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Vinho , a arte de degustar
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Luiz Augusto
Sommelier
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Por / Luiz Augusto Pacheco
Sommelier
“ V I N H O ”
A ARTE E O PRAZER
DE
DEGUSTAR!
L A P Consultoria em Vinhos
Cursos & Palestras
e-mail: [email protected]
V i n h o s d o
B r a s i l
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Luiz Augusto
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Brasil
INTRODUÇÃO
Segundo o Office International de la Vigne et du Vin - O.I.V, cerca
de 40 países estão envolvidos na produção de uva e vinho. O Brasil
ocupa a 17ª posição no ranking dos produtores mundiais de vinhos.
O clima é uma das variáveis que delimitam as regiões produtoras de
vinhos. No Hemisfério Norte os vinhedos mais setentrionais estão no
paralelo 52, ao sul da Inglaterra. Já no Hemisfério Sul, a
viticultura está presente até 45° de latitude, junto à Nova
Zelândia. Todavia, a maior parte da área vitícola destinada à
elaboração de vinho está concentrada em regiões de clima do tipo
temperado e do tipo mediterrâneo entre 30º e 50º de latitude
No Brasil, a viticultura está concentrada em regiões de
clima temperado e subtropical, em ambos os casos com verões úmidos,
e de clima tropical (semi-árido).
No primeiro de (clima temperado) podemos citar a
região sul do país, em especial Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Minas Gerais também tem clima temperado e começa a explorar suas
potencialidades com o projeto pioneiro da Fazenda da Fé (município
de Três Corações, Sul de Minas). Já no clima tropical temos o Vale
de São Francisco como exemplo.
Argentina, Bolivia, Colombia, Guiana Francesa, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e
Venezuela.
Os únicos países sul-americanos que não têm uma fronteira comum com o Brasil são o Chile e o
Equador.
O país é banhado pelo Oceano Atlântico ao longo de toda sua costa norte, nordeste, sudeste e
sul.
Alguns dados
O Brasil é uma república federativa formada pela união de 26 estados federados e pelo Distrito
Federal.
Em comparação com os demais países do globo, dispõe do 5° maior contingente
populacional e da 5ª maior área. Capital – Brasilia
O país conta com:
5.564 municípios
183.987.291 habitantes, ( 5° )
8.514.876,599 km², de área que equivale a 47% do território sul-americano.
Moeda – Real
Lingua oficial – portuguesa
As Fronteiras
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ECONOMIA
8ª maior economia do planeta e maior economia latino-americana, no entanto com um PIB
per capita inferior a alguns países dessa região (Argentina Chile e Uruguai )
O Brasil tem hoje forte influência internacional, seja em âmbito regional ou global,
O País teve ao longo da década de 1990, um salto qualitativo na produção de bens agrícolas, e
outros bens como automóveis, peças de vestuário, etc
Cultura
A cultura brasileira reflete os vários povos que constituem a demografia desse país.
indígenas, europeus, africanos, asiáticos, árabes etc.
Como resultado da mistura dos povos, surgiu uma realidade cultural que sintetiza a soma dessas
várias culturas
A HISTORIA DO VINHO NO BRASIL
Colonização portuguesa
Oficialmente, o descobridor foi Pedro Álvares Cabral tendo avistado terra em 21 de abril e
chegado à atual Porto Seguro (Bahia em 22 de Abril de 1500) .
1532 - A ocupação efetiva se deu a partir de 1532, com a fundação de vila de São Vicente, por
Martim Afonso de Sousa, donatário de duas capitanias que veio em expedição
Com ele, desembarcou Braz Cubas, comprovadamente o primeiro a cultivar vinhas no Brasil
Trouxeram vinhas, mudas, a cultura da videira, porém não houve progresso
Os Caminhos do VINHO no BRASIL
• 1626 – primeiro registro histórico da presença da cultura da videira no RG Sul
implantada pelo jesuita Roque Gonzales da Santa Cruz procedente da Argentina e alguns
imigrantes alemães, que começaram a dar bons resultados, até que houve em 1789 uma
proibição do plantio e cultivo da vinha por Portugal, com o objetivo de preservar suas castas e
seus vinhos.
• Século XVIII ( final ) 1780 / 1790 – foram introduzidas no Brasil as primeiras videiras
americanas, uma vez que as vitis viníferas não prosperavam
.1813 - Decreto do rei D.João VI reconhece que o açoriano Manoel de Macedo Brum foi o
primeiro viticultor a plantar a videira e a elaborar vinho na capitania do Rio Grande.
