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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL GEÓRGIA ROBERTA GOMES DE FIGUEIRÊDO PROPAGAÇÃO DE GRAVIOLEIRA: VIGOR DE SEMENTES SOB DESSECAÇÃO, ESTAQUIA E MINIESTAQUIA. ILHÉUS BA 2012

vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

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Page 1: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL

GEÓRGIA ROBERTA GOMES DE FIGUEIRÊDO

PROPAGAÇÃO DE GRAVIOLEIRA: VIGOR DE SEMENTES SOB

DESSECAÇÃO, ESTAQUIA E MINIESTAQUIA.

ILHÉUS – BA

2012

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GEÓRGIA ROBERTA GOMES DE FIGUEIRÊDO

PROPAGAÇÃO DE GRAVIOLEIRA: VIGOR DE SEMENTES SOB

DESSECAÇÃO, ESTAQUIA E MINIESTAQUIA.

Dissertação apresentada para obtenção do titulo de Mestre

em Produção Vegetal pela Universidade Estadual de Santa

Cruz.

Orientador: Professor Dr. Célio Kersul do Sacramento

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ILHÉUS - BA

2012

GEÓRGIA ROBERTA GOMES DE FIGUEIRÊDO

PROPAGAÇÃO DE GRAVIOLEIRA: VIGOR DE SEMENTES SOB

DESSECAÇÃO, ESTAQUIA E MINIESTAQUIA.

Ilhéus, 06 de março de 2012.

Dr. Célio Kersul do Sacramento – UESC/DCAA

(Orientador)

Dra. Ana Cristina Vello Loyola Dantas – UFRB/CCAAB

Dr. George Andrade Sodré – CEPLAC/CEPEC

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Ao Deus de toda glória, aos meus pais e

ao meu marido

DEDICO

Page 6: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

AGRADECIMENTOS

Ao supremo Deus que fez possível todas as realizações que ocorreram até o

momento em minha vida, sendo meu grande amigo em todos os momentos.

Aos meus pais pelas orações feitas a cada dia a favor da realização desse trabalho e

pela grande força e o grande amor demonstrado a cada ligação.

Ao Matheus, grande amor de minha vida, meu companheiro, que me ajudou por

inúmeras vezes nos experimentos, me apoiando com todo seu amor em todas as minhas

decisões.

À família baiana que Deus me proporcionou, a qual me acolheu com todo o amor,

minha sogra, D. Rosa (muito obrigada pelos cuidados para comigo), Anne e família

(Obrigada pelo apoio e carinho) e Rosana e família.

Ao meu orientador Professor Célio Kersul, pela dedicação e disponibilidade, o qual

foi mais que um orientador, um amigo que terei para sempre, assim como também toda a

sua família.

Ao Professor George Andrade Sodré pela grande contribuição na realização desse

trabalho, pelos conhecimentos passados, atenção e disponibilidade.

Ao Professor Sérgio Oliveira pela grande colaboração nas análises estatísticas

Ao Professor Carlos Eduardo pela colaboração no trabalho de sementes

A amizade de todos os colegas: Vini (pelo apoio e dedicação nos trabalhos), Téssio

(pela sua amizade e apoio), Cristina, Lucas, Nadjama, Carol Beijamim, Carol Zeslei,

Felipe Vilas Boas (pelo companheirismo na realização do experimento de miniestaquia),

Daniel Ornelas (pela amizade e palavras de apoio), Rodrigo, Cristiane, Lica e Mariana.

Á todos os funcionários da Biofábrica em especial ao Cesar, Simone, Aldo,

Henrique. Á todos os funcionários da CEPLAC, em especial ao Sr Waldemar Barretto, Sr.

Barbosa, Edmundo, Arnaldo, Brás, Lurdinha, Nadja, Aldo, Antônio, Maurino, Dailson e

Vitoriano muito obrigada pelo suporte aos trabalhos de laboratório.

E por fim a todas as pessoas que colaboraram de alguma forma para a realização

deste trabalho.

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vi

PROPAGAÇÃO DE GRAVIOLEIRA: VIGOR DE SEMENTES SOB

DESSECAÇÃO, ESTAQUIA E MINIESTAQUIA.

RESUMO

O objetivo geral deste trabalho, o qual é composto por três experimentos, foi

aprimorar técnicas de propagação da gravioleira. Inicialmente estudou-se a viabilidade de

sementes de gravioleira submetidas à desidratação, semeadas em areia e em substrato

comercial. No segundo e terceiro experimentos tiveram como objetivos analisar o método

de estaquia e miniestaquia em diferentes tipos de estacas com e sem o uso de reguladores

de crescimento. No primeiro experimento foi visto que as sementes de graviola foram

tolerantes a dessecação até 7% de umidade, por não apresentar perda no poder

germinativo, entretanto a maior velocidade de emergência foi com 25% de umidade. e

Quando semeadas em substrato comercial, verificou-se melhores resultados também para:

porcentagem de emergência, comprimento e massa seca de plântula. Para a propagação

vegetativa tanto no método de estaquia quanto no de miniestaquia, foram obtidas altas

porcentagens de enraizamento, alcançando-se 97,3% de enraizamento em miniestacas

subapicais herbáceas provenientes de matrizes em viveiro e 84 % de enraizamento em

estacas semilenhosas apicais. Para os dois experimentos de estaquia a aplicação de ácido

indolbutírico (AIB) não apresentou efeito no enraizamento.

Palavras chaves: enraizamento, reguladores vegetais, germinação, substrato

Page 8: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

vii

SOURSOP PROPAGATION: SEEDS VIGOR IN DESICCATION, CUTTING AND

MINICUTTING

ABSTRACT

The aim of this work, which consists of three experiments, was to improve the

techniques of soursop’s propagation. At first it was studied the viability of seeds of soursop

subjected at dehydration, seeded in sand and commercial substrates. In the second and

third experiments, it was aimed to analyze the method of cutting and minicutting in

different types of cuttings with and without the use of growth regulators. In the first

experiment it was shown that cherimoya seeds are desiccation tolerant until 7% of

humidity content by not showing loss in germination, however the emergence rate was

higher with 25% humidity and when seeded on commercial substrate, it had better results

also at the percentage of emergence, seedling length and seedling dry weight. For

vegetative propagation were obtained excellent results in both the method of grafting as

well as in minicutting and high percentages of rooting, the last being higher, reaching

97.3% of subapical rooting in cuttings from herbaceous matrices greenhouse, although in

the method of cutting was achieved the maximum of 84% of rooting apical softwood

cuttings. For the two experiments, the presence or absence of IBA had no effect on rooting.

Keywords: rooting, plant growth regulators, seed germination, substrate

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viii

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ................................................................................................................................ vi

RESUMO .................................................................................................................................................... vi

ABSTRACT ............................................................................................................................................... vii

SUMÁRIO.................................................................................................................................................viii

LISTA DE TABELA ................................................................................................................................... xi

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................................ xii

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 1

2. REFERÊNCIAL TEÓRICO ..................................................................................................................... 3

2.1. ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA GRAVIOLEIRA ............................................. 3

2.2. ASPECTOS ECONÔMICOS ............................................................................................................ 3

2.3. PRODUÇÃO DE MUDAS ............................................................................................................... 4

2.4. PROPAGAÇÃO SEXUADA ............................................................................................................ 4

2.4.1. SECAGEM DE SEMENTES ..................................................................................................... 5

2.4.2. COMPORTAMENTO FISIOLÓGICO DE SEMENTES Á DESSECAÇÃO ........................... 6

2.5. PROPAGAÇÃO ASSEXUADA ....................................................................................................... 6

2.5.1. ESTAQUIA ................................................................................................................................ 7

2.6.1. MINIESTAQUIA ..................................................................................................................... 10

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................................ 11

CAPÍTULO I - INFLUÊNCIA DO TEOR DE ÁGUA NA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE

SEMENTES DE GRAVIOLEIRA ............................................................................................................. 16

RESUMO ................................................................................................................................................... 16

ABSTRACT ............................................................................................................................................... 16

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................... 17

MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................................................ 18

Coleta de frutos, extração e secagem das sementes de graviola ............................................................. 18

Testes de vigor........................................................................................................................................ 21

RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................................................22

CONCLUSÕES .......................................................................................................................................... 27

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................................ 27

CAPÍTULO II - ENRAIZAMENTO DE DIFERENTES TIPOS DE ESTACAS DE GRAVIOLEIRA ... 30

RESUMO ................................................................................................................................................... 30

ABSTRACT ............................................................................................................................................... 30

INTRODUÇÃO...........................................................................................................................................31

MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................................................ 32

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ix

Preparo das estacas ................................................................................................................................. 32

Delineamento Estatístico ........................................................................................................................ 33

Características avaliadas no ensaio ......................................................................................................... 34

RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................................................34

CONCLUSÃO............................................................................................................................................ 37

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................................ 37

CAPÍTULO III - PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DA GRAVIOLEIRA POR MINIESTAQUIA ......... 40

RESUMO ................................................................................................................................................... 40

ABSTRACT ............................................................................................................................................... 40

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................... 41

MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................................................ 42

Preparo das estacas ................................................................................................................................ 43

Delineamento Estatístico ........................................................................................................................ 45

Características avaliadas nos ensaio ....................................................................................................... 45

RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................................................ 46

CONCLUSÕES .......................................................................................................................................... 51

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................................ 51

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x

Page 12: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

xi

LISTA DE TABELA

CAPITULO I – INFLUÊNCIA DA DESIDRATAÇÃO NA QUALIDADE

FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE GRAVIOLEIRA

TABELA 1. Resumo da análise de variância para os fatores teor de umidade, substrato e

interação em relação à porcentagem de emergência (%E), Índice de

velocidade de emergência (IVE), Comprimento de plântula (CP) e massa

seca de plântula (MSP).................................................................................24

CAPÍTULO II - ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE GRAVIOLEIRA

TABELA 1. Resumo da análise de variância para os fatores tipo de estacas de gravioleira,

AIB e interação em relação à porcentagem de estacas sobreviventes (ES),

enraizadas (EE) número de brotos (NB), comprimento de raiz (CR) e massa

seca de raiz (MSR)............................................................ ............................34

TABELA 2. Porcentagem de estacas sobreviventes (ES), de estacas enraizadas de

gravioleira (EE), número de brotos (NB), comprimento de raízes (CR) e

massa seca de raízes (MSR) para as diferentes estacas de

graviola.........................................................................................................35

CAPÍTULO III - PROPAGAÇÃO DA GRAVIOLEIRA POR MINIESTAQUIA

TABELA 1. Resumo da análise de variância para os fatores tipo de miniestacas de

gravioleira, AIB e interação em relação à porcentagem de miniestacas

sobreviventes (PES), enraizadas (PEE), com folhas remanescentes, número

de brotos (NB), massa seca de raiz de primeira ordem (MSRP) de segunda

ordem (MSRS) e massa seca total de raizes (MSTR)...................................46

TABELA 2. Médias de porcentagem de miniestacas sobreviventes (PES) e miniestacas

enraizadas (PEE); massa seca de parte aérea (MSPA), massa seca de raízes

de primeira ordem (MSRP), massa seca de raízes de segunda ordem

(MSRS) e massa seca total de raízes (MSTR) em diferentes tipos de

miniestacas de gravioleira ............................................................................47

TABELA 3. Desdobramento da Interação significativa entre tipos de miniestacas e AIB

para as médias de porcentagem de miniestacas com folhas.........................49

Page 13: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

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LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO I – INFLUÊNCIA DA DESIDRATAÇÃO NA QUALIDADE

FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE GRAVIOLEIRA

FIGURA 1. FIGURA 2. Temperatura e Umidade relativa do ar observadas no período de

desenvolvimento do experimento. Ilhéus, BA, 2011....................................20

