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CONTRAPONTO JORNAL ELETRÔNICO DA ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT ANO 2 MAIO DE 2007 8ªEdição Legenda: Jornal Eletrônico da Associação dos Ex-Alunos do I B C. # Patrocinadores: XXXX # Editoração eletrônica: Gilka Fonseca Distribuição: gratuita # CONTATOS: Telefone: (0XX21) 2551-2833 Correspondência: Rua Marquês de Abrantes 168 Apto. 203 - Bloco A CEP: 22230-061 Rio de Janeiro – RJ e-mail: [email protected] Site: www.exaluibc .notlong.com # EDITOR RESPONSÁVEL: VALDENITO DE SOUZA e-mail: [email protected] EDITA E SOLICITA DIFUSÃO NA INTERNET.

exaluibc.org.brexaluibc.org.br/contraponto/contraponto_05_2007.doc · Web viewEm 1931, passava ele por Guaratinguetá-SP, realizando recitais, quando conheceu o rapaz Dilermando Reis,

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CONTRAPONTO

JORNAL ELETRNICO DA ASSOCIAO DOS EX-ALUNOS DO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT

ANO 2

MAIO DE 2007

8Edio

Legenda: Jornal Eletrnico da Associao dos Ex-Alunos do I B C.

# Patrocinadores:

XXXX

# Editorao eletrnica: Gilka Fonseca

Distribuio: gratuita

# CONTATOS:

Telefone: (0XX21) 2551-2833

Correspondncia: Rua Marqus de Abrantes 168 Apto. 203 - Bloco A

CEP: 22230-061 Rio de Janeiro RJ

e-mail: [email protected]

Site: www.exaluibc.notlong.com

# EDITOR RESPONSVEL: VALDENITO DE SOUZA

e-mail: [email protected]

EDITA E SOLICITA DIFUSO NA INTERNET.

SUMRIO

1. EDITORIAL: NEM ESTILINGUE NEM VIDRAA

2.A DIRETORIA EM AO: FALA PRESIDENTE

3.O I B C EM FOCO # PAULO ROBERTO DA COSTA: O VIOLONISTA LEVINO ALBANO DA CONCEIO (TERCEIRA PARTE)

4.DV EM DESTAQUE# JOS WALTER FIGUEREDO: NOTCIAS

5.DE LHO NA LEI #DULAVIM DE OLIVEIRA: SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ()STF) REALIZA AUDINCIA PBLICA SOBRE CLULAS-TRONCO

6.TRIBUNA EDUCACIONAL # SALETE SEMITELA: E o Sistema Ensino/Aprendizagem, como vai?

7.ANTENA POLTICA # HERCEN HILDEBRANDT: Uma grande preocupao

8.ETIQUETA # RITA OLIVEIRA:Eti-qu?!

9.PERSONA# IVONET SANTOS:Entrevista do Cludio Panoeiro Advogado da Unio e Vice-presidente da Associao dos ex-alunos do InstitutoBenjamin Constant

10.DV-INFO # CLEVERSON CASARIN ULIANA: NVDA, um novo candidato a rei

11. O DV E A MDIA # VALDENITO DE SOUZA:

- Prottipo de livro eletrnico para cegos vence Imagine Cup 2007

- Jovens brasileiros vo representar o pas na Imagine Cup

- Rob traduz braille online

- Rita Lee (entrevista)

12.REENCONTRO # : DOV MILRAD E DIMARANJE MORAES(DIDI)

13.TIRANDO DE LETRA #: -OS BALES E OS SONHOS(LOTHAR BAZANELA)

FALANDO DE CARA (LENIRO ALVES)

14.BENGALA DE FOGO #: (O HUMOR NO CONTEXTO TIFLOLOGICO)

15.SADE OCULAR #: O Dia do Oftalmologista

HOB leva experincia brasileira ao Congresso de San Diego

16.CLASSIFICADOS CONTRAPONTO #: Vende-se Notebook da marca HP/Compaq

17. FALE COM O CONTRAPONTO#: Cartas dos leitores.

[ EDITORIAL]

Nem estiling, nem vidraa.

Finalmente chegamos ao fim do processo eleitoral, na Associao dos Ex-Alunos do IBC. Em manifestaes anteriores, chegamos a expressar uma expectativa de apreenso, em face do quadro apresentado, poucas semanas antes do pleito, do alto grau de desmobilizao e aparente desinteresse pelos destinos da nossa entidade. Contudo nos ltimos dias de prazo estabelecido pela Comisso Eleitoral para a inscrio de chapas para a Diretoria Executiva, tivemos a inscrio de duas chapas, ao contrrio do que se previa. Tal acontecimento foi altamente benfico, j que essa disputa democrtica, contribuiu certamente para o fortalecimento da nossa Associao, legitimando assim, a nossa representatividade junto ao segmento, em todos os frus, nos quais seja exigida a nossa participao e interveno.

Eleitos por aclamao, so igualmente importantes, os Conselhos, Deliberativo e Fiscal, que cumpriro o papel de acompanhar, subsidiar, fiscalizar e estimular o trabalho da Diretoria Executiva, em favor do associado como um todo, bem como do segmento, no enfrentamento de questes especficas de seu interesse.

sabido que h uma grande expectativa dos associados, quanto capacidade realizadora da nova Diretoria recm empossada para o binio 2007-2009; compreensvel. Noentanto, a imensa responsabilidade do trabalho a ser executado, implica necessariamente na participao de todos os associados, independente de ocupao eventual de cargos na Diretoria ou nos Conselhos, com cobranas conseqentes, e com idias viveis. Compartilhar as realizaes vitoriosas, e os empreendimentos menos exitosos da Associao, o caminho para fortalec-la e consolid-la. Para tanto, temos que romper o crculo vicioso, baseado na idia de que o Ex-Aluno no se associa por que a Associao no lhe oferece nada que o atraia; e por outro lado a Diretoria no descobre meios de se aproximar do Ex-Aluno, seu potencial associado, mantendo-o informado dos feitos e eventos da nossa Associao, que para grande parcela do segmento, supostamente nada faz. No podemos permanecer nesse empace por longo tempo, sob pena de alimentarmos o marasmo e chegarmos ao final do nosso tempo de gesto, com o mesmo quadro de dvida e apreenso, quanto ao destino e sobrevivncia da Associao.

Vamos esperanosos, rumo ao futuro, em busca de uma maior integrao, e incluindo a todos os associados, indistintamente, em todas as nossas aes, nos campos: das questes de polticas pblicas que nos beneficiem, nas atividades culturais e de lazer, que visem uma maior aproximao entre ns.

[A DIRETORIA EM AO]

# ASSOCIAO DOS EX-ALUNOS DO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT

Companheiros: A nova Diretoria Executiva da Associao dos Ex-Alunos do IBC, empossada no dia 05 de maio, sbado passado, pela manh, como natural, ainda no tomou p da situao, j que os membros da antiga e da nova Diretoria, precisam se encontrar, visando a transio administrativa. Isso ser concludo no incio do ms de junho, quando acontecer a primeira reunio ordinria da nova Diretoria, de acordo com o calendrio j estabelecido por consenso de seus membros.Em princpio, essa reunio obedecer seguinte pauta:

1.Informes;2.ajustes da transio, relativos secretaria;

3.ajustes da transio relativos s questes da tesouraria;

4.Definio de algumas rotinas de trabalho, visando uma maior aproximao do associado com sua entidade;5.discusso e deliberao sobre as primeiras medidas administrativas e financeiras a serem tomadas, visando facilitar o desempenho da diretoria em favor do associado;

6. composio dos departamentos;

7.preparao de evento comemorativo dos 47 anos da Associao;

8.possvel definio de um calendrio anual de eventos;

9.assuntos gerais.

Na tera, dia 15 de maio est prevista a primeira reunio de Diretoria, em carter extraordinrio, para tratar especificamente de evento da comemorao dos 47 anos de existncia da nossa Associao.

Como se pode verificar, o desempenho eficaz das nossas tarefas, depende de uma estrutura e organizao, mnimas.

De imediato, a nossa inteno a de manter o nosso associado abastecido do mximo de informaes, utilizando o acesso digital j conhecido, seja acessando a nossa lista, seja a nossa pgina, bem como outros recursos disponveis, capazes de atingir o maior nmero possvel de associados reais e potenciais. E nessa linha traada, baseada no direito de toda a coletividade informao, estaremos disponibilizando na nossa pgina, oportunamente, e de forma regular, as smulas das reunies de Diretoria, que registram todas as informaes e decises tomadas, de interesse do associado.

O nosso jornal digital, Contraponto, dirigido de forma impecvel pelo nosso redator e moderador da nossa lista de discusso e coordenador da nossa pgina, recheada de documentos de grande relevncia, o nosso operoso Valdenito, um exemplo vivo dessa nossa preocupao em manter uma estreita relao com o segmento, em especial com o nosso associado.

Pela Diretoria Executiva

Vitor Alberto da Silva Marques

Presidente.

#

[O I B C EM FOCO]

# PAULO ROBERTO DA COSTA

Levino Albano da Conceio parte 3(continuao)

Texto extrado do livro:

Dilermando Reis -- Sua Majestade o Violo -- Vida e Obra

Autor: Gensio Nogueira

***

No ano de 1929, o professor Levino Conceio procurou sensibilizar o povo brasileiro com uma campanha de doaes, para financiar sua ida Europa afim de assistir, em Sevilha (Espanha), uma exposio mundial de novos mtodos cientficos de educao dos cegos. Para isso o artista promoveu um retorno maioria das cidades em que j se apresentara, principalmente as cidades do interior paulista.

Durante essa campanha, o concertista promovia duas categorias de espetculos.

Tocava para a alta sociedade, com preos elevados, e na semana seguinte apresentava o mesmo espetculo com preos populares, para que todos tivessem oportunidade de assistir.

Vou citar somente um dos grandes recitais que o artista promoveu, que foi o da Cidade de Ja- SP. Em Ja, lugar em que sempre foi bem acolhido, foi realizado no dia 06/06/29, no Teatro Rio Branco, o maior espetculo musical de sua histria.

Esse recital foi promovido pela Escola Normal Livre de Ja, com apoio dos clubes danantes. As jovens normalistas deram o nome ao recital de: "Noite do Perfume".

Como demonstrao de seu esprito de bondade, e como prova de que sua preocupao social estava voltada para todos os necessitados, Levino Conceio destinou 40% da renda do concerto ao "Asilo de rfs de Ja", que na ocasio abrigava 41 mocinhas rfs. O "Asilo" era administrado pelas religiosas "Irms de So Jos". Para atrair mais o pblico, a banda municipal executou vrios nmeros no saguo do teatro, sob a regncia do maestro Benedito Moraes.

Foram impressos pequenos cartazes, distribudos por toda a cidade, conclamando a populao a prestigiar o recital. Num desses cartazes lia-se a notcia do recital acompanhado de um artigo sobre os rfos, assinado por Hlio Gomide.

O artigo era dirigido s senhoras. Eis alguns trechos do artigo:

"Festival Beneficente". Ja, julho de 1929.

Senhora:-O exmio violonista cego brasileiro, professor Levino Conceio, organizou para o prximo dia 6, Quinta-feira, no Teatro Rio Branco, um grande concerto popular, a preos reduzidos, embora com programa caprichoso, composto das melhores peas do seu repertrio.

Sero dedicados 40% da renda ao "Asilo de rfs de Ja"- gesto digno por certo dos melhores elogios.

