25
MPCDF Fl. 89 Proc.: 22713/15 MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL PRIMEIRA PROCURADORIA PARECER: 17/2017–GP1P ASSUNTO: TOMADA DE CONTAS ANUAL REFERÊNCIA: PROCESSO Nº 22.713/2015 (Apenso: Processo n.º 040.001.351/2015 – 3 volumes) EMENTA: 1. TOMADA DE CONTAS ANUAL. EXERCÍCIO 2014. SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA DO DISTRITO FEDERAL – SEC/DF. EXAME INICIAL. 2. ÁREA TÉCNICA SUGERE A AUDIÊNCIA DOS GESTORES. 3. AQUIESCÊNCIA DO MPC/DF. FALHAS GRAVES RELACIONADAS À CONTRATAÇÃO DE ARTISTAS E NA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS E OUTROS AJUSTES ADMINISTRATIVOS. PROPOSTA DE AUDIÊNCIA. ART. 13, III, DA LC Nº 1/1994. FALHAS REPETIDAS EM EXERCÍCIOS ANTERIORES. 1. Os autos tratam de Tomada de Contas Anual – TCA dos ordenadores de despesas, agentes de material e demais responsáveis pela gestão da Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal – SEC/DF, referente ao exercício financeiro de 2014. 2. Os responsáveis pela gestão em exame foram identificados pela Unidade Técnica nas tabelas dos parágrafos 2.1 e 2.2 da Informação nº 155/2017 – SECONT/2ª DICONT, fl. 81, a primeira identificando os ordenadores de despesas e demais responsáveis e a segunda os agentes de material, conforme informações contidas nos documentos às fls. 5/6 e 561 do Processo nº 040.001.351/2015 – apenso. 3. Procedendo ao exame formal da TCA, o Auditor de Controle Externo – ACE, responsável pela análise da Área Técnica, no que concerne à composição do processo e ao GP1P-V

 · Web viewresponsabilidade administrativa da Jurisdicionada, de outro, o Relatório de Bens Imóveis nº 40/2015, inserto às fls. 439/440 do Processo nº 040.001.351/2015 – …

  • Upload
    vuque

  • View
    216

  • Download
    1

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1:  · Web viewresponsabilidade administrativa da Jurisdicionada, de outro, o Relatório de Bens Imóveis nº 40/2015, inserto às fls. 439/440 do Processo nº 040.001.351/2015 – …

MPCDF

Fl. 89Proc.: 22713/15

Rubrica

MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL PRIMEIRA PROCURADORIA

PARECER: 17/2017–GP1P

ASSUNTO: TOMADA DE CONTAS ANUAL

REFERÊNCIA: PROCESSO Nº 22.713/2015 (Apenso: Processo n.º 040.001.351/2015 – 3 volumes)

EMENTA: 1. TOMADA DE CONTAS ANUAL. EXERCÍCIO 2014. SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA DO DISTRITO FEDERAL – SEC/DF. EXAME INICIAL. 2. ÁREA TÉCNICA SUGERE A AUDIÊNCIA DOS GESTORES.3. AQUIESCÊNCIA DO MPC/DF. FALHAS GRAVES RELACIONADAS À CONTRATAÇÃO DE ARTISTAS E NA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS E OUTROS AJUSTES ADMINISTRATIVOS. PROPOSTA DE AUDIÊNCIA. ART. 13, III, DA LC Nº 1/1994. FALHAS REPETIDAS EM EXERCÍCIOS ANTERIORES.

1. Os autos tratam de Tomada de Contas Anual – TCA dos ordenadores de despesas, agentes de material e demais responsáveis pela gestão da Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal – SEC/DF, referente ao exercício financeiro de 2014.

2. Os responsáveis pela gestão em exame foram identificados pela Unidade Técnica nas tabelas dos parágrafos 2.1 e 2.2 da Informação nº 155/2017 – SECONT/2ª DICONT, fl. 81, a primeira identificando os ordenadores de despesas e demais responsáveis e a segunda os agentes de material, conforme informações contidas nos documentos às fls. 5/6 e 561 do Processo nº 040.001.351/2015 – apenso.

3. Procedendo ao exame formal da TCA, o Auditor de Controle Externo – ACE, responsável pela análise da Área Técnica, no que concerne à composição do processo e ao atendimento às exigências regimentais, discorreu que foram cumpridas as normas de regência e a legislação pertinente.

4. No que tange ao pronunciamento dos órgãos de controle, a Unidade Técnica noticiou que a SEF/DF, organizadora das contas, indicou impropriedades pendentes de regularização. Nesse giro, inicialmente, o Corpo Instrutivo consignou que a Coordenação de Tomada de Contas opinou pela irregularidade das contas em exame, em face das seguintes impropriedades:

“a. Relatório do ROLRESP/SIGGO: informações incompletas no ‘Detalhamento Responsável’ (Informações Cadastrais) e ‘Detalhamento de Rol de Responsáveis’ (Informações Funcionais); lacunas temporais nos exercícios ; funções cadastradas com vários códigos; e utilização de número de outra Unidade Gestora para cadastramento de responsável e/ou ordenador de despesas;

GP1P-V

Page 2:  · Web viewresponsabilidade administrativa da Jurisdicionada, de outro, o Relatório de Bens Imóveis nº 40/2015, inserto às fls. 439/440 do Processo nº 040.001.351/2015 – …

MPCDF

Fl. 90Proc.: 22713/15

Rubrica

MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL PRIMEIRA PROCURADORIA

b. Declaração de Conformidade firmada pelo titular da Pasta, apesar das inconsistências no ROLRESP/SIGGO;c. Não cumprimento da exigência constante nos § 1º e 2º do art. 6º do Decreto nº 36.084/2014;d. Descumprimento das determinações constantes da Decisão nº 12.050/95-TCDF combinado com a Decisão nº 22/99-TCDF;e. Impropriedade nos registros contábeis de convênios e instrumentos congêneres da SEC/DF.” (Fl. 82).

5. A respeito, o ACE ponderou que os fatos relatados devem ser objeto de ressalva das presentes contas e da determinação contida no art. 19 da LC nº 1/1994, em momento oportuno.

6. Prosseguindo, discorreu que a Coordenação de Orientação, Controle e Análise Contábil da Administração Direta, mediante o Relatório Contábil Anual – Exercício 2014 (fls. 534/542 – apenso), elencou contas do ativo e do passivo que apresentavam saldos pendentes de regularização.

7. Nesse viés, entendeu que o c. Tribunal determinasse aos responsáveis na SEC/DF que verifiquem a situação das contas contábeis indicadas no aludido relatório, procedendo, se for o caso, aos ajustes necessários, conforme a seguir:

“- Conta nº 113410901 – Pagamentos Indevidos, saldo de R$ 1.386.682,57;- Conta nº 113410905 – Responsáveis por Danos, saldo de R$ 3.450.353,28;- Conta nº 113419803 – Desfalques ou desvios em apuração, saldo de R$ 2.142.082,12;- Conta nº 113419805 – Responsabilidade por danos em apuração, saldo de R$ 5.887.096,25;- Conta nº 113419899 – Outras responsabilidades em apuração, saldo de R$ 1.788.897,93;- Conta nº 113811500 – Créditos a receber decorrentes de pagamentos de despesas de terceiros, saldo de R$ 4.309.375,91;- Conta nº 218810199 – Outros consignatários, saldo de R$ 411.888,82;- Conta nº 218820101 – PSSS vencimentos e vantagens, saldo de R$ 476.567,36.” (Fl. 83).

