Vida e Morte No Cristianismo Primitivo

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  • R E V I S T A C A N T A R E I R A

    http://www.historia.uff.br/cantareira

    ISSN 16777794

    [email protected]

    CANTAREIRA Revista Eletrnica de Histria

    Volume 2 Nmero 2 Ano 3 Ago. 2004

    Editor Mauro Henrique Barros Amoroso

    Universidade Federal Fluminense (UFF)

    Instituto de Cincias Humanas e Filosofia (ICHF)

    Departamento de Histria

    Campus do Gragoat - Bloco O - 5 andar - Niteri - RJ - Brasil - CEP 24210-350

    Telefone: (021) 2629-2919

    Os direitos dos artigos publicados nesta edio so propriedade exclusiva dos autores.

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    Equipe

    Editor Responsvel

    Mauro Amoroso

    Editores

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    Guilherme Moerbeck

    Hagaides de Oliveira

    Leonardo Arruda

    Priscila Aquino Silva

    Richard Negreiros de Paula

    Editores Correspondentes

    Antonio Marcos Myskiw

    Erneldo Schallenberger

    Maria Thereza David Joo

    Mrcio Marchioro

    Valdir Gregory

    Designer grfico

    Sheila Freire

    Ficha Catalogrfica

    Revista Cantareira Revista Eletrnica de Histria

    Volume 1, Nmero 3, Ano 2, Ago. 2004

    Disponvel em:hhttp://www.historia.uff.br/Cantareira

    1. Histria Geral; 2. Historiografia

    Vida e Morte no Cristianismo Primitivo

    Marcos Caldas

    RESUMO: este ensaio trata de maneira breve das noes de morte e vida na crena crist nos trs primeiros sculos de nossa era. Este artigo propeque desde de seu incio, a Igreja Crist precisou grosso modo enfrentar dois diferentes desafios: de um lado, em seu ramo ocidental, a Igrejanascente teve que se confrontar com o Estado Romano e seus problemas polticos, de outro lado, na Igreja oriental, os primeiros cristos foramobrigados a se desenredarem das suas razes judaicas e helensticas, principalmente em relao s questes doutrinais. Estas duas faces de uma sIgreja levaram a distintas respostas em relao s concepes de vida e morte, que foram apenas unificadas com os conclios ecumnicos aps 325d.C.

    Palavras-chave: religio, cristianismo, antiguidade

    ABSTRACT: this brief essay deals with the notions on Christian beliefs death and life in the first three centuries of our era. This article proposesthat since the very beginning the Christian Church mainly had to face two different challenges: on the one hand, in its Occidental branch the nascentChurch was directly confronted by the Roman State and its political problems; on the other hand, in the Oriental Church, the first Christians had todisentangle themselves from their Jewish and Hellenistic roots in doctrinal matters. These two faces of the Church brought distinguished answers toconceptions of death and life, which were only unified with the ecumenical councils after 325 A.D.

    Key words: religion, Christianity, antiquity

    INTRODUO:

    A denominao cristianismo primitivo compreende o perodo que vai da morte de Jesus em 33[1] A.D[2] at a chamada converso de

    Constantino (306-337)[3], ocorrida ao que parece no ano de 337 d.C. Este perodo pode ser dividido em trs fases: a) a primeira fase est situada

    entre poca da vida de Jesus at o ano 100, data em que a maioria dos contemporneos de Jesus j havia falecido; b) a segunda fase vai do ano 100

    ao ano de 250, no momento em que o Cristianismo se propagava fora da Palestina, principalmente nas provncias romanas mais antigas (Sria, sia

    Menor, Egito e, claro, pela Itlia, especialmente em Roma), sem, no entanto, constituir uma religio universal; e c) o terceiro momento abrange a

    poca em que o Cristianismo foi mais intensamente perseguido pelo Estado romano (entre 250 e 311) at sua aceitao como religio do Estado

    imperial romano a partir de 391[4].

    A primeira fase marcada por uma srie de disputas doutrinais, a comear pelos apstolos companheiros de Jesus (em especial Paulo e

    Pedro); disputas essas menos em razo da conduo das comunidades do que em razo da linha de interpretao da palavra adotada; tratava-se,

    pois, de responder s questes fundamentais, tais como as contribuies do Judasmo ao advento do Cristianismo e a subseqente transmisso da

    boa nova para fora das fronteiras do mundo judeu. Ainda nesta poca, a comunidade primitiva crist entra em conflito direto com a autoridade

    judaica hierosolimita, e grande parte dos judeus passou a se distanciar do Cristianismo, recusando-o e acusando-o de ser uma seita[5]. Na segunda

    fase, as diferentes comunidades passam a estabelecer normas gerais, buscando um entendimento comum sobre as normas e o direitos das mesmas;

    aparece com mais firmeza o credo em uma Lei universal que deve ser observada em todo o cosmos[6], e em um Deus que representa o princpio

    da Justia e do Amor para todos os Homens; alm disso, as comunidades ento estabelecidas passaram a praticar o ideal do amor ao prximo[7].