Entretanto, para a realizao desta festa de arte e de caridade, o professor Levino Conceio necessita naturalmente do apoio da famlia jauense; e por isso que ele se dirige a vs, transcrevendo aqui este apelo simples mas sincero.

"rfo: o rfo sempre triste. Ainda mesmo protegido pelos bens da fortuna, rodeado de conforto fsico, assistido pela simpatia e pelo carinho dos que o querem, a tristeza o acompanha sempre. Mesmo a alegria que possa Ter alguma vez; mesmo os risos que lhe aflorem os lbios; mesmo as vitrias que lhe alcanar a vida- que o amor de me todo amor... O amor de pai o amparo, o conselho, a inspirao.

E o rfo, ainda que triunfador na vida, ainda mesmo elevado s mais altas vitrias, sentir sempre, nos momentos de glria maior, a infinita pequenez da sua vida, a estranha nulidade das suas conquistas,- porque lhe faltou o amor de me, que um blsamo, o amor de pai, que guia e proteo".

Hlio Gomide terminou seu artigo convocando as mes. "Deus vos recompensar, me jauense, pelo auxlio que dispensares a este grandioso festival". Aos jovens ele pediu: "Mocidade de Ja, da um pouco do vosso conforto s vossas irms rfs, albergadas no "Asilo Imaculada Conceio" e dirigido pela bondade piedosa das "Irms de So Jos".

Outros recitais foram realizados por diversas cidades, sempre com o comparecimento de grande pblico. Nos programas dos recitais uma nota em forma de pedido, com o seguinte teor:

"O concertista no conta para essa grande e utilssima viagem, com a assistncia dos poderes pblicos mas sim com o auxlio de todos os seus patrcios, de quem est dependendo grande parte do futuro e do bem-estar de milhares de brasileiros infelicitados pela cegueira".

Felizmente, Levino Albano Conceio foi atendido pelo povo, que admirava sua arte e sua obra caridosa, e conseguiu recursos suficientes para financiar-lhe a viagem ao velho mundo. Na Europa, Levino mostrou o talento do artista brasileiro, foi um digno representante cego do Brasil, embora em carter no oficial.

Ao retornar da Europa, Levino Albano Conceio dedicou-se com mais afinco sua obra de ajudar os cegos brasileiros. Sua participao na Exposio Mundial para Cegos proporcionou-lhe mais conhecimentos no campo da pedagogia. Ele queria transmitir toda a experincia adquirida na Europa aos seus colegas. Para conseguir esse objetivo intensificou mais ainda as peregrinaes pelo pas.

(Foto 113) Levino ao lado de amigas colaboradoras, que auxiliaram na divulgao de seu recital, em Ja-SP.

(Foto 114) Levino Conceio ao lado da Miss Corumb, promotora do seu recital naquela cidade, no final da dcada de 30.

Levino Albano Conceio, "O Cego Iluminado", era um predestinado a ajudar as pessoas, cegas ou no. Muitos vieram estudar no Rio de Janeiro, trazidos pelo bondoso Levino.

No bairro de Vila Isabel, no Rio, mora uma professora que tambm deficiente visual, aposentada pelo Instituto Benjamim Constant, natural do Maranho, que perdeu os pais aos nove anos. Levino, passando por So Lus, foi apresentado jovem que, na ocasio, tinha treze anos. Sensibilizado como sempre pela situao da garota, Levino, com muito sacrifcio, trouxe a jovem para o Rio de Janeiro, encaminhando-a para o Instituto. Mais tarde tornou-se padrinho dela.

Essa senhora, D. Maria Lcia, ora com 63 anos, diz emocionada: "Tudo que sou agradeo ao meu padrinho Levino. Sem ele no sei o que seria de mim hoje. Nem sei se estaria viva".

Outro que Levino trouxe para o Instituto foi o ndio Calazans, que ficou conhecido no Benjamim Constant pela capacidade de decorar as coisas, pois no aprendeu a ler. Calazans era natural de Corumb.

Normalmente os cegos que tinham bom aproveitamento nos estudos eram admitidos no quadro de funcionrios do prprio Instituto. De Santa Catarina Levino trouxe o cego Bento Custdio, que com o tempo foi admitido como funcionrio. Os dois tornaram-se grandes amigos.

Bento Custdio morava na Rua Fernandes Guimares, em Botafogo, onde Levino ia muito para tocar em companhia de amigos do Instituto, entre eles o professor Pedro Petrnio, hoje com 85 anos de idade, a quem agradeo por essas informaes.

Em 1931, passava ele por Guaratinguet-SP, realizando recitais, quando conheceu o rapaz Dilermando Reis, que j era considerado o melhor violonista da cidade.

Levino Conceio demostrou interesse em ouv-lo. Para isso marcou encontro onde estava hospedado, e ao ouvir o jovem ficou surpreso com o desenvolvimento do rapaz, mas observou e sentiu que podia ajud-lo muito a melhorar a tcnica. S que, para ajud-lo nesse sentido, o rapaz teria que viajar com ele.

Por ser ainda adolescente e envolvido pelo entusiasmo do garoto, Levino procurou os pais de Dilermando, cumprimentando-os pelo belo filho, um artista perfeito para sua pouca idade. Explicou-lhes que gostaria de aperfeioar o talento do rapaz, prontificando-se a custear todas as despesas do garoto enquanto estivesse em sua companhia. Alm de ensin-lo, ia procurar encaminh-lo para a vida musical. Chico Reis, mediante a euforia do filho, autorizou que Dilermando seguisse com o mestre cego Levino Conceio.

Benedita reis, a me, ficou triste com a deciso do marido, mas Chico Reis procurou confort-la explicando-lhe que a sada de seu filho de Guar na companhia do idneo, humano, competente e famoso professor, no era motivo de tanta preocupao. Chico Reis via no seu ato o futuro do filho, que j vivia para o violo, para a msica.

Acertados todos os detalhes, o garoto Dilermando Reis partiu com Levino. Em menos de 6 meses, o professor j o apresentava em seus recitais como o seu mais brilhante aluno.

Dilermando viajou por dois anos em companhia do professor Levino, aprendendo tudo o que podia. Em 1933, Levino veio para o Rio de Janeiro, trazendo consigo o talentoso aluno. Como j do nosso conhecimento infelizmente, aqui no Rio, tempos depois, houve srios desentendimentos entre ambos, o que veio separar os dois gnios do violo brasileiro.

Dilermando Reis ficou no Rio de Janeiro e o mestre continuou as andanas por todo o Brasil. Em 1938 passou por um longo perodo em seu estado natal, l se apresentou, nos clubes e cinemas de Corumb, Ponta-Por, Campo Grande e Aquidauana. Nesta ocasio, a Prefeitura de Corumb construiu uma escola de msica com o seu nome. Tambm nessa poca exerceu a funo de mestre da banda de msica local. Para se ter idia de quanto viajava o violonista, Levino, no final do ano de 38, exibiu-se em Manaus-AM; viajou pelo Norte e Nordeste, e j em dezembro de 39 estava em Caxamb-MG.

Em Caxamb, realizou um recital de gala no salo do "Palace Hotel", que contou com o apoio do prefeito Sr. Renato M. e Silva. E um grupo de senhoras da alta sociedade, por ato de generosidade, se apresentou voluntariamente para vender os ingressos. O recital aconteceu num sbado s 20:30 horas, dia 23/12/39.

(Foto 115) Vista parcial do Palace Hotel Caxamb, onde Levino tocou e se hospedou.

(Foto 116) Levino Conceio no saguo do Palace Hotel Caxamb, onde se apresentou.

Levino Conceio viveu toda a vida ajudando e sendo ajudado. Muitas vezes ele sehospedava nos melhores hotis, e, quando ia pagar as despesas algum j tinha pago. Por tudo isso Levino sentia-se agradecido.

Perguntado uma vez por sua afilhada Maria Lcia, com se sentia por ter ficado cego, Levino respondeu-lhe que sua cegueira era obra de Deus. "Sou feliz por ser cego; Deus me tirou a viso, mas me deu o Dom musical, com minha msica tenho podido ajudar muita gente. Como v minha falta de viso no faz falta".

Como nem tudo perfeito na vida, no campo sentimental o cego Levino no tinha a mesma sorte que tinha na msica. Sua primeira companheira, Celeste, com quem viveu maritalmente, no final da dcada de 30 deixou-o pelo seu ex-aluno Dilermando Reis.

Aps superar as decepes e o constrangimento decorrentes desse fato, Levino viajou para a sua terra, e tempos depois casou-se com uma moa de nome Augusta, mas viveu com ela pouco tempo. Augusta Albano Conceio no foi bondosa para o esposo cego. Ela o humilhava e maltratava, causando uma situao to constrangedora e insustentvel, afetando a sade e o desempenho artstico de Levino, que ele terminou por separar-se.

Com a separao, diminuiu as atividades e foi morar com a sobrinha por parte de me, Ceclia Coimbra, tratada carinhosamente pela famlia e amigos de "Ceci".

Ceclia tinha muito carinho e admirao pelo tio. Passou a viajar com Levino e administrar seus negcios. Arquivava cuidadosamente todos os recortes de jornais que mencionassem o nome do tio, o mesmo cuidado tendo com os rascunhos de partituras, fotografava os recitais e os passeios do tio. Por ironia do destino Levino Conceio encontrou na sobrinha, o que no tinha encontrado nas outras mulheres de sua vida. O carinhoso cuidado que Ceclia tinha para com Levino terminou por encant-lo, logo ele que sofrera tanto com as companheiras.

Depois de certo tempo j se consideravam casados, e por iniciativa do prprio Levino, tomaram para criar uma menina com trs dias de nascida. Levino e Ceclia registraram legalmente a criana como filha, batizando-a com um nome formado de combinaes feitas pelo professor Levino: Carlota (nome de sua me), Ceclia (companheira), Conceio (seu sobrenome)e Coimbra (sobrenome da sobrinha).

Carlota Ceclia Conceio Coimbra: essa filha adotiva mudou a vida do sofrido Levino Conceio. Antes de adotar Ceclia, o violonista j tinha parado, ou melhor, diminudo as viagens parando definitivamente de viajar no ano de 1950, quando foi admitido como professor titular no Instituto Benjamim Constant, nas cadeiras de violo e bandolim.

Levino Conceio, na dcada de 50, acompanhava a ascenso de seu ex-aluno Dilermando , que brilhava nas paradas de sucessos em 52. Levino sentia-se envaidecido pelo sucesso do ex-aluno, que ele revelara. Ao mesmo tempo retornava ao passado e ficava amargurado pelo que aconteceu entre os dois.

Dilermando pouco falava no ex-professor. Um dia Levino Conceio estava ouvindo um programa de rdio do qual Dilermando participava, e sua afilhada Maria Lcia, que lhe fazia companhia, e ao terminar o nmero do violonista Dilermando, exclamou: "Puxa! Padrinho, como ele toca bem!" E Levino humildemente disse para a afilhada: "... minha filha, ele foi meu aluno".

Maria Lcia no acreditava no que estava ouvindo e respondeu: "mas ele no fala no senhor?" Levino explicou para a jovem afilhada que as coisas da vida eram assim mesmo. "Falando ou no falando, minha filha, ele tem o seu valor".

Levino Albano Conceio contraiu uma lcera gstrica que o deixou muito mal. Por recomendaes mdicas teria que parar de tocar violo, pelo fato talvez de ficar muito tempo sentado. O violonista, que vivera desde os 12 anos tocando o inseparvel violo, ao receber esta notcia disse em tom de desespero: "Meu Deus, estou morto, como vou viver sem poder tocar o meu violo?!"

