Vida+Amor+&+Riso+(OSHO)

vidavidavidavidavidaser louco ser so. 5

uma atitude em relao vida. 8

a vida uma tela vazia. 13

a vida o nico deus. 17

o tdio um grande comeo. 20

zorba, o buda. 26

a tristeza tem sua prpria beleza. 31

pecado no gozar a vida. 38

uma situao muito perigosa. 50

arrisque tudo. 55

amoramoramoramoramora msica interior. 60

o que o amor. 62

o amor a dana da sua vida. 65

os quatro passos em direo ao amor. 69

o amor no concreto. 76

o amor uma flor muito frgil. 79

o casamento prostituio. 87

o inimigo real do amor. 93

amor-prprio. 95

o amor um luxo. 101

amor e meditao. 105

risorisorisorisorisovoc no v jumentos dando risada. 111

a vida uma piada csmica. 114

o buda risonho. 115

o nico poeta do amor e do riso. 124

touro ou boi?. 126

A vida algo impossvel. No

deveria ser, mas . um milagre

que ns existamos, que as rvores

existam. realmente um milagre,

porque todo o universo est

morto. Milhes de estrelas e

milhes e milhes de sistemas

solares esto mortos. Somente

neste pequeno planeta Terra, o

qual no nada se voc pensar

em termos de proporo, apenas

uma partcula de poeira no

universo somente nele, a vida

aconteceu. Este o lugar mais

afortunado de toda a existncia.

Os pssaros esto cantando, as

rvores esto crescendo,

florescendo, as pessoas esto

amando, cantando, danando.

Alguma coisa simplesmente

inacreditvel

vidavidavidavidavida

osho vida amor risoosho vida amor risoosho vida amor risoosho vida amor risoosho vida amor riso 55555

O mundo tem conhecido pessoas to

bonitas, to loucas! Na verdade todas as

grandes pessoas no mundo foram um

pouco loucas aos olhos da multido.

Suas loucuras tiveram expresso porque

elas no eram miserveis, elas no

tinham medo da morte, elas no estavam

preocupadas com o trivial. Elas estavam

vivendo cada momento com totalidade e

intensidade e, por causa dessa totalidade

suas vidas se tornaram uma linda flor

elas estavam cheias de fragrncia, de

amor, de vida e de riso.

Mas isso certamente fere milhes de

pessoas que esto ao seu redor. Elas no

podem aceitar a idia de que voc tenha

alcanado alguma coisa que elas

perderam; elas tentaro de todas as

maneiras torna-lo infeliz. A condenao

delas nada mais do que o esforo em

torna-lo infeliz, para destruir sua dana,

tirar a sua alegria de medo que voc

possa voltar ao rebanho.

preciso reunir coragem e, se as

pessoas disserem que voc louco,

divirta-se com a idia. Diga a elas: Voc

est certo, neste mundo somente

pessoas loucas podem ser alegres e

felizes. Eu optei pela loucura juntamente

com a alegria, com o xtase, com a

ser louco ser so


dana; voc optou pela sanidade com a

angstia, com o inferno nossas opes

so diferentes. Continue so e parea

miservel; deixe-me s na minha

loucura. No se sinta ofendido. Eu no

estou me sentindo ofendido por todos

vocs tantas pessoas ss, equilibradas

no mundo e eu no estou me sentindo

ofendido.

apenas uma questo de pouco tempo...

Breve, uma vez que elas o tenham

aceitado como louco, elas no o

perturbaro mais; ento voc pode se

revelar plena luz com seu ser original

voc pode abandonar todas as suas

falsidades.

Toda a nossa educao gera uma

diviso em nossa mente.

Temos que mostrar uma face para a

sociedade, para a multido, para o

mundo no ser necessariamente sua

face real; na verdade, no pode ser sua

face verdadeira.

Voc tem de mostrar a face que as

pessoas gostam, que as pessoas

apreciam, que ser aceita por elas suas

ideologias, suas tradies e voc tem

de reter, para si mesmo, sua face

original.

Esta diviso se torna quase

instransponvel; porque a maior parte do

tempo voc est no meio da multido,

encontrando pessoas, relacionando-se

com pessoas muito raramente voc

est s.

Naturalmente, a mscara se torna

mais e mais parte de voc,

mais do que sua verdadeira natureza.

E a sociedade cria medo em todo o

mundo o medo da rejeio, o medo de

que algum possa rir de voc, o medo de

perder a respeitabilidade, o medo do que

as pessoas iro dizer.

Voc tem de se ajustar a todo o tipo de

pessoas cegas e inconscientes, voc no

pode ser voc mesmo.

Essa nossa tradio bsica, at agora,

no mundo inteiro: ningum tem

permisso para ser ele mesmo.

No momento em que o outro est

presente, voc est menos preocupado

consigo mesmo; voc est mais

preocupado com a opinio do outro a seu

respeito.

Quando voc est s no seu banheiro,

voc se torna uma criana s vezes,

voc faz caretas diante do espelho.


Mas se de repente, voc se da conta que

algum, at mesmo uma criana

pequena, est olhando pelo buraco da

fechadura, voc imediatamente muda;

voc fica srio, sbrio, como as pessoas

esperam que voc seja.

E a coisa mais impressionante que voc

tem medo delas, e elas tm medo de

voc: todos temem a todos.

Ningum est permitindo que seus

sentimentos, sua realidade, sua

autenticidade se expressem e todos

desejam isso, porque um ato muito

suicida, continuar reprimindo sua face

original.

Sua responsabilidade apenas com seu

prprio ser.

No v contra ele, pois cometer

suicdio, destruir a si mesmo.

E qual o benefcio?

Mesmo que as pessoas o respeitem, e

achem que voc um homem muito

sensato, honrado, ilustre, essas coisas

no vo nutrir seu ser. Elas no lhe daro

nenhum insight sobre a vida e sua

tremenda beleza.

Voc est s no mundo: voc veio ao

mundo s, voc est aqui s, e voc

deixar este mundo s.

Todas as opinies alheias ficaro para

trs; somente os seus sentimentos

originais, as suas experincias autnticas

acompanharo voc at mesmo alm da

morte.

Nem mesmo a morte pode tirar a sua

dana, as suas lgrimas de alegria, a

beleza do seu estar s, o seu silncio, a

sua serenidade, o seu xtase. Aquilo que

a morte no pode tirar de voc o nico

tesouro verdadeiro; e aquilo que pode ser

tirado por qualquer um no um tesouro

voc est simplesmente sendo

enganado.

A sua preocupao exclusiva devia ser

cuidar e proteger aquelas qualidades que

voc pode levar consigo quando a morte

destruir seu corpo, a sua mente porque

essas qualidades sero seus nicos

companheiros. Elas so os nicos valores

verdadeiros; e as pessoas que as

alcanam, somente estas vivem; as

outras apenas fingem viver.


A melhor maneira de perder a vida ter

uma determinada relao quanto a ela.

As atitudes se originam na mente, e a

vida est alm da mente.

Atitudes so nossas fabricaes, nossos

preconceitos, nossas invenes. A vida

no nossa fabricao; pelo contrrio,

ns somos pequenas ondas no lago da

vida.

Que tipo de atitude pode ter uma

pequena onda no oceano em relao ao

oceano? Que tipo de atitude pode ter

uma folha em relao terra, luz,s

estrelas? Todas as atitudes so egostas

tidas as atitudes so estpidas.

A vida no uma filosofia, a vida no

um problema; a vida um mistrio. Voc

deve vive-la no de acordo com um

determinado padro, no de acordo com

um dado condicionamento o que lhe

disseram sobre a vida voc deve

comear novamente, do nada.

Cada indivduo humano deveria pensar

como se fosse a primeira pessoa sobre a

Terra ele o Ado ou a Eva. Ento voc

pode se abrir, pode se abrir a infinitas

possibilidades. Ento voc ficar

vulnervel, disponvel; e quanto mais

uma atitudeuma atitudeuma atitudeuma atitudeuma atitudeem relaoem relaoem relaoem relaoem relao

vida vida vida vida vidaAmado Mestre,

importante ter algum tipo deAtitude em relao vida?


vulnervel e disponvel voc estiver,

maior ser a possibilidade de a vida

acontecer para voc.

Suas atitudes funcionam como barreiras;

assim a vida nunca o alcana tal como

ela realmente ela tem que se ajustar

sua filosofia, religio, ideologia, e neste

prprio ajustamento alguma coisa morre.

Voc acaba ficando com um cadver nas

mos. Pode parecer vida, mas no .

E isso que as pessoas tm feito atravs

dos tempos. Os hindus esto vivendo de

acordo com a atitude hindu, os

muulmanos de acordo com a atitude

muulmana, e os comunistas de acordo

com a atitude comunista. Mas lembre-se

de uma verdade bsica e fundamental: a

atitude no lhe permite entrar em

contato com a vida tal como ela

realmente ; a atitude distorce,

interpreta.

Existe uma antiga histria grega: Um rei

fantico possua uma linda cama de ouro,

extremamente preciosa, incrustada com

milhares de diamantes; sempre que

havia um convidado no palcio, o rei lhe

oferecia a cama. Mas ele tinha uma

atitude singular: o convidado tinha que

se ajustar a cama. Se o convidado fosse

um pouco mais comprido, o rei o cortaria

no tamanho devido.

Evidentemente, a cama era to valiosa

que no podia ser trocada, mas o

convidado tinha que ser cortado de

acordo com a cama como se a cama

no existisse para o convidado, mas o

convidado existisse para a cama!

E muito raro, quase impossvel

encontrar um homem que se ajuste a

uma cama pr-fabricada. A pessoa mdia

no existe, lembre-se: a pessoa mdia

uma fico, e a cama foi feita para uma

pessoa de tamanho mdio. O rei era um

matemtico grandes clculos haviam

sido feitos antes. Ele tinha medido a

altura de todos os cidados de sua

capital, e essa altura foi dividida pelo

nmero total de cidados. Ora, na capital

havia crianas pequenas, jovens, velhos,

pigmeus, gigantes, mas a mdia uma

coisa totalmente diferente. No havia

uma s pessoa, em toda capital que

fosse realmente mdia. Eu nunca

encontrei a pessoa mdia a pessoa

mdia uma fico.