1840 – Introduzida a variedade ISABEL na ilha dos marinheiros por Thomas Messiter ( e aí
veio a filoxera )
• 1870 / 1875 – uma marco histórico.
• Começa a desembarcar no Brasil, precisamente no sul (RGS) milhares de imigrantes
italianos sonhando com uma vida melhor
• Trouxeram do Veneto, (terra de origem) mudas e a cultura do vinho
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Essa data representa o Início do grande surto da vitivinicultura brasileira, mas precisamente do
Rio Grande do Sul.
Chegaram a familia Salton, depois a Pizzato, a Marson e outras...
Doenças e Pragas não deixaram as vides europeias progredirem, então os imigrantes partiram
para a plantação e cultivo de uvas americanas tipo Isabel, Bordô
Para sustento, consumo e venda essas castas foram a base dos vinhos brasileiros até final do
seculo XX
1970 – Chegada ao Brasil das primeiras multinacionais como a Almaden, a Chandon, que
investiram na tecnologia e incentivaram os agricultores a plantar e colher uvas nobres em
perfeito estado
1980 – Chamada a década da qualidade
Nos anos 80 houve um grande desenvolvimento tecnológico com a introdução de prensas
modernas, novas técnicas de vinificação, emprego do aço inoxidável, entre outras
Representa a virada da qualidade do vinho no Brasil
Começa a conversão dos vinhedos de latada para espaldeira, com o plantio de viníferas em lugar
de uvas americanas
O crescimento da qualidade nos ultimos 20 anos é notório. Outras regiões como Santa Catarina,
Pernambuco e Campanha começam a prosperar no cultivo da videira
1990 – A consolidação da qualidade do vinho brasileiro, com maior grau de exigência dos
consumidores
A abertura da economia, permitiu aos consumidores brasileiros maior acesso aos vinhos
estrangeiros, o que contribuiu para o aumento do consumo e maior exigência na qualidade.
A REALIDADE VINÍCOLA BRASILEIRA.
A nossa produção de hoje está superior a 1 milhão de toneladas anuais de uvas, das quais 45%
são destinadas ao processamento, ou seja, à vinificação ou à fabricação de sucos.
A produção de vinhos nacionais concentra-se, principalmente, nos estados do Rio Grande do
Sul e Santa Catarina.
81% dos produtos processados são de vinhos de consumo corrente ( elaborados a partir
de uvas NÃO VINÍFERAS ) e para os sucos de uva. O cultivo de uvas viníferas, que
proporcionam vinhos finos e de qualidade, é de apenas 15 a 20%.
Espera-se que este percentual aumente, uma vez que o interesse do consumidor brasileiro por
vinhos de qualidade é cada vez maior. Hoje, o mercado brasileiro importa mais de 40 milhões
de litros de vinhos.
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O MERCADO BRASILEIRO DO VINHO
Desconhecido pelo mundo, até o ano de 2000,
o Brasil é o 3º mais importante produtor de vinhos da America do Sul
A Serra gaúcha detém 90% da produção
90% da produção vinicola
O VALE DOS VINHEDOS RS -
Está situado no interior da (Serra Gaúcha)
Sua Área total: 81,123km²
Municípios: Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul
Latitude: 33º - Altitude: 742metros - Topografia: Serrana
Clima:Temperado úmido - Chuvas:1600 mm/ano - Temperaturas: média entre 16º e 18ºC
Solos: Argilosos sem matéria orgânica
Área com vinhedos: apenas 26%
Vale dos Vinhedos uma região demarcada, uma DOC
O Vale dos Vinhedos foi a primeira região entregue aos imigrantes italianos, a partir de 1875.
Estes, procedentes do Veneto, Italia.
Inicialmente desenvolveu-se ali uma agricultura de subsistência e produção de itens de consumo
para o Rio Grande do Sul.
Devido à tradição dos imigrantes, logo se iniciaram plantios de uvas para produção de vinho
para consumo local
Até a década de1980, os produtores de uvas do Vale dos Vinhedos vendiam sua produção para
grandes vinícolas da região. A pouca quantidade de vinho que produziam destinava-se ao
consumo familiar. A base dos vinhos era de uvas Isabel
Quando a comercialização de vinho entrou em queda e, o preço da uva desvalorizou, os
viticultores passaram a utilizar sua produção para fazer seu próprio vinho e comercializá-lo
diretamente.