8. Com efeito, ao argumento de que as impropriedades apontadas pela Coordenação de Orientação, Controle e Análise Contábil da Administração Direta estão sendo acompanhadas pela Subsecretaria de Contabilidade e que, em sua maioria, esse tipo de regularização não depende da Jurisdicionada, entendeu o Corpo Técnico que os fatos apontados não devem influenciar no julgamento da TCA em exame.

9. Ato contínuo, o Corpo Instrutivo sublinhou que a Coordenação Geral de Patrimônio da SEF/DF também apontou impropriedades pendentes de regularização.

10. A propósito, informou que, se, de um lado, no Relatório de Bens Móveis nº 51/2015, juntado às fls. 437/438 do Processo nº 040.001.351/2015 – apenso, não foram

Page 3:  · Web viewresponsabilidade administrativa da Jurisdicionada, de outro, o Relatório de Bens Imóveis nº 40/2015, inserto às fls. 439/440 do Processo nº 040.001.351/2015 – …

MPCDF

Fl. 91Proc.: 22713/15

Rubrica

MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL PRIMEIRA PROCURADORIA

apontadas irregularidades na utilização e administração dos bens patrimoniais sob a responsabilidade administrativa da Jurisdicionada, de outro, o Relatório de Bens Imóveis nº 40/2015, inserto às fls. 439/440 do Processo nº 040.001.351/2015 – apenso, relata a falta de informação sobre o estado de conservação e as condições de uso de alguns imóveis constantes da carga patrimonial da SEC/DF.

11. Dessarte, considerou que a impropriedade atinente à gestão dos bens imóveis deve figurar, no momento oportuno, como ressalva às contas em questão.

12. Prosseguindo, a Unidade Técnica discorreu sobre o exame da Controladoria-Geral do Distrito Federal, a qual, por meio do Certificado de Auditoria nº 19/2016 – COMITÊ/SUBCI/CGDF, fl. 561-v do Processo nº 040.001.351/2015 – apenso, concluiu que os subitens 1.1 (ingerência no orçamento da Secretaria gerando distorções pelo uso excessivo de emendas parlamentares), 2.1 (servidores sem vínculo efetivo com GDF ocupando cargos comissionados acima do limite legal), 3.1 (irregularidades na realização do evento “XI Brasília Motocapital”), 3.2 (impropriedades na utilização de recursos de convênios) e 3.3 (pendência de documentos na prestação de contas) do Relatório de Auditoria nº 29/2016-DIRAD/CONAG/SUBCI/CGDF, fls. 544/557 do Processo nº 040.001.351/2015 – apenso, constituem falhas médias e que o subitem 3.4 (impropriedades na contratação, execução e comprovação de shows) do aludido Relatório caracteriza falha grave.

13. A par dos achados identificados no exercício, o Controle Interno certificou a Irregularidade das Contas, nos termos do mencionado Certificado de Auditoria nº 19/2016 – COMITÊ/SUBCI/CGDF, fl. 561-v do Processo nº 040.001.351/2015 – apenso.

14. Nessa toada, a Unidade Técnica convergiu, em parte, com o consignado no Relatório de Auditoria nº 29/2016-DIRAD/CONAG/SUBCI/CGDF, fls. 544/557 do Processo nº 040.001.351/2015 – apenso, e entendeu que, além do subitem 3.4 (impropriedades na contratação, execução e comprovação de shows), a gravidade das impropriedades objeto dos subitens 3.1 (irregularidades na realização do evento “XI Brasília Motocapital”), 3.2 (impropriedades na utilização de recursos de convênios) e 3.3 (pendência de documentos na prestação de contas) também deveriam ensejar a audiência dos gestores do Órgão.

15. Tendo em conta a matriz de responsabilização às fls. 77/80, o Corpo Instrutivo arrazoou que os achados mencionados no parágrafo anterior podem ter ressonância no julgamento das contas dos gestores responsáveis pelas contas abordadas na TCA em exame, conforme indicado no quadro abaixo:

Subitem Descrição Responsáveis

3.1 Irregularidades na realização do evento “XI Brasília Motocapital”

Hamilton Pereira da Silva (Secretário de Estado)Alexandre Pereira Rangel (Chefe da Unidade de Administração Geral)

3.2 Impropriedades na utilização de recursos de convênios

Hamilton Pereira da Silva (Secretário de Estado)Alexandre Pereira Rangel (Chefe da

Page 4:  · Web viewresponsabilidade administrativa da Jurisdicionada, de outro, o Relatório de Bens Imóveis nº 40/2015, inserto às fls. 439/440 do Processo nº 040.001.351/2015 – …

MPCDF

Fl. 92Proc.: 22713/15

Rubrica

MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL PRIMEIRA PROCURADORIA

Unidade de Administração Geral)

3.3 Pendência de documentos na prestação de contas

Hamilton Pereira da Silva (Secretário de Estado)Alexandre Pereira Rangel (Chefe da Unidade de Administração Geral)

3.4 Impropriedades na contratação, execução e comprovação de shows

Hamilton Pereira da Silva (Secretário de Estado)Alexandre Pereira Rangel (Chefe da Unidade de Administração Geral)

16. Lado outro, desta feita divergindo do posicionamento do Controle Interno pelos motivos expostos no Papel de Trabalho (PT-II), fls. 75/76, a Área Técnica pugnou pela retirada dos subitens 1.1 (ingerência no orçamento da Secretaria gerando distorções pelo uso excessivo de emendas parlamentares) e 2.1 (servidores sem vínculo efetivo com GDF ocupando cargos comissionados acima do limite legal) do Relatório de Auditoria nº 29/2016-DIRAD/CONAG/SUBCI/CGDF, fls. 544/557 do Processo nº 040.001.351/2015 – apenso, do rol de achados com o condão de repercutir no julgamento da gestão das contas anuais tratadas no presente feito.

17. Quanto ao exame realizado pelo Controle Interno sobre a eficiência e eficácia da gestão da Jurisdicionada, o diligente ACE responsável pela instrução destacou o Relatório de Eficiência e Eficácia nº 29/2016 – DIRAD/CONAG/SUBCI - CGDF, fls. 558-v do Processo nº 040.001.351/2015 – apenso, presente nos autos da TCA em atenção à exigência contida no art. 140, VII, do RI/TCDF, aprovado pela Resolução TCDF nº 38/1990-TCDF, vigente à época da composição das contas.