FIGURA 2. Emergência de sementes de semeadas em substrato: A) Areia, B) Substrato

comercial Plantmax®. .................................................................................23

FIGURA 3. Efeito do tipo de substrato sobre a emergência de sementes de gravioleira:

A) comprimento de plântula, B) porcentagem de emergência e C) Massa

seca de plântula.............................................................................................25

FIGURA 4. Efeito dos teores de umidade e do substrato no índice de velocidade de

emergência em sementes de gravioleira ......................................................26

CAPÍTULO II - ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE GRAVIOLEIRA

FIGURA 1. Preparo de estacas de gravioleira................................................................. 33

FIGURA 2. Aspectos das estacas de gravioleira enraizadas............................................37

CAPÍTULO III - PROPAGAÇÃO DA GRAVIOLEIRA POR MINIESTAQUIA

FIGURA 1. Câmara de nebulização automatizada (CEPEC/CEPLAC)..........................43

FIGURA 2. A) matriz de viveiro, B) planta da casa de vegetação...................................43

FIGURA 3. A) ramo herbáceo de matrizes de gravioleiras da casa de vegetação; B)

miniestacas provenientes de matriz do viveiro: apical à esquerda e subapical

à direita; C) ramo herbáceo de gravioleira do campo; D) miniestacas

provenientes de gravioleiras do campo: apical à esquerda e subapical à

direita............................................................................................................44

FIGURA 4. Aspectos das miniestacas enraizadas de gravioleira.....................................50

FIGURA 5. Avaliação quinzenal da permanência de folhas nos diferentes tipos de

miniestacas tratadas ao não com AIB...........................................................50

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Page 15: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

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1. INTRODUÇÃO

A gravioleira (Annona muricata) é uma frutífera tropical, originária da América

central e Norte da América do sul, considerada a mais tropical das anonáceas. Devido ao

clima favorável, o Nordeste Brasileiro ocupa lugar de destaque, na produção é

comercialização, com cerca de 90% (PINTO e SILVA, 1994). Na região sul do estado da

Bahia, o cultivo encontra-se em expansão, devido à implantação de agroindústrias, as quais

apresentam uma crescente demanda e o interesse pela polpa para a produção de sucos,

sorvetes, doces e geléias (SOBRINHO, 2010). Com isso, torna-se necessário a melhoria

nas técnicas de propagação para que haja um aumento na produtividade (SACRAMENTO

et al., 2009) pois os a pomares comerciais ainda são formados por pés francos, com

elevada heterogeneidade. Nesse aspecto, a propagação mantém as características genéticas

das plantas-matrizes, uniformidade, porte reduzido e precocidade de produção

(HARTMANN et al., 2011), sendo a estaquia um dos principais métodos de propagação

vegetativa utilizados na multiplicação de plantas frutíferas, principalmente por ser um

método economicamente viável para a produção de novos indivíduos. (SILVA, 2008). De

acordo com este autor, espécies de anonáceas, inclusive a gravioleira apresentam

dificuldade no enraizamento, sendo necessários estudos que viabilizem o incremento no

enraizamento e verificou que o máximo enraizamento obtidos para estacas de gravioleira

foi de 34 % com a utilização de ácido indolbutírico (AIB). Sacramento et al. (2005)

avaliando tipos de estacas tratadas ou não com AIB, verificaram que estacas apicais

coletadas em mudas pé francos respondem bem ao enraizamento, enquanto que, estacas

subapicais de consistência herbácea ou semi-lenhosa apresentaram baixos índices de

enraizamento, mesmo quando tratadas com AIB.

Muitos são os fatores que interferem na propagação vegetativa, e dentre os que

afetam diretamente o enraizamento de estacas destacam-se os internos, intrínsecos à planta

matriz e os externos, relativos às condições do meio. Destacam-se, dentre os fatores

internos, a condição fisiológica da planta matriz, como a constituição genética, idade da

planta, tipo de estaca, época do ano, balanço hormonal, co-fatores de enraizamento e

inibidores do enraizamento (ZUFFELLATO-RIBAS et al., 2001). De acordo com Santos

(2010) pesquisas têm sido realizadas no âmbito da escolha do melhor ramo para estaquia

Page 16: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

2

de várias espécies, assim como também a posição do ramo, características que interferem

no bom desenvolvimento da planta.

Ao longo do tempo o método da estaquia foi sendo aprimorado, surgindo assim,

uma nova técnica conhecida como miniestaquia, a qual tem sido bastante utilizada em

espécies florestais, porém, em frutíferas ainda esses estudos ainda são escassos. Marinho et

al. (2007) observaram que após trinta e cinco dias de estaqueamento, miniestacas de

goiabeira, apresentaram 100% de enraizamento e o mesmo foi observado por Carvalho et

al. (2007) em miniestacas de maracujazeiro.

Segundo Silva (2008), estudos com sementes de gravioleira devem ser feitos,

objetivando a diversidade em programas de melhoramento e coleções de germoplasma,

enquanto a propagação assexuada é um caminho lógico para possibilitar a produção de

mudas. A quase totalidade das gravioleiras existentes é considerada ecotipo, pois, foi

introduzida sem passar por seleção, isso sugere que seja necessário um programa de

melhoramento, o qual é possível através de bancos de germoplasmas que por sua vez,

devem ser formados pelo maior número de plantas com alta variabilidade genética (SÃO

JOSÉ et al., 1997). Nesse sentido a propagação por sementes permite a formação de

bancos de germoplasma devido à variabilidade genética, assim como obtenção de novas

variedades. (MANICA et al., 2003)

Visando a conservação de sementes, Carvalho e Nakagawa (2000) afirmam que, a

qualidade das sementes pode ser mantida no armazenamento com a redução do seu teor de

água.

O trabalho teve como objetivo estudar o comportamento de diferentes estacas de

gravioleira, tratadas ou não com reguladores vegetais, utilizando a técnica de estaquia e

miniestaquia e analisar a viabilidade e vigor de sementes de gravioleira submetidas à

dessecação, e o efeito de substrato sobre a emergência das mesmas.

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3

2. REFERÊNCIAL TEÓRICO

2.1. ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA GRAVIOLEIRA

A gravioleira (Annona muricata) é originária da America Central e Norte da

América do Sul. Atualmente encontra-se em sua forma silvestre e cultivada em altitudes

que variam do nível do mar a 1.120 m, nas Antilhas, desde o Sul do México até o Brasil e

Ilhas do Pacífico, sendo também cultivadas no extremo Sul da Florida. Encontra-se

também distribuída desde o sudeste da China até a Austrália e nas terras baixas e quentes

do Oeste da África (ESCOBAR et al.,1992; SACRAMENTO et al., 2009). No Brasil foi

introduzida pelos portugueses no século XVI, com a maior produção proveniente dos

estados nordestinos.

2.2. ASPECTOS ECONÔMICOS

Segundo Sacramento et al. (2009), além dos frutos, diversas partes da gravioleira

são utilizadas na medicina devido a suas propriedades diuréticas, antiespamódicas,

antiescorbúticas e adstringentes e fonte de cálcio. Mais recentemente, substâncias

existentes em suas folhas têm sido utilizadas com sucesso no combate a alguns tipos de

câncer.

São bastante recentes os interesses de exploração e principalmente de exportação da

graviola. Entretanto, a crescente demanda e o interesse pela polpa de tal fruta, tanto por

parte do consumidor como da indústria de sucos, já incluíram-na entre as frutas tropicais

brasileiras de excelente valor comercial (SOBRINHO, 2010)

Embora a gravioleira seja explorada comercialmente em diversas regiões do

mundo, apenas alguns países despontam como grandes produtores: México, Brasil,

Venezuela, Equador, Colômbia (SACRAMENTO et al., 2009)

Na região sul da Bahia, Alguns produtores vêm apresentando, recentemente, um crescente

interesse pelo plantio comercial da gravioleira, resultando assim, no aumento da área

cultivada. (ARAUJO et al., 2006). Tornando-se uma alternativa que atende às necessidades

regionais, combinando produção com alta tecnologia e geração de emprego, sendo este

destacado pela mão-de-obra predominantemente feminina em virtude do trabalho de

Page 18: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

4

colheita e polinização manual, uma vez que, no setor rural as alternativas de trabalho para

esta classe de trabalhador são restritas, em vista principalmente por serem em geral,

trabalhos pesados. (MARINHO, 1998).

2.3. PRODUÇÃO DE MUDAS

A dificuldade na obtenção de mudas com boas qualidades biológicas para a

propagação é tida como um sério problema na expansão da fruticultura brasileira. A

produção de mudas é considerada como um dos fatores que garantem o sucesso da

fruticultura moderna, tida como “alicerce da fruticultura”, porém para que esse objetivo

venha a ser alcançado é necessário pesquisas e avanços na tecnologia de propagação

(FACHINELLO et al., 2005).

2.4. PROPAGAÇÃO SEXUADA

A reprodução sexuada é tida como o principal método da propagação de plantas

superiores, sendo para algumas espécies, o único método viável de propagação

(FACHINELLO et al., 2005). É considerada a forma mais segura e rápida na produção

das anonáceas, por reproduzir plantas mais vigorosas e com um sistema radicular

abundante e profundo, plantas com uma maior longevidade, Além disso, esse método

proporciona a obtenção de novas variedades e formação de bancos de germoplasma

(MANICA et al., 2003). Considerando-se a inexistência de variedades definidas, devido

ao fenômeno dicogamia que favorece a polinização cruzada e também por apresentar

frutificação precoce, a propagação sexuada ainda tem sido utilizada na implantação da

maioria dos pomares comerciais (PINTO e SILVA, 1994; SACRAMENTO et al.,

2009), apesar de que plantas provenientes da propagação seminífera apresentam maior

variabilidade genética o que é muitas vezes considerada uma desvantagem quando se

quer obter um estande de plantas para fins comerciais (FACHINELLO et al., 2005) No

entanto, existem diversos tipos regionais que produzem frutos com formatos e tamanho

diferentes, que após uma seleção podem ser propagados vegetativamente e vir a

constituir-se em cultivares.2.4.1.

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5

SECAGEM DE SEMENTES

Uma das causas de grandes perdas do poder germinativo e do vigor de sementes

está no armazenamento de sementes com altos teores de umidade, os quais, não apenas

afetam a qualidade das sementes no armazenamento, mas também nas operações de

beneficiamento. Com isso, a secagem apresenta-se como uma exigência para garantir a

qualidade das sementes, porém essa secagem deverá ser realizada em função da tolerância

de cada espécie, pois se feita de forma errônea poderá ser prejudicial ou até mesmo

inutilizar as sementes (CARVALHO e NAKAGAWA, 2000).

A conservação das sementes, entre a colheita e a semeadura, interfere na qualidade

e na quantidade das plântulas obtidas e, em decorrência, no desempenho produtivo da

população estabelecida no campo (NASCIMENTO et al., 2010).

A manutenção da viabilidade das sementes através do armazenamento vem sendo

uma das linhas de pesquisa mais importantes para as sementes de grande número de

espécies. As condições ideais para conservação das sementes são aquelas em que as

atividades metabólicas são reduzidas ao mínimo, mantendo-se a baixa umidade relativa e

temperatura no ambiente de armazenamento (PEDROSA et al., 1999).

A umidade relativa tem relação com o teor de água das sementes, além de controlar

a ocorrência dos diferentes processos metabólicos que ela pode sofrer, enquanto a

temperatura influência a velocidade dos processos bioquímicos e interfere indiretamente no

teor de água das sementes. Na maioria das espécies vegetais de importância econômica, a

qualidade das sementes pode ser conservada pela redução do seu teor de água e da

temperatura do ambiente. Com isso, é perceptível a intrínseca ligação do armazenamento e

a dessecação. (CARVALHO e NAKAGAWA, 2000).

