12
Estado de Santa Catarina Secretaria de Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Diretoria de Vigilância Epidemiológica Gerência de Vigilância de Doenças Imunopreveníveis e Imunização Informe Epidemiológico n°12/2019 – Vigilância da Influenza (Atualizado em 28 de junho de 2019) Vigilância Universal da Influenza Os dados contidos neste informe são oriundos da vigilância universal de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), que monitora os casos hospitalizados e óbitos com o objetivo de identificar o comportamento do vírus influenza, orientando os órgãos de saúde na tomada de decisão frente à ocorrência de casos graves de SRAG causados pelo vírus. Os dados são coletados pelas Secretarias Municipais de Saúde por meio de formulários padronizados e inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe: SIVEP Gripe. As amostras laboratoriais são coletadas e encaminhadas para a análise no Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (LACEN/SC). As informações apresentadas neste informe são referentes ao período que compreende as semanas epidemiológicas (SE) 01 a 26 de 2019, ou seja, casos com início de sintomas em 30/12/2018 até os registrados em 28/06/2019. A síndrome respiratória aguda grave (SRAG) abrange casos de síndrome gripal que evoluem com comprometimento da função respiratória que, na maioria dos casos, leva à hospitalização, sem outra causa específica. As causas podem ser vírus respiratórios, dentre os quais predominam os da influenza do tipo A e B, ou bactérias, fungos e outros agentes.

Vigilância Universal da Influenza€¦ · SRAG por Influenza 18 18,6 Influenza A(H1N1)pdm09 16 88,9 Influenza A(H3N2) 2 11,1 Influenza A (subtipagem em andamento) 0 0,0 Influenza

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Vigilância Universal da Influenza€¦ · SRAG por Influenza 18 18,6 Influenza A(H1N1)pdm09 16 88,9 Influenza A(H3N2) 2 11,1 Influenza A (subtipagem em andamento) 0 0,0 Influenza

Estado de Santa Catarina Secretaria de Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Diretoria de Vigilância Epidemiológica Gerência de Vigilância de Doenças Imunopreveníveis e Imunização

Informe Epidemiológico n°12/2019 – Vigilância da Influenza

(Atualizado em 28 de junho de 2019)

Vigilância Universal da Influenza

Os dados contidos neste informe são oriundos da vigilância universal de síndrome respiratória aguda

grave (SRAG), que monitora os casos hospitalizados e óbitos com o objetivo de identificar o

comportamento do vírus influenza, orientando os órgãos de saúde na tomada de decisão frente à

ocorrência de casos graves de SRAG causados pelo vírus.

Os dados são coletados pelas Secretarias Municipais de Saúde por meio de formulários padronizados

e inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe: SIVEP Gripe. As amostras

laboratoriais são coletadas e encaminhadas para a análise no Laboratório Central de Saúde Pública de

Santa Catarina (LACEN/SC).

As informações apresentadas neste informe são referentes ao período que compreende as semanas

epidemiológicas (SE) 01 a 26 de 2019, ou seja, casos com início de sintomas em 30/12/2018 até os

registrados em 28/06/2019.

A síndrome respiratória aguda grave (SRAG) abrange casos de síndrome gripal que evoluem com

comprometimento da função respiratória que, na maioria dos casos, leva à hospitalização, sem outra

causa específica. As causas podem ser vírus respiratórios, dentre os quais predominam os da influenza

do tipo A e B, ou bactérias, fungos e outros agentes.

Page 2: Vigilância Universal da Influenza€¦ · SRAG por Influenza 18 18,6 Influenza A(H1N1)pdm09 16 88,9 Influenza A(H3N2) 2 11,1 Influenza A (subtipagem em andamento) 0 0,0 Influenza

Perfil epidemiológico

Vigilância universal de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em Santa Catarina

De 30 de dezembro de 2018 a 28 de junho de 2019 (SE 26), foram notificados 978 casos suspeitos de

SRAG em Santa Catarina. Destes, 168 (17,2%) foram confirmados para influenza, sendo 136 (81,0%) pelo

vírus A (H1N1) pdm09, 21 (12,5%) pelo vírus A (H3N2), 06 (3,6%) aguardando subtipagem e 05 (3,0%)

pelo vírus Influenza B. Outros 456 (46,6%) casos de SRAG tiveram resultado negativo para influenza A e

B (SRAG não especificada), 240 (24,5%) casos de SRAG foram ocasionados por outro vírus respiratórios,

01 (0,1%) SRAG por outros agentes etiológicos e 113 (11,6%) casos se encontram em investigação,

aguardando confirmação laboratorial, conforme a Tabela 1.