Levino tinha 1,75 de altura, era mulato, no usava barba nem bigodes. Faleceu no dia 19 de fevereiro de 1955, na Rua Dr. Sardinha, 22, no bairro de Santa Rosa em Niteri, na poca capital do estado do Rio de janeiro. Foi enterrado no Cemitrio de Marui. No atestado de bito de nmero 13944 consta causa mortis "lcera gstrica".

Por coincidncia, tanto Levino como seu ex-aluno Dilermando morreram com 60 anos. Levino Albano Conceio e Dilermando dos Santos Reis foram e jamais deixaro de ser a glria do violo e da msica brasileira.

Certamente os dois, professor e aluno, se reconciliaram e voltaram a ser amigos e esto tocando e compondo l no Reino do Universo.

Diante da grandeza da obra de Levino Albano Conceio, "O Cego Iluminado" pretendo em breve escrever a biografia dessa magistral figura humana. O Brasil precisa conhecer a histria desse que foi o maior instrumentista cego de nosso pas.

Ceclia Coimbra faleceu no ano de 1994, deixando para ns e para o enriquecimento do violo brasileiro todo um acervo musical e informativo sobre Levino Albano Conceio, "O Cego Iluminado", e graas sensibilidade de Carlota Coimbra, a filha adotiva do falecido casal, que guardou por mais de quatro dcadas, com todo carinho, o acervo biogrfico do pai, na esperana que surgisse algum para mostrar quem foi Levino Conceio e o que ele representou para a histria da nossa msica.

Paulo Roberto Costa, de frente para o otimismo e atento aos acontecimentos que envolvem ao nosso querido

Instituto _Benjamin _Constant, IBC, para os mais ntimos!!!

aposto visitem a pgina do Instituto, procurem saber sobre as edies da revista Brasileira.

http://www.ibc.gov.br=Instituto Benjamin Constant

acesse: http://intervox.nce.ufrj.br/~exaluibc

PAULO ROBERTO DA COSTA([email protected])

[ DV EM DESTAQUE]

#JOS WALTER FIGUEREDO

Brasil - Portais do governo sero adaptados para cegos

Os portais do governo federal sero adaptados para acesso por portadores de deficincia visual.

Uma portaria da Secretaria de Logstica e Tecnologia da Informao (SLTI) do Ministrio do Planejamento, publicada na semana passada, traz recomendaes para que todos os 26 mil links do governo federal sejam adaptados ao acesso das mais de 16,5 milhes de pessoas que tm algum tipo de deficincia, em especial os deficientes visuais.

A informao do secretrio Rogrio Santanna, que disse que todos os rgos governamentais devero se adaptar o mais rapidamente possvel s exigncias de acessibilidade para pessoas deficientes.

A secretaria vai fornecer um software, chamado "Silvinha", que foi desenvolvido em conjunto com a organizao no-governamental Acessibilidade Brasil.

Segundo Rogrio Santanna, um tero dos sites dos Ministrios j est preparado para acatar as recomendaes da portaria n 3 do Ministrio do Planejamento, publicada na tera-feira (8), e a expectativa a que a adaptao seja "feita num prazo bastante rpido".

O site brasil.gov.br - e dentro dele o link "redegoverno" , que tem cerca de 195 mil acessos por ms, est sendo desenvolvido pela secretaria desde o incio do primeiro governo do presidente Luiz Incio Lula da Silva. " um site que leva os usurios para os principais endereos eletrnicos do governo, organizado por uma srie de eventos, de modo que uma pessoa que est procurando por um determinado assunto possa se locomover e achar com facilidade aquele assunto no meio de muitas informaes", disse Santanna.

Os acessos mais constantes dos usurios via internet, nos sites do governo, so os servios de previdncia, como processos de aposentadoria, aposentadoria por idade ou aposentadoria especial, reviso ou concesso de benefcios, explicou. E tambm na rea de sade, alm de pedidos de informao sobre a situao de Cadastro de Pessoa Fsica (CPF), outros servios da Receita Federal e compras pblicas, acrescentou.

Rogrio Santanna disse ainda que o aprimoramento dos servios eletrnicos do governo nos ltimos anos "tem proporcionado maior transparncia e eficcia nas aes governamentais e no uso de recursos pblicos, como no caso das compras pblicas, e da declarao do Imposto de Renda".

Segundo o secretrio, um dos maiores avanos do governo eletrnico foi o aumento expressivo das compras pblicas via internet. "No ano passado, 57% das contrataes do governo federal foram feitas via prego eletrnico, o que permitiu uma economia de R$ 1,8 bilho para os cofres pblicos", disse.

Fonte:

http://info.abril.com.br/aberto/infonews/052007/15052007-0.shl

***

Projeto beneficiar portadores de deficincia visual no Brasil

O Projeto Incluso sem Fronteiras, patrocinado pela Petrobras, vai entregar 142 mquinas de escrever em Braille, 2.104 livros didticos, apostilas e manuais, e 852 bengalas para 84 instituies que atendem deficientes visuais nas regies Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Sero 18 estados beneficiados:

Alagoas, Bahia, Esprito Santo, Maranho, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraba, Pernambuco, Piau, Paran, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, So Paulo, Santa Catarina, Tocantins e Roraima, totalizando cerca de 1.300 crianas e jovens.

As solenidades de entrega dos materiais sero realizadas nas cidades de Belo Horizonte (16/05), Recife (23/05) e Porto Alegre (30/05), representando algumas das regies beneficiadas. "O projeto tem como principal objetivo investir em escolas das regies mais carentes do pas, possibilitando a alfabetizao de crianas, jovens e adultos com deficincia visual, para viabilizar sua incluso no mercado de trabalho, na famlia e na sociedade", explica Anamaria Miranda Rodrigues Ballard, gestora do projeto na Companhia.

Distribuio

O projeto, que est na segunda edio patrocinada pela Petrobras, coordenado pela Associao Brasileira de Assistncia ao Deficiente Visual Laramara, localizada em So Paulo.

Segundo o coordenador em Desenvolvimento e Produo da Laramara, Cristiano Gomes, a distribuio das mquinas e materiais pelas regies e instituies escolhidas levou em conta informaes como a faixa etria e nmero de deficientes atendidos em cada uma, a existncia de programas de alfabetizao e locomoo, o nmero de mquinas em funcionamento j existentes nas instituies e os funcionrios capacitados para oper-las, alm do cadastro do CAP (Centro de Apoio Pedaggico).

Na Regio Sul, sero atendidas 29 instituies, com 47 mquinas de escrever em Braille. No Sudeste, 20 instituies iro receber 36 mquinas.

No Nordeste, 21 escolas do Nordeste vo receber 39 mquinas; 11 instituies da Regio Norte vo receber 14 mquinas e, finalmente, a Regio Centro-Oeste ir receber seis mquinas, que sero divididas entre trs instituies. Na primeira edio do projeto Incluso sem Fronteiras, em 2004/2005, foram distribudas 146 mquinas a 75 instituies e escolas no Norte e Nordeste.

No Brasil, 80% das pessoas portadoras de deficincia visual possuem baixo poder aquisitivo. O projeto cria alternativas para que essa situao seja revertida por meio da transformao das condies dos institutos ou colgios j existentes, tornando-os equipados e aptos a admitir e capacitar deficientes visuais.

O Projeto Incluso sem Fronteiras uma das aes do PATE (Programa Avanado de Assistncia e Tratamento a Pessoas Especiais) da Petrobras, que atende pessoas com deficincia, contribuindo para uma sociedade inclusiva.

Fonte:

http://www.monitormercantil.com.br/mostra_noticia.asp?id2=41859&cat2=emp..

Glaucoma - Prognstico Pode Evitar Cegueira

Por Dr. Lencio Queiroz Neto

Sem manifestar nenhum sintoma, a presso dentro do olho comea a subir, lentamente levando perda do campo visual. o glaucoma, uma doena que acomete 67 milhes de pessoas pelo mundo e 900 mil brasileiros.

Embora ainda no haja cura para esse mal, a medicina pode control-lo por meio de diagnstico precoce e de colrios cada vez mais eficientes e com menores efeitos colaterais. O grande desafio dos especialistas quando o assunto glaucoma flagrar o problema o quanto antes e preservar a funo visual dos pacientes interferindo o mnimo possvel em sua qualidade de vida. No tarefa fcil, pois essa uma doena sem sintomas, e muitas vezes no percebida pelo paciente at que tenha ocorrido uma extensa perda do campo visual. triste e frustrante para ns, oftalmologistas, receber um paciente com a doena em estgio avanado e saber que a situao poderia ter sido controlada se fosse descoberta mais cedo. Mais triste ainda informar esse paciente que toda essa perda da viso irreversvel. Para os desavisados, o glaucoma a principal causa de cegueira no mundo. Portanto, preciso ateno. Ray Charles, msico recentemente falecido, j estudava piano aos seis anos de idade quando ficou cego em decorrncia do glaucoma. Como neste dia 26 de maio comemora-se do Dia Nacional de Combate Cegueira pelo Glaucoma, torna-se imprescindvel alertar toda a populao que, normalmente, o glaucoma no pode ser evitado.

Porm, com sua deteco nos estgios iniciais e com o tratamento adequado, a cegueira em funo do glaucoma pode sim, ser prevenida.

Para entender como surge o glaucoma, basta pensar no olho como uma "pia", na qual a torneira e o ralo permanecem permanentemente abertos. O humor aquoso, um lquido produzido por uma pequena estrutura, chamada corpo ciliar (situada atrs da ris), fica constantemente circulando pelo cristalino, pela ris e pela crnea, nutrindo e limpando a regio. Depois escoado, atravs de um tecido, a malha trabecular, que serve como um ralo. Quando h falha na drenagem desse lquido, a presso dentro do olho aumenta e comprime o nervo ptico. Esse nervo o responsvel por carregar a informao visual da retina at o crebro. Comprimido, suas clulas nervosas vo morrendo lentamente, resultando em perda visual sem retorno.

Idade, hereditariedade e raa so consideradas quando se fala em causas do glaucoma. Embora possa afetar qualquer pessoa, quem tem mais de 45 anos, tem algum glaucomatoso na famlia (principalmente parentes de primeiro grau), tem descendncia negra ou asitica est sob maior risco. H ainda, outros fatores que podem interferir como diabetes, miopia, uso prolongado de medicamentos , como corticides, anti-depressivos ou alguma leso ocular prvia. importante citar que, como a presso intra-ocular ocular elevada o principal fator de risco para o desenvolvimento do glaucoma, mesmo se um paciente no tiver nenhuma das caractersticas acima, mas comear a apresentar resultados elevados na presso do olho nos exames de rotina, o momento ser de ateno.

Quando a doena diagnosticada, as opes de tratamento vo desde o colrio, laser e at a cirurgia com ou sem o implante de vlvulas. Contudo, a interveno cirrgica a laser ou convencional, que visa criar um novo caminho para "circular" o humor aquoso (aquele que se acumula no olho provocando o sufoco) indicada apenas quando o tratamento clnico no controla bem a presso do olho. Na maioria dos casos, os colrios agem de forma a manter essa presso controlada. Ocasionalmente, tambm so necessrios medicamentos via oral. Como os leitores podem perceber, o glaucomatoso tem que ter disciplina, mas no precisa mudar completamente seus hbitos ou ter sua vida totalmente modificada em funo da doena. Basta ateno e assim estar afastando a ameaa da cegueira. No que seja fcil, mas perfeitamente possvel.