Muitos são os trabalhos de secagem na área de grãos, porém são poucos os dados

disponíveis na literatura sobre o controle de processos durante a secagem de sementes de

frutíferas, necessitando-se de estudos científicos mais aprofundados sobre a influência

destes parâmetros na alteração da qualidade fisiológica das sementes dessas espécies em

geral, uma vez que estas apresentam potencial econômico para larga utilização no

agronegócio do Brasil (CARLESSO et al., 2005).

Page 20: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

6

2.4.2. COMPORTAMENTO FISIOLÓGICO DE SEMENTES Á DESSECAÇÃO

Quanto à tolerância à dessecação, as sementes são classificadas em ortodoxas,

recalcitrantes e intermediárias. As sementes ortodoxas toleram uma desidratação de até 5%

no conteúdo de umidade; por sua parte, as sementes que toleram a desidratação entre 10 e

12% do conteúdo de umidade são consideradas intermediárias e as que toleram a

desidratação entre 15 e 50% de umidade são denominadas recalcitrantes (FARRANT et al.,

1993; GENTIL, 2001).

Segundo Dorneles et al. (2002), sementes de cherimoya (Annona cherimola Mill) e

graviola (Annona muricata L.) são consideradas ortodoxas, as quais além tolerarem um

decréscimo no teor de água, suportam armazenamento a baixas temperaturas por períodos

consideráveis. Os mesmos autores verificaram que a redução da umidade de sementes de

graviola e de pinha (Annona squamosa L.) promoveu um aumento no vigor das sementes

destas espécies.

A redução do teor de água nessas sementes proporciona uma redução do

metabolismo e um estado de quiescência do embrião. As sementes no estado de

quiescência resistem às condições adversas do ambiente e, quando expostas às condições

adequadas e na ausência de dormência, têm a capacidade de retomada do metabolismo no

processo de germinação (BEWLEY et al., 1994).

Em razão da crescente demanda por frutas exóticas no mercado internacional, a

secagem artificial de sementes de fruteiras com comportamento ortodoxo no

armazenamento vem sendo considerada um dos processos mais importantes no seu pré-

processamento, visando o subsequente beneficiamento industrial, estocagem ou sua

comercialização (CARLESSO et al., 2005).

2.5. PROPAGAÇÃO ASSEXUADA

Dentre os métodos de propagação assexuada mais utilizados em frutíferas,

destacam-se a estaquia, a enxertia e a alporquia, porém os métodos de enxertia e de

alporquia, são considerados pelos produtores de Anonáceas métodos onerosos e de difícil

obtenção de mudas e de profissionais habilitados no processo (SILVA, 2005).

A estaquia permite que se obtenham muitas plantas a partir de uma única planta

matriz em curto espaço de tempo, sendo de baixo custo, de fácil execução e não

Page 21: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

7

apresentando problema de incompatibilidade entre o enxerto e o porta-enxerto. Entretanto,

como nos demais métodos de propagação vegetativa, pode possibilitar a transmissão de

doenças, especialmente as viróticas, permitir variações nas características devido à

mutação de gemas e, principalmente, aumentar os riscos de danos nas plantas devido a

problemas climáticos ou fitossanitários, já que não existe variabilidade nas plantas do

pomar (FACHINELLO et al., 1994).

2.5.1. ESTAQUIA

Estaquia é uma técnica de propagação no qual um segmento da planta matriz é

retirado, colocado em condições ambientais favoráveis e induzido a formar raízes e brotos,

obtendo-se uma nova planta (HARTMANN et al., 2011), o segmento retirado da planta

pode ser ramos, raízes ou folhas, devendo ter, pelo menos, uma gema vegetativa e

capacidade de originar uma nova planta.

A propagação vegetativa vem sendo cada vez mais utilizada em substituição à

propagação por sementes em espécies de importância econômica e a tecnologia de

enraizamento de estacas se consolida como o método mais econômico para propagação em

larga escala (HARTMANN et al., 2011). Porém ainda existem alguns entraves, o que se

torna um desafio para os técnicos estabelecer as condições ideais para o bom enraizamento

de cada espécie, para assim, obter-se um protocolo ajustado que permita a propagação de

plantas em larga escala com bons rendimentos.

De acordo com Borges et al. (2011), a formação de raízes em estacas é um processo

anatômico e fisiológico complexo, associado à desdiferenciação e ao redirecionamento do

desenvolvimento de células vegetais totipotentes para a formação de meristemas que darão

origem a raízes adventícias.

Alguns fatores como: condições fisiológicas da planta matriz (presença de

carboidratos, substâncias nitrogenadas, aminoácidos, auxinas, compostos fenólicos e outras

substâncias não identificadas), o período e posição de coleta das estacas, juvenilidade,

podem atuar isoladamente ou em conjunto no processo de formação de raízes

(HARTMANN et al., 2011)

Dentre os fatores que podem melhorar os resultados, destacam-se a presença de

folhas nas estacas, uso de câmara de nebulização intermitente, uso de reguladores

exógenos, tipos de ramos, fatores do ambiente, disponibilidade de água, luminosidade e

substrato (SILVA, 2008).

Page 22: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

8

2.5.1.1. Auxinas

De acordo com Taiz e Zeiger (2009), a auxina, também conhecida como hormônio

do crescimento, foi apresentada como hormônio de crescimento das plantas por Went após

experimentos com plântulas de aveia. Este fitohormonio foi identificado como sendo o

Ácido Indol-3-Acético (AIA) por dois grupos de pesquisadores, F. Kölg e A. J. Haagen-

Smith na Holanda e K. V. Thimann, nos Estados Unidos, na década de 1930. As auxinas

são produzidas principalmente nos locais de crescimento ativo, como meristemas, gemas

axilares e folhas jovens, embora também haja síntese nas folhas adultas e seu transporte

caracteriza-se como sendo basal, ou seja, do ápice do caule ou de outro órgão para a base

deste, e polar. Dentre as diversas substâncias que pertencem a este grupo, destaca-se o

ácido indolacético (AIA), o ácido indolbutírico (AIB), o ácido naftalenoacético (ANA) e o

ácido 2,4 diclorofenoxiacético (2,4-D).

Segundo Fachinello et al. (2005), uma das formas mais comuns de favorecer o

balanço hormonal para o enraizamento é a aplicação exógena de auxinas, como o ácido

indolbutírico (AIB) e o ácido naftalenoacético (ANA).

De acordo com Noor et al. (2009), o AIB pela sua estabilidade à

fotodegradação, atóxico as plantas e, por apresentar boa capacidade de promover a

formação de primórdios radiculares, tem sido o mais utilizado no enraizamento de estacas

de inúmeras espécies, principalmente daquelas que apresentam dificuldades de formar

raízes.

A auxina induz ao enraizamento, devido à quebra da dominância apical que é

induzido pela citocinina. O ácido indolbutírico (AIB) é uma auxina sintética sendo bastante

utilizada no enraizamento de diversas espécies principalmente por não apresentar

toxicidade às plantas, sendo assim mais eficiente do que o próprio ácido acético, que é uma

auxina natural (TAIZ e ZEIGER, 2009).

Segundo Hartmann et al. (2011) a aplicação exógena de auxina pode proporcionar

maior taxa de estacas enraizadas, aumentar o número de raízes e a uniformidade de

enraizamento, porém a resposta das estacas à aplicação de auxinas exógenas depende da

espécie e da concentração de auxina existente no tecido, tal afirmativa pode ser

comprovada por algumas pesquisas realizadas.

Bettiol Neto et al. (2006), estudando o enraizamento de estacas semilenhosas de

dois tipos de anonáceas, submetidas a doses crescentes de AIB (0, 1000, 2000 e 3000 mg

L-1

) observaram que para araticum mirim não houve eficácia, porém para a espécie

Page 23: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

9

araticum terra-fria, os resultados foram bastante satisfatórios uma vez que houve acréscimo

linear no enraizamento com relação às doses crescentes de AIB, chegando a 56% de

enraizamento e 89% de estacas com formação de calos .

Ferreira et al. (2010), testando diferentes auxinas (AIB, ANA e 2,4-D) durante 24

horas (tratamento lento) nas concentrações 0,50, 100, 200, 300, 400 e 500 mg L-1

de cada

regulador e 5 segundos (tratamento rápido) nas concentrações 0, 500, 1000, 2000, 3000,

4000 e 5000 mg L-1

de cada regulador, em estacas medianas de atemoieira, concluiram que

para o tratamento lento a concentração de 200 mg L-1

de NAA, proporcionou incremento

ao processo, o mesmo ocorreu com o tratamento rápido com IBA, independente da

concentração.

2.5.1.2 Tipos de estacas

Apesar de a estaquia ser um método simples de propagação necessita de alguns

cuidados, como a definição correta do ramo a ser coletado e a posição da retirada da estaca

nesse ramo (FERREIRA et al., 2008).

Segundo Hartmann et al. (2011), os tipos de estacas estão divididos em quatro

grupos, de acordo com a natureza do lenho: estacas lenhosas (apresentam tecidos

lignificados); herbáceas (apresentam tecidos tenros); semilenhosas e semi-herbáceas

(apresentam estádio intermediário entre os dois extremos). Segundo Fachinello et al.

(2005), a consistência da estaca está estreitamente relacionada com a época do ano em que

as estacas são coletadas, sendo que aquelas coletadas em um período de crescimento

vegetativo intenso (primavera/verão), portanto mais herbáceas, tendem a enraizar mais,

enquanto que aquelas coletadas no inverno são mais lignificadas e possuem menor

capacidade de enraizamento. Ainda para esses autores, a influência da época de coleta das

estacas no enraizamento pode ser atribuída às condições climáticas, especialmente

temperatura e disponibilidade de água.

O tipo de estaca é um fator que exerce influência direta no processo de

enraizamento, sendo que, para a grande maioria das plantas, as estacas herbáceas enraíza

com mais facilidade do que as estacas lenhosas da mesma espécie (AROEIRA, 1988). No

entanto, Bueno (1995) cita que a parte herbácea do ramo consiste na porção mais imatura e

que esse tipo de estaca possui grande capacidade para enraizar, porém, é o tipo de estaca

mais difícil de se manter viva.

Page 24: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

10

De acordo com Hartmann et al. (2011), estacas caulinares coletadas da parte apical

do ramo têm menor grau de lignificação, células meristemáticas com metabolismo mais

ativo e ausência ou menor quantidade de compostos fenólicos, o que facilita o

enraizamento e o brotamento.

2.5.1.3 Tamanho de estacas

O tamanho da estaca e a quantidade de gemas presentes é um fator importante no

processo de enraizamento. Hartmann et al. (2011) recomendam o tamanho das estacas de

acordo com o tamanho do lenho. Assim, para estacas de ramos mais lenhosos arbóreos, o

comprimento pode variar de 10 a 76 cm dependendo da espécie e para ramos lenhosos

arbustivos e de caules herbáceos, o comprimento pode variar de 7,5 a 12,5 cm.

Estacas lenhosas podem ter comprimento variável de 20 a 30 cm e semilenhosas de

7,5 a 15 cm, e estacas herbáceas podem ser ainda menores (FACHINELLO et al., 2005).

Contudo o comprimento ideal de uma estaca para enraizamento varia conforme a espécie e

o tipo de estaca (SANTOS, 2010).

2.6.1. MINIESTAQUIA

A miniestaquia é tida como uma técnica que surgiu do aprimoramento da estaquia,

onde matrizes são retidas em jardim clonal em recipientes individuais em viveiro,

submetidas a todos os tratos necessários para que esteja em ótimas condições fisiológicas.

