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A vida e Obra do Dr. António Agostinho Neto Kitequi- 2015 I- Introdução: António Agostinho Neto Nasceu a 17 de Setembro de 1922, em Catete, Ícolo e Bengo Licenciou-se em Medicina em Lisboa e em Cabo Verde. Agostinho Neto dirigiu a partir de Argel e de Brazzaville as actividades políticas e de guerrilha do MPLA durante a Guerra de Independência de Angola, entre 1961 e 1974, e durante o processo de descolonização, 1974/75, que opôs o MPLA aos dois outros movimentos nacionalistas, a Frente Nacional de Libertação de Angola e a União Nacional para a Independência Total de Angola tendo o MPLA saído deste último processo como vencedor, declarou a independência do país em 11 de Novembro de 1975,1 assumindo as funções de Presidente da República, mantendo as de Presidente do MPLA, e estabelecendo um regime mono-partidário, inspirado no modelo então praticado nos países do Leste europeu.

vida e obra de Agostinho neto

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vida e obra do primeiro presidente de angola

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A ingerncia sul africana nos processos polticos da regio e suas consequncias

A vida e Obra do Dr. Antnio Agostinho NetoKitequi-2015

I- Introduo:

Antnio Agostinho Neto Nasceu a 17 de Setembro de 1922, em Catete, colo e Bengo Licenciou-se em Medicina em Lisboa e em Cabo Verde. Agostinho Neto dirigiu a partir de Argel e de Brazzaville as actividades polticas e de guerrilha do MPLA durante a Guerra de Independncia de Angola, entre 1961 e 1974, e durante o processo de descolonizao, 1974/75, que ops o MPLA aos dois outros movimentos nacionalistas, a Frente Nacional de Libertao de Angola e a Unio Nacional para a Independncia Total de Angola tendo o MPLA sado deste ltimo processo como vencedor, declarou a independncia do pas em 11 de Novembro de 1975,1 assumindo as funes de Presidente da Repblica, mantendo as de Presidente do MPLA, e estabelecendo um regime mono-partidrio, inspirado no modelo ento praticado nos pases do Leste europeu.

1. Conceitos Fundamentais:Agostinho Neto

Presidente de Angola

Perodo11 de Novembrode1975a10 de Setembrode1979

Sucessor(a)Jos Eduardo dos Santos

Vida

Nascimento17 de Setembrode1922colo e Bengo,Angola

Morte10 de Setembrode1979(56anos)Moscovo

Dados pessoais

PartidoMovimento Popular de Libertao de Angola (MPLA)

