Upload
truongquynh
View
213
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
2
A474 Dutra, Silvio Vida nascida da morte / Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2018. 32p.; 14,8 x21cm 1. Teologia. 2. Vida cristã. 3. Alves, Silvio Dutra. I. Título. CDD 252
3
Foi uma grande misericórdia e uma
necessidade essencial para a possibilidade da
nossa salvação que Deus interpusesse a morte
como sendo o salário do pecado, porque, de
outro modo, jamais poderíamos ser justificados
e salvos, conforme veremos em toda a exposição
a seguir.
Antes da criação do mundo visível, o que havia
era o mundo espiritual formado pela Trindade
Divina, os anjos, os querubins e serafins, sendo
todos eles puro espirito, não dotados de um
corpo além do espírito, como é o caso do ser
humano.
Houve uma razão importante para que o
homem fosse também um corpo além do
espírito, e isto estava relacionado ao plano da
sua salvação, pois como já dissemos, ele jamais
poderia ter sido justificado do pecado e salvo,
caso fosse apenas espírito.
“5 Por isso, ao entrar no mundo, diz: Sacrifício e
oferta não quiseste; antes, um corpo me
formaste;
6 não te deleitaste com holocaustos e ofertas
pelo pecado.
4
7 Então, eu disse: Eis aqui estou (no rolo do livro
está escrito a meu respeito), para fazer, ó Deus,
a tua vontade.
8 Depois de dizer, como acima: Sacrifícios e
ofertas não quiseste, nem holocaustos e
oblações pelo pecado, nem com isto te
deleitaste (coisas que se oferecem segundo a
lei),
9 então, acrescentou: Eis aqui estou para fazer, ó
Deus, a tua vontade. Remove o primeiro para
estabelecer o segundo.
10 Nessa vontade é que temos sido santificados,
mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma
vez por todas. (Hebreus 10.5-10)
Observe que a profecia do Salmo 40 que é
retomada neste texto de Hebreus destaca que
um corpo deveria ser formado para Jesus, para
que ele pudesse ser oferecido como sacrifício
para a expiação do pecado do seu povo,
cumprindo em si mesmo, em nosso lugar, a
exigência da sentença condenatória da Lei, de
que aquele que pecar deve morrer.
Tendo morrido por nós, pela fé nele e pela
identificação com a sua morte, somos livrados
5
da condenação da Lei, de modo a poder viver
para Deus.
O plano de salvação é tão perfeito, quanto ao seu
caráter de substituição plena, que a própria Eva
foi formada de uma das costelas de Adão, e não
de um modo independente, como ele, de
maneira que todo ser humano, estivesse
associado genealogicamente a ele, como cabeça
da raça, para que a substituição pudesse ser
aplicada a todos os que creem.
“12 Portanto, assim como por um só homem
entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a
morte, assim também a morte passou a todos os
homens, porque todos pecaram.
13 Porque até ao regime da lei havia pecado no
mundo, mas o pecado não é levado em conta
quando não há lei.
14 Entretanto, reinou a morte desde Adão até
Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram
à semelhança da transgressão de Adão, o qual
prefigurava aquele que havia de vir.
15 Todavia, não é assim o dom gratuito como a
ofensa; porque, se, pela ofensa de um só,
morreram muitos, muito mais a graça de Deus e
6
o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo,
foram abundantes sobre muitos.
16 O dom, entretanto, não é como no caso em
que somente um pecou; porque o julgamento
derivou de uma só ofensa, para a condenação;
mas a graça transcorre de muitas ofensas, para
a justificação.
17 Se, pela ofensa de um e por meio de um só,
reinou a morte, muito mais os que recebem a
abundância da graça e o dom da justiça reinarão
em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.
18 Pois assim como, por uma só ofensa, veio o
juízo sobre todos os homens para condenação,
assim também, por um só ato de justiça, veio a
graça sobre todos os homens para a justificação
que dá vida.
19 Porque, como, pela desobediência de um só
homem, muitos se tornaram pecadores, assim
também, por meio da obediência de um só,
muitos se tornarão justos.