Na miniestaquia, os propágulos vegetativos, denominados miniestacas, são obtidos

pela coleta de ápices caulinares de uma estaca enraizada pelo método tradicional de

estaquia ou de mudas seminais. A estaca podada emite novas brotações que, em intervalos

variáveis, em função da época do ano, do clone/espécie, das condições nutricionais, entre

outras, são coletadas e estaqueadas em casa de vegetação, para enraizamento. Desta forma,

a parte basal da brotação da estaca constitui uma minicepa, que fornecerá as brotações

(miniestacas) para enraizamento e formação das futuras mudas (WENDLING et al., 1999;

XAVIER et al., 2001)

Em comparação com a técnica de estaquia convencional, a miniestaquia apresenta

uma série de vantagens: eliminação do jardim clonal de campo; maior facilidade no

controle de patógenos, bem como, das condições nutricionais e hídricas no minijardim

Page 25: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

11

clonal; maior produtividade, uma vez que as operações de manejo do minijardim clonal,

coleta e confecção de miniestacas são mais fáceis e rápidas de serem executadas; maior

produção de propágulos (miniestacas) por unidade de área e em menor unidade de tempo;

necessidade de menores concentrações de reguladores de crescimento vegetal e, em alguns

casos, até a sua exclusão completa; a coleta de miniestacas pode ser realizada em qualquer

horário do dia; possibilidade na redução do tempo de formação da muda no viveiro, devido

ao menor tempo de permanência para enraizamento (XAVIER et al., 1998; WENDLING et

al., 2003).

O método da miniestaquia vem apresentando resultados bastante expressivos em

escala comercial em diversas culturas, principalmente em espécies florestais e

recentemente tem crescido o interesse do estudo da técnica em espécies frutíferas, a

exemplo de ameixeira (TONIETTO et al., 2001), aceroleira (RITZINGER e

GRAZZIOTTI, 2005), maracujazeiro-amarelo (CARVALHO et al., 2007), os quais

obtiveram resultados satisfatórios, viabilizando a técnica.

Em termos de desvantagens da miniestaquia em relação à estaquia convencional,

pode-se citar: a maior sensibilidade das miniestacas às condições ambientais; a necessidade

de maior rapidez entre a coleta dos propágulos no minijardim clonal e a sua estaquia em

casa de vegetação (XAVIER et al., 1998; WENDLING et al., 2003).

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Page 30: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

16

CAPÍTULO I - INFLUÊNCIA DO TEOR DE ÁGUA NA QUALIDADE

FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE GRAVIOLEIRA

RESUMO

Foram avaliados os efeitos da desidratação sobre a qualidade fisiológica de

sementes de graviola, semeadas em diferentes substratos. Primeiramente foi determinado o

teor de água das sementes que em seguida foram submetidas à secagem, em equipamento

com circulação forçada de ar (32±2ºC), até atingirem o teor de água de 31%, 25,1%,

19,3%, 15,5%, 9,5% e 7% e posteriormente colocadas para emergir em areia e substrato

comercial. As variáveis analisadas foram: porcentagem de emergência, índice de

velocidade de emergência, comprimento e massa da matéria seca de plântulas. A

desidratação não apresentou efeito sobre a qualidade fisiológica das sementes. O substrato

comercial foi superior á areia para todas as variáveis avaliadas.

ABSTRACT

It was evaluated the effects of dehydration on the physiological quality of seeds of

graviola, placed on different substrates. It was first determined the water content of these

seeds were then subjected to drying equipment with forced air circulation (32 ± 2 ° C) until

they reach the water content of 31%, 25.1%, 19.3% , 15.5%, 9.5% and 7% and placed to

emerge in sand and commercial substrate. The variables were: percentage of emergence,

emergence rate index, length and dry mass of seedlings. Dehydration had no effect on the

physiological quality of seeds. The commercial substrate was superior to sand for all

variables.

Page 31: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

17

INTRODUÇÃO

A manutenção da viabilidade das sementes através do armazenamento vem sendo

uma das linhas de pesquisa mais importantes para diversas espécies botânicas. As

condições ideais para conservação das sementes são aquelas em que as atividades

metabólicas são reduzidas ao mínimo, mantendo-se a baixa umidade relativa e temperatura

no ambiente de armazenamento (Pedrosa et al.,1999).

A umidade relativa tem relação com o teor de água das sementes, além de controlar

os processos metabólicos, enquanto a temperatura influencia a velocidade dos processos

bioquímicos e interfere indiretamente no teor de água. Na maioria das espécies vegetais de

importância econômica, a qualidade das sementes pode ser conservada pela redução do seu

teor de água, com isso, é perceptível a intrínseca ligação do armazenamento e a dessecação

(CARVALHO e NAKAGAWA, 2000). Nesse aspecto, Brooker et al. (1992) afirmam que,

do pré-processamento de sementes, a secagem é, sem dúvida, a operação unitária mais

importante para se obter produtos de qualidade e dela depende a qualidade fisiológica do

produto final a ser comercializado ou usado como meio de propagação. Para as espécies

tropicais nativas, o conhecimento do menor grau de umidade suportável pelas sementes,

sem que haja o comprometimento da qualidade fisiológica é imprescindível para definir a

melhor tecnologia de armazenamento (Nascimento et al., 2007).

A maioria das espécies possui sementes que toleram dessecação à graus de umidade

próximos de 2% a 5%, ou mesmo abaixo desses níveis, são denominadas ortodoxas.

Outras espécies possuem sementes classificadas como “intermediárias”, as quais, tolerando

dessecação a graus de umidade em torno de 10% a 13%, têm a viabilidade reduzida em

graus de umidade inferiores. Outro grupo de espécies possui sementes que não toleram

dessecação a abaixo de 20%, sendo classificadas como recalcitrantes (ELLIS e HONG,

1996).

De acordo com as prescrições das Regras para Análise de Sementes (BRASIL,

1992) além da luz, temperatura, água e oxigênio, a escolha do substrato tem fundamental

importância nos resultados de germinação, sendo, a areia e o solo os substratos mais

usados para o teste de germinação. No entanto, Hartmann et al. (2011) relatam que o solo

deve atender a certos requisitos de textura e estrutura, bem como apresentar boa

composição das fases sólida, líquida e gasosa, de modo a permitir um desempenho

satisfatório das sementes.

Page 32: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

18

O objetivo do trabalho foi estudar os efeitos da desidratação sobre o

comportamento fisiológico e a emergência das sementes de gravioleira em areia e substrato

comercial.

MATERIAL E MÉTODOS

Coleta de frutos, extração e secagem das sementes de graviola

Os frutos utilizados no experimento foram colhidos no início de outubro de 2011,

em estado maduro, em gravioleiras do tipo Morada, cultivadas em Ubatã, BA.

Após a coleta os frutos foram transportados para o laboratório da Universidade

Estadual de Santa Cruz (UESC), onde foi efetuada manualmente a extração, lavagem e

seleção, eliminando-se as sementes mal formadas ou parcialmente danificadas. Em seguida

as sementes foram secas superficialmente com papel absorvente.

Do lote total foram retiradas quatro amostras de 15 g e determinado o teor de água

inicial das sementes (BRASIL, 1992).

As sementes restantes foram distribuídas em camada única, sobre bandejas de

alumínio e os tratamentos foram obtidos por meio do acompanhamento da perda de água

das sementes durante a secagem. Para monitorar o processo, amostras de sementes com

massa inicial conhecida foram colocadas em placas de Petri e distribuídas nas prateleiras

do secador para pesagem, com auxílio de balança analítica. A massa final das amostras,

correspondente aos teores de umidade desejados, foi previamente determinada por meio da

equação descrita por Cromarty et al. (1985):

Mf = Mi (100 – Ui) / (100 – Uf)

Mf = massa da amostra (g) após a secagem;

Mi = massa da amostra (g) antes da secagem;

Ui = grau de umidade (%) antes da secagem;

Uf = grau de umidade (%) desejado após a secagem.

Cada tratamento foi definido após a determinação do teor de umidade das sementes

pelo método padrão da estufa à 105ºC±3ºC por 24 horas (BRASIL, 1992), utilizando

Page 33: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

19

quatro repetições com 15 g de sementes cada. Os resultados, expressos em porcentagem,

foram calculados com base na massa úmida (Bu), pela fórmula:

T.U = 100 (Pi – Pf)/ (T – Pi)

T.U = Teor de umidade %

Pi = Peso inicial

Pf = Peso final

T = Peso do recipiente

Os teores de umidade obtidos através do método da estufa foram: T0= 31%,

T1=25,1%, T2=19,3%, T3=15,5%, T4=9,5% e T5 = 7%

De acordo com os teores de umidades pré-estabelecidos, amostras de sementes

foram retiradas do lote inicial e semeadas em bandejas de células de poliestireno

devidamente identificadas, contendo areia ou substrato comercial (Plantmax®), e mantidas

em bancadas na casa de vegetação do Centro de Pesquisa do Cacau (CEPEC/CEPLAC),

para fins da realização dos testes de vigor. Foi utilizada areia de textura média, peneirada

em malha de 0,8 mm e posteriormente autoclavada e lavada para retirada dos sais. O

Plantmax® apresentou as seguintes características: pH 5,8, CE 1,7 ds.m-1

, densidade 500

kg/m3, umidade máxima 50%. Ambos os substratos foram umedecidos diariamente com

auxilio de regador contendo água destilada. Foram semeadas 25 sementes por repetição a 1

cm de profundidade.

Durante o experimento foi determinado o teor de umidade máxima e a temperatura.

Os dados de temperatura e umidade relativa do ar da casa de vegetação, referente

ao período de desenvolvimento do experimento, encontra-se na Figura 1.

Page 34: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

20

Foi utilizado esquema fatorial 6 x 2 em delineamento inteiramente casualizado,

sendo, 6 teores de umidade das sementes (31%, 25,1%, 19,3%, 15,5%, 9,5% e 7% ) e 2

substratos (areia e substrato comercial Plantmax®), totalizando 12 tratamentos constituídos

por quatro repetições com 25 sementes por parcela.

31A: teor inicial da semente (31%), areia

31S: teor de umidade inicial da semente (31%), substrato comercial

25,1A: teor de umidade da semente 25,1%, areia

25,1S: teor de umidade da semente 25,1%, substrato comercial

19,3A: teor de umidade da semente 19,3%, areia

19,3S: teor de umidade da semente 19,3%, substrato comercial

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Tem

per

atu

ra°C

Dias

T.máxima T.mínima T.média

10 20 30 40 50 60 70 80 90

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

100

Um

idad

e re

lati

va d

o a

r (%

)

Dias

U.máxima U.mínima U.média

10 20 30 40 50 60 70 80 90

FIGURA 1. Temperatura e Umidade relativa do ar observadas no período de

desenvolvimento do experimento de sementes de gravioleira. Ilhéus, BA,

2011.

Page 35: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

21

15,5A: teor de umidade da semente 15,5%, areia

15,5S: teor de umidade da semente 15,5%, substrato comercial

9,5A: teor de umidade da semente 9,5%, areia

9,5S: teor de umidade da semente 9,5%, substrato comercial

7A: teor de umidade da semente 7%, areia

7S: teor de umidade da semente 7%, substrato comercial

.

Testes de vigor

Emergência de plântulas: as avaliações foram realizadas durante o período de 85 dias

após a semeadura (DAS), e o critério utilizado foi o de plântulas normais que

apresentavam a parte aérea acima do nível do substrato (BRASIL, 1992), e os resultados,

expressos em porcentagem.

Índice de velocidade de emergência de plântulas (IVE): calculado de acordo com a

fórmula proposta por Maguire (1962), foi baseado na leitura diária do número de sementes

com epicótilo emergido, a partir do 15° até o 85° (DAS).