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Indicação de Procedência I P
Para obter uma Indicação de Procedência, e atender às exigências legais da Indicação
Geográfica, (uma das principais era o uso somente de vitis viníferas), seis vinícolas se
associaram, criando, em 1995, a Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos
Vinhedos (Aprovale).
Atualmente, a Aprovale conta com 24 vinícolas associadas
As vinícolas do Vale dos Vinhedos produziram, em 2004 9,3 milhões de litros de vinhos finos e
processaram 14,3 milhões de kg de uvas viníferas
Surge, em 2001 o Selo de Controle Vale dos Vinhedos, outorgado pelo Conselho Regulador,
exclusivamente, para os vinhos e espumantes elaborados a partir de uvas provenientes do Vale
dos Vinhedos e engarrafados na sua origem, além de serem aprovados em rigorosos testes
realizados por um grupo de especialistas da Embrapa Uva e Vinho e da Aprovale
Os selos têm número para controle e são aplicados nos lacres da garrafa
Variedades Tintas: Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir, Sangiovese,
Ancelotta, Gamay
Variedades Brancas: Chardonnay, Sauvignon Blanc, Trebiano, Moscato, Gewustraminer,
Chenin Blanc
DENOMINAÇÃO DE ORIGEM
e
Indicação de Procedência
INDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA
Certificado que atesta a qualidade dos produtos elaborados na região
gerando identidade própria e tornando a área mais competitiva no
cenário nacional e internacional
A Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos
foi obtida em 2001
Denominação de Origem
A 1ª DO no Brasil foi implantada no Vale dos Vinhedos em setembro de 2012
As regras serão bem mais rígidas as atuais IP Indicação de Procedência, já existentes e serão
fiscalizadas por um Conselho Regulador:
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Castas autorizadas:
Tintas:
Varietal: Merlot ( emblemática ), maior percentual, Cab Sauvignon, Cab Franc e Tannat
Brancas: Varietal: Chardonnay ( principal ) e Riesling itálico ( corte )
Espumantes (brancos e rosados)
Chardonnay e/ou Pinot Noir (principais) e Riesling Itálico ( corte )
Produtos autorizados:
Varietal: Merlot ( mínimo de 85% )
Assemblage: (mínimo de 60% Merlot + restante do corte autorizado )
Varietal: Chardonnay ( mínimo de 85% )
Assemblagem: (mínimo de 60% de Chardonnay + restante do corte autorizado Riesling italico
Limites de produtividade:
Uvas tintas: 10 toneladas/há ou 2,5kg /planta
Uvas brancas: 10 toneladas/há ou3 kg /planta
Espumantes: 12 toneladas /há ou 4 kg /planta
Graduação Alcoólica:
Tintos: minimo de 12% em volume
Brancos: mínimo de 11% em volume
Base espumante: 11,5% em volume
Outras normas:
Espumante:somente pelo metodo Tradicional que deverá constar no rótulo a expressão Nature,
Extra brut e brut
Chaptalização e concentração de mosto: Não permitida
Chips ou lascas: uso não permitido
Castas: 100% deve ser da região demarcada
Rotulos e contra rótulos com identificação da DO
Obrigatoriedade de nº sequencial no selo
PRINCIPAIS CASTAS
Entre as Tintas:
Shiraz, Cabernet Sauvignon, Merlot ( a emblemática), Tannat, Ancelota, Cab. Franc, Nebiolo,
Entre as brancas:
Chardonnay, Sauvignon Blanc, Riesling itálico, Moscato Gialo,
CARACTERÍSTICAS DOS VINHOS DO BRASIL
Em linhas gerais, os vinhos brancos brasileiros, normalmente são frescos, aromáticos e leves,
em sua maiora não passam em carvalho e os tintos dependendo da micro região e da casta, são
de leves a médio encorpados, e alguns encorpados, também frutados e macios, por vezes
especiados.
Mas o Brasil se destaca internacionalmente pela elaboração dos seus Espumantes, também
denominados por muitos, como o Champagne das Américas, o Brasil é campeão neste produto.
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As regiões vinicolas no Brasil apresentam diversos micro climas em função das varias
localizações das regiões produtoras.
No Nordeste pelo clima e sua característica incomum da localização dos vinhedos no paralelo
8/9º totalmente fora da faixa padrão 30º 50º do cultivo da videira em clima Temperado, as
castas Shiraz e Cabernet Sauvignon se apresentam bem, por serem castas de caracteristicas de
amadurecimento em temperaturas elevadas e também a uva Moscatel para elaboração de
espumantes doces.