Tabela 1: Casos de SRAG segundo classificação final e agente etiológico. Santa Catarina, 2019.

Classificação Final Casos

N %

SRAG por Influenza 168 17,2

Influenza A(H1N1)pdm09 136 81,0

Influenza A(H3N2) 21 12,5

Influenza A (subtipagem em andamento) 6 3,6

Influenza B 5 3,0

SRAG não especificada 456 46,6

SRAG por outros vírus respiratórios 240 24,5

SRAG por outros agentes etiológicos 1 0,1

Em investigação 113 11,6

Total 978 100

Fonte: SIVEP GRIPE (Atualizado em: 28/06/2019). * Dados sujeitos a alterações.

Os municípios que apresentaram casos confirmados de SRAG pelo vírus influenza foram: Chapecó

com 22 casos; Florianópolis com 20 casos; Blumenau com 17 casos; Joinville com 15 casos; Balneário

Camboriú e Brusque com 9 casos cada; São José com 7 casos; Itajaí, Jaraguá do Sul e Lages com 4 casos;

Coronel Freitas, Laguna e Tubarão com 3 casos cada; Biguaçu, Braço do Norte, Camboriú, Canoinhas,

Concórdia, Cunha Porã, Maravilha, Mondaí, Pomerode, São Bento do Sul, São Francisco do Sul, São João

Batista e Tijucas com 2 casos cada; Abelardo Luz, Araquari, Armazém, Balneário Barra do Sul, Botuverá,

Campo Erê, Criciúma, Flor do Sertão, Galvão, Itaiópolis, Itapoá, Jacinto Machado, Lauro Muller, Luiz Alves,

Navegantes, Palhoça, Penha, , Sombrio, Timbó, Tunápolis e Turvo, com 1 caso cada; e 1 caso de paciente

residente em São Paulo; como ilustra a Figura 1.

Page 3: Vigilância Universal da Influenza€¦ · SRAG por Influenza 18 18,6 Influenza A(H1N1)pdm09 16 88,9 Influenza A(H3N2) 2 11,1 Influenza A (subtipagem em andamento) 0 0,0 Influenza

Figura 1: Casos confirmados de SRAG por influenza segundo município de residência. SC. 2019 Fonte: SIVEP GRIPE (Atualizado em: 28/06/2019). * Dados sujeitos a alterações.

Em relação à idade, os casos de SRAG confirmados por influenza acometeram indivíduos nas faixas

etárias entre menor de 2 anos (8 casos); de 2 a 4 anos (4 casos); de 5 a 9 anos (14 casos); de 10 a 19 (9

casos); de 20 a 29 anos (13 casos); de 30 a 39 anos (16 casos); de 40 a 49 anos (24 casos); de 50 a 59 (27

casos) e acima de 60 anos (53 casos), como se pode ver na Tabela 2.

Tabela 2: Casos confirmados de SRAG por influenza segundo faixa etária (em anos) e subtipo viral. SC, 2019.

Faixa Etária (em anos)

Influenza A (H1N1)pdm09

Influenza A (H3N2)

Influenza A (Sub em andamento)

Influenza B Total

N % N % N % N % N %

<2 6 3,57 1 0,6 0 0,0 1 0,6 8 4,8

2 a 4 3 1,8 1 0,6 0 0,0 0 0,0 4 2,4

5 a 9 11 6,5 0 0,0 0 0,0 3 1,8 14 8,3

10 a 19 7 4,2 1 0,6 0 0,0 1 0,6 9 5,4

20 a 29 10 6,0 2 1,2 1 0,6 0 0,0 13 7,7

30 a 39 14 8,3 2 1,2 0 0,0 0 0,0 16 9,5

40 a 49 23 13,7 0 0,0 1 0,6 0 0,0 24 14,3

50 a 59 23 13,7 3 1,8 1 0,6 0 0,0 27 16,1

>= 60 39 23,2 11 6,5 3 1,8 0 0,0 53 31,5

Total 136 81,0 21 13 6 4 5 3 168 100

Fonte: SIVEP GRIPE (Atualizado em: 28/06/2019). * Dados sujeitos a alterações.

