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VIOLA CAIPIRA SEM MISTÉRIOS RAFAEL GOMES MARIANO 1ª EDIÇÃO 2005 CÓPIA É CRIME !!!

Viola caipira

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Page 1: Viola caipira

VIOLA CAIPIRA

SEM MISTÉRIOS

RAFAEL GOMES MARIANO

1ª EDIÇÃO

2005

CÓPIA É CRIME !!!

Page 2: Viola caipira

ÍNDICE

UMA PALAVRA AOS AMIGOS

INTRODUÇÃO E RESUMO HISTÓRICO DA VIOLA CAIPIRA

MAIS CULTURA SOBRE A VIOLA CAIPIRA

UM POUCO DE APRENDIZADO TEÓRICO DE MÚSICA

AFINAÇÃO DA VIOLA CAIPIRA

OS ACORDES MAIS USADOS

BATIDAS MAIS USADAS

TÉCNICAS AVANÇADAS

EXEMPLOS DE MÚSICAS

DICIONÁRIO DE ACORDES

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UMA PALAVRA AOS AMIGOS

Olá amigo violeiro!

Você acaba de adquirir o curso “VIOLA CAIPIRA SEM MISTÉRIOS”, que visa

ensinar os princípios básicos e intermediários da viola caipira à todos os

interessados de um modo sem complicação. É claro que todos aprendizado tem

seus percalços, porém este método tenta simplificar o ensino da viola o máximo

possível, não deixando, entretanto, que aspectos teóricos e práticos importante

passem despercebidos.

Assim como conhecer o instrumento é muito importante, conhecer sua história faz

parte do aprendizado. Pensando nisto, esta apostila contém grande material

histórico e sobre a cultura caipira e da viola.

O Autor

Rafael Gomes Mariano, violeiro, comecei tocando violão, aprendi gaita de boca e

hoje me aventuro também na viola caipira, instrumento mágico que desperta em

quem a toca ou ouve seu som pela primeira vez, um grande fascínio. A algum

tempo venho tentando desenvolver um método de aprendizado da viola que fosse

simples e direto, porém que abordasse todos os itens importantes à este

instrumento. O resultado você tem em mãos e a qualidade do método sua própria

viola, quando você estiver tocando, pode falar.

Que nosso Padroeiro São Gonçalo esteja sempre com você!

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INTRODUÇÃO E RESUMO HISTÓRICO DA VIOLA CAIPIRA

Apesar de hoje a Viola Caipira ser considerada um instrumento tipicamente

brasileiro, temos historicamente que afirmar que esta colocação é errada. Nossa

Viola Caipira supostamente nasceu na Europa por volta do ano 1000, vindo de um

instrumento árabe chamado Guitarra Mourisca. Voltando um pouco no tempo, por

volta do ano 3000AC, os únicos instrumentos de cordas que tínhamos notícias

eram as harpas. Instrumentos que podiam apenas tocar uma nota por corda e

eram baseadas em escalas pentatônicas ( escalas de cinco notas ). Sumérios,

Egípcios, Chineses a utilizaram durante muitos milênios. Nesta época, descobriu-

se que esticando uma corda em uma superfície qualquer, a mesma podia dar

inúmeras alturas de som com apenas um toque do dedo. Acredita-se então que a

primeira providência foi colocar em uma harpa um pequeno braço de madeira e

esticar suas cordas até a extremidade das mesmas.

Surgiu então um instrumento mais complexo, capaz de sobrepujar a

música até então realizada. Com o tempo, descobriu-se também que uma corda

esticada em um recipiente acusticamente favorável ( como uma carapaça de

quelônio ) produzia um som mais alto. Surgia na região da Arábia o antecessor do

Alaúde, um instrumento que tinha como bojo uma carapaça de quelônio com um

couro esticado como tampo, e braço. Por volta do ano 2000AC, os árabes

resolveram construir de madeira este instrumento imitando em seu bojo a

curvatura das carapaças dos quelônios. Surgia então o A´lud ou Alaùde que em

árabe significa "madeira". Perto do ano 900AC, este instrumento sofreu uma

ruptura. Dele surgiria o Alaúde que nós conhecemos hoje, com um braço menor.

