18
Virtualização de Desktop André Luiz Jesus Gonçalves, Márcio Inácio Oliveira, Marcos Gomes Salvador Faculdade de Tecnologia SENAC Goiás Av. Independência, Nº 1.002, Setor Leste Vila Nova Goiânia-GO - CEP: 74645-010 [email protected], [email protected], [email protected] Resumo: O trabalho em questão propõe a comparação das tecnologias de infraestrutura de virtualização de desktops oferecidas pelas ferramentas Open Virtual Desktop e VMware View. Tal comparação é baseada na análise do uso de CPU (Central Processing Unit), uso de memória RAM (Random Access Memory) e tráfego de rede. Palavras-chave: virtualização, virtualização de desktop, máquinas virtuais desktops virtuais. Abstract: The work in question proposes the comparison of technologies infrastructure desktop virtualization tools offered by Open Virtual Desktop and VMware View. This comparison is based on analysis of CPU (Central Processing Unit) usage, RAM (Random Access Memory) usage and network traffic. Keywords: virtualization, desktop virtualization, virtual machines, virtual desktops. 1. Introdução O estudo a seguir, tem como objetivo principal comparar diferentes tecnologias de virtualização de desktop. Tecnologias estas, representadas neste trabalho, pelo Open Virual Desktop (OVD) e pelo VMware View. O paralelo entre elas sugere a observância de determinadas questões. Dentre as quais, destacam-se as seguintes: Como realizar esta comparação? E como maximizar a utilização do hardware através de experimentos com o OVD e o com VMware View? De certa maneira, as respostas para tais questões serão firmadas em hipóteses e deduções, provenientes de experimentos, coleta de informações e análise de resultados. Para isso, serão configurados dois ambientes. Um para cada uma das tecnologias estudadas. Em cada ambiente serão realizadas a inicialização do máximo número de desktops virtuais possíveis e a execução de uma aplicação comum a todos os desktops virtuais.

Virtualização de Desktops

Embed Size (px)

DESCRIPTION

O trabalho em questão propõe a comparação das tecnologias de infraestrutura de virtualização de desktops oferecidas pelas ferramentas Open Virtual Desktop e VMware View. Tal comparação é baseada na análise do uso de CPU (Central Processing Unit), uso de memória RAM (Random Access Memory) e tráfego de rede, monitoradas por SNMP utilizando a ferramenta Cacti solução gráfica de monitoramento.

Citation preview

Page 1: Virtualização de Desktops

Virtualização de Desktop

André Luiz Jesus Gonçalves, Márcio Inácio Oliveira, Marcos Gomes Salvador

Faculdade de Tecnologia SENAC Goiás

Av. Independência, Nº 1.002, Setor Leste Vila Nova

Goiânia-GO - CEP: 74645-010

[email protected], [email protected], [email protected]

Resumo: O trabalho em questão propõe a comparação das tecnologias de

infraestrutura de virtualização de desktops oferecidas pelas ferramentas Open

Virtual Desktop e VMware View. Tal comparação é baseada na análise do uso

de CPU (Central Processing Unit), uso de memória RAM (Random Access

Memory) e tráfego de rede.

Palavras-chave: virtualização, virtualização de desktop, máquinas virtuais

desktops virtuais.

Abstract: The work in question proposes the comparison of technologies

infrastructure desktop virtualization tools offered by Open Virtual Desktop and

VMware View. This comparison is based on analysis of CPU (Central

Processing Unit) usage, RAM (Random Access Memory) usage and network

traffic.

Keywords: virtualization, desktop virtualization, virtual machines, virtual

desktops.

1. Introdução

O estudo a seguir, tem como objetivo principal comparar diferentes tecnologias de

virtualização de desktop.

Tecnologias estas, representadas neste trabalho, pelo Open Virual Desktop

(OVD) e pelo VMware View.

O paralelo entre elas sugere a observância de determinadas questões. Dentre as

quais, destacam-se as seguintes: Como realizar esta comparação? E como maximizar a

utilização do hardware através de experimentos com o OVD e o com VMware View?

De certa maneira, as respostas para tais questões serão firmadas em hipóteses e

deduções, provenientes de experimentos, coleta de informações e análise de resultados.

Para isso, serão configurados dois ambientes. Um para cada uma das

tecnologias estudadas. Em cada ambiente serão realizadas a inicialização do máximo

número de desktops virtuais possíveis e a execução de uma aplicação comum a todos os

desktops virtuais.

Page 2: Virtualização de Desktops

Tais tarefas ocorrerão com a finalidade de se obter a maximação do hardware,

em pelo menos um dos ambientes trabalhados.

A partir daí, parâmetros como: o uso da CPU (%), o uso da memória RAM (%) e

o tráfego de rede (Mb/s) serão devidamente coletados. Em seguida as informações

obtidas serão analisadas e comparadas entre si.

