguas pluviais para fins natildeo potaacuteveis haacute uma maior
conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso de aacutegua potaacutevel e
consequentemente uma mudanccedila no pensamento ambiental da
populaccedilatildeo que possa vir a aderir a um sistema de captaccedilatildeo de
aacuteguas pluviais Portanto o sistema eacute feito para captar aacutegua da
chuva e ser redirecionado para o uso de ldquoaacutegua cinzardquo e ver o quatildeo
viaacutevel eacute sua implantaccedilatildeo Os dados apresentados foram calculados
a partir de estimativas envolvendo uma diferenccedila entre o custo total
de implantaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial e a possiacutevel
economia que se pode obter ao decorrer do tempo Com tal sistema
eacute possiacutevel estimar em quanto tempo haacute um retorno a partir de sua
implantaccedilatildeo e a possibilidade de uma reduccedilatildeo de transtornos
hiacutedricos urbanos tais como enchentes e alagamentos que tecircm se
tornado constantes em Brasiacutelia
Palavras chave 1 Ciecircncias Ambientais- 2Desenvolvimento
Sustentaacutevel- 3 Sistema de Captaccedilatildeo- 4 Aacuteguas Pluviais ndash 5
Interdisciplinaridade
ABSTRACT
This paper presents the feasibility of implementing a collection
system in Brasilia (DF) more specifically in Superquadra 111 North
With this alternative form of use of rainwater for non-potable
purposes there is a greater awareness of the use of potable water
and consequently a shift in environmental thinking of the population
that may join a rainwater collection system Therefore the system is
designed to capture rainwater and be redirected to the use of gray
water and see how viable is its implementation The data presented
were calculated from estimations involving a difference between the
total cost of setting a rainwater collection system and possible
savings that can be achieved over the time With such a system it is
possible to estimate how much time there is a return from its
implementation and the possibility of a reduction of urban water
disorders and consequently reduce flooding and overflowing which
have become constant in Brasilia
KEYWORDS 1 Environmental Sciences- 2Development
Sustainable 3-Caption System 4 Rainwater - 5 Interdisciplinary
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Tabela 05 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Tripeacute da Sustentabilidade
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
AE Aacuterea Aedificandi
AT Aacuterea Total
CAC Superintendecircncia de Atendimento Comercial
CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal
CEB Companhia Energeacutetica de Brasiacutelia
CMMAD Comissatildeo Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
CNUMAD Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento
DF Distrito Federal
DS Desenvolvimento Sustentaacutevel
ECOSOC Economic and Social Council of the United Nations
EPA Environmental Protection Agency
GDF Governo do Distrito Federal
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
KwH Quilo Watts Hora
L Litros
Msup2 Metros Quadrados
Msup3 Metros Cuacutebicos
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
SABESP Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo
SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente
SNRH Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos
SQN Superquadra Norte
UCrsquos Unidades de Consumo
UNB Universidade de Brasiacutelia
UNG Universidade de Guarulhos
UFSM Universidade Federal de Santa Maria
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Sumaacuterio
INTRODUCcedilAtildeO 14
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees
aplicaccedilatildeo conceitos 21
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as
cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema
seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com
fluxo 61
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65
INTRODUCcedilAtildeO
O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante
para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de
um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou
ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na
qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que
os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o
gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais
ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes
problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a
chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio
ambiente
Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram
pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras
edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais
Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o
controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves
questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o
Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante
quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou
Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o
uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais
possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de
aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas
possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando
aplicado em sistemas de uso privativo
Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e
que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as
demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma
parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base
a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser
aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para
a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de
chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados
recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF
Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da
seguinte forma
No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em
decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo
ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por
aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre
populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas
No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do
desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e
facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos
atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente
informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas
econocircmicas soacutecias e culturais
No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema
de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados
coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de
dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111
e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema
de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados
pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do
investimento
Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a
conclusatildeo sobre o estudo realizado
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico
Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do
cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais
problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras
dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e
conceitos
A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser
humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em
novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto
exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo
de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no
reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas
alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e
possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades
sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a
iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas
Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da
metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006
Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano
Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande
importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses
Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas
cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que
as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e
de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o
direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas
alteraccedilotildees ambientais
A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a
esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas
urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades
sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e
sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e
praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de
almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da
populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel
consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se
discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)
Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado
ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas
quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano
procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a
compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao
desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da
Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad
1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa
tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais
decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas
para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a
qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da
anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no
contexto na qual se encontram
Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana
sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos
projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das
preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do
provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas
satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas
requalificadas ou revitalizadasrdquo
Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e
perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da
cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento
sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios
causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa
participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por
Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo
somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no
qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de
meacutetodos alternativos de sustentabilidade
Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de
diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos
efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle
governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus
habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades
Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os
problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas
tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a
rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria
cidade
Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara
avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho
ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade
ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da
transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas
ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de
cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana
afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um
extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum
Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem
das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo
contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a
capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo
Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute
necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse
processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio
que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees
metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a
temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um
enfoque transdisciplinar
Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise
sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como
cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser
uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas
prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa
ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma
nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees
voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos
transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria
e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento
da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase
destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no
horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez
passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais
alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de
caminharrdquo
Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de
uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito
mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental
locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de
paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a
contribuir
Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise
ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento
populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta
produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades
tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora
concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano
como grande objetivo
Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes
da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de
produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim
provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental
Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade
sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e
produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta
Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem
da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar
primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud
Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema
localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-
los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os
agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes
sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos
fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista
eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da
aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a
economia tecnologia e meio ambiente
Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis
juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta
complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos
apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem
devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases
poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o
traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de
transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo
urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da
populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos
destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais
voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de
qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local
dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de
ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A
primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes
aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo
dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda
concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e
na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como
esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima
vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade
tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que
as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis
definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos
Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando
previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais
que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como
estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos
Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana
Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p
2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo
governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico
buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda
que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave
disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos
socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo
Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram
dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar
uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a
globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o
problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios
que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as
poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e
relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio
ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou
natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio
ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo
socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da
sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do
direito a cidades sustentaacuteveis
Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser
vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute
que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e
quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo
com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas
Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas
devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo
ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em
consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de
poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a
proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos
governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e
econocircmicos
Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana
p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado
eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem
ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na
escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses
puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a
direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o
termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma
segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como
uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado
espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores
que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais
Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade
urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente
com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se
nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de
considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel
Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de
10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas
expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito
proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave
infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer
tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras
Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a
sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem
degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as
cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a
dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por
Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano
natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos
urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos
na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit
na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de
segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas
por tais serviccedilosrdquo
Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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VIABILIDADE TEacuteCNICA E FINANCEIRA DE CAPTACcedilAtildeO DE
AacuteGUAS PLUVIAIS EM SISTEMAS PREDIAIS EM BRASIacuteLIA ndash DF
Paulo Alipius Miketen da Silva
Prof Orientador Dr Pedro Henrique Zuchi da Conceiccedilatildeo
Brasiacutelia-DF
BANCA EXAMINADORA
Prof Dr Pedro Henrique Zuchi da Conceiccedilatildeo (Orientador)
FACE - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e Ciecircncias
Contaacutebeis - UnB
____________________________________________________
Prof Dr Luciano Soares da Cunha (Avaliador)
IG ndash Instituto de Geociecircncias ndash UnB
__________________________________________________
DEDICATOacuteRIA
Dedico esta monografia a minha
matildee e minha madrinha que
proporcionaram educaccedilatildeo para
que pudesse alcanccedilar esta
conquista a todos os amigos que
me apoiaram e ajudaram nessa
jornada acadecircmica e a todos
profissionais da aacuterea ambiental
principalmente os Cientistas
Ambientais
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a minha matildee Maria
Tereza Silva e minha madrinha Lourdes Maria Balby Silva duas
pessoas que foram fundamentais para minha formaccedilatildeo acadecircmica
e como pessoa
Agradeccedilo ao meu orientador professor e coordenador do
Curso de Ciecircncias Ambientais Pedro Zuchi pela paciecircncia e
excelente instruccedilatildeo para a finalizaccedilatildeo deste trabalhoe por tecirc-lo
como referecircncia tanto como profissional como pessoa Tambeacutem
gostaria de agradecer a dedicaccedilatildeo do Zuchi para com o curso de
Ciecircncias Ambientais e consequentemente para os alunos
contribuindo para a formaccedilatildeo de todos
Agradeccedilo ao professor Carlos Henke pelos conselhos dados
ao decorrer do curso para minha formaccedilatildeo como futuro profissional
Agradeccedilo ao professor Mauriacutecio Amazonas pelo suporte que
me deu ao longo da graduaccedilatildeo e por tecirc-lo como referecircncia
acadecircmica
Gostaria de agradecer a Elaine Souto que sempre foi muita
prestativa se dedicando ao maacuteximo para sempre atender todos os
alunos
Por fim gostaria de agradecer a todos os meus amigos que
me aturaram ao decorrer do curso compartilhando experiecircncias
novas e de certa forma me ajudaram a concluir este trabalho
ldquoEstamos diante de um momento criacutetico na
histoacuteria da Terra numa eacutepoca em que a
humanidade deve escolher o seu futuro Agrave
medida que o mundo torna-se cada vez mais
interdependente e fraacutegil o futuro enfrenta ao
mesmo tempo grandes perigos e grandes
promessas Para seguir adiante devemos
reconhecer que no meio da uma magniacutefica
diversidade de culturas e formas de vida
somos uma famiacutelia humana e uma
comunidade terrestre com um destino comum
Devemos somar forccedilas para gerar uma
sociedade sustentaacutevel global baseada no
respeito pela natureza nos direitos humanos
universais na justiccedila econocircmica e numa
cultura da paz Para chegar a este propoacutesito
eacute imperativo que noacutes os povos da Terra
declaremos nossa responsabilidade uns para
com os outros com a grande comunidade da
vida e com as futuras geraccedilotildeesrdquo
(Carta da Terra)
RESUMO
O presente trabalho apresenta a viabilidade de implantaccedilatildeo de um
sistema de captaccedilatildeo em Brasiacutelia (DF) mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Com essa forma alternativa de utilizaccedilatildeo
de aacuteguas pluviais para fins natildeo potaacuteveis haacute uma maior
conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso de aacutegua potaacutevel e
consequentemente uma mudanccedila no pensamento ambiental da
populaccedilatildeo que possa vir a aderir a um sistema de captaccedilatildeo de
aacuteguas pluviais Portanto o sistema eacute feito para captar aacutegua da
chuva e ser redirecionado para o uso de ldquoaacutegua cinzardquo e ver o quatildeo
viaacutevel eacute sua implantaccedilatildeo Os dados apresentados foram calculados
a partir de estimativas envolvendo uma diferenccedila entre o custo total
de implantaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial e a possiacutevel
economia que se pode obter ao decorrer do tempo Com tal sistema
eacute possiacutevel estimar em quanto tempo haacute um retorno a partir de sua
implantaccedilatildeo e a possibilidade de uma reduccedilatildeo de transtornos
hiacutedricos urbanos tais como enchentes e alagamentos que tecircm se
tornado constantes em Brasiacutelia
Palavras chave 1 Ciecircncias Ambientais- 2Desenvolvimento
Sustentaacutevel- 3 Sistema de Captaccedilatildeo- 4 Aacuteguas Pluviais ndash 5
Interdisciplinaridade
ABSTRACT
This paper presents the feasibility of implementing a collection
system in Brasilia (DF) more specifically in Superquadra 111 North
With this alternative form of use of rainwater for non-potable
purposes there is a greater awareness of the use of potable water
and consequently a shift in environmental thinking of the population
that may join a rainwater collection system Therefore the system is
designed to capture rainwater and be redirected to the use of gray
water and see how viable is its implementation The data presented
were calculated from estimations involving a difference between the
total cost of setting a rainwater collection system and possible
savings that can be achieved over the time With such a system it is
possible to estimate how much time there is a return from its
implementation and the possibility of a reduction of urban water
disorders and consequently reduce flooding and overflowing which
have become constant in Brasilia
KEYWORDS 1 Environmental Sciences- 2Development
Sustainable 3-Caption System 4 Rainwater - 5 Interdisciplinary
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Tabela 05 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Tripeacute da Sustentabilidade
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
AE Aacuterea Aedificandi
AT Aacuterea Total
CAC Superintendecircncia de Atendimento Comercial
CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal
CEB Companhia Energeacutetica de Brasiacutelia
CMMAD Comissatildeo Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
CNUMAD Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento
DF Distrito Federal
DS Desenvolvimento Sustentaacutevel
ECOSOC Economic and Social Council of the United Nations
EPA Environmental Protection Agency
GDF Governo do Distrito Federal
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
KwH Quilo Watts Hora
L Litros
Msup2 Metros Quadrados
Msup3 Metros Cuacutebicos
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
SABESP Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo
SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente
SNRH Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos
SQN Superquadra Norte
UCrsquos Unidades de Consumo
UNB Universidade de Brasiacutelia
UNG Universidade de Guarulhos
UFSM Universidade Federal de Santa Maria
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Sumaacuterio
INTRODUCcedilAtildeO 14
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees
aplicaccedilatildeo conceitos 21
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as
cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema
seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com
fluxo 61
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65
INTRODUCcedilAtildeO
O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante
para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de
um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou
ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na
qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que
os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o
gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais
ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes
problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a
chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio
ambiente
Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram
pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras
edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais
Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o
controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves
questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o
Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante
quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou
Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o
uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais
possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de
aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas
possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando
aplicado em sistemas de uso privativo
Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e
que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as
demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma
parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base
a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser
aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para
a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de
chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados
recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF
Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da
seguinte forma
No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em
decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo
ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por
aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre
populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas
No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do
desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e
facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos
atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente
informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas
econocircmicas soacutecias e culturais
No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema
de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados
coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de
dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111
e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema
de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados
pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do
investimento
Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a
conclusatildeo sobre o estudo realizado
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico
Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do
cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais
problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras
dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e
conceitos
A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser
humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em
novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto
exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo
de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no
reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas
alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e
possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades
sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a
iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas
Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da
metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006
Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano
Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande
importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses
Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas
cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que
as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e
de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o
direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas
alteraccedilotildees ambientais
A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a
esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas
urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades
sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e
sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e
praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de
almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da
populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel
consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se
discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)
Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado
ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas
quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano
procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a
compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao
desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da
Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad
1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa
tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais
decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas
para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a
qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da
anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no
contexto na qual se encontram
Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana
sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos
projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das
preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do
provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas
satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas
requalificadas ou revitalizadasrdquo
Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e
perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da
cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento
sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios
causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa
participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por
Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo
somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no
qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de
meacutetodos alternativos de sustentabilidade
Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de
diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos
efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle
governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus
habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades
Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os
problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas
tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a
rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria
cidade
Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara
avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho
ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade
ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da
transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas
ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de
cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana
afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um
extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum
Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem
das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo
contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a
capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo
Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute
necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse
processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio
que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees
metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a
temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um
enfoque transdisciplinar
Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise
sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como
cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser
uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas
prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa
ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma
nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees
voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos
transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria
e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento
da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase
destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no
horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez
passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais
alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de
caminharrdquo
Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de
uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito
mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental
locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de
paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a
contribuir
Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise
ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento
populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta
produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades
tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora
concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano
como grande objetivo
Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes
da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de
produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim
provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental
Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade
sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e
produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta
Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem
da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar
primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud
Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema
localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-
los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os
agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes
sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos
fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista
eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da
aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a
economia tecnologia e meio ambiente
Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis
juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta
complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos
apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem
devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases
poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o
traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de
transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo
urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da
populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos
destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais
voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de
qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local
dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de
ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A
primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes
aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo
dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda
concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e
na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como
esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima
vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade
tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que
as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis
definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos
Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando
previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais
que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como
estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos
Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana
Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p
2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo
governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico
buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda
que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave
disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos
socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo
Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram
dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar
uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a
globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o
problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios
que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as
poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e
relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio
ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou
natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio
ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo
socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da
sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do
direito a cidades sustentaacuteveis
Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser
vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute
que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e
quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo
com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas
Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas
devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo
ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em
consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de
poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a
proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos
governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e
econocircmicos
Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana
p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado
eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem
ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na
escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses
puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a
direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o
termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma
segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como
uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado
espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores
que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais
Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade
urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente
com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se
nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de
considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel
Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de
10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas
expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito
proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave
infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer
tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras
Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a
sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem
degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as
cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a
dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por
Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano
natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos
urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos
na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit
na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de
segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas
por tais serviccedilosrdquo
Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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DEDICATOacuteRIA
Dedico esta monografia a minha
matildee e minha madrinha que
proporcionaram educaccedilatildeo para
que pudesse alcanccedilar esta
conquista a todos os amigos que
me apoiaram e ajudaram nessa
jornada acadecircmica e a todos
profissionais da aacuterea ambiental
principalmente os Cientistas
Ambientais
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a minha matildee Maria
Tereza Silva e minha madrinha Lourdes Maria Balby Silva duas
pessoas que foram fundamentais para minha formaccedilatildeo acadecircmica
e como pessoa
Agradeccedilo ao meu orientador professor e coordenador do
Curso de Ciecircncias Ambientais Pedro Zuchi pela paciecircncia e
excelente instruccedilatildeo para a finalizaccedilatildeo deste trabalhoe por tecirc-lo
como referecircncia tanto como profissional como pessoa Tambeacutem
gostaria de agradecer a dedicaccedilatildeo do Zuchi para com o curso de
Ciecircncias Ambientais e consequentemente para os alunos
contribuindo para a formaccedilatildeo de todos
Agradeccedilo ao professor Carlos Henke pelos conselhos dados
ao decorrer do curso para minha formaccedilatildeo como futuro profissional
Agradeccedilo ao professor Mauriacutecio Amazonas pelo suporte que
me deu ao longo da graduaccedilatildeo e por tecirc-lo como referecircncia
acadecircmica
Gostaria de agradecer a Elaine Souto que sempre foi muita
prestativa se dedicando ao maacuteximo para sempre atender todos os
alunos
Por fim gostaria de agradecer a todos os meus amigos que
me aturaram ao decorrer do curso compartilhando experiecircncias
novas e de certa forma me ajudaram a concluir este trabalho
ldquoEstamos diante de um momento criacutetico na
histoacuteria da Terra numa eacutepoca em que a
humanidade deve escolher o seu futuro Agrave