IVE = (E1/N1) + (E2/N2) +...+ (En/Nn), onde:

IVE = Índice de velocidade de emergência de plântula.

E1,E2,...,En = números de plântulas emersas na primeira, segunda e última contagem.

N1, N2,...,Nn = número de dias da semeadura à primeira, à segunda e à última

contagem.

Comprimento de plântulas: realizado aos 85° dias (DAS), onde o comprimento da raiz

até a inserção da última folha das plântulas normais foi medido com o auxílio de uma

régua graduada em centímetros.

Massa da matéria seca de plântulas: as plântulas normais foram colocadas em sacos de

papel e levados à estufa com circulação forçada de ar, a 65 °C, permanecendo até atingir

peso constante. Os resultados foram expressos em gramas.

Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo

teste Tukey, a 5% de probabilidade. As análises foram realizadas pelo programa

computacional Sistema para Análise de Variância – SISVAR (FERREIRA, 2000). Os

Page 36: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

22

dados em porcentagem foram transformados por arc sen (x/100)1/2, com a finalidade de

proporcionar a normalidade dos erros.

. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foi observado que independente do teor de umidade e do substrato, a emergência

das sementes iniciou a partir de 15 dias, estabilizando aos 75 dias no substrato comercial

(Figura 2). Esses resultados estão de acordo com Sacramento et al. (2009) que relatam

inicio da emergência entre 10 e 20 dias, dependendo da temperatura do ambiente. Por outro

lado, Campos et al. (2008), em condições ambientais de 23 ºC de temperatura e 80% de

umidade, observaram início de emergência aos 27 dias e término aos 57 dias com 91% de

germinação. Oliveira et al. (2009), em condições ambientais de 27°C de temperatura e 70%

de umidade, verificaram início aos 23 dias e término aos 60 dias com 90% de emergência.

Neste trabalho foi observada temperatura média de 27ºC e umidade média de 70% (Figura

1).

As sementes colocadas em substrato comercial, independente do teor de umidade

da semente, alcançaram uma maior porcentagem de emergência e a germinação estabilizou

mais cedo quando comparada às sementes semeadas em areia (Figura 3). Aos 75 dias,

sementes com 7% de umidade e semeadas em substrato comercial, já apresentavam 96%

de sementes emergidas, enquanto em areia, o máximo de emergência foi de 87% aos 85

dias, para sementes com 31% de teor de umidade.

Page 37: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

23

Baron et al. (2011), estudando emergência da araticum terra-fria do gênero Annona,

em diferentes substratos, observaram o início da emergência aos 35 dias após semeadura e

que o substrato vermiculita foi o que proporcionou os maiores valores de porcentagem de

emergência (87%), diferindo do Plantmax® (68%). O mesmo foi observado por Ferreira et

al. (2010), onde maiores porcentagens e velocidade de emergência foram obtidos em areia

e vermiculita, os quais segundo os autores, foram mais eficientes que os substratos

comerciais Plantmax® e Bioplant® para aumentar a porcentagem e da velocidade de

emergência de plântulas de biriba (Anonnaceae).

Foi observado o efeito dos teores de umidade apenas para a variável índice de

velocidade de emergência (Tabela 1), inferindo-se que o avanço no processo de secagem

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

15 25 35 45 55 65 75 85

em

erg

ên

cia

%

Dias após a semeadura

Areia

31,0%

25,5%

19,3%

15,5%

9,5%

7,0%

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

100

15 25 35 45 55 65 75 85

em

ergê

nci

a %

Dias após a semeadura

Substrato 31,0%

25,5%

19,3%

15,5%

9,5%

7,0%

FIGURA 2. Emergência de sementes de gravioleira semeadas em areia (A) e substrato

comercial Plantmax® (B)

A

B

Page 38: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

24

não afetou a viabilidade germinativa das sementes de graviola por não ter havido redução

acentuada na porcentagem da emergência.

O fator substrato teve efeito para todas as variáveis, enquanto o efeito da interação

entre os dois fatores (teores de umidade e substrato) só foi observado para a variável índice

de velocidade de emergência (Tabela1)

TABELA 1 – Resumo da análise de variância para os fatores teor de umidade, substrato e

interação em relação à porcentagem de emergência (%E), índice de velocidade de

emergência (IVE), comprimento (CP) e massa seca de plântulas (MSP) de gravioleira.

Causas de variação GL % E IVE CP MSP

QM

Teor de umidade 5 127,0 ns 1,08* 7,75ns 1,100 ns

Substrato 1 2408,33* 7,64* 69,98* 72,071*

T. umidade x substrato 5 37,93 ns 0,91* 6,28 ns 0,478 ns

Resíduo 36

- Total 47

*: significativo 5% ns: não significativo

Segundo Alves et al. (2008), a viabilidade germinativa de sementes da maioria das

frutíferas tropicais perenes, economicamente importantes é reduzida quando expostas a

secagem. Dentre elas, podem ser citadas: manga, cacau, mangaba, pitanga, cupuaçu,

jaqueira, mangostão, rambutan, jabuticaba, abacate, pupunha, entre outras, sendo

classificadas como sementes recalcitrantes. Essas sementes apresentam altos teores de

umidade (MENDONÇA et al., 2000), tal fato é decorrente das condições ambientais em

que as sementes se desenvolvem (NASCIMENTO et al., 2007).

As sementes de gravioleira apresentaram teor de umidade inicial elevado (31%),

quando comparado aos 16,8% da pinha (Annona squamosa), (MORAIS et al., 2009) Tal

fato pode ser explicado pelas condições ambientais do cultivo, a baixa umidade relativa

do ar no momento da dispersão da semente pela planta-mãe favorece a síntese de

mecanismos de reparos os quais irão conferir às sementes, maior ou menor tolerância à

dessecação. Por outro lado, as sementes de espécies tropicais, que apresentam o seu

desenvolvimento em ambiente com alta umidade relativa, praticamente não perdem água

durante a maturação, portanto, não há formação desses mecanismos de proteção e as

sementes podem sofrer injúrias quando submetidas à secagem. (MENDONÇA et al.,

2000). Assim, como não houve efeito da dessecação sobre a porcentagem de emergência

das sementes de gravioleira, pode-se inferir que as mesmas apresentam características

Page 39: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

25

ortodoxas, por tolerarem dessecação em torno de 7% sem perder a viabilidade,

corroborando com Dorneles et al. (2002) quando afirmam que sementes de cherimoya

(Annona cherimola Mill) e graviola são consideradas ortodoxas.

Com relação ao fator substrato, o Plantmax® foi superior à areia para as variáveis,

porcentagem de emergência, comprimento de plântula e massa seca de plântula em todos

os teores de umidade das sementes (figura 3). Durante o experimento observou-se a que o

substrato comercial apresentou uma maior retenção máxima de água, de 52% e 30% no

intervalo de 24 horas, enquanto a areia apresentou retenção máxima de 22% e 7% no

intervalo de 24 horas. Com relação à temperatura o substrato apresentou 1,5°C acima da

temperatura da areia, considerando que a temperatura em substrato era 1ºC abaixo da

temperatura do ar.

FIGURA 3. Efeito do tipo de substrato sobre a emergência de sementes de gravioleira: A)

comprimento de plântula, B) porcentagem de emergência e C) Massa seca de plântula.

0

20

40

60

80

100

Areia Substrato

% e

mer

gên

cia

0

5

10

15

20

25

Areia Substrato

Co

mp

rim

en

to d

e p

lân

tula

(cm

)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Areia Substrato

Mas

sa s

eca

de

plâ

ntu

la (g

)

B

B A

B

A

A

Page 40: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

26

Considera-se que o teor de umidade nos substratos tenha sido um fator de

relevância para a velocidade de emergência, visto que as sementes de gravioleira

apresentam um tegumento rígido, necessitando assim de maior disponibilidade de água

para que ocorra a embebição e conseqüentemente a emergência. Andrade et al. (2000)

afirmam que substratos comerciais são constituídos por partículas maiores apresentam

maior espaço vazio, menor densidade aparente (ou menor grau de compactação), maior

arejamento e, portanto, maiores facilidades para a emergência das plântulas.

Wagner Junior et al. (2006) avaliaram a influência de cinco substratos na formação

e desenvolvimento de mudas de pinheira( Annona squamosa) e observaram que substrato

comercial apesar de não diferir estatisticamente da mistura de areia, apresentou maiores

valores para as variáveis: porcentagem de germinação e de sobrevivência, comprimento

total das plantas e massa seca total. Tais resultados diferem do trabalho feito por Ferreira et

al. (2010) os quais estudaram os efeitos de diferentes substratos no vigor de sementes de

biribá (Rollinia rugosa) e observaram que a areia e vermiculita apresentaram-se superior

ao substrato comercial, para as variáveis porcentagem de emergência, índice de velocidade

de emergência, comprimento de plântula e massa seca de plântula.

O desdobramento da interação entre os fatores para o IVE pode ser observado na

Figura 4, onde se verifica que os maiores IVE foram para substrato comercial dentro do

fator teor de umidade. No entanto, para o desdobramento de teores de umidade dentro do

fator substrato não houve diferença para areia, porém para substrato comercial, os teores de

umidade 25,1% e 7% apresentaram o maior e o menor IVE, respectivamente.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

31,0% 25,5% 19,3% 15,5% 9,5% 7,0%

Índ

ice

de

velo

cid

ade

de

em

ergê

nci

a

Teores de umidade

Areia

Substrato

FIGURA 4. Efeito dos teores de umidade e do substrato no índice de velocidade de

emergência em sementes de gravioleira.

Mesma letra maiúscula não difere entre si para teores dentro dos substratos e

minúscula não difere entre si para substrato dentro de teores de umidade e, a 5% de

probabilidade, pelo teste de Tukey.

Ab

BCa

Ab

BCa

Ab

BCa

Ab Ab

Aa

Ba

Ca

Ab

Page 41: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

27

Braga Junior et al. (2010) verificaram que não houve diferença entre os resultados

na emergência de plântulas de Zizyphus joazeiro, quando semeadas em areia e substrato

comercial. O mesmo foi observado por Guimarães et al. (2011) no estudo do vigor e

emergência de sementes de mulungu (Erythrina velutina Willd), porém para outras

características avaliadas como, altura de planta e massa seca total, o substrato comercial foi

superior a areia.

Oliveira et al. (2006) avaliando o desempenho de sementes de sapota preta em

diferentes substratos observou que os melhores resultados foi na utilização do substrato

comercial Plantmax®, superando fibra de Coco; areia; substrato mistura de solo (solo +

areia + esterco de curral curtido (3:3:1).

CONCLUSÕES

Os teores de umidade da semente de gravioleira não interferiram na sua qualidade

fisiológica.

O substrato comercial Plantmax® possibilitou melhor resposta aos testes de

emergência das sementes de gravioleira, em comparação com areia, independente do teor

de umidade das mesmas.

.

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Page 44: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

30

CAPÍTULO II - ENRAIZAMENTO DE DIFERENTES TIPOS DE ESTACAS DE

GRAVIOLEIRA

RESUMO

Foi avaliado o enraizamento de diferentes tipos de estacas de gravioleira (apical

herbácea e semilenhosa, subapical herbácea e semilenhosa) na ausência ou presença de

6.000 mg kg-1

de AIB. Após os tratamentos as estacas foram colocadas em tubetes de 288

mL contendo substrato comercial e mantidas sob nebulização intermitente por 90 dias A

maior percentagem de enraizamento (84,7%) foi obtida com estacas apicais semilenhosas,

mas não houve diferença significativa em relação as estacas apicais e subapicais herbaceas.