    No obstante, as disputas do primeiro perodo causaram as primeiras crises internas, produzindo movimentos intelectuais considerados divergentes

    da doutrina oficial (Gnosticismo, Marcionismo e Montanismo)[8] e compelindo os seguidores cristo ao reconhecimento e acolhimento em nvel

    institucional de uma nica nova f (regula fidei). No bojo dessas transformaes, a Igreja constituiu sua hierarquia, baseada em especial na

    sucesso episcopal[9]. Na terceira fase, principalmente a partir do sculo IV, o cnon dos escritos cristos mais firmemente estabelecido, isto ,

    desde ento d-se especial relevo s questes sobre quais escritos deveriam fazer ou no parte do corpus bblico, quais seriam ou no considerados

    herticos, como se constituiria o culto e quais seriam seus verdadeiros crentes[10].

    Alm dessas divises no tempo e no modo de agir, o cristianismo primitivo deve ser tambm distintamente considerado do ponto de vista

    geopoltico, isto , devemos levar em conta a formao de duas comunidades diferentes em relao ao poder central romano: a primeira com seu

    bero na Palestina e posteriormente na Sria e no Egito, e a segunda em sua Igreja em Roma. Ao que parece a comunidade primitiva crist em Roma

    parece ter nascido sob o signo da perseguio e da oposio ao imprio, enquanto na Palestina tratava-se de uma luta fundamentalmente entre

    cristos e judeus. Essa diviso marcou profundamente toda trajetria da Igreja nos primeiros tempos, norteando sua composio poltica, social e

    cultural, dividida entre o mundo greco-romano e a herana vtero-testamentria judaica[11].

    COTIDIANIO E IMAGINRIO DAS TRADIES CRISTS: UMA VISO SUMRIA

    Dito isso, possvel ento entender como grande parte da tradio pag sobre o alm-mundo baseava-se em uma crena tpica do mundo

    greco-romano, todavia influente no judasmo helenizado, cujas razes estavam fincadas em territrios au-del de seus nascedouros originais: a do

    heri[12] e de sua morte herica permitida a poucos. Na viso dos antigos gregos, o heri era algum com alguma qualidade extraordinria[13], a

    quem o divino passa a ser acessvel, e a cuja morte deve-se fazer jus. Muitos cados em guerras sero declarados heris, embora isso no se

    constitua uma regra, antes uma exceo[14]; no entanto, as desventuras causadas ainda em vida aos soldados heris das cada vez mais constantes

    guerras do mundo greco-romano levaram a uma decadncia do imaginrio herico, retirando-lhe parte de seu glamour, substitudo ao final da

    Repblica Romana, pela idia de consolatio[15] (consolao), reconforto para a alma e, ao mesmo tempo, caminho para a verdade[16], idia essa

    que se tornou cada vez mais comum[17], dentro e fora de Roma[18]. importante frisar que at o final do primeiro milnio antes da era crist,

    essas idias habitam o imaginrio de grande parte da populao dos povos que viviam as margens do Mediterrneo. Nesse sentido, a noo de uma

    vitria sobre a morte, ou dito de outra maneira, de uma ressurreio de entre os mortos (anstasis necrn) nstasij nekrn[19], como apareceno NT, e que tornou-se basilar na crena crist, apresentava um vigor novo, estimulando a propagao do cristianismo em todo mundo greco-

    romano[20]. Intimamente ligada a essa idia de ressurreio, aparecem nas passagens do NT as noes de julgamento (ou Juzo Final) e de

    recompensa aos crentes ou punio aos incrdulos[21], que variam levemente de texto a texto: em alguns casos, por exemplo, a retribuio no alm-

    tmulo seria pois ajustada a cada qual segundo suas obras em vida[22]; em outros, a determinao dos crimes contra Deus j manifesta e

    prefixada[23]; simultaneamente ocorre nessa mesma poca uma modificao importante em relao s idias de Cu e Inferno: em vrios textos do

    NT nota-se um alargamento dos portes do Cu para a entrada dos justos, judeus ou gregos[24]; ao mesmo tempo o submundo ou Hades[25]

    transformado em um lugar de tormentos sem fim[26]. Uma outra noo, igualmente grega[27], a de ko/lpoi )Abraam (kolpoi Abraam ou seios de

    Abrao) ganha fora atravs da parbola do pobre Lzaro[28]. Nesse no-lugar, prximo ao rebo, o patriarca parece observar de longe a morada

    dos mortos, o Hades; um espao intransponvel os separa, no apenas geogrfico mas tambm moral, isto , fica determinado que para alcanar a

    remisso dos pecados, s mesmo em vida, o que contrariaria a noo de remisso e ressurreio no final dos tempos feita pelo filho do Homem

    [29]. Nesse sentido, a contribuio do Apocalipse de Joo (ca. 95) - e da literatura escatolgica dessa poca de um modo geral[30] - tornou-se

    decisiva[31]. Nele, de modo simblico, o apstolo revela, entre outras coisas, o que estaria reservado aos justos e aos pecadores no alm mundo

    [32]. natural que a maioria desses textos provocasse horror e comoo, ao lado de representaes morais e religiosas, alm de procurar consolidar

    a realidade social e poltica, mas seu sentido ltimo encontrava-se no carter instrutivo que assumiam diante de uma realidade to dura e muitas

    vezes favorvel a intensas perseguies religiosas pelo poder central. Como resultado, o catlogo de penas que acompanha a maioria dessas obras

    constitui um importante material para compreender as punies e expiaes dos pecadores no mundo dos mortos, bem como as benesses e regozijos

    dos justos no mundo celestial.