ProfissoMdico, poeta, poltico

Durante este perodo, houve graves conflitos internos no MPLA que puseram em causa a liderana de Agostinho Neto. Entre estes, o mais grave consistiu no surgimento, no incio dos anos 1970, de duas tendncias opostas direco domovimento, a "Revolta Activa" constituda no essencial por elementos intelectuais, e a "Revolta do Leste", formada pelas foras de guerrilha localizadas no Leste de Angola; estas divises foram superadas num intrincado processo de discusso e negociao que terminou com a reafirmao da autoridade de Agostinho Neto. J depois da independncia, em 1977, houve um levantamento, visando a sua liderana e a linha ideolgica por ele defendida; este movimento, oficialmente designado como Fraccionismo, foi reprimido de forma sangrenta, por suas ordens. Ao falecer em Moscovo, a 10 de Setembro de 1979, Agostinho Neto deixou atrs de si um pas em chamas. No era s Angola que vivia uma guerra civil. O MPLA tambm. Na cadeia de So Paulo, em Luanda, e em campos de concentrao espalhados por diversos pontos do territrio angolano, antigos militantes e dirigentes do MPLA, que se haviam oposto liderana de Agostinho Neto - dos simpatizantes de Nito Alves aos intelectuais da Revolta Activa -, partilhavam celas e desditas com os jovens da Organizao Comunista de Angola, OCA, com mercenrios portugueses, ingleses e americanos, militares congoleses e sul-africanos, e gente da UNITA e da FNLA.1.1- Vida e obra de agostinho neto Agostinho Neto foi um mdico angolano, formado na Universidade de Lisboa, que em 1975 se tornou o primeiro presidente de Angola at 1979. Em 1975-1976 foi-lhe atribudo o "Prmio Lnin da Paz". Agostinho Neto Fez parte da gerao de estudantes africanos que viria a desempenhar um papel decisivo na independncia dos seus pases naquela que ficou designada como a Guerra Colonial Portuguesa ou Guerra do Ultramar como tambm conhecida. Foi preso pela PIDE e deportado para o Tarrafal, sendo-lhe fixada residncia em Portugal, de onde fugiu para o exlio. A assumiu a direco do Movimento Popular de Libertao de Angola (MPLA), do qual j era presidente honorrio desde 1962. Foi substitudo por Jos Eduardo dos Santos. Mausolu de Agostinho Neto em Luanda Mausolu de Agostinho Neto em Luanda Obra literria Poesia 1957 Quatro Poemas de Agostinho Neto, Pvoa do Varzim, e.a. 1961 Poemas, Lisboa, Casa dos Estudantes do Imprio 1974 Sagrada Esperana, Lisboa, S da Costa (inclui os poemas dos dois primeiros livros) 1982 A Renncia Impossvel, Luanda, INALD (edio pstuma) Poltica 1974 - Quem o inimigo... qual o nosso objectivo? 1976 - Destruir o velho para construir o novo 1980 - Ainda o meu sonho Fonte: pt.wikipedia.org Agostinho Neto Biografia Nasceu em Catete, Angola, em 1922, faleceu em 1979. Estudos primrios e secundrios em Angola, licenciado em Medicina pela Universidade de Lisboa. Em Portugal, sempre esteve ligado actividade poltica, onde com Lcio Lara e Orlando de Albuquerque fundou a revista Momento, em 1950. Como aconteceu a outros escritores africanos foi preso e desterrado para Cabo Verde, tendo mais tarde conseguido a fuga para o continente. Presidente do MPLA, foi o primeiro presidente de Angola.1.1.1- Obras Poticas Obra Potica Quatro Poemas de Agostinho Neto, 1957, Pvoa do Varzim, e a Poemas, 1961, Lisboa, Casa dos Estudantes do Imprio; Sagrada Esperana, 1974, Lisboa, S da Costa (inclui os poemas dos dois primeiros livros); A Renncia Impossvel, 1982, Luanda, INALD (edio pstuma). Fonte: betogomes.sites.uol.com.br Agostinho Neto (1922-1979) Agostinho Neto foi o primeiro presidente de Angola (1975-1979), aps a independncia desta de Portugal. Nasceu em Bengo meio a uma famlia metodista - seu pai era pastor. Envolveu-se com grupos anticolonialistas quando estudava medicina em Portugal. Poeta nacionalista, seus escritos foi proibido e esteve preso de 1955 a 1957 e outra vez, j em Angola, de 1960 a 1962. Conseguiu fugir para o