O resultado deste estudo é de considerável importância por apresentar

informações detalhadas acerca de uma tecnologia que ocupa atualmente, uma posição

promissora no mercado. Pois, a virtualização de desktop apresenta-se como uma solução

que oferece flexibilidade, praticidade, dinamismo, segurança e redução de custos.

Situações do dia a dia comprovam tal informação. Um exemplo seria a

necessidade de instalar um novo aplicativo em todas as estações de trabalho de uma

determinada organização. Dependendo da quantidade de máquinas, esta se tornaria uma

tarefa longa e dispendiosa.

Logo, é possível verificar que ocasiões desta natureza e outras inúmeras

situações podem ser contornadas com a configuração de um único computador e seu

posterior “compartilhamento” com os demais usuários.

2. Virtualização

A Virtualização está em evidência. As discussões em torno do tema é destaque quando o

assunto trata de novas soluções na área da Tecnologia da Informação. Tal fato remonta

uma tendência que teve início há mais de quatro décadas, quando surgiu a ideia de

particionar um único sistema computacional em vários outros (CARISSIMI, 2008).

Essa metodologia adotada para dividir os recursos de um computador em vários

ambientes de execução, através da aplicação de conceitos ou tecnologias como

particionamento de hardware e software, compartilhamento de tempo e simulação de

máquina, é o que define a Virtualização (RULE, 2007).

Em outras palavras, Virtualização é a maneira de se obter aplicações a partir da

abstração do hardware e componentes subjacentes (KAPPEL, 2009).

Embora não seja um conceito novo, esta é uma tecnologia que assume um

emergente espaço no mercado atual e de diferentes maneiras tem sido empregada.

Normalmente, sua utilização ocorre com o propósito de estabelecer melhores níveis de

performance, escalabilidade, disponibilidade, confiabilidade, agilidade e consolidação

de vários ambientes em um sistema único (KUSNETZKY, 2009).

Destacam-se três categorias que definem as formas de utilização da

virtualização. São elas: a virtualização do sistema operacional, a virtualização em nível

de software e a virtualização em nível de hardware.

A virtualização do sistema operacional (SO) é a tecnologia em que a camada de

virtualização localiza-se entre o próprio SO e as aplicações. Mecanismo este, que

Page 3: Virtualização de Desktops

permite a criação de partições lógicas em uma plataforma de maneira em que cada uma

delas seja vista como uma máquina isolada, mas que compartilham um único sistema

operacional.

Já a virtualização em nível de software é a tecnologia em que a camada de

virtualização nada mais é que um programa de aplicação do SO e tem como objetivo

definir uma máquina abstrata onde é executada uma aplicação desenvolvida em uma

linguagem de alto nível específica.

Por fim, a virtualização em nível de hardware caracteriza-se como a tecnologia

em que a camada de virtualização é posta diretamente sobre a máquina física. O que

permite apresentar às camadas superiores um hardware abstrato. Este tipo corresponde à

definição original de máquinas virtuais da década de sessenta (VERAS, 2011).

Alguns autores ainda enumeram tipos específicos, como a virtualização de

processamento, a virtualização de rede, a virtualização de armazenamento, a

virtualização de aplicações e a virtualização de acesso. Vale ressaltar, porém, que as

vantagens estão na possibilidade de combinar esses tipos, como no caso da

Virtualização de Desktop, objeto a ser tratado neste estudo.

2.1. Máquinas Virtuais

As Máquinas Virtuais são definidas como containers de softwares isolados, capazes de

executar um sistema operacional com aplicações próprias, assim como qualquer outro

servidor físico.

Elas podem ser gerenciadas pelos monitores de máquinas virtuais denominados

Hipervisores. Mais que isolar software e hardware, o hipervisor controla os recursos

disponibilizados à máquina virtual e entrega para o sistema operacional convidado, um

conjunto de instruções de máquina equivalente ao processador do servidor físico. Isso

permite que sistemas operacionais de diferentes configurações coexistam em um mesmo

hardware (VERAS, 2011).

2.2. Virtualização de Desktop

Esta é uma tecnologia que se apresenta ao mercado de um modo muito atrativo. Manter

uma organização equipada com desktops virtuais significa dizer que em qualquer

computador, a qualquer momento e onde quer que esteja, o usuário, devidamente

autorizado, terá acesso ao seu ambiente de trabalho, seus aplicativos e documentos.

O que torna isso possível é a virtualização de desktop, tecnologia que encapsula

o sistema operacional e as aplicações e as entregam a uma estação de trabalho remota.