Lamentvel que, embora nos ltimos anos o Brasil tenha avanado de forma espetacular na preveno e no tratamento da sade visual, as necessidades da populao ainda esto sendo atendidas em ritmo muito aqum do que adequado. Pesquisas apontam que 40% dos pacientes que tem o diagnstico de glaucoma j chegam, em sua primeira consulta, apresentando cegueira em um dos olhos ? o que caracteriza estgio avanado da doena. Reiteramos que os exames de rotina so essenciais para a sade dos olhos, principalmente quando estamos falando de glaucoma. A conscincia dessa necessidade ento, passa a ser vital para afastar a possibilidade de perder a viso. Sabemos, entretanto, que se no houver um trabalho srio, integrando governo, profissionais mdicos e entidades ligadas rea, o glaucoma continuar sendo uma das principais causas de cegueira evitveis do Brasil, juntamente com a catarata. Que esse Dia Nacional de Combate Cegueira pelo Glaucoma possa ser um alerta para as pessoas, para que multipliquem o alcance dessa mensagem a respeito da importncia da preveno atravs de exames peridicos. Maior intercmbio de informaes entre oftalmologistas e pacientes, somado intensificao do tratamento de controle da doena, so fatores capazes de mudar uma realidade triste, de pessoas que perdem a viso devido a uma doena que pode ser controlada.

"O olho a janela do corpo humano pela qual ele abre os caminhos e se deleita com a beleza do mundo" (Leonardo da Vinci).

Dr. Lencio Queiroz Neto mdico oftalmologista, especialista pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia, Diretor Mdico do Banco de Olhos de Campinas e titular do Instituto Penido Burnier, de Campinas.

www.drqueirozneto.com.br

[email protected]

Fonte:

http://www.segs.com.br/index.cfm?fuseaction=ver&cod=53073

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Hospital britnico testa gentica contra a cegueira

Portal Terra

03/05/2007

Um hospital britnico realizou a primeira tentativa de tratamento gentico, considerado revolucionrio, contra a cegueira. Uma equipe de cirurgies do Moorsfield Eye Hospital, de Londres, operou um jovem nascido com um raro problema ocular.

Os mdicos inseriram genes em um dos olhos de Robert Johnson, 23 anos, que s via os contornos das coisas luz do dia e quase nada durante a noite. Johnson um dos doze pacientes selecionados para o primeiro teste clnico do novo tratamento, que j demonstrou sucesso em cachorros. No entanto, transcorrero alguns meses at que os pesquisadores saibam se sua primeira operao em humanos foi um sucesso.

Em caso positivo, acredita-se que o tratamento poder ser utilizado futuramente para tratar diferentes problemas hereditrios da viso tanto em adultos como em crianas. A amaurose congnita de Leber (LCA) se deve a um defeito em um gene conhecido como RPE65, que impede o funcionamento correto da camada de clulas sensveis luz na retina. Normalmente, essas clulas detectam a luz, mas no caso do paciente tratado, elas esto danificadas, impedindo uma boa viso.

A operao, desenvolvida por cientistas do University College de Londres, consiste em injetar cpias saudveis do gene defeituoso na parte posterior do olho. Os cirurgies utilizaram um vrus incuo para levar o gene em questo at as clulas danificadas. Nos experimentos realizados em animais, a viso dos cachorros com o problema foi recuperada at o ponto de eles demonstrarem ser capazes de caminhar por um labirinto sem dificuldades, o que no podiam fazer antes.

O professor Robin Ali, do Instituto de Oftalmologia, que trabalhou quinze anos com outros colegas no desenvolvimento do tratamento, e seu colega James Bainbridge, que realizou a cirurgia, no esto totalmente convencidos de que o experimento tenha sucesso. No entanto, segundo Bainbridge, " muito encorajador poder transportar genes at uma parte to frgil do olho sem complicaes".

Segundo o professor Ali, h muitos tipos de degenerao da retina, o que significa que os tratamentos genticos devem ser adequados separadamente a cada um deles, mas os resultados obtidos no primeiro teste em humanos podem constituir uma base importante para tratamentos futuros.

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Txis Especiais Adaptados

Foi criada agora no Rio de Janeiro a Cooperativa Especial Cooptaxi com veculos equipados para atender pessoas que usam cadeira de rodas.O servio ter a mesma tarifa dos txis convencionais e poderser acionado pelo telefone 21 3295 9606.

Sero estabelecidos locais fixos onde ficaro os veculos, como j acontece com os pontos de txis convencionais.

Os carros tero lugar para 2 acompanhantes.

Os usurios podero fazer contrato mensal com o taxista se tiverem um deslocamento fixo permanente dirio. Como, por exemplo, uma pessoa que vai para o trabalho sempre no mesmo horrio. Ou que vai uma vez por semana a qualquer lugar.

O txi equipado com um mecanismo hidrulico, semelhante a um elevador, que permite ao motorista levantar e abaixar a cadeira de rodas do passageiro apertando apenas um boto. O carro escolhido foi um Fiat Dobl, que tem estrutura tcnica para a adaptao.

O fato de ser uma Cooperativa garante ao usurio a segurana to necessria nos tempos atuais.

Pense tambm que este servio poder atender a pessoas que podero contrat-lo para quando tiverem vontade de dar um "rol" pelo calado de Copacabana ou pela Lagoa ou ainda a um Shopping legal na sua cadeira ou Scooter. Isso os tornar independentes e mais alegres.

Veja artigo abaixo ou v ao endereo:

http://www.bengalalegal.com/taxis.php

Txis Especiais Adaptados.

A primeira cooperativa de txi exclusiva para atender pessoas com qualquer deficincia (permanente ou temporria) e idosos, com dificuldade de locomoo j est operando no Rio de Janeiro.

Especial Cooptaxi RJ.

a.. O servio de transporte personalizado para pessoas com mobilidade reduzida;

b.. Tem motoristas qualificados atravs de curso ministrado pela FUNLAR;

c.. Veculos novos (Fiat Dobl) e equipados com elevador para transportar cadeira de rodas, com ar condicionado, som ambiente e ainda com lugar para dois acompanhantes;

d.. Atendem hotis, casas de sade, hospitais e particulares;

e.. Prestam servios de passeios tursticos com intrprete conforme agendamento;

f.. Atendimento 24 horas;

g.. Todos os veculos tm taxmetro, a tarifa normal;

h.. O fato de ser uma Cooperativa garante ao usurio a segurana to necessria nos tempos atuais;

i.. Telefone para atendimento 24 horas: (21) 3295-9606.

Txi com elevador para acesso de cadeiras de rodas.

Disponibilizado em: 12/04/2007.

[DE LHO NA LEI]

#Dulavim de Oliveira

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF) REALIZA AUDINCIA PBLICA SOBRE CLULAS-TRONCO

No prximo dia 20 de abril, quando esta edio j ter ido para a grfica, o Supremo Tribunal Federal realiza sua primeira audincia pblica. O debate com diversos especialistas, que falaro sobre o uso de clulas-tronco de embries humanos em pesquisa, foi convocado pelo ministro Carlos Ayres Britto, relator da Ao Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3510, em que a Procuradoria Geral da Repblica (PGR) contesta dispositivos da Lei de Biossegurana (Lei 11.105/05).

Fonte http://www.saci.org.br/index.php?modulo=akemi&parametro=19479

E por falar em inconstitucionalidade, o Tribunal de Justia do RJ declarou inconstitucional a Lei do Passe Livre do Municpio do Rio de Janeiro. Um dia desses, este Colunista e Meryco, Valmery ou Dr. Valmery Jardim Guimares, Defensor pblico cego j entrevistado neste jornal, conversvamos e lembrvamos que no Rio de Janeiro, antes da Lei, pelo menos os cegos viajavam nos nibus sem grandes problemas como se uma Lei do Passe Livre houvesse. Logo, pelo menos neste caso, parece que legislou, ferrou.

Por seu turno, o PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) ajuizou uma nova Argio de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 110) no Supremo Tribunal Federal (STF) para cassar deciso do Tribunal de Justia do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que suspendeu a gratuidade do servio de transporte pblico no municpio fluminense.

Apesar da deciso do TJ-RJ ainda no ter produzido efeitos, j que no foi publicada, o partido pede a concesso de liminar.

O PSOL havia ajuizado uma ADPF com o mesmo pedido em maro, mas requereu desistncia da ao em virtude de erro material no texto da ao.

De acordo com o PSOL, a deciso do TJ-RJ considerou inconstitucional a Lei 3.167, que em 2000 passou a assegurar o transporte pblico gratuito no municpio do Rio de Janeiro para idosos (maiores de 65 anos), estudantes uniformizados da rede pblica em dias de aula, portadores de necessidades especiais e acompanhantes e crianas de at cinco anos.

Na ADPF, o partido afirma que a lei possui "um relevante papel social, qual seja, proporcionar direitos e garantias constitucionais, alm dos direitos sociais historicamente consagrados, como direito fundamental liberdade de locomoo, direito educao, e proteo do direito dos idosos e dos deficientes fsicos".

Por isso, a deciso do TJ-RJ teria reflexos negativos no direito educao, sade, ao lazer da infncia, da juventude, dos idosos e dos portadores de necessidades especiais.

Segundo o PSOL, para obter a inconstitucionalidade da lei, as permissionrias de transporte pblico alegaram que a gratuidade assegurada pela norma onerava demasiadamente as empresas. Por isso, para manter a gratuidade, seria necessrio estabelecer um sistema de subsdio para as empresas e uma reduo mxima da carga tributria incidente sobre a operao.

O partido alega que o argumento no razovel, pois o clculo tarifrio das permissionrias no observa o princpio da publicidade da administrao pblica.

"No parece razovel sua invocao como fundamento de aumento de tarifa ou suspenso das gratuidades", alega o partido.

Ainda segundo o PSOL, a explorao do servio pblico obriga as permissionrias a certos encargos em benefcio da coletividade ou da ordem social".

Estamos diante da luta entre o econmico e o social e A relatora da ao, a ministra Crmen Lcia Antunes Rocha colocar seu posicionamento que poder ser seguido ou no pelos outros ministros.

Agora, at uma deciso impositiva ou um acordo entre empresrios e o Municpio como sugeriu o Desembargador Roberto Wider, relator da ao no TJ-RJ, o tempo dir como ser o fim de mais esta pendenga judicial.

Dulavim de Oliveira ([email protected])

[TRIBUNA EDUCACIONAL]

# SALETE SEMITELA

E o Sistema Ensino/Aprendizagem, como vai?

Centenas e milhes de jovens esto nas escolas de todo mundo, mas so vtimas de uma educao em crise. Os professores esto se transformando em mquinas de ensinar e os alunos em mquinas de aprender. O futuro da humanidade depende da educao, os jovens de hoje sero os polticos, os empresrios e os profissionais de amanh. Na verdade, a educao no precisa de consertos, precisa passar por uma revoluo. E nessa revoluo, em primeiro lugar, necessrio que os professores sejam valorizados e aliviados. Nunca uma classe to nobre foi to desprestigiada profissionalmente.

Quem mais importante, aquele que previne as doenas ou aquele que as trata? A medicina preventiva certamente mais importante que a curativa. Os educadores so os profissionais que mais contribuem com a humanidade todavia, eles esto em um dos ltimos lugares na escala profissional. O mais triste saber que os professores cuidam dos filhos dos outros mas muitas vezes no tm recursos para educar seus prprios filhos.

O caos da humanidade reflexo do desprezo que as sociedades modernas tm pela educao. Nos discursos polticos, a educao est em primeiro lugar, na ao concreta, est em ltimo. Os jovens tm sido massacrados pelo sistema, nossos filhos esto perdendo sua identidade, so tratados como consumidores: um nmero de carto de crdito. O ndice de agressividade, alienao entre os jovens, cada vez aumenta mais. Os professores esto estressados e os alunos ansiosos.