Marrocos e posteriormente fundou o MPLA - Movimento Popular de Libertao de Angola, de tendncia marxista. Conquistada a independncia de Angola em 1975, o novo governo dirigido pelo MPLA, contando com o apoio de Cuba, entrou em choque com grupos de direita, apoiados pelos EUA e pelo governo racista sul-africano. Fonte: www.geocities.com Agostinho Neto ANTNIO AGOSTINHO NETO nasceu a 17 de Setembro de 1922, na aldeia de Kaxicane, regio de Icolo e Bengo, a cerca de 60 km de Luanda. O pai era pastor e professor da igreja protestante e, tal como sua me, era igualmente professora. Aps ter concludo o curso liceal em Luanda, Neto trabalhou nos servios de sade. Viria a tornar-se rapidamente uma figura proeminente do movimento cultural nacionalista que, durante os anos quarentas, conheceu uma fase de vigorosa expanso. Decidido a formar-se em Medicina, Neto ps de lado parte dos seus magros proventos durante vrios anos e, foi com essas economias que embarcou para Portugal em 1947 e se matriculou na Faculdade de Medicina de Coimbra. No havia uma nica instituio de ensino superior na Colnia. O estudante que pretendesse continuar os seus estudos via-se forado a faz-lo custa de grande sacrifcio e tinha de alcanar um notvel status acadmico em condies de pobreza e descriminao racial extremamente difceis. Estudando primeiro em Coimbra e posteriormente em Lisboa, foi-lhe concedida uma bolsa de estudos pelos Metodistas Americanos dois anos depois da sua chegada ao Portugal. Cedo se embrenhou em actividades polticas e experimentou a priso pela primeira vez em 1951, ao ser preso quando reunia assinaturas para a Conferncia Mundial da Paz em Estocolmo. Retomando as actividades polticas aps a sua libertao, Neto tornou-se representante da Juventude das colnias portuguesas junto de um movimento da juventude portuguesa, o MUD juvenil. E foi no decurso de um comcio de estudantes a que assistiam operrios e camponeses que a PIDE o prendeu pela segunda vez. Preso em Fevereiro de 1955, s veio a ser posto em liberdade em Junho de 1957.Por altura da sua priso em 1955 veio ao lume um opsculo com os seus poemas. Entretanto, certos poemas que descreviam as amargas condies de vida do Povo angolano e a fervente crena do poeta no futuro haviam j atravessado, anos antes, o muro de silncio que Portugal erguera em torno da represso que exercia sobre os democratas e dos crimes brutais que se perpetravam nas colnias. O caso da priso do poeta angolano desencadeou uma vaga de protestos em grande escala. Realizaram-se encontros; escreveram-se cartas e enviaram-se peties assinadas por intelectuais franceses de primeiro plano, como Jean-Paul Sart, Andr Mauriac, Aragon e Simone de Beauvoir, pelo poeta cubano Nicols Gulln e pelo pintor mexicano Diogo Rivera. Em 1957 foi eleito Prisioneiro Poltico do Ano pela Amnistia Internacional. Em 10 de Dezembro de 1956 fundaram-se em Angola vrios movimentos patriticos para formar o MPLA, Movimento Popular para Libertao de Angola, o movimento que lanaria a luta armada do povo angolano contra um Portugal fascista e obstinado, cujas estruturas econmicas e sociais eram demasiado obsoletas para permitir a aplicao das solues neocolonialistas procuradas noutros lugares. Comeando por se organizar nas reas urbanas, entre os operrios e intelectuais progressistas, o MPLA viria a mostrar em breve as suas notveis flexibilidades e capacidade de adaptao s exigncias do momento quando passou luta armada, criando um exrcito do povo para conduzir uma guerra que o poeta viria a chefiar. Em 1958, Agostinho Neto doutorou-se em Medicina e, casou no prprio dia em que concluiu o curso. Nesse mesmo ano, foi um dos fundadores do clandestino Movimento Anticolonial (MAC), que reunia patriotas oriundos das diversas colnias portuguesas. Neto voltou ao seu Pas, com a mulher, Maria Eugnia, e o filho de tenra idade, em 30 de Dezembro de 1959. Ocupou, ento, a chefia do MPLA em