Nesta época, acredita-se que o Alaúde já usava cordas duplas para aumentar sua

sonoridade. O Alaúde original de braço comprido utilizado por mouros e egípcios

ganhou o nome de Guitarra Mourisca.

Com a invasão árabe na península ibérica por volta do ano 650 de nossa

era, toda cultura árabe foi despejada na região que conhecemos hoje por Portugal

e Espanha. Com ela vieram a música e os instrumentos típicos. O Alaúde teve

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como alteração apenas o adicionamento de trastes, enquanto a Guitarra Mourisca

começou a passar por uma lenta transformação. Primeiramente seu corpo passou

a ganhar um leve acinturamento na região central, e seu bojo curvo começou a

perder esta característica ( fato que levou por volta de mil anos ) ganhando forma

plana. Já por volta do ano 1000, temos um instrumento com quatro pares de corda

chamado Guitarra Latina ( mais tarde conhecido por Guitarra Renascentista ). Por

volta do ano 1400 surgiram na Espanha dois instrumentos derivados da Guitarra

Renascentista: a Guitarra Barroca com cinco pares de corda e a Vihuela com seis

pares de cordas.

Estes dois instrumentos foram então introduzidos em Portugal com o nome

de Viola ( aportuguesamento de Vihuela ) por volta do ano1450. Com a expansão

ultramarítima portuguesa, os portugueses introduziram em suas colônias seus

costumes e cultura. Com os jesuítas, chegou ao Brasil por volta de 1550 a Viola

de cinco pares de corda. Utilizada primeiramente na catequese dos índios, ganhou

o interior brasileiro e perdeu sua imagem tão erudita, passando a ser construída

pelos nossos próprios caboclos com madeiras toscas. Surgia a nossa Viola

Caipira.

Durante os próximos 300 anos a Viola foi rapidamente se transformando no

instrumento mais popular do Brasil ( o Violão como conhecemos hoje só surgiu

por volta de 1800 ). Um violeiro brasileiro fez fama nas cortes portuguesas. Era

este Domingos Caldas Barbosa ( 1740-1800 ). Em 1817, um censo demonstrava

que a Viola era o instrumento mais popular do Brasil. Mas com o surgimento do

Violão ( que já veio da Europa com métodos e toda uma escola formada ), a Viola

passou a ser confinada cada vez mais para o interior.

O Violão passou a ser um instrumento urbano e a Viola um instrumento

rural. Em 1929, o paulista Cornélio Pires, amante da cultura caipira, levou para o

estúdio a música caipira e com ela a Viola. Pela primeira vez era gravado e

lançado em disco o som de uma Viola. O sucesso foi imediato e várias duplas

surgiram a partir daí, como Alvarenga e Ranchinho. Em pouco tempo a música

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caipira era o gênero que mais vendia no país. Nomes como Tonico e Tinoco eram

considerados como vedetes.

Na década de 50, surgiu um nome que iria mudar o conceito até então de

música caipira. Era José Dias Nunes que foi imortalizado com o apelido de Tião

Carreiro. Ele revolucionou o modo de tocar o instrumento, estando para a Viola o

que Hendrix foi para a Guitarra elétrica. Na década de 60, com o êxodo rural,

milhares de famílias que viviam em zonas rurais vieram para as cidades,

principalmente as capitais, e cessou-se então um ciclo de aprendizado. Até então

os ensinamentos da Viola Caipira eram passados de pai para filho. O instrumento

passou a ser colocado em um segundo plano. Também nesta década, as várias

influências de músicas de outros países, como os ritmos paraguaios, mexicanos

deram ênfase a outros instrumentos como a sanfona e os metais ( trumpetes, por

exemplo ).

A musica caipira sofre uma ruptura e lentamente vai surgindo a música

sertaneja de hoje. A Viola então começa a caminhar outros horizontes. Em 1968 é

gravado o primeiro disco de música erudita totalmente gravado com Viola e Tião

Carreiro grava samba e choro com o instrumento. A década de 80 traria um novo

crescimento para o instrumento. Em 1981, Almir Sater grava seu primeiro disco,

mostrando os ritmos pantaneiros e mostrando o lado MPB da Viola.