Assim todo aquele que era convidado

estava em dificuldades. Se ele fosse

menor do que a cama, o rei tinha


grandes especialistas que o esticariam

at o tamanho certo. Esse deve ter sido o

comeo do Rolfing! Ida Rolf deve ter

aprendido a tcnica com esse rei.

Evidentemente, os convidados morriam,

mas no era culpa do rei ele estava

fazendo tudo com a melhor das

intenes!

Quando voc tem uma determinada

atitude em relao vida, voc acaba

perdendo a prpria vida. A vida vasta,

nenhuma atitude pode cont-la;

impossvel coloca-la dentro de uma

determinada definio. Sim, sua atitude

pode incluir um certo aspecto, mas

tratar-se- de apenas um aspecto. E a

tendncia da mente de proclamar que

dado aspecto o todo, e no momento

que o aspecto o todo, voc perdeu a

prpria conexo com a vida. Ento voc

vivera cercado por suas atitudes, em um

tipo de casulo, encapsulado; e voc ser

infeliz. Ento voc ser infeliz. Ento

todas as suas assim chamadas religies

ficaro muito felizes, porque

justamente isso que elas tm dito a voc:

que a vida infelicidade.

Buda diz que o nascimento infelicidade,

que a juventude infelicidade, que a

velhice infelicidade, que a morte

infelicidade a vida nada mais do que

uma longa, longa tragdia. Se voc

comear a ter atitudes descobrira que

Buda est extremamente certo; voc

ser uma prova disso.

Mas eu quero lhe dizer que a vida no

infelicidade.

No concordo absolutamente com Buda.

A vida se torna um tormento, mas isso

criao sua; do contrrio, a vida uma

eterna alegria.

Mas para voc conhecer esta alegria,

voc tem que ouvir de corao aberto,

de mos abertas.

No se relacione com a vida de punhos

fechados, cerrados. Abra suas mos.

V para a vida com uma imensa

inocncia.

As atitudes so astutas: voc j decidiu

de antemo, sem experimentar, sem

experienciar, sem viver.

Voc j chegou a determinadas

concluses e naturalmente,

se essas concluses j existem a priori

dentro de voc, voc as ter confirmadas

pela vida.

No que a vida as confirme, mas sua

mente encontrar maneiras e meios,

argumentos e fatos para sustenta-las.


Eu lhe ensino uma vida sem qualquer

atitude.

Esse um dos fundamentos da minha

experincia: se voc quiser realmente

conhecer aquilo que , ento abandone

todas as filosofias, os ismos.

Ento v de mos abertas,

completamente nu sob o sol, para

ver o que .

No passado, acreditavam que nossos

sentidos eram portas; que a realidade

alcana, atravs de nossos sentidos, o

nosso ser interior.

Agora, as pesquisas mais recentes

mostram uma coisa: nossos sentidos no

so apenas portas, mas so guardas

tambm.

Somente dois por cento da informao

tm permisso para entrar, noventa e

oito por cento mantida fora.

Qualquer coisa que se oponha sua

concepo de vida barrada, somente

dois por cento se infiltra.

Ora, viver uma vida de apenas dois por

cento no absolutamente viver.

Quando se pode viver cem por cento, por

que optar por viver apenas dois por

cento?

Voc me pergunta: importante ter

algum tipo de atitude em relao vida?

No s importante, como perigoso ter

qualquer atitude em relao vida. Por

que no permitir que a vida tenha sua

dana, sua melodia, sem qualquer

expectativa? Por que no podemos ver

aquilo que , em si, em sua pureza?

Por que deveramos nos impor a vida? E

ningum mais ser o perdedor. Se voc

fizer imposies vida voc ser o nico

perdedor.

melhor no rotular a vida, melhor no

lhe dar qualquer estrutura, melhor

deixa-la em aberto; melhor no

categoriz-la, no rotul-la.

Voc ter uma experincia mais bela das

coisas, ter uma experincia mais

csmica das coisas, porque as coisas no

esto realmente divididas.

A existncia de um todo uma unidade

orgnica.

A menor folha de grama, a menor folha

de uma pobre rvore to importante

quanto a maior estrela.

A menor das coisas tambm a maior,

porque tudo uma unidade, um

espectro. No momento em que voc

comea a dividir, voc comea a criar


linhas arbitrarias, definies e desta

maneira que vamos perdendo a vida e o

seu mistrio.

Todos temos atitudes: esta a nossa

angstia. Todos ns olhamos a partir de

um determinado ponto de vista; por isso

a nossa vida se torna pobre, porque cada

aspecto pode, no mximo, ser apenas

unidimensional, e a multidimensional.

Voc deve ser mais lquido, mais fluido;

deve derreter-se mais, fundir-se mais;

voc no est aqui para ser um censor.

No h nada a ser resolvido. No tome a

vida como um problema; ela um

mistrio tremendamente lindo.

Beba-a: ela puro vinho!

Embriague-se com ela!


Isso depende de voc. A vida em si

uma tela vazia; tornar-se- qualquer

coisa que voc venha a pintar. Voc pode

pintar a misria, voc pode pintar o

xtase.

Esta liberdade a sua glria.

Voc pode usar essa liberdade de

maneira tal qual toda sua vida torne-se

um inferno, ou de maneira que sua vida

torne-se bela, abenoada, cheia de

xtase, uma coisa divina. Depende de

voc; o homem tem toda liberdade.

por isso que existe tanta agonia;

porque as pessoas so tolas e no sabem

o que pintar nas telas.

Tudo depende de voc; essa a glria do

homem. Essa uma das maiores ddivas

que Deus lhe deu. Nenhum outro animal

recebeu a ddiva da prpria liberdade.

Todo o animal recebe um programa pr-

fixado. Todos os animais so

programados, exceto o homem. Um

cachorro totalmente um cachorro, e

ser um cachorro para sempre; nada

mais possvel, no exista nenhuma

liberdade. Ele programado, tudo est

incorporado nele. Existe um esquema;

ele simplesmente seguira este esquema:

a vida a vida a vida a vida a vida uma telauma telauma telauma telauma tela

vaziavaziavaziavaziavaziaAmado mestre,

Mas afinal a vida no umamisria?


ser um cachorro. Para ele, no existe

escolha, no existem alternativas. um

ser absolutamente fixo.

Exceto o homem, tudo programado. A

rosa tem que ser uma rosa, a flor-de-

ltus tem que ser uma flor de ltus; o

pssaro ter asas, o animal andar sobre

quatro patas.

O homem totalmente livre. Esta a sua

beleza, esta a sua glria.

A liberdade uma ddiva de Deus. Voc

tem que criar a si mesmo, tem que ser

auto-criativo.

Portanto, tudo depende de voc: voc

pode se tornar um Buda, um Bahaudin

ou voc pode se tornar um Adolf Hitler,

um Benito Mussolini. Voc pode se tornar

um assassino ou um meditador.

Voc pode permitir a si mesmo tornar-se

um lindo florescimento na conscincia,

ou voc pode se tornar um rob.

Mas lembre-se: voc o responsvel e

somente voc, ningum mais.

Um otimista um homem que vai para a

janela e diz:Bom dia, Deus! Um

pessimista aquele que vai para a janela

e diz: Meu Deus, dia?

Ouvi uma antiga parbola sufi.

Dois discpulos de um grande mestre

estavam caminhando pelo jardim da casa

desse mestre. Era permitido a eles

caminhar todo o dia, de manh e de

noite... O caminhar era um tipo de

meditao, uma meditao do andar

exatamente como os adeptos do zen

fazem a meditao do caminhar. Voc

no pode ficar sentado por vinte e quatro

horas as pernas precisam de um pouco

de movimento, o sangue precisa circular

um pouco assim, tanto no zen, como no

sofismo, em ambos voc medita, por

algumas horas, sentado, e depois

comea a meditar andando. A meditao

continua; andando ou sentado, a corrente

interior permanece a mesma.

Os dois eram fumantes; ambos queriam

a permisso do mestre. Ento os dois

decidiram: Amanh. No mximo, ele dir

no; mas vamos pedir.

E no parece um sacrilgio assim to

grande, fumar no jardim; na realidade,

ns no estaremos fumando na casa

dele.


No dia seguinte, eles se encontraram no

jardim. Um deles ficou furioso furioso

porque o outro estava fumando e disse:

O que aconteceu? Eu tambm pedi, mas

ele simplesmente recusou,

categoricamente, dizendo no. E voc

est fumando? No est se sujeitando as

ordens dele!?

Ele respondeu: Mas ele disse sim para

mim.

Isso parecia injusto. O primeiro ento

disse:

Eu irei imediatamente at ele, para

saber por que ele disse no para mim, e

sim para voc?

O outro disse: Espere um minuto!

Primeiro me diga: o que voc pediu a

ele?

Ele respondeu: O que eu pedi?

Simplesmente: Posso fumar enquanto

meditar? Ele disse: No e parecia

muito irritado.

O outro comeou a rir e disse: Agora eu

entendi a questo. Eu perguntei a ele:

Posso meditar enquanto fumar? Ele

disse: Sim.

Tudo depende. Apenas uma sutil

diferena e a vida vira algo

completamente diferente. Agora, h uma

grande diferena. Perguntar: Posso

fumar enquanto meditar?

simplesmente horrvel. Mas perguntar:

Posso meditar enquanto fumar? est

perfeitamente bem. timo! Pelo menos

voc est meditando.

A vida no nem misria nem glria. A

vida uma tela vazia e requer uma

grande arte.

Um mendigo bateu a porta de uma

hospedaria chamada George e o

Drago:

A senhora podia me dar alguma coisa

para comer? ele perguntou a mulher

que atendeu a porta.

No! ela gritou, batendo a porta.

Alguns segundos depois, o mendigo

bateu novamente.

Posso comer alguma coisa? perguntou

o mendigo.

D o fora vagabundo! respondeu a

mulher e no volte nunca mais!