territrio angolano e passou a exercer a medicina entre os seus compatriotas. Muitos membros do Movimento tinham sido forados ao exlio nos anos que antecederam o seu regresso Angola, tendo estabelecido um quartel-general prprio em Conacry, na independente Repblica da Guin, donde podiam informar um mundo ainda em larga medida ignorante da situao em Angola. Sucederam-se novas prises em Julho de 1959, incluindo a de Ildio Machado, o primeiro presidente do MPLA, um dos rus do clebre julgamento dos Cinquenta, julgamento militar secreto em que foram aplicadas severas penas aos destacados militantes do MPLA, alguns dos quais foram julgados na ausncia, dado que haviam j optado pelo exlio. Em 8 de Junho de 1960, o director da PIDE veio pessoalmente prender Neto no seu Consultrio em Luanda. O que se seguiu foi um exemplo tpico da brutalidade assassina praticada pelas autoridades fascistas. Uma manifestao pacfica realizada na aldeia natal de Neto em protesto contra a sua priso foi recebida pelas balas da polcia. Trinta mortos e duzentos feridos foram o balano do que passou a designar-se pelo Massacre de Icolo e Bengo. Receando as consequncias que podiam advir da sua presena em Angola, mesmo encontrando-se preso, os colonialistas transferiram Neto parauma priso de Lisboa e, mais tarde enviaram-no para Cabo Verde, para Santo Anto e, depois para Santiago, onde continuou a exercer a medicina sob constante vigilncia poltica. Foi, durante este perodo, eleito Presidente Honorrio do MPLA. Na altura que mereceram as honras das primeiras pginas dos jornais as notcias da captura, no oceano Atlntico, de um navio portugus, o Santa Maria, por um grupo de democratas portugueses chefiado por Henrique Galvo, ex-funcionrio colonial que acabava de escapar priso em Portugal! E que havia denunciado a existncia de trabalhos forados em Angola num fulminante relatrio escrito em 1961. Correu o boato de que o navio rumava Luanda, boato esse que levou capital angolana grande nmero de jornalistas estrangeiros. Os militantes do MPLA que operavam clandestinamente em Luanda decidiram fazer coincidir a sua planeada aco para libertar os prisioneiros polticos com a presena desses jornalistas, no intuito de atrair as atenes do mundo para a dolorosa operao ao domnio portugus na colnia de Angola. Puseram o seu plano em prtica. As primeiras horas do dia 4 de Fevereiro de 1961, as prises de Luanda foram assaltadas por homens munidos de catanas armas de fogo, algumas das quais capturadas durante um ataque realizado antes contra um Jeep da polcia. Se bem que os assaltantes no tivessem conseguido os seus intentos, este acto de coragem dirigido contra os baluartes da opresso foi a primeira salva da luta armada que alastraria pelo territrio angolano, conduzida pela determinao de homens e mulheres preparados para superar todas as dificuldades e que, neste momento, j dura h mais tempo do que qualquer luta armada em frica. esta exploso sucedeu uma represso brutal. Bombardearam-se aldeias, e aqueles habitantes que conseguiram fugir foram metralhados e atacados com napalm.O nmero total das vtimas tem sido calculado entre vinte e trinta mil, mas pode muito bem ter sido superior, dado que as autoridades coloniais nunca se preocuparam com manter um recenseamento exacto da populao africana. Espalhando o terror, as autoridades fascistas mataram e mataram recorrendo a mtodos to horrendos como o agrupar pessoas e passar-lhes um bulldozer por cima. Nas reas urbanas, a sua aco tinha por objectivo a liquidao dos africanos instrudos, os ditos assimilados, receando que estes elementos assumissem a direco das massas. Algumas fotografias conseguiram chegar imprensa estrangeira, de entre as quais merece especial referncia uma que foi inserta em diversos jornais (por exemplo, no Afrique Action, semanrio que se publica em Tunes). Nessa fotografia, um grupo de jovens soldados portugueses sorriam para a