34
2009 [SPG VOL. VIII MANUAL DE ATIVIDADES- AUTO DE INFRAÇÃO] Descrição das atividades, por etapas sistemáticas, que compõem o procedimento de imposição de auto de infração, exercidas pela Superintendência de Controle das Participações Governamentais

VIII MANUAL DE ATIVIDADES- AUTO DE INFRAÇÃO - anp.gov.br · Modelo de Auto de Infração cuja infração foi tipificada segundo a Lei ... deve ocorrer tão somente após o decurso

  • Upload
    ngoque

  • View
    221

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

2009

[SPG VOL. – VIII MANUAL DE ATIVIDADES- AUTO DE INFRAÇÃO]

Descrição das atividades, por etapas sistemáticas, que compõem o procedimento de imposição de auto de infração, exercidas pela Superintendência de Controle das Participações Governamentais

1

Manual de Atividades

Auto de Infração

1) DA LAVRATURA DO AUTO DE INFRAÇÃO

O Auto de Infração é a peça inicial do processo administrativo punitivo. Deve ser

formalizado através do Documento de Fiscalização – DF, que é regulado pela Portaria

ANP 100 de 07 de junho de 1999. A finalidade do Auto de Infração é a apuração de

alguma falta administrativa e a aplicação da correspondente pena.

O Documento de Fiscalização pode ser físico ou eletrônico, desde que obedeça aos

padrões instituídos pela Portaria ANP 100/99.

No preenchimento do Auto de Infração o servidor público deve dar especial atenção à

descrição do fato, pois o autuado elaborará sua defesa com base na descrição do fato

narrado. Além disso, devem ser citadas as normas que conferem poder de fiscalização

à ANP, bem como o dispositivo normativo infringido, isto é, a norma que está sendo

violada, indicando não só a lei, mas também as Portarias e Resoluções.

2

Nas infrações cometidas pelos agentes regulados do upstream, é possível que o

enquadramento da infração seja tanto realizado em conformidade com um dos tipos

descritos no artigo 3º da Lei nº. 9.847/99 (RD nº. 694/2009 e RD nº. 709/09) ou na

Portaria ANP nº. 234/03.

� Modelo de Auto de Infração cuja infração foi tipificada segundo a Lei nº.

9.847/99

2 - AUTO DE INFRAÇÃO: A concessionária, acima qualificada, não prestou em seus boletins mensais de movimentação as informações sobre os volumes de hidrocarbonetos movimentados na Estação Coletora __________, localizada no Município de ________, no período compreendido entre __________, em desacordo com o previsto na Portaria ANP nº 29/01, art. 3º, inciso IV. Essa norma determina que as empresas operadoras das instalações de embarque e desembarque de petróleo ou gás natural deverão encaminhar a ANP, mensalmente, um boletim mensal contendo informações sobre os “volumes de petróleo e de gás natural produzidos no país embarcados na instalação e delas desembarcados, discriminando as datas de movimentação e a origem e o destino dos volumes”. A irregularidade acima descrita constitui infração ao art. 3º, inciso IV, da Portaria ANP nº 29/01, apenado nos termos do art. 3o, inciso V, da Lei nº 9.847/99, por expressa provisão legislativa constante nos arts. 7º e 8º, da Lei nº 9.478/97.

Em regra a autuação deve ser feita pela Lei nº. 9.847/99, que já prevê a cominação de

multa diretamente.

Todavia, nas hipóteses de não pagamento das participações governamentais, deve a

autuação ocorrer com fundamento na Portaria ANP nº. 234/03, já que tal portaria

prevê a cominação de advertência (art. 3º, XI) sem prejuízo dos juros e multa de mora

(art. 11, §§2º e 3º), e em seu descumprimento, a cominação da multa penal de 50% ou

100% do valor não recolhido das Participações Governamentais (art. 4º, IV, c/c art. 6º).

Neste caso, o Auto de Infração conterá uma ADVERTÊNCIA para que o autuado cumpra

os seus termos no prazo determinado.

Conforme o entendimento esposado nas Notas PRG nos. 566/09 e 699/09, acolhido

pela Diretoria Colegiada da ANP através da RD nº. 1119/2009 (Reunião de Diretoria nº.

550, de 1º de dezembro de 2009), a lavratura do Auto de Infração para a aplicação da

multa prevista no artigo 4º, IV, deve ocorrer tão somente após o decurso do prazo de

15 dias, a contar da data da intimação da decisão de primeira instância administrativa.

Cumpre ressaltar que tal entendimento supera a posição inicialmente adotada, com

base na orientação da Procuradoria Geral na ANP, encartado na Nota PRG nº. 37/2008.

3

� Modelo de Auto de Infração cuja infração foi tipificada segundo a Portaria ANP

nº. 234/03 – ADVERTÊNCIA (art. 3º, XI)

2 - AUTO DE INFRAÇÃO: A concessionária acima qualificada não efetuou os pagamentos de royalties em conformidade com a Lei nº. 9.478/97, art. 45, II; e com o Decreto nº. 2.705/98, art. 18, referente à produção de petróleo e gás natural do campo de ________, para o mês de competência ____de 2009. Do valor total declarado de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) foi recolhido o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), restando assim uma diferença a menor no montante de R$ R$ 5.000,00 (cinco mil reais) o qual deveria ter sido recolhida até o dia 30 de junho de 2009. Sobre tais valores deverão ser acrescidos juros e multa de mora nos termos do art. 11, parágrafos 2o e 3o, da Portaria ANP 234/2003. Fixo o prazo de 15 (quinze) dias, contados do recebimento deste auto para o pagamento do valor de R$ 5.000,00 (cinco mil), a título de royalties, acrescidos de juros e multa de mora. Tendo em vista a verificação da infração acima descrita, nos termos do art. 3º, XI, da Portaria ANP 234/2003, comunicamos a instauração do presente processo administrativo, com a finalidade de aplicação de sanção ao concessionário.

Em não ocorrendo o pagamento no prazo fixado na decisão de 1ª instância

administrativa, lavra-se a multa prevista no artigo 4º, IV, da Portaria ANP nº. 243/03,

no montante de 50% ou, no caso de fraude, de 100%, conforme o artigo 6º do mesmo

diploma.

� Modelo de Auto de Infração cuja infração foi tipificada segundo a Portaria ANP

nº. 234/03 – MULTA (art. 6º. IV)

2 - AUTO DE INFRAÇÃO: A concessionária, acima qualificada, fica autuada com esta MULTA, nos termos do art. 4o, IV, e do art. 6o, I, da Portaria ANP 234/2003, no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) pelo não cumprimento, das exigências feitas no Auto de Infração nº _________, no prazo estabelecido na decisão de fls. ___ do Processo nº _____________de __/__/____, conforme cálculo abaixo.

Período Principal Multa de 50%

2009 100.000,00 50.000,00

A multa deverá ser recolhida em até trinta dias, contados da publicação da decisão administrativa definitiva. Sobre tais valores deverão ser acrescidos juros e multa de mora nos termos do art. 11, parágrafos 2o e 3o, da Portaria ANP nº. 234/2003, caso a multa seja paga após o prazo de trinta dias. Ressalte-se que o não pagamento integral no prazo ensejará a inclusão da empresa _______ no CADIN – Cadastro informativo de créditos não quitados do setor público federal, nos termos da Lei nº. 10.522/2002.

O DF tem outras finalidades além da lavratura de Auto de Infração. Desta forma, torna-

se necessário sempre marcar dentre as oito opções do campo 05 aqueles que

comporão do documento.

4

A opção Auto de Infração corresponde ao item 2. Sempre que for lavrado o auto de

infração é necessário lavrar também uma Certidão, item 8. As Certidões são atos

administrativos que visam certificar a prática de determinado ato pelo agente público

ou a ocorrência de algum fato relevante. Assim, deve ser certificado que o autuado foi

notificado para que, querendo, apresente defesa escrita no prazo de 15 dias, sendo

facultada a representação por advogado.

� Modelo de Certidão:

8 - CERTIDÃO: Fica a empresa ora autuada ciente e intimada de que poderá apresentar defesa por escrito, no prazo de 15 dias corridos a contar do recebimento desta. A defesa deverá estar acompanhada da devida comprovação da capacidade do signatário (Contrato Social e alterações, cédulas de identidade, procuração, etc), sob pena de desentranhamento da peça dos autos. A apresentação da defesa deverá ser efetuada no Escritório da ANP, situado na Av. Rio Branco, 65 – 19° Andar – Centro – Rio de Janeiro – RJ - CEP: 20.090 – 004.