Depois de alguns minutos o mendigo

bateu na porta novamente. A mulher

veio at a porta.

Perdoe-me disse o mendigo mas

ser que eu poderia ter algumas palavras

com o seu George dessa vez?

A vida a hospedaria chamada George

e o drago. Voc tambm pode

reivindicar umas palavras com o senhor

George, tambm.


Minha mensagem muito simples: viva a

vida to perigosamente quanto possvel.

Viva a vida totalmente, intensamente,

apaixonadamente; porque, exceto a vida,

no existe nenhum outro Deus.

Friedrich Nietzsche diz: Deus est

morto.

Isto est errado, porque em primeiro

lugar, Deus nunca existiu. Como que

pode estar morto? A vida , sempre foi,

sempre vida ser. Permita-se... e eu

repito mais uma vez, permita-se ser

possudo pela vida.

As assim chamadas religies do passado

vm lhe dizendo justamente o oposto.

Elas dizem: Renuncie. Eu digo:

Celebre. Elas negam a vida, eu a

afirmo. Elas dizem que a vida algo

errado, ilusrio, e elas criam uma idia

abstrata de Deus, o qual nada mais que

uma projeo de suas mentes. E elas

cultuam essa projeo. Isso to

estpido, to absolutamente estpido,

que de admirar como milhes de

pessoas puderam acreditar em tais

bobagens. Aquilo que , repudiado por

aquilo que apenas uma abstrao da

mente. Deus apenas uma palavra, mas

eles dizem que Deus real.

a vida oa vida oa vida oa vida oa vida onico deusnico deusnico deusnico deusnico deus

Amado Mestre,Como se vive uma vida livre?


E a vida uma realidade: voc a sente

pulsar de seu corao, no pulsar de seu

sangue, ela est em tudo nas flores,

nos rios, nas estrelas. E eles dizem que

isso tudo maya, iluso.

Eles dizem que ela feita da mesma

substancia que so feitos os sonhos.

E eles criam um Deus e claro, todo

mundo cria um Deus que reflete a sua

prpria imagem. E assim tem existido

milhares de deuses.

Tudo a sua imaginao, voc pode

fazer um deus de quatro cabeas, voc

pode fazer um deus com mil mos.

Depende de voc, o seu jogo.

E as pessoas tm estado falando...

envenenando as mentes dos outros.

Eu lhes digo: a vida a nica verdade

que existe. No existe nenhum outro

Deus a no ser a vida. Assim permita-se

ser possudo pela vida em todas as suas

formas, cores, dimenses todo o

arcoris, todas as notas musicais.

Se voc puder conseguir essa coisa to

simples... E simples porque apenas

uma questo de deixar acontecer. No

force o rio, deixe que ele o leve at o

oceano. Ele j est a caminho.

Relaxe, no fique tenso nem tente ser

espiritual.

No crie qualquer diviso entre a matria

e o esprito.

A existncia uma s, a matria e a

existncia so uma s, a matria e a

existncia so simplesmente os dois

lados da mesma moeda.

Relaxe, descanse, e siga com o rio.

Seja um jogador, no seja um homem de

negcios e voc conhecera mais Deus,

porque o jogador pode correr mais riscos.

O jogador no calculista, ele pode

arriscar tudo aquilo que possui.

Mas a excitao do jogador quando ele

aposta tudo e espera... o que vai

acontecer agora?

Este exato momento pode tornar-se uma

transformao da gestalt interna.

Seja um bbado, embriagado com a vida,

com o vinho da existncia.

No permanea sbrio.

A pessoa sbria permanece morta.

Beba o vinho da vida.

Ele tem tanta poesia e tanto amor e

tanto nctar.

Voc pode trazer a primavera a qualquer

momento. Simplesmente chame a

primavera e deixe que o sol e o vento e a

chuva penetrem voc.


por causa desta mensagem que os

espiritualistas so contra min, porque

eles pensam que eu estou negando

Deus. Pela primeira vez eu estou

trazendo Deus para uma perspectiva

real. Eu estou dando-lhe vida, eu estou

trazendo-o para mais perto de voc, mais

prximo do que seu prprio corao

porque ele o seu prprio ser, no algo

separado, algo distante, algo l no cu,

mas aqui e agora.

Eu estou tentando destruir a prpria idia

do l e depois. Toda a minha viso do

aqui e agora, porque no existe outro

lugar alm do aqui, e no existe outro

tempo alm do agora.


Ouvi dizer que existe um novo tipo de

tranqilizante que no relaxa

simplesmente faz com que voc curta o

estar tenso.

Experimente! Experimente e

experimente e experimente novamente

seja um americano! mas no mais do

que trs vezes. Experimente,

experimente e experimente mais uma

vez e ento pare, porque no faz sentido

ser to tolo.

Voc me pergunta:

Eu descobri que estou entediado comigo

mesmo...

Esta uma grande descoberta. Sim,

quero dizer exatamente isso! Muito

poucas pessoas ercebem que esto

entediadas, e elas esto entediadas,

absolutamente entediadas. Todos sabem,

exceto elas mesmas. Saber que se est

entediado um grande comeo; mas

algumas implicaes precisam er

compreendidas.

O homem o nico animal que sente

tdio.

Isso um grande privilgio, isto faz parte

da dignidade dos seres humanos.

o tdio o tdio o tdio o tdio o tdio um grandeum grandeum grandeum grandeum grande

comeocomeocomeocomeocomeoAmado Mestre,

Eu descobri que estousimplesmente entediado comigo

mesmo e eu me sinto sem nimo.Voc disse para aceitarmos a ns

mesmos, o que quer que nssejamos. Eu no sou capaz de

aceitar a vida, sabendo que noestou sentindo alegria dentro de

mim. O que fazer?


Voc j viu algum bfalo entediado, um

burro entediado?

Eles no ficam entediados!

Tdio significa simplesmente que a sua

maneira de viver est errada;

conseqentemente, isso pode se tornar

um grande evento a compreenso de

que eu estou entediado e alguma coisa

precisa ser feita, alguma transformao

se faz necessria.

Portanto, no pense que sua sensao de

tdio ruim um bom sinal, um bom

comeo, um comeo muito promissor.

Mas no pare a.

Por que nos sentimos entediados?

Sentimo-nos muito entediados porque

temos vivido em padres mortos,

padres que nos foram dados pelos

outros. Renuncie a esses padres, saia

desses padres!

Comece a viver por si mesmo.

Somente uma pessoa autentica no

sente tdio; a pessoa falsa

necessariamente se sente entediada. O

cristo se sente entediado, o jaina est

entediado, o parsi est entediado, o

comunista est entediado, porque eles

esto dividindo sua vida em duas partes.

Suas verdadeiras vidas permanecem

reprimidas e eles comeam a simular

uma vida irreal.

E essa vida irreal que cria o tdio.

Se voc est fazendo aquilo a

que estava destinado,

voc nunca ficara entediado.

O dia em que deixei minha casa para ir a

universidade, meus pais, minha famlia,

todos queriam que eu me tornassem um

cientista havia muito mais futuro para

um cientista ou pelo menos ara um

mdico, ou um engenheiro.

Eu recusei totalmente.

Eu disse: Farei o que quiser,

porque no quero viver uma vida de

tdio. Como cientista, posso ter

sucesso posso ter respeitabilidade,

dinheiro, prestgio mas no fundo

permanecerei entediado,

porque isso jamais foi o que eu

quis fazer.

Eles ficaram chocados, porque no

podiam ver qualquer futuro no estudo de

filosofia; filosofia a matria mais pobre

nas universidades.

Eles concordaram, com relutncia,

sabendo que eu estaria desperdiando

meu futuro; mas finalmente

reconheceram que estavam errados.


No uma questo de dinheiro, poder e

prestgio; a questo o que voc,

intrinsecamente, deseja fazer.

Faa-o, sem levar em considerao os

resultados, e o seu tdio desaparecer.

Voc deve estar seguindo idias de

outros...

Voc deve estar fazendo as coisas da

maneira certa, deve estar fazendo as

coisas tal qual elas deveriam ser.

Essas so as pedras fundamentais do

tdio.

A humanidade inteira est entediada,

porque a pessoa que teria sido um

mstico um matemtico,

a pessoa que teria sido um matemtico

um poltico, a pessoa quer teria sido um

poeta um homem de negcios.

Todos esto em algum outro lugar.

Ningum est onde deveria estar.

Temos que arriscar.

Se voc estiver pronto para correr o

risco, o tdio desaparece em um nico

instante.

Voc me pergunta:

Descobri que simplesmente estou

entediado comigo mesmo...

Voc est entediado porque no tem sido

sincero consigo mesmo, no tem sido

respeitoso com seu prprio ser.

E voc diz:

Sinto-me sem nimo...

Como sentir nimo? O nimo flui

somente quando voc est fazendo

aquilo que quer fazer, seja l o que for.

Vincent Van Gogh foi imensamente feliz

simplesmente pintando. Nem um s

quadro foi vendido, ningum jamais o

apreciou; e ele vivia faminto, estava

morrendo, porque seu irmo estava

dando a ele uma pequena quantia de

dinheiro para que ele pudesse sobreviver.

Quatro dias por semana ele jejuava, e

trs dias opor semana ele comia. Ele

tinha que jejuar durante esses quatros

dias, porque, seno, como poderia

conseguir a suas telas, tintas e pincis?

Mas ele era imensamente feliz sua

energia estava fluindo.

Ele morreu com apenas trinta e trs

anos. Ele cometeu suicdio; mas o seu

suicdio muito melhor do que a sua

assim chamada vida, porque ele cometeu


suicdio somente quando havia pintado

aquilo que desejava pintar. No dia em

que terminou o quadro do pr-do-sol, o

qual havia sido seu maior desejo, ele

escreveu uma carta dizendo: Meu

trabalho est cumprido, estou realizado.

Estou deixando este mundo

imensamente satisfeito. Ele cometeu

suicdio, mas eu no chamaria isto de

suicdio. Ele viveu totalmente, queimou a

vela da vida dos dois lados,

simultaneamente, com tremenda

intensidade.

