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Definições preliminares
• Violência em meio escolar situa fenômenos distintos:
- violência contra a
escola
- violência da escola
- violência na escola
Quem pratica a violência nas escolas?
Estudos mostram que os atos violentos nas escolas geralmente são praticados por alunos ou ex-alunos
ASPECTO RELEVANTE• O PAPEL DO GRUPO COMO FOMENTADOR E
SUSTENTADOR DOS ATOS VIOLENTOS : estratégias de aceitação / identificação
Discussões em torno da violência contra a escola
• Debate: qual o papel da escola na atualidade?
• Caracterização socioeconômica do entorno
• Delimitação dos fatores de risco
• As novas configurações familiares
Violência da escola
Expressão:
• Organização autoritária
• Currículos fechados
• Ambiente confuso e não acolhedor
• Práticas discriminatórias
Discussões em torno da violência da escola
• Debate: Democratização da escola
• Organização escolar: currículos
• Identidades locais: respeito às diferenças
• Formação de professores
Violência na escolaExpressão:
• Bullying: xingamentos, desrespeitos, humilhações, ameaças
• Agressões físicas
• Drogas na escola
Discussões em torno da violência na escola
• Debate: Educação para a paz
• Gerações em conflito – alunos x professores
• Sociabilidade juvenil – identidades; masculinidades
• Contexto social – cultura da violência
• Escola: espaço de encontro das diferenças
O LUGAR DA ESCOLA
• EDUCAR – CIVILIZAR: CHOQUE DE CULTURAS
• ESCOLA COMO LUGAR DA LEI/ DO LIMITE
• SEDIMENTAÇÃO DO UNIVERSO SIMBÓLICO: AS REGRAS E VALORES CULTURAIS
• ENCONTRO COM A DIFERENÇA
ESCOLA SEGURA
• Organização, limpeza e iluminação do espaço físico – evitar esconderijos
• Melhoria das condições de segurança dos prédios – evitar acidentes ; evitar invasões
ESCOLA ORGANIZADA
• Estabelecimento de um código de conduta na escola com previsão das sanções em caso de descumprimento das normas
• Comunicação clara e divulgação constante para todos
• Garantia da aplicação não discriminatória das normas
• Desenvolvimento de programas educativos que incentivem a adoção dos comportamentos desejados
ATENÇÃO:
Não se trata de
transformar a escola numa
instituição severa e sem
liberdade
ESCOLA QUE CUIDA
• Estabelecimento de um clima agradável na escola:
• As percepções, sentimentos e comportamentos de seus membros revelam que a escola é um lugar onde as pessoas se sentem confortáveis, bem-vindas e que podem ser bem sucedidas
Escuta Ativa
Conhecer o ponto de vista dos alunos:
• o que pensam, sentem, compreendem, querem?
• O que dizem?
• Como se expressam? NEGOCIAÇÃO
Mediação de conflitos
• Atenção às relações –bullying “não é coisa de criança”
• Aprendizagem da COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA
• Formação de mediadores
Supervisão dos jovens
• Identificação dos jovens em situação de risco –ativação das instituições de apoio (conselhos, redes, ongs)
• Desenvolvimento de atividades de cultura, lazer, esporte e trabalho como SAÍDAS ALTERNATIVASpara as drogas e a delinquência
Integração com a comunidade
• Estabelecimento de uma rede de PARCERIAS – via de mão dupla
ESCOLA COMO
REFERÊNCIA
LOCAL
Papéis compartilhados
Gestão democrática• Escola como espaço de
participação
• Escola voltada aos interesses da comunidade local
Coerência entre o
dizer o fazer
Fomentar uma cultura de paz
• Educar para a tolerância
• Educar para o respeito ao diferente
• Educar para a ordem
• Educar para a convivência
• Educar para a autonomia
• Educar para a sustentabilidade
SAÍDAS:A CENTRALIDADE DO
EDUCADOR• O educador como observador privilegiado das manifestações dos
alunos
• Esferas de atuação:
- motivação
- gerenciamento de conflitos
- análise dos próprios comportamentos que possam ser geradores de violência
- cuidado com as ações que possam levar à estigmatização de pessoas e comportamentos
Iniciativas públicas em curso
• Projeto Escola Viva, Comunidade Ativa
• Projeto Escola Aberta (abertura das escolas aos finais de semana)
• Projeto Escola que Protege (proteção dos direitos da criança e do adolescente)
LEGISLAÇÕES
1- Constituição Federal
.
2- Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA – Lei n. 8.069/90
3- Lei nº 13.185 /2015: Caracteriza-se a intimidação sistemática (bullying)
quando há violência física ou psicológica em atos de intimidação.
4- 13.277/16: 07 de abril como o Dia Nacional de Combate ao Bullying no
país.
5- 13.663/18: altera a LDB (Lei de Diretrizes de Bases e Educação) para
acrescentar em seu artigo 12, que os estabelecimentos de ensino terão a
incumbência de promover medidas de conscientização, de prevenção e de
combate a todos os tipos de violência, especialmente a intimidação
sistemática, no âmbito das escolas e estabelecer ações destinadas a
promover a cultura de paz nesses ambientes.
6- Lei Estadual Rio Grande do Sul aprovou a Lei n. 13.474, de 28/06/2010,
que obriga as instituições de ensino, públicas ou privadas, com ou sem fins
lucrativos, a desenvolver uma política “antibullying”,
O bullying como fonte geradora do dever
de indenizar
Art. 186 do Código Civil, para caracterizar o ato ilícito
será necessária a comprovação dos seguintes
elementos: a conduta dolosa ou culposa do agente, o
dano e o nexo causal.
