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Apresentação com um resumo da vida e obra do grande poeta português Fernando Pessoa.
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Fernando
Vida e Obra
Pessoa
A arte consiste em fazer os outros sentir o que nós sentimos, em os libertar deles mesmos, propondo-lhes a nossa personalidade para especial libertação.
Ver e ouvir são as únicas coisas nobres que a vida contém. Os outros sentidos são plebeus e carnais. A única aristocracia é nunca tocar.
Falar é ter demasiada consideração pelos outros. Pela boca morrem o peixe e Oscar Wilde.
Época
Séculos XIX e XX
Modernismo
Modernismo
Movimento estético onde a literatura surge associada ás artes plásticas e que se desenvolveu em oposição ao tradicional e clássico.
O modernismo rompia com o provincianismo defendendo a liberdade de criação e pesquisa estética.
Com a adesão a este movimento por parte dos artistas, a escrita tornou-se mais curta, clara e fácil de ler.
A criação do cinema proporcionou ao modernismo uma nova forma de expressão.
Do ponto de vista literário apresenta várias correntes, tais como:
Saudosismo – movimento filosofico e literário português representado pelo grupo da Revista Águia onde preconizavam a defesa de uma alma portuguesa.
Futurismo – movimento estético e literário que denomina a exaltação da velocidade da força da maquina e da originalidade da vida moderna rejeitando o tradicional.
Este movimento artistico atingiu o seu auge em Portugal no ano de 1915, com a publicação da revista Orpheu. Os seus escritores, Mário de Sá Carneiro, Fernando Pessoa, Luís de Montalvor, Almada Negreiros e Ronald de Carvalho, tinham todos o objectivo comum de revolucionar e de actualizar a cultura portuguesa no cenário europeu.
O movimento surgiu com uma poesia alucinada, provocadora, irritante, com o intuito maior de desestabilizar a ordem politica, social e económica reinante na época.
Na literatura, a ideia futurista foi a mais explorada pelos escritores, mas o que melhor soube apresentar em versos os intimos da contradição do ser humano, manifestando-se atraves da sua personalidade fragmentária, foi a maior revelação de Orpheu, Fernando Pessoa.
“Se depois de eu morrer quiserem escrever a minha biografia,
não há nada mais simples.
Tem só duas datas, a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra, todos os dias são meus…”
(Não querendo contrariar o poeta, abordaremos a sua biografia muito resumidamente…)
Árvore Genealógica
D. Magdalena Xavier Pinheiro [Avó materna]
Conselheiro António Luis Nogueira[Avô materno]
D. Dionísia Estrela Seabra[Avó paterna] General Joaquim António de Araújo Pessoa
[Avô paterno]
Joaquim de Seabra Pessoa[Pai]
D. Maria Magdalena Pinheiro Nogueira[Mãe]
Fernando Pessoa
Comandante João Miguel Rosa ao lado de D. Maria Magdalena[o segundo casamento]
A irmã Henriqueta Madalena A irmã Magdalena Henriqueta A irmã Maria Clara
Os irmãos João (sentado) e Luís (com Henriqueta)
Ser poeta é…
Nome Completo: Fernando António Nogueira Pessoa.
Naturalidade: Nasceu em Lisboa a 13 de Junho de 1888 na freguesia de Mártires.
Filiação: Joaquim de Seabra Pessoa e D. Maria Madalena.
Profissão: na ideologia de Fernando Pessoa a sua profissão resumia-se a uma frase “ser poeta e escritor não constitui uma profissão mas sim uma vocação.
Estado: Solteiro.
Morada: Residiu na Rua Coelho da Rocha, 16, 1º Dto., Lisboa.
Educação: Fernando Pessoa a dada altura da sua vida partiu para Durban juntamente com a sua família, teve então nesse local a maior parte da sua educação.
Ideologia Politica: Considerava que a monarquia seria o melhor regime para um Portugal de origem imperial, mas no século XX esse regime seria inviável para o país, portanto votaria pela Republica.
Posição Religiosa: Cristão Agnóstico, inteiramente oposto á Igreja de Roma.
Posição Social: Anti-comunista e anti-socialista.
1888
Nasce Fernando António
Nogueira Pessoa
1899
Ingressa na Durban High School em Durban, África do Sul.
1903
Submete-se ao exame de
admissão á Universidade do Cabo, tirando a melhor nota no
ensaio em inglês ganhando o
prémio Rainha
Victória. 1º
1905
Viaja definitivamente para Lisboa, onde passa a viver com a sua avó.
1908
Começa a trabalhar como correspondente
estrangeiro em escritórios comerciais.
1912
Pessoa publica na revista
Águia o seu primeiro artigo de
critica literária.
1914
Cria os Heterónimos
Álvaro de Campos,
Ricardo Reis e Alberto Caeiro.
1918
Pessoa publica poemas em inglês, resenhados com destaque no “Times”.