Fundamento legal:

Decreto nº. 2.953/99, artigo 6º:

Art. 6º. A infração constará de auto específico, que conterá, obrigatoriamente:

I - a qualificação do autuado;

II - o local, a data e a hora da lavratura do auto;

III - a descrição do fato infracional;

IV - a disposição legal infringida;

V - a indicação dos elementos materiais de prova da infração;

VI - quando for o caso, o local onde o produto ou bem apreendido ficará guardado ou armazenado, bem

como a nomeação e identificação do fiel depositário, que poderá ser preposto ou empregado do infrator que responda pelo gerenciamento do negócio;

VII - a advertência ao fiel depositário, que assinará o termo próprio, de que é vedada, salvo com prévia

autorização da ANP, a substituição ou remoção, total ou parcial, do bem apreendido, que ficará sob sua guarda e responsabilidade;

VIII - a assinatura do autuado e do autuante, com a indicação do órgão de origem, cargo, função e o número de sua matrícula;

IX - a qualificação das testemunhas, se houver;

X - a indicação do prazo para apresentação da defesa e o local onde deverá ser entregue;

§ 1º. As incorreções ou omissões do auto não acarretarão sua nulidade, quando deste constarem

elementos suficientes para determinar a infração e possibilitar a defesa do infrator.

§ 2º. A assinatura do autuado não implica confissão, nem a sua recusa agrava a falta apurada.

§ 3º. Se o infrator recusar-se a assinar o auto, tal circunstância será nele referida e atestada por duas

testemunhas, que o assinarão.

§ 4º. A apreensão de documentos, amostras e demais elementos de prova será reduzida a termo, sob assinatura do agente de fiscalização e do autuado ou seu preposto, e das testemunhas, se houver.

§ 5º. Quando a infração for verificada em livro, não se fará a apreensão deste, mas a falta deverá

constar circunstanciadamente do auto, exarando-se no livro termo do ocorrido.

5

2) DA INSTAURAÇÃO DO PROCESSO

Após a lavratura do DF, deverá ser encaminhado Memorando ao Protocolo Geral

solicitando a instauração do processo administrativo. A primeira via do Documento de

Fiscalização deve ficar em poder do responsável pela sua lavratura, para impossibilitar

o seu extravio.

O Memorando deverá mencionar que o campo INTERESSADO deverá ser preenchido

com a razão social da autuada, bem como indicar o ASSUNTO, que deverá ser o objeto

da autuação. Além disso, deve constar a classificação arquivística, qual seja, Auto de

Infração.

Após o retorno do processo do protocolo, deverá ser feita a juntada do DF. Todas as folhas devem ser seqüencialmente numeradas e rubricadas. .1 Cada volume de processo deve ter até 200 fls. Atingido esse número o processo deve ser remetido ao protocolo para que seja aberto novo volume.2

Fundamento legal:

Lei nº. 9.784/99, art. 22, §4º.

§4º. O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas.

Portaria MPOG nº. 5/02

5.2 NUMERAÇÃO DE FOLHAS E DE PEÇAS

As folhas dos processos serão numeradas em ordem crescente, sem rasuras, devendo ser utilizado carimbo próprio para colocação do número, aposto no canto superior direito da página, recebendo, a

primeira folha, o número 1.

O documento não encadernado receberá numeração em seqüência cronológica e individual para cada peça que o constituir.

A numeração das peças do processo é iniciada no protocolo central ou setorial da unidade

correspondente, conforme faixa numérica de autuação. As peças subseqüentes serão numeradas pelas unidades que as adicionarem; a capa do processo não será numerada.

Nenhum processo poderá ter duas peças com a mesma numeração, não sendo admitido diferenciar

pelas letras "A" e "B", nem rasurar.

Nos casos em que a peça do processo estiver em tamanho reduzido, será colada em folha de papel

branco, apondo-se o carimbo da numeração de peças de tal forma que o canto superior direito do documento seja atingido pelo referido carimbo.

Os processos oriundos de instituições não pertencentes à Administração Pública Federal só terão suas

peças renumeradas se a respectiva numeração não estiver correta; não havendo falhas, prosseguir com a seqüência numérica existente;

Qualquer solicitação ou informação inerente ao processo será feita por intermédio de despacho no

próprio documento ou, caso seja possível, em folha de despacho, a ser incluída ao final do processo,

1 Lei nº. 9.784/99, art. 22, §4º.

2 PORTARIA NORMATIVA Nº 5, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2002, item 5.8.1.

6

utilizando-se tantas folhas quanto necessário. Utilizar somente a frente da folha de despacho, não

permitido-se a inclusão de novas folhas até seu total aproveitamento. No caso de inserção de novos documentos no processo, inutilizar o espaço em branco da última folha de despacho, apondo o carimbo

"Em branco".

Quando, por falha ou omissão, for constatada a necessidade da correção de numeração de qualquer

folha dos autos, inutilizar a anterior, apondo um "X" sobre o carimbo a inutilizar, renumerando as folhas

seguintes, sem rasuras, certificando-se da ocorrência.

3) DA CITAÇÃO DA AUTUADA

Tratando-se de infração administrativa que tenha sido constatada in loco, o autuado

deverá assinar as três vias do Documento de Fiscalização. No caso de recusa de

assinatura e/ou recebimento da cópia do DF, esta situação deverá também constar da

Certidão. Somente nesta hipótese deverá ser recolhida a assinatura de duas

testemunhas, bem como seus dados.

Nos documentos lavrados na ausência do fiscalizado ou do seu preposto, bem como

nos casos de negativa de recebimento do documento, o envio de cópia e ciência serão

feitos mediante Aviso de Recebimento Postal e na impossibilidade de localização ou

recusa de recebimento do “AR”, através de Edital de citação publicado no Diário Oficial

da União. Neste caso, deverá constar do DF o número do processo a que se refere, no

campo específico, ou seja, quadro superior direito.

No caso de citação postal, o AR original deverá ser anexado nos autos do processo,

através de Certidão de Juntada, conforme o seguinte modelo. A certidão poderá ser

assinada por qualquer servidor público, que deverá também apor seu carimbo,

contendo nome e matrícula.

7

Os documentos de fiscalização serão impressos em 3 vias, sendo a 1ª via destinada ao

processo, a 2ª via ao fiscalizado e a 3ª via ao arquivo.

Referência legal:

Decreto nº. 2.953/99, arts. 7º a 10

Art. 7º. Salvo circunstâncias especiais, lavrar-se-á o auto de infração no local em que esta for verificada.

§ 1º. No caso de infração denunciada ou comunicada à ANP ou ao órgão público conveniado, o agente da fiscalização poderá lavrar auto de infração correspondente nas dependências do próprio órgão, se as

circunstâncias de fato não recomendarem a sua lavratura no local da ocorrência.

§ 2º. O disposto no parágrafo anterior não se aplica em situação ensejadora de interdição ou apreensão,

hipótese em que o respectivo auto será lavrado no próprio local da ocorrência denunciada ou

comunicada.

Art. 8º. O autuado será citado para apresentar defesa escrita, no prazo de quinze dias, a contar do

recebimento da citação.

§ 1º. A citação será feita:

I - pessoalmente, ao próprio autuado ou ao seu representante legal ou preposto que responda pelo

gerenciamento do negócio, quando lavrado o auto no local da ocorrência;

II - por carta registrada com Aviso de Recebimento - AR, quando o auto for lavrado em local diverso

daquele em que foi constatada a infração.

§ 2º. A contrafé do auto de infração acompanhará, obrigatoriamente, a carta de citação, quando não for

entregue diretamente ao autuado, na hipótese do inciso I deste artigo.

Art. 9º. Quando a citação for feita em pessoa diversa do autuado, o agente de fiscalização indicará o nome e a qualificação do representante ou preposto e certificará, por fé, no auto, essa circunstância,

sempre que possível na presença de duas testemunhas, as quais também assinarão a certidão.

Parágrafo único. A certidão deverá conter:

I - indicação do lugar e a qualificação completa da pessoa que receber a citação em nome do autuado;

II - declaração da entrega da contrafé do auto;

III - a informação de que o autuado, ou seu representante ou preposto, recebeu e assinou a contrafé, ou

que recusou o recebimento e a assinatura.

Art. 10. Quando o auto for lavrado em local diverso daquele onde verificada a infração, a citação será

feita por carta registrada, endereçada ao estabelecimento do autuado onde ocorreu o fato e considerar-

se-á efetuada na data indicada no Aviso de Recebimento - AR, que deverá ser juntado ao processo respectivo.

Lei nº. 5.869/73 – Código de Processo Civil, art.184, §2º.