A crise da educao no se deve, entretanto, somente desvalorizao do professor, mas tambm falncia do processo de aprendizagem. O processo educacional obsessivo/compulsivo. Os alunos

so colocados no mesmo programa como se todos tivessem personalidades iguais, o contedo e o programa de ensino so engessados: o professor obrigado a seguir um rgido programa e os alunos so bombardeados com milhes de informaes inteis. A funo da memria no ser um banco

de dados, mas um suporte da criatividade.

Na Espanha, oitenta por cento dos professores esto estressados e no Brasil, noventa e um por cento. Acordam cansados, apresentam excesso de sono, dores de cabea, dores musculares, esquecimento, ansiedade e muitos outros sintomas.

No mundo todo, a situao semelhante pois estamos enfrentando alguns problemas universais.

O sistema educacional dissipa a sade psquica dos professores e a motivao dos alunos para construir o conhecimento. Resultado: poucos alunos, de fato, aprendem e quando aprendem, no sabem para que serve o conhecimento que adquiriram. No h o prazer de aprender como Plato sonhava. Damos o conhecimento pronto aos alunos: o os estimulamos a criticar, questionar. Os educandos no descobrem, no criam, no ousam pensar, no se aventuram.

Todos os grandes pensadores da Histria brilharam, no pelo excesso de conhecimentos na memria, mas pela capacidade de duvidar, de se abrir ao novo, de percorrer reas nunca antes pisadas, de expandir sua inventividade.

Scrates, Plato, Agostinho, Spinoza, Heigel, Einstein e outros, foram dominados por seus sonhos, brilharam como pensadores. Seus pensamentos tornaram-se chuva tranqila que irrigou os excelentes campos das idias.

Livro: "Nunca Desista de Seus Sonhos" - Cap. V "A Educao". Autor: Augusto Cury.

Obs - Augusto Cury psiquiatra e psiclogo. Dentre as muitas obras publicadas, uma figura nos livros mais vendidos: "Pais Brilhantes Professores fascinantes"

SALETE SEMITELA([email protected])

[ANTENA POLTICA]

# HERCEN HILDEBRANDT

Uma grande preocupao

Recentemente, realizaram-se as eleies para a Diretoria Executiva e conselhos de nossa associao.

No cabe aqui uma anlise das chapas concorrentes nem dos resultados do pleito, mas parece-me importante avaliarmos, ainda que muito breve e superficialmente, o processo de consolidao de nossa entidade.

Quando, em momento de grande preocupao com a prpria sobrevivncia do IBC, reconhecemos a necessidade de revitalizar a antiga associao dos ex-alunos, desativada desde o incio da ditadura militar, foi grande o nmero de participantes das reunies.

Logo aps a aprovao do novo Estatuto e eleio da primeira diretoria, porm, talvez pela desmobilizao da prpria sociedade e por nossa incompreenso da necessidade de nos mantermos unidos, alm do relaxamento das tenes que justificavam nossa ao, os associados comearam a afastar-se e, segundo fui informado, no incio deste ano, a adimplncia baixou a cerca de dez por ms.

Um outro fator que pode ter infludo para o afastamento dos associados foi a dificuldade encontrada pela diretoria para realizar os primeiros eventos programados. Alm disso, o prprio registro do novo estatuto foi um processo demorado.

Entretanto, medida que o tempo corria, nossa associao comeou a encontrar seu caminho e seus eventos foram tomando o curso que desejvamos. A abertura da conta bancria para o pagamento das mensalidades, a lista de discusses na Internet, o jornal Contraponto, as sextas culturais, o curso de preparao para concursos pblicos, o encontro de ex-alunos, no final de 2006, as gestes junto ao Ministrio Pblico, em defesa de interesses dos cegos, em especial a questo dos transportes coletivos... Creio no necessitar escrever muito para lembrar ao leitor a atuao de nossa entidade no ltimo mandato.

Mas, infelizmente, ainda no podemos afirmar que ela j se encontra consolidada, embora o bom comparecimento dos eleitores ao pleito tenha sido reconhecidamente animador.

Alm da falta de um endereo de referncia, que permita ao associado localizar facilmente a entidade, h uma questo que, creio, deve ser preocupao fundamental para a nova Diretoria Executiva e conselhos.

Levando-se em conta a situao social do povo brasileiro, o grupo que constitui nossa liderana uma elite intelectual e econmica.

Esse fenmeno tende a ocorrer em todas as organizaes sociais de carter coletivo, mas um importante fator de desagregao e desestabilizao. Se no formos capazes de encontrar meios de trazer a maioria dos ex-alunos do IBC para a associao, independentemente de gnero, cor, poca em que estudaram no instituto, resultados obtidos em seus estudos, posicionamento poltico ; se no conseguirmos reconhecer o direito de todos plena participao, no apenas nos eventos, mas, tambm, na estrutura da entidade, incluindo a ocupao dos cargos eletivos mais relevantes, estaremos organizando um grupo fechado, sem a indispensvel representatividade para falar em nome de todos.

HERCEN HILDEBRANDT([email protected])

[PERSONA]

# IVONET SANTOS

Entrevistado Cludio Panoeiro

Advogado e Vice-presidente da Associao dos ex-alunos do InstitutoBenjamin Constant

1. Seu nome completo?

- Cludio de Castro Panoeiro.

2. Ms e data do seu aniversrio?

- Eu nasci aos 9 de abril de 1973 na cidade de Trs Rios, no interior do Estado do Rio de Janeiro, sendo o segundo dos quatro filhos de meus pais.

3. Voc casado, tem filhos?

- No decorrer de minha vida afetiva namorei moas mais velhas e mais novas, s vezes por um perodo mais longo, outras vezes por poucos meses apenas, porm at o presente ainda no me casei nem tenho filhos, pretendendo levar a efeito aquele primeiro objetivo no ano que vem, casando-me com a minha atual namorada que conhece e felizmente aprova minhas intenes.

4. Qual a sua profisso?

- Eu me formei em direito pela UFRJ em 1998 e trabalhei durante algum tempo no Poder Judicirio do Rio de Janeiro at que fui aprovado no concurso para a Advocacia-Geral da Unio em 2005, exercendo hoje a funo de Advogado da Unio na Procuradoria-Regional da Unio na cidade do Rio de Janeiro.

5. O que o levou a enveredar pela rea do direito?

- Desde o 2 grau percebi que a vida profissional de um cego na iniciativa privada bastante dura e as chances de sucesso so remotas, sendo o servio pblico a alternativa mais vivel para uma carreira que me desse o necessrio para o prprio sustento e de minha famlia.

Assim, feita a opo pelo servio pblico, abriu-se diante de mim o imenso universo dos concursos pblicos, destacando-se entre eles os cargos privativos para bacharis em direito, os quais remuneram os seus titulares num patamar acima dos demais.

Desse modo, sem falsas explicaes, as razes que me levaram para o direito foram econmicas, valendo salientar, porm, que durante a graduao, apaixonei-me pela matria e, hoje, se tivesse que escolher outra vez, certamente faria direito novamente.

6. Voc encontra alguma dificuldade para desempenhar suas funes no trabalho? Para o caso da resposta ser positiva, Nos diga como faz para superar essas barreiras.

- Tenho a exata noo de que todo deficiente experimenta algum tipo de dificuldade no desempenho de sua profisso em razo da deficincia e comigo no diferente. Enquanto advogado da Unio e cego, no posso ler por mim mesmo os processos que me so destinados, dependendo do auxlio de estagirios fornecidos pela AGU para realizar essa tarefa.

Afora essa dificuldade de ordem imediata, padeo ainda com a falta de obras jurdicas em formato digital para a necessria atualizao profissional, tendo de valer-me dos recursos hoje disponveis para ns deficientes visuais, no caso o scunner e os programas especiais que realizam essa funo.

A esse respeito, importa salientar que em fevereiro de 2007 promovi duas representaes no Ministrio Pblico Federal no Rio de Janeiro, uma pretendendo obrigar as editoras a venderem livros em formato digital nas livrarias de todo o pas e a segunda destinada a criar condies materiais para que os os chamados processos virtuais sejam divulgados em formato acessvel pelos programas utilizados pelos cegos de todo o Brasil.

7. O que gosta de fazer fora da sua atividade profissional?

- Sou vasccano de corao e, portanto, nas horas vagas, apesar dos recentes incsucessos, gosto de assistir as partidas do meu clube muito amado. Fora da, aprecio a leitura de obras no jurdicas, deixando um espao para o teatro, o cinema, um bom restaurante e, obviamente, para um agradvel passeio ao lado da namorada.

8. Nos fale de um sonho que ainda pretende realizar?

- Pessoalmente, pretendo sinceramente casar e ter filhos brevemente, uma vez que sou uma pessoa tradicional e valorizo sobremaneira a famlia e os laos nascidos neste importante ncleo da sociedade. Por outro lado, profissionalmente, pretendo realizar atravs da Associao de Ex-Alunos do IBC medidas que tornem melhor a vida dos deficientes visuais, integrando a todos na sociedade que nos cerca.

9. Qual foi o maior desafio que j enfrentou at hoje?

- O maior desafio que enfrentei at hoje foi conseguir aprovao no concurso para Advogado da Unio, tendo em vista os seguidos meses de renncia e abnegao que tive de enfrentar para chegar at l. De fato, todo aquele que opta pelo caminho dos concursos pblicos deve renunciar aos amigos, s festas, s sadas noite e devotar-se com todas as foras ao seu objetivo, sendo a vitria final resultado mais de sua disciplina e dedicao do que propriamente de sua inteligncia. No raro

durante a jornadan temos vontade de desistir e abandonar tudo, porm necessrio arrancar foras sabe-se l de onde para lutar e vencer.

10. Sei que voc estudou no Instituto Benjamin Constant apenas no regime de externato. Gostaria de saber o que voc pensa sobre escola especial e escola inclusiva.

- Antes de responder a esta pergunta, gostaria de esclarecer que tenho retinose pigmentar desde o nascimento, todavia a deficincia no se manifestou logo cedo, de modo que estudei em escolas normais nos primeiros anos de minha vida acadmica, tendo inclusive sido alfabetizado e cursado at a antiga 3 srie primria como uma criana no deficiente.

Prximo dos dez anos, porm, quando a retinose alcanou nveis mais severos, experimentei grande dificuldade para acompanhar as aulas e fazer os exerccios passados como lio para casa, a pondo de o mdico que me acompanhava quela poca sugerir a meus pais que eu fosse estudar no Instituto, porque no mais reunia condies fsicas para estudar nas escolas tradicionais, o que acabou acontecendo em 1984 quando ento ingressei no Benjamin Constant.

A experincia como aluno no deficiente e como deficiente numa escola tradicional, portanto, foi decisiva para formar a minha opinio quanto chamada educao inclusiva, parecendo-me que a resposta para a questo passa, antes, por uma questo de estrutura.

De fato, se a escola tradicional oferece condies para que o aluno cego freqente as aulas na mesma sala dos alunos no deficientes, que tenha material de estudo disposio e participe de todas as atividades oferecidas aos demais alunos, ento a chamada educao inclusiva ser um bem e merece aplausos. Por outro lado, se a escola tradicional no capaz de oferecer condies ideais para a efetiva integrao e rene os alunos deficientes em salas separadas, ento a chamada incluso no ocorre e melhor se mostra a escola especial onde a discriminao odiosa no se verifica.