Já na Serra Gaucha, detentora de 90% da produção vinicola do país, onde um clima umido e
chuvoso não favorece muito ao cultivo, a uva Merlot se adaptou bem ao Terroir e elabora um
vinho macio e suave, com bom frescor e que nos remete ao frutado. Bons tintos para o nosso
clima quente e tropical
Na Campanha, bem próximo ao nosso bom vizinho Uruguai, detentor das melhores amostras
de vinhos com a uva Tannat, algumas vinicolas brasileiras estão muito satisfeitas com o
rendimento e qualidade de seus vinhos. Uma região onde o clima e ventos favorecem ao plantio,
onde a pluviosidade é bem definida ao longo do ano, o sabor do nosso vinho é algo de especial,
pois encontramos bom corpo e equilibrio na maioria deles.
A grande surpresa fica por conta do planalto catarinense, onde videiras cultivadas a 1.200 mts
de altitude trazem brancos aromáticos e surpreendentes em suavidade, frescor, elegancia com
uvas Chardonnay e Sauvignon blanc e também com as uvas tintas de cabernet e Merlot. Novas
experiências, castas diferentes, estão sendo testadas.
BRASIL
• PRINCIPAIS REGIÕES
• SERRA GAÚCHA ( 90%)
• CAMPANHA GAÚCHA
• CAMPOS DE CIMA DA SERRA
• PERNAMBUCO
• PLANALTO CATARINENSE
• REGIÃO SUDESTE (recente )
• PRINCIPAIS CASTAS
• CABERNET SAUVIGNON, MERLOT, SHIRAZ, CAB FRANC
• ,ANCELOTA, TANNAT, TEMPRANILLO, CARMENÈRE, NEBIOLLO
• CHARDONNAY, SAUV. BLANC, PINOT GRIGIO, RIESLING
• MELHORES SAFRAS: 1991, 1999, 2002, 2004, 2005, 2006
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REGIÕES
Vale do São Francisco
Mais de 1 safra por ano. Isso é possível?
Com pouco mais de duas décadas de produção, o Vale
do São Francisco se consolida como a primeira região vinícola dos trópicos. Detém 15% do
mercado nacional e emprega diretamente 30 mil pessoas no Vale do São Francisco, única região
do mundo que produz duas safras e meia por ano.
Vale do São Francisco a partir de 1986
Localização e topografia.
O vale de São Francisco possui uma área de 640.000 km², distribuida em 503 municípios. A
região se estende até a Bahia.
O vale do são Francisco fica fora da tradicional zona de clima temperado para o cultivo da
videira, paralelos 30º / 50º de latitude para o Hemisferio Norte e 30º / 45º Hemisfério sul.
Situa-se no paralelo 8º mais precisamente na divisa dos estados de Pernambuco e Bahia. O
cultivo é feito nas Cidades de Casa Nova (Ba), Petrolina, Lagoa grande e Sta. Maria ( Pe)
Solo ( características )
A região é semi árida, caatinga, onde a seca se prolonga por mais de 8 meses.
O solo ( terreno ) é plano, areno-argilosos, permitindo assim a mecanização da colheita.
A irrigação é feita através do rio São Francisco
Controle de produção das parreiras é feito através do controle de irrigação
Clima
Semi árido tropical com temperatura media de 28.
O indice pluviométrico é de 450 a 550 mm. de chuva ao ano.
A irrigação se faz necessária, sendo artificial por gotejamento e é controlada. A região
aproveita as águas limpas e fartas de qualidade do rio são Francisco.
A insolação é extremamente alta o que faz acontecer 300 dias de sol ao ano. Alta luminosidade
A latada é ainda um pouco utilizada para acalmar o sol forte.
O repouso vegetativo da videira, praticamente não existe, não há dormência invernal,
controla-se a produção pela redução na irrigação. Enquanto uma área acabou de ser podada,
outra está em fase de floração, outra com cachos bem vistosos, outra pronta para ser colhida.
Baixa umidade relativa do ar
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CASTAS
Uvas como Shiraz, Moscatel adoram o sol. Outras como Cabernet Sauvignon, Chardonay,
Tanat... se comportam bem.
Além das variedades já testadas como Cabernet Sauvignon, Shiraz, Merlot, Alicante Bouschet,
Chardonay, Sauvignon blanc, Moscato Canelli, Chenin Blanc, outras estão sendo agora testadas
como Tempranillo, Barbera, Grenache, Petit Verdot, Trincadeira, Muscadele, Malvasia Branca.