20 Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa;
mas onde abundou o pecado, superabundou a
graça,
21 a fim de que, como o pecado reinou pela
morte, assim também reinasse a graça pela
7
justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo,
nosso Senhor.” (Romanos 5.12-21)
Para melhor entendermos o caráter da
justificação pelo método da substituição, é
preciso saber o que significa a morte do homem,
sendo ele corpo, alma e espírito.
Se o espírito se separa do corpo, o corpo morre.
Se o espírito humano se separa de Deus, o
espírito morre, porque deixa de fluir nele a vida
espiritual que procede somente de Deus como
sua fonte de vida. Cessa a vida eterna, e não há
comunhão com Deus.
Esta foi a condição que passou a existir em todo
ser humano desde a queda do pecado original de
Adão, porque Deus encerrou a todos naquela
desobediência do cabeça da raça, deixando-os
destituídos da sua graça e glória, em razão do
pecado não justificado existente em cada um
deles.
O atributo da justiça perfeita divina não permite
que sendo Ele um ser inteiramente santo e
espiritual, tenha comunhão com aqueles que
são pecadores e carnais.
O problema da morte espiritual deveria ser
resolvido então, para que o homem pudesse se
8
reconciliar com Deus e voltar a participar da sua
vida, sendo um só espírito com ele.
Como somos salvos na esperança de uma
perfeição no por vir, então tudo o que diz
respeito à nossa justificação, deveria ser
colocado na conta de uma pura consideração,
ou seja de sermos assim considerados por Deus,
tendo por base uma obra de expiação feita por
outro que fosse capaz e digno de efetuar esta
justificação.
Temos isto em Jesus, e nele somente, porque
nasceu sob a lei, viveu e morreu sob a lei,
obedecendo a Deus perfeitamente, e sempre,
sem qualquer pecado, de modo que ao morrer
naquela cruz, pudesse ser achado um motivo
que justificasse a sua morte, porque não tendo
pecado, não deveria morrer jamais, e então este
motivo já havia sido planejado antes da
fundação do mundo, e seria o lançamento sobre
ele de toda a nossa culpa em razão do nosso
pecado.
Assim, não se trata de uma consideração
superficial de que somos justos aos olhos de
Deus, mas de uma consideração baseada em
motivos justos e reais.
9
No que ele morreu, todos os que nele creem
foram considerados também mortos por Deus
juntamente com Cristo.
“Assim também vós considerai-vos mortos para
o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.”
(Romanos 6.11).
Este ato da justificação seria acompanhado pela
regeneração (novo nascimento) do Espírito
Santo, e também pelo trabalho progressivo da
santificação, pelo qual o que foi considerado
quanto a sermos justos, seja operado de fato na
nossa experiência real, pela transformação
progressiva do nosso caráter à semelhança ao
de Cristo.
Por isso a morte por substituição, de caráter
legal e forense, em sendo atribuída e imputada
a nós, deve ser trazida a uma implantação real
pela morte do pecado, pela crucificação do
nosso ego carnal, na experiência cotidiana do
crente.
Afinal, a sua eleição pelo amor divino foi
baseada na presciência para a santificação do
Espírito Santo (I Pedro 1.2).
Santificação esta que exige do crente toda a
diligência em ser espiritual e não mais seguir a
10
inclinação da carne, que permanece nele como
resquício do pecado, exatamente para que ele se
exercite em disciplina, pelo uso dos meios de
graça para a mortificação do pecado.
A apresentação contínua dos seus membros
para servirem agora à justiça evangélica, exige
grande vigilância e esforço, até que seja
adquirida a formação do hábito da santificação,
no qual se deleitará em Deus e em toda a Sua
vontade.
“1 Que diremos, pois? Permaneceremos no
pecado, para que seja a graça mais abundante?
2 De modo nenhum! Como viveremos ainda no
pecado, nós os que para ele morremos?
3 Ou, porventura, ignorais que todos nós que
fomos batizados em Cristo Jesus fomos
batizados na sua morte?