Voc pode viver cem anos, mas sua vida

ser apenas um esqueleto ressequido,

um peso morto.

Amado Mestre... voc disse para

aceitarmos a nos mesmos, o que quer

que sejamos. Eu no sou capaz de

aceitar a vida, sabendo que no estou

sentindo alegria dentro de min.

Quando eu digo aceite a si mesmo, no

estou dizendo para aceitar o seu padro

de vida no me interprete mal. Quando

digo aceite a si mesmo, estou dizendo

rejeite tudo o mais: aceite a si mesmo.

Mas voc deve ter interpretado isso a sua

maneira. assim que as coisas so... Eu

no disse o que voc entendeu.

Rejeite tudo o que foi imposto a voc

no estou dizendo aceite. Aceite o seu

ser mais ntimo, o qual voc trouxe do

alm, e assim voc no sentira que esta

deixando de viver algo. No momento em

que voc aceita a si mesmo,

incondicionalmente, de repente, uma

exploso de felicidade acontece. Sua

energia comea a fluir, a vida se torna

um verdadeiro xtase.

Os amigos de um certo rapaz pensaram

que ele estivesse morto, mas ele estava

apenas em estado de coma. Quando, s o

tempo de evitar que fosse enterrado, ele

mostrou sinal de vida, perguntaram-lhe

qual era a sensao de estar morto.

Morto exclamou ele Eu no estava

morto. Eu sabia o tempo todo o que

estava acontecendo. E eu sabia tambm

que no estava morto, porque meus ps

estavam frios e eu estava com fome.

Mas como isso fez com que voc

pensasse que ainda estava vivo?

perguntou um dos curiosos.

Bem, eu sabia que se estivesse no cu,

eu no estaria com fome, e se estivesse

naquele outro lugar, meus ps no

estariam frios.


Voc pode ter certeza de que ainda no

est morto: voc est com fome e seus

ps esto frios.

Levante-se e de uma corrida!

Um homem pobre, sem educao e sem

o menor refinamento social, apaixonou-

se pela filha de um milionrio.

Ela o convidou a sua casa a fim de

conhecer seus pais em sua elegante

manso.

O homem ficou intimidado pela

suntuosidade dos moveis, pelos criados,

por todos os outros sinais de riqueza,

mas de alguma forma conseguiu parecer

relaxado at que chegou a hora do

jantar.

Sentado imponente mesa, meio

embriagado pelo vinho, ele soltou um

sonoro peido!

O pai da menina ergueu os olhos e fitou o

seu cachorro, que estava deitado aos ps

do homem.

Rover, disse ele, num tom ameaador.

O pobre homem sentiu-se aliviado

porque a culpa fora colocada no cachorro

e, assim, alguns minutos mais tarde, ele

peidou novamente.

O anfitrio mais uma vez olhou para o

cachorro e disse, Rover, ainda mais

enrgico.

Alguns minutos depois ele peidou pela

terceira vez.

O rosto do milionrio contorceu-se de

raiva.

Ele berrou: Rover saia logo da, antes

que ele cague em voc!

Ainda h tempo saia da priso na qual

voc tem vivido at agora! Isso requer

apenas um pouco de coragem, um pouco

da coragem de um jogador. E no h

nada a perder, lembre-se, voc apenas

pode perder a suas correntes; voc pode

perder o seu tdio, voc pode perder a

constante sensao que alguma coisa

est faltando. O que mais h para

perder? Saia dessa trilha e aceite o seu

prprio ser contra Moiss, Buda,

Mahavira, Krishna. Aceite a si mesmo.

Sua responsabilidade no para com

Buda ou Zaratrusta ou Kabir ou Nanak;

sua responsabilidade apenas para com

voc mesmo.

Seja responsvel e quando eu uso a

palavra responsvel, por favor, lembre-

se de no interpretala de modo errado.


No estou me referindo a obrigaes,

responsabilidades; estou simplesmente

usando a palavra no sentido literal:

responder a realidade, ser responsvel.

Voc deve ter vivido uma vida

irresponsvel, cumprindo com todo o tipo

de responsabilidades que os outros

esperavam de voc. O que voc tem a

perder? Voc est entediado esta

uma tima situao. Voc est perdendo

o entusiasmo pela vida.

O que mais voc precisa para sair da

priso? Pule fora isso, no olhe para trs!

Eles dizem: pense duas vezes antes de

pular.

Eu digo: pule e depois pense o quanto

quiser!


Esta a sntese suprema quando Zorba

se torna um Buda. Eu estou tentando

criar aqui no Zorba, o Grego, mas Zorba

o Buda.

Zorba lindo, mas algo est faltando. A

terra dele, mas o cu est faltando. Ele

da terra, tem razes, como um cedro

gigantesco, mas ele no tem asas. Ele

no pode voar pelo cu. Ele tem razes,

mas no tam asas.

Comer, beber e divertir-se, em si

perfeitamente bom: no h nada de

errado nisso. Mas no o suficiente.

Breve voc se cansara disso. Voc no

pode continuar indefinidamente apenas

comendo, bebendo e se divertindo.

Breve, o sonho se torna realidade

monotonia porque repetitivo. Apenas

uma mente muito medocre pode

continuar indefinidamente feliz com isso.

Se voc tem inteligncia, mais cedo ou

mais tarde descobrir a absoluta

futilidade de tudo isso. Por quanto tempo

voc pode continuar comendo, bebendo

e se divertindo? Mais cedo ou mais tarde

a pergunta fatalmente surgira: qual o

sentido de tudo isso? Por que?

impossvel evitar a pergunta por muito

tampo.

zorba,zorba,zorba,zorba,zorba,o budao budao budao budao buda

Amado Mestre,s vezes, quando ouo voc falar,

eu visualizo ma vida tipo da deZorba, o Grego comer, beber e

dvertir-se sensual eapaixonadamente, e eu acho ueeste o caminho. Outras vezes

sinto que voc st dizendo que ocaminho sentar

silenciosamente, tento e imvel,como um monge. Ento, o que

evemos ser Zorbas ou monges como possvel ser os dois? Eu

sinto que voc conseguiuintegrar as contradies, mas

podemos ser ambos: Zorbas,movidos pela paixo e pelo

desejo, e Budas, desapaixonados,calmos e tranqilos.


E se voc for muito inteligente, ela estar

sempre presente, continuamente

presente, martelando seu corao na

busca da resposta: d-me uma resposta!

por qu?

E uma coisa a ser lembrada: no

verdade que pessoas pobres, famintas se

tornam frustradas com a vida no.

Elas no podem ficar frustradas, elas no

viveram ainda como podem estar

frustradas? Elas tm esperanas.

Um homem pobre sempre tem

esperanas.

Um homem pobre sempre deseja que

alguma coisa acontea se no for hoje,

ento ser amanh, ou depois de

amanh; ou ento numa prxima vida.

O que voc acha? Quem so as pessoas

que descrevem o cu como um Playboy

Club quem so essas pessoas? Pessoas

famintas, pobres, que no aproveitaram

suas vidas esto projetando seus

desejos no cu. Existem rios de vinho no

cu... quem so essas pessoas que

imaginam rios de vinho? Elas devem ter

vivido a falta aqui. E existem rvores que

satisfaam os seus desejos. Voc senta

sob uma delas, tem um desejo, e no

instante seguinte em que voc deseja

esse desejo imediatamente atendido.

Nem um nico instante se passa entre o

desejo e sua realizao.

imediato, instantneo.

Quem so essas pessoas? So pessoas

famintas, que no foram capazes de

viver suas prprias vidas. Como elas

podem estar frustradas com a vida? Elas

no tiveram a experincia pela qual se

chega a perceber a absoluta futilidade de

tudo.

Somente Zorbas vm a conhecer a

absoluta futilidade de tudo.

O prprio Buda foi um Zorba. Ele teve

todas as mais lindas mulheres de seu

pas. Seu pai providenciou para que

todas as lindas garotas estivessem a sua

volta. Ele teve os mais belos palcios

diferentes palcios para as diferentes

estaes. Ele teve todo o luxo possvel,

pelo menos o que era possvel naquela

poca. Ele viveu a vida de Zorba, o

Grego, por isso, com apenas vinte e nove

anos, ficou absolutamente frustrado. Ele

era um homem muito inteligente. Se

tivesse sido um homem medocre, ele

teria continuado a viver assim. Mas em

pouco tempo ele se deu conta de que

isso repetitivo, sempre a mesma


coisa. Todos os dias voc come, todos os

dias voc faz amor com uma mulher... e

todos os dias ele tinha novas mulheres

para fazer amor. Mas por quanto tempo?

Em pouco tempo estava farto disso.

A experincia da vida muito amarga.

Ela doce apenas na imaginao. Na

realidade ela muito amarga.

Ele fugiu do palcio, da riqueza, das

mulheres, do luxo e de tudo mais.

Assim no sou contra Zorba, o Grego,

porque Zorba, o Grego, apropria origem

de Zorba, o Buda.

Buda surge a partir dessa

experincia.assim, sou totalmente a

favor desse mundo, porque sei que o

outro mundo s pode ser experimentado

a partir desse. Assim eu no digo fuja

desse mundo, no lhe direi para ser um

monge. Um monge algum que foi

contra Zorba; ele um escapista, um

covarde; ele fez alguma coisa com

pressa, a partir da estupidez. No uma

pessoa madura. Um monge imaturo,

ganancioso ganancioso pelo outro

mundo, e ele quer cedo demais; a

estao ainda no chegou, ele ainda no

amadureceu.

Viva neste mundo, porque este mundo

proporciona um certo amadurecimento,

maturidade, integridade. Os desafios

deste mundo lhe do centramento,

conscincia. E essa conscincia se torna

a escada. Ento voc pode mover-se de

Zorba para Buda.

Mas deixe-me repetir novamente. Apenas

os Zorbas tornam-se Budas e Buda

jamais foi um monge. Um monge

aquele que nunca foi Zorba e que ficou

encantado com as palavras dos Budas.