Dos 168 casos de SRAG confirmados como influenza, 105 apresentaram pelo menos um fator de risco

para agravamento, com destaque para 53 (50,5%) adultos (acima de 60 anos); 34 (32,4%) com doença

cardiovascular crônica; 32 (30,5%) com Diabetes Melittus, como descreve a Tabela 3. Desses, 130

evoluíram para a cura, 18 foram a óbito e 20 estão aguardando evolução do caso. Dos pacientes que

evoluíram para a cura, 77 fizeram uso do antiviral Oseltamivir (Tamiflu) em média, três dias após o início

dos sintomas e 60 fizeram uso entre 4 e 22 dias após início dos sintomas de síndrome gripal (febre, tosse

ou dor de garganta e, pelo menos, mais um dos sintomas: mialgia, cefaleia ou artralgia).

Page 4: Vigilância Universal da Influenza€¦ · SRAG por Influenza 18 18,6 Influenza A(H1N1)pdm09 16 88,9 Influenza A(H3N2) 2 11,1 Influenza A (subtipagem em andamento) 0 0,0 Influenza

Tabela 3: Distribuição dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave por Influenza segundo fator de risco e utilização de antiviral. SC. 2019

Comorbidades Casos de SRAG por Influenza (n= 168)

N %

Sem fatores de risco 63 37,5

Com fatores de risco 105 62,5

Adulto ≥ 60 anos 53 50,5

Doença cardiovascular crônica 34 32,4

Diabetes mellitus 32 30,5

Asma 13 24,5

Pneumopatias crônicas 10 9,5

Obesidade 9 8,6

Imunodeficiência/Imunodepressão 9 8,6

Criança < 2 anos 7 6,7

Doença renal crônica 6 5,7

Gestante 4 3,8

Doença hematologica crônica 3 2,9

Doença neurológica crônica 3 2,9

Puérpera (até 45 dias do parto) 1 1,0

Que utilizaram Antiviral (N=156) 137 81,5

Fonte: SIVEP GRIPE (Atualizado em: 28/06/2019). * Dados sujeitos a alterações.

Perfil dos óbitos em Santa Catarina Até o dia 28/06/2019, do total de casos de SRAG notificados, 98 evoluíram para óbito. Destes, 18

(18,4%) foram confirmados por Influenza, sendo 16 (88,9%) pelo subtipo A (H1N1) pdm09 e 2 (11,1%)

pelo subtipo A (H3N2).

Outros 72 (73,5%) óbitos tiveram resultado negativo para os vírus Influenza A e B, sendo classificados como SRAG não especificada, 07 (7,1%) por outros vírus respiratórios e 01 (1,0%) aguarda confirmação do caso, como mostram os dados da Tabela 4.

Tabela 4: Óbitos de SRAG segundo classificação final e agente etiológico. Santa Catarina, 2019.

Classificação Final Óbitos

N %

SRAG por Influenza 18 18,6

Influenza A(H1N1)pdm09 16 88,9

Influenza A(H3N2) 2 11,1

Influenza A (subtipagem em andamento) 0 0,0

Influenza B 0 0,0

SRAG não especificada 72 74,2

SRAG por outros vírus respiratórios 7 7,2

Em investigação 1 1,0

Total 98 100

Fonte: SIVEP GRIPE (Atualizado em: 28/06/2019). * Dados sujeitos a alterações.

Page 5: Vigilância Universal da Influenza€¦ · SRAG por Influenza 18 18,6 Influenza A(H1N1)pdm09 16 88,9 Influenza A(H3N2) 2 11,1 Influenza A (subtipagem em andamento) 0 0,0 Influenza

Os óbitos confirmados por SRAG Influenza acometeram pacientes residentes em: Joinville com 3

casos; Blumenau, Chapecó, Jaraguá do Sul e Tubarão com 2 casos cada; Balneário Camboriú, Biguaçu,

Brusque, Canoinhas, Florianópolis, São Bento do Sul e São Francisco do Sul, com 1 caso cada.

Em relação à faixa etária, houve 2 casos em pessoa de 40 a 49 anos; 7 casos entre 50 a 59 anos e 9

casos em pessoas acima de 60 anos, de acordo com a Tabela 5.