Mais até o momento Cabernet e Shiraz são as mais presentes entre as tintas e a Moscatel ( para
espumantes ) entre as brancas
2,5 SAFRAS POR ANO
Fatores como 9 meses de estiagem ( ausência de chuvas), alta luminosidade, falta do período
invernal, baixa umidade relativa ao ar, garantem mais de 1 safra por ano.
PRODUTORES / VINICOLAS
A partir de 1984 com inicio das atividades vinicolas de vinhos finos, começando com a Maison
Forestier, em 1986, a vinicola boticelli deu inicio a sua produção e mais tarde no ano 2000 a
Vinicola Ouro Verde inicia sua produção Miolo/Lovara
As principais vinicolas: Botticelli, Miolo, Ducos, Garzieira
& & & & & & & & & & & & & & & & & & & & & & & & & & & & & & & & & &
PLANALTO CATARINENSE - VINHOS DE ALTITUDE
Região: Planalto Catarinense Localização: Parte central do estado de Santa Catarina
Cidades: São Joaquim, Bom Retiro, Lages
Latitude: 27º
Altitude: Acima de 900 mts até 1.400 mts do nível do mar
Topografia: Serrana, de escarpas fortes a campos
Em termos históricos, sua colonização foi largamente efetuada por imigrantes europeus: os
portugueses açorianos colonizaram o litoral no século XVIII; os alemães colonizaram o Vale do
Itajaí, parte da região sul e o norte catarinense em meados do século XIX; e os italianos
colonizaram o sul do estado no final do mesmo século.
O oeste catarinense foi colonizado por gaúchos de origem italiana e alemã na primeira metade
do século XX.
Cidades de produção de vinho: São Joaquim, Caçador, Campos Novos, Bom Retiro
A REGIÃO
Uma região conhecida pela neve devido ao clima frio e por sua imensa plantação de maçãs
O Planalto Catarinense fica situado entre as cidades de Lages, Bom Retiro e São Joaquim,
caracterizando-se pelas maiores altitudes da vinicultura brasileira ( 1200 mts ).
Nessa região as temperaturas médias mais baixas criam condições especiais para uma
vinicultura fina voltada para a qualidade.
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As condições climáticas são melhores que as da Serra Gaúcha e tem-se avançado na produção
de uvas européias e vinhos de qualidade. As uvas tintas como Cab. Sauvignon são colhidas
tardiamente, em Março, possibilitando um melhor desenvolvimento.
T E R R O I R
Clima:
Temperado seco de altitude com invernos rigorosos e subtropical úmido. Há incidência de
Neve nos vinhedos em invernos e ocasionalmente fora da estação fria.
As temperaturas médias variam bastante de acordo com o local: são mais baixas nas regiões
serranas e mais elevadas no litoral, no sudeste e no oeste catarinense.
Temperaturas: Média baixa, anual de 13 ºC. Durante os meses de inverno é comum a
ocorrência de geadas. Chega-se em determinada época a atingir -10 ºC. Amplitude Térmica
15°C
Chuvas: de 1.200 mm a 1.800 mm
As chuvas são bem distribuídas durante o ano, atingindo, em média, 1.500 mm anuais.
Ao contrário do que é observado na maior parte do território brasileiro, em Santa
Catarina as quatro estações são bem definidas.
Solos: Bastante pedregoso; rico em basalto e pobre em calcário, profundo e ótima drenagem, isentos de
matéria orgânico
VINHOS DE ALTITUDE
O grande diferencial de São Joaquim, e as micro regiões produtoras , na serra Catarinense com
relação às demais regiões de cultivo de uvas, é a altitude.
“A altitude provoca uma diferença nas temperaturas médias e faz com que o ciclo vegetativo
das videiras se estenda além do que é normal nas demais regiões do Sul do Brasil”.
No Rio Grande do Sul geralmente as uvas começam a ser colhidas em Fevereiro, em São
Joaquim, por exemplo o início se dá cerca de 40 / 45 dias mais tarde ( Abril )
“Em abril e maio, isso é histórico, normalmente as chuvas desaparecem. E a maturação se
completa exatamente com essa seca”
O resultado aparece em vinhos estruturados, encorpados, aromáticos e diferentes.
Vinhos
Varios exemplares premiados.
A produção de vinhos finos em Santa Catarina engloba três regiões - São Joaquim, Caçador e
Campos Novos - numa área total de 300 hectares com vinhedos plantados entre 900 e 1.400
metros de altitude.