18. Nesse contexto, impende acrescentar que, no âmbito do Processo nº 19.846/2011, esta c. Corte de Contas entendeu que a gestão ineficiente ou ineficaz injustificada pode ensejar a audiência dos responsáveis e a consequente irregularidade das contas. Contudo, não é o que se observa na espécie, conforme se infere da conclusão a que chegou o Controle Interno, fl. 558 do Processo nº 040.001.351/2015 – apenso, a seguir transcrito:

“Conforme disposto no Anexo I da Portaria nº 226/2015 – CGDF, é apresentado a seguir a aferição da eficiência e eficácia das gestões orçamentária, financeira, patrimonial e contábil referente à Tomada de Contas Anual da Secretaria de Estado de Cultura:

Grau de Eficácia Grau de EficiênciaGestão Orçamentária Pouco Eficaz EficienteGestão Financeira Razoavelmente Eficaz EficienteGestão Patrimonial Eficaz Pouco EficienteGestão Contábil Razoavelmente Eficaz Eficiente

19. No que concerne ao requisito de apresentação das contas dos agentes de material nesta TCA (arts. 140, III e IV, 141 e 142 da Resolução nº 38/1990, vigente à época),

Page 5:  · Web viewresponsabilidade administrativa da Jurisdicionada, de outro, o Relatório de Bens Imóveis nº 40/2015, inserto às fls. 439/440 do Processo nº 040.001.351/2015 – …

MPCDF

Fl. 93Proc.: 22713/15

Rubrica

MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL PRIMEIRA PROCURADORIA

a Unidade de Contas pontuou que a Comissão de Inventário do Almoxarifado, por meio do expediente às fls. 444/446 do Processo nº 040.001.351/2015 – apenso, não encontrou inconsistências nos documentos e nos materiais analisados, razão pela qual pugnou que as contas dos responsáveis podem ser julgadas regulares, no momento oportuno.

20. Ato contínuo, a Unidade Técnica mencionou que não houve utilização de suprimento de fundos no exercício de 2014, conforme Relação de Suprimento de Fundo extraída do sistema SIGGO, fl. 353 do Processo nº 040.001.351/2015 - apenso.

21. Outrossim, no que se refere às atividades do Controle Externo, destacou que, mediante consulta realizada no Sistema de Acompanhamento Processual Eletrônico (e-TCDF), foi possível identificar processo que poderia influenciar na apreciação das contas do exercício sub examine. O Corpo Instrutivo indicou que a apuração levada a efeito no Processo nº 30.222/20161 pode ter ressonância nas contas anuais da SEC/DF relativa ao exercício de 2014.

22. Não obstante, a Área Técnica arrazoou que a repercussão da citada apuração no julgamento da TCA em exame poderá ocorrer após a audiência dos responsáveis, não sendo recomendável, portanto, o sobrestamento do presente feito.

23. A Unidade Técnica apresentou, também, a situação das contas anuais de exercícios anteriores:

EXERCÍCIO PROCESSO COMENTÁRIOS

2011 10.916/2012Contas julgadas regulares e irregulares (Decisão nº 6391/2016). Interposição de Recurso de Reconsideração (Decisão nº 1761/2017).

2012 19.764/2013 Sobrestamento dos autos (Decisão nº 549/2016).

2013 25.009/2014 Audiência dos responsáveis (Decisão nº 3463/2017).

24. Entende-se de bom alvitre ressaltar que a apresentação do quadro alusivo ao encaminhamento proposto pelo e. TCDF para as contas anuais da SEC/DF de exercícios anteriores permite aferir a repetição de falhas e, principalmente, evidencia o encaminhamento proposto pelo e. Plenário para achados semelhantes aos identificados na gestão ora exame. O ato de compulsar entendimento firmado sobre fatos já submetidos ao descortino desta c. Corte de Contas permite lograr a desejável uniformidade de entendimentos, o que reforça a segurança jurídica.

25. Nesse sentido, entendo oportuno consignar que no Processo nº 25.009/2014, autuado para abrigar a TCA/2013 da SEC/DF, após manifestação da Unidade Técnica e do 1 “Auditoria realizada pela Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal – SEC/DF, a fim de apurar irregularidades em contratações artísticas efetuadas no exercício de 2014.”

Page 6:  · Web viewresponsabilidade administrativa da Jurisdicionada, de outro, o Relatório de Bens Imóveis nº 40/2015, inserto às fls. 439/440 do Processo nº 040.001.351/2015 – …

MPCDF

Fl. 94Proc.: 22713/15

Rubrica

MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL PRIMEIRA PROCURADORIA

Parquet de Contas, tendo em conta a identificação de falhas graves passíveis de culminar na audiência dos gestores da SEC/DF, o c. Tribunal assim deliberou:

Decisão nº 3.463/2017“(...) II – determinar, com fulcro no art. 13, III, da Lei Complementar nº 01/1994, a audiência dos Srs. HAMILTON PEREIRA DA SILVA e ALEXANDRE PEREIRA RANGEL, para que, no prazo de 30 (trinta) dias, apresentem razões de justificativa pelas impropriedades apontadas nos subitens: 3.3 – Assinatura de convênio em desacordo com a legislação vigente e descumprimento de Parecer da Procuradoria- Geral do Distrito Federal - PGDF – Projeto Via Sacra de Taguatinga; 3.4 - Atesto de notas fiscais realizado por pessoa não designada formalmente e pagamentos realizados sem o ‘atesto’ das notas fiscais – Mês da consciência negra; 3.6 - Caracterização de despesa sem prévio empenho – Evento ‘46º festival de Brasília do Cinema Brasileiro’; 3.7 - Impropriedades na contratação de artistas e na comprovação do serviço prestado; 3.8 - Fragilidade na elaboração do relatório do executor e na comprovação da realização do evento ‘Festival Promessas’; 3.9 - Irregularidades na contratação de empresas por adesão a ata de registro de preços, no projeto ‘GDF junto de Você’; 3.10 - Impropriedades no Convênio nº 14/2013, celebrado entre a Secretária de Cultura e a Associação Ruarte de Cultura para a realização do 12º Festival Internacional de Bonecos de Brasília de 2013; 3.11 - Impropriedades no acompanhamento do Convênio nº 01/2013 para manutenção do Memorial JK, todos do Relatório de Auditoria nº 28/2016 – DIRAG/CONAG/SUBCI – CGDF, ante a possibilidade de suas contas serem julgadas irregulares e ainda por estarem sujeitos à aplicação de multa, haja vista o previsto no art. 17, III, ‘b’, c/c o art. 20, parágrafo único, e o art. 57, I, todos da Lei Complementar nº 1/1994; (...)” (Grifos acrescidos).

26. Verifica-se, portanto, que irregularidades na contratação de artistas, bem como impropriedades relacionadas a execução e fiscalização de ajustes e convênios redundaram na convocação em audiência dos mesmos responsáveis pela gestão da SEC/DF no exercício de 2013.

27. Vale frisar que irregularidades análogas foram identificadas na TCA objeto do presente feito, conforme é possível depreender da descrição dos subitens 3.1 (irregularidades na realização do evento “XI Brasília Motocapital”), 3.2 (impropriedades na utilização de recursos de convênios) e 3.3 (pendência de documentos na prestação de contas) e 3.4 (impropriedades na contratação, execução e comprovação de shows) do Relatório de Auditoria nº 29/2016-DIRAD/CONAG/SUBCI/CGDF, fls. 544/557 do Processo nº 040.001.351/2015 – apenso. O reflexo dos achados em comento será avaliado por este MPC/DF na sequência do presente Opinativo.