    (reas da presena judaica aps a dispora).

    medida que se fechava o cerco em relao religio crist, o rigorismo moral (ortopraxia) e a preocupao social aumentaram. Em termos

    prticos, isto significava que a leitura semanal dos profetas e da Lei[33] fazia-se tendo em vista o cotidiano mais imediato. Idias contidas na Bblia

    acerca, por exemplo, do desrespeito por vivas e rfos - como em Timteo[34] - aparecem com toda fora e no se restringem apenas s camadas

    sociais mais desprivilegiadas, mas tambm a alguns setores da elite imperial. Alguns aspectos sociais de poca so tambm ressaltados nos textos

    do NT, como o caso da Escravido. Os escravos lhes so naturais e no h qualquer tentativa de impedir a escravido[35], pois a vida econmica

    dependia, ao menos no ocidente, de sua permanncia[36]. No plano poltico, a mensagem do evangelho alcanava vagarosamente os estratos sociais

    mais elevados, tornando-se aos poucos uma real ameaa poltica imperial[37]. Entre as personalidades de grande prestgio que abraam a

    mensagem crist nessa poca podemos citar a figura singular Quintus Septimus Florens Tertullianus (160-220 d.C.). Nascido em Cartago, cidade do

    norte da frica, Tertuliano filho de oficial romano, impressionado e entusiasmado com movimento cristo, passa a defender vigorosamente o novo

    credo em face opresso religiosa estatal. Em suas obras, a ressurreio dos mortos abre caminho ao desenvolvimento das vises do alm-mundo.

    Nelas, o reino dos mortos ganha uma sistematizao ainda no vista, de modo a assegurar aos post mortes a justa recompensa ou a severa punio.

    Em seu De anima[38], uma obra que pelo menos em parte servia como resposta doutrina platnica da alma, Tertuliano descreve de maneira clara

    e didtica sua viso da hierarquia do alm-tmulo: em primeiro lugar encontramos o Paraso, repouso por excelncia dos mrtires; em segundo

    plano, aparece o senus (seio) de Abrao, onde os justos aguardam julgamento; em terceiro est o Hades, morada das almas perdidas. A no-

    polarizao absoluta entre Luz e Trevas amenizava o trao punitivo e irrevogvel presentes, por exemplo, nas teologias orientais[39]. Com isso,

    Tertuliano conseguia enriquecer o imaginrio soteriolgico cristo e garantir novas e macias filiaes nova f. Simultaneamente, em especial no

    Egito e na sia Menor, a ento nascente Igreja Oriental iniciava um movimento intelectual que, entre outras coisas, considerava os castigos

    infernais no como vingana divina, mas antes como sublimao dos pecados. Titus Flavius Clemens ou Clemente de Alexandria (150-215), mas

    principalmente Orgenes (185-252) proclamavam a funo corretiva das punies. Para Orgenes, tambm filsofo da chamada escola de

    Alexandria, a salvao seria alcanada por todas as almas, at mesmo por Sat, levando-nos, ao final, reconciliao com a verdade divina. As

    noes escatolgicas de Orgenes insinuavam uma espcie de ciclo csmico, em que a alma, aps sua queda no pecado original, investe-se de um

    corpo, cuja existncia incerta e efmera; da sua necessidade intrnseca de retorno s suas origens e conseqentemente morada divina. Atravs

    dos tempos, haveria um progresso no processo de purificao da alma, at que, enfim, o mal seria definitivamente vencido, e todas as almas

    retornariam criao, ao que ele denominou a)pokata/stasij pa/ntwn (apokatastasis panton, ou restaurao de tudo)[40]. Para ele, a piedade de

    Deus era infinita e por isso as penas impostas no mundo dos mortos jamais seriam perptuas. As idias de Orgenes tiveram um profundo impacto

    na determinao do comportamento dos crentes da igreja primitiva, uma vez que possibilitariam a remisso, em algum momento, de todos os

    pecadores[41]. Entre seus adeptos encontramos grandes expoentes da teologia de ento como Gregrio de Nazianzo (329/330-389/390) e Gregrio

    de Nyssa (335-394).

    (Cena de um martrio).