Um monge um imitador, ele falso,

pseudo. Ele imita os Budas. Ele pode ser

cristo, pode ser budista, pode ser jaina;

isso no faz a mnima diferena ele

imita os Budas.

Quando um monge se afasta do mundo,

ele vai lutando com o mundo. Ele no

parte relaxado. Todo seu ser atrado

pelo mundo. Ele se debate contra o

mundo. Ele se torna dividido. Metade do

seu ser por este mundo e a outra

metade se tornou vida pelo outro.

Ele est dilacerado.

Um monge , basicamente, um

esquizofrnico, uma pessoa dividida,

dividida entre o mais baixo e o mais alto.


O mais baixo o puxa continuamente, e o

mais baixo se torna mais e mais atraente

quanto mais reprimido. E por no ter

vivido o mais baixo, o monge no pode

alcanar o mais alto.

Voc pode alcanar o mais alto apenas

quando viveu inteiramente o mais baixo.

Voc pode conseguir o mais alto somente

passando toda a agonia e todo o xtase

do mais baixo.

Antes de uma flor-deltus se transformar

em uma flor-de-ltus, ela tem que se

mover atravs da lama essa lama o

mundo.

O monge fugiu da lama; talvez devido ao

seu ego: Eu sou uma semente de ltus!

E eu no posso cair na lama. Mas ento,

ela h de permanecer uma semente;

nunca desabrochar como flor-de-ltus.

Se quiser florescer como flor de ltus, ela

ter que cair na lama; ela ter que viver

essa contradio.

Sem a contradio de viver na lama, no

h como ir alm.

Eu serei a ltima pessoa a fazer um

monge de voc se no fosse assim,

porque os monges e as freiras seriam

contra min?

Eu gostaria que voc criasse razes na

terra.

Concordo perfeitamente com Friederich

Nietzsche quando ele diz: Eu lhes

imploro, meus irmos, mantenham-se

fiis a terra e no acreditem naqueles

que falam de esperanas de outro

mundo!

Aprenda sua primeira lio de confiana

confiando na terra.

Ela seu lar neste momento!

No anseie pelo outro mundo.

Viva este mundo e viva-o com

intensidade, com paixo.

Viva-o com tonalidade,

com todo o seu ser.

E a partir dessa total confiana, a partir

dessa vida de paixo, amor e alegria,

voc se tornar capaz de ir alm.

O outro mundo est oculto neste mundo.

O Buda est adormecido no Zorba.

Precisa ser despertado.

E ningum pode despertar voc, a no

ser a sua prpria vida.

Eu estou aqui para ajuda-lo a ser total

onde quer que voc esteja; em qualquer

condio que voc esteja viva essa

condio totalmente.

E somente ao viver uma coisa totalmente

voc pode transcend-la.


Primeiro, Zorba, uma flor desta terra,

ganhando atravs disso a capacidade de

se tornar um Buda a flor do outro

mundo. O outro mundo no est distante

deste mundo; o outro mundo no

contra esse mundo; o outro mundo est

oculto neste.

Este apenas a manifestao do outro, e

o outro a parte no-manifesta deste.


No se identifique com a tristeza. Torne-

se uma testemunha e goze o momento

de tristeza, porque a tristeza tem sua

prpria beleza.

Voc jamais a observa. Voc se torna to

identificado, que nunca penetra na

beleza de um momento triste.

Se voc observar, ficar surpreso pelos

tesouros que esteve perdendo. Olhe

quando est feliz, voc nunca to

profundo como quando est triste.

A tristeza tem uma profundidade que lhe

prpria. Observe as pessoas as pessoas

felizes. As assim chamadas pessoas

felizes, os playboys e as playgirls voc

os encontrar em clubes, hotis, teatros

esto sempre sorrindo e borbulhando

de alegria.

Voc sempre os encontrar pouco

profundos, superficiais. Essas pessoas

no tm nenhuma profundidade. A

felicidade como as ondas da superfcie

voc vive superficial. Mas a tristeza tem

uma profundidade. Quando voc est

triste, no como as ondas na superfcie;

como a prpria profundeza do Oceano

Pacfico quilmetros de profundidade.

Mova-se para as profundezas, observe-

as. A felicidade como a luz, a tristeza

como a escurido.

a tristezaa tristezaa tristezaa tristezaa tristezatem suatem suatem suatem suatem suaprpriaprpriaprpriaprpriaprpriabelezabelezabelezabelezabeleza

Amado Mestre, possvel celebrar a tristeza?


A luz vem e se vai, a escurido

permanece eterna.

A luz surge algumas vezes, a escurido

est sempre presente.

Se voc penetrar na tristeza, sentir

todas essas coisas. De repente, vai

perceber que a tristeza existe como um

objeto, voc est observando e

testemunhando e, repentinamente,

comea a se sentir feliz. Uma tristeza to

linda! uma flor da escurido, uma

eterna flor de profundidade. Como um

abismo que no tem fundo, to

silencioso, to musical no h o menor

rudo, a menor perturbao. Podemos ir

caindo e caindo nele, infinitamente, e

podemos sair dele totalmente

rejuvenescidos. um repouso.

Depende da atitude. Quando voc fica

triste, voc acredita que alguma coisa

ruim lhe aconteceu.

Isso uma interpretao que voc faz de

alguma coisa ruim que lhe aconteceu, e

ento voc comea a tentar fugir disso

de fato; voc nunca medita sobre isso.

Ento voc quer encontrar algum, quer

a uma festa, ao clube, ligar a TV ou o

rdio, ou comea a ler o jornal alguma

coisa para que possa esquecer. Tratase

de uma atitude errada que foi dada a

voc de que a tristeza errada. Nada

h de errada nela. uma outra

polaridade da vida.

A alegria um plo, a tristeza outro. A

felicidade um plo, a misria, outro.

Uma vida apenas de felicidade ter uma

dimenso lateral, mas no ter uma

profundidade. Uma vida apenas de

tristeza ter profundidade, mas no ter

amplido. A vida que contem ambas,

tristeza e felicidade multidimensional;

move-se em todas as direes

simultaneamente. Observe a esttua de

Buda, ou algumas vezes olhe dentro dos

meus olhos e voc encontrara ambas

juntas uma beatitude, uma paz, e uma

tristeza tambm. Voc encontrar uma

felicidade que contem tristeza dentro de

si, porque essa tristeza lhe d

oportunidade. Observe a esttua de Buda

feliz, mas ainda assim triste. A prpria

palavra triste lhe trs uma conotao

errada. Trata-se de interpretao sua.

Para mim, a vida em sua totalidade

boa. E quando voc compreende a vida

em sua totalidade, s ento voc pode

celebrar, do contrrio no.


Celebrao no est condicionada a

determinadas coisas: Quando eu estiver

feliz, ento eu celebrarei, ou Quando

eu estiver infeliz, eu no celebrarei. A

celebrao incondicional; eu celebro a

vida. Ela trs infelicidade timo, eu a

celebro. Ela trs felicidade timo, eu a

celebro. A celebrao minha atitude,

no condicionada a aquilo que a vida

trs. Mas um problema surge, porque

sempre que eu uso palavras, essas

palavras tm conotaes em sua mente.

Quando eu digo celebre, voc acha que

preciso estar feliz.

Como se pode celebrar quando se est

triste? Eu no estou dizendo que

preciso estar feliz para celebrar.

Celebrao gratido por tudo que a

vida lhe d, o quer que Deus lhe d.

Celebrao uma gratido, um

reconhecimento. Acho que j lhe contei,

mas vou lhe contar de novo...

Um mstico sufi, muito pobre, estava

faminto, rejeitado e cansado da jornada

que fazia... Ele chegou a uma aldeia

noite e ningum quis aceita-lo. A aldeia

pertencia a pessoas ortodoxas, e

muulmanos ortodoxos so muito difceis

de serem persuadidos.

No lhe dariam nem mesmo abrigo na

aldeia. A noite estava fria e ele estava

faminto, cansado, com pouca roupa e

tremendo de frio. Ele sentou-se fora da

aldeia sob uma rvore. Seus discpulos

sentaram-se com ele, profundamente

tristes, deprimidos e at mesmo com

raiva.

E ento ele comeou a orar, e disse a

Deus: Voc maravilhoso! Sempre me

d aquilo que preciso. Isso foi demais.

Um discpulo disse: Espere, agora voc

est indo longe demais, particularmente

nessa noite. Essas palavras so falsas.

Estamos com fome, cansados, sem roupa

e uma noite fria se aproxima. H animais

selvagens por todo o lado, fomos

rejeitados pela aldeia e estamos sem

abrigo. Por que voc est agradecendo a

Deus? O que voc quer dizer com voc

sempre me d tudo aquilo que eu

preciso?

O mstico disse: Sim, eu repito

novamente. Deus me d tudo aquilo que

eu preciso. Esta noite eu preciso de

pobreza, esta noite eu preciso ser

rejeitado, esta noite eu preciso estar

faminto, em perigo.

Do contrario, por que Ele me daria isso?


Isso deve ser necessrio. necessrio e

eu devo ser agradecido. Ele cuida de

minhas necessidades de uma maneira

to bonita. Ele realmente maravilhoso!

Essa uma atitude que no est

condicionada a situao. A situao no

relevante. Celebre, seja qual for a

situao. Se voc est triste, ento

celebre por estar triste.

Tente isso.

Apenas faa uma tentativa e voc ficar

surpreso acontece. Voc est triste?

ento comece a danar porque a tristeza

to linda, uma flor silenciosa do ser!

Dance, divirta-se e de repente voc vai

sentir que a tristeza est desaparecendo,

que uma distancia criada. Pouco a

pouco voc esquecer da tristeza e

estar celebrando.

Voc transformou a energia. Isso

alquimia, elevar o material mais bsico

em ouro, o mais elevado. Tristeza, raiva,

cime metais bsicos podem ser

transformados em ouro porque so

constitudos do mesmo elemento que o

ouro. No existe diferena entre o ouro e

o ferro, porque eles tm os mesmos

constituintes, os mesmos eltrons. Voc

j pensou que o maior diamante do

mundo e um pedao de carvo so a

mesma coisa? No existe diferena entre

eles. De fato, o carvo foi submetido a

presso durante milhes de anos e se

tornou um diamante.