A TV Cultura abre um programa totalmente dedicado ao instrumento, o

"Viola Minha Viola" e em 1985 surge a Viola didática nas mão de Roberto Corrêa,

que passa a lecionar Viola Caipira em uma instituição. Em 1990 a Viola volta a

mídia com a novela Pantanal, aonde Almir Sater mostra para todo o Brasil a força

do instrumento, repetindo a dose em 1992 com a novela Ana Raio e Zé Trovão e

em 1996 com a novela Rei do Gado. Roberto Corrêa passa a excursionar pelo

exterior com a Viola em punho e nossa música Caipira perde Tião Carreiro em

1993. A década de 90 foi uma década movimentada. Hoje o instrumento volta a

ter grande popularidade, multiplica-se professores de Viola como Ivan Vilela que

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leciona na região de Campinas e Roberto Corrêa em Brasília e Junior da Violla em

São Paulo.

FONTE: Junior da Violla - MVHP Home Page

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MAIS CULTURA SOBRE A VIOLA CAIPIRA

A Dança de São Gonçalo

A dança de São Gonçalo faz parte dos ritos difundidos pelo Catolicismo rural brasileiro. Ela

foi introduzida no Brasil e registrada pela primeira vez no século XVIII. Inicialmente era

apresentada no interir das igrejas, mas, sendo proibida, continuou nas áreas rurais.

A dança é realizada em qualquer lugar. O instrumental que a acompanha se compõe de

viola e tambor. É um ritual religioso destinado especialmente a pagar promessas. É dança

sagrada. Quando realizada para pagar promessa inclui o almoço, a procissão, e a dança

que é realizada no decorrer de um dia.

A dança de São Gonçalo consta de doze jornadas, série de versos cantados sem

interrupção. Os versos são quadras decoradas, algumas improvisadas alusivas ao culto.

O Grupo de São Gonçalo do povoado Mussuca de Laranjeiras, é formado unicamente por

homens (negros na sua maioria).�

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UM POUCO DE APRENDIZADO TEÓRICO DE MÚSICA

Como este método não pretende transformar o aluno em um expert em teoria musical,

iremos aqui abordar somente o necessário para o entendimento do restante do curso. E

como já foi dito, este método tende a ser simples e fácil, a teoria aqui apresentada também

será bastante sucinta.

Desde pequenos já aprendemos. Em música temos 7 notas musicais: DO, RÉ, MI, FÁ,

SOL, LÁ, SI. Porém estas são notas MAIORES. Além disto, existe um sistema em que

cada nota é representada por uma letra, sendo: DO (C), RÉ (D), MI (E), FÁ (F), SOL (G),

LÁ (A), SI (B).

Em música, cada uma destas notas possue uma infinidade de variantes, como os

sustenidos, os bemóis, as sétimas, os aumentados, dentre outros. Vamos à algumas

definições:

Sustenido (#): acontece quando aumentamos meio-tom (também denominado semi-tom)

em uma nota. Por exemplo: Um lá com meio tom aumentado, torna-se o lá sustenido (A#).

Bemol (b): acontece quando diminuímos meio-tom de uma nota. Se temos, por exemplo,

um lá e diminuímos meio tom, encontramos o lá bemol (Ab).

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Sétima (7): usada normalmente na preparação para um refrão, a nota com sétima é

representada pelo acorde maior adicionado da sétima nota deste acorde maior contando a

partir deste acorde raiz, ou seja, se temos o mi maior, devemos adicionar ao acorde a nota

ré (D), ficando a representação da nota, E7. Sendo a nota MI o primeiro acorde da lista, o

RE se torna a sétima nota da lista, seguindo-se a hierarquia já proposta acima (DO, RE,

MI, FÁ, SOL, LÁ, SI, DÓ).

PESTANA: é feita quando se “aperta”, se “segura” todas as cordas de um determinado

traste com o dedo indicador. Este tipo de acorde é representado nas tablaturas por uma

flecha que passa por todas as cordas.