Tabela 5: Óbitos confirmados de SRAG por influenza segundo faixa etária (em anos) e subtipo viral. SC, 2019.

Faixa Etária (em anos)

Influenza A(H1N1) Influenza A(H3N2) Influenza A não

subtipado Total

n % n % n % n %

<2 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0

2 a 4 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0

5 a 9 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0

10 a 19 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0

20 a 29 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0

30 a 39 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0

40 a 49 2 12,5 0 0,0 0 0,0 2 11,1

50 a 59 7 43,8 0 0,0 0 0,0 7 38,9

>= 60 7 43,8 2 100,0 0 0,0 9 50,0

Total 16 88,9 2 11,1 0 0,0 18 100

Fonte: SIVEP GRIPE (Atualizado em: 28/06/2019). * Dados sujeitos a alterações.

Dentre os indivíduos que evoluíram para óbito por influenza (18 óbitos), 15 (83,3%) apresentaram pelo menos um fator de risco para agravamento, destacando-se: 10 (66,7%) com doença cardiovascular crônica, 9 (60,0%), adulto > 60 anos e 8 (53,3%) com diabetes mellitus.

Tabela 6: Óbitos confirmados de SRAG por influenza segundo fatores de risco. SC, 2019.

Comorbidades Óbitos de SRAG por Influenza (n= 18)

N %

Sem fatores de risco 3 16,7

Com fatores de risco 15 83,3

Doença cardiovascular crônica 10 66,7

Adulto ≥ 60 anos 9 60,0

Diabetes mellitus 8 53,3

Doença renal crônica 3 20,0

Imunodeficiência/Imunodepressão 2 13,3

Asma 1 6,7

Pneumopatias crônicas 1 6,7

Doença neurológica crônica 1 6,7

Obesidade 1 6,7

Doença hematologica crônica 1 6,7

Que utilizaram Antiviral (N=18) 14 77,8

Fonte: SIVEP GRIPE (Atualizado em: 28/06/2019). * Dados sujeitos a alterações.

Do total de óbitos, 14 pacientes fizeram uso de Oseltamivir, sendo nove até 4 dias após o início

dos sintomas e cinco entre 6 e 9 dias, e 4 não fizeram uso do medicamento.

Page 6: Vigilância Universal da Influenza€¦ · SRAG por Influenza 18 18,6 Influenza A(H1N1)pdm09 16 88,9 Influenza A(H3N2) 2 11,1 Influenza A (subtipagem em andamento) 0 0,0 Influenza

Comparação de casos confirmados de SRAG pelo vírus influenza 2016-2019 O monitoramento dos casos de SRAG confirmados por influenza, por meio do SINAN Influenza Web,

indica que, em 2016, houve um aumento no número de casos confirmados de SRAG por influenza a partir

da SE 9 (28/2 a 5/3), com um pico na SE 14 (3 a 9/4), logo após, verifica-se uma queda no número de

casos até a SE 21 (22 a 28/5). Em 2017, até a SE 52, os casos apresentados permaneceram dentro do

esperado para o período. Em 2018, os casos seguiram a mesma tendência de 2017, e houve uma

cocirculação de ambos os vírus Influenza tipo A, observa-se, ainda, a partir da SE 24 (10 a 16/06), um

aumento de casos que decaem a partir da SE 29. Em 2019, até o momento a circulação do vírus está

dentro do esperado para o período, com predomínio do vírus Influenza A (H1N1) pdm09.

Page 7: Vigilância Universal da Influenza€¦ · SRAG por Influenza 18 18,6 Influenza A(H1N1)pdm09 16 88,9 Influenza A(H3N2) 2 11,1 Influenza A (subtipagem em andamento) 0 0,0 Influenza

Figura 2: Casos confirmados de SRAG por influenza segundo Semana Epidemiológica (SE) do início dos sintomas. SC, 2016-2019. *

Fonte: SIVEP GRIPE (Atualizado em: 28/06/2019). * Dados sujeitos a alterações.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52

2016 0 1 0 0 2 1 6 2 3 6 15 28 84 71 88 56 42 47 46 32 28 16 24 28 20 18 16 10 11 5 5 3 2 2 2 2 4 4 0 3 2 3 2 3 1 6 2 3 0 0 0 0