28. Quanto às deliberações do c. Tribunal pendentes de atendimento, o Corpo Instrutivo informou que não há registros que possam macular a gestão sub examine.

29. No que se refere ao demonstrativo de TCEs, exigido com espeque no art. 14 da Resolução nº 102/1998, o Corpo Instrutivo asseverou que, às fls. 503/512 do Processo nº 040.001.351/2015 – apenso, foram juntadas informações atinentes aos procedimentos

Page 7:  · Web viewresponsabilidade administrativa da Jurisdicionada, de outro, o Relatório de Bens Imóveis nº 40/2015, inserto às fls. 439/440 do Processo nº 040.001.351/2015 – …

MPCDF

Fl. 95Proc.: 22713/15

Rubrica

MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL PRIMEIRA PROCURADORIA

especiais de apuração encerrados, instaurados ou em andamento no exercício de 2014, em relação ao que consignou ser despicienda qualquer deliberação do e. Tribunal.

30. Dessa forma, concluiu seu exame nos seguintes termos:

“8.1. O Comitê de Certificação concluiu as contas anuais em apreço emitindo o parecer pela irregularidade, em face das falhas médias constantes dos subitens 1.1, 2.1, 3.1, 3.2 e 3.3 e da falha grave constante do subitem 3.4, contidas no Relatório de Auditoria nº 29/2016 – DIRAD/CONAG/SUBCI/CGDF, fls. 544 a 557.8.2. Concordamos com aquele órgão de controle no que tange à gravidade dos fatos apontados no subitem 3.4, acrescentando os subitens 3.1, 3.2 e 3.3, descritos no parágrafo 4.4.3 desta Informação, os quais devem ser objeto de audiência dos responsáveis a seguir nominados.

NOME CARGO/FUNÇÃO PERÍODOHamilton Pereira da Silva Secretário de Estado 01.01 a 31.12.14Alexandre Pereira Rangel Chefe da Unidade de

Administração Geral01.01 a 31.12.14

8.3. Quanto aos subitens 1.1 (Ingerência no orçamento da Secretaria gerando distorções pelo uso excessivo de emendas parlamentares) e 2.1 (Servidores sem vínculo efetivo com GDF ocupando cargos comissionados acima do limite legal), conforme análise externada no PT-II (fls. 75/76), não devem influenciar no julgamento das presentes contas.8.4. O Gerente de Patrimônio Sr. Eduardo Filhusi de Freitas deve ter suas contas julgadas regulares com ressalvas, em momento oportuno, tendo em vista a impropriedade relatada no Relatório – Bens Imóveis nº 040/2015 (fls. 439/440*) que versa sobre a falta de informação sobre o estado de conservação e as condições de uso de alguns imóveis constantes da carga patrimonial da SEC/DF, com fulcro no art. 17, II, da LC nº 1/1994.8.5. Os agentes de material, Carlos Alberto Lopes de Souza e Florisval Ferreira de Souza, podem ter suas contas julgadas regulares, em momento oportuno, nos termos do art. 17, I, da LC nº 1/1994, por não haver nenhuma impropriedade imposta diretamente a eles ou aos seus períodos de gestão.8.6. Já a Sra. Francieuda Donato Ferreira, tendo em vista o curto período em que ocupou o cargo e por não ter nenhuma impropriedade vinculada a ela ou ao seu período de gestão, deve ter suas contas julgadas regulares, em momento oportuno, nos termos do art. 17, I, da LC nº 1/1994..” (Fl. 87 - Grifos acrescidos).

31. Por fim, sugeriu ao e. Plenário que:

“I. tome conhecimento da tomada de contas anual da Secretaria de Estado de Cultura do DF, concernente ao exercício de 2014, objeto do Processo nº 040.001.351/2015; II. determine:

a. com fulcro no art. 13, III, da LC nº 01/1994, a audiência dos responsáveis Hamilton Pereira da Silva e Alexandre Pereira Rangel, para que, no prazo de 30 (trinta) dias, apresentem razões de justificativa pelas irregularidades apontadas nos subitens 3.1 (Irregularidades na realização do evento ‘XI Brasília Motocapital’); 3.2 (Impropriedades na utilização de recursos de Convênios); 3.3 (Pendência de documentos na prestação de contas); e 3.4

Page 8:  · Web viewresponsabilidade administrativa da Jurisdicionada, de outro, o Relatório de Bens Imóveis nº 40/2015, inserto às fls. 439/440 do Processo nº 040.001.351/2015 – …

MPCDF

Fl. 96Proc.: 22713/15

Rubrica

MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL PRIMEIRA PROCURADORIA

(Impropriedades na contratação, execução e comprovação de shows), todos do Relatório de Auditoria nº 29/2016 – DIRAG/CONAG/SUBCI - CGDF, ante a possibilidade de suas contas serem julgadas irregulares e ainda por estarem sujeitos à aplicação de multa, haja vista o previsto no art. 17, III, ‘b’, c/c o art. 20, parágrafo único, e o art. 57, I, todos da LC nº 1/1994;b. aos atuais gestores da Secretaria de Estado de Cultura do DF que verifiquem a presente situação das contas contábeis, mencionadas no Relatório Contábil Anual Exercício 2014 (fls. 534/542 do Processo nº 040.001.351/2015), procedendo, se for o caso, aos ajustes necessários;

III. autorize a devolução dos autos à Secretaria de Contas para as providências cabíveis.” (Fl. 88 - Grifos acrescidos e do original).

32. Anterior ao envio do feito ao Ministério Público de Contas, os termos da Informação nº 155/2017 – SECONT/2ª DICONT, fls. 81/88, foram acolhidos integralmente pelo Secretário de Controle Externo, conforme fl. 88-v.

33. Após o relato, passo à análise do presente feito.

34. Ab initio, informo, preliminarmente, que atuo nos presentes autos em substituição, consoante o disposto na Lei nº 13.024/2014, na Resolução nº 304/2017, no Ato Normativo nº 1/2015-MPC e na r. Decisão Administrativa nº 46/2017-TCDF.

35. No que diz respeito às impropriedades apontadas pelo Organizador das Contas, o entendimento do Parquet especializado guarda consonância com a instrução vestibular, mostrando-se pertinente que os fatos relatados possam ser objeto de ressalva nas presentes contas, bem como que o e. TCDF deva proceder à determinação contida no art. 19 da LC nº 1/1994, no momento oportuno.

36. Noutra banda, com a devida vênia ao sempre zeloso Corpo Técnico, este MPC/DF não coaduna com o entendimento propugnado em relação às impropriedades constantes do Relatório Contábil Anual - Exercício 2014, fls. 534/542 – apenso. Na espécie, verificou-se saldos pendentes em contas contábeis do ativo e do passivo, além de registros pendentes de regularização em contas de controle, na forma detalhada nos subitens 4.1, 4.2, 4.3, 4.4, 4.5, 4.6 e 4.5 do citado Relatório.