No sistema de notação musical que será explanado mais adiante, a pestana é

demonstrada graficamente da seguinte forma (é importante que se memorize esta figura):

TABLATURAS : nas músicas ou explicações deste método

convencionou-se utilizar o sistema de tablaturas, onde as linhas

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horizontais são os pares de cordas da viola (lembrando que a primeira

linha de cima para baixo é o primeiro par da viola – a primeira corda da

viola de baixo para cima). Os números são as “casas” onde os dedos

devem ficar. Se temos por exemplo a seguinte tablatura:

devemos pressionar o espaço de número 1 do 3º par de cordas da viola

caipira e o espaço 2 do 4º par do instrumento. Quando se tem o nº 0

(zero), significa que a corda deve estar solta. O início é sempre um

pouco estranho, porém olhando a figura e vendo no filme, tudo fica

muito mais fácil.

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AFINAÇÃO DA VIOLA CAIPIRA

A viola caipira, como já sabemos, é um instrumento que permite ao músico uma liberdade

de criação muito grande, com a possibilidade de no mesmo instrumento se obter inúmeros

sons devido às múltiplas afinações que a mesma suporta. Porém, como o intuito desta

apostila é mostrar a viola caipira “sem mistérios” somente será abordada a afinação

conhecida como CEBOLÃO em MI, que é a mais utilizada atualmente, pois dá uma

sonoridade agradável à viola e mantém a tensão das cordas de um modo também

agradável de se tocar.

Deste modo, acompanhando a figura abaixo, vemos que a viola caipira na afinação

cebolão em MI, é composta da seguinte configuração:

(Deve-se ter consciência que a contagem das cordas é feita de BAIXO para CIMA, ou seja,

as primeiras cordas são as primeiras de baixo)

1. PRIMEIRO PAR: Afinação em SI.

2. SEGUNDO PAR: Afinação em MI.

3. TERCEIRO PAR: Afinação em SOL SUSTENIDO.

4. QUARTO PAR: Afinação em SI.

5. QUINTO PAR: Afinação em MI.

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Recomenda-se que no início, o estudante afine sua viola com o auxilio de um afinador

eletrônico, visto a dificuldade de se afinar este instrumento. Como diz uma frase muito

comum no meio caipira: “ O violeiro passa metade da vida tocando a viola e a outra

metade afinando “.

ASSISTIR O VÍDEO AFINAÇÃO DA VIOLA CAIPIRA

Page 14: Viola caipira

BATIDAS MAIS USADAS

Todo ritmo, tem uma batida diferente. Isto também não quer dizer que uma batida que se

encaixe, mas não seja própria do ritmo, possa ser usada em uma música qualquer. Irei

abordar neste capítulo os ritmos mais comuns na viola caipira.

Para este capítulo ser estudado de modo conveniente, deve-se aliar as figuras abaixo com

o vídeo sobre os ritmos. As legendas das figuras significam: P (POLEGAR), I

(INDICADOR) E R (TODOS OS DEDOS DA MÃO). Quando se observa a legenda I, pode-

se padronizar sempre utilizar TODOS os dedos da mão, o que confere um som mais

“cheio”. As flechas para cima e para baixo servem para se saber em que direção a mão

deve ir.

PAGODE

Page 15: Viola caipira

CURURU

TOADA

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VALSA

ASSISTIR O VÍDEO RITMOS

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OS ACORDES MAIS USADOS

Como a grande maioria das músicas sertanejas raiz são de origem popular, há um

predomínio de grande simplicidade nas mesmas. Isto quer dizer que, quase em sua

totalidade estas músicas são compostas normalmente de 2 ou 3 acordes aparecendo no

máximo 4 acordes.

Assim, o estudante sabendo os 4 acordes mais comuns estará pronto para ter em sua

mente um repertório enorme.

Estes acordes são: MI Maior, SI Maior, Lá Maior e Ré Maior. Por convenção e até como

modo de “enfeitar” certas músicas, o Mi Maior com Sétima acaba entrando neste “time” de

acordes importantes.