medida que o mundo torna-se cada vez mais
interdependente e fraacutegil o futuro enfrenta ao
mesmo tempo grandes perigos e grandes
promessas Para seguir adiante devemos
reconhecer que no meio da uma magniacutefica
diversidade de culturas e formas de vida
somos uma famiacutelia humana e uma
comunidade terrestre com um destino comum
Devemos somar forccedilas para gerar uma
sociedade sustentaacutevel global baseada no
respeito pela natureza nos direitos humanos
universais na justiccedila econocircmica e numa
cultura da paz Para chegar a este propoacutesito
eacute imperativo que noacutes os povos da Terra
declaremos nossa responsabilidade uns para
com os outros com a grande comunidade da
vida e com as futuras geraccedilotildeesrdquo
(Carta da Terra)
RESUMO
O presente trabalho apresenta a viabilidade de implantaccedilatildeo de um
sistema de captaccedilatildeo em Brasiacutelia (DF) mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Com essa forma alternativa de utilizaccedilatildeo
de aacuteguas pluviais para fins natildeo potaacuteveis haacute uma maior
conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso de aacutegua potaacutevel e
consequentemente uma mudanccedila no pensamento ambiental da
populaccedilatildeo que possa vir a aderir a um sistema de captaccedilatildeo de
aacuteguas pluviais Portanto o sistema eacute feito para captar aacutegua da
chuva e ser redirecionado para o uso de ldquoaacutegua cinzardquo e ver o quatildeo
viaacutevel eacute sua implantaccedilatildeo Os dados apresentados foram calculados
a partir de estimativas envolvendo uma diferenccedila entre o custo total
de implantaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial e a possiacutevel
economia que se pode obter ao decorrer do tempo Com tal sistema
eacute possiacutevel estimar em quanto tempo haacute um retorno a partir de sua
implantaccedilatildeo e a possibilidade de uma reduccedilatildeo de transtornos
hiacutedricos urbanos tais como enchentes e alagamentos que tecircm se
tornado constantes em Brasiacutelia
Palavras chave 1 Ciecircncias Ambientais- 2Desenvolvimento
Sustentaacutevel- 3 Sistema de Captaccedilatildeo- 4 Aacuteguas Pluviais ndash 5
Interdisciplinaridade
ABSTRACT
This paper presents the feasibility of implementing a collection
system in Brasilia (DF) more specifically in Superquadra 111 North
With this alternative form of use of rainwater for non-potable
purposes there is a greater awareness of the use of potable water
and consequently a shift in environmental thinking of the population
that may join a rainwater collection system Therefore the system is
designed to capture rainwater and be redirected to the use of gray
water and see how viable is its implementation The data presented
were calculated from estimations involving a difference between the
total cost of setting a rainwater collection system and possible
savings that can be achieved over the time With such a system it is
possible to estimate how much time there is a return from its
implementation and the possibility of a reduction of urban water
disorders and consequently reduce flooding and overflowing which
have become constant in Brasilia
KEYWORDS 1 Environmental Sciences- 2Development
Sustainable 3-Caption System 4 Rainwater - 5 Interdisciplinary
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Tabela 05 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Tripeacute da Sustentabilidade
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
AE Aacuterea Aedificandi
AT Aacuterea Total
CAC Superintendecircncia de Atendimento Comercial
CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal
CEB Companhia Energeacutetica de Brasiacutelia
CMMAD Comissatildeo Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
CNUMAD Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento
DF Distrito Federal
DS Desenvolvimento Sustentaacutevel
ECOSOC Economic and Social Council of the United Nations
EPA Environmental Protection Agency
GDF Governo do Distrito Federal
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
KwH Quilo Watts Hora
L Litros
Msup2 Metros Quadrados
Msup3 Metros Cuacutebicos
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
SABESP Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo
SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente
SNRH Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos
SQN Superquadra Norte
UCrsquos Unidades de Consumo
UNB Universidade de Brasiacutelia
UNG Universidade de Guarulhos
UFSM Universidade Federal de Santa Maria
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Sumaacuterio
INTRODUCcedilAtildeO 14
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees
aplicaccedilatildeo conceitos 21
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as
cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema
seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com
fluxo 61
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65
INTRODUCcedilAtildeO
O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante
para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de
um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou
ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na
qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que
os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o
gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais
ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes
problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a
chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio
ambiente
Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram
pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras
edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais
Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o
controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves
questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o
Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante
quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou
Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o
uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais
possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de
aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas
possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando
aplicado em sistemas de uso privativo
Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e
que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as
demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma
parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base
a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser
aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para
a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de
chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados
recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF
Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da
seguinte forma
No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em
decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo
ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por
aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre
populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas
No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do
desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e
facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos
atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente
informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas
econocircmicas soacutecias e culturais
No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema
de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados
coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de
dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111
e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema
de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados
pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do
investimento
Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a
conclusatildeo sobre o estudo realizado
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico
Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do
cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais
problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras
dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e
conceitos
A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser
humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em
novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto
exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo
de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no
reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas
alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e
possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades
sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a
iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas
Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da
metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006
Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano
Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande
importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses
Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas
cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que
as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e
de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o
direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas
alteraccedilotildees ambientais
A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a
esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas
urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades
sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e
sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e
praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de
almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da
populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel
consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se
discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)
Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado
ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas
quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano
procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a
compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao
desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da
Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad
1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa
tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais
decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas
para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a
qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da
anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no
contexto na qual se encontram
Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana
sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos
projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das
preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do
provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas
satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas
requalificadas ou revitalizadasrdquo
Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e
perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da
cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento
sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios
causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa
participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por
Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo
somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no
qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de
meacutetodos alternativos de sustentabilidade
Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de
diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos
efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle
governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus
habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades
Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os
problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas
tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a
rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria
cidade
Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara
avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho
ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade
ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da
transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas
ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de
cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana
afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um
extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum
Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem
das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo
contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a
capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo
Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute
necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse
processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio
que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees
metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a
temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um
enfoque transdisciplinar
Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise
sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como
cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser
uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas
prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa
ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma
nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees
voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos
transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria
e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento
da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase
destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no
horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez
passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais
alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de
caminharrdquo
Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de
uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito
mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental
locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de
paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a
contribuir
Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise
ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento
populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta
produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades
tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora
concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano
como grande objetivo
Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes
da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de
produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim
provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental
Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade
sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e
produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta
Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem
da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar
primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud
Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema
localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-
los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os
agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes
sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos
fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista
eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da
aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a
economia tecnologia e meio ambiente
Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis
juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta
complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos
apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem
devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases
poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o
traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de
transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo
urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da
populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos
destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais
voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de
qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local
dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de
ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A
primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes
aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo
dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda
concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e
na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como
esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima
vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade
tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que
as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis
definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos
Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando
previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais
que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como
estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos
Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana
Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p
2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo
governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico
buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda
que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave
disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos
socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo
Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram
dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar
uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a
globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o
problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios
que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as
poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e
relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio
ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou
natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio
ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo
socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da
sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do
direito a cidades sustentaacuteveis
Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser
vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute
que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e
quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo
com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas
Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas
devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo
ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em
consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de
poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a
proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos
governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e
econocircmicos
Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana
p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado
eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem
ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na
escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses
puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a
direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o
termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma
segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como
uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado
espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores
que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais
Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade
urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente
com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se
nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de
considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel
Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de
10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas
expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito
proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave
infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer
tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras
Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a
sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem
degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as
cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a
dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por
Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano
natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos
urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos
na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit
na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de
segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas
por tais serviccedilosrdquo
Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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ttp3A2F2Fwwwcebcombr2Findexphp2Fcomponent2Fphocadown
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a minha matildee Maria
Tereza Silva e minha madrinha Lourdes Maria Balby Silva duas
pessoas que foram fundamentais para minha formaccedilatildeo acadecircmica
e como pessoa
Agradeccedilo ao meu orientador professor e coordenador do
Curso de Ciecircncias Ambientais Pedro Zuchi pela paciecircncia e
excelente instruccedilatildeo para a finalizaccedilatildeo deste trabalhoe por tecirc-lo
como referecircncia tanto como profissional como pessoa Tambeacutem
gostaria de agradecer a dedicaccedilatildeo do Zuchi para com o curso de
Ciecircncias Ambientais e consequentemente para os alunos
contribuindo para a formaccedilatildeo de todos
Agradeccedilo ao professor Carlos Henke pelos conselhos dados
ao decorrer do curso para minha formaccedilatildeo como futuro profissional
Agradeccedilo ao professor Mauriacutecio Amazonas pelo suporte que
me deu ao longo da graduaccedilatildeo e por tecirc-lo como referecircncia
acadecircmica
Gostaria de agradecer a Elaine Souto que sempre foi muita
prestativa se dedicando ao maacuteximo para sempre atender todos os
alunos
Por fim gostaria de agradecer a todos os meus amigos que
me aturaram ao decorrer do curso compartilhando experiecircncias
novas e de certa forma me ajudaram a concluir este trabalho
ldquoEstamos diante de um momento criacutetico na
histoacuteria da Terra numa eacutepoca em que a
humanidade deve escolher o seu futuro Agrave
medida que o mundo torna-se cada vez mais
interdependente e fraacutegil o futuro enfrenta ao
mesmo tempo grandes perigos e grandes
promessas Para seguir adiante devemos
reconhecer que no meio da uma magniacutefica
diversidade de culturas e formas de vida
somos uma famiacutelia humana e uma
comunidade terrestre com um destino comum
Devemos somar forccedilas para gerar uma
sociedade sustentaacutevel global baseada no
respeito pela natureza nos direitos humanos
universais na justiccedila econocircmica e numa
cultura da paz Para chegar a este propoacutesito
eacute imperativo que noacutes os povos da Terra
declaremos nossa responsabilidade uns para
com os outros com a grande comunidade da
vida e com as futuras geraccedilotildeesrdquo
(Carta da Terra)
RESUMO
O presente trabalho apresenta a viabilidade de implantaccedilatildeo de um
sistema de captaccedilatildeo em Brasiacutelia (DF) mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Com essa forma alternativa de utilizaccedilatildeo
de aacuteguas pluviais para fins natildeo potaacuteveis haacute uma maior
conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso de aacutegua potaacutevel e
consequentemente uma mudanccedila no pensamento ambiental da
populaccedilatildeo que possa vir a aderir a um sistema de captaccedilatildeo de
aacuteguas pluviais Portanto o sistema eacute feito para captar aacutegua da
chuva e ser redirecionado para o uso de ldquoaacutegua cinzardquo e ver o quatildeo
viaacutevel eacute sua implantaccedilatildeo Os dados apresentados foram calculados
a partir de estimativas envolvendo uma diferenccedila entre o custo total
de implantaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial e a possiacutevel
economia que se pode obter ao decorrer do tempo Com tal sistema
eacute possiacutevel estimar em quanto tempo haacute um retorno a partir de sua
implantaccedilatildeo e a possibilidade de uma reduccedilatildeo de transtornos
hiacutedricos urbanos tais como enchentes e alagamentos que tecircm se
tornado constantes em Brasiacutelia
Palavras chave 1 Ciecircncias Ambientais- 2Desenvolvimento
Sustentaacutevel- 3 Sistema de Captaccedilatildeo- 4 Aacuteguas Pluviais ndash 5
Interdisciplinaridade
ABSTRACT
This paper presents the feasibility of implementing a collection
system in Brasilia (DF) more specifically in Superquadra 111 North
With this alternative form of use of rainwater for non-potable
purposes there is a greater awareness of the use of potable water
and consequently a shift in environmental thinking of the population
that may join a rainwater collection system Therefore the system is
designed to capture rainwater and be redirected to the use of gray
water and see how viable is its implementation The data presented
were calculated from estimations involving a difference between the
total cost of setting a rainwater collection system and possible
savings that can be achieved over the time With such a system it is
possible to estimate how much time there is a return from its
implementation and the possibility of a reduction of urban water
disorders and consequently reduce flooding and overflowing which
have become constant in Brasilia
KEYWORDS 1 Environmental Sciences- 2Development
Sustainable 3-Caption System 4 Rainwater - 5 Interdisciplinary
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Tabela 05 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Tripeacute da Sustentabilidade
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
AE Aacuterea Aedificandi
AT Aacuterea Total
CAC Superintendecircncia de Atendimento Comercial
CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal
CEB Companhia Energeacutetica de Brasiacutelia
CMMAD Comissatildeo Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
CNUMAD Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento
DF Distrito Federal
DS Desenvolvimento Sustentaacutevel
ECOSOC Economic and Social Council of the United Nations
EPA Environmental Protection Agency
GDF Governo do Distrito Federal
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
KwH Quilo Watts Hora
L Litros
Msup2 Metros Quadrados
Msup3 Metros Cuacutebicos
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
SABESP Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo
SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente
SNRH Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos
SQN Superquadra Norte
UCrsquos Unidades de Consumo
UNB Universidade de Brasiacutelia
UNG Universidade de Guarulhos
UFSM Universidade Federal de Santa Maria
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Sumaacuterio
INTRODUCcedilAtildeO 14
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees
aplicaccedilatildeo conceitos 21
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as
cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema
seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com
fluxo 61
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65
INTRODUCcedilAtildeO
O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante
para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de
um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou
ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na
qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que
os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o
gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais
ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes
problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a
chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio
ambiente
Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram
pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras
edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais
Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o
controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves
questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o
Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante
quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou
Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o
uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais
possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de
aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas
possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando
aplicado em sistemas de uso privativo
Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e
que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as
demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma
parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base
a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser
aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para
a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de
chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados
recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF
Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da
seguinte forma
No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em
decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo
ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por
aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre
populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas
No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do
desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e
facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos
atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente
informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas
econocircmicas soacutecias e culturais
No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema
de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados
coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de
dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111
e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema
de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados
pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do
investimento
Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a
conclusatildeo sobre o estudo realizado
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico
Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do
cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais
problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras
dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e
conceitos
A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser
humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em
novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto
exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo
de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no
reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas
alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e
possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades
sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a
iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas
Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da
metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006
Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano
Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande
importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses
Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas
cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que
as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e
de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o
direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas
alteraccedilotildees ambientais
A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a
esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas
urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades
sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e
sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e
praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de
almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da
populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel
consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se
discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)
Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado
ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas
quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano
procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a
compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao
desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da
Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad
1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa
tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais
decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas
para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a
qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da
anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no
contexto na qual se encontram
Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana
sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos
projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das
preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do
provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas
satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas
requalificadas ou revitalizadasrdquo
Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e
perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da
cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento
sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios
causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa
participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por
Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo
somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no
qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de
meacutetodos alternativos de sustentabilidade
Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de
diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos
efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle
governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus
habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades
Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os
problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas
tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a
rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria
cidade
Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara
avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho
ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade
ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da
transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas
ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de
cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana
afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um
extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum
Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem
das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo
contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a
capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo
Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute
necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse
processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio
que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees
metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a
temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um
enfoque transdisciplinar
Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise
sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como
cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser
uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas
prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa
ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma
nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees
voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos
transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria
e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento
da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase
destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no
horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez
passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais
alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de
caminharrdquo
Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de
uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito
mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental
locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de
paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a
contribuir
Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise
ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento
populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta
produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades
tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora
concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano
como grande objetivo
Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes
da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de
produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim
provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental
Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade
sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e
produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta
Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem
da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar
primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud
Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema
localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-
los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os
agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes
sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos
fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista
eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da
aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a
economia tecnologia e meio ambiente
Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis
juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta
complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos
apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem
devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases
poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o
traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de
transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo
urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da
populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos
destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais
voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de
qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local
dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de
ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A
primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes
aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo
dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda
concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e
na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como
esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima
vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade
tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que
as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis
definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos
Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando
previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais
que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como
estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos
Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana
Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p
2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo
governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico
buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda
que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave
disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos
socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo
Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram
dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar
uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a
globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o
problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios
que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as
poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e
relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio
ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou
natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio
ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo
socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da
sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do
direito a cidades sustentaacuteveis
Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser
vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute
que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e
quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo
com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas
Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas
devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo
ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em
consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de
poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a
proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos
governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e
econocircmicos
Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana
p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado
eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem
ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na
escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses
puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a
direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o
termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma
segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como
uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado
espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores
que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais
Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade
urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente
com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se
nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de
considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel
Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de
10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas
expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito
proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave
infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer
tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras
Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a
sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem
degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as
cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a
dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por
Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano
natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos
urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos
na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit
na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de
segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas
por tais serviccedilosrdquo
Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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ldquoEstamos diante de um momento criacutetico na
histoacuteria da Terra numa eacutepoca em que a
humanidade deve escolher o seu futuro Agrave
medida que o mundo torna-se cada vez mais
interdependente e fraacutegil o futuro enfrenta ao
mesmo tempo grandes perigos e grandes
promessas Para seguir adiante devemos
reconhecer que no meio da uma magniacutefica
diversidade de culturas e formas de vida
somos uma famiacutelia humana e uma
comunidade terrestre com um destino comum
Devemos somar forccedilas para gerar uma
sociedade sustentaacutevel global baseada no
respeito pela natureza nos direitos humanos
universais na justiccedila econocircmica e numa
cultura da paz Para chegar a este propoacutesito
eacute imperativo que noacutes os povos da Terra
declaremos nossa responsabilidade uns para
com os outros com a grande comunidade da
vida e com as futuras geraccedilotildeesrdquo
(Carta da Terra)
RESUMO
O presente trabalho apresenta a viabilidade de implantaccedilatildeo de um
sistema de captaccedilatildeo em Brasiacutelia (DF) mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Com essa forma alternativa de utilizaccedilatildeo
de aacuteguas pluviais para fins natildeo potaacuteveis haacute uma maior
conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso de aacutegua potaacutevel e
consequentemente uma mudanccedila no pensamento ambiental da
populaccedilatildeo que possa vir a aderir a um sistema de captaccedilatildeo de
aacuteguas pluviais Portanto o sistema eacute feito para captar aacutegua da
chuva e ser redirecionado para o uso de ldquoaacutegua cinzardquo e ver o quatildeo
viaacutevel eacute sua implantaccedilatildeo Os dados apresentados foram calculados