Sei que muitos podero acusar-me de tomar uma posio intermediria, no figurando nem de um nem de outro lado como a maioria das pessoas faz, todavia acredito que o problema no de ideologia, mas de estrutura, sem o que no se pode levar a efeito a incluso.

11. Voc acha importante que o instituto Benjamin Constant continue existindo como escola especializada? Se sim, o que pensa que ns deficientes visuais podemos e devemos fazer para colaborar?

- A realidade das escolas pblicas estaduais e municipais brasileiras catica, no sendo elas capazes de tornar efetiva a chamada incluso dos deficientes visuais nas turmas regulares destinadas aos demais alunos. Neste cenrio, penso que o Instituto ainda tem um papel relevante na preparao e formao direta de alunos cegos e de baixa viso em nosso pas, sendo a experincia de mais de cento e cinqenta anos de estrada suficiente para garantir o seu papel de carro chefe na trajetria acadmica de pessoas como ns.

Quanto a nosso papel na preservao da existncia do velho Instituto, parece-me que devemos exigir tanto do Poder Pblico como da sociedade civil o devido respeito com o mesmo, tornando obrigatria a oitiva dos dirigentes da Casa sempre que o tema relativo deficincia visual seja posto em debate. No considero legtima a recente atitude da Fundao Carlos Chagas no concurso para o provimento de cargos no TRF da 2 Regio que exigiu dos candidatos cegos e de baixa viso a apresentao de um parecer fornecido por mdico, para dizer que os mesmos precisam de tempo adicional para a realizao das provas.

Ao que me consta, o papel do mdico em tema de deficincia restringe-se a afirmar se o postulante ao cargo pblico ou no deficiente, cabendo ao Instituto a palavra final quanto necessidade ou no de tempo adicional para a realizao das provas. para afastar abusos desta natureza que devemos nos mobilizar, fazendo-o atravs de nossas entidades de classe como a Associao dos Ex-Alunos, certamente uma porta aberta para a defesa dos nossos interesses e do prprio Instituto.

12. O que voc espera do futuro do pas?

- Tenho a convico de que o Brasil est sendo passado a limpo nos dias de hoje, retirando-se de debaixo do tapete a sujeira de anos de corrupo. Acredito sinceramente que todas esas denncias contribuem para o nosso amadurecimento enquanto povo civilmente organizado e faro com que busquemos uma sociedade mais livre, justa e solidria. Talvez leve anos, dcadas ou at sculos, mas um dia deve comear e espero que seja agora.

13. Qual a sua maior fonte de motivao para enfrentar os obstculos que surgem?

- Talvez a maior motivao que tenho diante de algum obstculo seja a convico de que depois dele existe algo de bom que me aguarda e que preciso alcanar. Exemplificando, se estou descontente com meu ambiente de trabalho, procuro descobrir um lugar em que me sinta bem e, se no for possvel, ento troco de emprego, sempre na esperana de que tudo ser melhor no novo ofcio.

14. O que mais lhe deixa feliz?

- O que mais me alegra nesta vida a conquista de um objetivo. Todas as vezes em que estabeleo uma meta para mim, e o fao com freqncia, trabalho intensamente para alcan-la e, desde que a alcance, sinto-me recompensado e feliz.

15. Fique a vontade para deixar uma mensagem para nossos leitores ou para falar de algum assunto que no tenha sido contemplado pelas perguntas acima.

- De minha parte, penso que os pontos essenciais da entrevista esclarecem tudo que tinha a dizer a meu respeito, agradecendo a vocs a oportunidade de me manifestar neste espao e colocando-me disposio para futuros encontros.

IVONET SANTOS ([email protected])

[DV-INFO]

# CLEVERSON CASARIN ULIANA

NVDA, um novo candidato a rei

Queridos leitores,

No ano passado exploramos algumas possibilidades de uso do Monitvox como leitor de telas livre e gratuito para o sistema Windows, alternativo portanto aos leitores tradicionais e de custo alto. Estes, como qualquer tecnologia proprietria, causam freqentemente dificuldades, quando no inviabilizam, a contratao de pessoas cegas por empresas, que naturalmente preferem arcar com funcionrios que exijam os menores custos possveis para desempenhar as funes que devem. Tais empresas no adotariam sistemas operacionais e tecnologias livres unicamente por causa da necessidade ou preferncia de poucos funcionrios.

A partir deste ms, apresentaremos mais uma soluo promissora nesse ramo: o leitor de telas NVDA, sigla em Ingls para Acesso No-Visual ao Ambiente de Trabalho.

No artigo deste ms, faremos uma introduo descrevendo brevemente o que , como surgiu e os objetivos do NVDA e ao final diremos rapidamente como instalar o programa. Essa introduo indispensvel para cituar o leitor no contexto e funcionamento do projeto e facilitar o entendimento das coisas adiante.

Faremos aqui menes a vrios sistemas, softwares e organizaes na Internet. Para saber os endereos das mesmas, consulte por gentileza as referncias ao final deste artigo.

O NVDA foi iniciado em meados de 2006 pelo jovem australiano Michael Curran, de apelido Mick (pronuncia maik). Mick ento cursava o segundo ano de bacharelado em Cincia da Computao, mas muito tempo antes ele j percebera as distores e mazelas que cerceiam o acesso das pessoas cegas, mais especificamente no campo tecnolgico.

Sendo ele cego, foi obrigado a adquirir um leitor de telas comercial para uso pessoal, profissional e estudantil. Apesar de esse leitor proporcionar acesso relativamente timo a computadores que Mick precisaria usar, com o passar do tempo e convvio com pessoas em situao semelhante mundo afora, pelo menos trs problemas ficaram claros para ele:

Primeiro, o custo financeiro desses produtos impe srias restries a muitas pessoas, sobretudo e de maneira mesmo calamitosa nas naes menos afortunadas do planeta.

A segunda questo, de ordem tcnica, diz respeito ao condicionamento dos usurios cegos s polticas e idias das empresas especficas que desenvolvem o software assistivo. Por mais excelentes que sejam as solues encontradas por um determinado fabricante de software, cada pessoa em particular, como usurio e tambm consumidor sempre ficar insatisfeita com algum detalhe, isso porque essas solues geralmente so designadas para atender a todos de modo genrico e no especfico. E como a licena desses softwares quase sempre restritiva, torna-se impossvel a cada usurio ou grupo de usurios adaptar o software em questo quela necessidade em especfico.

Finalmente o terceiro e principal problema envolve aspectos morais e ticos. No caso que estamos tratando, no justo que as pessoas cegas tenham de providenciar sozinhas os meios necessrios e arcar por si s com os custos das solues assistivas, para dispor de acesso s mesmas informaes que as demais pessoas dispe, proporcionadas pela tecnologia. Sabendo disso, muitos optam por adquirir cpias ilegais desses softwares, o que de um lado ameniza os gastos financeiros mas de outro mantm a sugeio desses usurios s polticas do fabricante daquele software, alm de ferir a

licena outorgada por esse fabricante.

Em razo de tudo isso, Mick resolveu abandonar por completo a faculdade de Cincia da Computao e dedicar-se a um projeto capaz de solucionar esses e outros problemas de quem necessita trabalhar em sistemas Windows, que so dominantes entre os sistemas proprietrios atuais.

Para atingir esse objetivo, Mick decidiu iniciar o desenvolvimento de um leitor de telas para Windows, e estabeleceu alguns princpios bsicos a serem seguidos:

Primeiro, o leitor deve ser gratuito, com o fim de facilitar a disponibilidade do mesmo e o acesso de qualquer pessoa aos mesmos sistemas dos demais sem custos adicionais exorbitantes.

Segundo e no menos importante, o leitor deve ser licenceado de modo a que qualquer pessoa capaz do mundo possa contribuir para a melhoria e aperfeioamento deste, bem assim adapt-lo a necessidades especficas e redistribu-lo se for o caso.

Mais ainda, o leitor deve sempre permanecer aberto a novas idias, sugestes e experimentos provindos de todas as partes do mundo, a fim de no limitar-se ao que j foi tentado nos produtos comerciais similares.

Nos aspectos tcnicos, ele deve na medida do possvel seguir um "design" de fcil entendimento para programadores iniciantes, sem deixar de oferecer uma arquitetura poderosa e flexvel ao mximo, que permita melhorar e implementar mais recursos e portar o programa para outros dispositivos e sistemas proprietrios quando for o caso.

Mick chamou ento esse leitor de "Non Visual Desktop Access" ou NVDA, e escolheu como licena a largamente reconhecida e consagrada GPL (sigla em Ingls para LI CENA PBLICA GERAL GNU"), de autoria da Fundao para o Software Livre e adotada pelos sistemas GNU/Linux e outros.

Como linguagem de programao ele escolheu a Python, uma linguagem de fcil aprendizado e ao mesmo tempo riqussima em recursos, usada inclusive por muitos professores universitrios mundo afora para introduzir estudantes de cincia da Computao ao universo da programao de computadores

Por fim, Mick e alguns conhecidos fundaram recentemente a NV Access (acesso no visual), organizao no-governamental sem fins lucrativos destinada a suportar projetos e tecnologias livres que facilitem a acessibilidade para pessoas cegas e de baixa viso.

Como resultado dessa postura comunitria e cooperativa do autor e dos amigos mais prximos dele que o ajudaram no comeo, aps seis meses desde o incio do projeto e divulgao do mesmo, o NVDA j contava com um pequeno time compromissado de desenvolvedores e as primeiras tradues para outros idiomas comeavam a surgir.

Hoje faz cerca de um ano que Mick tomou a iniciativa e a popularidade do projeto surpreende a cada dia, crescendo como que em progresso geomtrica. J existe traduo para Portugus do Brasil, as qualidades tcnicas de performance, estabilidade e o grau proporcionado de acessibilidade melhoram notoriamente a cada nova reviso lanada.

Entraremos mais em detalhes de como usar o programa nos prximos artigos, porm, aqueles que necessitem com certa urgncia de uma soluo aos moldes do NVDA ou simplesmente querem logo experimentar podem instal-lo em poucos passos:

Primeiro, acessem esta pgina:

www.nvda-project.org/snapshots

A encontra-se a verso mais recente do programa. Recomenda-se sempre instalar uma verso nova porque ela geralmente mais estvel e possui mais recursos que as anteriores.

No se assuste caso no souber ler em Ingls; acesse o primeiro linque da pgina que se chama "installer", para baixar um instalador automtico do NVDA. Essa forma de instalar ideal para quem no tem ou no sabe se tem um descompactador de arquivos no sistema, ou quer garantir que os arquivos sejam colocados nos lugares exatos.

Salve o arquivo em uma pasta qualquer, v at ela, execute o arquivo, responda a qualquer pergunta se realmente deseja execut-lo e a instalao comear.

A outra forma de instalar o segundo linque da pgina acima informada, chamado "zip archive" que baixa um arquivo compactado. Ele ideal se voc prefere escolher com mais segurana a pasta onde quer instalar o programa e deseja faz-lo de modo mais transparente. Salve o arquivo e descompacte-o numa pasta vazia; sugerimos c:\nvda, mas pode ser outra qualquer.

Caso voc possa descompactar arquivos, sugerimos esse modo de instalar, por razes de praticidade. Basta descompactar o pacote, desligar o seu leitor de telas caso esteja usando algum e executar o arquivo nvda.exe. O NVDA toca ento algumas notas musicais, comea a falar e mostra uma janela contendo informaes bsicas para quem nunca trabalhou com ele. Use as setas para ler.