4 Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo
batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado
dentre os mortos pela glória do Pai, assim
também andemos nós em novidade de vida.
5 Porque, se fomos unidos com ele na
semelhança da sua morte, certamente, o
seremos também na semelhança da sua
ressurreição,
11
6 sabendo isto: que foi crucificado com ele o
nosso velho homem, para que o corpo do pecado
seja destruído, e não sirvamos o pecado como
escravos;
7 porquanto quem morreu está justificado do
pecado.
8 Ora, se já morremos com Cristo, cremos que
também com ele viveremos,
9 sabedores de que, havendo Cristo
ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a
morte já não tem domínio sobre ele.
10 Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para
sempre morreu para o pecado; mas, quanto a
viver, vive para Deus.
11 Assim também vós considerai-vos mortos
para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo
Jesus.
12 Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo
mortal, de maneira que obedeçais às suas
paixões;
13 nem ofereçais cada um os membros do seu
corpo ao pecado, como instrumentos de
iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como
ressurretos dentre os mortos, e os vossos
12
membros, a Deus, como instrumentos de
justiça.
14 Porque o pecado não terá domínio sobre vós;
pois não estais debaixo da lei, e sim da graça.
(Romanos 6.1-14)
Ao ter sido considerado morto para o pecado por
Deus, em razão da sua identificação com a morte
de Jesus, o crente também foi considerado
morto para a maldição e condenação da lei, e daí
se dizer que não está mais debaixo da lei, e sim
da graça.
“24 Em verdade, em verdade vos digo: quem
ouve a minha palavra e crê naquele que me
enviou tem a vida eterna, não entra em juízo,
mas passou da morte para a vida.
25 Em verdade, em verdade vos digo que vem a
hora e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz
do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão.
26 Porque assim como o Pai tem vida em si
mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em
si mesmo.
27 E lhe deu autoridade para julgar, porque é o
Filho do Homem.” (Romanos 5.24-27)
13
Há então agora uma plena compreensão das
seguintes palavras proferidas por Jesus:
“Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem,
todavia, perde a vida por minha causa achá-la-
á.” (Mateus 10.39)
Jesus morreu na cruz para que também
pudéssemos morrer juntamente com ele. A
recusa em morrer com ele conduz à perda da
vida eterna, porque continuamos debaixo da
maldição e condenação da lei.
“Se morrermos com ele, com ele viveremos.”
(Romanos 6.8)
Releiamos o contexto em que estas palavras
foram proferidas:
“7 porquanto quem morreu está justificado do
pecado.
8 Ora, se já morremos com Cristo, cremos que
também com ele viveremos,
9 sabedores de que, havendo Cristo
ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a
morte já não tem domínio sobre ele.
14
10 Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para
sempre morreu para o pecado; mas, quanto a
viver, vive para Deus.
11 Assim também vós considerai-vos mortos
para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo
Jesus.”
Veja que é dito que somente aquele que morreu
foi justificado do pecado. Não aquele que morre
por morte natural, mas aquele que é
considerado morto por Deus em razão da sua fé
em Cristo.
É somente pela Sua morte que podemos ser
justificados e santificados.
Não há outro caminho pelo qual possamos nos
reconciliar com Deus, voltando a ter vida
espiritual, a não ser através do retorno à vida de
comunhão em espírito com Ele.
Grande, soberbo, maravilhoso, sábio, perfeito é
o plano da nossa salvação. Deus fez da morte que
é a pena pelo pecado, o instrumento mesmo da
nossa salvação.
Graças a Deus por ter planejado para nós um
corpo que é mortal, e por ter dado este mesmo
corpo a Cristo para que pudesse oferecê-lo por
nós em sacrifício.
15
Por isso se diz que é agradável aos olhos do
Senhor a morte dos seus santos.
Eles morrem para o pecado para poderem viver
para Deus.
Mas isto é tudo?
Seria o nosso corpo um objeto de maldição
eterna, uma vez que é dissolvido pela morte?