cmara, segurando um deles uma estaca em que foi espetada a cabea de um angolano. O horror transmitido por esta fotografia despertou muitas conscincias para os crimes nefandos que se perpetravam em Angola. Foi precisamente por mostrar esta fotografia a alguns amigos em Santiago (Cabo Verde) que Neto foi preso na cidade da Praia e transferido depois para a priso de Aljube em Lisboa aonde deu entrada em 17 de Outubro de 1961. Acima de tudo, o MPLA lanou uma implacvel campanha em prol da sua libertao, apelando para a solidariedade mundial para com Neto e todos os prisioneiros polticos angolanos. Sob esta forte presso, as autoridades fascistas viram-se obrigadas a libertar Neto em 1962, fixando residncia em Portugal. Todavia, pouco tempo depois da sada da priso, a eficaz organizao do MPLA ps em prtica um plano de evaso e Neto saiu clandestinamente de Portugal com a mulher e os filhos pequenos, chegando a Lopold ville (Kinshasa), onde o MPLA tinha ao tempo a sua sede exterior, em Julho de 1962. Em Dezembro desse ano, foi eleito presidente do MPLA durante a Conferncia Nacional do Movimento. Agostinho Neto na frica de expresso portuguesa comparvel Lopold Senghor na frica de expresso francesa. Presidente Neto lana-se numa intensa actividade desde 1963, j eleito Presidente do MPLA, quer no interior, quer no exterior do Pas. Dirigiu pessoalmente as relaes diplomticas do Movimento, podendo assim visitar numerosos pases e contactar grandes dirigentes revolucionrios que nele reconheceram sempre o guia esclarecido de um povo herico e generoso, que travava uma guerra justa pela independncia nacional, pela Democracia e pelo Progresso Social. Com a "Revoluo dos Cravos" em Portugal e a derrocada do regime fascista de Salazar, continuado por Marcelo Caetano, em 25 de Abril de 1974, o MPLA considerou reunidas as condies mnimas indispensveis, quer a nvel interno, quer a nvel externo, para assinar um acordo de cessar-fogo com o Governo Portugus, o que veio a acontecer em Outubro do mesmo ano. Presidente Neto regressou Luanda no dia 4 de Fevereiro de 1975, sendo alvo da mais grandiosa manifestao popular de que h memria em Angola. Dirige, pessoalmente, a partir desse momento toda a aco contra as mltiplas tentativas de impedir a independncia de Angola, proclamando a Resistncia Popular Generalizada. E a 11 de Novembro de 1975, aps 14 anos de dura luta contra o colonialismo e o imperialismo, o Povo Angolano proclamou pela voz do Presidente Neto a independncia Nacional, objectivo pelo qual deram a vida tantos e to dignos filhos da Ptria Angolana, tendo sido nessa altura investido no cargo de Presidente da Repblica Popular de Angola. Ao intervir no acto da proclamao da Independncia, o Presidente Neto sintetizou claramente quais as meta e meios para as materializar, definindo como objectivo estratgico a construo de uma nova sociedade sem exploradores nem explorados. O Processo de Reconstruo Nacional nos domnios poltico, econmico e social com vista melhoria das condies de vida de todo o Povo Angolano, a concretizao das suas aspiraes mais legitimas, tornou-se ento a preocupao fundamental da direco do Pas, que firmemente aponta como facto decisivo o papel do trabalho de todo o Povo na criao das bases materiais e tcnicas para a construo do Socialismo. Em Dezembro de 1977, funda-se ento o Partido de Vanguarda, o MPLA - Partido do Trabalho. A figura de Neto, como militante total, corajoso revolucionrio e estadista eminente no se limita s fronteiras de Angola. Ela projecta-se no contexto africano e mundial, onde a sua prtica e o seu exemplo servem de impulso luta dos Povos que, no Mundo, esto ainda submetidos humilhao, ao obscurantismo e explorao. Assim que, nas tribunas internacionais a voz de Neto nunca deixou de denunciar as situaes de dominao colonial, neocolonial e imperialista, pela Libertao Nacional, a favor da independncia total dos Povos, pelo estabelecimento