Apenas uma diferena de presso, mas

ambos so carbono, so constitudos do

mesmo elemento.

Mas quando voc est com raiva, voc

no consegue pensar em danar. Quando

voc est triste, no consegue pensar

em cantar.

Por que no fazer de sua tristeza uma

cano? Cante, toque sua flauta.

No comeo suas notas sero tristes, mas

no h nada de errado com uma nota

triste. Voc j ouviu algumas vezes, a

tarde, quando o sol est, queimando de

calor, tudo em chamas ao redor e de

repente, de um bosque de mangueiras

voc ouve um cuco que se pe a cantar?

No inicio a nota triste.

Ela chama seu amante, seu amado,

numa tarde quente.

Tudo em volta est em chamas; e ela

deseja ardentemente o amor.

Uma nota muito triste, mas de grande

beleza. Pouco a pouco a nota triste vai se

transformando numa nota alegre.

O amante comea a responder de outro

bosque. Agora no uma tarde quente,

tudo est serenando dentro do corao.


Agora a nota diferente, quando o

amante responde, tudo diferente, tudo

se transforma. uma transformao

alqumica.

Voc est triste? comece a cantar, a

orar, a danar. Tudo o que voc puder

fazer, faa; e pouco a pouco o metal

bsico se transforma num metal superior

o ouro. Uma vez que voc conhea a

chave, sua vida nunca voltar a ser a

mesma. Voc pode abrir qualquer porta.

E esta a chave mestra: celebre tudo.

Eu ouvi falar de trs msticos chineses.

Ningum sabe seus nomes.

Eles so conhecidos como os Trs Santos

Risonhos, porque nunca fizeram nada

alm disso: simplesmente davam

gargalhadas...

Eles iam de uma vila para outra rindo...

Eles ficavam no mercado e o mercado

dava boas gargalhadas...

O mercado inteiro se acercava.

Todos vinham, as lojas fechavam e os

fregueses esqueciam a razo pela qual

tinham vindo.

Esses trs eram realmente lindos dando

gargalhadas, e as suas barrigas

sacudindo.

E isto se tornava contagioso, outros

comeavam a dar gargalhadas.

E logo o mercado inteiro estava s

gargalhadas.

Eles haviam transformado a qualidade do

mercado.

E se algum falasse digam alguma coisa

para ns, eles diriam ns no temos

nada a dizer. Ns simplesmente rimos e

transformamos a qualidade.

Onde h apenas alguns momentos havia

um lugar feio, onde as pessoas

pensavam exclusivamente no dinheiro

desejando dinheiro, gananciosos, o

dinheiro dominando o ambiente esses

trs loucos apareciam e davam

gargalhadas e transformavam a energia

de todo o mercado.

Agora ningum era fregus.

Agora todos haviam esquecido que

tinham vindo para comprar e vender.

Ningum se preocupava com a ganncia.

Todos estavam dando gargalhadas e

danando em volta desses trs malucos.

Por alguns segundos, um novo mundo se

abria.


Eles percorreram toda a China. De um

lugar para o outro, de uma aldeia para a

outra, simplesmente ajudando as

pessoas raivosas. Pessoas gananciosas

pessoas invejosas: todas se punham a rir

com eles. E muitas perceberam a chave

voc capaz de transformar.

Ento, em uma aldeia um deles morreu.

Os aldees reuniram-se e disseram:

Agora vai haver problemas. Agora

vamos ver se eles vo continuar a rir.

O amigo deles morreu; eles devem

chorar. Mas quando foram v-los,

encontraram os dois danando, rindo e

celebrando a morte.

As pessoas da aldeia disseram: Isso j

demais. Isso no se faz. Quando um

homem est morto, rir e danar um

sacrilgio.

Eles disseram: Vocs no sabem o que

aconteceu! Todos ns trs estivemos

sempre nos perguntando quem morreria

primeiro. Este homem venceu; ns fomos

derrotados. A vida inteira vivemos junto

com ele. Como podemos lhe dar o ltimo

adeus de outra maneira? Temos que rir,

temos que nos divertir, temos que

celebrar. Esta a nica despedida para

um homem que esteve rindo a vida

inteira. E se no dermos gargalhadas, ele

rir de ns e pensar: Seus tolos! Ento

vocs caram novamente na armadilha?

nos no achamos que ele esteja morto.

Como pode o riso morrer? Como pode a

vida morrer? O riso eterno, a vida

eterna, a celebrao continua. Os atores

mudam, mas o drama continua.

As ondas mudam, mas o oceano

continua. Voc d risadas, voc muda, e

uma outra pessoa vai rir, mas a risada

continua. Voc celebra, uma outra

pessoa celebra, mas a celebrao

continua. A existncia contnua, um

continuum; nela no existe um nico

momento de intervalo, mas as pessoas

da aldeia no puderam entender, e desta

vez no puderam participar do riso.

Ento, o corpo estava prestes a ser

queimado e os aldees disseram: Vamos

lhe dar um banho como manda o ritual.

Mas os dois amigos disseram: No,

nosso amigo disse: No realizem ritual

algum, e no troquem minhas roupas,

simplesmente me ponham na pira do

jeito que eu estiver. Temos que seguir

suas instrues.


E ento, de repente, se deu um grande

acontecimento. Ao colocaram o corpo no

fogo, aquele velho fez seu ltimo truque.

Ele tinha escondido muitos fogos de

artifcio debaixo das roupas e, de

repente, houve um Diwali! Ento toda

aldeia comeou a danar. No era uma

morte, era uma nova vida.

Nenhuma morte morte, porque toda a

morte abre uma nova porta ela um

comeo. No existe fim para a vida,

existe sempre um novo comeo, uma

ressurreio.

Se voc transformar sua tristeza em

celebrao, voc ser capaz tambm de

transformar sua morte em ressurreio.

Assim, aprenda a arte enquanto h

tempo. No deixe a morte chegar antes

de voc ter aprendido a alquimia secreta

de transformar metais bsicos em metais

superiores.

Porque se voc pode transformar a

tristeza, voc pode transformar a morte.

Se voc puder estar celebrando,

incondicionalmente, ento, quando a

morte chegar, voc ser capaz de ir,

voc ser capaz de celebrar, voc partir

feliz. E quando voc capaz de ir

celebrando, a morte no pode mata-lo.

Pelo contrrio, voc matou a morte. Mas

comece, faa uma tentativa.

O que h a perder?


O homem nasceu para se realizar na

vida, mas tudo depende dele.

Ele pode no alcanar. Pode continuar

respirando, pode continuar comendo,

pode continuar envelhecendo, pode

continuar indo em direo sepultura

mas isso no vida. Isso uma morte

gradativa, do bero sepultura, uma

morte gradual ao longo de setenta anos.

E porque milhes de pessoas que o

cercam esto morrendo essa morte

gradual, lenta, voc tambm comea a

imita-los. As crianas aprendem tudo

com as pessoas que os cercam, e ns

estamos cercados pelos mortos.

Assim, primeiro temos que entender o

que quero dizer com vida.

A vida no dede ser simplesmente um

amanhecer. A vida deve ser um crescer.

E trata-se de duas coisas diferentes.

Qualquer animal capaz de envelhecer.

Mas crescer um privilgio dos seres

humanos. Apenas poucos reivindicam

esse direito. Crescer significa penetrar, a

cada momento mais profundamente, nos

princpios da vida; significa ir se

afastando da morte e no ir em direo

a morte.

pecado pecado pecado pecado pecado no gozarno gozarno gozarno gozarno gozar

a vidaa vidaa vidaa vidaa vidaAmado Mestre,

Por favor, explique-nos a arte deviver.


Quanto mais fundo voc for na vida, mais

perceber a imortalidade dentro de si

voc est afastando a morte; nada mais

do que trocar de roupa ou de casa,

trocar de forma nada morre, nada pode

morrer.

A morte a maior iluso que existe. Para

crescer, apenas observe uma rvore.

medida que a rvore cresce, suas razes

se aprofundam. Existe um equilbrio:

quanto mais alto a rvore cresce, mais

profundamente suas razes crescero.

Voc no pode ter uma rvore de 50

metros de altura com razes pequenas;

elas no poderiam sustentar uma rvore

to imensa. Na vida, crescer significa

aprofundar-se dentro de si mesmo a

que suas razes se encontram.

Para mim, o principio fundamental da

vida meditao.

Tudo mais vem em segundo plano.

E a infncia a melhor poca. medida

que voc envelhece e isso significa que

voc est se aproximando da morte fica

mais difcil entra em meditao.

Meditao significa melhorar na sua

imortalidade, mergulhar na sua

eternidade, mergulhar na sua divindade.

E a criana a pessoa mais qualificada,

porque ainda no foi contaminada pelo

conhecimento, pela religio, pela

educao e por todo tipo de lixo.

Ela inocente. Mas, infelizmente, sua

inocncia est sendo condenada como

ignorncia. Ignorncia e inocncia tm

uma certa semelhana, mas no so a

mesma coisa.

A ignorncia tambm um estado de

no saber, tal qual a inocncia. Mas

tambm existe uma grande diferena,

que tem sido esquecida por toda a

humanidade at agora.

A inocncia inculta mas tambm ela

no tem o desejo de ser culta.

Ela est absolutamente satisfeita,

preenchida.

Uma criana pequena no tem ambies,

no tem desejos. Ela est absorvida pelo

momento um pssaro voando prende

sua ateno totalmente; apenas uma

simples borboleta, suas lindas cores, e a

criana fica encantada; o arco-ris no cu

e ela no pode conceber nada mais

significativo, mais rico do que este arco-

ris. E a noite cheia de estrelas, infinitas

estrelas...

A inocncia rica, plena, pura.


A ignorncia pobre, um mendigo ela

quer isso, quer aquilo, quer ser culta,

quer ser respeitvel, quer ser poderosa.

A ignorncia se move pelo caminho do

desejo.

A inocncia o estado livre de desejos.