De modo nenhum, o plano de salvação também
previu a ressurreição futura do nosso corpo, não
mais como carne e sangue, mas um corpo
espiritual, glorificado, no qual encontra-se o
Senhor Jesus agora em glória.
O corpo que todos os crentes receberão no dia
do arrebatamento, inclusive aqueles que
estiverem vivendo sobre a Terra na ocasião, pois
serão transformados durante o evento.
“35 Mas alguém dirá: Como ressuscitam os
mortos? E em que corpo vêm?
36 Insensato! O que semeias não nasce, se
primeiro não morrer;
37 e, quando semeias, não semeias o corpo que
há de ser, mas o simples grão, como de trigo ou
de qualquer outra semente.
16
38 Mas Deus lhe dá corpo como lhe aprouve dar
e a cada uma das sementes, o seu corpo
apropriado.
39 Nem toda carne é a mesma; porém uma é a
carne dos homens, outra, a dos animais, outra, a
das aves, e outra, a dos peixes.
40 Também há corpos celestiais e corpos
terrestres; e, sem dúvida, uma é a glória dos
celestiais, e outra, a dos terrestres.
41 Uma é a glória do sol, outra, a glória da lua, e
outra, a das estrelas; porque até entre estrela e
estrela há diferenças de esplendor.
42 Pois assim também é a ressurreição dos
mortos. Semeia-se o corpo na corrupção,
ressuscita na incorrupção. Semeia-se em
desonra, ressuscita em glória.
43 Semeia-se em fraqueza, ressuscita em poder.
44 Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo
espiritual. Se há corpo natural, há também
corpo espiritual.
45 Pois assim está escrito: O primeiro homem,
Adão, foi feito alma vivente. O último Adão,
porém, é espírito vivificante.
17
46 Mas não é primeiro o espiritual, e sim o
natural; depois, o espiritual.
47 O primeiro homem, formado da terra, é
terreno; o segundo homem é do céu.
48 Como foi o primeiro homem, o terreno, tais
são também os demais homens terrenos; e,
como é o homem celestial, tais também os
celestiais.
49 E, assim como trouxemos a imagem do que é
terreno, devemos trazer também a imagem do
celestial.
50 Isto afirmo, irmãos, que a carne e o sangue
não podem herdar o reino de Deus, nem a
corrupção herdar a incorrupção.
51 Eis que vos digo um mistério: nem todos
dormiremos, mas transformados seremos
todos,
52 num momento, num abrir e fechar de olhos,
ao ressoar da última trombeta. A trombeta
soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e
nós seremos transformados.
53 Porque é necessário que este corpo
corruptível se revista da incorruptibilidade, e
que o corpo mortal se revista da imortalidade.
18
54 E, quando este corpo corruptível se revestir
de incorruptibilidade, e o que é mortal se
revestir de imortalidade, então, se cumprirá a
palavra que está escrita: Tragada foi a morte
pela vitória.” (1 Coríntios 15.35-54)
Deus é vivo e Deus de vivos e não de mortos, de
maneira que a morte foi usada apenas como
meio da expiação dos santos, e juízo eterno dos
ímpios, pois a expiação que é para a vida seria
feita por meio da morte de Jesus, a qual foi
tipificada abundantemente nos sacrifícios de
animais que eram oferecidos diariamente no
Velho Testamento, com o propósito de nos
ensinar esta verdade.
Mas, uma vez tendo sido cumprido o seu
propósito nos planos eternos de Deus a própria
morte será o último inimigo a ser vencido.
A vida natural é renovada no universo pelo
processo da reprodução. A relação morte e vida
é vista todo o tempo como uma ilustração desta
grande verdade espiritual da vida que nasce da
morte. Ainda que esta renovação natural nada
tenha a ver com o que é espiritual, pois no texto
de I Coríntios 15, vemos que o corpo natural é o
protótipo que será abandonado uma vez que se
chega ao corpo espiritual. “Primeiro o natural,
depois o espiritual.”
19
Deus planejou isto e o tem levado a efeito
através das sucessivas gerações, pois, desde a
criação do primeiro homem natural, uma nova
criação espiritual entrou também em curso e
haverá de prosseguir até o tempo da
restauração de todas as coisas em Cristo.