Predomina no estado o cultivo de uvas da casta Cabernet sauvignon, mas também já foram
implantadas outras castas como merlot, pinot noir, cabernet franc, sangiovese, sauvignon blanc,
chardonnay, tinta roriz, touriga nacional, trincadeira e malbec, entre outras.
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As uvas brancas Chardonnay e Sauvignon blanc estão mostrando excelentes resultados
Em tese geral, vinhos finos, leves e macios, frescos, bastante apropriados para o nosso clima.
Harmonizam-se bem com comidas liegeiras, leves, sem muita untuosidade, molhos diversos,
alguns com carnes vermelhas com molhos mais densos, queijos diversos de meia cura a
curados.
PRINCIPAIS VINICOLAS DA SERRA CATARINENSE
Panceri
Perico
Quinta da neve
Sanjo
Suzin
Santa Augusta
Villagio Grando
Vila Francione
VILLA FRANCIONE O DESTAQUE EM 2004
Com seus brancos de Sauv. blanc e Chardonnay e mais o tinto Joaquim a Villa Francione se
destacou no mercado com esses vinhos premiados.
A vinicola Suzin, com a linha Cabernet Sauvignon, Merlot e rosés também elabora bons caldos
A Vinicola Pericó com seu espumante e seu inedito Ice Wine
O que é mais interessante, é que começamos a produzir excelente vinhos fora da região
“Oficial” de produção de vinhos no Brasil que é a Serra Gaúcha.
Dados de Produção da Região
Região: Planalto Catarinense
Variedades Tintas:
Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Pinot Noir, Petit Verdot, Tempranillo,
Montepulciano, Sangiovese, Syrah, Tinta Roriz, Trincadeira, Touriga Nacional, Malbec
Variedades Brancas: Chardonnay, Sauvignon Blanc, Moscato Giallo
Área de Vinhedos de vitis viníferas: mais de 300,00 hectares
RIO GRANDE DO SUL
Região Nordeste do Rio G. do Sul
Campos de cima da Serra
No campo da Vitivinicultura, surgiu no período de 1990 a 2000
O alto preço de terras no vale dos vinhedos fez com que viticultores buscassem novos
horizontes
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Campos de Cima da Serra é formada pelos municípios da região mais alta e mais fria do RS.
Localização: fica no planalto do extremo norte do RG Sul
Altitude: 1000 mts
A alta umidade, associada aos solos relativamente ácidos e a elevada quantidade de
matéria orgânica, um certo problema para o cultivo de videiras, permitiu o surgimento de uma
vegetação exuberante, com grande concentração de pinheiro de araucária, aroeira e carvalho
PRINCIPAIS PRODUTORES E VINICOLAS
Miolo RAR ( vinhedo de Cabernet Sauvignon ) uma união entre o empresário Raul Ancelmo
Randon e a Miolo wine group.
Vinícola Campos de Cima
CAMPANHA GAÚCHA
Localização e topografia - Sua topografia é plana.
A campanha fica a sudoeste de Porto Alegre, junto a fronteira com o Uruguai.
Situa-se entre os paralelos 30º e 32º. Vários países grandes produtores de vinho, situam-se nesta
faixa como a Argentina, Austrália, N. Zelândia, África do Sul.
Sua altitude é baixa 100 / 200 mts
1000 hectares plantados
Compreende os municípios de:
Bagé, Dom Pedrito, Pinheiro Machado, Santana do Livramento, Candiota
Solo
Solos arenosos. Possui terrenos planos, medianamente fértil. A terra fortemente arenosa, garante
boa drenagem e controla a umidade.
Há benéficos 100 dias de sol.
As uvas amadurecem plenamente e apresentam elevado teor de açúcar, equilíbrio de acidez e
desenvolvimento de aromas.
Clima – Temperado
Parecido com o clima mediterrâneo, invernos frios, e verões quentes e secos.
Chuvas:
A precipitação pluviométrica é de 1400 mm ao ano, relativamente alta, porém o lado bom é que
durante a maturação e colheita a precipitação é mínima.
Boa amplitude Térmica
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O amadurecimento das uvas é bom apresentando equilibrio na acidez, bom teor de açúcar e
desenvolvimento nos aromas
As uvas Tannat ( emblemática do Uruguai) Cabernet Sauvignon, Merlot, Touriga Nacional,
Alfrocheiro, Sauvignon blanc, são algumas expressões do lugar
Videiras saudáveis, porém vigorosas, necessitam de cuidados especiais, como poda, raleio,
para manter um equilibrio na produção de cachos e para que se possa ter frutas de primeira
qualidade, assim os vinhos produzidos terão harmonia, equilbrio e elegância
Plantas muito produtivas dão vinhos com pouco aroma, cor e estrutura.