Mas, porque ambas no possuem

conhecimento, sempre estivemos

confusos a respeito de suas naturezas.

Estivemos supondo que ambas so a

mesma coisa.

O primeiro passo na arte de viver ser

criar uma divisria entre ignorncia e

inocncia. A inocncia tem que ser

amparada, protegida, porque a criana

trouxe consigo o maior dos tesouros, o

tesouro que o sbio encontra depois de

rduos esforos. Os sbios dizem que se

tornaram crianas de novo, que

renasceram. E na ndia, o verdadeiro

brmane, o verdadeiro conhecedor

chama a si mesmo de dwidj, nascido

duas vezes.

Por que nascido duas vezes?

O que aconteceu com o primeiro

nascimento? Qual a necessidade do

segundo nascimento?

O que ele vai ganhar com o segundo

nascimento? Com o segundo nascimento,

ele vai ganhar o que estava disponvel no

primeiro, mas que a sociedade, os pais,

as pessoas que o cercavam, esmagaram,

destruram.

Toda criana est sendo entupida com o

conhecimento.

Sua simplicidade de ser, de alguma

maneira, removida, pois a simplicidade

no ajudar em nada neste mundo

competitivo. Sua simplicidade far com

que o mundo o considere um tolo; sua

inocncia ser explorada de todas as

maneiras possveis.

Com medo da sociedade, com medo do

mundo que ns criamos, tentamos tornar

as crianas espertas, astutas,

instrudas para que estejam na

categoria dos poderosos, no da dos

oprimidos e dos sem-poder.

E uma vez que uma criana comea a

crescer na direo errada, ela vai

continuar a percorrer esse caminho

toda sua vida passa a se mover nessa

direo.

Quando voc chegar a entender que

perdeu sua vida, o primeiro princpio a

ser trazido de volta a inocncia.


Abandone o seu conhecimento, esquea

suas escrituras, esquea suas religies,

suas teologias, suas filosofias. Volte a

nascer, torne-se inocente e isso est

em suas mos. Limpe sua mente de tudo

que no seu conhecimento prprio, de

tudo que emprestado, de tudo que veio

atravs da tradio, dos costumes, se

tudo o que foi dado a voc pelos outros

pais, professores, universidades.

Simplesmente livre-se de tudo isso.

Volte a ser simples, seja uma criana

novamente.

E este milagre possvel atravs da

meditao.

A meditao simplesmente um

estranho mtodo cirrgico que remove

tudo aquilo que no seu e preserva

somente aquilo que seu autentico ser.

Ela queima tudo mais e o pe de p, nu,

sozinho, ao sol, ao vento. como se voc

fosse o primeiro homem a pousar na face

da Terra no conhece nada, que deve

descobrir tudo, que deve se tornar um

buscador, que deve partir numa

peregrinao. O segundo principio a

peregrinao. A vida deve ser uma busca

no um desejo, mas uma procura; uma

ambio para se tornar isso ou aquilo, o

presidente de um pas ou um

primeiroministro, mas uma busca para

descobrir quem sou eu?

muito estranho que as pessoas no

saibam que no saibam quem elas so

estejam tentando se tornar algum. Elas

nem ao menos sabem quem so neste

exato momento. Elas nem conhecem o

seu prprio ser mas tem o objetivo de

vir a ser. Vir a ser uma doena da

alma.

O ser voc.

E descobrir o seu ser o comeo da vida.

Ento cada momento trs uma nova

alegria, uma nova descoberta. Um novo

mistrio abre suas portas, um novo amor

comea a crescer em voc uma nova

compaixo, que voc nunca sentiu antes,

uma nova sensibilidade para a beleza,

para a bondade.

Voc to sensvel que at mesmo a

menor folha de grama possa ter uma

imensa importncia para voc. Sua

sensibilidade deixa claro que a menor

folha de grama to importante para a

existncia quanto a maior estrela. Sem

essa folha de grama, a existncia seria

menos do que ela .


E essa folha de grama nica,

insubstituvel, ela tem sua prpria

individualidade.

E essa sensibilidade criar novas

amizades para voc amizade com as

rvores, com os pssaros, com os

animais, com as montanhas, com os rios,

com os oceanos, com as estrelas. A vida

se torna mais rica na medida em que o

amor cresce, em que a amizade cresce.

Houve um lindo incidente na vida de So

Francisco. Ele estava para morrer, e ele

havia sempre viajado montado num

burro, de um lugar para outro

compartilhando suas experincias. Todos

os seus discpulos se reuniam para ouvir

suas ultimas palavras. As ultimas

palavras de um homem so sempre as

mais significativas que ele j falou,

porque elas contem toda a experincia

de sua vida. Mas os discpulos no

puderam acreditar no que ouviram...

So Francisco no se dirigiu aos seus

discpulos, ele se dirigiu ao burro.

Ele disse: Irmo, eu estou imensamente

grato a voc. Voc tem me carregado de

um lugar ao outro sem reclamar, sem

jamais resmungar.

Antes de deixar este mundo, meu nico

desejo ser perdoado por voc; no fui

humano com voc.

Essas foram as ultimas palavras de So

Francisco. Uma imensa sensibilidade;

dizer para um burro Irmo burro e

pedir-lhe perdo.

medida que voc se torna mais

sensvel, a vida vai ficando maior. A vida

um pequeno lago, ela se torna

ocenica. No fica limitada a voc, e a

sua esposa e as suas crianas ela no

tem limite algum.

Toda essa existncia se torna sua famlia

e, ao menos que toda existncia passe a

ser sua famlia, voc no conheceu o que

a vida - porque nenhum homem uma

ilha, todos estamos relacionados. Somos

um vasto continente, ligados de milhes

de maneiras. E se nossos coraes no

estiverem cheios de amor pelo todo,

nossa vida se torna menor na mesma

proporo.

A meditao lhe trar sensibilidade, uma

profunda sensao de pertencer ao

mundo. Este mundo nos pertence, as

estrelas nos pertencem; ns no somos

estrangeiros aqui.


Ns pertencemos intrinsecamente

existncia. Ns somos parte da

existncia, somos o seu corao.

Em segundo lugar, a meditao lhe trar

um grande silencio porque todo o lixo

da existncia se foi. Os pensamentos que

so parte desse conhecimento tambm

se foram... um imenso silencio, e voc

fica surpreso: este silencio a nica

musica que existe.

Toda a musica um esforo para

expressar, de alguma forma, este

silencio. Os homens de viso, do oriente

antigo, foram muito enfticos em um

ponto: todas as grandes artes msica,

poesia, pintura, dana, escultura todas

nascem da meditao. So um esforo

para, de alguma forma, trazer o que no

pode ser conhecido, para aqueles que

no esto prontos para ir em

peregrinao so ddivas para aqueles

que no esto prontos para a

peregrinao. Talvez uma musica possa

despertar o desejo de ir em busca da

fonte, talvez uma esttua...

Da prxima vez que voc entrar em um

templo de Buda ou de Mahavira, sente-se

em silncio, observe a estatua, porque

ela foi feita de tal maneira, com tais

propores que, se voc a observar ser

tomado pelo silencio. uma estatua de

meditao, nada tem a ver com Gautama

Buda ou Mahavira.

por isso que aquelas esttuas so

semelhantes Mahavira, Buda,

Neminata, Adinata... Vinte e quatro

teerthankaras dos jainas... no mesmo

templo voc achar vinte e quatro

esttuas exatamente iguais.

Na minha infncia, eu costumava

perguntar ao meu pai: Voc pode me

explicar como possvel vinte e quatro

pessoas exatamente iguais? o mesmo

tamanho, o mesmo nariz, o mesmo rosto,

o mesmo corpo...

E ele costumava dizer: Eu no sei. Eu

prprio estou sempre intrigado por no

existir nem mesmo uma pequena

diferena. Nunca se ouviu falar disso no

mundo no existem nem mesmo duas

pessoas que sejam iguais, o quer dizer

vinte e quatro?

Mas quando minha meditao floresceu,

encontrei a resposta no de uma outra

pessoa, eu encontrei a resposta: essas

estatuas no tem nada a ver com

pessoas.


Essas estatuas tem a ver com o que

estava acontecendo com essas vinte e

quatro pessoas era exatamente a mesma

coisas.

E no temos nos preocupado com o

exterior; temos enfatizado que somente

o interior deveria merecer ateno. O

exterior no importante.

Algum jovem, algum velho, algum

preto, algum branco, algum

homem, algum mulher isso no

importa que dentro, existe um oceano

de silencio. Neste estado ocenico, o

corpo assume uma determinada postura.

Voc mesmo j presenciou isso, mas no

estava alerta.

Quando est com raiva, voc j

observou? seu corpo assume uma

determinada postura.

Na raiva voc incapaz se manter suas

mos abertas, na raiva voc cerra os

punhos. Na raiva voc no pode sorrir

ou pode? Com uma certa emoo, o

corpo tem que assumir uma determinada

postura.

Essas pequenas coisas esto

profundamente relacionadas com a

interioridade.

Assim estas estatuas so feitas de tal

maneira que, se voc simplesmente se

senta em silencio e observa , e ento

fecha os olhos, o negativo da imagem

entra em seu corpo e voc comea a

sentir algo que nunca sentiu antes.

Essas esttuas e templos no foram

construdos para se adorao, eles foram

construdos para se experienciar. So

laboratrios cientficos.

Nada tem a ver com religio.

Uma determinada cincia secreta foi

usada, por sculos, para que as geraes

seguintes entrassem em contato com as

experincias das geraes anteriores

no atravs de livros, no atravs de

palavras, mas atravs de algo que vai

mais fundo atravs do seu silncio,

atravs da meditao, atravs da paz.

Quando seu silencio cresce, sua

afabilidade e seu amor crescem da

mesma forma tambm; sua vida se torna,

a cada momento, uma dana, uma

alegria, uma celebrao.

Voc pode ouvir os fogos de artifcio l

fora? Voc pensou no porqu de, em todo

mundo, em toda cultura, em toda

sociedade, existirem alguns dias do ano

para celebrao?