    No ocidente, a incipiente teologia ocidental, muito menos voltada para as questes contemplativas e msticas, em contraste com seus

    problemas institucionais e polticos no mundo romano, reagiu com cautela aos ensinamentos de Orgenes. A resposta mais vigorosa veio ao tempo

    de Santo Agostinho, com a condenao eterna de todos os pecadores.[42]. No entanto, ao contrrio do que ocorria no Oriente, onde o indivduo era

    o foco das atenes, os benefcios de uma vida reta e justa recaam sobre toda comunidade, cuja pedra fundamental era o amor cristo[43]. No

    sem razo que o chamado martrio voluntrio, isto , o oferecimento feito pelo crente de seu prprio corpo para imolao, geralmente ao poder

    local, tornara-se algo to comum no oriente cristo[44]. J no ocidente, comunidades inteiras eram vtimas das perseguies promovidas pelos

    respectivos governadores de provncias[45]. No entanto, as inmeras tentativas de desbaratar o atesmo cristo[46] mostraram-se vs em ambos os

    casos e alimentaram com toda a fora o cristianismo missionrio a fazer a propagao universal do evangelho, agora no mais exclusivamente

    apenas no mundo urbano[47].

    CONCLUSO:

    O incio do sculo IV foi marcado pela ltima grande perseguio aos cristos (Diocleciano 303) e pela promulgao do edito de tolerncia

    do imperador Galerius, caracterizando o incio e o fim de uma nova era[48]. Da para frente, o Cristianismo no era apenas tolerado, mas assumia

    cada vez mais, principalmente depois de Teodsio, entre 380-395, o status de religio do Estado[49]. Sua liturgia tornou-se muito mais definida, ao

    mesmo tempo em que a canonicidade de sua tradio fora quase totalmente fixada[50]. Nesses trs primeiros sculos de histria, vimos que longe

    de seguir um desenvolvimento coeso e unilinear, a Igreja primitiva provou, dentro e fora dela, de vrias batalhas. Seu principal desafio no foram os

    homens, mas suas idias. Sua principal fora tampouco estava nas mos de indivduos, soldados ou mrtires, mas em uma nova f. O Mundo

    Antigo ento chegava ao fim[51].

    (Desenvolvimento da Cristandade at 1300 d.C.).

    A vida dos primeiros Cristos

    a) Uma reunio dominical (Justinus, apol I 67)

    `Hmej d met tata loipn e totwn lllouj namimnskomen ka o contej toj leipomnoijpsin pikouromen, ka snesmen llloij e. p ps te oj prosfermeqa elogomen tnpoihtn tn pntwn di to uo ato 'Ihso Cristo ka di pnematoj to gou. ka t to loulegomnV mrv pntwn kat pleij groj menntwn p t at sunleusij gnetai, ka t pomnhmonemata tn postlwn t suggrmmata tn profhtn naginsketai, mcrij gcwre. e tapausamnou to naginskontoj proestj di lgou tn nouqesan ka prklhsin tj tn kalntotwn mimsewj poietai. peita nistmeqa koin pntej ka ecj pmpomen ka, j profhmen,pausamnwn mn tj ecj rtoj prosfretai ka o noj ka dwr, ka proestj ecj mowj kaecaristaj, sh dnamij at, napmpei, ka laj peufhme lgwn t 'Amn, ka didosij ka metlhyij p tn ecaristhqntwn kstJ gnetai, ka toj o parosi di tn diaknwn pmpetai. oeporontej d ka boulmenoi kat proaresin kastoj tn auto boletai ddwsi, ka tsullegmenon par t proestti potqetai, ka atj pikoure rfanoj te ka craij, ka toj dinson di' llhn atan leipomnoij, ka toj n desmoj osi, ka toj parepidmoij osi xnoij, kaplj psi toj n crev osi khdemn gnetai. tn d to lou mran koin pntej tn sunleusinpoiomeqa, peid prth stn mra, n qej t sktoj ka tn lhn tryaj ksmon pohse,ka 'Ihsoj Cristj mteroj swtr t at mrv k nekrn nsth t gr pr tj kronikj starwsanatn, ka t met tn kronikn, tij stn lou mra, fanej toj postloij ato ka maqhtajddaxe tata, per ej pskeyin ka mn nedkamen.

    Fonte:[ed. E. J. Goodspeed, - Die altesten Apologeten, Gttingen 1915- Corpus Apologetarum Christanorum seculi secundi. Jena, 1876 sqq.] .

    (Cristos ceando pintura de uma catacumba)

    A Vida dos Primeiros Cristos

    a) Uma reunio dominical (Justinus, apologia I 67)