Art. 184. Salvo disposição em contrário, computar-se-ão os prazos, excluindo o dia do começo e

incluindo o do vencimento.

§ 2º. Os prazos somente começam a correr do primeiro dia útil após a intimação (art. 240 e parágrafo

único)

8

4) DEFESA DA AUTUADA

A defesa da autuada deve ser feita no prazo de 15 dias e por escrito. A contagem do

prazo sempre se inicia em dia útil, por aplicação analógica do CPC. O vencimento do

prazo também deve ocorrer em dia útil, em que o expediente se encerre em horário

normal.

A assistência por advogado é facultativa. Contudo, no caso de representação por

advogado é indispensável a apresentação da Procuração outorgando poderes

específicos para atuar naquele processo, ou, no mínimo, para representar a autuada

perante à ANP ou qualquer órgão da Administração Pública Indireta.

Na defesa, a autuada deverá indicar as provas que pretende produzir,

justificadamente. Não indicando as provas que pretende produzir na defesa, ocorre

para a autuada a preclusão, ou seja, a perda da faculdade da prática do ato. Da mesma

forma, não é aceito o pedido genérico de prova, pois ao fazê-lo a autuada não se

desincumbe do ônus legal de indicar especificadamente as provas que pretende

produzir, nem esclarece os fatos que pretende provar.

Fundamento legal:

Decreto nº. 2.953/99, art. 11, 12 e 14

Art. 11. O prazo para defesa será contado em dias corridos, a partir do recebimento da citação,

excluindo-se o dia do início e incluindo-se o do vencimento.

Parágrafo único. Quando o vencimento ocorrer em feriado, dia santificado ou em que não haja

expediente integral na ANP ou no órgão público autuante, o prazo da defesa prorrogar-se-á,

automaticamente, para o primeiro dia útil seguinte.

Art. 12. As intimações dos atos do processo serão feitas mediante publicação no Diário Oficial, ou

mediante carta registrada com Aviso de Recebimento, observado o disposto no artigo anterior.

Art. 14. A defesa do autuado poderá ser feita por ele diretamente, ou por intermédio de advogado habilitado, sendo obrigatória, nesta hipótese, a apresentação do correspondente instrumento de

mandato.

Parágrafo único. O autuado, ou seu advogado, acompanharão o procedimento administrativo e poderão ter vista dos autos, na repartição, bem como deles extrair, mediante o pagamento da despesa

correspondente, as cópias que desejarem.

Lei nº. 9.784/99, art. 66 e 67

Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.

§ 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em

que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal.

§ 2º Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.

§ 3º Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do vencimento não

houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.

Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se suspendem.

9

5) DA INSTRUÇÃO PROBATÓRIA

Na fase instrutória, o administrador deverá:

• estabelecer os pontos controvertidos,

• analisar o pedido de provas eventualmente formulado na defesa;

• realizar o enquadramento da infração imputada;

• verificar o atendimento das formalidades, enfrentando as preliminares

argüidas3.

Prova é todo elemento trazido ao processo, por qualquer uma das partes, a fim de formar o convencimento do julgador. As provas incidem sobre a matéria fática, salvo raríssimas exceções.4

Segundo a lição de Alexandre Câmara: “Quanto ao fato, as provas serão diretas ou

indiretas. Prova direta é a que diz respeito ao fato probandi, isto é, ao próprio fato cuja existência se pretende demonstrar.”. “Por outro lado, a prova indireta diz respeito a

outros fatos, dos quais, por meio de raciocínio dedutivo, o juiz deduz o fato probandi.”5

É ônus da autuada, provar os fatos que alega, em conformidade com o artigo 36 da Lei nº. 9.784/99. Esta regra é excepcionada na hipótese do artigo subseqüente, que determina que os documentos em Poder da Administração Pública, ou existentes em seus registros deverão ser por ela juntados aos autos.

O pedido de provas deve ser realizado na defesa. Caso esta seja intempestiva, ou o

pedido tenha sido feito após a apresentação defesa, ele poderá ser indeferida por

intempestividade, ou seja, a perda do momento oportuno para o requerimento de

prova.

O pedido genérico de provas deverá ser indeferido, por não preencher os requisitos

legais. Os administrados têm o ônus de indicar especificadamente as provas que

pretendem produzir. Ao se limitarem a dizer que “Protesta por todos os meios de

prova, pericial, testemunhal e documental suplementar.”, não se eximem deste ônus.

Atendendo aos dois requisitos acima, tempestividade e especificidade, o servidor deverá verificar a necessidade da produção da prova. O primeiro item a ser analisado é se o fato que se pretende provar se relaciona com o objeto principal da questão, ou seja, se a existência daquele fato é capaz de influenciar no deslinde da questão. Em seguida, se aquele fato já não se encontra provado, ou independe de prova, por ser incontroverso, gozar de presunção de veracidade, ou recair sobre ele alguma dispensa legal.

3 Decreto nº. 2.953/99, art. 15, §2º.

4 CÂMARA, Alexandre. Lições de Direito Processual Civil. Rio de Janeiro: Lumen Iuris, 2005. Pg. 397 e 398.

5 CÂMARA, Alexandre. Lições de Direito Processual Civil. Rio de Janeiro: Lumen Iuris, 2005. Pg. 399 e 400.

10

Não serão objeto de prova: os fatos incontroversos, as leis federais, os atos normativos da ANP e aqueles que gozam de presunção legal de veracidade e legalidade, por aplicação analógica do artigo 334 do Código de Processo Civil – Lei nº. 5.869/73. Também devem ser indeferidos os pedidos de provas ilícitas, impertinentes, desnecessárias e protelatórias, consoante o disposto na Lei nº. 9.847/99, artigo 38, §2º.

Além disso, os fatos notórios também não dependem de prova. Contudo, segundo José

dos Santos Carvalho Filho: “Havendo, porém, alguma dúvida para a autoridade

responsável pelo processo quanto ao fato notório, provocando risco de decisão

incorreta, é cabível que exija do interessado sua comprovação.”6

Fundamento legal: Decreto nº. 2.953/99, art. 13

Art. 13. Na defesa a ser apresentada no prazo de quinze dias corridos, a contar do recebimento da

citação, o autuado fará as alegações que entender cabíveis e indicará os meios de prova, inclusive

testemunhal, que julgar necessárias.

§ 1º. As provas documentais deverão ser apresentadas, de logo, com a defesa.

§ 2º. As testemunhas, em número máximo de três, deverão comparecer para serem inquiridas, independentemente de intimação, por conta e risco do autuado.

§ 3º. As diligências e perícias técnicas requeridas pelo autuado serão por este custeadas e deverão ser

realizadas nos prazos estabelecidos pela autoridade encarregada do julgamento.

Lei nº. 9.847/99, art. 36 e 38

Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao

órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.

Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e

pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do

processo.

§ 1º Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão.

§ 2º Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos

interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.

Código de Processo Civil – Lei nº. 5.869/73, art. 334

Art. 334. Não dependem de prova os fatos:

I - notórios;

II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;

III - admitidos, no processo, como incontroversos;

IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.

6 CARVALHO FILHO. José dos Santos. Processo Administrativo Federal. Rio de Janeiro: Lumen Iuris, 2007.

Pg. 200.

11

5.1) DA DILAÇÃO PROBATÓRIA Caso se conclua pela necessidade de produção da prova, o administrado deverá ser intimado da prática do ato, para querendo, comparecer ou acompanhar a realização da diligência, e ainda, se for o caso, formular quesitos.

A intimação deverá ser feita por Ofício, enviado por AR (Aviso de Recebimento), preferencialmente, ou nos casos de urgência por fax. O administrado deverá ser intimado com pelo menos cinco dias de antecedência7 e poderá nomear preposto para o acompanhamento do ato. Isto não significa que em qualquer hipótese poderá acompanhar todo o ato. Por exemplo, na análise da qualidade de um combustível, poderá acompanhar a entrega e abertura da amostra, mas não poderá adentrar no laboratório para observar os testes, em função de alguns segredos industriais. Da mesma forma, acompanhará a visita técnica, mas não poderá influenciar na elaboração do relatório da ANP.

Caso entenda que há necessidade de manifestação dos interessados quanto a prova produzida, em razão de pedidos de esclarecimento, o servidor deverá, ainda na fase de instrução, intimar, por Ofício, os interessados para se manifestarem quanto a prova produzida, no prazo de 5 dias. Não havendo dúvidas, deverá encerrar a instrução e o administrado terá oportunidade de manifestar-se quanto a prova em alegações finais.