2017 0 0 0 0 1 0 2 0 2 1 3 4 3 8 4 13 12 22 23 23 20 21 23 20 12 14 7 7 9 6 5 5 1 4 4 2 1 2 0 4 2 4 2 1 2 1 1 2 0 0 0 0

2018 1 1 1 0 1 1 0 0 2 0 2 3 0 7 12 10 18 24 15 17 14 16 20 30 31 33 41 28 35 11 12 11 13 7 12 7 5 6 3 1 2 2 1 1 0 2 2 0 0 0 0 0

2019 1 0 0 3 3 0 0 0 0 0 2 1 3 4 1 10 13 11 12 27 19 23 21 11 3 0

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Page 8: Vigilância Universal da Influenza€¦ · SRAG por Influenza 18 18,6 Influenza A(H1N1)pdm09 16 88,9 Influenza A(H3N2) 2 11,1 Influenza A (subtipagem em andamento) 0 0,0 Influenza

Os meses de janeiro a abril sempre foram meses de baixa circulação do vírus influenza em Santa

Catarina, tendo sido confirmados, nesse período, 8 casos em 2012, 21 casos em 2013, 7 casos em 2014

e 6 casos em 2015. Em 2016, nesse período, foram confirmados 404 casos de SRAG por influenza, uma

ocorrência atípica para esse tipo de vírus. Os meses de maio a agosto são aqueles em que,

historicamente, há maior circulação do vírus influenza, e a ocorrência de casos em 2016 acompanhou a

tendência histórica. Em 2017, os números acompanham as tendências apresentadas até o ano de 2015

e, a partir do mês de agosto, registramos historicamente nova queda no número de casos pela

diminuição da circulação do vírus. Em 2018, os números ficaram dentro do limite histórico esperado para

o período, com um aumento concentrado a partir do mês de junho e a partir de agosto há a tendência

de diminuição do número de casos. Em 2019 os casos estão dentro do esperado para o período, de

acordo com a Tabela 7.

Tabela 7: Casos confirmados de SRAG por influenza de acordo com o mês de início dos sintomas. SC, 2012-2019.

Mês 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Janeiro 2 2 2 2 1 0 4 5

Fevereiro 1 1 0 1 11 5 2 2

Marco 0 3 2 0 111 9 6 5

Abril 5 15 3 3 281 42 53 23

Maio 186 61 14 31 159 97 79 82

Junho 463 84 35 16 93 77 115 51

Julho 89 175 44 30 51 31 120

Agosto 4 108 37 9 11 17 49

Setembro 0 35 26 9 11 6 22

Outubro 0 11 4 12 11 13 6

Novembro 0 6 2 5 13 6 5

Dezembro 0 1 3 1 5 0 0

Total 750 502 172 119 758 303 461 168

Fonte: SIVEP GRIPE (Atualizado em: 28/06/2019). * Dados sujeitos a alterações.

Em relação aos tipos de vírus influenza predominantes em Santa Catarina, em 2012 houve o

predomínio do vírus influenza A (H1N1) pdm09, com 722 casos e 75 óbitos. Em 2013, o vírus influenza A

(H1N1) pdm09 também predominou, com 229 casos e 34 óbitos; no entanto, os casos de influenza A

(H3N2) também foram significativos, apresentando 133 casos e 6 óbitos. Em 2014, ocorreu um

predomínio na circulação do vírus influenza A (H3N2), com 146 casos e 9 óbitos. Em 2015, ocorreu uma

baixa circulação de ambos os vírus. Em 2016, houve o predomínio do vírus influenza A (H1N1) pdm09,

com 722 casos e 114 óbitos. Em 2017, o vírus que circulou foi o A (H3N2). Em 2018, os vírus que

circularam foram os da Influenza A (H3N2), Influenza A (H1N1) pdm09 e Influenza B. Em 2019 até o

momento estão circulando são influenza A H1N1 e H3N2, como se pode ver na Tabela 8.

Page 9: Vigilância Universal da Influenza€¦ · SRAG por Influenza 18 18,6 Influenza A(H1N1)pdm09 16 88,9 Influenza A(H3N2) 2 11,1 Influenza A (subtipagem em andamento) 0 0,0 Influenza

Tabela 8: Casos confirmados de SRAG por influenza segundo classificação final. SC, 2012-2019. *

Fonte: SIVEP GRIPE (Atualizado em: 28/06/2019). * Dados sujeitos a alterações.

Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos

750 75 499 42 174 13 119 20 758 117 303 39 461 58 168 18

722 75 229 34 21 4 54 16 722 114 1 0 196 35 136 16

5 0 133 6 146 9 47 2 1 0 233 29 223 20 21 2

0 0 2 0 0 0 0 0 8 0 2 0 11 1 6 0

23 0 135 2 7 0 18 2 27 3 67 10 30 2 5 0

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0Influenza A encerrada por Vínculo

Epidemiológico

20192018

Influenza B

SRAG por influenza

2017

Influenza A (H1N1)pdm09

Influenza A (H3N2)

Influenza A (subtipagem em andamento)

Classificação Final2012 2013 2014 2015 2016

Page 10: Vigilância Universal da Influenza€¦ · SRAG por Influenza 18 18,6 Influenza A(H1N1)pdm09 16 88,9 Influenza A(H3N2) 2 11,1 Influenza A (subtipagem em andamento) 0 0,0 Influenza

Vigilância sentinela da influenza

A vigilância da influenza, no Brasil, é composta pela sentinela de síndrome gripal (SG), de síndrome

respiratória aguda grave (SRAG) em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e pela

vigilância universal de SRAG.

A vigilância sentinela conta com uma rede de unidades distribuídas em todas as regiões geográficas

do país e tem como objetivo principal identificar os vírus circulantes, além de permitir o monitoramento

da demanda de atendimento por essa doença. Os dados são coletados por meio de formulários

padronizados e inseridos no sistema de informação online SIVEP-GRIPE. Atualmente, estão ativas 252

Unidades Sentinelas, sendo 140 de SG, 112 de SRAG em UTI e 17 sentinelas mistas de ambos os tipos.

Em Santa Catarina, temos 7 Unidades Sentinelas em três municípios:

● Joinville: 2 Unidades Sentinelas de SRAG (Hospital Regional Hans Dieter Schmidt e Hospital Jeser

Amarante Faria) e 1 unidade de SG (UPA 24h. Aventureiro);

● Florianópolis: 2 Unidades Sentinelas de SRAG (Hospital Nereu Ramos e Hospital Infantil Joana de

Gusmão) e 1 de SG (UPA Sul da Ilha);

● São José: 1 Unidade de SG no Hospital Regional Homero de Miranda Gomes.

Considerações Finais

Em 2019, até o momento, os registros de casos de Influenza estão dentro do esperado para o período.

Pelos dados notificados verifica-se, a circulação predominante do vírus influenza A (H1N1)pdm 09 e em

menor número o vírus influenza A H3N2.

O perfil de casos mostra a importância de a população procurar o serviço de saúde mais próximo da

residência aos primeiros sinais e sintomas de gripe para o tratamento adequado, em especial os

portadores de fatores de risco para agravamento e óbito (idosos, crianças, doentes crônicos etc.), pois

estes têm maior probabilidade de apresentar complicações quando infectados pelo vírus Influenza.

Apesar de o vírus influenza intensificar-se no período de maio a agosto (inverno), ele circula todos

os meses do ano, portanto, devem ser reforçadas as medidas de prevenção, principalmente lavar as

mãos com frequência e evitar ambientes fechados e com aglomeração de pessoas. Também é

necessário manter superfícies e objetos que entram em contato frequente com as mãos, como mesas,

teclados, maçanetas e corrimãos, limpos com álcool, e não compartilhar objetos de uso pessoal, como

copos e talheres.

Os serviços de saúde devem estar sempre preparados para promover o atendimento adequado aos

casos de Síndrome Gripal, reforçando as medidas de manejo clínico dos casos. O uso do antiviral

(Oseltamivir) está indicado para todos os casos de síndrome gripal com condições e fatores de risco para

complicações e de síndrome respiratória aguda grave, independentemente da situação vacinal ou da

confirmação laboratorial. Nos pacientes com síndrome gripal sem condições e fatores de risco para

complicações, a indicação do antiviral deve ser baseada em julgamento clínico, recomenda-se o

tratamento ser iniciado nas primeiras 48 horas após o início da doença.