a partir de estimativas envolvendo uma diferenccedila entre o custo total
de implantaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial e a possiacutevel
economia que se pode obter ao decorrer do tempo Com tal sistema
eacute possiacutevel estimar em quanto tempo haacute um retorno a partir de sua
implantaccedilatildeo e a possibilidade de uma reduccedilatildeo de transtornos
hiacutedricos urbanos tais como enchentes e alagamentos que tecircm se
tornado constantes em Brasiacutelia
Palavras chave 1 Ciecircncias Ambientais- 2Desenvolvimento
Sustentaacutevel- 3 Sistema de Captaccedilatildeo- 4 Aacuteguas Pluviais ndash 5
Interdisciplinaridade
ABSTRACT
This paper presents the feasibility of implementing a collection
system in Brasilia (DF) more specifically in Superquadra 111 North
With this alternative form of use of rainwater for non-potable
purposes there is a greater awareness of the use of potable water
and consequently a shift in environmental thinking of the population
that may join a rainwater collection system Therefore the system is
designed to capture rainwater and be redirected to the use of gray
water and see how viable is its implementation The data presented
were calculated from estimations involving a difference between the
total cost of setting a rainwater collection system and possible
savings that can be achieved over the time With such a system it is
possible to estimate how much time there is a return from its
implementation and the possibility of a reduction of urban water
disorders and consequently reduce flooding and overflowing which
have become constant in Brasilia
KEYWORDS 1 Environmental Sciences- 2Development
Sustainable 3-Caption System 4 Rainwater - 5 Interdisciplinary
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Tabela 05 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Tripeacute da Sustentabilidade
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
AE Aacuterea Aedificandi
AT Aacuterea Total
CAC Superintendecircncia de Atendimento Comercial
CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal
CEB Companhia Energeacutetica de Brasiacutelia
CMMAD Comissatildeo Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
CNUMAD Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento
DF Distrito Federal
DS Desenvolvimento Sustentaacutevel
ECOSOC Economic and Social Council of the United Nations
EPA Environmental Protection Agency
GDF Governo do Distrito Federal
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
KwH Quilo Watts Hora
L Litros
Msup2 Metros Quadrados
Msup3 Metros Cuacutebicos
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
SABESP Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo
SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente
SNRH Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos
SQN Superquadra Norte
UCrsquos Unidades de Consumo
UNB Universidade de Brasiacutelia
UNG Universidade de Guarulhos
UFSM Universidade Federal de Santa Maria
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Sumaacuterio
INTRODUCcedilAtildeO 14
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees
aplicaccedilatildeo conceitos 21
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as
cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema
seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com
fluxo 61
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65
INTRODUCcedilAtildeO
O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante
para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de
um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou
ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na
qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que
os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o
gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais
ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes
problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a
chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio
ambiente
Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram
pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras
edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais
Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o
controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves
questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o
Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante
quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou
Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o
uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais
possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de
aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas
possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando
aplicado em sistemas de uso privativo
Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e
que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as
demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma
parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base
a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser
aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para
a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de
chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados
recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF
Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da
seguinte forma
No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em
decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo
ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por
aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre
populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas
No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do
desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e
facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos
atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente
informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas
econocircmicas soacutecias e culturais
No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema
de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados
coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de
dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111
e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema
de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados
pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do
investimento
Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a
conclusatildeo sobre o estudo realizado
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico
Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do
cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais
problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras
dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e
conceitos
A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser
humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em
novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto
exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo
de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no
reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas
alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e
possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades
sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a
iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas
Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da
metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006
Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano
Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande
importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses
Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas
cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que
as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e
de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o
direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas
alteraccedilotildees ambientais
A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a
esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas
urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades
sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e
sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e
praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de
almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da
populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel
consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se
discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)
Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado
ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas
quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano
procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a
compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao
desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da
Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad
1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa
tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais
decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas
para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a
qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da
anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no
contexto na qual se encontram
Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana
sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos
projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das
preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do
provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas
satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas
requalificadas ou revitalizadasrdquo
Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e
perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da
cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento
sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios
causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa
participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por
Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo
somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no
qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de
meacutetodos alternativos de sustentabilidade
Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de
diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos
efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle
governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus
habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades
Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os
problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas
tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a
rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria
cidade
Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara
avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho
ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade
ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da
transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas
ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de
cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana
afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um
extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum
Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem
das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo
contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a
capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo
Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute
necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse
processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio
que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees
metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a
temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um
enfoque transdisciplinar
Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise
sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como
cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser
uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas
prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa
ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma
nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees
voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos
transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria
e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento
da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase
destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no
horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez
passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais
alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de
caminharrdquo
Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de
uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito
mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental
locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de
paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a
contribuir
Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise
ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento
populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta
produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades
tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora
concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano
como grande objetivo
Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes
da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de
produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim
provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental
Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade
sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e
produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta
Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem
da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar
primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud
Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema
localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-
los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os
agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes
sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos
fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista
eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da
aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a
economia tecnologia e meio ambiente
Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis
juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta
complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos
apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem
devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases
poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o
traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de
transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo
urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da
populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos
destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais
voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de
qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local
dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de
ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A
primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes
aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo
dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda
concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e
na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como
esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima
vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade
tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que
as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis
definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos
Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando
previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais
que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como
estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos
Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana
Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p
2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo
governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico
buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda
que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave
disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos
socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo
Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram
dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar
uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a
globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o
problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios
que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as
poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e
relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio
ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou
natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio
ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo
socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da
sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do
direito a cidades sustentaacuteveis
Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser
vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute
que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e
quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo
com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas
Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas
devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo
ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em
consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de
poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a
proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos
governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e
econocircmicos
Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana
p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado
eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem
ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na
escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses
puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a
direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o
termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma
segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como
uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado
espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores
que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais
Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade
urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente
com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se
nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de
considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel
Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de
10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas
expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito
proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave
infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer
tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras
Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a
sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem
degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as
cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a
dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por
Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano
natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos
urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos
na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit
na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de
segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas
por tais serviccedilosrdquo
Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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RESUMO
O presente trabalho apresenta a viabilidade de implantaccedilatildeo de um
sistema de captaccedilatildeo em Brasiacutelia (DF) mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Com essa forma alternativa de utilizaccedilatildeo
de aacuteguas pluviais para fins natildeo potaacuteveis haacute uma maior
conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso de aacutegua potaacutevel e
consequentemente uma mudanccedila no pensamento ambiental da
populaccedilatildeo que possa vir a aderir a um sistema de captaccedilatildeo de
aacuteguas pluviais Portanto o sistema eacute feito para captar aacutegua da
chuva e ser redirecionado para o uso de ldquoaacutegua cinzardquo e ver o quatildeo
viaacutevel eacute sua implantaccedilatildeo Os dados apresentados foram calculados
a partir de estimativas envolvendo uma diferenccedila entre o custo total
de implantaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial e a possiacutevel
economia que se pode obter ao decorrer do tempo Com tal sistema
eacute possiacutevel estimar em quanto tempo haacute um retorno a partir de sua
implantaccedilatildeo e a possibilidade de uma reduccedilatildeo de transtornos
hiacutedricos urbanos tais como enchentes e alagamentos que tecircm se
tornado constantes em Brasiacutelia
Palavras chave 1 Ciecircncias Ambientais- 2Desenvolvimento
Sustentaacutevel- 3 Sistema de Captaccedilatildeo- 4 Aacuteguas Pluviais ndash 5
Interdisciplinaridade
ABSTRACT
This paper presents the feasibility of implementing a collection
system in Brasilia (DF) more specifically in Superquadra 111 North
With this alternative form of use of rainwater for non-potable
purposes there is a greater awareness of the use of potable water
and consequently a shift in environmental thinking of the population
that may join a rainwater collection system Therefore the system is
designed to capture rainwater and be redirected to the use of gray
water and see how viable is its implementation The data presented
were calculated from estimations involving a difference between the
total cost of setting a rainwater collection system and possible
savings that can be achieved over the time With such a system it is
possible to estimate how much time there is a return from its
implementation and the possibility of a reduction of urban water
disorders and consequently reduce flooding and overflowing which
have become constant in Brasilia
KEYWORDS 1 Environmental Sciences- 2Development
Sustainable 3-Caption System 4 Rainwater - 5 Interdisciplinary
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Tabela 05 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Tripeacute da Sustentabilidade
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
AE Aacuterea Aedificandi
AT Aacuterea Total
CAC Superintendecircncia de Atendimento Comercial
CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal
CEB Companhia Energeacutetica de Brasiacutelia
CMMAD Comissatildeo Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
CNUMAD Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento
DF Distrito Federal
DS Desenvolvimento Sustentaacutevel
ECOSOC Economic and Social Council of the United Nations
EPA Environmental Protection Agency
GDF Governo do Distrito Federal
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
KwH Quilo Watts Hora
L Litros
Msup2 Metros Quadrados
Msup3 Metros Cuacutebicos
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
SABESP Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo
SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente
SNRH Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos
SQN Superquadra Norte
UCrsquos Unidades de Consumo
UNB Universidade de Brasiacutelia
UNG Universidade de Guarulhos
UFSM Universidade Federal de Santa Maria
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Sumaacuterio
INTRODUCcedilAtildeO 14
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees
aplicaccedilatildeo conceitos 21
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as
cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema
seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com
fluxo 61
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65
INTRODUCcedilAtildeO
O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante
para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de
um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou
ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na
qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que
os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o
gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais
ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes
problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a
chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio
ambiente
Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram
pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras
edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais
Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o
controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves
questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o
Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante
quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou
Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o
uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais
possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de
aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas
possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando
aplicado em sistemas de uso privativo
Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e
que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as
demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma
parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base
a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser
aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para
a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de
chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados
recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF
Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da
seguinte forma
No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em
decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo
ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por
aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre
populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas
No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do
desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e
facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos
atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente
informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas
econocircmicas soacutecias e culturais
No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema
de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados
coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de
dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111
e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema
de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados
pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do
investimento
Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a
conclusatildeo sobre o estudo realizado
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico
Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do
cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais
problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras
dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e
conceitos
A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser
humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em
novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto
exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo
de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no
reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas
alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e
possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades
sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a
iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas
Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da
metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006
Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano
Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande
importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses
Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas
cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que
as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e
de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o
direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas
alteraccedilotildees ambientais
A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a
esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas
urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades
sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e
sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e
praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de
almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da
populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel
consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se
discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)
Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado
ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas
quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano
procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a
compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao
desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da
Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad
1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa
tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais
decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas
para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a
qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da
anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no
contexto na qual se encontram
Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana
sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos
projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das
preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do
provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas
satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas
requalificadas ou revitalizadasrdquo
Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e
perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da
cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento
sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios
causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa
participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por
Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo
somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no
qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de
meacutetodos alternativos de sustentabilidade
Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de
diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos
efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle
governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus
habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades
Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os
problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas
tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a
rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria
cidade
Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara
avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho
ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade
ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da
transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas
ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de
cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana
afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um
extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum
Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem
das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo
contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a
capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo
Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute
necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse
processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio
que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees
metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a
temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um
enfoque transdisciplinar
Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise
sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como
cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser
uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas
prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa
ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma
nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees
voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos
transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria
e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento
da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase
destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no
horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez
passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais
alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de
caminharrdquo
Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de
uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito
mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental
locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de
paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a
contribuir
Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise
ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento
populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta
produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades
tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora
concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano
como grande objetivo
Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes
da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de
produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim
provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental
Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade
sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e
produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta
Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem
da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar
primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud
Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema
localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-
los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os
agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes
sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos
fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista
eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da
aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a
economia tecnologia e meio ambiente
Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis
juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta
complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos
apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem
devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases
poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o
traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de
transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo
urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da
populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos
destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais
voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de
qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local
dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de
ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A
primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes
aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo
dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda
concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e
na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como
esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima
vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade
tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que
as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis
definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos
Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando
previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais
que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como
estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos
Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana
Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p
2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo
governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico
buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda
que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave
disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos
socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo
Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram
dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar
uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a
globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o
problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios
que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as
poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e
relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio
ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou
natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio
ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo
socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da
sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do
direito a cidades sustentaacuteveis
Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser
vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute
que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e
quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo
com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas
Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas
devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo
ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em
consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de
poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a
proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos
governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e
econocircmicos
Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana
p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado
eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem
ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na
escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses
puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a
direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o
termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma
segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como
uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado
espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores
que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais
Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade
urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente
com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se
nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de
considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel
Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de
10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas
expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito
proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave
infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer
tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras
Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a
sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem
degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as
cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a
dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por
Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano
natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos
urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos
na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit
na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de
segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas
por tais serviccedilosrdquo
Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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ABSTRACT
This paper presents the feasibility of implementing a collection
system in Brasilia (DF) more specifically in Superquadra 111 North
With this alternative form of use of rainwater for non-potable
purposes there is a greater awareness of the use of potable water
and consequently a shift in environmental thinking of the population
that may join a rainwater collection system Therefore the system is
designed to capture rainwater and be redirected to the use of gray
water and see how viable is its implementation The data presented
were calculated from estimations involving a difference between the
total cost of setting a rainwater collection system and possible
savings that can be achieved over the time With such a system it is
possible to estimate how much time there is a return from its
implementation and the possibility of a reduction of urban water
disorders and consequently reduce flooding and overflowing which
have become constant in Brasilia
KEYWORDS 1 Environmental Sciences- 2Development
Sustainable 3-Caption System 4 Rainwater - 5 Interdisciplinary
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Tabela 05 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Tripeacute da Sustentabilidade
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
AE Aacuterea Aedificandi
AT Aacuterea Total
CAC Superintendecircncia de Atendimento Comercial
CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal
CEB Companhia Energeacutetica de Brasiacutelia
CMMAD Comissatildeo Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
CNUMAD Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento
DF Distrito Federal
DS Desenvolvimento Sustentaacutevel
ECOSOC Economic and Social Council of the United Nations
EPA Environmental Protection Agency
GDF Governo do Distrito Federal
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
KwH Quilo Watts Hora
L Litros
Msup2 Metros Quadrados
Msup3 Metros Cuacutebicos
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
SABESP Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo
SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente
SNRH Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos
SQN Superquadra Norte
UCrsquos Unidades de Consumo
UNB Universidade de Brasiacutelia
UNG Universidade de Guarulhos
UFSM Universidade Federal de Santa Maria
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Sumaacuterio
INTRODUCcedilAtildeO 14
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees
aplicaccedilatildeo conceitos 21
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as
cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema
seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com
fluxo 61
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65
INTRODUCcedilAtildeO
O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante
para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de
um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou
ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na
qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que
os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o
gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais
ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes
problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a
chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio
ambiente
Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram
pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras
edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais
Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o
controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves
questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o
Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante
quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou
Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o
uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais
possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de
aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas
possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando
aplicado em sistemas de uso privativo
Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e
que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as
demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma
parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base
a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser
aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para
a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de
chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados
recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF
Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da
seguinte forma
No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em
decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo
ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por
aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre
populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas
No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do
desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e
facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos
atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente
informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas
econocircmicas soacutecias e culturais
No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema
de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados
coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de
dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111
e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema
de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados
pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do
investimento
Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a
conclusatildeo sobre o estudo realizado
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico
Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do
cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais
problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras
dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e
conceitos
A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser
humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em
novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto
exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo
de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no
reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas
alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e
possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades
sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a
iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas
Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da
metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006
Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano
Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande
importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses
Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas
cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que
as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e
de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o
direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas
alteraccedilotildees ambientais
A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a
esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas
urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades
sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e
sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e
praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de
almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da
populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel
consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se
discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)
Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado
ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas
quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano
procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a
compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao
desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da
Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad
1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa
tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais
decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas
para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a
qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da
anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no
contexto na qual se encontram
Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana
sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos
projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das
preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do
provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas
satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas
requalificadas ou revitalizadasrdquo
Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e
perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da
cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento
sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios
causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa
participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por
Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo
somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no
qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de
meacutetodos alternativos de sustentabilidade
Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de
diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos
efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle
governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus
habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades
Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os
problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas
tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a
rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria
cidade
Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara
avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho
ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade
ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da
transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas
ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de
cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana
afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um
extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum
Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem
das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo
contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a
capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo
Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute
necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse
processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio
que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees
metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a
temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um
enfoque transdisciplinar
Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise
sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como
cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser
uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas
prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa
ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma
nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees
voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos
transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria
e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento
da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase
destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no
horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez
passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais
alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de
caminharrdquo
Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de
uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito
mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental
locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de
paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a
contribuir
Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise
ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento
populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta
produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades
tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora
concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano
como grande objetivo
Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes
da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de
produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim
provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental
Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade
sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e
produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta
Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem
da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar
primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud
Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema
localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-
los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os
agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes
sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos
fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista
eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da
aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a
economia tecnologia e meio ambiente
Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis
juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta
complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos
apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem
devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases
poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o
traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de
transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo
urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da
populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos
destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais
voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de
qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local
dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de
ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A
primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes
aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo
dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda
concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e
na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como
esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima
vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade
tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que
as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis
definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos
Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando
previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais
que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como
estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos
Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana
Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p
2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo
governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico
buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda
que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave
disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos
socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo
Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram
dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar
uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a
globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o
problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios
que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as
poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e
relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio
ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou
natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio
ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo
socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da
sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do
direito a cidades sustentaacuteveis
Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser
vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute
que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e
quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo
com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas
Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas
devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo
ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em
consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de
poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a
proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos
governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e
econocircmicos
Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana
p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado
eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem
ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na
escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses
puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a
direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o
termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma
segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como
uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado
espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores
que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais
Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade
urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente
com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se
nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de
considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel
Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de
10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas
expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito
proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave
infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer
tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras
Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a
sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem
degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as
cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a
dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por
Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano
natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos
urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos
na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit
na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de
segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas
por tais serviccedilosrdquo
Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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Departamento de Geociecircncias Ambiente e ordenamento territoacuterio 2013
Silva Solange Teles da ndash Poliacuteticas puacuteblicas e estrateacutegias de
sustentabilidade urbana p 1-14
lthttpwwwrccgovptSiteCollectionDocumentsSolangeTeles_Politicas-Pub-
Sustentabilidadepdfgt Acesso em 17102015
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Tabela 05 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Tripeacute da Sustentabilidade
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
AE Aacuterea Aedificandi
AT Aacuterea Total
CAC Superintendecircncia de Atendimento Comercial
CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal
CEB Companhia Energeacutetica de Brasiacutelia
CMMAD Comissatildeo Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
CNUMAD Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento
DF Distrito Federal
DS Desenvolvimento Sustentaacutevel
ECOSOC Economic and Social Council of the United Nations
EPA Environmental Protection Agency
GDF Governo do Distrito Federal
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
KwH Quilo Watts Hora
L Litros
Msup2 Metros Quadrados
Msup3 Metros Cuacutebicos
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
SABESP Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo
SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente
SNRH Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos
SQN Superquadra Norte
UCrsquos Unidades de Consumo
UNB Universidade de Brasiacutelia
UNG Universidade de Guarulhos
UFSM Universidade Federal de Santa Maria
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Sumaacuterio
INTRODUCcedilAtildeO 14
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees
aplicaccedilatildeo conceitos 21
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as
cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema
seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com
fluxo 61
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65
INTRODUCcedilAtildeO
O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante
para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de
um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou
ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na
qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que
os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o
gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais
ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes
problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a
chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio
ambiente
Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram
pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras
edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais
Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o
controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves
questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o
Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante
quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou
Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o
uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais
possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de
aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas
possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando
aplicado em sistemas de uso privativo
Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e
que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as
demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma
parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base
a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser
aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para
a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de
chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados
recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF
Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da
seguinte forma
No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em
decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo
ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por
aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre
populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas
No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do
desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e
facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos
atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente
informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas
econocircmicas soacutecias e culturais
No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema
de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados
coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de
dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111
e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema
de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados
pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do
investimento
Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a
conclusatildeo sobre o estudo realizado
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico
Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do
cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais
problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras
dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e
conceitos
A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser
humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em
novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto
exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo
de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no
reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas
alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e
possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades
sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a
iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas
Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da
metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006
Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano
Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande
importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses
Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas
cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que
as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e
de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o
direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas
alteraccedilotildees ambientais
A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a
esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas
urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades
sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e
sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e
praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de
almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da
populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel
consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se
discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)
Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado
ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas
quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano
procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a
compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao
desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da
Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad
1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa
tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais
decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas
para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a
qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da
anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no
contexto na qual se encontram
Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana
sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos
projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das
preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do
provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas
satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas
requalificadas ou revitalizadasrdquo
Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e
perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da
cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento
sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios
causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa
participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por
Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo
somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no
qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de
meacutetodos alternativos de sustentabilidade
Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de
diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos
efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle
governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus
habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades
Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os
problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas
tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a
rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria
cidade
Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara
avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho
ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade
ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da
transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas
ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de
cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana
afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um
extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum
Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem
das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo
contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a
capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo
Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute
necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse
processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio
que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees
metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a
temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um
enfoque transdisciplinar
Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise
sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como
cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser
uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas
prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa
ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma
nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees
voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos
transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria
e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento
da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase
destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no
horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez
passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais
alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de
caminharrdquo
Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de
uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito
mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental
locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de
paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a
contribuir
Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise
ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento
populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta
produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades
tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora
concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano
como grande objetivo
Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes
da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de
produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim
provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental
Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade
sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e
produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta
Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem
da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar
primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud
Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema
localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-
los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os
agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes
sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos
fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista
eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da
aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a
economia tecnologia e meio ambiente
Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis
juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta
complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos
apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem
devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases
poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o
traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de
transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo
urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da
populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos
destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais
voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de
qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local
dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de
ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A
primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes
aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo
dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda
concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e
na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como
esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima
vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade
tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que
as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis
definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos
Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando
previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais
que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como
estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos
Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana
Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p
2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo
governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico
buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda
que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave
disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos
socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo
Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram
dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar
uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a
globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o
problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios
que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as
poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e
relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio
ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou
natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio
ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo
socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da
sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do
direito a cidades sustentaacuteveis
Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser
vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute
que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e
quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo
com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas
Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas
devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo
ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em
consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de
poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a
proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos
governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e
econocircmicos
Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana
p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado
eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem
ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na
escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses
puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a
direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o
termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma
segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como
uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado
espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores
que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais
Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade
urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente
com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se
nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de
considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel
Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de
10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas
expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito
proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave
infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer
tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras
Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a
sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem
degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as
cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a
dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por
Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano
natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos
urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos
na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit
na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de
segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas
por tais serviccedilosrdquo
Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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CAC Superintendecircncia de Atendimento Comercial
CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal
CEB Companhia Energeacutetica de Brasiacutelia
CMMAD Comissatildeo Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
CNUMAD Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento
DF Distrito Federal
DS Desenvolvimento Sustentaacutevel
ECOSOC Economic and Social Council of the United Nations
EPA Environmental Protection Agency
GDF Governo do Distrito Federal
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
KwH Quilo Watts Hora
L Litros
Msup2 Metros Quadrados
Msup3 Metros Cuacutebicos
ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
SABESP Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo
SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente
SNRH Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos
SQN Superquadra Norte
UCrsquos Unidades de Consumo
UNB Universidade de Brasiacutelia
UNG Universidade de Guarulhos
UFSM Universidade Federal de Santa Maria
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Sumaacuterio
INTRODUCcedilAtildeO 14
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees
aplicaccedilatildeo conceitos 21
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as
cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema
seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com
fluxo 61
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65
INTRODUCcedilAtildeO
O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante
para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de
um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou
ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na
qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que
os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o
gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais
ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes
problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a
chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio
ambiente
Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram
pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras
edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais
Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o
controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves
questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o
Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante
quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou
Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o
uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais
possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de
aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas
possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando
aplicado em sistemas de uso privativo
Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e
que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as
demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma
parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base
a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser
aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para
a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de
chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados
recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF
Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da
seguinte forma
No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em
decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo
ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por
aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre
populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas
No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do
desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e
facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos
atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente
informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas
econocircmicas soacutecias e culturais
No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema
de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados
coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de
dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111
e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema
de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados
pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do
investimento
Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a
conclusatildeo sobre o estudo realizado
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico
Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do
cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais
problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras
dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e
conceitos
A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser
humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em
novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto
exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo
de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no
reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas
alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e
possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades
sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a
iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas
Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da
metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006
Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano
Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande
importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses
Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas
cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que
as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e
de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o
direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas
alteraccedilotildees ambientais
A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a
esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas
urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades
sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e
sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e
praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de
almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da
populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel
consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se
discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)
Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado
ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas
quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano
procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a
compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao
desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da
Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad
1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa
tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais
decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas
para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a
qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da
anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no
contexto na qual se encontram
Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana
sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos
projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das
preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do
provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas
satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas
requalificadas ou revitalizadasrdquo
Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e
perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da
cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento
sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios
causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa
participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por
Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo
somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no
qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de
meacutetodos alternativos de sustentabilidade
Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de
diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos
efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle
governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus
habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades
Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os
problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas
tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a
rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria
cidade
Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara
avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho
ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade
ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da
transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas
ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de
cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana
afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um
extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum
Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem
das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo
contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a
capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo
Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute
necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse
processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio
que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees
metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a
temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um
enfoque transdisciplinar
Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise
sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como
cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser
uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas
prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa
ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma
nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees
voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos
transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria
e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento
da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase
destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no
horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez
passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais
alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de
caminharrdquo
Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de
uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito
mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental
locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de
paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a
contribuir
Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise
ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento
populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta
produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades
tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora
concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano
como grande objetivo
Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes
da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de
produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim
provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental
Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade
sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e
produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta
Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem
da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar
primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud
Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema
localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-
los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os
agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes
sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos
fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista
eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da
aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a
economia tecnologia e meio ambiente
Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis
juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta
complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos
apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem
devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases
poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o
traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de
transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo
urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da
populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos
destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais
voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de
qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local
dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de
ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A
primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes
aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo
dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda
concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e
na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como
esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima
vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade
tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que
as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis
definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos
Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando
previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais
que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como
estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos
Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana
Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p
2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo
governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico
buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda
que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave
disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos
socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo
Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram
dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar
uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a
globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o
problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios
que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as
poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e
relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio
ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou
natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio
ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo
socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da
sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do
direito a cidades sustentaacuteveis
Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser
vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute
que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e
quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo
com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas
Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas
devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo
ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em
consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de
poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a
proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos
governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e
econocircmicos
Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana
p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado
eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem
ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na
escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses
puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a
direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o
termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma
segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como
uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado
espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores
que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais
Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade
urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente
com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se
nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de
considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel
Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de
10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas
expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito
proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave
infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer
tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras
Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a
sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem
degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as
cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a
dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por
Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano
natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos
urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos
na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit
na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de
segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas
por tais serviccedilosrdquo
Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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Sumaacuterio
INTRODUCcedilAtildeO 14
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees
aplicaccedilatildeo conceitos 21
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as
cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema
seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com
fluxo 61
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65
INTRODUCcedilAtildeO
O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante
para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de
um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou
ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na
qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que
os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o
gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais
ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes
problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a
chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio
ambiente
Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram
pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras
edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais
Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o
controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves
questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o
Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante
quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou
Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o
uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais
possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de
aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas
possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando
aplicado em sistemas de uso privativo
Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e
que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as
demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma
parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base
a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser
aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para
a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de
chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados
recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF
Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da
seguinte forma
No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em
decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo
ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por
aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre
populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas
No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do
desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e
facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos
atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente
informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas
econocircmicas soacutecias e culturais
No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema
de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados
coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de
dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111
e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema
de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados
pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do
investimento
Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a
conclusatildeo sobre o estudo realizado
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico
Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do
cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais
problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras
dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e
conceitos
A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser
humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em
novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto
exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo
de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no
reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas
alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e
possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades
sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a
iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas
Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da
metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006
Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano
Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande
importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses
Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas
cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que
as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e
de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o
direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas
alteraccedilotildees ambientais
A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a
esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas
urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades
sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e
sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e
praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de
almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da
populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel
consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se
discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)
Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado
ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas
quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano
procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a
compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao
desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da
Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad
1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa
tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais
decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas
para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a
qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da
anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no
contexto na qual se encontram
Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana
sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos
projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das
preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do
provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas
satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas
requalificadas ou revitalizadasrdquo
Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e
perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da
cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento
sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios
causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa
participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por
Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo
somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no
qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de
meacutetodos alternativos de sustentabilidade
Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de
diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos
efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle
governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus
habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades
Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os
problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas
tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a
rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria
cidade
Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara
avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho
ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade
ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da
transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas
ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de
cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana
afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um
extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum
Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem
das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo
contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a
capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo
Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute
necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse
processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio
que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees
metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a
temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um
enfoque transdisciplinar
Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise
sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como
cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser
uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas
prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa
ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma
nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees
voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos
transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria
e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento
da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase
destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no
horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez
passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais
alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de
caminharrdquo
Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de
uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito
mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental
locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de
paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a
contribuir
Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise
ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento
populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta
produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades
tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora
concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano
como grande objetivo
Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes
da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de
produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim
provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental
Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade
sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e
produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta
Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem
da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar
primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud
Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema
localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-
los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os
agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes
sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos
fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista
eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da
aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a
economia tecnologia e meio ambiente
Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis
juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta
complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos
apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem
devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases
poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o
traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de
transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo
urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da
populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos
destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais
voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de
qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local
dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de
ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A
primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes
aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo
dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda
concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e
na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como
esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima
vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade
tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que
as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis
definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos
Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando
previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais
que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como
estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos
Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana
Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p
2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo
governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico
buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda
que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave
disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos
socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo
Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram
dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar
uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a
globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o
problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios
que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as
poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e
relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio
ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou
natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio
ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo
socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da
sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do
direito a cidades sustentaacuteveis
Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser
vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute
que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e
quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo
com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas
Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas
devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo
ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em
consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de
poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a
proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos
governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e
econocircmicos
Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana
p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado
eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem
ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na
escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses
puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a
direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o
termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma
segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como
uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado
espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores
que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais
Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade
urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente
com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se
nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de
considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel
Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de
10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas
expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito
proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave
infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer
tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras
Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a
sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem
degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as
cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a
dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por
Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano
natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos
urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos
na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit
na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de
segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas
por tais serviccedilosrdquo
Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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Sumaacuterio
INTRODUCcedilAtildeO 14
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees
aplicaccedilatildeo conceitos 21
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as
cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema
seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com
fluxo 61
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65
INTRODUCcedilAtildeO
O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante
para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de
um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou
ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na
qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que
os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o
gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais
ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes
problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a
chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio
ambiente
Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram
pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras
edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais
Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o
controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves
questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o
Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante
quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou
Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o
uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais
possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de
aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas
possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando
aplicado em sistemas de uso privativo
Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e
que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as
demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma
parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base
a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser
aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para
a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de
chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados
recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF
Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da
seguinte forma
No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em
decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo
ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por
aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre
populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas
No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do
desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e
facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos
atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente
informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas
econocircmicas soacutecias e culturais
No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema
de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados
coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de
dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111
e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema
de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados
pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do
investimento
Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a
conclusatildeo sobre o estudo realizado
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico
Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do
cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais
problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras
dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e
conceitos
A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser
humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em
novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto
exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo
de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no
reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas
alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e
possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades
sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a
iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas
Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da
metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006
Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano
Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande
importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses
Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas
cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que
as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e
de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o
direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas
alteraccedilotildees ambientais
A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a
esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas
urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades
sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e
sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e
praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de
almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da
populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel
consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se
discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)
Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado
ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas
quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano
procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a
compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao
desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da
Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad
1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa
tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais
decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas
para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a
qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da
anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no
contexto na qual se encontram
Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana
sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos
projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das
preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do
provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas
satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas
requalificadas ou revitalizadasrdquo
Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e
perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da
cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento
sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios
causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa
participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por
Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo
somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no
qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de
meacutetodos alternativos de sustentabilidade
Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de
diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos
efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle
governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus
habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades
Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os
problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas
tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a
rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria
cidade
Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara
avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho
ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade
ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da
transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas
ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de
cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana
afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um
extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum
Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem
das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo
contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a
capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo
Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute
necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse
processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio
que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees
metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a
temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um
enfoque transdisciplinar
Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise
sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como
cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser
uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas
prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa
ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma
nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees
voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos
transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria
e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento
da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase
destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no
horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez
passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais
alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de
caminharrdquo
Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de
uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito
mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental
locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de
paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a
contribuir
Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise
ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento
populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta
produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades
tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora
concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano
como grande objetivo
Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes
da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de
produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim
provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental
Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade
sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e
produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta
Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem
da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar
primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud
Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema
localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-
los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os
agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes
sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos
fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista
eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da
aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a
economia tecnologia e meio ambiente
Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis
juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta
complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos
apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem
devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases
poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o
traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de
transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo
urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da
populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos
destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais
voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de
qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local
dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de
ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A
primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes
aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo
dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda
concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e
na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como
esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima
vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade
tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que
as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis
definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos
Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando
previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais
que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como
estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos
Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana
Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p
2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo
governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico
buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda
que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave
disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos
socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo
Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram
dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar
uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a
globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o
problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios
que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as
poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e
relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio
ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou
natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio
ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo
socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da
sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do
direito a cidades sustentaacuteveis
Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser
vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute
que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e
quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo
com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas
Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas
devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo
ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em
consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de
poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a
proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos
governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e
econocircmicos
Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana
p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado
eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem
ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na
escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses
puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a
direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o
termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma
segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como
uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado
espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores
que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais
Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade
urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente
com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se
nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de
considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel
Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de
10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas
expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito
proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave
infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer
tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras
Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a
sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem
degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as
cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a
dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por
Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano
natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos
urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos
na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit
na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de
segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas
por tais serviccedilosrdquo
Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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INTRODUCcedilAtildeO
O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante
para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de
um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou
ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na
qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que
os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o
gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais
ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes
problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a
chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio
ambiente
Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram
pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras
edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais
Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o
controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves
questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o
Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante
quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou
Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o
uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais
possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de
aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas
possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando
aplicado em sistemas de uso privativo
Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e
que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as
demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma
parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base
a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser
aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para
a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de
chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados
recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF
Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da
seguinte forma
No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em
decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo
ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por
aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre
populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas
No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do
desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e
facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos
atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente
informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas
econocircmicas soacutecias e culturais
No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema
de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados
coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de
dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111
e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema
de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados
pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do
investimento
Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a
conclusatildeo sobre o estudo realizado
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico
Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do
cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais
problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras
dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e
conceitos
A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser
humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em
novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto
exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo
de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no
reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas
alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e
possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades
sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a
iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas
Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da
metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006
Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano
Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande
importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses
Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas
cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que
as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e
de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o
direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas
alteraccedilotildees ambientais
A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a
esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas
urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades
sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e
sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e
praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de
almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da
populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel
consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se
discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)
Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado
ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas
quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano
procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a
compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao
desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da
Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad
1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa
tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais
decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas
para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a
qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da
anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no
contexto na qual se encontram
Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana
sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos
projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das
preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do
provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas
satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas
requalificadas ou revitalizadasrdquo
Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e
perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da
cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento
sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios
causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa
participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por
Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo
somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no
qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de
meacutetodos alternativos de sustentabilidade
Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de
diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos
efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle
governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus
habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades
Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os
problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas
tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a
rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria
cidade
Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara
avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho
ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade
ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da
transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas
ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de
cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana
afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um
extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum
Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem
das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo
contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a
capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo
Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute
necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse
processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio
que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees
metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a
temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um
enfoque transdisciplinar
Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise
sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como
cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser
uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas
prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa
ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma
nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees
voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos
transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria
e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento
da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase
destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no
horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez
passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais
alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de
caminharrdquo
Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de
uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito
mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental
locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de
paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a
contribuir
Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise
ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento
populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta
produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades
tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora
concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano
como grande objetivo
Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes
da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de
produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim
provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental
Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade
sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e
produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta
Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem
da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar
primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud
Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema
localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-
los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os
agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes
sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos
fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista
eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da
aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a
economia tecnologia e meio ambiente
Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis
juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta
complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos
apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem
devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases
poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o
traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de
transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo
urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da
populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos
destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais
voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de
qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local
dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de
ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A
primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes
aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo
dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda
concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e
na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como
esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima
vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade
tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que
as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis
definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos
Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando
previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais
que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como
estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos
Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana
Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p
2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo
governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico
buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda
que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave
disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos
socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo
Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram
dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar
uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a
globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o
problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios
que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as
poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e
relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio
ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou
natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio
ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo
socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da
sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do
direito a cidades sustentaacuteveis
Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser
vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute
que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e
quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo
com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas
Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas
devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo
ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em
consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de
poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a
proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos
governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e
econocircmicos
Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana
p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado
eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem
ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na
escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses
puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a
direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o
termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma
segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como
uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado
espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores
que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais
Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade
urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente
com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se
nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de
considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel
Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de
10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas
expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito
proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave
infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer
tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras
Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a
sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem
degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as
cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a
dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por
Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano
natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos
urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos
na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit
na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de
segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas
por tais serviccedilosrdquo
Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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Departamento de Geociecircncias Ambiente e ordenamento territoacuterio 2013
Silva Solange Teles da ndash Poliacuteticas puacuteblicas e estrateacutegias de
sustentabilidade urbana p 1-14
lthttpwwwrccgovptSiteCollectionDocumentsSolangeTeles_Politicas-Pub-
Sustentabilidadepdfgt Acesso em 17102015
a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser
aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para
a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de
chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados
recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF
Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da
seguinte forma
No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em
decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo
ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por
aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre
populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas
No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do
desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e
facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos
atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente
informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas
econocircmicas soacutecias e culturais
No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema
de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados
coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de
dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111
e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema
de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados
pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do
investimento
Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a
conclusatildeo sobre o estudo realizado
1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico
Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do
cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais
problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras
dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e
conceitos
A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser
humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em
novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto
exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo
de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no
reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas
alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e
possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades
sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a
iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas
Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da
metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006
Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano
Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande
importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses
Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas
cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que
as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e
de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o
direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas
alteraccedilotildees ambientais
A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a
esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas
urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades
sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e
sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e
praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de
almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da
populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel
consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se
discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)
Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado
ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas
quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano
procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a
compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao
desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da
Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad
1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa
tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais
decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas
para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a
qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da
anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no
contexto na qual se encontram
Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana
sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos
projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das
preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do
provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas
satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas
requalificadas ou revitalizadasrdquo
Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e
perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da
cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento
sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios
causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa
participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por
Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo
somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no
qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de
meacutetodos alternativos de sustentabilidade
Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de
diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos
efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle
governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus
habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades
Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os
problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas
tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a
rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria
cidade
Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara
avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho
ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade
ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da
transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas
ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de
cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana
afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um
extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum
Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem
das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo
contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a
capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo
Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute
necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse
processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio
que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees
metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a
temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um
enfoque transdisciplinar
Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise
sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como
cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser
uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas
prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa
ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma
nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees
voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos
transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria
e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento
da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase
destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no
horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez
passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais
alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de
caminharrdquo
Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de
uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito
mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental
locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de
paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a
contribuir
Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise
ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento
populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta
produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades
tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora
concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano
como grande objetivo
Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes
da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de
produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim
provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental
Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade
sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e
produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta
Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem
da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar
primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud
Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema
localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-
los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os
agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes
sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos
fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista
eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da
aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a
economia tecnologia e meio ambiente
Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis
juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta
complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos
apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem
devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases
poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o
traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de
transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo
urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da
populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos
destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais
voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de
qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local
dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de
ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A
primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes
aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo
dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda
concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e
na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como
esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima
vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade
tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que
as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis
definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos
Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando
previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais
que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como
estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos
Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana
Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p
2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo
governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico
buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda
que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave
disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos
socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo
Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram
dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar
uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a
globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o
problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios
que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as
poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e
relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio
ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou
natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio
ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo
socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da
sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do
direito a cidades sustentaacuteveis
Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser
vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute
que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e
quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo
com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas
Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas
devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo
ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em
consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de
poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a
proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos
governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e
econocircmicos
Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana
p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado
eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem
ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na
escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses
puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a
direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o
termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma
segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como
uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado
espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores
que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais
Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade
urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente
com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se
nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de
considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel
Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de
10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas
expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito
proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave
infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer
tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras
Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a
sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem
degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as
cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a
dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por
Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano
natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos
urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos
na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit
na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de
segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas
por tais serviccedilosrdquo
Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico
Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do
cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais
problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras
dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e
conceitos
A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser
humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em
novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto
exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo
de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no
reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas
alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e
possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades
sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a
iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas
Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da
metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006
Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano
Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande
importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses
Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas
cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que
as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e
de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o
direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas
alteraccedilotildees ambientais
A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a
esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas
urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades
sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e
sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e
praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de
almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da
populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel
consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se
discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)
Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado
ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas
quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano
procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a
compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao
desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da
Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad
1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa
tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais
decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas
para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a
qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da
anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no
contexto na qual se encontram
Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana
sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos
projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das
preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do
provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas
satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas
requalificadas ou revitalizadasrdquo
Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e
perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da
cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento
sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios
causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa
participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por
Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo
somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no
qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de
meacutetodos alternativos de sustentabilidade
Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de
diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos
efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle
governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus
habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades
Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os
problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas
tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a
rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria
cidade
Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara
avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho
ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade
ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da
transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas
ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de
cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana
afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um
extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum
Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem
das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo
contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a
capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo
Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute
necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse
processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio
que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees
metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a
temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um
enfoque transdisciplinar
Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise
sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como
cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser
uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas
prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa
ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma
nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees
voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos
transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria
e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento
da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase
destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no
horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez
passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais
alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de
caminharrdquo
Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de
uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito
mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental
locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de
paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a
contribuir
Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise
ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento
populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta
produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades
tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora
concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano
como grande objetivo
Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes
da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de
produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim
provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental
Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade
sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e
produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta
Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem
da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar
primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud
Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema
localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-
los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os
agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes
sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos
fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista
eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da
aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a
economia tecnologia e meio ambiente
Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis
juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta
complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos
apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem
devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases
poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o
traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de
transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo
urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da
populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos
destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais
voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de
qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local
dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de
ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A
primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes
aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo
dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda
concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e
na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como
esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima
vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade
tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que
as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis
definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos
Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando
previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais
que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como
estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos
Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana
Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p
2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo
governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico
buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda
que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave
disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos
socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo
Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram
dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar
uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a
globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o
problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios
que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as
poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e
relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio
ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou
natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio
ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo
socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da
sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do
direito a cidades sustentaacuteveis
Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser
vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute
que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e
quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo
com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas
Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas
devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo
ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em
consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de
poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a
proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos
governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e
econocircmicos
Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana
p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado
eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem
ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na
escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses
puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a
direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o
termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma
segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como
uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado
espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores
que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais
Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade
urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente
com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se
nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de
considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel
Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de
10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas
expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito
proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave
infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer
tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras
Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a
sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem
degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as
cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a
dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por
Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano
natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos
urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos
na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit
na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de
segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas
por tais serviccedilosrdquo
Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e
praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de
almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da
populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel
consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se
discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)
Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado
ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas
quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano
procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a
compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao
desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da
Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad
1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa
tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais
decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas
para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a
qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da
anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no
contexto na qual se encontram
Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana
sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos
projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das
preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do
provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas
satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas
requalificadas ou revitalizadasrdquo
Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e
perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da
cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento
sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios
causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa
participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por
Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo
somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no
qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de
meacutetodos alternativos de sustentabilidade
Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de
diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos
efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle
governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus
habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades
Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os
problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas
tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a
rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria
cidade
Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara
avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho
ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade
ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da
transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas
ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de
cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana
afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um
extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum
Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem
das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo
contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a
capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo
Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute
necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse
processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio
que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees
metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a
temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um
enfoque transdisciplinar
Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise
sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como
cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser
uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas
prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa
ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma
nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees
voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos
transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria
e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento
da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase
destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no
horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez
passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais
alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de
caminharrdquo
Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de
uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito
mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental
locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de
paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a
contribuir
Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise
ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento
populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta
produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades
tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora
concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano
como grande objetivo
Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes
da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de
produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim
provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental
Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade
sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e
produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta
Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem
da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar
primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud
Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema
localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-
los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os
agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes
sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos
fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista
eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da
aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a
economia tecnologia e meio ambiente
Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis
juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta
complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos
apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem
devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases
poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o
traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de
transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo
urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da
populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos
destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais
voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de
qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local
dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de
ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A
primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes
aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo
dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda
concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e
na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como
esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima
vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade
tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que
as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis
definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos
Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando
previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais
que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como
estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos
Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana
Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p
2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo
governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico
buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda
que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave
disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos
socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo
Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram
dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar
uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a
globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o
problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios
que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as
poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e
relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio
ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou
natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio
ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo
socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da
sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do
direito a cidades sustentaacuteveis
Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser
vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute
que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e
quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo
com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas
Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas
devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo
ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em
consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de
poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a
proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos
governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e
econocircmicos
Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana
p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado
eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem
ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na
escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses
puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a
direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o
termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma
segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como
uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado
espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores
que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais
Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade
urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente
com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se
nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de
considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel
Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de
10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas
expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito
proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave
infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer
tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras
Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a
sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem
degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as
cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a
dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por
Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano
natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos
urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos
na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit
na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de
segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas
por tais serviccedilosrdquo
Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por
Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo
somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no
qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de
meacutetodos alternativos de sustentabilidade
Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de
diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos
efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle
governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus
habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades
Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os
problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas
tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a
rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria
cidade
Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara
avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho
ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade
ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da
transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas
ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de
cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana
afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um
extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum
Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem
das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo
contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a
capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo
Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute
necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse
processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio
que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees
metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a
temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um
enfoque transdisciplinar
Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise
sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como
cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser
uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas
prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa
ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma
nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees
voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos
transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria
e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento
da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase
destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no
horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez
passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais
alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de
caminharrdquo
Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de
uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito
mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental
locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de
paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a
contribuir
Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise
ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento
populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta
produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades
tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora
concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano
como grande objetivo
Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes
da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de
produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim
provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental
Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade
sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e
produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta
Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem
da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar
primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud
Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema
localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-
los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os
agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes
sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos
fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista
eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da
aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a
economia tecnologia e meio ambiente
Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis
juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta
complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos
apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem
devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases
poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o
traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de
transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo
urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da
populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos
destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais
voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de
qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local
dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de
ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A
primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes
aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo
dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda
concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e
na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como
esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima
vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade
tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que
as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis
definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos
Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando
previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais
que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como
estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos
Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana
Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p
2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo
governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico
buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda
que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave
disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos
socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo
Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram
dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar
uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a
globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o
problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios
que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as
poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e
relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio
ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou
natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio
ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo
socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da
sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do
direito a cidades sustentaacuteveis
Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser
vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute
que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e
quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo
com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas
Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas
devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo
ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em
consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de
poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a
proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos
governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e
econocircmicos
Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana
p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado
eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem
ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na
escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses
puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a
direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o
termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma
segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como
uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado
espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores
que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais
Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade
urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente
com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se
nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de
considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel
Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de
10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas
expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito
proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave
infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer
tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras
Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a
sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem
degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as
cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a
dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por
Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano
natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos
urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos
na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit
na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de
segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas
por tais serviccedilosrdquo
Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a
temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um
enfoque transdisciplinar
Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise
sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como
cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser
uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas
prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa
ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma
nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees
voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos
transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria
e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento
da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase
destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no
horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez
passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais
alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de
caminharrdquo
Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de
uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito
mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental
locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de
paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a
contribuir
Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise
ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento
populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta
produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades
tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora
concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano
como grande objetivo
Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes
da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de
produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim
provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental
Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade
sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e
produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta
Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem
da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar
primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud
Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema
localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-
los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os
agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes
sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos
fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista
eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da
aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a
economia tecnologia e meio ambiente
Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis
juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta
complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos
apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem
devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases
poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o
traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de
transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo
urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da
populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos
destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais
voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de
qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local
dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de
ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A
primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes
aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo
dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda
concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e
na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como
esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima
vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade
tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que
as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis
definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos
Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando
previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais
que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como
estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos
Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana
Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p
2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo
governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico
buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda
que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave
disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos
socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo
Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram
dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar
uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a
globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o
problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios
que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as
poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e
relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio
ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou
natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio
ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo
socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da
sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do
direito a cidades sustentaacuteveis
Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser
vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute
que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e
quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo
com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas
Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas
devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo
ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em
consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de
poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a
proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos
governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e
econocircmicos
Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana
p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado
eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem
ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na
escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses
puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a
direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o
termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma
segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como
uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado
espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores
que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais
Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade
urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente
com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se
nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de
considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel
Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de
10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas
expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito
proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave
infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer
tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras
Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a
sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem
degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as
cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a
dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por
Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano
natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos
urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos
na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit
na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de
segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas
por tais serviccedilosrdquo
Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes
da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de
produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim
provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental
Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade
sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e
produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta
Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem
da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar
primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud
Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema
localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-
los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os
agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes
sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos
fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista
eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da
aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a
economia tecnologia e meio ambiente
Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis
juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta
complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos
apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem
devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases
poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o
traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de
transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo
urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da
populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos
destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais
voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de
qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local
dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de
ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A
primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes
aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo
dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda
concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e
na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como
esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima
vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade
tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que
as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis
definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos
Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando
previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais
que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como
estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos
Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana
Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p
2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo
governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico
buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda
que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave
disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos
socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo
Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram
dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar
uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a
globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o
problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios
que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as
poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e
relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio
ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou
natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio
ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo
socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da
sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do
direito a cidades sustentaacuteveis
Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser
vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute
que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e
quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo
com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas
Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas
devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo
ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em
consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de
poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a
proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos
governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e
econocircmicos
Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana
p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado
eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem
ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na
escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses
puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a
direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o
termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma
segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como
uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado
espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores
que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais
Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade
urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente
com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se
nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de
considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel
Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de
10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas
expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito
proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave
infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer
tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras
Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a
sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem
degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as
cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a
dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por
Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano
natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos
urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos
na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit
na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de
segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas
por tais serviccedilosrdquo
Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de
ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A
primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes
aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo
dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda
concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e
na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como
esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima
vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade
tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que
as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas
11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis
definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos
Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando
previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais
que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como
estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos
Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana
Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p
2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo
governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico
buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda
que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave
disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos
socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo
Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram
dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar
uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a
globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o
problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios
que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as
poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e
relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio
ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou
natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio
ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo
socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da
sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do
direito a cidades sustentaacuteveis
Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser
vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute
que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e
quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo
com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas
Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas
devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo
ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em
consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de
poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a
proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos
governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e
econocircmicos
Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana
p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado
eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem
ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na
escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses
puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a
direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o
termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma
segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como
uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado
espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores
que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais
Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade
urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente
com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se
nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de
considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel
Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de
10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas
expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito
proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave
infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer
tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras
Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a
sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem
degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as
cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a
dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por
Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano
natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos
urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos
na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit
na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de
segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas
por tais serviccedilosrdquo
Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a
globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o
problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios
que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as
poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e
relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade
Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio
ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou
natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio
ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo
socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da
sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do
direito a cidades sustentaacuteveis
Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser
vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute
que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e
quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo
com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas
Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas
devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo
ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em
consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de
poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a
proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos
governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e
econocircmicos
Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana
p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado
eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem
ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na
escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses
puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a
direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o
termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma
segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como
uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado
espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores
que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais
Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade
urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente
com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se
nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de
considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel
Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de
10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas
expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito
proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave
infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer
tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras
Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a
sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem
degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as
cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a
dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por
Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano
natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos
urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos
na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit
na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de
segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas
por tais serviccedilosrdquo
Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a
direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o
termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma
segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como
uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado
espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores
que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais
Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade
urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente
com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se
nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de
considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel
Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de
10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas
expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito
proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave
infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer
tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras
Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a
sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem
degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as
cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a
dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por
Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano
natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos
urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos
na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit
na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de
segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas
por tais serviccedilosrdquo
Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade
urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo
ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de
urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica
reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos
ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em
aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao
social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo
Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve
o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e
econocircmicos
Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no
texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem
econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo
de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade
civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo
Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu
na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de
Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa
questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas
satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila
social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a
ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do
pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o
Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social
que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por
que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de
poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de
instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com
as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica
do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas
causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva
Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos
diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em
razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo
Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades
urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza
desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil
os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos
eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio
trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente
devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos
almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os
cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da
populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as
aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas
alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos
ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um
desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente
justo
Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori
(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve
uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim
expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria
um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma
segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo
social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio
sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse
ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para
a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio
ambiente
Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade
sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves
cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades
sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou
privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na
aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um
sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel
Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash
UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime
assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos
urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um
ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as
satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e
infraestruturardquo
Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute
apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e
assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se
prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma
accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que
promovam a sustentabilidade dentro da cidade
Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas
mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas
presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute
preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as
poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo
consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um
planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes
aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano
Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento
adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo
importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se
ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam
aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees
Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias
cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O
problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de
aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas
torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que
em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e
cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees
ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse
fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para
o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como
alagamentos
Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades
quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para
Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo
alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo
Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo
com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes
alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo
de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista
teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe
ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir
da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no
caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a
demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local
sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do
mesmo e ocasione mais desastres ambientais
Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel
para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio
irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras
possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente
uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua
haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos
Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia
compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de
aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por
poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo
(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor
apresentado no capiacutetulo seguinte
2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua
importacircncia
Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que