A produção de prova documental pode ser realizada através de simples juntada do documento durante toda a fase de instrução. Caso tenha sido feita de ofício, no despacho que intimar para alegações finais, a dilação probatória deverá ser mencionada.

Se o deslinde da questão não depender de dilação probatória, esta situação deverá ser mencionada no despacho que encerra a instrução e intima o autuado para a apresentação de alegações finais.

Fundamento legal: Decreto nº. 2.953/99, art. 15

Art. 15. A instrução dos processos administrativos de que trata este Decreto será feita pelo órgão técnico

competente da ANP, ou pelo órgão público conveniado, que poderá requisitar as diligências necessárias,

para as quais o autuado será intimado, com antecedência de cinco dias.

§ 1º. Se as diligências realizadas implicarem alteração do auto de infração, devolver-se-á ao autuado o

prazo de defesa.

§ 2º A instrução do processo compreende a verificação do atendimento das formalidades estabelecidas

neste Decreto e a análise técnica e jurídica do fato, do enquadramento da infração imputada e da

adequação da penalidade indicada.

7 Decreto nº. 2.953/99, art. 15, caput.

12

6) DO DESPACHO PARA ALEGAÇÕES FINAIS

A autuada deverá ser intimada do fim da instrução, para, querendo, apresentar

alegações finais no prazo de cinco dias, conforme o artigo 16 do Decreto nº. 2.953/99.

Todas as análises realizadas no curso da instrução, caso não tenha havido a produção

de provas, constarão desse despacho.

� MODELO DE DESPACHO EM CASO DE REVELIA

Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

Av: Rio Branco, 65 / 19º andar

20.090-004– Rio de Janeiro – RJ

Tel: (21) 2112-8483 / Fax: (21) 2112-8493

Ofício no ___/2009/SPG Rio de Janeiro, 27 de abril de 2009.

Ao Senhor, (NOME DA CONCESSIONÁRIA) (endereço) CEP 01230-001 – Rio de Janeiro – RJ Assunto: Não pagamento pela ocupação ou retenção de área. Multa. Auto de Infração ___________, de __/__/__. Processo Administrativo _______________. Prezado Senhor, 1. Referimo-nos ao Processo Administrativo ___________/2009-87 e ao Auto de Infração ________. 2. Conforme o Aviso de Recebimento constante de fls. ___, a autuada foi citada e intimada da lavratura do Auto de Infração em __/__/__, contudo, até a presente data não apresentou defesa, nem documentos, conforme faculta o artigo 13, caput, do Decreto nº. 2.953/99.

3. O processo encontra-se devidamente instruído, não dependendo o deslinde da demanda da produção de quaisquer outras provas além das já constantes nos autos. O processo encontra-se regular em seus aspectos formais e não se vislumbra a ocorrência de nenhuma das modalidades prescricionais.

4. Deste modo, conclui-se a instrução e intima-se a autuada a apresentar suas alegações finais no prazo de cinco dias, consoante o art. 16 do Decreto nº. 2.953/99.

Atenciosamente,

XXXXXXXX Superintendente de Controle das Participações Governamentais

13

� MODELO DE DESPACHO NO CASO DE DEFESA INTEMPESTIVA

Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

Av: Rio Branco, 65 / 19º andar

20.090-004– Rio de Janeiro – RJ

Tel: (21) 2112-8483 / Fax: (21) 2112-8493

Ofício no ___/2009/SPG Ao Senhor, (NOME DA EMPRESA) (endereço) CEP 52011-040 – Rio de Janeiro/RJ Assunto: Auditoria de Preços de Referência de Petróleo. Auto de Infração _________, de __/__/__. Processo Administrativo ____________________. Prezado Senhor, 1. Referimo-nos ao Processo Administrativo ____________, ao Auto de Infração _________ (fl. 55/56) e à DEFESA apresentada pela autuada em __/__/__ (fls. 58/69). 2. Conforme o Aviso de Recebimento constante de fls. __, a autuada foi citada e intimada da lavratura do Auto de Infração em 15/09/08. Nos termos do artigo 66 da Lei nº. 9.784/99, “Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.” Sendo assim, o prazo de 15 dias para a apresentação de defesa expirou-se no dia 30/09/08.

3. Deste modo, a defesa é intempestiva, de acordo com o artigo 13, caput, do Decreto nº 2.953/99, o que levou ao desconhecimento de seu teor pela autoridade julgadora.

4. O processo encontra-se devidamente instruído, não dependendo o deslinde da demanda da produção de quaisquer outras provas além das já constantes nos autos. O processo encontra-se regular em seus aspectos formais e não se vislumbra a ocorrência de nenhuma das modalidades prescricionais.

5. Deste modo, conclui-se a instrução e intima-se a autuada a apresentar suas alegações finais no prazo de cinco dias, consoante o art. 16 do Decreto nº. 2.953/99.

Atenciosamente,

XXXXXXXX Superintendente de Controle das Participações Governamentais

14

� MODELO DE DESPACHO NO CASO DE DEFESA TEMPESTIVA

Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

Av: Rio Branco, 65 / 19º andar

20.090-004– Rio de Janeiro – RJ

Tel: (21) 2112-8483 / Fax: (21) 2112-8493

Ofício no ___/2009/SPG

Rio de Janeiro, 14 de maio de 2009. Ao Senhor , (NOME DA EMPRESA) (endereço) CEP 20.031-912 – Rio de Janeiro – RJ Assunto: Auto de Infração ______, de __/__/__. Processo Administrativo ________. Prezado Senhor, 1. Referimo-nos ao Processo Administrativo ________, ao Auto de Infração _________ (fl. 03) e à DEFESA apresentada pela autuada em __/__/__, através da correspondência _________ (fls. 08/20). 2. A Concessionária foi autuada por não prestar em seus boletins mensais de movimentação as informações quanto aos volumes de hidrocarbonetos movimentados na Estação Coletora_________, localizada _______, no período compreendido entre __________. 3. A defesa foi apresentada tempestivamente e de acordo com os artigos 13 e 14 do Decreto nº. 2.953/99. Cumpre ressaltar que a autuada não juntou documentos, conforme faculta o §1o do art. 13 do Decreto 2.953/99. 4. Em defesa, a autuada sustentou (...). 5. Requer a produção de todos os meios de prova. 6. Não merecem prosperar a preliminar suscitada pela autuada.(...) 7. No que tange ao enquadramento jurídico da infração, (...). 8. Quanto ao pedido de provas, a autuada ao fazer pedido genérico de provas não se eximiu do ônus de indicar as provas que pretendia produzir, na forma do artigo 13 do Decreto nº. 2.953/99. Deste modo, a falta de pedido específico de produção de provas impede ao julgador o seu deferimento. Além disso, o processo encontra-se devidamente instruído, não dependendo o deslinde da demanda da produção de quaisquer outras provas além das já constantes nos autos. 9. O processo encontra-se regular em seus aspectos formais e não se vislumbra a ocorrência de nenhuma das modalidades prescricionais. 10. Deste modo, conclui-se a instrução e intima-se a autuada a apresentar suas alegações finais no prazo de cinco dias, consoante o art. 16 do Decreto nº. 2.953/99.

Atenciosamente,

XXXXXXXX Superintendente de Controle das Participações Governamentais

15

Fundamento legal: Decreto nº. 2.953/99, art. 16

Art. 16. Concluída a instrução, o autuado será intimado para apresentar alegações finais, no prazo de cinco dias.

Parágrafo único. Decorrido o prazo fixado neste artigo, o processo será submetido a autoridade

competente da ANP, ou do órgão conveniado, ou seu substituto legal, para julgamento.

7) DA DECISÃO

A decisão deverá concluir pela aplicação da sanção administrativa, bem como

estabelecer gradação da pena, ou, se for o caso, concluir pela improcedência da

autuação.

A decisão deverá conter:

• o relatório resumido da autuação e da defesa;

• os fundamentos da decisão;

• a conclusão.

As decisões tomadas no exercício de poder delegado deverão mencionar esta

circunstância bem como indicar o ato de delegação, nos termos do art. 14, §3º da Lei

nº. 9.784/99.

� MODELO DE DECISÃO COM FUNDAMENTO NA LEI Nº. 9.847/99

Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

Av: Rio Branco, 65 / 19º andar

20.090-004– Rio de Janeiro – RJ

Tel: (21) 2112-8483 / Fax: (21) 2112-8493

Processo n.º: ______________ Autuada: ______________ Auto de Infração n.º: _____ Data: 06/04/2009 Descrição da Infração: Não prestou corretamente as informações do boletim mensal de movimentação, no período compreendido entre _____________. Dispositivo Normativo Infringido: Lei nº. 9.847/99, art. 3º, V e Portaria ANP nº. 29/01, art. 3º, IV.