    Mas ns continuamos sempre aps tudo nos lembrando uns aos outros (destas coisas), que se ns pudermos socorrer a todos, que tm necessidade, e

    estarmos sempre todos uns aos outros unidos. Para tudo aquilo que nos for ofertado, louvemos o criador de todas as coisas por intermdio de seu

    filho Jesus Cristo e pelo Esprito Santo. E no dia, o qual chamado o dia do Sol (Domingo), para todos os que habitem as cidades ou os campos que

    se renam e recitem as memrias dos apstolos e os escritos dos profetas at quando for possvel. Ento quando o recitador tiver cessado a leitura,

    um representante exortar, com uma advertncia e um convite, pela palavra a todos para que imitem tudo de belo do que foi dito. Depois, todos se

    levantam juntos e lanam votos. E como j foi dito antes (cap. 65), quando nossos votos tiverem cessado, ser ofertado po, vinho e gua, e o

    representante da mesma maneira votos e agradecimentos, com toda fora dada a ele, e o povo assentir dizendo amm. E ento tem lugar a

    distribuio e a troca de todas as graas a cada um e para aqueles que no esto presentes lhes ser enviado pelos diconos. E aqueles que possuem

    em abundncia e por desejo, conforme a preferncia de cada um, d o que deseja e aquilo que for coletado ser depositado junto ao representante e

    ele socorrer os rfos e as vivas, e aqueles que por doena ou por qualquer outro motivo so privados de algo, a aqueles que esto em cadeias e a

    aqueles que so estrangeiros hspedes, numa palavra, a todos que esto em necessidade ele lhes ser um protetor. Ento no dia do Sol (domingo),

    fazemos um encontro todos juntos, pois esse o primeiro dia em que Deus realizou uma mudana nas trevas e na matria e fez o cosmos (o

    universo), e Jesus Cristo nosso salvador nesse mesmo dia surgiu dos mortos. Pois no dia antes de Cronos (antes de Sbado), o crucificaram, e no dia

    aps Cronos, isto , naquele que o dia do Sol (domingo), ele apareceu aos seus apstolos e discpulos, e os ensinou tais coisas, que ns

    entregamos a vs para vosso exame.

    BIBLIOGRAFIA:

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    7 - Klauck, H.-J. Religion und Gesellschaft im fruehen Christentum. Neutestamentliche Studien. Tuebingen: Mohr Siebeck, 2003. p. 193.

    8 - Kuhoff, W. - FLAVIUS CLEMENS, T(itus). In: Biographisch-Bibliographisches Kirchenlexikon. Vol. XX, colunas 503-519. Traugott Bautz,2001.

    9 - Malitz, J. - Philosophie und Politik im frhen Prinzipat. In: Antikes Denken - Moderne Schule. Beitrge zu den antiken Grundlagen unseresDenkens. H.W. Schmidt e P. Wlfing (org.). (Gymnasium. fascculo. 9.). Heidelberg: Carl Winter Universittsverlag, 1988. pp. 151 - 179.

    10 - Momigliano, A. - La Religione ad Atene, Roma e Gerusalemme nel primo secolo a.C. In: Momigliano, A. Saggi di Storia della ReligioneRomana Studi e lezioni 1983-1986. Di Donato, R. (org.). Brescia: Morcelliana, 1988. pp. 27-43.

    11 - Pellistrandi, St.-M. O Cristianismo Primitivo. Col. Grandes Civilizaes Desaparecidas. So Paulo: Crculo do Livro, 1978

    11 - Simon, M. e Benoit Judasmo e Cristianismo Antigo: de Antoco Epifnio a Constantino. Trad. S.M.S. Lacerda So Paulo: Ed. Pioneira Edusp, 1987. pp. 311-332.

    12 - De Ste. Croix, G.E.M. Por que fueron perseguidos los primeros cristianos?. In: Finley, M. I. (ed.) Estdios Sobre Historia Antigua. Trad.R. Lpez. Madrid: ed. Akal, 1981. pp. 233-273.

    13 - _________________ - The Class Struggle in the Ancient World from the Archaich Age to the Arab Conquests. Ithaca, New York: CornellUniversity, 1981. III, iv e IV, iii.

    Professor de Histria Antiga da Universidade Federal Fluminense

    [1] Conforme a tradio crist, o ato inaugural da primeira comunidade tem lugar logo aps os Pentecostes (cf. At. 2, 1 sqq.), quando ocorre oarrependimento, o batismo e a partilha dos bens dos neoconvertidos (At. 2, 42 sqq.).

    [2] Todas as datas so depois de Cristo, salvo indicao contrria

    [3] Ambas as datas, do ponto de vista histrico, so questionveis. Em realidade, a maior parte dos autores prefere tratar o cristianismo primitivo apartir do perodo do apstolo Paulo, principalmente aps a composio das epstolas paulinas aos thessalonicenses (ca. 51). (Cf. as datas em Barrera,J. T. A Bblia Judaica e a Bblia Crist Introduo Histria da Bblia. 2.ed. Trad. Pe. R. Mincato. Petrpolis, RJ: Vozes, 1999. pp. 284-289). Da mesma forma, grande parte dos especialistas ainda discute a data da presumida converso de Constantino. Na maioria dos casos, todos estoconcordes de que em algum momento Constantino I realmente se convertera, resta pois saber em que data (312, 324 ou 325 e 337). Cf. Simon, M. eBenoit Judasmo e Cristianismo Antigo: de Antoco Epifnio a Constantino. Trad. S.M.S. Lacerda So Paulo: Ed. Pioneira Edusp, 1987. pp.311-332.

    [4] Com Theodosius Magnus (CTh. 16, 1 de 380 a.C.).