A terapêutica precoce reduz tanto os sintomas quanto a ocorrência de complicações da infecção

pelos vírus da influenza, tanto em pacientes com condições e fatores de risco para complicações bem

como naqueles com síndrome respiratória aguda grave. O antiviral apresenta benefícios mesmo se

administrado após 48 horas do início dos sintomas.

Page 11: Vigilância Universal da Influenza€¦ · SRAG por Influenza 18 18,6 Influenza A(H1N1)pdm09 16 88,9 Influenza A(H3N2) 2 11,1 Influenza A (subtipagem em andamento) 0 0,0 Influenza

A gripe causada pelo vírus influenza é uma doença grave que causa danos à saúde das pessoas há

muitos séculos. É transmitida a partir das secreções respiratórias, podendo também sobreviver de

minutos a horas no ambiente, sobretudo em superfícies tocadas frequentemente. A partir do contato

com um doente ou superfície contaminada, o vírus pode penetrar pelas vias respiratórias, causando

lesão que pode ser grave e até fatal, se não tratada a tempo.

A 21ª Campanha de Vacinação contra Influenza exclusiva para os grupos prioritários acabou no dia

31 de maio. A partir do dia 3 de junho, o Ministério da Saúde ampliou a vacinação para todas as faixas

etárias devido à baixa cobertura vacinal, não houve envio de novas doses de vacina aos estados. As

doses utilizadas foram as que restaram da Campanha de vacinação.

O público-alvo da campanha em 2019 compreendeu: crianças entre 6 meses e 6 anos; gestantes;

puérperas – até 45 dias após o parto; indivíduos com 60 anos ou mais; trabalhadores da saúde;

professores do ensino infantil, fundamental e médio de escolas públicas e privadas e do ensino superior

público e privado; povos indígenas; grupos portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras

condições clínicas especiais; adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas;

população privada de liberdade; funcionários do sistema prisional; e policiais civis, militares, bombeiros

e forças armadas da ativa. Salienta-se a importância da vacinação para prevenir o agravamento dos

casos e a não disseminação para a população de risco.

A cobertura vacinal do estado foi de 86,93%, e a meta é de 90%, esses dados ainda podem ser

alterados pois os municípios ainda podem inserir as doses no sistema de informação SIPNI. Quando se

estratifica a cobertura verifica-se que foi atingida a cobertura nos idosos que é uma das categorias que

mais tem risco de adoecerem pela influenza, abaixo a cobertura vacinal com as porcentagens

alcançadas. A vacinação contra influenza mostra-se como uma das medidas mais efetivas para a

prevenção da influenza grave e de suas complicações. As vacinas utilizadas nas campanhas nacionais de

vacinação contra a influenza do PNI são trivalentes que contêm os antígenos purificados de duas cepas

do tipo A e uma B, sem adição de adjuvantes e sua composição é determinada pela OMS para o

hemisfério sul, de acordo com as informações da vigilância epidemiológica.

Cobertura Vacinal Influenza - 2019

Grupos Prioritários %

Crianças (6 meses a menores de 6 anos) 81,37

Gestantes 74,39

Trabalhadores da saúde 79,04

Mães até 45 dias após o parto 93,85

Povos indígenas 90,11

Idosos com 60 anos ou mais de idade 101,87

Professores 98,55

Portadores de doenças crônicas ... 76,11

População privada de liberdade 85,11

Funcionários do sistema prisional 79,44

Profissionais das forças de Segurança... 41,3

COBERTURA SC 86,93%

Fonte: SIPNI - Dados sujeitos a alterações

Page 12: Vigilância Universal da Influenza€¦ · SRAG por Influenza 18 18,6 Influenza A(H1N1)pdm09 16 88,9 Influenza A(H3N2) 2 11,1 Influenza A (subtipagem em andamento) 0 0,0 Influenza

OUTRAS INFORMAÇÕES

Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) – Vigilância de gripe em Santa Catarina: http://www.gripe.sc.gov.br

Protocolo de tratamento de influenza, 2017: http:// www.gripe.sc.gov.br/include/documentos/ProtocoloTratamentoInfluenza.pdf

Síndrome gripal/SRAG – Classificação de risco e manejo do paciente: http:// http://www.gripe.sc.gov.br/include/documentos/fluxograma_gripe_novo.pdf