ABSTRACT

It was evaluated the rooting of soursop (apical herbaceous and apical

semihardwood, subapical herbaceous and subapical semihardwood) in the absence or

presence of 6000 mg kg-1

of IBA. The cuttings were placed in tubets containing 288 mL of

substrate and transfered into intermittent micro-sprinkler irrigation. The highest rooting

percentage (84.72%) was obtained with apical softwood cuttings, but there was no

significant difference when compared to cutting apical and subapical herbaceous .

Page 45: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

31

INTRODUÇÃO

A gravioleira é uma frutífera originária da America Tropical pertencente à família

Anonnaceae. No Brasil é cultivada principalmente nos estados nordestinos e apresenta um

grande potencial econômico, onde, grande parte de sua produção é destinada às

agroindústrias para produção de sucos, sorvetes e doces (SACRAMENTO et al., 2009)

Os pomares de gravioleira são, em sua grande maioria, formados por mudas pé-

francos originando plantas geneticamente diferentes. A propagação vegetativa que mantém

as características genéticas das plantas-matrizes, uniformidade, porte reduzido e

precocidade de produção.

Pesquisas têm sido realizadas visando à melhoria no método de propagação da

gravioleira por estaquia. Casas et al. (1984), estudando estacas herbáceas de gravioleira em

diferentes doses de reguladores observaram apenas 25,36% de enraizamento em estacas

herbáceas sem efeito de reguladores. Por outro lado Marinho et al. (2007) obtiveram 75%

de enraizamento em estacas semilenhosas de gravioleira tratadas com AIB na concentração

de 2000 mg/L-¹ por 5 minutos e Santos (2010) obteve 81% de enraizamento com estacas

herbáceas subapicais tratadas com AIB entre 2000 e 4000 mg kg-¹.

De acordo com Zuffellato-Ribas et al. (2001) são muitos os fatores que interferem

na propagação das frutíferas, dentre os que afetam diretamente o enraizamento de estacas

destacam-se os internos, intrínsecos à planta matriz e os externos, relativos às

condições do meio. Dentre os fatores internos, destacam-se a condição fisiológica da planta

matriz, a constituição genética, idade da planta, tipo de estaca, época do ano, balanço

hormonal, co-fatores de enraizamento e inibidores do enraizamento.

Fachinello et al. (2005) afirmam que o tipo mais adequado de estaca varia de

acordo com a espécie e cultivar e a composição química do tecido varia ao longo do ramo.

Estacas provenientes de diferentes porções do mesmo ramo tendem a diferir quanto ao

enraizamento.

Sacramento et al. (2005) avaliaram tipos de estacas de gravioleira tratadas ou não

com ácido indol butírico (AIB) em câmara de nebulização e verificaram que estacas

apicais coletadas em mudas seminais respondem bem ao enraizamento, sem a necessidade

de tratamento com AIB, enquanto estacas subapicais de consistência herbácea ou

semilenhosa apresentaram baixos índices de enraizamento, mesmo quando tratadas com

regulador de crescimento e corte na base das estacas. Segundo o mesmo autor, a tecnologia

Page 46: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

32

de propagação da gravioleira por estaquia ainda necessita de melhores ajustes para uso em

escala comercial.

De acordo com Santos (2010), pesquisas têm sido realizadas no âmbito da escolha

do melhor ramo para estaquia de várias espécies, assim como também a posição do ramo ,

características as quais interferem no bom desenvolvimento da planta.

Nesse sentido o trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho de diferentes

tipos de estacas, tratadas ou não com 6.000 mg kg-1

de AIB.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no período de dezembro de 2010 a março de 2011,

nos viveiros do Instituto Biofábrica de Cacau (IBC), Ilhéus, BA.

Preparo das estacas

Estacas apicais e subapicais de consistências herbáceas e semilenhosas foram

coletadas de ramos de gravioleira do tipo Morada com nove anos de idade, cultivadas no

Sítio Santo Antônio, município de Ilhéus, no mês de dezembro de 2010 e transportadas em

caixa de isopor para o Instituto Biofábrica do Cacau.

As estacas de gravioleira foram padronizadas com 15 cm de comprimento de 5 ou 6

gemas, corte da base em bisel, deixando-se apenas quatro folhas cortadas ao meio (Figura

2). Durante a coleta, preparo e estaqueamento, as estacas foram frequentemente aspergidas

com água para evitar a desidratação

D A

Page 47: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

33

FIGURA 1. Preparo de estacas de gravioleira: A) Ramo herbáceo

inteiro; B) Estaca apical herbácea; C) Estaca subapical herbácea;

D) Ramo semilenhoso inteiro; E) Estaca apical semilenhosa; F)

Estaca subapical semilenhosa

Após o preparo das estacas, suas bases foram tratadas com 6.000 mg kg¹ de AIB

diluído em talco mineral ou apenas talco, utilizando-se os seguintes tratamentos: EAH -

AIB (estaca apical herbácea sem AIB), EAH + AIB (estaca apical herbácea com AIB),

EAS - AIB (estaca apical semilenhosa sem AIB), EAS + AIB (Estaca apical semilenhosa

com AIB), ESH- AIB (estaca subapical herbácea sem AIB), ESH + AIB (estaca subapical

herbácea com AIB), ESS - AIB (estaca subapical semilenhosa sem AIB), ESS + AIB

(estaca subapical semilenhosa com AIB). A seguir, as estacas foram colocadas em tubetes

de 288 mL contendo o substrato constituído da mistura de Holambra® e fibra de coco

triturada, na proporção volumétrica 1:1, enriquecida com Osmocot® (19-06-20) e PGmix®

(14-16-18), na proporção de 300 g de cada produto para 120 litros do substrato. Os tubetes

foram colocados em bandejas de 54 células. Após a colocação na câmara de nebulização, o

tempo foi programado para regime de 30 segundos de aspersão a cada 5 minutos, durante

os 60 dias iniciais, e posteriormente em regime de 30 segundos de aspersão a cada 10

minutos, durante 7 dias, seguido por 20 segundos de aspersão a cada 20 minutos, até a fase

final, que ocorreu aos 90 dias.

Delineamento Estatístico

Utilizou-se o esquema fatorial 4 x 2 e delineamento inteiramente ao acaso, sendo,

quatro níveis do fator tipo de estaca (apical herbácea, apical semilenhosa, subapical

herbácea e subapical semilenhosa) e dois níveis do fator regulador de crescimento (sem

regulador e com 6.000 mg kg-1

de AIB), totalizando oito tratamentos constituídos por três

repetições e 12 estacas por parcela.

F E C B

Page 48: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

34

Características avaliadas no ensaio

Foram avaliados, as seguintes variáveis: porcentagem de sobrevivência e de

enraizamento, número de brotos, comprimento das raízes e massa de matéria seca de

raízes. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo

teste Tukey, a 5% de probabilidade. As análises foram realizadas pelo programa

computacional Sistema para Análise de Variância – SISVAR (FERREIRA, 2000). Os

dados em porcentagem foram transformados por arc sen (x/100)1/2, com a finalidade de

proporcionar a normalidade dos erros.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O resumo da análise de variância é apresentado na Tabela onde observa-se que

houve efeito significativo pelo teste para o fator tipo de estaca, para todas as variáveis

estudadas, não havendo efeito para AIB e para a interação entre os dois fatores.

TABELA 1 – Resumo da análise de variância para os fatores tipo de estacas de gravioleira,

AIB e interação em relação à porcentagem de estacas sobreviventes (PES), enraizadas

(PEE) número de brotos (NB), comprimento médio de raiz (CR) e massa seca de raiz

(MSR).

FATORES GL ES EE NB CR MSR

QM

Tipo de estaca 3 794,74* 952,05* 36,72* 26,53* 0,07*

AIB 1 0 ns 2,91 ns 4,16 ns 15,37 ns 0,00 ns

Estaca*AIB 3 270,04 ns 242,12 ns 1.83 ns 13,30 ns 0,00 ns

Resíduo 16

Total 23

*: significativo (P<0,005), ns: não significativo

Verificou-se que, para estacas sobreviventes (ES) e estacas enraizadas (EE), os

resultados foram próximos e que as estacas apicais semilenhosas apresentaram maiores

valores, apesar de não diferirem estatisticamente das estacas herbáceas apicais e

subapicais. (Tabela 2).

Page 49: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

35

TABELA 2 - Porcentagem de estacas sobreviventes (ES), porcentagem de estacas

enraizadas de gravioleira (EE), número médio de brotos(NB), comprimento médio de

raízes (CMR) e Massa seca de raízes (MSR) para as diferentes estacas de graviola.

TIPO DE ESTACA ES EE NB CR MSR

-------%------ Nº cm g

Apical herbácea 65,27 ab 61,11ab 2b 17,47ab 0,35ab

Apical semilenhosa 84,72a 84,72a 4,83ab 17,38ab 0,30ab

Subapical herbácea 75,00ab 73,61ab 7,00a 18,17a 0,49a

Subapical semilenhosa 58,33b 56,94a 1,83b 13,53b 0,22b

C.V (%) 22,01 24,37 63,19 14,7 31,76 Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade de erro.

Conforme Hartmann et al. (2011), para estacas herbáceas e semilenhosas, que não

apresentam teores elevados de substâncias de reserva, a manutenção das folhas e

consequentemente da fotossíntese, auxiliam no enraizamento, por representarem-se como

importantes locais de síntese de auxinas. Assim, em alguns casos não é necessário o

tratamento da estaca com hormônios exógenos. Resultado semelhante foi observado por

Leandro e Yuyama. (2008), que verificaram que estacas herbáceas com folhas inteiras e

folhas pela metade de castanha de cutia (Couepia edulis Prance), apresentaram maiores

percentuais de enraizamento sem o uso de AIB, porém estacas herbáceas e semilenhosas

sem folhas apresentaram um baixo percentual de enraizamento.Nesse contexto, Xavier et

al. (2009) relatam que os ganhos advindos da aplicação dos reguladores de crescimento

têm sido mais frequentes em material com maior dificuldade de enraizamento, seja por

questões genéticas ou em função do estágio de maturação dos propágulos.

Segundo Browse (1979), estacas semilenhosas são mais espessas e possuem

melhores condições de sobrevivência que as herbáceas, por apresentarem elevadas

quantidades de assimilados e, por isso podem produzir raízes sob condições menos

favoráveis. Estacas caulinares colhidas da parte apical do ramo apresentam maiores

percentuais de enraizamento, por apresentarem células meristemáticas com metabolismo

mais ativo e ausência ou menor quantidade de compostos fenólicos. Com isso, maior

concentração de promotores de enraizamento pela proximidade do sítio de síntese e a

menor diferenciação dos tecidos facilitam o enraizamento (HARTMANN et al., 2011;

FACHINELO et al., 2005). Tais afirmativas corroboram com resultados encontrados por

Ferreira et al. (2008), que trabalhando com a atemoieira ‘Gefner’ observaram maior

porcentagem de enraizamento em estacas apicais tratadas com AIB, em relação às estacas

Page 50: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

36

medianas tratadas com o mesmo fitorregulador, com uma diferença de 50% superior para

as estacas apicais. Porém, Santos (2010), estudando o enraizamento de estacas herbáceas;

apicais, subapicais e medianas, de gravioleira tratadas com diferentes doses de AIB, não

obtiveram diferença entre os tipos de estacas, mas apenas para doses de AIB.

Oliveira et al. (2005) verificaram que estacas semilenhosas de pessegueiro tratadas

com IBA apresentaram melhores resultados quando comparados com as estacas herbáceas

que receberam as mesmas concentrações da auxina, demonstrando que o tipo de estaca foi

um fator limitante no enraizamento. Sodré e Marrocos (2009) afirmam que estaca

semilenhosa de cacau, localizada na ponta do ramo (apical), apresenta maior percentual de

enraizamento que estacas herbáceas ou lenhosas.