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O estudante conseguindo entender a figura abaixo, tocar a viola caipira se tornará mais

fácil ainda:

Tocando a viola caipira com todas as cordas soltas temos o mi maior. Tocando com uma

pestana no primeiro traste (o dedo indicador sobre todas as cordas do espaço) temos o fá

maior. Com uma pestana sobre o segundo traste temos o fá sustenido. Com uma pestana

sobre o terceiro traste temos o sol maior e assim por diante. É só acompanhar a gravura e

tocar!

E (MI MAIOR) E7 (MI MAIOR COM SÉTIMA)

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A (LÁ MAIOR) B (SI MAIOR)

D (RÉ MAIOR)

ASSISTIR O VÍDEO PRINCIPAIS ACORDES

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TÉCNICAS AVANÇADAS

Ao se tocar diferentes ritmos na viola caipira, o estudante se depara com sons que

aparentemente são difíceis de se fazer na viola, como a rabanada (muito comum nas

introduções de pagodes), o harmônico (comum nas introduções de modas de viola) dentre

outros. Esta parte do curso visa desmistificar esta crença e mostrar o quanto é fácil e

simples executar tais efeitos, tudo isto sem mistérios!

A RABANADA

A rabanada é uma técnica muito utilizada nos pagodes de viola, onde aparece com grande

freqüência e também com muitas variantes. A forma mais comum será abordada neste

capítulo. Utiliza-se com a mão direita o ritmo de pagode (que você já deve estar dominado)

e com a mão esquerda se efetua os acordes (no total de 3) da tablatura abaixo, tal qual se

observa nas fotos abaixo e no vídeo deste capítulo.

(Os acordes utilizados)

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(Detalhe dos acordes 1 e 2 da rabanada)

(Detalhe do acorde 3 da rabanada)

Page 22: Viola caipira

O HARMÔNICO

O harmônico é um som suave muito presente no inicio e fim de pagodes e modas de viola,

utilizado como introdução ou preparação para entrada na música. Deve-se colocar de

forma leve os dedos no espaço de nº 12 de todos os pares de cordas da viola caipira e

tocar, também suavemente todas as cordas ao mesmo passo que se tira os dedos do

espaço 12, tal qual pode se observar na figura abaixo e no vídeo referente à este capítulo.

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PREPARAÇÃO PARA MODA DE VIOLA

Este efeito é muito utilizado nas modas de viola antes de se iniciar a cantoria. Utilizando-se

na mão direita o ritmo de pagode que você já aprendeu, efetue os acordes abaixo, tal qual

no vídeo “Técnicas Avançadas”. Repare que esta técnica utiliza grande número de

pestanas (observe os “7” em todas as cordas da viola caipira).

(O acorde utilizado)

SOM DE ANIMAL

Atualmente em inúmeras músicas tem se utilizado efeitos em que se imitam sons de

animais. O mais comum é o de pássaros piando. Para executar tal efeito deve-se

pressionar os dois primeiros pares de cordas da viola no espaço da “boca” da viola (tal

qual na imagem abaixo) e com a mão direita tocar estes dois pares de cordas.

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A ABAFADA

Efeito muito utilizado nas introduções de pagodes, a palma da mão direita fica pressionada

sobre as cordas antes do orifício da viola (como na figura abaixo), porém sem dar muita

pressão, conseguindo-se assim um som abafado.

ASSISTIR O VÍDEO TÉCNICAS AVANÇADAS

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EXEMPLOS DE MÚSICAS

Sobre as introduções: nestas se usa o sistema de tablaturas, onde as

linhas horizontais são os pares de cordas da viola (lembrando que a

primeira linha de cima para baixo é o primeiro par da viola – a primeira

corda da viola de baixo para cima). Os números são as “casas” onde os

dedos devem ficar. Se temos por exemplo a seguinte tablatura:

devemos pressionar a corda no espaço de número 1 do 3º par de cordas

da viola caipira e o espaço 2 do 4º par do instrumento. O início é sempre

um pouco estranho, porém olhando a figura e vendo no filme, tudo fica

muito mais fácil. Quando se tem o nº 0 (zero), significa que a corda deve

estar solta.