DECISÃO RELATÓRIO

Trata-se de processo administrativo instaurado pela ANP, no exercício de seu poder de polícia previsto no art. 8º, inc. VII da Lei n.º 9.478/97, em razão de ter sido verificado

16

pela Superintendência de Controle das Participações Governamentais, que a autuada não prestou em seus boletins mensais de movimentações as informações sobre o volume de hidrocarbonetos movimentados na Estação ______, localizada no Município ________, no período compreendido entre _________.

Regularmente citada e intimada, a autuada apresentou defesa e alegações finais em conformidade com os artigos 13, 14 e 16 do Decreto nº. 2.953/99.

Em suas alegações, a autuada sustentou (...).

FUNDAMENTAÇÃO

DA INCIDÊNCIA DA LEI Nº. 9.847/99

Não merece prosperar a preliminar suscitada pela autuada. A Lei nº. 9.847/99 é perfeitamente aplicável ao caso em análise, bem como às atividades de exploração e produção como um todo. Esta lei destina-se não só às atividades relacionadas ao abastecimento nacional, mas também, à indústria do petróleo. Neste sentido, transcrevemos o caput dos artigos 1º e 2º da Lei 9.847/99:

“Art. 1º. A fiscalização das atividades relativas à indústria do petróleo e ao abastecimento nacional de combustíveis, bem como o adequado funcionamento do Sistema Nacional de Estoques de Combustíveis e do cumprimento do Plano Anual de Estoques Estratégicos de Combustíveis, de que trata a Lei nº. 9.478, de 6 de agosto de 1997, será realizada pela Agência Nacional do Petróleo - ANP ou, mediante convênios por ela celebrados, por órgãos da Administração Pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.” “Art. 2º. Os infratores das disposições desta Lei e demais normas pertinentes ao exercício de atividades relativas à indústria do petróleo, ao abastecimento nacional de combustíveis, ao Sistema Nacional de Estoques de Combustíveis e ao Plano Anual de Estoques Estratégicos de Combustíveis ficarão sujeitos às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil e penal cabíveis:”(grifos nossos)

A indústria do petróleo, por sua vez, é definida pela Lei nº. 9.478/99, artigo 6º, XIX, como:

“XIX - Indústria do Petróleo: conjunto de atividades econômicas relacionadas com a exploração, desenvolvimento, produção, refino, processamento, transporte, importação e exportação de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos e seus derivados;”.

Desta forma, de uma simples leitura da legislação vigente conclui-se que as penalidades previstas na Lei nº. 9.847/99 aplicam-se também às atividades de exploração e produção, sem prejuízo da aplicação dos demais diplomas normativos cabíveis.

(...)

Tal entendimento ampara-se em posicionamento da PRG, sustentando no Parecer nº. 033/2009 PRG/ANP/DF e aprovado pela Diretoria da ANP por meio da RD 694/2009. O mesmo entendimento foi ainda corroborado na Resolução de Diretoria nº. 912/2009, que confirmou a multa aplicada pela CSO com fundamento na Lei nº. 9.847/99.

17

DA INFRAÇÃO E SEU ENQUADRAMENTO

No que tange ao enquadramento jurídico da infração, o fato descrito se subsume ao tipo do artigo 3º, inciso V da Lei nº. 9.847/99. (...)

DA FIXAÇÃO DA MULTA

A fixação da multa deve seguir os critérios da Lei nº. 9.847/99, artigo 4º, quais sejam: gravidade da infração, vantagem auferida, condição econômica do infrator e os seus antecedentes.

No presente caso, o descumprimento da obrigação assinalada no auto de infração não se limita a esfera da própria autuada. A falta de correspondência com a realidade das informações prestadas trouxe graves conseqüências à ANP e a terceiros. (...)

Por outro lado, não ficou demonstrado nos autos que a autuada tenha auferido algum ganho econômico em conseqüência da prática infracional, não tendo sido apurada qualquer diferença no recolhimento das participações governamentais.

Não há registro disponível relacionado aos antecedentes do infrator nos assentamentos desta ANP. Da mesma forma, não fora apresentados documentos que possam comprovar a capacidade econômica da autuada, embora esta seja de conhecimento público.

Contemplando os documentos acostados aos autos e considerando a gravidade da infração, entendo que o valor mínimo previsto no artigo 3º, V, da Lei 9847/99, acrescido de 150%, ou seja, R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), para cada infração, é suficiente para atender ao caráter pedagógico punitivo da norma.

Na hipótese em análise, trata-se de cumulação material de infrações, já que cada mês em que as informações não foram devidamente prestadas houve nova violação da norma. Vislumbra-se, destarte, a ocorrência de 42 infrações, cuja pena totaliza R$ 2.100.000,00 (dois milhões e cem mil reais).

CONCLUSÃO

Em face do exposto, com fundamento na competência que me foi delegada pela Portaria ANP nº. 47, publicada no DOU de 20 de março de 2009, condeno a autuada ao pagamento da multa no valor de R$ 2.100.000,00 (dois milhões e cem mil reais), a serem recolhidos na forma do artigo 4º da Lei nº. 9.847/99.

Por se tratar de sanção administrativa, o valor da multa aplicada nesta DECISÃO deve ser recolhido por meio de Guia de Recolhimento da União (GRU) – código 28839-0 – indicando no campo “Número de Referência” o número da Lei nº. 9.847/99.

Em cumprimento ao que determina a Lei nº. 10.522/02, em especial o artigo 2º, parágrafo 2º, informamos que o não pagamento do débito acima mencionado ensejará a inscrição do devedor no CADIN no prazo de 75 dias corridos.

Ademais, o não pagamento do débito ensejará a inscrição do devedor em Dívida Ativa e a conseqüente execução fiscal.

Por fim, cumpre-me informar que, após a decisão definitiva, será enviada cópia dos autos ao Ministério Público, de acordo com o disposto no artigo 17 da Lei nº. 9.847/99.

Rio de Janeiro, 18 de junho de 2009

XXXXXXX

Superintendente de Controle das Participações Governamentais

18

� MODELO DE DECISÃO PELA PORTARIA ANP Nº. 234/03

Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

Av: Rio Branco, 65 / 19º andar

20.090-004– Rio de Janeiro – RJ

Tel: (21) 2112-8483 / Fax: (21) 2112-8493

Processo n.º______________ Autuada: ______________ Auto de Infração n.º 291913 Data: 17/03/2009 Descrição da Infração: Não cumprimento da Advertência constante no Auto de Infração nº. ______________ Dispositivo Normativo Infringido: Portaria ANP nº. 234/03, art. 4º, IV e art. 6º, I.

DECISÃO RELATÓRIO

Trata-se de processo administrativo instaurado pela ANP, no exercício de seu poder de polícia previsto no art. 8º, inc. VII da Lei n.º 9.478/97, em razão de ter sido verificado pela Superintendência de Controle das Participações Governamentais, que a autuada não deu cumprimento, no prazo estabelecido, às exigências feitas no Documento de Fiscalização nº. 804-110-0733-260656.

Regularmente citada e intimada, a autuada não apresentou defesa. As alegações finais foram apresentadas em conformidade com o artigo 16 do Decreto nº. 2.953/99.

Em suas alegações, a autuada informou que apresentou defesa quanto à taxa de ocupação e as multas em 05/03/09, conforme documentos em anexo, reiterando seus termos.

Sustenta que (...)

FUNDAMENTAÇÃO

DO PAGAMENTO PELA OCUPAÇÃO E RETENÇÃO DE ÁREA

Em relação a compensação financeira em epígrafe, são dois os fatos geradores que ensejam o seu pagamento, quais sejam:

(i) Ocupação da área, que está associada à realização, pelo concessionário, das atividades necessárias à implementação do objeto contratual; e

(ii) Retenção da área, que está associada ao simples fato do concessionário manter, através de um contrato de concessão com a ANP, os direitos exclusivos de realizar atividades em determinada área de concessão, impossibilitando que esta seja destinada a outro concessionário.

O pagamento pela ocupação ou retenção de área, previsto no art. 51 da Lei nº, 9.478/97, é uma obrigação contratual e legal, sendo que a sua arrecadação destina-se ao financiamento das despesas da ANP, conforme o disposto no art. 16 da Lei nº.

19

9.478/97.