de relaes justas entre os pases e pela manuteno da paz como elemento indispensvel ao desenvolvimento das naes. Agostinho Neto foi tambm um esclarecido homem de cultura para quem as manifestaes culturais tinham de ser, antes de mais, a expresso viva das aspiraes dos oprimidos, armas para a denncia de situaes injustas, instrumento para a reconstruo da nova vida. A atribuio do Prmio Ltus, em 1970, pela Conferncia dos Escritores Afro-Asiticos e outras distines atribudas a algumas das suas obras de poesia, so mais um reconhecimento internacional dos seus mritos neste domnio. Tambm na Repblica Popular de Angola, a eleio de Neto como Presidente da Unio dos Escritores Angolanos cuja proclamao assinou, traduz a justa admirao dos homens de letra do jovem Pas.1.2- Obras literrias de Antnio Agostinho NetoPoesia1957 Quatro Poemas de Agostinho Neto, Povoa do Varzim.1961 Poemas, Lisboa, Casa dos Estudantes do Imprio1974 Sagrada Esperana, Lisboa, S da Costa (inclui os poemas dos dois primeiros livros)1982 A Renncia Impossvel, Luanda, INALD (edio pstuma)Poltica1974 - Quem o inimigo qual o nosso objectivo?1976 - Destruir o velho para construir o novo1980 - Ainda o meu sonhoPoesias1.2.1- O choro de frica O choro durante sculos nos seus olhos traidores pela servido dos homens no desejo alimentado entre ambies de lufadas romnticas nos batuques choro de frica nos sorrisos choro de frica nos sarcasmos no trabalho choro de frica Sempre o choro mesmo na vossa alegria imortal meu irmo Nguxi e amigo Mussunda no crculo das violncias mesmo na magia poderosa da terra e da vida jorrante das fontes e de toda a parte e de todas as almas e das hemorragias dos ritmos das feridas de frica e mesmo na morte do sangue ao contacto com o cho mesmo no florir aromatizado da floresta mesmo na folha no fruto na agilidade da zebra na secura do deserto na harmonia das correntes ou no sossego dos lagos mesmo na beleza do trabalho construtivo dos homens o choro de sculos inventado na servido em historias de dramas negros almas brancas preguias e espritos infantis de frica as mentiras choros verdadeiros nas suas bocas o choro de sculos onde a verdade violentada se estiola no circulo de ferro da desonesta forca sacrificadora dos corpos cada veriza dos inimiga da vida fechada em estreitos crebros de maquinas de contar na violncia na violncia na violncia O choro de frica e' um sintoma Nos temos em nossas mos outras vidas e alegrias desmentidas nos lamentos falsos de suas bocas - por ns! E amor e os olhos secos. 1.2.2- Caminho do MatoCaminho do mato, Caminho da gente, Gente cansada, oh, Caminho do mato Caminho do Soba, Soba grande, -oh, Caminho do mato, Caminho de Lemba, Lemba formosa, -oh, Caminho do mato, Caminho do amor, Do amor do Soba, -oh, Caminho do mato, Caminho do amor, Do amor de Lemba, -oh, Caminho do mato, Caminho das flores, Flores do amor...

4- Concluso: Assim posso concluir que Agostinho Neto foi Poeta, Libertador e 1 Presidentede Angola e que contribuiu muito para libertao de Angola. Agostinho Neto que na frica de expresso portuguesa comparvel Lopold Senghor na frica de expresso francesa. Foi um esclarecido homem de cultura para quem as manifestaes culturais tinham de ser, antes de mais, a expresso viva das aspiraes dos oprimidos, armas para a denncia de situaes injustas, instrumento para a reconstruo da nova vida. Membro fundador da Unio dos Escritores Angolanos, foi eleito pelos seus pares o seu primeiro Presidente.

3- Referncias Bibliografia:Apostilas e LivrosLivro de Antnio Agostinho NetoTitulo: Sagrada Esperanapoesia1982 - A Renncia Impossvel, Quatro Poemas de Agostinho Neto, 1957, Pvoa do Varzim, e.a.; Poemas, 1961, Lisboa, Casa dos Estudantes do Imprio; Sagrada Esperana, 1974, Lisboa, S da Costa (inclui os poemas dos dois primeiros livros); A Renncia Impossvel, 1982, Luanda, INALD (edio pstuma).

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