Chegou a parte mais gostosa do curso! Ou seja, TOCAR A VIOLA,

TIRAR SUA PRIMEIRA MÚSICA!!!

Porém, devido aos direitos autorais, nos exemplos de músicas não foi

possível colocar a música inteira tocada, mesmo estas estando

destinadas somente para os estudos. Porém as músicas escolhidas são

de grande conhecimento do público em geral e não haverá problemas

em distingui-las e lembrar de sua melodia. Bom proveito !

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PAGODE EM BRASÍLIA – INTRODUÇÃO

RITMO: PAGODE

Na introdução desta música se deve ficar atento com a execução do

“bordão” (nota executada no 5º par de cordas da viola e que tem a

função de fazer a marcação da introdução), que deve ser feito com o

polegar, tal qual no vídeo “Pagode em Brasília”.

E Quem tem mulher que namora B7 quem tem burro impacador quem tem a roça no mato me chame E que jeito eu dou E7 A eu tiro a roça do mato sua lavoura melhora B7 E e o burro impacador eu corto ele de espora B7 E (B7, A , E ) e a mulher namoradeira eu passo o coro e mando embora E B7 Tem prisioneiro inocente no fundo de uma prisão E tem muita sogra increnqueira e tem violeiro embruião E7 A pro prisioneiro inocente eu arranjo advogado B7 E e a sogra increnqueira eu dou de laço dobrado

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B7 E (B7, A , E ) e o violeiro embruião com meus versos estão quebrados E Bahia deu Rui Barbosa B7 Rio Grande deu Getúlio Em minas deu Jucelino E de São Paulo eu me orgulho E7 A baiano não nasce burro e gauchão rei das cochilhas B7 E Paulista ninguém contesta é um brasileiro que brilha B7 E (B7, A , E ) Quero ver cabra de peito pra fazer outra Brasília E B7 No Estado de Goiás meu pagode estou mandando E No Bazar do Vardomiro em Brasília o soberano E7 A No repique da viola balancei o chão goiano B7 E Vou fazer a retirada e despedir dos paulistano B7 E (B7, A , E ) Adeus que eu já vou me embora que Goiás tá me chamando

ASSISTIR O VÍDEO PAGODE EM BRASÍLIA - INTRODUÇÃO

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CHICO MINEIRO – INTRODUÇÃO

RITMO: CURURU

Chico Mineiro Tom: E E B7 Fizemos a última viagem E Foi lá pro sertão de Goiás. B7 Foi eu e o Chico Mineiro E também foi um capataz. A Viajemo muitos dia B7 E pra chegar em Ouro Fino C#7 F#m aonde nós passemo a noite B7 E numa festa do Divino. E B7 A festa estava tão boa E mas antes não tivesse ido B7 o Chico foi baleado E por um homem desconhecido.

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A Larguei de comprar boiada. B7 E Mataram meu companheiro. C#7 F#m Acabou-se o som da viola, B7 E acabou-se o Chico Mineiro. E B7 Depois daquela tragédia E fiquei mais aborrecido. B7 Não sabia da nossa amizade E porque nós dois era unido. A Quando vi seus documento B7 E me cortou o coração C#7 F#m de sabê que o Chico Mineiro B7 E era meu legítimo irmão.�

HUD�PHX�OHJÞWLPR�LUPÔR�

ASSISTIR O VÍDEO CHICO MINEIRO - INTRODUÇÃO

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DICIONÁRIO DE ACORDES

Uma coisa importante: os acordes deste dicionário estão agrupados por

seqüências de tons, ou seja, se você quiser tocar uma música em DÓ,

como você pode observar na figura abaixo, você só utilizará os acordes,

C (dó), G7 (sol com sétima), C7 (dó com sétima) e F (fá). Digo que só

usará estes acordes por que as músicas raiz normalmente são bem

simples e só utilizam poucos acordes. Então, com estas seqüências

memorizadas você conseguirá “tirar” qualquer música de modo fácil e

descomplicado, podendo improvisar também com a mesma facilidade.

Os números presentes nas figuras dos acordes abaixo representam os

dedos do músico, onde o dedo nº 1 é o indicador e assim por diante.

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