se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio
que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje
para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo
Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio
que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os
aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos
mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel
Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a
humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa
(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees
de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma
epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi
acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba
atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de
Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta
produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais
plausiacutevel
ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do
planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o
desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do
solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud
Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das
condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p
58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global
venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada
no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora
apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam
reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e
alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja
uma saiacuteda
ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da
responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo
de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo
(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma
importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute
necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando
relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais
precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade
de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees
antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave
ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas
entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia
como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao
longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do
mundo (Nascimento 2012 p 51)
Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque
mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse
termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus
indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e
que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo
(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado
2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais
de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade
cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na
questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a
sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e
transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro
intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring
Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses
noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees
Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um
acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases
responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de
Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e
desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um
pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave
degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os
paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees
comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que
naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento
econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto
que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como
principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave
pobreza
Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly
One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente
de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento
(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta
(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma
a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o
espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash
Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do
desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o
apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer
economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e
criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem
juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees
No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em
1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)
desde 1970
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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20economico_ambiental20da20implantaC387C383o20de20u
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20de20C381guapdfgt Acesso em 15112015
Rapoport Beatriz ndash Aacuteguas Cinzas Caracterizaccedilatildeo Avaliaccedilatildeo Financeira e
Tratamento Para Reuso Domiciliar e Condominial p 1-72 Rio de Janeiro
marccedilo 2004
Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA ndash SANEAGO 2012
lthttpwwwsaneagocombrsupretabelapreco2012pdfgt Acessado em
05112015
Schussel Zulma ndash O desenvolvimento urbano sustentaacutevel ndash uma utopia
possiacutevel Desenvolvimento e Meio Ambiente n 9 p 57-67 janjul 2004
Editora UFPR
Silva Pedro ndash Aproveitamento de aacuteguas pluviais ndash Implementaccedilatildeo de um
sistema na FCUP Mestrado em ciecircncias e tecnologia do ambiente
Departamento de Geociecircncias Ambiente e ordenamento territoacuterio 2013
Silva Solange Teles da ndash Poliacuteticas puacuteblicas e estrateacutegias de
sustentabilidade urbana p 1-14
lthttpwwwrccgovptSiteCollectionDocumentsSolangeTeles_Politicas-Pub-
Sustentabilidadepdfgt Acesso em 17102015
Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados
foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e
que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal
desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel
pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como
principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma
mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a
partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa
(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees
sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo
e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do
crescimento urbanordquo
Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento
Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a
preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo
(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por
Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo
Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo
2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio
ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um
processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos
recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo
do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila
institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial
presente e futuro a fim de atender agraves necessidades
e aspiraccedilotildees humanasrdquo
Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa
definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em
aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das
geraccedilotildees futurasrdquo
Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees
urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as
necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de
melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na
sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um
desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa
necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e
humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua
escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos
naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os
efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando
ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que
a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da
sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as
necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou
aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e
o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante
Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland
recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do
crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal
dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em
segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos
paiacuteses desenvolvidos
Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986
ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o
desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo
ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da
autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo
e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a
CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento
sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da
cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face
disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento
crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego
aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel
da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e
do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas
internacionais (CMMAD 1988 1991)
Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual
aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-
92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da
Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na
criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa
uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo
citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio
ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem
comprometer o modelo econocircmico vigente
Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento
que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental
econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda
outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade
ecoloacutegica e poliacutetica
Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade
Fonte Nicholas Gimenes (2012)
Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido
Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade
satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o
consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram
problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que
assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a
desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que
a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para
uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social
Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas
essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo
podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros
autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em
consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do
ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao
meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil
sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da
populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo
Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se
tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo
no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental
Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo
de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se
obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo
de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)
Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha
do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi
mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash
possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade
ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades
produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da
capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de
absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas
sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum
objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses
com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de
poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como
sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica
refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo
plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade
econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e
caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado
Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993
Agenda 21 brasileira)
Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de
Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no
Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que
ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que
caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se
no espaccedilo das cidades e estas se
tornam cada vez mais o foco principal
na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas
de desenvolvimentordquo
Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas
sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva
na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para
Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa
capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave
qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as
demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o
desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em
especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente
com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud
Satterthwaite 2004) em que
ldquoa resposta agraves necessidades humanas
nas cidades como o miacutenimo ou
nenhuma transferecircncia dos custos da
produccedilatildeo consumo ou lixo para outras
pessoas ou ecossistemas hoje e no
futurordquo
Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que
a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o
desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir
da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute
imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos
naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os
recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo
de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e
futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento
sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa
2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a
mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade
Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de
produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma
mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz
Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade
relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos
naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade
hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para
fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos
ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute
participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais
problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas
alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos
recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a
qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de
aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo
feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do
mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem
diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades
sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo
3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo
pluvial em Brasiacutelia ndash DF
31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados
Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o
consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados
como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte
Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial
(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o
que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a
ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as
necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do
Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por
pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)
eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar
banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros
(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem
de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)
consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de
1381msup3mecircs
Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos
hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz
um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema
em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na
Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a
frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada
em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a
populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal
Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo
chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que
a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo
seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa
estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia
que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos
niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos
niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais
fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do
total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com
base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia
localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de
Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute
Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir
da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia
Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo
AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal
2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563
2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779
2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337
2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492
2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068
2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421
2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235
2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493
2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399
2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187
Meacutedia para cada mecircs
20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797
Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)
Fonte INPE 2015
Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses
Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no
caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados
Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade
de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir
Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos
A SUPERQUADRA AE AT
Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco
Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11
1069msup2 185 136
Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e
subsolo)
Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2
6414msup2 1113 818
Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)
Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2
70554msup2 8999 1225
AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total
Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo
A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas
apart)
6 apartamentos por pavimento
36 apartamentos por bloco
396 apartamentos
por superquadra
1980 pessoas por
superquadra
8 apartamentos por pavimento
48 apartamentos por bloco
528 apartamentos
por superquadra
2640 pessoas por
superquadra
10 apartamentos por pavimento
60 apartamentos por bloco
660 apartamentos
por superquadra
3300 pessoas por
superquadra
12 apartamentos por pavimento
72 apartamentos por bloco
792 apartamentos
por superquadra
3960 pessoas por
superquadra
Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR
O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)
considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento
nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos
dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de
moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores
Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco
meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e
consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de
captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas
Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo
Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas
climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos
hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela
tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete
consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o
consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)
Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa
quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo
renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para
consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o
ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do
oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de
precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos
influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua
continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem
causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto
seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode
influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma
adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado
Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado
(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e
enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da
impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode
contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo
reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local
Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo
para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da
aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o
consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves
enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de
drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de
captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam
que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente
pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte
(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse
estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo
em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas
provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de
aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com
vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)
Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a
tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o
graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua
utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do
reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem
reutilizar as aacuteguas pluviais
Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua
Litros
Cozinhar e Beber 54
Tomar Banho e Escovar os Dentes 50
Descarga de Banheiro 66
Lavagem de Roupa 24
Outras Tarefas 6
Total = 200
Fonte SABESP (2010)
27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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27
25
33
12
3
Cozinhar e Beber
Tomar Banho e Escovar osDentes
Descarga de Banheiro
Lavagem de Roupa
Outras Tarefas
Descarga de Banheiro
6875
Lavagem de Roupa
25
Outras Tarefas 625
Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua
Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais
Porcentagem ()
Descarga de Banheiro 66 6875
Lavagem de Roupa 24 25
Outras Tarefas 6 625
Total = 96 100
Fonte SABESP(2010)
33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio
Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)
apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do
reservatoacuterio
(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa
(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas
conhecidas
(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos
de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e
(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou
programaccedilatildeo dinacircmica
Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos
meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea
de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de
consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da
observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de
dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de
simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do
percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo
praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim
e Pereira 2008 p 55-58)
34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte
A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um
preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea
de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea
construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e
consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia
Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento
(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia
resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa
(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para
suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos
sanitaacuterios
Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute
dada por
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871
119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871
Legenda L = Litros p = Pessoas
Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o
sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3
(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =
7840msup3 e 235224L = 235224msup3
Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479
fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano
de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de
Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3
e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor
Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea
de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua
ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte
Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado
para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o
volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado
na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute
exposto a seguir
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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2015ampusg=AFQjCNFh0s5TdcXTR9Vl__7b4vQzD1zaBQampsig2=-
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119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879
Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de
aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de
coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute
um coeficiente estipulado
Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do
reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva
coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca
Atribuindo valores do ano de 2014 temos que
119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5
119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3
Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do
reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade
De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um
meacutetodo alternativo
Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise
de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste
basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de
consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo
desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na
estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008
p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L
devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
235224119871 rarr 100
119881 rarr 30
119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3
Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 18)
119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast
119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900
Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo
aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal
Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no
ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto
119881119886119888 =119879119900119905119886119897
1198983
1198861198991199007 119898119890119904119890119904
lowast
119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900
7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte
Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios
aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e
consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo
uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos
como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34
Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de
armazenamento para esta quadra o seguinte
119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900
119881~ 31406119871 119900119906 314061198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3
119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900
119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000
119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast
119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3
dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva
119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900
11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3
Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as
dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa
aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi
definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non
aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande
porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui
240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total
pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que
corresponde a 265 da aacuterea total
Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de
que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos
preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de
captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no
ciclo hidroloacutegico
35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo
Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute
regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo
e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo
435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com
base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em
conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do
projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou
outro desde que devidamente justificado
Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados
com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano
de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser
claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel
Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser
independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a
conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626
Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma
torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com
placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo
e identificaccedilatildeo graacutefica
Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua
potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados
Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve
atender agrave ABNT NBR 12214
Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de
aproveitamento de aacutegua de chuva
Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de
coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo
da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute
conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores
horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de
impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em
reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio
(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la
para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a
imagem a seguir
Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Adatildeo D Padini (2013)
De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma
a seguir
Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo
Fonte Leandro Roncato Pereira
351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema
Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas
as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o
sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional
352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o
meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de
31406L seraacute arredondado para 35000L
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua
para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir
Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 1843978
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do
sistema conforme a tabela a seguir
Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo
Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo
sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978
36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua
Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)
quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o
conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde
cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o
caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente
multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios
residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio
Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo
Custo da Manutenccedilatildeo
Calhas e Condutores
Semestral R$ 13000
Reservatoacuterio Limpeza e
Desinfecccedilatildeo Anual
R$ 20000
desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o
preacutedio
Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute
cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde
a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo
condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)
Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e
comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em
concordacircncia com a tabela a seguir
Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB
Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do
condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte
Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio
Fonte Condomiacutenio do Preacutedio
O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de
aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para
saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute
atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou
volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total
gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde
agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir
do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor
para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura
Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado
pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em
sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula
119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904
119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Em 7 meses seriam pagos em descarga
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356
37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
fechado
Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)
ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor
cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo
volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo
Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro
devido aos meses de seca ou pouca chuva
Sendo assim
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322
Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo
sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254
Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o
caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo
volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para
cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento
do esgoto
Portanto tem-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658
Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o
preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 58254 + 119877$ 46606
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924
119877$ 9446
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904
38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo
Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema
o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se
fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio
utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua
pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e
o mesmo vai enchendo conforme chove no local
Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso
por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904
119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898
Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos
119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898
Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua
por mecircs para a aacuterea de 1069msup2
119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2
119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3
Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado
diariamente
119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886
A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O
preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios
enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo
positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos
Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua
armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em
cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir
351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904
119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904
Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio
estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva
esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de
067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem
a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir
119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3
Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final
dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um
reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio
Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao
final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio
deveria ser de 145msup3
Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio
estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a
demanda do preacutedio sendo assim
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886
119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904
381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um
preacutedio
Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base
as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a
eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para
145000L
Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio
natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo
conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado
consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que
iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo
Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os
dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental
p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de
pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor
conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)
o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de
profundidade
Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo
Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo
o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo
preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000
Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de
implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada
pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este
estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB
Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)
Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260
Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000
Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750
Boacuteia Comum 1 1220 1220
Registro de Gaveta
1 3490 3490
Bomba Anauger 1 23000 23000
Filtro 3P VF1 1 22000 22000
Tubulaccedilotildees 7000 7000
Disjuntor 1 1310 1310
Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157
Matildeo de Obra 1 58574 58574
Energia 054 054
Total 13 727154 7704228
382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
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382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema
com fluxo
Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute
cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871
119863119894119886
119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983
Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa
que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato
ao nuacutemero de apartamentos existente
Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900
119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908
Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade
EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB
seria feito da seguinte maneira
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425
Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses
teremos o seguinte
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975
Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio
multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
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Silva Pedro ndash Aproveitamento de aacuteguas pluviais ndash Implementaccedilatildeo de um
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sustentabilidade urbana p 1-14
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Sustentabilidadepdfgt Acesso em 17102015
20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado
08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08
119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074
ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela
economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da
aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)
Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900
119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228
119877$ 268975 + 119877$ 21518
119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228
119877$ 484155
119877119890119905119900119903119899119900
119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904
4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais
De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de
captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para
substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os
moradores do preacutedio
Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia
ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais
pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem
ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando
ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel
Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de
aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da
substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente
mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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2015ampusg=AFQjCNFh0s5TdcXTR9Vl__7b4vQzD1zaBQampsig2=-
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substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do
ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de
conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente
aquelas que sofrem com escassez de aacutegua
Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos
que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua
gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um
pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da
aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo
Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia
em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios
econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde
que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil
longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente
16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser
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ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que
tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do
sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a
soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas
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2015ampusg=AFQjCNFh0s5TdcXTR9Vl__7b4vQzD1zaBQampsig2=-
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2015ampusg=AFQjCNFh0s5TdcXTR9Vl__7b4vQzD1zaBQampsig2=-
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