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Violência contra as mulheres e Poder Público Profa. Dra. Lourdes de Maria Leitão Nunes Rocha

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Violência contra as mulheres e Poder Público

Profa. Dra. Lourdes de Maria Leitão Nunes Rocha

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• Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) - investigar denúncias e/ou apurar responsabilidades sobre um “fato determinado, em prazo certo”.

• Resolução N. 008/2013 Assembleia Legislativa do Maranhão – CPI para investigar a violência contra a mulher e as denúncias de omissão por parte do Poder Público.

• Cumpro um dever: pesquisadora sobre o tema desde 1993, participante do GERAMUS/UFMA; ex- conselheira do CMCF (retornando agora) e do CEM; secretária da Secretaria de Estado da Mulher, no governo de Dr. Jackson Lago (2 de janeiro de 2007 a 16 de abril de 2009); militante do Fórum Maranhense de Mulheres.

• Gestoras, representantes de instituições públicas e movimentos de mulheres já me antecederam e subsidiaram a CPI com os dados alarmantes sobre a violência contra as mulheres e o estágio de seu enfrentamento em nosso Estado.

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• Objetivo destas colocações: contribuir para o aprofundamento dos fundamentos conceituais e políticos para o enfrentamento da violência contra as mulheres, visando ampliar o olhar dos membros da CPI sobre a questão e, consequentemente, que seu relatório final seja um instrumento efetivo para a tomada de medidas e a responsabilização de sujeitos no tocante à redução dos índices de violência e ao seu enfrentamento.

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Política Nacional de Enfrentamento à Violência contraas Mulheres

Marcos legais:Internacionais

• Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948);• Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a

Violência contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará, 1994);• Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de

Discriminação contra a Mulher (CEDAW, 1981);• Convenção Internacional contra o Crime Organizado

Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas (Convenção de Palermo, 2000).

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Nacionais:

• I e II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (Conferências Nacionais 2004, 2007, 2011) - Enfrentamento à Violência contra as Mulheres: consolidado como um eixo intersetorial e prioritário das políticas para as mulheres.;

• Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha)

• Criação da SPM em 2003• Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência

contra as Mulheres

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Maranhão • São Luís – 2005 - Adesão ao I PNPM e

elaboração do PMPM• Estado - 2007 –Adesão ao I PNPM – 2008 Plano

Estadual de Políticas para as Mulheres.• Um dos 12 estados incluídos, em 2007, no Pacto

Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. – 2008 - PROJETO: “O MARANHÃO NO ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES.” Recursos – 2009.

• Criação da SEMU em 2007

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Violência contra as mulheres• ONU - “A violência contra as mulheres é uma

violação hedionda dos direitos humanos, uma ameaça global, uma questão de saúde pública e um ultraje moral” (Ban Ki-moon - Secretário-Geral)

• 57ª Sessão da Comissão sobre o Status da Mulher (março/2013, Nova York) - acordo assinado por mais de 130 países sobre a prevenção e eliminação de todas as formas de violência contra as mulheres e meninas.

Documento final condena a violência generalizada contra mulheres e meninas.

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• Homens e mulheres - violência de maneira diferenciada.

• Homens - vítimas de violência praticada predominantemente no espaço público.

• Mulheres sofrem cotidianamente a violência doméstica e familiar, sobressaindo-se a violência conjugal para as mulheres jovens e adultas.

• Violência atinge mulheres de diferentes classes sociais, origens, idades, regiões, estados civis, escolaridade, raças/etnias, de orientação sexual e deficiência.

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• Necessidade de políticas públicas, acessíveis a todas as mulheres, englobando as diferentes modalidades de violência Ações de combate ao tráfico de mulheres, jovens e meninas.

• Inexistem estatísticas sistemáticas e oficiais sobre a magnitude desse fenômeno no Brasil e no Maranhão.

• Sistema de notificação compulsória dos casos de violência contra a mulher (Vigilância de Violência e Acidentes (VIVA)/Ministério da Saúde - 2006;

• Sistema Nacional de Estatísticas de Segurança Pública e Justiça Criminal/SINESPJC (Módulo Registro das Ocorrências; Módulo Perfil das Instituições de Segurança Pública; Pesquisa Nacional de Vitimização; Fluxo do Sistema de Justiça Criminal) - Secretaria Nacional de Segurança Pública/Ministério da Justiça.

• Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180 – Secretaria de Políticas para as Mulheres

• Lei Maria da Penha - criação do Sistema Nacional de Dados e Estatísticas sobre a Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.

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Convenção deBelém do Pará (1994) – violência contra as mulheres• “qualquer ação ou conduta, baseada no

gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado” (Art. 1°)

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IV Conferência Mundial sobre a Mulher, Beijing (Pequim), China, 1995

• 113. A expressão “violência contra a mulher” se refere a qualquer ato de violência que tem por base o gênero e que resulta ou pode resultar em dano ou sofrimento de natureza física, sexual ou psicológica, inclusive ameaças, a coerção ou a privação arbitrária da liberdade, que se produzem na vida pública ou privada. Por conseguinte, a violência contra a mulher pode assumir, entre outras, as seguintes formas:

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• a) a violência: física, sexual e psicológica que ocorre na família, inclusive sevícias; o abuso sexual das meninas no lar, a violência relacionada com o dote, a violência por parte do marido, a mutilação genital e outras práticas tradicionais que atentam contra a mulher, a violência exercida por pessoas outras que o marido e a violência relacionada com a exploração;

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• b) a violência: física, sexual e psicológica no nível da comunidade em geral, inclusive as violações, os abusos sexuais, o assédio e a intimidação: física, sexual e psicológica perpetrada ou tolerada pelo Estado, onde quer que ocorra. (violência institucional)

• 114. Entre outros atos de violência contra a mulher, cabe mencionar as violações dos direitos humanos da mulher em situações de conflito armado, em particular os assassinatos, as violações sistemáticas, a escravidão sexual e a gravidez forçada.

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• 115. Os atos de violência contra a mulher também incluem a esterilização forçada e o aborto forçado, a utilização coercitiva ou forçada de anticoncepcionais, o infanticídio feminino e a seleção pré-natal do sexo.

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Violência Institucional• – “É aquela praticada, por ação e/ou omissão, nas instituições

prestadoras de serviços públicos. Mulheres em situação de violência são, por vezes, ‘revitimizadas’ nos serviços quando: são julgadas; não têm sua autonomia respeitada; são forçadas a contar a história de violência inúmeras vezes; são discriminadas em função de questões de raça/etnia, de classe e geracionais. Outra forma de violência institucional que merece destaque é a violência sofrida pelas mulheres em situação de prisão, que são privadas de seus direitos humanos, em especial de seus direitos sexuais e reprodutivos” (PNEVM).

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• “A violência institucional compreende desde a dimensão mais ampla, como a falta de acesso aos serviços e a má qualidade dos serviços prestados, até expressões mais sutis, mas não menos violentas, tais como os abusos cometidos em virtude das relações desiguais de poder entre profissional e usuário. Uma forma comum de violência institucional ocorre em função de práticas discriminatórias, sendo as questões de gênero, raça, etnia, orientação sexual e religião um terreno fértil para a ocorrência de tal violência” (Taquette, 2007).

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Tráfico de Mulheres

• “Conceito adotado pela (SPM/PR) baseia-se em uma abordagem focada na perspectiva dos direitos humanos das mulheres e no Protocolo de Palermo, em que há três elementos centrais: 1. movimento de pessoas, seja dentro do território nacional ou entre fronteiras; 2. uso de engano ou coerção, incluindo o uso ou ameaça da força ou abuso de autoridade ou situação de vulnerabilidade; e,

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3. a finalidade de exploração (exploração sexual; trabalho ou serviços forçados, incluindo o doméstico; escravatura ou práticas similares à escravatura; servidão; remoção de órgãos; casamento servil)”.

“Toda vez que houver movimento de pessoas por meio de engano ou coerção, com o fim último de explorá-la, estaremos diante de uma situação de tráfico de pessoas.

Para fins de identificação do tráfico de pessoas,• o uso de engano ou coerção inclui o abuso da ‘situação

de vulnerabilidade’ (Protocolo de Palermo.)