O primeiro Adão trouxe uma raça natural à
existência a partir dele, e o último Adão (Cristo)
tem trazido à existência uma raça espiritual –
uma nova criação, chamada na Bíblia de nova
criatura. A razão de ser da primeira criação é
esta segunda, conforme planejado por Deus
desde antes da fundação do mundo.
Cada nova conversão agrega um novo membro
ao templo de pedras vivas que Deus está
construindo para a sua habitação eterna.
E não há um só deles que não tenha passado pela
morte para chegar à vida. O velho homem teve
que morrer e ser crucificado juntamente com
Cristo.
Para isto mesmo recebemos um corpo, não para
que fôssemos justificados pelo nosso corpo, mas
pelo de Cristo que foi oferecido por nós.
Recebemos a sentença da morte em nós
mesmos na morte daquele corpo santo que ele
entregou por amor a nós.
20
O espírito não pode ser aniquilado, mas o corpo
pode, e assim, Deus planejou para a
humanidade um corpo, para que pudesse salvar
os que creem.
A sentença de morte da lei deveria ser
cumprida, conforme exigência da justiça de
Deus, e isto foi feito pela morte do corpo de Jesus
naquela cruz.
Ele recebeu em seu corpo os castigos que eram
destinados a nós. Todo o escárnio e sofrimento
que ele suportou, foi em nosso lugar. Tudo era
destinado a nós, pois ele não tinha pecado.
Por fim foi pregado na cruz e ali morreu
carregando a nossa culpa para nunca mais ser
lançada sobre nós, os que cremos no seu nome
e sacrifício, para que sendo reconciliados com
Deus por meio da expiação do pecado que ele
efetuou por nós, possamos viver em novidade de
vida.
Agora somos chamados a carregar diariamente
a nossa própria cruz, pela qual crucifiquemos o
nosso ego carnal, de modo a não vivermos pela
carne, senão pelo Espírito.
Quanto arrependimento está envolvido nisto!
21
Quanta gratidão pela culpa removida, e para o
consolo para a tristeza que sentimos pelos
nossos pecados, quando descuidamos na
vigilância, na oração, e na meditação da Palavra,
para um viver inteiramente santo.
Sem este sentimento de culpa por nos
sentirmos responsáveis por nossos pecados e
pelo mal que eles causam a nós mesmos e a
muitos, e pela tristeza que causam a Deus, e sem
o devido arrependimento, ou seja, o abandono
deles, não é possível haver participação na
comunhão efetiva com Deus, pois ainda que
tendo sido justificados e salvos, não podemos
ter real comunhão com ele a não ser pela
santificação de nossas vidas.
O pecado levou Cristo à cruz para que
pudéssemos ser reconciliados com Deus, e
portanto, seria muito estranha a ideia de uma
possibilidade de comunhão real com Deus
enquanto vivemos em pecado.
Somos chamados à vida, mas toda a experiência
real desta vida exige que estejamos santificados,
e isto faremos pela vigilância, pela confissão,
arrependimento e oração constantes.
“19 Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar
no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus,
22
20 pelo novo e vivo caminho que ele nos
consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne,
21 e tendo grande sacerdote sobre a casa de
Deus,
22 aproximemo-nos, com sincero coração, em
plena certeza de fé, tendo o coração purificado
de má consciência e lavado o corpo com água
pura.
23 Guardemos firme a confissão da esperança,
sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel.”
(Hebreus 10.19-23).
“5 Ora, a mensagem que, da parte dele, temos
ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz,
e não há nele treva nenhuma.
6 Se dissermos que mantemos comunhão com
ele e andarmos nas trevas, mentimos e não
praticamos a verdade.
7 Se, porém, andarmos na luz, como ele está na
luz, mantemos comunhão uns com os outros, e
o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo
pecado.
23
8 Se dissermos que não temos pecado nenhum,
a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não
está em nós.
9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e
justo para nos perdoar os pecados e nos
purificar de toda injustiça.” (1 João 1.5-9).