Grandes vinícolas já produzem bons vinhos nesta região como a Miolo, Salton, Aurora, etc...
PRINCIPAIS PRODUTORES E VINICOLAS
Cordilheira de Santana
Santana do Livramento
Miolo fortaleza do Seival
SERRA DO SUDESTE
Localização: fica no extremo sul do estado entre as cidades de Pinheiro Machado e
Encruzilhada do Sul
Serras onduladas, de altitudes medianas e temperaturas médias. Chove menos que a serra
gaúcha oferecendo assim um terroir adequado para a viticultura.
Altitude: 600 mts
Solo: Granítico, de boa drenagem, de pouca matéria orgânica bom para Cab. Sauvignon, Merlot,
Sauv. Blanc e Malvasia,
A topografia permite a ação dos ventos que eliminam a umidade
Clima: Temperado com chuvas incidentes no inverno longe da colheita
Amplitude térmica: Ótima
CASTAS
Castas: Chardonnay, Merlot, Cab. Franc, Cab.Sauvignon
Outras: Teroldego, Touriga Nacional, Barbera,
Estas autóctones são muito plantadas aqui nesta região, principalmente pela vinicola Angheben
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BONS PRODUTORES:
VINICOLA ANGHEBEN
VINICOLA TORMENTAS
VINICOLA LIDIO CARRARO ( com vinhedos no Vale dos Vinhedos e Encruzilhada do sul )
Vinhos Angheben
A vinicola Angheben produz ótimos rótulos em Encruzilhada do Sul
Pinot Noir, Gewurztraminer, Chardonnay, Cabernet Sauvignon, Teroldego, Touriga Nacional,
Barbera
VINICOLA LIDIO CARRARO
Grande vindima: Merlot, Tannat,
Singular: Nebiollo
Elos: Cabernet/Malbec, Touriga Nacional/ tannat
Agnus: Cabernet e Merlot
Dadivas: Cabernet/ Merlot, Chardonnay, Pinot Noir
SERRA GAÚCHA
Maior, mais antiga e tradicional região vinícola do Brasil.
Lá estão os municípios de Bento Gonçalves, Gramado, Garibaldi, Canela, Caxias do Sul,
Flores da Cunha, Farroupilha, Tuiuty e outros...
Região susceptível a variações entre colheitas.
Fenômenos climáticos como El Nino
A plantação de viníferas é muito pequena em relação a uvas americanas cerca de 20% apenas.
Região responsável por 90 % da produção de vinhos no Brasil
Cenário do início da Vitivinicultura Brasileira. Região onde aportou em 1870 a imigração
Italiana, dando inicio a cultura do vinho no Brasil.
Localização e topografia.
Topografia: Trata-se de região montanhosa, de difícil mecanização, escolhida pelos imigrantes
no século XIX.
Esta região acaba de ser reconhecida como uma região de indicação de Procedência pela UE.
Vale dos Vinhedo -1ª denominação de Origem, brasileira
Altitude: Encontra-se entre 400 e 600 mts acima do nivel do mar
Latitude: Situa-se nos paralelos 28º e 29º sul
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T E R R O I R - ( PANORAMA )
O Terroir da região é um desafio para a cultura da vinha, a terra argilosa é pouco permeável, é
fértil e as chuvas se concentram no verão, próxima a época da colheita, período em que a uva
necessita de sol, para ganhar polifenóis, açúcares...
SOLO
Seus solos são rasos, quimicamente pobres, e ácidos, exigindo correção, tem drenagem
deficiente, são úmidos de cor escura, arenosos - argilosos, derivados de arenitos, superiores
quando da decomposiçäo de basalto, precisando corrigir a acidez, sendo que o fósforo é o
nutriente mais adicionado na adubaçäo, sendo suficiente o nitrogênio e o potássio.
Clima
Chuva excessiva, alto índice ( densidade ) pluviométrico de 1800 mm ao ano
Há uma grande concentração de chuvas no período da colheita. Isso não é bom.
• A insolação é insuficiente. O clima é frio. Dessa maneira, os frutos perdem
componentes essenciais, como compostos fenólicos, inclusive o açúcar.
• Há chaptalização para correção do mosto.