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• “Isso significa dizer que não importa que a pessoa explorada tenha consentido em se transportar de um local a outro, desde que esteja em seu local de origem em situação de vulnerabilidade que a faça aceitar qualquer proposta na busca de encontrar uma oportunidade de superá-la”. (PNEVCM)

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Exploração Sexual de Mulheres

• – Código Penal Brasileiro, Capítulo V – do Lenocínio e do Tráfico de Pessoa para fim de Prostituição ou outra forma de Exploração Sexual, Artigo 227: exploração sexual “é induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem” e no Artigo 228 fala que é “induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone”.

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Secretaria de Políticas para as Mulheres:

Exploração sexual de mulheres - uma das formas de violência contra a mulher que se configura como um meio pelo qual um indivíduo tira proveito da sexualidade de outra pessoa (neste caso, das mulheres) com base numa relação desigual de poder, podendo fazer uso da coerção física, psicológica e do engano.

Exploração sexual para fins comerciais: envolve troca de dinheiro com/ou favores entre um usuário um intermediário/aliciador/agente e outros que obtêm lucro com a compra e venda do uso do corpo das crianças e dos adolescentes, como se fosse uma mercadoria”.

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Exploração sexual comercial de mulheres, adolescentes/jovens

• –uma questão social e uma prática criminosa. • Violação de direito humano fundamental,

especialmente do direito ao desenvolvimento de uma sexualidade saudável, bem como uma ameaça à integridade física e psicossocial.

• 3 formas primárias: a prostituição, a pornografia e o tráfico com fins sexuais, incluindo-se aí o turismo sexual.

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Assédio Sexual

• – “A abordagem, não desejada pelo outro, com intenção sexual ou insistência inoportuna de alguém em posição privilegiada que usa dessa vantagem para obter favores sexuais de subalternos ou dependentes. Para sua perfeita caracterização, o constrangimento deve ser causado por quem se prevaleça de sua condição de superior hierárquico ou ascendência, inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. Assédio Sexual7 é crime (art. 216-A, do Código Penal, Lei nº 10.224, de 15 de maio de 1991).

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Assédio Moral• – “É toda e qualquer conduta abusiva (gesto,• palavra, escritos, comportamento, atitude, etc.) que,

intencional e frequentemente, fira a dignidade e a integridade física ou psíquica de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho”.

• Cárcere Privado • – “Segundo o Art. 148 do CPB, configura-se quando

uma pessoa é impedida de andar com liberdade e é mantida presa contra a vontade. E se a vítima é a mãe, pai, filho, filha ou esposa do agressor, a pena é aumentada.

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Lei Maria da Penha

• Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

• I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

• II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;

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• III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

• Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.

• Art. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos.

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• Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;

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III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;

IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidade;

V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.

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Violência contra as mulheres- violência de gênero

• Expressão da subordinação histórica da mulher. • Bases dessa subordinação: - relações de gênero: produtoras de referências de

masculinidade e feminilidade e de uma distribuição desigual de poder entre os sexos;

- patriarcado: estrutura de dominação e exploração da mulher.

• Articulação das relações de gênero com outros eixos estruturadores da vida social: classe social e raça/etnia - reproduzem e mantêm estruturas de poder Sistemas de dominação-exploração: patriarcado, racismo e capitalismo

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• Ocorre em quadro de disputa de poder• Estágio atual das Relações de gênero – mulher: situação de

subordinação → maiores vítimas da violência de gênero.• Significa que há diferenças no estatuto social da condição masculina

e feminina - desvalorização e inferioridade do feminino.• Diferenças que fazem parecer certas situações de violência

experimentadas pelas mulheres, especialmente a violência que se dá por agressores conhecidos, próximos e de relacionamento íntimo, como experiências de vida usuais.

• Maior facilidade de sua naturalização: dificulta que a vítima enfrente a situação e amplia a legitimação social da violência.

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• A violência - é um instrumento para garantir a dominação dos homens sobre as mulheres, para manter a sociedade patriarcal.

• Violência funciona como controle social: treina as mulheres para adotarem o tipo de conduta que satisfaça as normas da sociedade patriarcal e reproduzir a matriz hegemônica de gênero.

• Excessos são condenados socialmente, mas a impunidade dos homens é imensa, em função da natureza da dominação masculina sobre as mulheres.