Normalmente, o processamento das regras, o armazenamento de dados, a

interface do usuário e as aplicações que estão em execução, durante uma determinada

sessão, localizam-se em um servidor distinto, porém, de modo transparente ao usuário

Page 4: Virtualização de Desktops

final (KUSNETZKY, 2009).

Tais funções são gerenciadas pelos hipervisores, que também, são responsáveis

por disponibilizar os desktops virtuais de maneira individualizada e protegida.

No gerenciamento executado pelos hipervisores ocorre outro importante

processo. Trata-se da gestão da carga de trabalho, o que torna possível, por exemplo,

várias instâncias, de um mesmo aplicativo, serem executadas em mais de uma sessão

(VERAS, 2011).

Além da segurança, vinculadas à utilização de desktops virtuais, destacam-se

inúmeras outras vantagens, como por exemplo:

A mobilidade, pois o acesso ao desktop, através de vias externas à empresa,

poderá ocorrer de maneira adequada às normas de segurança já aplicadas

internamente;

A flexibilidade, pois diferentes dispositivos com sistemas operacionais diversos

e devidamente preparados poderão acessar os desktops virtuais;

O uso irrestrito de aplicações independentemente do sistema operacional do

dispositivo em questão;

O dinamismo em processos de instalação e atualização de softwares;

E a redução de custos com a manutenção.

Vantagens estas, fazem da virtualização de desktop uma tecnologia muito

interessante por apresentar soluções de economia bem significativas (KUSNETZKY,

2009).

A seguir, soluções de mercado para a virtualização de desktops serão abordadas

de maneira específica.

2.3. Soluções de mercado

Vários são os produtos encontrados no mercado com o fim de prover desktops virtuais.

Empresas como a Citrix Systems, a VMware e a própria Microsoft desenvolveram suas

soluções e se lançaram no mercado, a fim de consolidar-se também nesta ramificação da

virtualização, que desponta como uma área bem promissora.

Vale lembrar que soluções open source não ficaram para trás, um bom exemplo

é o Open Virtual Desktop (OVD), também denominado Ulteo, desenvolvido por Gaël

Duval (empresário e fundador da distribuição Mandrake Linux) e Thierry Koehrlen

(cofundador da Intalio, líder open source em sistemas de automatização em gestão de

processos de negócio), que surpreendentemente mostra-se como uma solução eficiente

dentro daquilo que propõe.

O estudo em questão faz uma análise comparativa da infraestrutura de

virtualização de desktops com a utilização das soluções OVD e VMware View.

Page 5: Virtualização de Desktops

3. Experimentos

Os experimentos foram definidos como a etapa do trabalho em que foi realizado todo o

desenvolvimento prático. A sessão que segue, apontará como esses experimentos foram

desenvolvidos, o planejamento estrutural para cada ambiente, o método adotado para

execução dos laboratórios, a inicialização dos desktops virtuais e a execução de uma

aplicação para cada sessão iniciada.

Os experimentos foram organizados em duas etapas, as quais foram

denominadas de “Laboratório OVD” e “Laboratório VMware”. O Laboratório OVD

constituiu-se como a etapa de testes e coleta de resultados no processo de utilização de

desktops virtuais, através da tecnologia Open Virtual Desktop. Enquanto que o

Laboratório VMware tratou dos testes e da coleta de resultados no processo de

utilização de desktops virtuais, através da tecnologia VMware.

Visando estabelecer uma justa equivalência de procedimentos, a proposta em

questão contou com cenários idênticos para a realização dos mesmos.

A estrutura física para a execução dos experimentos contou com um ambiente

informatizado composto por dois servidores iguais, equipados com processadores de 8

núcleos e 16 GB de memória RAM e quarenta estações de trabalho equipadas com

processadores de 2 núcleos e 4 GB de memória RAM, além destes, fez-se necessário

também, a utilização de um computador, com processador de 4 núcleos e 4GB de

memória RAM, específico para a coleta e análise dos resultados. Todos conectados e

configurados em uma mesma LAN.

Em cada servidor foi instalado o respectivo serviço de virtualização de desktop e

a partir das estações mencionadas, inicializadas as sessões.

A comparação entre as tecnologias procurou fazer-se justa, de modo a atenuar as

ações que porventura pudessem influenciar os resultados.

Até mesmo a maneira como estes foram coletados mereceu atenção específica,

ou seja, para tal tarefa utilizou-se uma ferramenta externa àquelas sugeridas pelo OVD e

pelo VMware View. Assim, ambos os laboratórios foram monitorados pelo Cacti,

solução gráfica de monitoramento que utiliza o sistema RRDtool, cujo objetivo é

armazenar e monitorar dados em série, obtidos durante um período de tempo pré-

determinado (URBAN, 2011).