    [5] Aos olhos romanos uma superstitio (superstio) (cf. a famosa carta no. 96 do livro X de Plnio, o Jovem, ao Imperador Trajano)

    [6] Gl 4, 3 sq.

    [7] Um esboo desse princpio j encontrado na chamada (dxyh Krs - Serekh-ha-Yahad A ordenao da Unidade) de Qumran (1QS I). Transcrio por David S.Washburn, 1997. Disponvel em http://www.nyx.net/~dwashbur/1qsintro.htm. Acesso em 10.08.2004. (1QS I, passim). (Compare tambm com Lv 19, 18).

    [8] Simon, M. e Benoit, A. op.cit.pp. 147-161

    [9] Simon, M. e Benoit, A. - op.cit. pp. 177-180.

    [10] Barrera, J. T op.cit. pp. 272-302.

    [11] Klauck, H.-J. Religion und Gesellschaft im fruehen Christentum. Neutestamentliche Studien. Tuebingen: Mohr Siebeck, 2003. p. 193.

    [12] O caso do sumo-sacerdote Jaso pode ser interpretado nesse sentido (2 Mc 4).

    [13] Burkert, W. Religio Grega na poca Clssica e Arcaica. Trad. M. J. Simes Loureiro. Lisboa: Fund. Calouste Gulbenkian, 1993. p.404.

    [14] Burkert, W. op.cit. p.403.

    [15] Esse pensamento foi especialmente representativo em estico como Ccero (106-43 a.C.) e Sneca (1-65 d.C.), e posteriormente em Bocio (480-524 ).

    [16] Pensamento esse desenvolvido plenamente por Bocio (470-525) em De consolatione philosophiae

    [17] Para isso confira as importantes informaes em Malitz, J. - Philosophie und Politik im frhen Prinzipat. In: Antikes Denken - Moderne Schule. Beitrge zu den antikenGrundlagen unseres Denkens. H.W. Schmidt e P. Wlfing (org.). (Gymnasium. fascculo. 9.). Heidelberg: Carl Winter Universittsverlag, 1988. pp. 151 - 179.

    [18] As idias equivalentes consolatio romana so, tanto no mundo grego, quanto na Palestina helenizada, de pi/stij e e)lpi/j (pistis e elpis) - f e esperana, respectivamente - ainda que, como ressalta A. Momigliano a popularidade dessas duas noes entre os judeus de Jerusalm seja bastantequestionvel (pp. 32-33). Cf. Momigliano, A. - La Religione ad Atene, Roma e Gerusalemme nel primo secolo a.C. In: Momigliano, A. Saggi diStoria della Religione Romana Studi e lezioni 1983-1986. Di Donato, R. (org.). Brescia: Morcelliana, 1988. pp. 27-43.

    [19]1Cor. 15, 12 e passim.

    [20]Aproximando-o das religies de mistrio gregas. Cf. Armstrong, A. H. Filosofia Grega e Cristianismo. In: Finley, M. I. (org) O Legado daGrcia uma nova avaliao. Trad. Y. V. Pinto de Almeida. Braslia: ed. UnB, 1998. pp. 381-408.

    [21] 2 Cor. 5, 10.

    [22] Rm. 2, 5 e 2 Cor. 5, 10: Por quanto todos ns teremos de comparecer manifestamente perante o tribunal de Cristo, a fim de que cada um recebaa retribuio do que tiver feito durante a sua vida no corpo, seja para o bem, seja para o mal (Trad. Bblia de Jerusalm So Paulo: Paulinas, 1980.

    [23] Rm 1, 28-32 e Gl. 5, 19-21: Ora, as obras da carne so manifestas: fornicao, impureza, libertinagem, idolatria, feitiaria, dio, rixas, cimes,ira, discusses, divises, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos previno, como j vos preveni: os que taiscoisas praticam no herdaro o Reino de Deus. (Trad. A Bblia de Jerusalm).

    [24] Rm 2 e 3.

    [25] Ap 1, 18.

    [26] Por exemplo em Mt 16, 18 ou Ap. 20.

    [27] Aristoph. Aves 693-702.

    [28]Lc. 16.19-31. Havia um homem rico que se vestia de prpura e linho fino e cada dia se banqueteava com requinte. Um pobre chamado Lzaro,jazia sua porta, coberto de lceras. Desejava saciar-se do que caa da mesa do rico (mas ningum lho dava). E at os ces vinham lamber-lhe aslceras. Aconteceu que o pobre morreu e foi levado pelos anjos ao seio de Abrao. Morreu tambm o rico e foi sepultado (Vulg. Foi sepultado noInferno). Na manso dos mortos (Hades), em meio a tormentos, levantou os olhos e viu ao longe Abrao e Lzaro em seus seios (o(r#= to\n A)braa/m a)po/ makro/qen kai\ La/zaron e)n toi=j ko/lpoi au)tou=). Ento exclamou: Pai Abrao, tem piedade de mim e manda que Lzaro molhea ponta do dedo para me refrescar a lngua, pois estou torturado nesta chama. Abrao respondeu: Filho, lembra-te de que recebeste teus bensdurante tua vida, e Lzaro por sua vez os males; agora, porm, ele encontra aqui consolo e tu s atormentado. E alm do mais, entre ns e vs existeum grande abismo, a fim de que aqueles que quisessem passar daqui para junto de vs no o possam, nem tampouco atravessem de l at ns.