37. No sentir deste Parquet de Contas, o acompanhamento sistemático realizado pelo Subsecretaria de Contabilidade da SEF/DF não é suficiente para afastar a possibilidade de ressonância do achado no julgamento das presentes contas. Pensar de maneira diversa restringiria a análise da gestão contábil exclusivamente ao descortino da Subsecretaria de Contabilidade, perspectiva em evidente conflito com o dever constitucional de prestar contas estabelecido nos arts. 70 e 71, I, da CF/1988 e com a função de apoio ao controle externo exercida pelo Controle Interno (art. 74, IV, CF/1988). É dizer, o acompanhamento sistemático realizado no âmbito da Controladoria-Geral do Distrito Federal atinge a amplitude definida pelo ordenamento constitucional vigente quando passa pelo exame da c. Cortes de Contas distrital e, por conseguinte, possibilita que o aspecto contábil seja considerado no momento da apreciação de contas anuais.

Page 9:  · Web viewresponsabilidade administrativa da Jurisdicionada, de outro, o Relatório de Bens Imóveis nº 40/2015, inserto às fls. 439/440 do Processo nº 040.001.351/2015 – …

MPCDF

Fl. 97Proc.: 22713/15

Rubrica

MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL PRIMEIRA PROCURADORIA

38. Com efeito, a manutenção de saldo nas contas contábeis relacionadas, não obstante as providências adotadas junto à Jurisdicionada para orientação, regularização e justificativa das pendências apontadas, pode comprometer a eficiência e eficácia da execução contábil, financeira e patrimonial da unidade e representa falha formal passível de ressalva.

39. Posto isso, aos olhos do Órgão Ministerial, remanesce como passível de ensejar ressalva ao julgamento das contas, as impropriedades consignadas no Relatório Contábil Anual, exercício 2014.

40. Em relação aos apontamentos contidos nos relatórios emanados da Coordenação Geral de Patrimônio, fls. 433/440 – apenso, este MPC/DF comunga integralmente com as conclusões emanadas do Corpo Instrutivo.

41. Neste sentido, entendo que, diante da ausência de informações sobre o estado de conservação e as condições de uso de alguns imóveis de responsabilidade da SEC/DF, tal fato poderá ensejar ressalva às contas dos responsáveis, em momento oportuno.

42. No tocante ao exame dos atos de gestão avaliados pelo Controle Interno no Relatório de Auditoria nº 29/2016 – DIRAD/CONAG/SUBCI/CGDF, fls. 544/557 do Processo nº 040.001.351/2015 – apenso, em harmonia com o Corpo Instrutivo, este Órgão Ministerial entende que os subitens 1.1 (ingerência no orçamento da Secretaria gerando distorções pelo uso excessivo de emendas parlamentares) e 2.1 (servidores sem vínculo efetivo com GDF ocupando cargos comissionados acima do limite legal) do Relatório do Controle Interno não devem repercutir no julgamento das presentes contas anuais.

43. Quanto à proposta de ressalva alvitrada na Informação nº 155/2017 – SECONT/2ª DICONT, fls. 81/88 em relação às impropriedades pendentes de regularização indicadas pela Coordenação de Tomada de Contas e pela Coordenação Geral de Patrimônio da SEF/DF, pugno para o acréscimo das impropriedades lançadas no Relatório Contábil Anual, Exercício 2014, fls. 534/542 – apenso, ao elenco indicado pelo Corpo Instrutivo, em consonância com o posicionamento deste Parquet especializado consignado nos parágrafos 36 a 39 deste Opinativo.

44. Por outro lado, este Órgão Ministerial possui entendimento congruente com o apresentado pelo zeloso Corpo Instrutivo no tocante à sugestão de audiência para tratar das irregularidades salientadas nos subitens 3.1 (irregularidades na realização do evento “XI Brasília Motocapital”), 3.2 (impropriedades na utilização de recursos de convênios), 3.3 (pendência de documentos na prestação de contas) e 3.4 (impropriedades na contratação, execução e comprovação de shows), conforme será abordado na sequência desta peça Ministerial.

45. Afora o contido no Relatório de Auditoria do Controle Interno, oportuno agregar dados relacionados às irregularidades.

Page 10:  · Web viewresponsabilidade administrativa da Jurisdicionada, de outro, o Relatório de Bens Imóveis nº 40/2015, inserto às fls. 439/440 do Processo nº 040.001.351/2015 – …

MPCDF

Fl. 98Proc.: 22713/15

Rubrica

MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL PRIMEIRA PROCURADORIA

46. Conforme destacado alhures, tramita perante este e. Tribunal o Processo nº 30.222/2016, que examina o procedimento de sindicância instaurado pela SEC/DF, a fim de apurar indícios de irregularidades em contratações artísticas efetuadas no exercício de 2014.

47. Naqueles autos, a identificação de falhas concernentes à deficiência na instrução processual com a ausência da documentação mínima e indispensável para se proceder a contratações artísticas (Parecer Normativo nº 393/2008-PROCAD/PGDF); projeto básico sem aprovação da autoridade competente (art. 7º, § 2º, I, da Lei nº 8.666/1993); ausência de manifestação conclusiva da Assessoria Jurídica Legislativa (art. 38, parágrafo único, da Lei nº 8.666/1993); ausência de comprovação de que as contratações ocorreram por meio de empresário exclusivo (art. 25, III, da Lei nº 8.666/1993, artigo 26, II, do Decreto Distrital nº 34.577/20132); justificativa de preços sem fundamentação em pesquisa de mercado (artigo 26, IV, do Decreto Distrital nº 34.577/2013 e Parecer Normativo nº 393/2008-PROCAD/PGDF); pagamento sem o saneamento de impropriedades anteriormente apontadas; ausência de comprovação da consagração artística e da capacidade mobilização de público (art. 25, III, da Lei nº 8.666/1993); encaminhamento dos autos à Comissão Permanente de Acompanhamento e Fiscalização em data posterior à realização do evento, impossibilitando o procedimento fiscalizatório (art. 67 da Lei nº 8.666/1993); não comprovação do saneamento de impropriedades apontadas pela Assessoria Jurídico-Legislativa do órgão e não encaminhamento àquele setor (artigos 27 e 29 da Lei nº 8.666/1993); entre outras, determinou a audiência dos responsáveis pela gestão da SEC/DF no exercício de 2014. A deliberação em comento, a r. Decisão nº 3.378/2017, denota que o e. TCDF entende como falha grave essas irregularidades.

48. A propósito, deve-se ressaltar que nas presentes contas, o Controle Interno elencou os Processos nºs 150.002.222/2014, 150.002.271/2014 e 150.002.254/2014, que tratam de contratação de artistas, mediante inexigibilidade de licitação, para os eventos denominados “O Maior São João do Cerrado” e “Cinquentenário da Paróquia São Sebastião no Gama”, conforme consta às fls. 555-v/556-v do Processo nº 040.001.351/2015 – apenso, nos quais, igualmente, foram identificadas essas impropriedades.