Esses poucos dias de celebrao so

apenas uma compensao porque essas

sociedades tiraram toda a celebrao de

sua vida, e, se nada dado a voc em

compensao, sua vida pode se tornar

um perigo para a cultura.

Toda cultura precisa lhe dar alguma

compensao, para que voc no se sinta

totalmente perdido na infelicidade,

tristeza. Mas essas compensaes so

falsas. Esses fogos de artifcio e essas

luzes l fora no podem faz-lo regozijar-se.

So somente para as crianas; para mim

so apenas uma amolao. Mas no seu

mundo interior pode haver luzes,

melodia, alegria continuamente.

Lembre-se sempre de que a sociedade

vai lhe dar compensaes quando sentir

que parte reprimida pode explodir em

uma situao perigosa, se no for

compensada. A sociedade sempre

encontra alguma maneira de permitir

que voc libere o que est reprimido,

mas isso no verdadeira celebrao, e

no pode ser.

A verdadeira celebrao deveria brotar

de sua vida, em sua vida. A verdadeira

celebrao no pode acontecer de

acordo com o calendrio: no dia primeiro

de novembro voc vai celebrar. Estranho,

o ano inteiro voc infeliz, e, no dia

primeiro de novembro voc, de repente,

sai da infelicidade, esta danando. Ou a

misria era falsa ou o dia primeiro de

novembro falso; ambos no podem ser

verdadeiros.

E uma vez que termine o dia primeiro de

novembro, voc volta ao seu buraco

negro, cada um na sua misria, cada um

est na sua ansiedade.

A vida deveria ser uma celebrao

contnua, um festival de luzes durante

todo o ano. Somente ento voc pode

crescer, voc pode florescer.

Transforme as pequenas coisas em

celebrao.

Por exemplo, no Japo, h a cerimnia do

ch. Em todo o mosteiro Zen, e em toda

a casa que tem condies, existe um

pequeno templo para tomar ch. Ali, o

ch no mais uma coisa ordinria,

profana; eles o transformaram em uma

celebrao. O templo para se tomar ch

construdo de uma determinada

madeira em um lindo jardim, com um

lindo lago, flores por todo o lado...


Os convidados chegam e devem deixar

os sapatos do lado de fora. um templo.

E, ao entrar no templo voc no pode

falar; voc tem que deixar suas idias,

pensamentos e palavras do lado de fora,

com seus sapatos.

Voc se senta numa postura meditativa.

E a anfitri, mulher que prepara o ch

para voc seus movimentos so to

graciosos, como se estivesse danando

ao preparar o ch, colocando o pires e a

xcara na sua frente, como se voc fosse

um deus.

Com um tal respeito... ela o saudar

curvando-se e voc receber a saudao

com o mesmo respeito. O ch

preparado em um samovar especial que

produz lindos sons, uma msica toda

prpria. E isso faz parte da cerimnia;

todos devem ouvir primeiro a musica do

ch. Assim todos ficam em silencio,

ouvindo... pssaros cantando l fora no

jardim, e o samovar... O ch est criando

uma cano prpria. Uma paz ao redor.

Quando o ch est pronto e despejado

na xcara de cada um, voc no deve

toma-lo da maneira que as pessoas o

tomam normalmente. Primeiro voc

sentir o aroma do ch. Voc sorver o

ch em pequenos goles como se ele

viesse do alm; levar tempo, no h

pressa. Talvez algum comece a tocar

flauta ou sitar.

Uma coisa comum apenas um ch e

eles criaram um lindo festival religioso, e

todos saem desta cerimnia nutridos;

frescos, sentindo-se mais jovens, mais

vivos.

E o que pode ser feito com o ch, pode

ser feito com tudo com as roupas, com

a sua comida.

As pessoas esto vivendo quase que

adormecidas.

Toda fazenda, todo tecido, tem

diferentemente, sua prpria beleza,

tem sua prpria textura.

Se voc sensvel, a roupa no serve

apenas para cobrir seu corpo; ento

passa a ser algo que est expressando a

sua individualidade, algo que est

expressando seu gosto, sua cultura,

seu ser.

Tudo que voc faz deveria estar

expressando voc, deveria ter sua

assinatura. Ento a vida se tornaria uma

celebrao continua.


Mesmo que voc adoea e tenha que

ficar de cama, voc far desses

momentos de cama, momentos de

beleza e de alegria, momentos de

relaxamento e repouso, momentos de

meditao, momentos de ouvir msica.

No h necessidade de ficar triste por

estar doente. Voc deveria estar feliz;

todos esto no escritrio trabalhando, e

voc na sua cama como um rei,

relaxando algum est lhe preparando

um ch, o samovar est cantando uma

cano, um amigo se ofereceu para vir

trocar flauta para voc... Essas coisas so

mais importantes do que qualquer

remdio.

Quando estiver doente, chame um

mdico. Mas, mais importante, chame

aqueles que o amam, porque no existe

remdio mais importante que o amor.

Chame aqueles que podem criar beleza,

msica, poesia em volta de voc porque

no existe nada que cure como uma

atmosfera de celebrao.

O remdio a forma mais baixa de

tratamento. Mas parece que esquecemos

tudo; assim temos que depender de

remdios e ficar mal-humorados e tristes

como se estivesse sentindo falta de

alguma alegria que pudesse ter no

escritrio! No escritrio voc era

miservel apenas um dia de folga, e

voc se apega ate mesmo a infelicidade;

no quer abrir mo dela.

Faa tudo de uma maneira criativa: o pior

faa melhor isso o que eu chamo de

a arte.

E se um homem viveu toda sua vida

fazendo de cada fase, algo belo, amoroso

e feliz... um amor, uma alegria,

naturalmente a sua morte ser um ponto

culminante de empenho de toda a sua

vida.

Os ltimos toques... Sua morte no ser

feia como normalmente acontece, todos

os dias com todo mundo. Se a morte no

tem beleza, significa que toda sua vida

foi um desperdcio. A morte deveria ser

uma tranqila aceitao, um amoroso

mergulho no desconhecido, um alegre

adeus aos velhos amigos, ao velho

mundo. No deveria existir nenhuma

tragdia na morte.

Um mestre zen, Lin Chi, estava

morrendo. Milhares de discpulos haviam

se reunido para ouvir o ultimo sermo,

mas Lin Chi estava simplesmente deitado

feliz, sorridente, e sem dizer uma nica

palavra.


Vendo que ele estava para morrer e que

no dizia uma nica palavra, algum

lembrou Lin Chi um velho amigo, ele

prprio um mestre...

Ele no era um discpulo de Lin Chi, por

isso pode dizer-lhe: Lin Chi, voc

esqueceu que precisa dizer suas ultimas

palavras? Eu sempre disse que voc no

tem memria. Voc est morrendo...

voc esqueceu?

Lin Chi apenas disse: Apenas oua. E

dois esquilos estavam correndo e

guinchando no telhado.

Ele disse: Que lindo e morreu.

Por um momento, quando ele disse

apenas oua... fez-se um silencio

absoluto.

Todos pensaram que ele ia dizer algo

grandioso, mas... Apenas dois esquilos

brigando, guinchando, correndo pelo

telhado. E ele sorriu e morreu... Mas deu

sua ltima mensagem: no torne as

coisas pequenas ou grandes, triviais ou

importantes.

Tudo importante. Neste momento a

morte de Lin Chi to importante quanto

os dois esquilos correndo no telhado, no

existe diferena. Na existncia, tudo

igual. Essa era toda a sua filosofia, o

ensinamento de toda a sua vida no

existe nada que seja grande e no existe

nada que seja pequeno; tudo depende de

voc; tudo depende de voc, tudo

depende da sua postura.

Comece com a meditao, e coisas iro

continuar crescendo em voc silencio,

serenidade, alegria, sensibilidade. E tudo

o que brotar da meditao, tente traz-lo

para a vida. Compartilhe-o, porque tudo

o que compartilhado cresce

rapidamente.

E quando tiver alcanado o momento da

morte, saber que no existe morte.

Voc pode dizer adeus, mas no h

necessidade de lgrimas de tristeza

talvez lgrimas de alegria, mas no de

tristeza.

Mas voc tem que comear sendo

inocente. Ento, primeiro jogue fora todo

o lixo e a gente se pergunta para que?

Apenas porque as pessoas tm lhe dito

que estas so grandes idias, grandes

princpios...

Voc no tem sido inteligente consigo

mesmo.


A vida muito simples, uma dana

alegre. E toda a terra pode ficar cheia de

alegria, cheia de dana, mas existem

pessoas que esto seriamente fixadas

nos seus interesses, segundo os quais

ningum deve gozar a vida, ningum

deve sorrir, que a vida um pecado, a

vida uma punio. Como voc pode ser

feliz quando existe esse clima que a vida

uma punio? que voc est sofrendo

porque fez coisas erradas, que a vida

um tipo de priso na qual voc foi jogado

para sofrer?

Eu lhes digo que a vida no uma priso,

no uma punio. A vida uma

recompensa, e dada apenas a aqueles

que merecem, aqueles que so dignos.

Agora eu sei goza-la direito; ser um

pecado se voc no gozar.

Ser contra a existncia se voc no a

embelezar, se voc no deixar

exatamente tal como a encontrou.

No; deixe-a um pouco mais feliz, um

pouco mais bela, um pouco mais

perfumada.


A vida um mistrio, e nem sempre

possvel encontrar explicaes para o

que est acontecendo com voc e

porque est acontecendo.

Em primeiro lugar, porque voc est no

mundo no existe resposta para isso.

Porque o amor repentinamente surge em

voc?

No existe uma resposta racional para

isso. Por que a rosa lhe parece bonita

voc no pode explicar.

Voc est dizendo:

Eu fui atrado para sua comuna como

um im, sem entender porque me

encontrava l.

Ningum entende isso. Voc acha que

todas essas pessoas entendem por que

esto aqui?

Voc acha que eu sei porque estou aqui?

No mximo isso tudo o que se pode ser

dito: eu estou aqui por c

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Vida+Amor+&+Riso+(OSHO)