Para as variáveis CR e MSR, estacas herbáceas subapicais apresentaram melhores

resultados, com 18,1 cm de comprimento e 0,49 g de massa seca, porém não diferiram

estatisticamente das estacas herbáceas apicais e semilenhosas apicais. Santos (2010)

observou comprimento de 6,95 cm de raízes para estacas subapicais de gravioleira.

Faria e Sacramento (2003) afirmaram que as variáveis CR e MSR tendem a estar

mais bem correlacionadas com a qualidade final das mudas de cacaueiro, ou seja, quanto

maior a MSR e CMR, melhor a qualidade final da muda, possivelmente por estar, também,

mais bem correlacionada com as áreas ativas de absorção de água e nutrientes. De acordo

com Loss et al. (2008), mudas com melhor sistema radicular terão maiores chances de

sobrevivência, proporcionando melhor ancoragem quando transplantadas para o local

definitivo.

Segundo Frassetto et al. (2010), o incremento radicular ocorre devido ao uso de

substâncias que estimulem o metabolismo da planta e a posição das estacas na planta

(topófise), podendo diferenciar quanto ao conteúdo de auxinas, importantes na rizogênese

adventícia, e de carboidratos, que servirão como reserva energética e de material para a

construção de estruturas celulares necessárias para todos os processos fisiológicos da

planta.

Page 51: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

37

FIGURA 2. Aspectos das estacas enraizadas de gravioleira: A) estaca

herbácea apical, B) estaca subapical do campo, C) estacas semilenhosa

apical, D) estaca semilenhosa subapical

CONCLUSÃO

Estacas herbáceas apicais e subapicais e estacas semilenhosas apicais de

gravioleira, em condições de nebulização intermitente, apresentam boa capacidade de

enraizamento, sem tratamento com regulador de crescimento.

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Page 54: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

40

CAPÍTULO III - PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DA GRAVIOLEIRA POR

MINIESTAQUIA

RESUMO

Foi avaliado o enraízamento de miniestacas de gravioleira (apical herbácea e

subapical herbácea) coletadas no campo e no viveiro. As miniestacas foram padronizadas

com 7 cm de comprimento, com 3 e 4 gemas para estacas do viveiro e campo

respectivamente, base cortada em bisel e duas folhas cortadas ao meio. Em seguida foram

tratadas ou não com ácido indolbutírico (AIB 6.000 m kg-1

) e colocadas em tubetes

contendo substrato comercial e mantidos em câmara de nebulização do Centro de

Pesquisas do Cacau (CEPEC-CEPLAC), Ilhéus, BA. A avaliação foi efetuada aos 90 dias

após e instalação e foi observado que as miniestacas subapicais e apicais do viveiro, e

subapicais do campo apresentaram percentual de enraizamento de 97,3%, 88% e 88%

respectivamente, independente da aplicação de AIB e que as estacas subapicais do campo e

do viveiro e apicais do viveiro não apresentaram diferença para porcentagem de

enraizamento.

ABSTRACT

It was evaluated the rootinf of soursop minicuttings (apical and subapical

herbaceous) collected in the orchard and greenhouse. The minicuttings were standardized

with 7 cm long, with 3 and 4 buds for minicutting from greenhouse and orchard,

respectively, base cut in bisel and two half leafs. Following they were then treated or not

with butyric acid (IBA 6000 kg m-1

) and placed in tubets containing commercial substrate

and in kept in a mist chamber of the Cocoa Research Center (CEPEC-CEPLAC), Ilhéus,

BA. The evaluation was performed at 90 days and after installation and it was observed

that the apical and subapical minicuttings from the greenhouse, and the subapical field

were rooting percentage of 97.3% and 88% respectively, independent of the application of

IBA and the stakes subapical field and nursery and the nursery apical did not differ for

rooting.

Page 55: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

41

INTRODUÇÃO

A técnica da miniestaquia é tida como um aprimoramento da estaquia, consistindo

manter as plantas em recipientes, no viveiro (jardim miniclonal) e, após a poda dos ápices,

as plantas emitem brotações que são coletadas em intervalos regulares e estaqueadas em

casa de vegetação, dando origem às mudas. Sodré (2007) cita o termo miniestaquia para

diferenciar o comprimento de estacas de cacau de 5 a7 cm. Para a cultura do eucalipto os

propágulos da miniestaquia para podem ter tamanho entre 4 e 8 cm (Xavier et al., 2009),

variando de acordo com o tamanho dos internódios e o vigor, enquanto Hartmann et al.

(2011) relata que para estaquia, para qualquer espécie essa variação é maior, entre 8 e 15

cm, dependendo do tipo de estaca.

Marinho et al. (2007) verificaram 67,5% de enraizamento em estacas semilenhosas

de gravioleira com 25 cm de comprimento, porém o enraizamento em porcentagem foi

superior em estacas de comprimento duas ou quatro vezes menores. O mesmo foi

verificado por Oliveira et al. (2008), que trabalhando com enraizamento de estacas de

Malaleuca alternifólia Cheel (Myrtaceae), observaram que estacas de 10 cm de

comprimento apresentaram melhores porcentagem de enraizamento em relação a estacas

com 15 e 20 cm. Santos (2010), estudando o comportamento de diferentes tipos de estacas

herbáceas de gravioleira, observaram que estacas com 2 folhas apresentaram uma melhor

capacidade de enraizamento que as estacas com 4 folhas; o comprimento de 12 cm e 6 cm

não influenciaram no enraizamento.

Em relação à técnica da estaquia convencional, a miniestaquia tem vantagens,

como: dispensa do jardim clonal de campo; maior produção de propágulos (miniestacas)

por unidade de área; necessidade de menores concentrações e, em alguns casos, a não

utilização de reguladores de crescimento vegetal e redução do tempo de formação da muda

(WENDLING et al., 2008). Além disso, há redução dos custos com transporte e coleta das

brotações, maior eficiência das atividades de manejo no jardim miniclonal (irrigação,

nutrição, manutenções e controle de pragas e doenças (XAVIER et al., 2003, SODRÉ e

MARROCOS, 2009).

Moreira (2010), estudando a relação custo benefício da propagação de eucalipto por

miniestaquia, testou estacas provenientes de campo e de viveiro e concluiu que o

estabelecimento de minijardins clonais em canteiros suspensos, quando comparado ao

jardim clonal de campo, possibilitou reduções significativas no custo de implantação e

Page 56: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

42

manutenção e menor risco de ocorrência de doenças. Estacas do viveiro apresentaram

maior facilidade na etapa de enraizamento, na produção de mudas, e consequentemente,

aumento do índice final de aproveitamento das mudas.

Considerando que hormônios vegetais influenciam o processo de propagação,

aplicações de reguladores de crescimento têm possibilitado o enraizamento de propágulos

vegetativos, sendo o ácido indolbutírico (AIB), o mais utilizado (BRONDANI et al.,

2008). Segundo esses autores, para algumas espécies a aplicação de AIB é desnecessária

principalmente em material juvenil com boa capacidade de enraizamento. De acordo com

XAVIER et al. (2009) e SILVA et al. (2010), há um nível máximo para aplicação de AIB

e ganhos advindos da aplicação dos reguladores de crescimento tem sido mais freqüentes

em material com maior dificuldade de enraizamento, seja por questões genéticas ou em

função do estágio de maturação dos propágulos.

Pouco ou quase nada se conhece sobre a miniestaquia, como técnica de propagação

vegetativa aplicada a gravioleira, tanto a nível experimental como comercial, assim como

também estudos para investigar se há diferença entre a potencialidade de enraizamento de

estacas provenientes de matrizes do campo e as de casa de vegetação.

Desse modo este trabalho teve como objetivo avaliar respostas dos diferentes tipos

de miniestacas tratadas ou não com AIB.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado durante o período de Outubro de 2011 a Janeiro de

2012 na câmara de nebulização localizada no Centro de Pesquisa do cacau

(CEPLAC/CEPEC), Ilhéus, BA. (Figura1)

Page 57: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

43

FIGURA 1. Experimento de estaquia de gravioleira em câmara

de nebulização (CEPEC/CEPLAC), Ilhéus, BA, 2012

Miniestacas apicais e subapicais de consistências herbáceas foram coletadas de

gravioleiras provenientes do campo e de matrizes envasadas em vasos de 2 com substrato

comercial, cultivadas em casa de vegetação. (Figura 2)

FIGURA 2. A) Gravioleira no campo, B) Gravioleira em casa de

vegetação

Preparo das estacas

O material para preparo das miniestacas provenientes do campo foi coletado de

gravioleiras do sitio Santo Antonio, Ilhéus, BA e transportado em caixas de isopor para a

câmara de nebulização do CEPEC. As outras miniestacas foram retiradas de matrizes

mantidas em casa de vegetação da CEPLAC.

A B

Page 58: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

44

As miniestacas foram padronizadas com 7 cm de comprimento, com 3 e 4 gemas para

estacas do viveiro e campo respectivamente, com base cortada em bisel e duas folhas

cortadas ao meio (Figura 3).

Os tratamentos utilizados foram os seguintes: ACAS - miniestaca apical provenientes

do campo sem AIB, ACAC - miniestaca apical provenientes do campo com AIB, SCAS -

miniestaca subapical proveniente do campo sem AIB, SCAC - miniestaca subapical

provenientes do campo com AIB, ACVS - miniestaca apical proveniente casa de vegetação

sem AIB, ACVC - miniestaca apical proveniente de casa de vegetação com AIB, SCVS -

miniestaca subapical proveniente de casa de vegetação sem AIB, SCVC - miniestaca

subapical proveniente de casa de vegetação com AIB.

FIGURA 3. A) ramo herbáceo de matriz de gravioleiras do

viveiro; B) miniestacas provenientes de gravioleira de casa de

vegetação: apical à esquerda e subapical à direita; C) ramo

herbáceo de gravioleira do campo; D) miniestacas

provenientes de gravioleiras do campo: apical à esquerda e

subapical à direita

.

Após o preparo das miniestacas, suas bases foram tratadas com talco mineral sem

AIB ou com 6.000 mg.kg-1 de AIB em mistura com talco mineral e colocadas em tubetes

de 288 mL contendo o substrato constituído da mistura Holambra® e fibra de coco

triturada, na proporção volumétrica 1:1, enriquecida com Osmocot®(19-06-20) e PGmix®

(14-16-18), na proporção de 300 g de cada produto para 120 litros do substrato. Os tubetes

foram colocados em bandejas de 54 células e identificadas de acordo com os tratamentos e

C A

B D

Page 59: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

45

repetições e levadas a câmara de nebulização com regime de 10 segundos a cada 5 minutos

das 6 as 18 h, a temperatura da câmara foi mantida em 28 ºC, durante todo o período, pelo

sistema de exaustão.

Durante a coleta, preparo e estaqueamento, as estacas foram freqüentemente

aspergidas com água para evitar a desidratação.

Delineamento Estatístico

Utilizou-se esquema fatorial 4 x 2, delineamento inteiramente ao acaso, sendo, 4

tipos de miniestaca (apical herbácea do campo, subapical herbácea do campo e apical

herbácea do viveiro e subapical herbácea do viveiro) e 2 níveis de reguladores de

crescimento (sem e com regulador), totalizando 8 tratamentos e três repetições com doze

estacas por parcela.

Características avaliadas nos ensaio

Foram avaliadas, após 80 dias os seguintes parâmetros: porcentagem de

sobrevivência, de enraizamento e de estacas com folhas remanescentes, além de número

médio de brotos, massa de matéria seca da parte aérea, das raízes primárias, das raízes

secundarias e total de raízes.

Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo

teste Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. As análises foram realizadas pelo programa

computacional Sistema para Análise de Variância – SISVAR (FERREIRA, 2000). Os

dados em porcentagem foram transformados por arc sen (x/100)1/2, com a finalidade de

proporcionar a normalidade dos erros.

.

Page 60: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

46

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados da análise de variância são apresentados na Tabela 1, onde se observa

que houve diferença significativa para todos os parâmetros relacionados ao tipo de

miniestaca, exceto número de brotos, e a interação entre os fatores foi significativa (P <

0,05) apenas para variável porcentagem de miniestacas com folhas remanescentes. A

presença e ausência de AIB não apresentaram efeitos significativos para as variáveis.

TABELA 1 – Resumo da análise de variância para os fatores tipo de miniestacas de

gravioleira, AIB e interação em relação à porcentagem de miniestacas sobreviventes (MS),

enraizadas (ME), com folhas remanescentes (MF), número de brotos (NB), massa seca de

raiz primeira-ordem (MSRP) e segunda ordem (MSRS) e massa seca total de raízes

(MSTR).

FATORES GL MS ME MF NB MSPA MSRP MSRS MSRT

QM

Miniestaca 3 10001,6* 9497,3

* 6377,6

* 2,5 ns 10,8

* 6,6

* 2,6

* 18,2

*

AIB 1 104,1 ns 26,0 ns 928,7* 6,0 ns 0,7 ns 0,0 ns 0,0 ns 0,05 ns

Ministaca*AIB 3 18,7 ns 72,3 ns 600,9

* 1,9 ns 0,4 ns 0,32 ns 0,1 ns 0,8 ns

Resíduo 16

Total 23

*: significativo (P<0,05), ns: não significativo,

Na Tabela 2 observa-se que os valores de MS e ME são iguais, sugerindo

que somente miniestacas enraizadas continuam sobreviventes. Observa-se que as

miniestacas ACA apresentaram os resultados significativamente inferiores de PES e PEE

com 12,5 % enquanto as ACV, SCV e SCA não diferiram entre si estatisticamente, e

apresentaram porcentagem de sobrevivência variando de 90 a 97% e de enraizamento de

88,8 a 97%. Os resultados demonstram um alto potencial de enraizamento, principalmente

quando comparada com resultados obtidos por Santos (2010), no qual estacas de

gravioleiras provenientes do campo, com 12 e 6 cm apresentaram 69 e 64% de

enraizamento.

Com relação à influencia de AIB, Kawaoka et al. (2010) relataram que a aplicação

exógena de auxinas em algumas espécies torna-se desnecessária, pois as plantas ativam a

expressão de auxinas endógenas para a rápida diferenciação de raízes. Considerando que o

uso de auxinas é tido como fator primordial para o incremento de raízes (FACHINELLO et

al., 2005), supõe-se que os níveis de auxina endógena presentes nas estacas utilizadas neste

Page 61: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

47

experimento foram suficientes para formação de raízes, suposição também apresentada por

por Nascimento et al. (2011) com o enraizamento de microestacas de mirtileiro.

TABELA 2. Médias de porcentagem de miniestacas sobreviventes (MS) e miniestacas

enraizadas (ME); massa seca de parte aérea (MSPA), massa seca de raízes de primeira

ordem (MSRP), massa seca de raízes de segunda ordem (MSRS) e massa seca total de

raízes (MSTR) em diferentes tipos de miniestacas de gravioleira.

MINIESTACAS MS ME MSPA MSRP MSRS MSTR

-------------%--------- ----------------------g--------------------

Apical campo 12,5 b 12,5 b 0,11 b 0,18 c 0,12 b 0,31 c

Subapical campo 94,3 a 88,8 a 0,74 b 2,36 a 1,30 a 3,66 a

Apical c.vegetação 90,1 a 88,8 a 2,72 a 1,52 b 1,23 a 2,75 b

Subapical c.vegetação 97,3 a 97,3 a 2,71 a 2,45 a 1,65 a 4,11 a

C.V (%) 13 14,83 41,29 27,08 28,03 19,75

Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade de

erro

Miniestacas SCV, apesar de apresentarem os maiores resultados para porcentagem

de miniestacas sobreviventes e enraizadas, não diferiu estatisticamente das miniestacas

ACV e das SCA, as miniestacas ACA apresentaram os menores resultados para todas as

variáveis. Pelizza et al. (2011) estudando o comportamento de microestacas de mirtilo

retiradas de diferentes porções do ramo, observaram que não houve diferença no

enraizamento de estacas apicais e subapicais, porém estacas subapicais apresentaram

maiores percentuais em sobrevivência. Conforme Pelizza et al.(2011) e Hartmann et al.

(2011), tal fato está relacionada à maior lignificação do material, posto que microestacas

apicais são menos lignificadas e, portanto mais sensíveis á desidratação e a morte.

Entretanto, Borges et al. (2011) estudando enraizamento de estacas apicais e subapicais de

eucalipto, observaram que estacas apicais apresentam maior predisposição ao

enraizamento. Além disso, vários fatores podem ter proporcionado menor índice de

sobrevivência das miniestacas ACA, assim como a exposição da planta as variações

climáticas e um manejo duvidoso quando comparado as miniestacas de matrizes cultivadas

casa de vegetação, com um maior controle de pragas, doenças e estado nutricional.

Conforme Paiva e Gomes (1993), as reservas parecem ser indispensáveis à

sobrevivência do propágulo até o seu enraizamento e posterior desenvolvimento. As

reservas em um nível adequado não só facilitam a emissão de raízes e aumentam o aparato

fotossintético, como também elevam a fotossíntese, onde boa parte das reservas se

Page 62: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

48

transfere para a base da estaca, contribuindo para a formação dos primórdios radiculares.

(BASTOS, 2006).

Segundo Larcher (2000) a parte aérea apresenta uma grande importância no

fornecimento de fotoassimilados, os quais são produzidos nas folhas, e posteriormente

translocados para o sistema radicular. De acordo com Andrade (1997) fatores ambientais

podem interferir na produção desses fotoassimilados e conseqüentemente vão influenciar

no desenvolvimento do sistema radicular.

Com relação à variável massa seca de raízes de primeira ordem e de segunda-

ordem, as miniestacas SCA e SCV apresentaram significativamente os maiores resultados.

Segundo Nicoloso (1999); Hartmann (2011) e Fachinello (2005), estacas medianas

apresentam maiores teores de carboidratos, quando comparadas a apicais, com isso, existe

um maior incremento de raízes de ordem primária. Nicoloso (1999) observou que estacas

de Platanus acerifolia Ait com maiores diâmetros (estacas medianas), obtiveram maiores

incrementos de massa seca de raízes de primeira ordem e de segunda ordem, quando

comparadas com estacas herbáceas apicais. Tais parâmetros são de grande importância,

pois estacas com elevado incremento de raízes apresentam um melhor desempenho quando

colocadas no campo (Noor et al., 2009). Dentre as diversas funções do sistema radicular

das plantas, destacam-se três papeis fundamentais: manter a planta fixa ao substrato (raízes

de primeira ordem), absorver água e sais minerais (raízes de segunda ordem) e produzir

hormônios reguladores de crescimento (WEST, 2006). A maior parte da absorção é feita

pelas raízes de segunda ordem, por apresentar uma maior superfície de absorção. As raízes

mais velhas, embora possam absorver água e nutrientes, desempenham papel fundamental

no transporte dos assimilados pelas raízes finas mais jovens (raízes de segunda ordem), as

quais estão conectadas (LOPES, 2009).

De acordo com a Tabela 3, pode-se observar o desdobramento da interação

dos fatores: tipos de miniestacas e regulador, para a média de porcentagem de miniestacas

com folhas. Verificou-se que miniestacas ACV e SCV e SCA não apresentaram diferença

estatística na ausência de AIB, porém na presença de AIB, ACA apresentaram uma maior

queda de suas folhas. Para o tipo de miniestacas dentro do fator presença de AIB,

miniestacas ACV, ACA e SCA não apresentaram diferença, logo, miniestacas SCV

apresentaram decréscimo de aproximadamente 40% na presença de AIB.

Page 63: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

49

TABELA 3. Desdobramento da Interação significativa entre tipos de miniestacas e AIB

para as médias de porcentagem de miniestacas com folhas remanescentes.

MINIESTACAS AIB

0 6.000 mg. kg -¹

Apical campo (%) 11,1 Ba 14,0 Ca

Subapical campo (%) 91,6 Aa 83,3 Aa

Apical c.vegetação (%) 69,3 Aa 66,6 ABa

Subapical c.vegetação (%) 91,6 Aa 50,0 Bb

C.V (%) 20,42

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro

Avaliações quinzenais de permanência de folhas na miniestaca podem ser

observadas na Figura 4, tendo sido observado que apenas miniestacas ACA

apresentaram pronunciada senescência de suas folhas logo nos primeiros dias. Tal fato

pode está relacionado as radiação do ambiente de cultivo e o fato de que as estacas

apicais são mais sensíveis quando comparadas as subapicais. Casagrande Junior et al.

(1999), estudando o efeito do sombreamento sobre compostos fenólicos em estacas de

araçazeiro, observaram que estacas em pleno sol apresentaram teores de compostos

fenólicos das folhas muito acima dos teores em folhas submetidas a sombreamento, uma

vez que os compostos fenólicos oxidam-se em contato com o oxigênio, esta reação

causa a necrose dos tecidos e a senescência dos mesmos.

Aos 30 dias iniciais, 100% das miniestacas SCA e SCV apresentavam folhas,

havendo inicio de senescência de folhas das miniestacas apicais sem AIB, porém aos 60

dias todas as miniestacas subapicais apresentaram uma pequena queda de suas folhas. As

miniestacas ACV mantiveram suas folhas até os 60 dias.

Considerando folhas como fontes de auxina e que as mesmas auxiliam no

enraizamento, assim como promovem a fotossíntese, sua permanência na estacas por sua

vez, contribuem para a iniciação de primórdios radiculares e crescimento das raízes.

(Hartmann et al., 2011) . O mesmo foi relatado por Nienow et al. (2010) em enraizamento

de estacas de quaresmeira e Santos et al. (2010) com gravioleira, os quais verificaram que

com o esgotamento das reservas, as estacas entraram em senescência e, na avaliação final,

foi verificado que apenas as estacas com retenção de folhas apresentavam-se enraizadas.

Page 64: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

50

FIGURA 4. Avaliação quinzenal da permanência de folhas nos diferentes tipos de

miniestacas de gravioleira tratadas ao não com AIB. ACAS (apical campo sem AIB),

ACAC (apical campo com AIB), SCAS (subapical campo sem AIB), SCAC (subapical

campo com AIB), ACVS (apical casa de vegetação sem AIB), ACVC (apical casa de

vegetação com AIB), SCVS (subapical casa de vegetação sem AIB) e SCVC (subapical

casa de vegetação com AIB).

FIGURA 5. Aspectos das miniestacas enraizadas de gravioleira. A)

miniestaca apical do campo, B) miniestaca subapical do campo, C)

miniestacas apical casa de vegetação, D) miniestaca subapical casa de

vegetação.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

15 30 45 60 75

Po

rce

nta

gem

de

est

acas

co

m fo

lhas

Dias após estaquia

ACAS

ACAC

SCAS

SCAC

ACVS

ACVC

SCVS

SCVC

A D C B

Page 65: vigor de sementes sob dessecação, estaquia e miniestaquia

51

CONCLUSÕES

O método da miniestaquia é um método viável a propagação vegetativa da

gravioleira, podendo ser utilizado partes apicais e subapicais dos ramos.

A aplicação de auxinas (AIB) não apresentou efeito no enraizamento de

miniestacas de gravioleira

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