A voz padro o sintetizador ESpeak, do qual falaremos mais nos prximos artigos.

Voc pode trocar de voz ou idioma teclando o comando control-shift-v. Pode escolher tambm outro sintetizador teclando control_shift_s.

Explicaremos nos meses vindouros o muito mais que se pode fazer com o NVDA, esse leitor fantstico que tantos problemas nos vai resolver. Por ora, voc pode ler os documentos que vm com ele e so bastante explicativos.

At o prximo artigo !

Referncias:

Stio oficial do NVDA, em Ingls:

http://www.nvda-project.org/

Stio brasileiro da linguagem de programao Python:

http://www.pythonbrasil.com.br/moin.cgi/

Stio da ONG NV Access, em Ingls:

http://www.nvaccess.org/

LICENA PBLICA GERAL GNU, traduo para Portugus:

http://www.magnux.org/doc/GPL-pt_BR.txt

Pgina pessoal de Michael Curran, em Ingls:

http://www.kulgan.net/mick/

CLEVERSON CASARIN ULIANA([email protected])

[O DV E A MDIA]

# VALDENITO DE SOUZA

* Prottipo de livro eletrnico para cegos vence Imagine Cup 2007

So Paulo - Por meio de radio freqncia e pinos, projeto KnowTouch, vencedor da Imagine Cup 2007, permite leitura em Braille para cegos.

Um projeto que pretende possibilitar que cegos consigam ler dezenas de livros pelo mtodo Braille com preo menor que a mdia do mercado ganhou a edio 2007 do Imagine Cup, promovido pela Microsoft.

Chamado de KnowTouch, o projeto usa pinos eletromecnicos que so moldados com os smbolos do alfabeto em Braille conforme as palavras da obra recebidas por rdio freqncia de um servidor que estoca os livros eletrnicos.

Ao entrar no raio de alcance do servidor, o usurio recebe uma lista de obras disponveis em seu aparelho mvel.

O sistema foi desenvolvido por Diogo Nascimento, Murilo Pontes, Raquel Almeida e Thiago Teixeira, alunos da Universidade de Pernambuco (UPE) e do Instituto Tecnolgico de Aeronutica (ITA).

Por vencer a categoria Design de Software, a equipe representar o pas na final mundial do concurso, a ser realizada entre os dias 6 e 12 de agosto, na Coria do Sul.

Na edio deste ano, o pas atingiu participao de 52% na semifinal da competio, com 97 equipes atingindo o nvel - entre os outros pases presentes, esto China, ndia e Estados Unidos.

A visita ao Brasil do COO (chief operation officer) da Microsoft, Kevin Turner, tem relao direta com a alta participao do pas na competio, que busca fomentar e custear projetos de softwares que explorem educao neste ano.

Mesmo com a intensa participao em edies anteriores, as equipes brasileiras nunca venceram a categoria Design de Software da Imagine Cup mundial.

Guilherme Felitti - 09 de maio de 2007

* Jovens brasileiros vo representar o pas na Imagine Cup

Jovens de Pernambuco e So Paulo vo representar o Brasil na Imagine Cup 2007, com mesa de braille para leitura de dados em redes sem fio. Raquel Almeida est animada ( dir.) - Divulgao RIO - Um acessrio em braille para ser plugado ao computador, especialmente criado para permitir acesso a leitura e navegao de deficientes visuais em redes sem fio. A inveno criada por alunos da Universidade de Pernambuco (UPE) e do Instituto Tecnolgico da Aeronutica (ITA), em So Paulo, foi escolhida para representar o Brasil na final da Imagine Cup 2007, a Copa do Mundo da Computao, que ser realizada em agosto, na Coria do Sul.

O projeto, denominado "KnowTouch", foi eleito na quarta-feira, aps dois dias de apresentao de trabalhos na etapa nacional da competio, em So Paulo.

Criada pela equipe Oysterix SD Team, a mesa conectada via rede sem fio (wireless) a um servidor, que contm livros e peridicos arquivados. No painel da mesa h pinos, que sobem e descem de acordo com o produto escolhido, permitindo a leitura.

A jovem Raquel Melo de Almeida, nica mulher integrante da equipe, afirmou que o alto nvel de qualidade dos competidores mostrou que o Brasil est frente na rea de inovaes tecnolgicas, j que a diferena entre as notas do primeiro e do segundo colocado "foi muito pequena". Para a inventora, de 25 anos, eventos como a "Imagine Cup" do muita visibilidade aos brasileiros.Inicio de bloco de aspas " 'Imagine um mundo onde a tecnologia pode oferecer uma melhor educao para todos' (tema da Imagine Cup 2007)

Fim do bloco de aspas

- Existem vrias instituies pblicas, como a Fapesp e o CNPq, que apiam estes trabalhos, mas este papel das instituies privadas, como a Microsoft, importante para dar visibilidade. A Imagine Cup abre muitas portas para todos os competidores, no s para os primeiros colocados - explicou Raquel, que partiu de Recife para So Paulo em fevereiro de 2006 para cursar mestrado em Engenharia Mecatrnica no ITA.

O grupo, que vem trabalhando no invento deste o ltimo semestre do ano passado, quer aperfeioar o projeto para que sua comercializao seja possvel, independentemente do resultado que ser obtido na Coria, afirmou Raquel.

O segundo lugar da disputa ficou com o projeto e-du, uma plataforma que permite a alfabetizao digital em massa utilizando interatividade e automao, criao da equipe Trivent Dreams, formada pelos estudantes Andr Furtado, Carlos Rodrigues, Ivan Cardim e Roberto Sonnino, da Universidade Federal de Pernambuco e da Universidade de So Paulo (USP). J a terceira colocao ficou com alunos das instituies FATEC, Centro Universitrio Salesiano de So Paulo, Centro Universitrio Salesiano de Campinas e FAC II. O projeto Mosaico, desenvolvido por eles, uma soluo de alta tecnologia que permite melhorar o processo de avaliao dos alunos.

O Brasil foi o pas que teve o maior nmero de inscritos no mundo (35.832), frente de naes como China, ndia e Estados Unidos. Os trabalhos da etapa mundial ganharo de US$ US$ 8 mil a US$ 25 mil.

Na edio mundial da Imagine Cup 2006, jovens inventores de Pernambuco ficaram em segundo lugar na classificao geral.

A competio, voltada para estudantes de mais de 90 pases, tem o objetivo de criar oportunidades para os futuros profissionais. O tema da edio da competio deste ano "Imagine um mundo onde a tecnologia pode oferecer uma melhor educao para todos".

* Rob traduz braille online

Servio transforma textos em cdigo de pontos ou udio em cinco idiomas

Marlos Mendes

Rio - Em 1829 o francs Louis Braille publicou um mtodo capaz de traduzir letras, nmeros e smbolos em combinaes de pontos em alto relevo para deficientes visuais. Este ano, entra em fase final de testes um projeto criado na Dinamarca e desenvolvido tambm em Portugal, Itlia, Reino Unido, Irlanda e Chipre que permitir a usurios transformar em instantes textos comuns em arquivos para impresso em braille ou arquivos de udio em MP3 com a leitura por uma voz mecnica. Basta enviar e-mail com o texto anexado e esperar alguns minutos.

Atualmente o RoboBraille ( www.robobraille.org)

traduz textos nos formatos txt, rich text, html e doc e em breve suportar pdf. As tradues so em ingls, italiano, grego, dinamarqus e portugus. Logo funcionar em francs e lituano.

Para receber um texto em braille em portugus (como falado em Portugal), manda-se o e-mail

[email protected] arquivo de resposta pode ser usado numa impressora braille ou num braille eletrnico, dispositivo composto por pinos que se movem para imitar o cdigo braille e que ligado ao micro.

Para converter um texto para udio, o endereo

[email protected] resposta um link para um arquivo de MP3 com a leitura do texto e que pode ser gravado. O sistema processa cerca de 500 pedidos por dia, mas suporta at 14 mil, capacidade que pode ser aumentada.

O Centro de Inovao para Deficientes (Cidef), de Portugal, faz parte do consrcio. Segundo o coordenador Joo Guerra, muitos brasileiros j usam a ferramenta.

De momento no temos contacto com nenhuma instituio brasileira, mas seria possvel adaptar o sistema para Portugus do Brasil sem grande dificuldade caso existisse interesse nisso por parte de uma instituio, dado que da parte dos utilizadores j temos tido esse pedido, diz Joo por e-mail.

O RoboBraille recebeu cerca de 1 milho de dlares da Unio Europia para os testes finais e continuar gratuito para pessoas fsicas e organizaes sem fins lucrativos a partir de 2008, quando ser lanado. Demais empresas pagaro pelo uso.

*Rita Lee (entrevista)

Quase tatuagem

Rita Lee, mais que o prprio smbolo da cosmopolita e inquieta cidade de So Paulo e eterna moleca sempre disposta a enfrentar a vida, artista das mais importantes para a msica popular e o rock brasileiros. Ela no s demonstrou que rock no era "coisa de macho" e que o verdadeiro sexo forte era capaz de fazer o melhor no estilo, mas se revelou tambm boa compositora de outros gneros como samba, marchinha e bolero. Alm de ter sido integrante dos Mutantes - um dos grupos brasileiros de renome inclusive mundial, e que acaba de voltar s atividades, porm sem Rita -, ela se afirmou como uma das mais influentes artistas-solo, emplacando um sucesso atrs do outro ("Lana-Perfume", "Mania De Voc", "Arrombou A Festa", "Pagu"), inclusive compositora bem-sucedida na voz de outros intrpretes, bastando citar "Fonte Da Juventude" com as Frenticas, "Bandido Corazn" com Ney Matogrosso, "Coisas de Casal" com o grupo Rdio Txi e "Al Al Marciano" com Elis Regina (que inclusive pode ser ouvida atualmente na novela das sete Cobras e Lagartos).

Em meio a muita atividade, preparando novo disco e show, Rita Lee arrumou tempo para falar de sua carreira e, claro, sua coleo de culos. A artista, por sinal, foi uma das primeiras pessoas no Brasil a perceber e desfrutar o potencial do ciberespao e hoje s concede entrevistas por e-mail.

- Voc incorporou de vez os culos sua imagem pblica h j alguns anos. Mas existem fotos suas usando culos em pblico desde a poca dos Mutantes, em 1969-70. Voc teve problemas de viso quando mais jovem?

- Sempre fui meio ceguinha, no me adapto com lentes de contato, usar culos para mim j virou quase uma tatuagem.

- Tem presbiopia (vista cansada) hoje?

- Tenho hipermetropia e astigmatismo.

- Problemas de viso parte, voc usa culos por timidez ou esttica?

- Uso por necessidade, meus culos coloridos so todos de grau.

- Alguma grande preocupao com escolha de cores e tipos e marcas de armaes e lentes?

- Grande preocupao leveza e segurana. No palco eu suo bastante, preciso que os culos no fiquem escorregando pelo nariz.

- Quantos pares de culos acumula at hoje? Alguma marca preferida? Alguma cor de lente preferida?

- Devo ter uns 15 pares, eu perco muito.

- Que outras msicas suas mencionam culos, alm de "I-I-I" ("cinco e quinze da manh/ de culos ray-ban") e "Depr" ("atrs dos culos escuros de vidro fum/minha alma penada, amassada, plissada, god/estou assim meio depr")?

- Alm dessas no momento no lembro de outras.

- Voc cantou "culos" de Herbert Vianna em alguns shows h poucos anos. Sei que foi homenagem a ele quando sofreu o acidente, mas por que voc escolheu justamente essa msica?

- Porque eu adoro essa msica, ora bolas.