O pagamento pela ocupação ou retenção de área é devido pelo concessionário à União a partir do primeiro dia em que entrar em vigor o contrato de concessão para exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural, ressaltando-se que ESTA COMPENSAÇÃO FINANCEIRA NÃO REQUER QUALQUER CONTRAPRESTAÇÃO POR PARTE DO ESTADO. (...)

DA MULTA PELO NÃO PAGAMENTO PELA OCUPAÇÃO E RETENÇÃO DE ÁREA - PORTARIA ANP nº. 234/03, art. 4º, IV e art. 6º, I

A concessionária já foi condenada ao pagamento pela ocupação ou retenção de área, conforme Auto de Infração ____, condenação que já alcançou o status de decisão administrativa irreformável.

O pagamento pela ocupação ou retenção de área, previsto no art. 51 da Lei nº, 9.478/97, é uma obrigação contratual e legal, sendo que a sua arrecadação destina-se ao financiamento das despesas da ANP, conforme o disposto no art. 16 da Lei nº. 9.478/97.

O não alinhamento de expectativas dos sócios de uma empresa é assunto exclusivamente a ela imputável, não devendo a sociedade brasileira abrir mão de qualquer compensação financeira de que faz jus.

As obrigações no âmbito da indústria do petróleo são objetivamente estatuídas e seu descumprimento implica na aplicação da penalidade estabelecida.

A autuada não deu cumprimento, no prazo estabelecido, às exigências feitas no Documento de Fiscalização nº. ___, que determinava o recolhimento de participações governamentais não efetivado na época própria, acrescido dos acessórios legais.

O não atendimento dos termos do Auto de Infração é fato incontroverso nos autos, versando a defesa da autuada unicamente sobre a impossibilidade da sociedade em recolher tais valores, invocando a aplicação da teoria da imprevisão.

Desta forma, faz-se imperiosa a aplicação da multa prevista no artigo 6º, I, da Portaria ANP 234/03, que no caso dos autos, totaliza R$ 100.000,00 (cem mil reais).

CONCLUSÃO

Em face do exposto, com fundamento na competência que me foi delegada pela Portaria ANP nº. 47, publicada no DOU de 20 de março de 2009, condeno a autuada ao pagamento da multa no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), na forma dos parágrafos primeiro e segundo do artigo 11 da Portaria ANP nº. 234/03.

Por se tratar de sanção administrativa, o valor da multa aplicada nesta DECISÃO deve ser recolhido por meio de Guia de Recolhimento da União (GRU) – código 28839-0 – indicando no campo “Número de Referência” o número da Portaria ANP 234/2003.

Em cumprimento ao que determina a Lei nº. 10.522/02, em especial o artigo 2º, parágrafo 2º, informamos que o não pagamento do débito acima mencionado ensejará a inscrição do devedor no CADIN no prazo de 75 dias corridos.

Ademais, o não pagamento do débito ensejará a inscrição do devedor em Dívida Ativa e a conseqüente execução fiscal.

Rio de Janeiro, 12 de junho de 2009

XXXXXXXX Superintendente de Controle das Participações Governamentais

20

� MODELO DE DECISÃO DE INSUBSISTÊNCIA

Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

Av: Rio Branco, 65 / 19º andar

20.090-004– Rio de Janeiro – RJ

Tel: (21) 2112-8483 / Fax: (21) 2112-8493

Processo n.º: _______________ Autuada: ___________ Auto de Infração n.º 291917 Data: 11/05/2009 Descrição da Infração: Não cumprimento de notificação. Dispositivo Normativo Infringido: Lei nº. 9.847/99, artigo 3º, inciso XVI.

DECISÃO RELATÓRIO

Trata-se de processo administrativo instaurado pela ANP, no exercício de seu poder de polícia previsto no art. 8º, inc. VII da Lei n.º 9.478/97, em razão de ter sido verificado pela Superintendência de Controle das Participações Governamentais que a autuada não cumpriu os termos na Notificação contida no Ofício nº. 038/2009/SPG.

Regularmente citada e intimada, a autuada apresentou defesa em conformidade com os artigos 13 e 14 do Decreto nº. 2.953/99.

A autuada alegou que (...).

FUNDAMENTAÇÃO

O Ofício nº. ___/2009/SPG notifica a _______ a apresentar à ANP (...).

Em sua defesa a autuada afirma que atendeu à determinação ao que tange à produção do mês de janeiro de 2009 no dia 02/02/09. Apresentou como prova a cópia da carta _________ (fl. __/__), recebida no protocolo da ANP em __/__/__ pelo Sr. Alessandro Victoriano da Cruz, prestador de serviço do Protocolo/ANP.

Sendo assim, o auto de infração deve ser julgado insubsistente, reconhecendo-se a improcedência da autuação, nos termos do inciso II, do artigo 17 do Decreto nº. 2.953/99.

CONCLUSÃO

Em face do exposto, com fundamento na competência que me foi delegada pela Portaria ANP nº. 47, publicada no DOU de 20 de março de 2009, decido pela improcedência da autuação, julgando insubsistente o auto de infração, nos termos do inciso II, do artigo 17 do Decreto nº. 2.953/99.

Rio de Janeiro, 08 de junho de 2009.

XXXXXXXX Superintendente de Controle das Participações Governamentais

21

Fundamento legal: Decreto nº. 2.953/99, art. 17

Art. 17. A decisão da autoridade encarregada do julgamento conterá:

I - o relatório resumido da autuação e da defesa;

II - a indicação e os fundamentos da penalidade imposta, ou da nulidade ou improcedência da autuação.

Parágrafo único. A decisão deverá ser proferida em prazo não superior a trinta dias contados a partir da

data do recebimento do processo e será comunicada ao interessado, na forma indicada no art. 12 deste

Decreto.

Lei nº. 9.784/99, art. 14, §3º e art. 48 a 50

§3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-

se-ão editadas pelo delegado.

Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.

Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias

para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos

jurídicos, quando:

I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;

II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;

III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;

IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;

V - decidam recursos administrativos;

VI - decorram de reexame de ofício;

VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos,

propostas e relatórios oficiais;

VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste

caso, serão parte integrante do ato.

§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados.

§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da

respectiva ata ou de termo escrito.

8) DA INTIMAÇÃO DA DECISÃO

Após prolatada a decisão a autuada deverá ser intimada de seu conteúdo, através de

ofício encaminhado com Aviso de Recebimento. O ofício original deverá se

encaminhado à autuada, sendo juntada sua cópia nos autos do processo. O ofício

22

seguirá acompanhado de cópia da decisão, cujo original deverá ser juntado ao

processo.

Caso a decisão seja condenatória, o ofício também deverá mencionar que o não

pagamento implicará na inscrição do nome da autuada no CADIN e na dívida ativa,

bem como em execução fiscal. Deve indicar ainda a forma de recolhimento da multa.

� MODELO DE OFÍCIO DE INTIMAÇÃO DA DECISÃO

Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

Av: Rio Branco, 65 / 19º andar

20.090-004– Rio de Janeiro – RJ

Tel: (21) 2112-8483 / Fax: (21) 2112-8493

Ofício no 323/2009/SPG

Rio de Janeiro, 18 de junho de 2009. Ao Senhor ________, (NOME DA EMPRESA) Av. República do Chile, 65 sala 1801 – Centro. CEP 20.031-912 – Rio de Janeiro – RJ

Assunto: Processo Administrativo ________________. DECISÃO. Prezado Senhor, 1. Intimamos V.Sa. da DECISÃO prolatada no Processo Administrativo

48610.001610/2009-15, que segue em anexo. 2. Por se tratar de sanção administrativa, o valor da multa aplicada nesta DECISÃO

deve ser recolhido por meio de Guia de Recolhimento da União (GRU) – código 28839-0 – indicando no campo “Número de Referência” a Lei 9.847/99.

3. Em cumprimento ao que determina a Lei nº. 10.522/02, em especial o artigo 2º, parágrafo 2º, informamos que o não pagamento do débito mencionado na decisão ensejará a inscrição do devedor no CADIN no prazo de 75 dias corridos.

4. Ademais, o não pagamento do débito ensejará a inscrição do devedor em Dívida Ativa e a conseqüente execução fiscal.

Atenciosamente,

XXXXXXX Superintendente de Controle das Participações Governamentais

23

Fundamento legal: Decreto nº. 10.522/02, art. 2º, caput e §§ 1º e 2º

Art. 2º O Cadin conterá relação das pessoas físicas e jurídicas que:

I - sejam responsáveis por obrigações pecuniárias vencidas e não pagas, para com órgãos e entidadesda

Administração Pública Federal, direta e indireta;

II - estejam com a inscrição nos cadastros indicados, do Ministério da Fazenda, em uma das seguintes

situações:

a) cancelada no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

b) declarada inapta perante o Cadastro Geral de Contribuintes – CGC.