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• É uma violência estrutural e específica, transversal às classes, raças, etnias, religiões, nacionalidades e idades.

• Violências estruturais: se mantêm em razão de uma realidade de desigualdades sociais construídas na vida social: classe, gênero, raça/etnia (eixos estruturais da sociedade brasileira).

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• “A violência contra as mulheres só pode ser entendida no contexto das relações desiguais de gênero, como forma de reprodução do controle do corpo feminino e das mulheres numa sociedade sexista e patriarcal. As desigualdades de gênero têm, assim, na violência contra as mulheres, sua expressão máxima que, por sua vez, deve ser compreendida como uma violação dos direitos humanos das mulheres”.

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Violência contra a mulher: expressão da violência de gênero

Mapa da Violência 2012. CADERNO COMPLEMENTAR 1: HOMICÍDIO DE MULHERES NO BRASIL. Abril de 2012, São Paulo. Waiselfisz, Julio Jacobo. Mapa da Violência 2012. Os novos padrões da violência homicida no Brasil. São Paulo, Instituto Sangari, 2011.

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FEMICÍDIO/FEMINICÍDIO

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FEMICIDIO – BRASIL

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Meios utilizados nos homicídios masculinos e femininos (em %)

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HOMICÍDIOS FEMININOS NAS CAPITAIS (em 100 mil mulheres)

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Homicídios femininos (em 100 mil mulheres) nos municípios com mais de 26 mil mulheres

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O DIREITO A UMA VIDA SEM VIOLÊNCIA

• Política de Enfrentamento à Violência.• Lei Maria da Penha – direito patriarcal viu-se

ameaçado – maior resistência: Poder Judiciário.

• Pacto Nacional de Enfrentamento a Violência contra a Mulher.

• Cresceu o número de mulheres assassinadas:2000- branca 3,7 negra 4,4 2006- 2,9 5,0Total- 9,3 9,6

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Redes de serviços• Aumentou, mas ainda é insuficiente e precária Governos estaduais – criam, mas não instalam ou

o fazem precariamente.Qualidade dos serviços centrada nas capitais e

grandes cidades, c/ problemas.Pacto federativo – Problema do transferência de

recursos.Despreparo dos recursos humanos, serviços temporários .

DEM; Defensoria Pública; Varas; CRAM; Centro de Educação e Reabilitação do Agressor.

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O conceito de enfrentamento (PNEVCM) diz respeito

• à implementação de políticas amplas e articuladas, que procurem dar conta da complexidade da violência contra as mulheres em todas as suas expressões.

• Requer a ação conjunta dos diversos setores envolvidos com a questão (saúde, segurança pública, justiça, educação, assistência social, entre outros), no sentido de propor ações que:

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• desconstruam as desigualdades e combatam as discriminações de gênero e a violência contra as mulheres;

• interfiram nos padrões sexistas/machistas ainda presentes na sociedade brasileira;

• promovam o empoderamento das mulheres;• e garantam um atendimento qualificado e

humanizado àquelas em situação de violência.

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Eixos Estruturantes da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres

• Prevenção: Ações educativas e culturais que interfiram nos padrões sexistas

• Enfrentamento e combate: Ações punitivas e cumprimento da Lei Maria da Penha

• Assistência: Fortalecimento da Rede de Atendimento e capacitação de agentes públicos

• Acesso e garantia de direitos: Cumprimento da legislação nacional/internacional e iniciativas para o empoderamento das mulheres

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Rede de Atendimento à Mulher em situação de Violência é

composta pelos seguintes serviços (evitar a rota crítica):

• Centros de Referência de Atendimento à Mulher• Núcleos de Atendimento à Mulher• Casas-Abrigo; Casas de Acolhimento Provisório• Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher/Núcleos ou Postos de

Atendimento à Mulher nas• Delegacias Comuns; Polícia Civil e Militar; Instituto Médico Legal• Defensorias da Mulher• Juizados de Violência Doméstica e Familiar• Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180; Ouvidorias/Ouvidoria da Mulher da

SPM• Serviços de Saúde voltados para o atendimento dos casos de violência sexual e

doméstica; Posto de Atendimento Humanizado nos Aeroportos• Núcleo da Mulher da Casa do Migrante