- Algum comentrio sobre culos terem se tornado parte integrante de sua imagem a ponto de serem citados como tal (como num blog portugus que diz "e pronto Maria, arruma as botas que a Rita voltou melhor que nunca, com o seu cabelo laranja que eu gosto muito e os seus culos redondos mesmo ao estilo de Rita... Lee claro!" e outro annimo: "como diz minha sobrinha com culos estilo Rita Lee, PAZ E AMOR")?

- Posso garantir que no foi Duda Mendona quem me sugeriu usar culos.

- Como descreve o estado de esprito da Rita Lee com culos e sem culos?

- Sem culos eu esbarro em tudo e perco os detalhes da vida, chego a usar at no banho e se bobear durmo com eles para enxergar o sonho.

- Alguma histria engraada/tragicmica envolvendo culos?

- terrvel sentar sobre os culos e sentir a dor nos olhos...no terceiro olho tambm, se que me entende.

- Fale de suas experincias como apresentadora de TV (Saia Justa, TVLeeZo e Madame Lee). Planos para novo programa?

- Foram tantas emoes... Fernanda Young me convidou para dividir um programa com ela e aceitei no ato.

- J tem previso de novo disco de estdio com gravaes inditas?

- Daqui a pouco a gente comea tudo de novo e sempre da estaca zero.

- Alm de sua msica "Odeio Rodeio", alguma nova atividade em defesa dos animais?

- No me simpatizo com artista que usa o palco como plataforma ideolgica, minha defesa de animais se d nos bastidores.

Fonte: Revista 20/20 Brasil

VALDENITO DE SOUZA([email protected])

[ETIQUETA]

# RITA OLIVEIRA

Etiquetas

Eti-qu?!

A Etiqueta moderna, adaptada ao sculo XXI, nada tem de parecida com a antiga etiqueta, de regras rgidas de comportamento. Hoje, a palavra refere-se muito mais qualidade do relacionamento entre as pessoas.

Na prtica, funciona como um cdigo de comportamento globalizado.

Hoje, com toda a sorte de facilidades tecnolgicas ao nosso alcance, a comunicao nunca foi to fcil: povos de diferentes culturas, profisses, idades e interesses conectam-se com uma eficincia impressionante.

No entanto, essa facilidade de comunicao sem precisar sair da sala causou um efeito contrrio na comunicao "pessoal", ao vivo: quando precisam participar de reunies, um evento de negcios, um casamento ou at um simples encontro entre homem e mulher, as pessoas literalmente "perderam a prtica" de como se faz.

A arte do convvio era dominada pela gerao dos nossos avs, justamente pelo fato de que, na falta de telefones e e-mails, as pessoas acabavam se visitando com muita freqncia. E sabiam conversar. Coisa que hoje - por incrvel que parea - pode no ser mais to fcil para os mais jovens.

Para isso serve a Etiqueta moderna: ela funciona como uma linguagem comum a todos os povos. um conjunto de gestos e atitudes, identificvel mesmo entre pessoas de pases e interesses diferentes que facilitam e permitem uma comunicao mais fcil, segura e eficiente. Seja pessoalmente ou via Internet. "Netiqueta" j uma realidade.

A Etiqueta ao contrrio do que se imagina, no um conjunto de normas rgidas e sem sentido. Ela facilita a vida, na medida que sempre baseada em princpios como:

- bom senso

- naturalidade

- afetividade

Bom senso - todos temos e ele dificilmente nos falha. Devemos aprender a confiar mais em nosso bom senso.

Naturalidade - se a situao for muito nova ou desconhecida, se algo lhe parecer fora de contexto, no hesite em perguntar, tirar sua dvida mesmo. Em geral, as pessoas tem um enorme prazer em ajudar e ningum obrigado a conhecer tudo sobre todas as coisas o tempo todo.

Afetividade - preciso incorporar a ateno ao bem estar das outras pessoas. Desta forma no h como errar. No sentido de perceber se a outra pessoa estar confortvel, sendo bem atendida ou recebendo ateno. Esse tipo de gentileza em um mundo onde a pressa e eficincia dominam a cena pode ser preciosa e muito notada.

Deste modo no h como falhar? - as chances diminuem sensivelmente. claro que algumas situaes pedem um comportamento mais especfico, e h momentos em que faz-se necessrio prestar mais ateno, estar mais alerta para no pisar na bola e cometer uma gafe.

Qual a utilidade prtica da etiqueta? - Hoje ela o diferencial para qualquer ambiente: social ou profissional. No social, porque, algum que cultive qualidades como cortesia, ateno e percepo torna-se muito mais atraente para se conviver.

No plano profissional - no basta ser um craque em determinada rea. Hoje, esse o requisito bsico, o mnimo esperado de qualquer profissional. O que vai diferenciar dois craques na mesma rea ser justamente essa qualidade de transitar com elegncia em qualquer ambiente, e se relacionar com pessoas independente da hierarquia, dominando os diferentes cdigos culturais e atravessando fronteiras.

Rita Oliveira

#

RITA OLIVEIRA([email protected])

[REENCONTRO]

#REDAO DO CONTRAPONTO

* Nome: Dov Milrad

Formao: formado em Anlise de Programao

Estado civil: Casado

Profisso: Analista de programa

Perodo em que esteve no I B C.: 1963 - 1966

Breve comentrio sobre este perodo: Tive boas pocas. Quando cheguei ao IBC, fiquei muito admirado como os cegos se viravam. Quero lembrar o nome de que me ajudou-me muito no coneo, que infelizmente no est conosco, o Celso Leonel. Quero agradecer pelo ensino aos professores de matemtica Malcher eu Herval, o Hernani de ingls, os de histria, o Lima e a Maia, de portugus, a Luzia, o bom Izauro, professor de geografia.

Espero que Deus tenha pena da alma da professora de portugus a Benedita pela malvadeza que tinha com certos alunos e principalmente comigo que com nenhuma razo, fz tudo para me reprovar, e me reprovou porque tinha vir especialmente para dar aula ao nico aluno no tercero ano do ginsio em 1964.

Quero agradecertambm aos inspetores o Souza e ao Manuel.

Logicamente sinto saudades dos colegas da mimha turma e das outras turmas que estavam comigo em cotacto.

Quero lembrar mas uma pessoa que infelizmente tambm no est conosco, a Snia Regina que com ela, a Leondia, o Lus Carlos e eu jogavam cartas depois das 8 horas da noite na sala de estudos.

Residncia Atual: Israel

Objetivos Neste Reencontro: Reencotrar antigos colegas que eu no estou em contacto.

Contatos: tel xx9722-6525203 (fones e/ou e-mails)

email: [email protected]

[email protected]

* Nome: Dimaranje Moraes (didi)

Formao:Msica e pedagogia.

Estado civil: Casado

Profisso: Analista/bancrio.

Perodo em que esteve no I B C.: Maro de 1963 a janeiro de 1979.

Breve comentrio sobre este perodo:

O IBC ainda oferecia um ensino de alta qualidade e mantinha muitos alunos em regime de internato.Havia uma convivncia salutar de uma grande famlia.

Muita bola, muita msica, era um tempo em que fui muito feliz. O brabo que s fui saber depois!

Residncia Atual: Braslia DF.

Objetivos Neste Reencontro:>

Dizer pra galera que ainda estou firme e forte e, que aguardem que meu disco est chegando, provavelmente em julho!

Eu gostaria muito de fazer um lanamento no IBC mas depois que tive aquela decepo em 2004, no quero arriscar a passar por aquilo novamente.

Contatos: (fones e/ou e-mails)> [email protected]

www.didimoraes.com

OBS.: Divulgamos nesta coluna, noticias sobre paradeiro de ex-alunos do I B C...Qualquer informao, contacte a redao...

[TIRANDO DE LETRA]

#

* OS BALES E OS SONHOS

Uma figura muito familiar que aos poucos foi desaparecendo e no cabe aqui discutirmos as razes do seu desaparecimento, a da velha e querida escola rural: prediozinho de madeira, de bancos duplos, com lugar para o tinteiro, para onde amos aos bandos, eu como aluno ouvinte, pois s viria a estudar aos 13 anos, em uma escola para cegos em Porto Alegre, s aulas da dona Ninie do professor Erni. Este tocava violino; No sei se bem ou mal, o certo que gostvamos quando nos brindava, se nos portssemos bem, com uma musiquinha ao final da aula.

Essas escolas eram uma espcie de centros para onde eram atrados, em ocasies como o dia das mes, dia dos pais e, especialmente, nas festas juninas, mesmo os mais arredios pais de alunos que, a princpio, viam nisso mais uma forma de gastar 'soldi',, mas que se viam recompensados ao verem os filhos representarem pecinhas de teatro ou danarem desajeitados a quadrilha e o pezinho, metidos em bombachas e botas, em geral emprestadas e nunca no tamanho certo.Que festas aquelas!... pinho, pipoca, batata-doce, amendoim torrado, quento, rapadura... de tudo e aos montes.

A fogueira, ento, era um monto de tudo o que queimasse... brincvamos sua volta jogando taquaras verdes que estouravam como bombas, alheios aos rigores das frias noites do inverno gacho...

De saudade delas e para que no caiam no esquecimento dos que as conheceram, foi que escrevi:

So Joo

So Joo... E a belos tempos idos

eu sinto ter minha alma transportada,

ouvindo o vozerio da crianada

que vem, da praa em frente, aos meus ouvidos.

Todos, do prprio inverno esquecidos,

brincando em torno da fogueira armada,

pediam longa vida ao Santo em cada

balo que ia ao cu com seus pedidos...

Guardei da infncia essas alegrias

e, se cheguei julg-las vs, um dia,

bem sei agora o quanto foi bom t-las...

Como fogueira, em meio noite, aquecem

enquanto os sonhos meus se desvanecem

como bales que voltam das estrelas...

(Lothar Bazanella)

* Falando de cara

O inesperado fez uma surpresa e, mais empinado que burro xucro, ele, o nariz, se fez ouvir naquela desconcertante reunio de rgos que, nada musical, aconteceu com tudo, com tudo que est na cara.

- O que vocs precisam entender que sou mais importante do que todos vocs!!!

- No seja pretencioso. Disse a boca quase arrebentando as cordas vocais.

- E imagine se ele fosse cantado e decantado pelos poetas como ns!!!

Disse o olho direito virado para o esquerdo.

- Pois contra essa decantao caolha dos poetas que s tm olhos para os olhos que quero me insurgir. como se ns, os narizes, no tivssemos importncia alguma quando somos o mais importante rgo, isso est na cara!!!

- O que est na cara, meu caro, somos todos ns!!! Disse a orelha esquerda e, com a ironia caracterstica dos da esquerda completou:

- Acaso se importaria de nos mostrar toda essa importncia??? e, respirando fundo o nariz disse:

- Nem preciso muito, me bastar dizer que, se acaso me decidir por fazer uma greve, todos vocs sucumbiro com falta de ar.

- Ora essa, bradou a boca, nisso nos equivalemos j que se resolver me fechar, todos vo para o buraco.

- Isso no bem assim, disse a orelha direita citando algum mais de direita ainda, a do garotinho se fechou e ele no foi pro buraco!!!

- Que garotinho??? perguntou a esquerda um tanto desantenada

- Como no foi pro buraco!!! exclamou o nariz j vermelho

- Apenas est respirando porque o companheiro l entendeu que deve continuar cumprindo sua funo.

- Afinal, onde voc est querendo chegar oh indefectvel nariz??? perguntou a boca quase cuspindo de irritao.

- Onde no sei