§ 1º Os órgãos e as entidades a que se refere o inciso I procederão, segundo normas próprias e sob sua

exclusiva responsabilidade, às inclusões no Cadin, de pessoas físicas ou jurídicas que se enquadrem nas

hipóteses previstas neste artigo.

§ 2º A inclusão no Cadin far-se-á 75 (setenta e cinco) dias após a comunicação ao devedor da existência

do débito passível de inscrição naquele Cadastro, fornecendo-se todas as informações pertinentes ao

débito.

9) DO RECURSO

Das decisões tomadas pela SPG nos processos administrativo punitivos caberá recurso

à Diretoria Colegiada, no prazo de 10 dias corridos.

Recebido o recurso, a SPG deverá verificar:

• a tempestividade;

• a legitimidade da parte para recorrer;

• o cabimento do recurso.

Caso o recurso não preencha os requisitos de admissibilidade, não deverá ser

conhecido, nos termos do artigo 63 da Lei nº. 9.784/99.

Caso haja vício na representação do recorrente, este deverá se intimada para

regularizar o recurso no prazo de 5 dias, sob pena de não conhecimento do recurso,

nos termos da Lei nº. 9.784/99, artigo 63.

Se o recurso for intempestivo, a SPG deverá não receber o recurso, deixando de

encaminhar o processo para apreciação da PRG e da Diretoria Colegiada, intimando o

autuado. Caso haja recuso contra esta decisão, a SPG deverá elaborar Proposta de

Ação encaminhando o processo para apreciação superior.

A autoridade que proferiu a decisão poderá, em até cinco dias, exercer seu juízo de

retratação, determinando o arquivamento do processo.

Caso não exerça seu juízo de retratação, deverá elaborar Proposta de Ação à Diretoria,

sustentando a decisão proferida, bem como sugerindo a denegação do recurso.

24

Tal proposta de ação deverá ser deflagrada no sistema Notes, através do ícone “Fluxos

Internos – Processo Decisório”:

Deve ser selecionado o ícone “Proposta de Ação”:

25

Ao ser perguntado se a PA se relaciona com outro fluxo interno, em regra, deverá ser

respondido que não. Em seguida, deverá ser preenchida a PA:

Do título deverá constar “Recurso do Processo ________________(igual ao campo

assunto da autuação)”. O campo URG deve ser preenchido com a única possibilidade

dada ao ser selecionado.

O assunto deverá também orientar o preenchimento do campo PI, selecionando-se

uma das suas opções correspondente.

Deve ser preenchido o campo “Referente ao(s) Processo(s)” com o nº do processo.

Na “Descrição da Ação” deve ser mencionado se o recurso preenche os requisitos de

adminissibilidade, bem como trazer um breve relatório dos argumentos deduzidos, ou,

em caso de renovação dos argumentos, que o recurso não apresenta novas questões

de fato ou de direito. Ao final, deve sugerir que seja negado provimento ao recurso,

informação que também deverá constar do campo “Resultados Esperados pelo

Empreendimento da Ação.”

Esta Proposta de Ação independe de recursos. A responsabilidade pela execução da

ação é dos seguintes órgãos: SPG, PRG, Diretoria Colegiada e SEC.

Caso já tenha havido manifestação de algum dos Procuradores Federais na ANP sobre

as questões jurídicas debatidas no processo, no campo observação deverá constar a

seguinte informação: “Solicita-se que a presente PA seja distribuída ao Procurador

26

Federal ___________ para que não haja descontinuidade na linha jurídica adotada

pela ANP.”

Ao final, deve-se solicitar que o sistema numere a PA e, em seguida, salvar e sair. Após,

deve-se novamente acessar a PA para encaminhamento ao Superintendente, ou à

PRG, se a PA for elaborada diretamente por este.

9.1)PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO

Quando houver pedido de efeito suspensivo caberá ao Superintendente analisar o

pedido, à luz do artigo 61, parágrafo único da Lei nº. 9.784/99, verificando a existência

de receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação, decorrente da execução da

decisão.

� MODELO DE OFÍCIO DE INTIMAÇÃO DA DECISÃO

Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

Av: Rio Branco, 65 / 19º andar

20.090-004– Rio de Janeiro – RJ

Tel: (21) 2112-8483 / Fax: (21) 2112-8493

Ofício no XXX/2009/SPG

Rio de Janeiro, 18 de junho de 2009. Ao Senhor ________, (NOME DA EMPRESA) Av. República do Chile, 65 sala 1801 – Centro. CEP 20.031-912 – Rio de Janeiro – RJ

Assunto: Processo Administrativo ________________. DECISÃO. 1. A concessionária apresentou recurso (fls. ___) em 03/07/09. Conforme AR de fls. ___,

a autuada foi intimada em ________. Desta forma o recurso é tempestivo e encontra-se regular em seus aspectos formais.

2. Preliminarmente, a autuada requereu a concessão de efeito suspensivo ao recurso,

nos seguintes termos: “A recorrente, desde já, requer seja o presente recurso recebido com efeito suspensivo, haja vista a dimensão das penalidades impostas, a fim de possibilitar o exercício de pleno contraditório e da ampla defesa, nos termos do artigo 61, parágrafo único, da Lei nº. 9.784/99.” (fls. ___)

3. O artigo 61 da Lei nº. 9.784/99 prevê: “Salvo disposição legal em contrário, o recurso

não tem efeito suspensivo.” Complementa o parágrafo único: “Havendo justo receito de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.

27

4. A autuada fundamentou seu pedido exclusivamente no montante da condenação. Ocorre que o valor arbitrado, dentro do poder econômico da autuada não é tão elevado a ponto de causar prejuízo de difícil ou incerta reparação.

5. O dispositivo legal abrange, em especial, situações de obrigação de fazer, como a

paralização de atividades, ou o cancelamento de uma concessão. É possível, de fato, que a um recurso de uma decisão cujo objeto seja uma condenação pecuniária também venha a ser deferido o efeito suspensivo, mas em situação especialíssima, em que se comprove que a não concessão desse efeito possa paralizar ou afetar diretamente as atividades da autuada, o que não se vislumbra nessa hipótese.

6. No caso dos autos, a suspensão dos efeitos da decisão pode ser alcançado através de

depósito judicial do montante até decisão final do processo. 7. Sendo assim, indefiro o pedido de efeitos suspensivo ao recurso no presente caso.

Atenciosamente,

XXXXXXX Superintendente de Controle das Participações Governamentais

Fundamento legal: Decreto nº. 2.953/99, art. 18, 19 e 20

Art. 18. Das decisões proferidas nos processos administrativos de que trata este Decreto caberá recurso

à Diretoria da ANP.

§ 1º O recurso, que independe de preparo e de garantia de instância, deverá ser interposto no prazo de

dez dias, contados da ciência da decisão, em petição assinada pelo autuado ou seu advogado.

§ 2º A petição de recurso deverá ser protocolada na unidade administrativa da ANP responsável pelo

processo, ou na sede do órgão conveniado, conforme o caso, com as razões do pedido de reforma da

decisão, admitida a juntada de documentos novos.

Art. 19. Recebida a petição de recurso, a autoridade responsável pelo julgamento poderá, no prazo de

cinco dias e em despacho fundamentado, rever sua decisão, caso em que determinará o arquivamento

do processo.

§ 1º. Mantida a decisão, o recurso será encaminhado à Diretoria da ANP, com as considerações

complementares que a autoridade julgadora entender cabíveis.

§ 2º. No despacho de encaminhamento do recurso a autoridade julgadora informará, quando for o caso,

a existência de medida cautelar de interdição de estabelecimento, instalação ou equipamento, ou de

apreensão de bens e produtos, porventura aplicada.

Art. 20. O recurso será decidido pelo órgão competente da ANP no prazo máximo de trinta dias, a contar

do recebimento do processo.

Parágrafo único. Confirmada a decisão, o processo será restituído ao órgão competente, para

providenciar a sua execução, observado o disposto no art. 12.

Lei nº 9.784/99, arts. 61, 63 e64

Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.

Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da

execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito

suspensivo ao recurso.

28

Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:

I - fora do prazo;

II - perante órgão incompetente;

III - por quem não seja legitimado;

IV - após exaurida a esfera administrativa.

§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido

o prazo para recurso.

§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde

que não ocorrida preclusão administrativa.

Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.

Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação do

recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão.