49. Não é demais pontuar que a utilização das hipóteses de inexigibilidade ou dispensa de licitação demandam do gestor uma análise restritiva, por irem de encontro à regra geral da licitação especificada no art. 37, XXI, da Carta da República. A sua utilização deve estar devidamente alicerçada em requisitos específicos, cuja observância pela Administração é obrigatória, principalmente como forma de coibir a criação de oportunidades para possíveis irregularidades. Assim, a contratação direta, para ocorrer, deve estar sempre bem justificada, de modo que esteja caracterizada a excepcionalidade prevista em lei que autoriza a inexigibilidade de licitação.

50. A justificativa, a caracterização da excepcionalidade prevista em lei e o preço devem se constituir de fácil verificação na espécie, ante os elementos presentes nos 2 Dispõe sobre a contratação de artista pela Administração Pública do Distrito Federal.

Page 11:  · Web viewresponsabilidade administrativa da Jurisdicionada, de outro, o Relatório de Bens Imóveis nº 40/2015, inserto às fls. 439/440 do Processo nº 040.001.351/2015 – …

MPCDF

Fl. 99Proc.: 22713/15

Rubrica

MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL PRIMEIRA PROCURADORIA

autos da contratação que, incontestes, devem respaldar e fundamentar a motivação para a contratação. Neste sentir, caminhou o Parecer Normativo nº 393/2008 – PROCAD/PGDF3, ao apresentar considerações quanto a aspectos relativos às contratações de shows culturais pelo Distrito Federal.

51. Nada obstante, é de se ver que as contratações em comento não obedeceram às exigências legais.

52. Nesse sentido, oportuna a transcrição de excertos dos apontamentos lançados no Relatório de Auditoria nº 29/2016-DIRAD/CONAG/SUBCI/CGDF, conforme a seguir:

“3.4.1 Proc. 150.002.222/2014 – Contratação da Banda Magníficos, Banda Arreio de Ouro e Wesley Safadão e Garata Safada para se apresentarem no Maior São João do Cerrado, realizado no período de 06/08 a 10/08/2014- Documento chamado ‘Justificativa de Inexigibilidade’, assinado por Dorival Gomes – SPPC cita o Decreto nº 32.577/2010 que trata da dissolução da Brasiliatur, a Lei Distrital nº 3844/2006 que inclui o Festival Porão do Rock no calendário oficial de eventos de Brasília. Documento sem nexo e inválido.- A comprovação artística pela crítica especializada e pela opinião pública da banda Arreio de Ouro e Garota Safada é insuficiente, pois apresenta algumas matérias sobre shows.- O contrato de exclusividade de Wesley Safadão e Garota Safada é entre a empresa Luan Promoções e a empresa W S J Shows Ltda. (...), cujo sócio é Wesley Oliveira da Silva, vocalista da banda, ou seja, há um subcontrato de exclusividade entre a empresa representante exclusiva e a empresa Luan Promoções.- Parecer nº 144/2014 – AJL pela impossibilidade da contratação pretendida, tendo em vista instrução processual insuficiente, necessária para a contratação artística conforme Parecer nº 393/2008-PROCAD. Foi encaminhado novamente para AJL, o qual elaborou o Parecer nº 144.1/2014 – AJL (fl. 144-145), novamente pela impossibilidade da contratação artística. Falta de documentos para justificar o preço, falta de documentação de comprovação artística pela crítica especializada e falta de documento que demonstre a capacidade de mobilização de público. Chama atenção o documento ter data de 11/08/2014, após a celebração do contrato em 06/08/2014 e após a realização do show em 10/08/2014. O encaminhamento do Parecer à SPPC é feito em 13/08/2014, conforme observado no verso da fl. 14. Novamente é encaminhado à AJL, após consignada as respostas, em 15/08/2014, conforme fl. 149. Parecer 144.2/2014 – AJL, de 15/08/2014, conclui-se pela possibilidade de contratação após saneadas as lacunas ainda existentes (fls. 150-151).(...)- Os autos somente foram encaminhados à Comissão de Acompanhamento de Contratos em 03/09/2014, ou seja, após a realização do evento.- O relatório da Comissão de Fiscalização de Contratos enfatiza que os shows ocorreram (há pouco detalhes sobre as condições), porém não se encontram nos autos as notas fiscais referentes a 50% de adiantamento do cachê artístico.(...)

3 Disponível no sítio da Procuradoria-Geral do Distrito Federal: parecer.pg.df.gob.br/#

Page 12:  · Web viewresponsabilidade administrativa da Jurisdicionada, de outro, o Relatório de Bens Imóveis nº 40/2015, inserto às fls. 439/440 do Processo nº 040.001.351/2015 – …

MPCDF

Fl. 100Proc.: 22713/15

Rubrica

MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL PRIMEIRA PROCURADORIA

3.4.2 Proc. 150.002.271/2014 – Contratação de Michel Teló para se apresentar no dia 07/08/2014 no Maior São João do Cerrado- Documento chamado ‘Justificativa de Inexigibilidade’ (fl. 51), assinado por Dorival Gomes – SPPC cita o Decreto nº 32.577/2010 que trata da dissolução da Brasiliatur, a Lei Distrital nº 3844/2006 que inclui o Festival Porão do Rock no calendário oficial de eventos de Brasília. Documento sem nexo e inválido.- Parecer nº 149/2014, de 04/08/2014 (fls. 52-55), conclui pela impossibilidade da contratação pretendida. Em resposta, foi redigido o Despacho Interlocutório, em 06/08/2014, da Viviane Mustafa – Assessora Técnica da SPPC, onde, afirma que as pendências apontadas pela AJL foram cumpridas. Porém, em nova verificação pela AJL – Parecer nº 149.1/2014, de 07/08/2014 (fls. 76-78), conclui pela impossibilidade da contratação pretendida.(...)3.4.3 Proc. 150.002.254/2014 – Contratação do Padre Fábio de Melo para se apresentar no dia 09/08/2014 no Cinquentenário da Paróquia São Sebastião no Gama- Documento chamado ‘Justificativa de Inexigibilidade’ (fl. 95), assinado por Dorival Gomes – SPPC cita o Decreto nº 32.577/2010 que trata da dissolução da Brasiliatur, a Lei Distrital nº 3844/2006 que inclui o Festival Porão do Rock no calendário oficial de eventos de Brasília. Documento sem nexo e inválido.- Projeto Básico com texto padrão utilizado para todas as contratações, com diversas impropriedades, (...)- Parecer nº 146/2014 – AJL, de 02/08/2014 (fls. 101-104), conclui pela impossibilidade da contratação pretendida, tendo em vista pendências na documentação, necessárias para a contratação artística conforme Parecer nº 393/2008-PROCAD. A data do Parecer Jurídico é posterior à data de assinatura do contrato e da emissão da NE 2507/2014. Os autos foram encaminhados novamente para AJL, a qual elaborou o Parecer nº 146.1/2014 – AJL, novamente pela impossibilidade da contratação artística, tendo em vista a falta de documentos para justificar o preço, falta de documentação de comprovação artística pela crítica especializada e falta de documento que demonstre a capacidade de mobilização de público. Chama atenção o documento ter data de 11/08/2014, após a realização do show 09/08/2014. (...)(...)- Não há relatório de fiscalização do evento. Os autos foram devolvidos à SPPC pela Comissão Permanente de Acompanhamento e Fiscalização dos Eventos e Convênios, informando que a Comissão não havia sido informada sobre a realização do evento e os autos só foram encaminhados em 11/08/2014, após a realização do evento, por isso, o evento não foi acompanhado (...).- Em substituição ao relatório de fiscalização, foi elaborado ‘Relatório de Apresentação do Padre Fábio de Melo’ – de 20/10/2014, assinado pela Assessoria da Diretoria de Políticas e Promoções Culturais – Simone Cristina Pereira da Silva. Consta no documento ‘Por motivos de força maior, a Comissão de Fiscalização não pode comparecer ao evento, assim sendo, solicitamos considerar o relatório’ (fl. 174). Foram apresentadas 3 fotos coletadas em jornal do Gama, que no entanto, não são conclusivas sobre a apresentação artística do Padre.” (Fls. 555-v/556-v – apenso) (Grifos acrescidos e do original).”