    Ele replicou: Pai, eu te suplico, envia ento Lzaro at casa de meu pai, pois tenho cinco irmos; que leve a eles seu testemunho, para que novenham eles tambm para este tormento.

    Abrao, porm, respondeu: Eles tm Moiss e os Profetas; que os ouam. Disse ele: No, pai Abrao, mas Abrao lhe disse: Se no escutam nema Moiss nem aos Profetas, mesmo que algum ressuscite dos mortos, no se convencero. (Trad. A Bblia de Jerusalm).

    [29] Mt. 25, 31-46.

    [30] Cf. por exemplo o chamado Apocalipse de Pedro, manuscrito provavelmente composto no Egito por volta de 135 d.C. em que o autor nos conduz em uma excurso nomundo dos mortos. Apocalypsis Petri,. Bonn: ed. E. Klostermann, Apocrypha I: Reste des Petrusevangeliums, der Petrusapokalypse und des Kerygma Petri, 2nd edn. Kleine Texte3. Bonn: Marcus & Weber, 1908.

    [31] Principalmente Ap. 20 sqq.

    [32] Entre a literatura escatolgica apcrifa mais impressionante produzida nessa poca esto os chamados ORACULA SIBYLLINA produzidos entre os sculos II a.C. e IV, comuma extensa e variada coleo de punies e recompensas no alm-tmulo. Cf. Oracula ed. J. Geffcken, Die Oracula Sibyllina [Die griechischen christlichen Schriftsteller 8.Leipzig: Hinrichs, 1902 e tambm os Fragmenta, ed. J. Geffcken, Die Oracula Sibyllina [Die griechischen christlichen Schriftsteller 8. Leipzig: Hinrichs, 1902.

    [33] At 13, 15; 15, 21. Lc 4, 16-17.

    [34] 1Tm 5, 1-16

    [35] 1 Tm 6, 1-2.

    [36] No oriente da poca helenstica, ou em regies deste, pelo menos no campo, a fora de trabalho era formada em sua maioria por camponeses eartesos dependentes. Cf. Kreissig, H. A escravatura na poca helenstica. Trad. Y. Garlan e M. Tailleur. In: Annequin, J., Claval-Levque, M. eFavary, F. Formas de Explorao do Trabalho e Relaes Sociais na Antiguidade Clssica. Trad. M. da L.. Veloso. Lisboa: ed. Estampa, 1978. pp.113 121. Entretanto, nos dois primeiros sculos da era crist a situao da fora de trabalho parece variar sensivelmente nas reas estudadas. Oimpacto da expanso romana no oriente resultou na retrao da servido como forma de explorao do trabalho. Ainda assim, os casos eramdiversos de regio a regio. Cf. De St. Croix, G.E. M. - The Class Struggle in the Ancient World from the Archaich Age to the Arab Conquests.Ithaca, New York: Cornell University, 1981. Espec. III, iv e IV, iii.

    [37] A seguirmos a tradio crist da Idade Mdia (Georgios Syncellos Eclog. Chronogr. 650), essa tendncia vinha pois se confirmando desde de ofinal do sculo I d.C., a partir do perodo do imperador romano Domitianus (89-96) quando Flavius Clemens (63-95), seu primo, foi executado porsua crena crist. Sua mulher, Flavia Domitilla passou a ser honrada como a primeira mrtir. No entanto, a historiografia atual parece desautorizaressa interpretao. Cf. Kuhoff, W. - FLAVIUS CLEMENS, T(itus). In: Biographisch-Bibliographisches Kirchenlexikon. Vol. XX, colunas 503-519.Traugott Bautz, 2001.

    [38] De anima, principalmente captulos LIV, LV e LVII.

    [39] Representada, por exemplo, no dualismo zoroastrista, influente tambm no pensamento grego. Cf. Afnan, R. Zoroasters Influence onAnaxarogas, the Greek Tragedians, and Sokrates. New York: Philosophical Libraty, 1969.

    [40] Cf. p. ex. Orig. Cont. Cels. VII, 3, 24.

    [41] Cf. Orig. De princ. I, 6.