A umidade dilui a concentração, favorece doenças fúngicas e abrevia a vida da videira em pelo
menos 15 anos.
CASTAS ( Merlot é a emblemática brasileira )
A difícil adaptação das viníferas, em decorrência da filoxera, facilitou o plantio de uvas
americanas, menos susceptíveis a pragas. O vinho de segunda linha, a base de uvas
americanas como as tintas Isabel, Bordô, Concord, Herbemont e a branca Niagara prosperaram
durante muitas décadas.
Ainda hoje se produz bastante esse tipo de vinho.
O Consumo anual medio dos brasileiros são de apenas 2.8 lts / per capta, sendo ainda que,
desses 2.8 litros, 80% são vinhos de garrafão ou vinhos doces destas uvas americanas.
A partir de 1990 em função da abertura politica & econômica do país sobre as importações, o
brasileiro pôde conhecer uma grande variedade de rótulos que aqui chegaram, principalmente os
provenientes do Chile e Argentina e aprimorando seu paladar, tornou-se um consumidor mais
exigente.
Entre as viniferas plantadas aqui no Brasil, A uva MERLOT é citada pelos especialistas, e
produtores como a casta que melhor se adapta ao nosso Terroir.
Produzimos também bons Cabernets, Tannats e Ancelotas. Entre os brancos, A Chardonnay, a
Sauvignon blanc e Gewurtztraminer crescem a cada dia, além da Riesling Itálico bastante
conhecida.
PRINCIPAIS PRODUTORES E VINICOLAS ( mais ou menos 300)
AURORA, CASA VALDUGA, SALTON, MIOLO, DAL PIZZOL
DON LAURINDO, PIZZATO, BOSCATO, CAVES AMADEU, VALMARINHO
DON GIOVANI, DON CANDIDO, VALONTANO, MARSON...
LAP Consultoria & Treinamento
Luiz Augusto
Sommelier
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Um resumo de Brasil
Regiões produtoras: Sul: Rio Grande do Sul e Santa Catarina e Nordeste ( Pe e Ba)
R S - Serra Gaucha, Campos de cima da Serra, Serra do Sudeste e Campanha
Santa Catarina ( São Joaquim, Caçador e Neves )
Nordeste (Pernambuco)
Consumo (interno) de vinhos :2.8 lt/ per capta
Indice pluviométrico anual: 1.800 mm, na serra gaúcha
Principais perigos: granizo, Mildio
Numero de vinicola - 330
Castas Principais: Cab. Sauvignon, Merlot, Chardonnay, Sauv. Blanc, Syrah, Tannat, Touriga,
Moscato Gialo, Riesling Italico, Nebiolo, Sangiovese,Gammay
Região Topografia Solo Clima Altitude Tempe- Chuva
Serra
Gaúcha
Montanhosa
serrana
Argiloso,
pouco
permeavel
acido
Temperado
com alto
indice de
chuvas
400 a 600
mts
Fria, umida
na maior
parte do
ciclo
Indice
elevado
1800 mm
a.a.
Serra do
sudeste
Região
serrana
granitico temperado 600 mts
mediana
Temperado
com a
media em
22º
Chuva
adequada
ao inverno
e primavera
Montes de
Cima da
Serra
Região
recente
Um pouco
acido e
bastante
materia
organica
+ fria do
estado
1.000
Alta
umidade
Temperado
umido
Região
chuvosa
pertence a
serra
gaucha
Campanha plano arenoso Temperado
Com
verões
quentes e
secos
100 / 200
baixa
Temperado
Quente
com media
acima de
22º
1200/1400
porem bem
distribuida
nas
estações
Região
Sta
Catarina
Planalto
Topografia
Serra
São
joaquim
Solo
Pedregoso
pouco
calcario
boa
drenagem
e profundo
Clima
Temperado
e sub
tropical
Estações
bem
definidas
Altitude
900 a 1.400
mts acima
Temperat
Muito fria
principalm
ente em s
ao
Joaquim
Chuva
1.400 mm
Nordeste
Pernambu-
co e Bahia
Terrenos
planos
Argiloso,
arenoso,
permite
mecanizaç
ão
Semi arido
tropical
A seca é
longa ( 8
meses )
300 mts
acima do
nivel do
mar
Bem
quente
baixa
umidade
relativa do
ar
500 mm aa
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Luiz Augusto
Sommelier
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Bibliografia
Revistas
Adega
Baco
Internet (sites de vinicolas)
A Biblia do vinho
Larousse
Importadoras