Page 13:  · Web viewresponsabilidade administrativa da Jurisdicionada, de outro, o Relatório de Bens Imóveis nº 40/2015, inserto às fls. 439/440 do Processo nº 040.001.351/2015 – …

MPCDF

Fl. 101Proc.: 22713/15

Rubrica

MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL PRIMEIRA PROCURADORIA

53. Desta feita, as irregularidades em destaque possuem o condão de autorizar a convocação em audiência dos responsáveis pela gestão em exame.

54. Isso porque, verifica-se que as contratações em comento prescindiram do preenchimento dos pressupostos autorizadores da contratação direta, via inexigibilidade de licitação, além da inexistência de pesquisa de preços, justificativa para os valores pagos a título de cachês aos artistas/bandas e falhas na fiscalização dos ajustes.

55. Com efeito, restaram evidenciadas falhas na comprovação da exclusividade dos representantes dos artistas/bandas contratados, exigida pela norma excepcional e permissiva da contratação direta, na forma do art. 25, III, da Lei nº 8.666/1993.

56. Merece relevo o fato de que esse assunto é reiteradamente objeto de audiência de diversas TCAs/PCAs nesta c. Casa (e.g. Processos nºs 19.781/2011 e 20.895/2011). Especialmente porque a referida exigência é pressuposto de garantia de estabilização das relações de exclusividade entre artistas e empresários por um período razoável de tempo. Esta também foi a inteligência adotada por este e. Tribunal ao proferir a r. Decisão nº 8.118/1997, cujos exatos termos convém repisar:

“O Tribunal, de acordo com o voto do Relator, decidiu: 1) tomar conhecimento do Relatório de Inspeção n.º 014/97, bem como da documentação acostada, fls. 22 a 58; 2) considerar regular a despesa constante da 96 NE 00205 (Proc. n.º 143.000.595/96), que trata de aquisição de linhas telefônicas; 3) relevar, excepcionalmente, as impropriedades constantes do procedimento adotado para a contratação de profissional de setor artístico, NE 00184 (Proc. 143.000.523/96); 4) recomendar à jurisdicionada que, doravante: a) realize pesquisa de preços de mercado, com no mínimo 03 orçamentos/propostas, mesmo para despesas realizadas com inexigibilidade de licitação; b) nos casos de contratação de profissional do setor artístico por intermédio de empresário, exija a apresentação de Contrato de Exclusividade, nos termos do art. 25, inc. III, da Lei n.º 8.666/93; c) na hipótese de contratação de mais de um profissional por meio do mesmo representante exclusivo, tanto a Nota de Empenho como a Nota Fiscal deverão conter discriminação do valor equivalente a cada artista; 5) autorizar o arquivamento dos autos.” (Grifos acrescidos).

Page 14:  · Web viewresponsabilidade administrativa da Jurisdicionada, de outro, o Relatório de Bens Imóveis nº 40/2015, inserto às fls. 439/440 do Processo nº 040.001.351/2015 – …

MPCDF

Fl. 102Proc.: 22713/15

Rubrica

MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL PRIMEIRA PROCURADORIA

57. Ademais, impende registrar que a escolha dos artistas/bandas contratados malferiu o art. 26, parágrafo único, III da Lei nº 8.666/19934, dada a ausência de justificativa do preço praticado e da pesquisa de mercado.

58. Ainda, as anotações do Controle Interno apontam para graves impropriedades relacionadas à fiscalização dos ajustes.

59. Sobre o assunto, importa destacar que o sucesso nas contratações públicas se sustenta em três pilares, dependentes e inter-relacionados, quais sejam: i) planejamento adequado da contratação; ii) procedimento de contratação idôneo em que sejam observados todos os princípios legais e constitucionais de regência da matéria; e iii) fiscalização precisa da execução do objeto contratado.

60. A fiscalização do contrato, cláusula exorbitante prevista no art. 58, III, da Lei nº 8.666/1993, surge como a garantia de que o que foi contratado pela Administração será, de fato, realizado. Qualquer falha nesse mister, isto é, na fiscalização/execução do contrato, comprometerá o cumprimento da finalidade pública a que a Administração está vinculada. Daí a Lei nº 8.666/1993 exigir a designação formal de um fiscal de contrato para o acompanhamento de sua execução, conforme redação do seu art. 67.

61. Dessarte, em relação ao evidenciado no subitem 3.4 (impropriedades na contratação, execução e comprovação de shows), aos olhos do Parquet especializado houve a afronta ao disposto nos arts. 25, III; 26, parágrafo único, II e III e 67, todos da Lei nº 8.666/1993.

62. Do mesmo modo, tenho que as falhas no acompanhamento do evento denominado “XI Brasília Motocapital” e a incompletude da documentação para prestação de contas e comprovação dos serviços objeto dos ajustes celebrados no âmbito de convênios em que figura como partícipe a Jurisdicionada, subitens 3.1 (irregularidades na realização do evento “XI Brasília Motocapital”), 3.2 (impropriedades na utilização de recursos de convênios) e 3.3 (pendência de documentos na prestação de contas), apontam para máculas na fiscalização a cargo da SEC/DF, as quais constituem falhas de natureza grave, passíveis de ensejar o julgamento irregular da contas.

63. É dizer, o fiscal/executor de contrato deve zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos e dar amparo à Administração de que os ajustes celebrados serão 4 “Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos.Parágrafo único.   O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:(...)II  - razão da escolha do fornecedor ou executante;III -  justificativa do preço.”

Page 15:  · Web viewresponsabilidade administrativa da Jurisdicionada, de outro, o Relatório de Bens Imóveis nº 40/2015, inserto às fls. 439/440 do Processo nº 040.001.351/2015 – …

MPCDF

Fl. 103Proc.: 22713/15

Rubrica

MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL PRIMEIRA PROCURADORIA

realmente fiscalizados, o que culminará por minimizar as irregularidades na execução contratual, dentre as quais a realização de pagamento sem a devida contraprestação do objeto contratado e o descumprimento das cláusulas contratuais sem a devida sanção.

64. Dessarte, no sentir deste Parquet especializado a convocação em audiência dos responsáveis pela gestão em exame é medida que se impõe.