Assim sendo, regra geral, a vítima do bullying deverá
comprovar no processo que o causador agiu dolosa
ou culposamente (negligência, imprudência ou
imperícia), causando-lhe (nexo causal) dano, seja
patrimonial ou extrapatrimonial (moral e ou estético).
A responsabilidade civil dos pais, das
escolas e do próprio menor agressor
É imperioso e necessário o reconhecimento da
responsabilização de algumas pessoas em caso de
bullying escolar, pois servirá para evitar a
impunidade do agressor e a vingança por parte da
própria vítima.
Da responsabilidade dos pais
A responsabilidade dos pais pelos atos dos filhos menores é
espécie de responsabilidade extracontratual, indireta, pelo fato
de outrem, através da qual a Lei civil determina que outra
pessoa venha a responder pelo dano ainda que não tenha sido
a sua causadora direta. Trata-se de nexo de imputação de
garantia.
Essa responsabilidade está prevista no art. 932, inciso I, do
Código Civil, que determina a responsabilidade dos pais, pelos
atos dos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e
companhia.
De regra, o dever de indenizar dos pais advém do poder
familiar, na medida em que dentre os deveres lhe incumbe os
de guarda e vigilância. Assim sendo, se o filho menor causar
dano a outrem, através da prática do bullying, os genitores
poderão ser responsabilizados civilmente, pois falharam de
alguma forma no dever de vigilância, sem direito de regresso
contra o filho menor.
APELAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. INTERNET. USO DE
IMAGEM PARA FIM DEPRECIATIVO. CRIAÇÃO DE BLOG –
página pessoal para fotos na rede mundial de
computadores. responsabilidade dos genitores. pátrio
poder. bullying. ato ilícito. dano moral in re ipsa. ofensas aos
chamados direitos de personalidade.
MANUTENÇÃO DA INDENIZAÇÃO. PROVEDOR DE INTERNET.
SERVIÇO DISPONIBILIZADO. COMPROVAÇÃO DE ZELO.
AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE PELO CONTEÚDO. AÇÃO.
RETIRADA DA PÁGINA EM TEMPO HÁBIL. PRELIMINAR
AFASTADA. DENUNCIAÇÃO DA LIDE. AUSENCIA DE
ELEMENTOS. (TJRS. Apelação Cível n. 70031750094. 6a CC.
Relator Desa. Liége Puricelli Pires. J. 30.06.2010. Publicado no DJ
em 12/07/2010).
O Tribunal de Justiça de São Paulo também
responsabilizou os pais, pela prática de bullying, de
acordo com a ementa:
Reparação de danos morais – Campanha
difamatória pela internet – Blog criado pela colega
de escola para prática do bullying – Responsabilidade
do genitor em razão da falta de fiscalização e
orientação – Sentença reformada apenas para reduzir o
valor da indenização, considerando a extensão do dano,
a época dos fatos e a realidade das partes. (grifou-se)
(TJSP. Apelação Cível n. 994.06.039767-4. 7ª Câmara
de Dir. Privado. Rel. Des. Miguel Brandi. Julgada em
22/12/2010)
RESPONSABILIDADE DA ESCOLA
Cláudia Lima Marques, no que tange à
responsabilidade objetiva do art. 14 do Código de
Defesa do Consumidor, ensina que independe de culpa
e com base no defeito, dano e nexo causal entre o
dano ao consumidor-vítima (art. 17) e o defeito do
serviço prestado no mercado brasileiro , para que surja
o dever de indenizar.
Os tribunais têm reconhecido a obrigação de indenizar
das escolas privadas, em caso de bullying, por
considerarem que houve falha na prestação do serviço.
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA.
VIOLÊNCIA ESCOLAR. BULLYING.
ESTEBELECIMENTO DE ENSINO.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. FALHA NA
PRESTAÇAO DE SERVIÇO. DANO MORAL
CONFIGURADO. (TJRJ, Apelação cível n. 0003372-
37.2005.8.19.0208, 13a CC, unânime, Rel. Des.
Ademir Pimentel, j. 2/2/2011).
Os atos de bullying são considerados atos ilícitos, pois não são admitidos
pelo ordenamento jurídico já que causam graves danos à vítima.
De regra, a responsabilidade pela prática do bullying deverá recair sobre os
pais, que exercem o poder familiar, instituto de onde decorre o dever de
vigilância e guarda do filho menor, permanecendo até a maioridade civil (18
anos), quando extingue esses deveres, devendo assumir os riscos do que
os filhos causarem a terceiros. Trata-se de uma responsabilidade
extracontratual, indireta, pelo fato de outrem.
Por outro lado, a escola também poderá ser responsabilizada nos
casos de bullying, já que assumem o dever de guarda sobre os
menores, transferido pelos pais ainda que temporariamente, e não
pode negligenciar frente a esses fatos. A escola tem responsabilidade
pela integridade psicológica e física de seus alunos. Além disso, a
responsabilidade da escola, seja pública ou particular, é objetiva. Em se
tratando de escola particular a relação existente entre ela e o aluno é de
consumo e se ele sofrer um dano haverá falha na prestação de serviço da
instituição, encontrando no descumprimento contratual a fonte para a ação
indenizatória. Por outro lado, às escolas públicas não se aplica o Código de
Defesa do Consumidor.