Somos de fato justificados somente pela graça,
mediante a fé, mas sem morrermos para o eu,
não pode haver salvação, pois a vida espiritual
sempre nasce somente da morte, de sentirmos
a dor da separação que o pecado causa entre o
nosso espirito e o de Deus.
“25 Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a
vida. Quem crê em mim, ainda que morra,
viverá;
26 e todo o que vive e crê em mim não morrerá,
eternamente. Crês isto?” (João 11.25,26)
“24 Em verdade, em verdade vos digo: se o grão
de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só;
mas, se morrer, produz muito fruto.
24
25 Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que
odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para
a vida eterna.” (João 12.24,25)
Quantos em sua ignorância dos planos sábios e
eternos de Deus, queixam-se de ter havido falha
na criação por nos ter dotado de um corpo frágil
e mortal! Nada sabem que caso o homem
vivesse eternamente no seu corpo, caso este
fosse imortal, não viveria propriamente, mas
estaria para sempre morto espiritualmente, em
delitos e pecados, separado para sempre da vida
de Deus, pois não haveria um meio para a sua
justificação, trocando-se a vida de um só justo,
por um único pecador, Jesus por Adão. De modo
que se em Adão todos morrem, em Cristo todos
os que nele creem vivem a vida eterna e
abundante do céu.
Os anjos que caíram e se transformaram em
demônios para sempre, não possuíam um
corpo, e Jesus não assumiu a natureza dos anjos,
e nem mesmo poderia, por serem apenas
espíritos.
Mas ele tomou a nossa natureza, recebendo um
corpo como o nosso, para que nele, recebesse a
25
sentença de morte em nosso lugar, para sermos
libertados da condenação da lei.
“14 Visto, pois, que os filhos têm participação
comum de carne e sangue, destes também ele,
igualmente, participou, para que, por sua morte,
destruísse aquele que tem o poder da morte, a
saber, o diabo,
15 e livrasse todos que, pelo pavor da morte,
estavam sujeitos à escravidão por toda a vida.
16 Pois ele, evidentemente, não socorre anjos,
mas socorre a descendência de Abraão.
17 Por isso mesmo, convinha que, em todas as
coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para
ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas
coisas referentes a Deus e para fazer propiciação
pelos pecados do povo.
18 Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo
sido tentado, é poderoso para socorrer os que
são tentados.” (Hebreus 2.14-18).
“1 De onde procedem guerras e contendas que
há entre vós? De onde, senão dos prazeres que
militam na vossa carne?
26
2 Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e
nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer
guerras. Nada tendes, porque não pedis;
3 pedis e não recebeis, porque pedis mal, para
esbanjardes em vossos prazeres.
4 Infiéis, não compreendeis que a amizade do
mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que
quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo
de Deus.
5 Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É
com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele
fez habitar em nós?
6 Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus
resiste aos soberbos, mas dá graça aos
humildes.
7 Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao
diabo, e ele fugirá de vós.
8 Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós
outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que
sois de ânimo dobre, limpai o coração.
9 Afligi-vos, lamentai e chorai. Converta-se o
vosso riso em pranto, e a vossa alegria, em
tristeza.
27
10 Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele
vos exaltará.” (Tiago 4.1-10).
“13 Por isso, cingindo o vosso entendimento,
sede sóbrios e esperai inteiramente na graça
que vos está sendo trazida na revelação de Jesus
Cristo.
14 Como filhos da obediência, não vos amoldeis
às paixões que tínheis anteriormente na vossa
ignorância;
15 pelo contrário, segundo é santo aquele que
vos chamou, tornai-vos santos também vós
mesmos em todo o vosso procedimento,
16 porque escrito está: Sede santos, porque eu
sou santo.