10) DA COMPETÊNCIA PARA A EXECUÇÃO DAS PARTICIPAÇÕES

GOVERNAMENTAIS E SEUS ACESSÓRIOS

Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, os royalties constituem receita

patrimonial originária.8 Em decorrência, em caso de serem apuradas diferenças no

recolhimento dos royalties que não sejam pagos na via administrativa, os valores

deverão ser inscritos em dívida ativa. A competência para a execução das participações

governamentais é da Procuradoria Geral Federal na ANP – PRG/ANP, conforme Parecer

CGCOB/DIGEAP nº. 01/2009, que foi homologado pelo Procurador Geral Federal na

ocasião do conflito de competência suscitado nos autos do processo nº.

48610.006841/2005 - 91. Sendo assim, ficou consignado no mencionado parecer:

“Desse modo, tendo em vista a evolução histórica relatada acima, observa-se

que a cobrança dos créditos das entidades autárquicas e fundacionais passam a

ser da competência da Procuradoria-Geral Federal, razão pela compete a este

órgão vinculado à Advocagia-Geral da União a atribuição para a cobrança das

participações especiais pagas pelas empresas concessionárias. Após o

recebimento dos valores, a ANP, em observância ao dispostono artigo 27 do

Decreto nº. 2.705/98, elaborará os cálculos e remeterá à Secretaria do Tesouro

Nacional que procederá a respectiva distribuição de acordo com a legislação

específica e orçamentária em vigor.”

Decorrido o prazo de 75 dias sem o adimplemento por parte do administrado, deverá

ser deflagrada Proposta de Ação à Diretoria Colegiada, pelo sistema Notes, nos

mesmos moldes do recurso. A SPG deverá sugerir o encaminhamento do processo

para a inscrição em dívida ativa, CADIN e conseqüente execução fiscal.

8 MS 24312 / DF - DISTRITO FEDERAL DJ 19-12-2003 PP-00050

29

Ressalte-se que esta Superintendência de Controle das Participações Governamentais só tem competência, por delegação, para a lavratura de Autos de Infração e julgamento de processos administrativos em primeira instância.

Quanto à falta da competência da SPG para a remessa integral dos autos à PRG/ANP,

esta se afigura clara tendo em vista o conteúdo do Memorando n. 09/2009/DIR-1 e do

Memorando n. 34/2009/DIR-1.

Fundamento legal: Lei nº. 4.320/64, art. 39, §5º:

§ 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional.

Lei nº. 6.830/80, art. 2º, caput e §4º:

Art. 2º - Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária ou não tributária na

Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores, que estatui normas gerais de

direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

§ 4º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional.

Decreto-Lei nº. 147/69, art. 1º, caput e inciso II e art. 22:

Art 1º A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (P.G.F.N.) é o órgão jurídico do Ministério da Fazenda, diretamente subordinado ao Ministro de Estado, dirigido pelo Procurador-Geral da Fazenda Nacional e

tem por finalidade privativa:

II - Apurar e inscrever, para fins de cobrança judicial, a dívida ativa da União, tributária (artigo 201 da Lei

nº 5.172, de 25 de outubro de 1966) ou de qualquer outra natureza;

Art. 22. Dentro de noventa dias da data em que se tornarem findos os processos ou outros expedientes administrativos, pelo transcurso do prazo fixado em lei, regulamento, portaria, intimação ou notificação,

para o recolhimento do débito para com a União, de natureza tributária ou não tributária, as repartições

públicas competentes, sob pena de responsabilidade dos seus dirigentes, são obrigadas a encaminha-los

à Procuradoria da Fazenda Nacional da respectiva unidade federativa, para efeito de inscrição e cobrança amigável ou judicial das dívidas deles originadas, após a apuração de sua liquidez e certeza.

11) DA NATUREZA DA MULTA

As multas aplicadas em decorrência do artigo 3º da Lei nº. 9.847/99, bem como dos

artigos 4º, 5º e 6º da Portaria ANP nº. 234/03 constituem sanções administrativas.

Assim, os valores delas provenientes são receitas da ANP, nos termos do artigo 15, V,

da Lei nº. 9.478/97. Neste sentido é o Despacho da PRG de 24/06/08, em resposta ao

Memorando nº. 361/SPG de 08/06/08:

“Em resposta à consulta formulada pela SPG, entendemos que a multa prevista

no artigo 6º da Portaria ANP nº. 234/2003 (diferentemente da multa e dos juros

moratórios) constitui sanção adminsitrativa.

30

Assim, os valores dela provenientes são receitas da ANP, a teor do disposto no

artigo 15, inciso V, da Lei do Petróleo. A multa e os juros moratórios, com os

quais não se confunde a multa prevista na Portaria ANP nº. 234/03, são

obrigações acessórias às participações governamentais e, portanto, de

titularidade da União.”

Tendo em vista tal natureza, o recolhimento desses valores devem ser feitos através

de GRU – Guia de Recolhimento da União, através do código 28839-0. Ademais, o

campo “Número de Referência” deve ser preenchido com a Portaria ANP nº. 234/03

ou com a Lei nº. 9.847/99, conforme o caso. Tais orientações foram objeto do

Memorando nº. 239/2008/SFA.

Fundamento legal: Lei nº. 9.478/97, art. 15, V:

Art. 15. Constituem receitas da ANP:

(...)

V - o produto dos emolumentos, taxas e multas previstos na legislação específica, os valores apurados na

venda ou locação dos bens móveis e imóveis de sua propriedade, bem como os decorrentes da venda de

dados e informações técnicas, inclusive para fins de licitação, ressalvados os referidos no § 2° do art. 22 desta Lei.

Portaria ANP nº. 234/03, art. 11, §§ 2º e 3º:

§ 2º A inobservância do prazo para pagamento da multa sujeita o infrator a:

I - juros de mora em percentual equivalente à taxa referencial SELIC (Sistema Especial de Liquidação e

Custódia) estabelecida pelo Banco Central do Brasil, acumulada diariamente, calculados a partir do dia

seguinte ao do vencimento, até o dia anterior ao pagamento.

II - multa de mora de 0,33% (trinta e três centésimos por cento) por dia de atraso, calculada a partir do

primeiro dia útil subseqüente ao do vencimento, até o dia do pagamento, limitada a 20% (vinte por

cento).

§ 3º Aplicam-se também as disposições do parágrafo anterior ao pagamento das participações

governamentais previstas na Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, que seja efetuado além do prazo de

vencimento estabelecido na legislação própria.

12) DA COMPETÊNCIA PARA A EXECUÇÃO DA MULTA PENAL

A execução das multas penais aplicadas é de competência da Procuradoria Geral

Federal na ANP – PRG/ANP. Decorrido o prazo de 75 dias sem o adimplemento por

parte do administrado, deverá ser deflagrada Proposta de Ação à Diretoria Colegiada,

pelo sistema Notes, nos mesmos moldes do recurso. A SPG deverá sugerir o

encaminhamento do processo para a inscrição em dívida ativa, CADIN e conseqüente

execução fiscal.

31

A competência para a execução da multa penal foi alvo da apreciação da PRG na

Proposta de Ação nº. 1166/2009, aprovada pela Diretoria Colegiada através da RD nº.

1094/2009. Cumpre ressaltar que a SPG não possui competência para remeter os

autos para a PRG/ANP para inscrição em dívida ativa e no CADIN e para a conseqüente

execução fiscal.

13) DO ACOMPANHAMENTO DOS AUTOS DE INFRAÇÃO

A SPG mantém um controle de Autos de Infração através de planilha no formato EXCEL. A planilha encontra-se protegida por senha, de conhecimento do responsável e do Superintendente.

A planilha Acompanhamento de Processos.xlsx encontra-se no drive G:/Documentos SPG/Autos de Infração/Status.

O primeiro acompanhamento refere-se aos processos em curso. Cada andamento do processo deve ser atualizado nesta planilha, bem como os prazos são nela controlados. Os processos em que o andamento está dependendo de ato da SPG o status deverá estar em negrito, para melhor visualização.

Outra planilha contém os dados de todos os processos autuados no ano em curso.

32

Por fim, uma terceira planilha contém o controle de todos os Autos de Infrações lavrados e processos administrativos punitivos autuados pela SPG.

33

Página 1

FUNCIONOGRAMA : AUTO DE INFRAÇÃO

Lavratura do Auto de Infração.

Memorando à SFA.

Juntada do DF.Citação do

Autuado (AR).Dilação probatória ( se necessário).

Despacho.Alegações Finais.Vício

Sanável?Decisão 1º instância.

Não

Diligência.

Sim

Instauração de Processo pela

SFA.

Defesa

Fase de instauração

Fase de instrução

Fase de decisão