    [42] Cf. St. Aug. De civitate Dei XXI, 23 : Quod ibi dictum est aeternum, hic dictum est in saecula saeculorum

    [43] Como parece esboado em St. Aug. De civitate Dei XXII, 30. A metfora utilizada por Santo Agostinho em De doctrina christiana doespetculo teatral cuja atmosfera serve de amlgama entre os espectadores nos parece aqui ser exemplar:

    Esta funo do amor consta da nossa experincia cotidiana. Todos j tivemos oportunidade de verificar, ao assistir a um espetculo, como um belodrama costuma criar uma atmosfera de mtua simpatia entre os espectadores. O aficionado do teatro que ama um ator particular, estende, muitonaturalmente, a sua estima a todos quantos compartilham do mesmo sentimento. E, quanto mais alta a sua estima pelo ator em questo, tanto mais seesforar por faz-lo amar e admirar do maior nmero possvel de pessoas. Procurar excitar os que manifestem pouco entusiasmo, e irritar-se-contra os que ousam critic-lo. Como se v, o amor uma fora plasmadora (grifo meu) de sentimentos comunitrios. D-se o mesmo com o amorde Deus. O homem que tem amor a Deus, h de t-lo tambm aos seus semelhantes. Ama-os como a si mesmo, por considerao a Deus. Seu desejo que eles amem a Deus, mas com um amor mais forte do que as coisas criadas poderiam despertar, pois amar a Deus, e fruir dele, ser feliz. Porisso, o justo ama a todos, em Deus, sem excetuar os prprios inimigos. Com efeito, no tem razo para tem-los, pois no podem arrebatar-lhes o seuDeus; antes, ele os deplora, por v-los separados do amor de Deus. Tambm eles o amariam se decidissem converter-se ao seu amor (St. Aug. Dedoctr. Christ. 1, 29, 30; 34,30.

    [44] obvio que essa diferena entre a perseguio no ocidente e no oriente no deve ser observada stricto sensu. Para isso, basta lembrarmos do dramtico martrio de Euplo(Acta Eupli, ed. H. Musurillo, The acts of the Christian martyrs. Oxford: Clarendon Press, 1972. I, 1-2.), que no entanto revela-se um errante.

    Toj kuroij mn Dioklitian t nnaton ka Maximian t gdoon ptoij, t pr trin kalandn Ma wn n tpifanesttV KatnV n sikritarJ pr blou, j kraxen Eploj atoj e pen 'Apoqanen qlw, Cristianjgr emi. Kalbisianj lamprtatoj korrktwr e pen Eselqe, kekragj. ka j eslqen n t sikritarJ makriojEploj t cranta eagglia pifermenoj, Mximoj lamprtatoj e pen prj atn 'Aprep j prgma katceij ka penantaj tn prostagmtwn tn atokratrwn mn. Kalbisianj korrktwr e pen Tata pqen esn e k tj okajsou xencqhsan makrioj Eploj e pen Ok cw okan toto ka krioj o den.

    Aos nossos senhores Diocleciano, em seu nono consulado, e Maximiano, em seu oitavo consulado (isto , em 304 d.C., para ambos), no a. d. IIIKalendas Maias (ou seja, 29 de abril), na ilustrissima (cidade) de Catane (Siclia), no sicritrio, defronte ao cortinado, quando Euplos gritou e dissea eles: Eu desejo morrer, pois sou cristo. Kalbisianos, o mais impetuoso (ou ilustre) governador corrector disse: Que entre o vociferador!. Equando ele entrou no sicritario, o bem-aventurado Euplos, portando os imaculados evangelhos, Mximos, o mais vigoroso, disse-lhe: Tu realizasteum ato indecoroso e contrrio aos preceitos de nossos imperadores. Kalbisianos, o governador corrector disse: se existem objetos onde quer queeles estejam, eles sero retirados de tua casa, ao que o bem-aventurado Euplos respondeu: eu no tenho casa, portanto o imperador nada tem.Citado tambm por De Ste. Croix, G.E.M, Cf. nota 45, mas que omite a ltima parte.

    [45] Cf. De Ste. Croix, G.E.M. Por que fueron perseguidos los primeros cristianos?. In Finley, M. I. (ed.) Estdios Sobre Historia Antigua. Trad.R. Lpez. Madrid: ed. Akal, 1981. pp. 233-273.

    [46] A palavra atesmos significa aqui a no adorao dos deuses do panteo divino pago, resumida na frmula deos non colere (no cultuar osdeuses), e no aquele que no cr em Deus. Ateu era ento aquele que no honrava ou sacrificava aos deuses do panteo romano. Cf. p. ex. Arnob.Adv. Gentes III, 28, VII, I.

    [47] Frend, W. H. C. El fracaso de las persecuciones en el imperio romano. In: Finley, M. I. (ed). op.cit. pp. 289-314.

    [48] Ste. Croix, G.E.M op.cit. p. 235.

    [49] CTh. 16. I. 2, a. 380 (d.C.).

    [50] Veja p. ex. um estudo resumido sobre o incio dos diferentes elementos da liturgia crist em Barth, H.-L. Die Maer vom antiken Kanon desHippolytos Untersuchungen zur Liturgiereform. Koeln: ed. Uma Voc, 1999.

    [51] Em portugus existem poucas obras de fcil acesso ao grande pblico sobre o tema em questo. A melhor ainda , apesar dos pesares, a obra dePellistrandi, St.-M. O Cristianismo Primitivo. Col. Grandes Civilizaes Desaparecidas. So Paulo: Crculo do Livro, 1978, rica em detalhesarqueolgicos.

    Traduo livre.