17 Ora, se invocais como Pai aquele que, sem
acepção de pessoas, julga segundo as obras de
cada um, portai-vos com temor durante o tempo
da vossa peregrinação,
18 sabendo que não foi mediante coisas
corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes
resgatados do vosso fútil procedimento que
vossos pais vos legaram,
19 mas pelo precioso sangue, como de cordeiro
sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo,
28
20 conhecido, com efeito, antes da fundação do
mundo, porém manifestado no fim dos tempos,
por amor de vós
21 que, por meio dele, tendes fé em Deus, o qual
o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória,
de sorte que a vossa fé e esperança estejam em
Deus.
22 Tendo purificado a vossa alma, pela vossa
obediência à verdade, tendo em vista o amor
fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns
aos outros ardentemente,
23 pois fostes regenerados não de semente
corruptível, mas de incorruptível, mediante a
palavra de Deus, a qual vive e é permanente.” (1
Pedro 1.13-23).
A santificação consiste basicamente na
comunhão com Deus através de Jesus Cristo, no
poder do Espírito Santo, para a mortificação de
todo pecado e vícios, de modo que em seu lugar
haja um viver em todas as virtudes cristãs.
Esta é a razão de a vida cristã consistir em um
morrer diário do crente para o pecado, de modo
a poder viver para Deus. A vida espiritual que
está escondida em Cristo nos lugares celestiais
é manifestada sempre por este princípio de
29
fazer primeiro morrer o ego carnal para que não
a nossa vontade carnal, mas a vontade santa de
Deus na nova criatura possa prevalecer.
“1 Portanto, se fostes ressuscitados juntamente
com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde
Cristo vive, assentado à direita de Deus.
2 Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são
aqui da terra;
3 porque morrestes, e a vossa vida está oculta
juntamente com Cristo, em Deus.
4 Quando Cristo, que é a nossa vida, se
manifestar, então, vós também sereis
manifestados com ele, em glória.
5 Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena:
prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo
maligno e a avareza, que é idolatria;
6 por estas coisas é que vem a ira de Deus [sobre
os filhos da desobediência].
7 Ora, nessas mesmas coisas andastes vós
também, noutro tempo, quando vivíeis nelas.
8 Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de
tudo isto: ira, indignação, maldade,
30
maledicência, linguagem obscena do vosso
falar.
9 Não mintais uns aos outros, uma vez que vos
despistes do velho homem com os seus feitos
10 e vos revestistes do novo homem que se refaz
para o pleno conhecimento, segundo a imagem
daquele que o criou;” (Colossenses 3.1-10).
“3 Pois esta é a vontade de Deus: a vossa
santificação, que vos abstenhais da prostituição;
4 que cada um de vós saiba possuir o próprio
corpo em santificação e honra,
5 não com o desejo de lascívia, como os gentios
que não conhecem a Deus;
6 e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem
defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra
todas estas coisas, como antes vos avisamos e
testificamos claramente, é o vingador,
7 porquanto Deus não nos chamou para a
impureza, e sim para a santificação.” (I
Tessalonicenses 4.3-7)
31
“15 Evitai que alguém retribua a outrem mal por
mal; pelo contrário, segui sempre o bem entre
vós e para com todos.
16 Regozijai-vos sempre.
17 Orai sem cessar.
18 Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade
de Deus em Cristo Jesus para convosco.
19 Não apagueis o Espírito.
20 Não desprezeis as profecias;
21 julgai todas as coisas, retende o que é bom;
22 abstende-vos de toda forma de mal.
23 O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo;
e o vosso espírito, alma e corpo sejam
conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda
de nosso Senhor Jesus Cristo.
24 Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.”
(I Tessalonicenses 5.15-24).
“14 Segui a paz com todos e a santificação, sem a
qual ninguém verá o Senhor,
32
15 atentando, diligentemente, por que ninguém
seja faltoso, separando-se da graça de Deus;
nem haja alguma raiz de amargura que,
brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos
sejam contaminados;
16 nem haja algum impuro ou profano, como foi
Esaú, o qual, por um repasto, vendeu o seu
direito de primogenitura.
17 Pois sabeis também que, posteriormente,
querendo herdar a bênção, foi rejeitado, pois
não achou lugar de arrependimento, embora,
com lágrimas, o tivesse buscado.” (Hebreus
12.14-17).