1920
Conhece Óphélia Queiroz.
No mesmo ano rompe com ela.
1926
Dirige com o seu cunhado a “Revista do
Comércio e Contabilidade”
1934
Publica a Mensagem.
1935
Em 29 de Novembro, é internado com o diagnóstico de cólica hepática.
Morre no dia 30.
Bibliografia Publicações em vida
Publicações após morte
Publicações em vida
1902Julho – Com apenas 14 anos publica o seu primeiro texto, o
poema “Quando a dôr me amargurar…” publicado no jornal “O Imparcial”.
1904Dezembro – Enquanto frequenta a High School em Durban,
publica o ensaio com titulo “Macaulay” no “The High School Magazine”.
1912Abril – Estreia como critico literário. Publica o artigo A Nova
Poesia Portuguesa Sociologicamente Considerada, na revista “A Águia”.
Publicações em vida
1914Abril – Pessoa, respondendo a um inquérito,
considera a “Pátria” de Guerra Junqueiro como o livro mais belo que já leu, colocando-o mesmo á frente dos Lusíadas.
Neste mesmo ano reúne e traduz para inglês 300 provérbios portugueses.
1915Março – Sai o primeiro numero da revista
“Orpheu”.Junho – Sai o segundo e ultimo numero de
“Orpheu”.
1917Novembro – Sai o numero único de “Portugal
Futurista”.
Publicações em vida
1918Publica neste ano dois volumes de poemas em inglês: Antinous
e 35 sonnets que chamaram a atenção da “Times” e do “Glasgow Herald”.
1922Maio – Sai o primeiro numero da revista “Contemporânea”.
1924Outubro – Sai o primeiro numero da revista de arte “Athena”.
1926Sai o primeiro numero da “Revista de Comércio e
Contabilidade”.
Publicações em vida
1928Dezembro – Publica na “Presença”
a sua Tábua Bibliográfica, na qual divide a sua obra em dois campos: Heteronimia e Ortónimia.
1934Outubro – Publica a Mensagem.
1935Escreve a lápis a sua ultima frase:
“I Know not what tomorrow will bring” (“Amanha a estas horas onde estarei?”, foi uma das suas ultimas frases). Morre no dia 30, ás 20:30.
Publicações Após Morte
Poemas Poesia de Fernando Pessoa (1942) Mensagem (1945) Mensagem e Outros Poemas Afins …
Publicações Após Morte
Cartas Cartas de amor de Fernando Pessoa a Ofélia
(1978) …
Publicações Após Morte
Prosas Escritos íntimos, Cartas e Paginas
Autobiográficas Portugal, Sebastianismo e Quinto Império O Melhor do Mundo são as Crianças: antologia Fernando Pessoa – O Comércio e a Publicidade
(1986) …
Curiosidades Fernando Pessoa possuía ligações com o
Ocultismo e o Misticismo, salientando-se a Maçonaria e a Rosa Cruz. Chegou mesmo a fazer consultas astrológicas para si mesmo e realizou mais de mil horóscopos.
Cecília Meireles foi a Portugal. Um grande desejo seu era conhecer o poeta de quem se tinha tornado admiradora. Conseguiu comunicar-se com ele e marcar um encontro. O encontro foi fixado. Ela esperou imenso e Fernando Pessoa não compareceu. Cansada de esperar, Cecília voltou ao hotel e teve a surpresa de encontrar um exemplar do livro Mensagem e um recado do misterioso poeta, justificando que não comparecera porque consultara os astros e, segundo o seu horóscopo, “os dois não eram para se encontrar”. Realmente, não se encontraram, nem houve mais oportunidade para tal, já que no ano seguinte Fernando Pessoa faleceu.
Curiosidades
Curiosidades
Em 2006, a empresa Unicre lançou um cartão de crédito intitulado "A palavra" que permite ao titular escolher uma de 6 frases de Fernando Pessoa ou de seus heterónimos para gravar no cartão.
Curiosidades AUTOPSICOGRAFIA
O poeta é um fingidor.Finge tão completamenteQue chega a fingir que é dorA dor que deveras sente.
E os que lêem o que
escreve,Na dor lida sentem bem,Não as duas que ele teve,Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de rodaGira, a entreter a razão,Esse comboio de cordaQue se chama coração.
Fernando Pessoa 28.02.1929
Ao longe, ao luar,No rio uma velaSerena a passar,Que é que me revela?
Não sei, mas meu serTornou-se-me estranho,E eu sonho sem verOs sonhos que tenho.
Que angústia me enlaça?Que amor não se explica?É a vela que passaNa noite que fica.
Fernando Pessoa 5.8.1921
É talvez o último dia da minha vida. Saudei o sol, levantando a mão direita, Mas não o saudei, dizendo-lhe adeus, Fiz sinal de gostar de o ver antes: mais nada.
Alberto Caeiro
"Eu não sei o que
o amanhã trará…”