65. Ultrapassadas as questões referentes às falhas graves, este Parquet passa a tratar dos subitens que abordam falhas de natureza formal, as quais, no momento processual oportuno, caso superadas as irregularidades levantadas anteriormente, deverão implicar em ressalvas ao julgamento das contas dos agentes responsáveis por estas contas, nos termos do art. 17, II, da LC nº 1/1994.

66. Nesse diapasão, o entendimento Ministerial converge com o do Corpo Instrutivo quanto aos indicativos de ressalva atribuídos em razão das omissões na instrução processual da presente TCA descritas pela Coordenação de Tomada de Contas, bem como em razão das impropriedades apontadas pela Coordenação Geral de Patrimônio da SEF/DF.

67. Na forma já consignada neste Parecer, entendo que as impropriedades indicadas o Relatório Contábil Anual, exercício 2014, também devem integrar o rol de ressalvas ao julgamento das presentes contas.

68. No que tange à imputação de responsabilidade pelas falhas graves identificadas na gestão, este Parquet especializado realizou o cotejamento das irregularidades com o período de exercício dos agentes públicos responsáveis pelas contas tratadas nesta TCA, com o fito de individualizar os servidores que devem ser convocados em audiência para apresentação de razões de justificativa em face de cada um dos achados que podem macular com irregularidade o julgamento das contas em exame.

69. Nesse particular, conforme exposto pelo Corpo Instrutivo na Matriz de Responsabilização às fls. 77/80, ante as falhas constantes dos subitens 3.1 (irregularidades na realização do evento “XI Brasília Motocapital”), 3.2 (impropriedades na utilização de recursos de convênios), 3.3 (pendência de documentos na prestação de contas) e 3.4 (impropriedades na contratação, execução e comprovação de shows) do Relatório de Auditoria nº 29/2016-DIRAD/CONAG/SUBCI/CGDF, fls. 544/557 do Processo nº 040.001.351/2015 – apenso, devem ser convocados em audiência os Srs. Hamilton Pereira da Silva (Secretário de Estado) e Alexandre Pereira Rangel (Chefe da Unidade de Administração Geral), conforme indicação contida no quadro constante no parágrafo 15 deste Parecer.

70. Outrossim, em razão das falhas formais consignadas pelas Coordenações de Tomada de Contas, de Orientação, Controle e Análise Contábil da Administração Direta e Geral de Patrimônio da SEF/DF , a c. Corte de Contas pode julgar regulares com ressalvas, no momento processual oportuno, as contas dos então Secretário de Estado, Chefe da Unidade

Page 16:  · Web viewresponsabilidade administrativa da Jurisdicionada, de outro, o Relatório de Bens Imóveis nº 40/2015, inserto às fls. 439/440 do Processo nº 040.001.351/2015 – …

MPCDF

Fl. 104Proc.: 22713/15

Rubrica

MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL PRIMEIRA PROCURADORIA

de Administração Geral e também do Sr. Eduardo Filhusi de Freitas, Gerente de Patrimônio da SEC/DF, conforme indicação contida no quadro à fl. 81 do presente feito.

71. A propósito, acerca da imputação de responsabilidade pelas irregularidades verificadas, vale mencionar que, no entendimento deste Representante Ministerial, não é o curto período de gestão que deve conduzir ao julgamento regular das contas dos responsáveis. O que deverá ser avaliado é se houve algum ato comissivo ou mesmo omissivo capaz de macular a gestão, ainda que praticado em um espaço curto de tempo. Portanto, mesmo em face do pouco tempo de atuação nos cargos de Gestão, deve-se analisar o período de ocorrência das impropriedades identificadas, de modo a formar convicção acerca da responsabilidade dos gestores, levando em conta a ação ou omissão dos agentes, o fato irregular verificado e o nexo de causalidade entre esses dois elementos.

72. Posto isso, tendo em vista a ausência de vinculação de qualquer impropriedade a Sra. Francieuda Donato Ferreira no período de gestão em que exerceu o cargo de Gerente de Patrimônio Substituto da SEC/DF, em harmonia com o Corpo Técnico, entendo que, no momento oportuno, suas contas podem ser julgadas regulares, nos termos do art. 17, I, da LC nº 1/1994.

73. Por fim, considerando as peculiaridades atinentes à atuação dos agentes de material, tenho que as contas do Sr. Carlos Alberto Lopes de Souza (Gerente de Material) e do Sr. Florisval Ferreira de Souza (Chefe do Núcleo de Almoxarifado) também, no momento oportuno, podem ser julgadas regulares, nos termos do art. 17, I, da LC nº 1/1994.

74. Em síntese, o posicionamento deste Parquet especializado é o seguinte.

75. Os subitens 1.1 (ingerência no orçamento da Secretaria gerando distorções pelo uso excessivo de emendas parlamentares) e 2.1 (servidores sem vínculo efetivo com GDF ocupando cargos comissionados acima do limite legal) do Relatório de Auditoria nº 29/2016 – DIRAD/CONAG/SUBCI/CGDF, fls. 544/557 do Processo nº 040.001.351/2015 – apenso, não devem repercutir no julgamento das contas em exame.

76. Por outro lado, considerando que os subitens 3.1 (irregularidades na realização do evento “XI Brasília Motocapital”), 3.2 (impropriedades na utilização de recursos de convênios), 3.3 (pendência de documentos na prestação de contas) e 3.4 (impropriedades na contratação, execução e comprovação de shows) do Relatório do Controle Interno, tratam de irregularidades graves, este Parquet pugna para que o e. Tribunal delibere por convocar em audiência os gestores responsáveis, conforme individualização especificada nos parágrafos 15 e 69 deste Parecer.

77. Ainda, as impropriedades pendentes de regularização indicadas pelas Coordenações de Tomada de Contas, de Coordenação de Orientação, Controle e Análise Contábil da Administração Direta e Geral de Patrimônio da SEF, apontam para a existência de falhas de natureza formal, as quais, no momento processual oportuno, deverão ensejar a aposição de ressalvas à regularidade das contas dos Srs. Hamilton Pereira da Silva

Page 17:  · Web viewresponsabilidade administrativa da Jurisdicionada, de outro, o Relatório de Bens Imóveis nº 40/2015, inserto às fls. 439/440 do Processo nº 040.001.351/2015 – …

MPCDF

Fl. 105Proc.: 22713/15

Rubrica

MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL PRIMEIRA PROCURADORIA

(Secretário de Estado), Alexandre Pereira Rangel (Chefe da Unidade de Administração Geral) e Eduardo Filhusi de Freitas (Gerente de Patrimônio).

78. Por outro lado, conforme pugnado em linhas volvidas, podem ser julgadas regulares as contas da Sra. Francieuda Donato Ferreira e dos Srs. Carlos Alberto Lopes de Souza e Florisval Ferreira de Souza.

79. Ante o exposto, o Ministério Público de Contas, com os pequenos ajustes acima, tem entendimento convergente com a sugestão de audiência proposta pela zelosa Unidade Técnica.

É o Parecer.

Brasília, 27 de outubro de 2017.

Marcos Felipe Pinheiro LimaProcurador Substituto