Tais experimentos foram planejados com o propósito de obter-se a maximização

do hardware, observando os seguintes parâmetros: o uso da CPU (%), o uso da memória

RAM (%) e o tráfego de rede (Mb/s). Para isso o agente SNMP (Simple Network

Management Protocol) foi ativado em todos os servidores inseridos no contexto. Para

que assim, tais informações pudessem ser capturadas pelo Cacti

3.1. Laboratório OVD

A primeira tarefa para a realização do laboratório OVD foi a elaboração da estrutura que

guiaria todo o processo prático, conforme pode ser visto na Figura 1. Após essa

Page 6: Virtualização de Desktops

definição, foi instalado em um dos servidores o sistema operacional Linux, distribuição

CentOS v.6.3, o qual foi denominado “ServerOVD”. Em seguida, fazendo uso do

Kernel based Virtual Machine – KVM, que nada mais é que um composto carregável do

módulo do kernel, que oferece a infra-estrutura de virtualização do hardware (IBM,

2012), foram instaladas duas máquinas virtuais. A primeira denominada

“gerenciadorOVD” e a segunda “aplicacaoOVD”.

A VM gerenciadorOVD foi equipada também, com o sistema operacional Linux,

distribuição CentOS v.6.3. Em seguida, preparando-a para receber o serviço OVD

propriamente dito, fez-se necessário a instalação das ferramentas Apache (v.2.4.3),

MySQL Server (v.5.5) e PHP (v.5.4.8), que são requisitos básicos para o seu devido

funcionamento. A partir de então, o serviço OVD foi instalado, configurado e iniciado.

Já a segunda VM, aplicacaoOVD, foi equipada com o sistema operacional

Windows Server 2008 R2 e em seguida, efetuada a instalação do aplicativo Ulteo OVD

Application Server.

Figura 1: Esquema que ilustra a estrutura utilizada no laboratório OVD

Vale ressaltar que durante o processo de configuração do Ulteo OVD Application

Server, o servidor de aplicação OVD é vinculado ao servidor gerenciador, através do

registro realizado no painel de administração do OVD.

Assim, a área de trabalho, bem como as aplicações disponíveis, foram definidas

como aptas a servir desktops virtuais, via RDP – Remote Desktop Protocol.

Page 7: Virtualização de Desktops

Por sua vez, os desktops virtuais foram inicializados a partir das estações de

trabalho, anteriormente mencionadas.

Foi estabelecido que a partir de cada uma das estações físicas, cinco desktops

virtuais seriam conectados. Isso possibilitou atingir a margem de duzentas sessões,

dependendo é claro, da saturação do ambiente que disponibilizaria o serviço.

Com o cenário devidamente configurado, o passo seguinte tratou da execução

propriamente dita do plano experimental. As conexões ocorreram via browser Internet

Explorer v.9.

A cada novo desktop virtual inicializado, fez-se necessário manter um

movimento de tela contínuo e simultâneo entre as sessões. Logo, executou-se um ping

constante de 30 Kb a partir de cada um deles, o que permitiu uma aplicação ativa em

cada sessão.

A partir daí, esse cenário foi monitorado durante um intervalo de quarenta

minutos. Adiante, serão abordados os resultados obtidos.

3.2. Laboratório VMware

Através de um servidor de configurações idênticas àquele utilizado no

laboratório OVD, foi iniciado um segundo momento do trabalho: o Laboratório

VMware.

Antes de qualquer configuração houve a necessidade de um estudo detalhado

das ferramentas disponíveis para testes que a VMware oferece em seu site, para enfim

serem definidas aquelas que encaixariam no propósito em questão. Logo, foi definida a

utilização das seguintes ferramentas:

VMware Vcenter VIMSetup-all-5.0 – Software capaz de oferecer a gerencia de

um conjunto de hipervisores e máquinas virtuais vinculadas a estes.

VMware vSphere Hypervisor ESxi 5.1 – Nada mais é que o hipervisor da

VMware, ou seja, o software que atua como plataforma de virtualização, que por sua

vez é colocado diretamente sobre a máquina física.

VMware vSphere Client v.5.1 – Cliente de configuração do VMware vSphere

Hypervisor ESxi.

VMware View Manager Premier v.5.1.1 – Pacote que inclui vários softwares

condicionados a oferecer serviços de desktop a partir de uma determinada nuvem.

Dentre eles foram utilizados os seguintes:

VMware View Agent-x86_64 v.5.1.1- Software responsável por configurar

a VM padrão que será disponibilizada como desktop virtual;

VMware View Composer v.3.0 – Software responsável por gerir as cópias

Page 8: Virtualização de Desktops

de VMs que atuarão como imagens “mestres” dos desktops virtuais que serão

disponibilizados;

VMware View Connection Server-x86_64 v.5.1.1 – Software que atua de

modo a verificar e validar o acesso do usuário, quando este solicitar uma

conexão ao pool de desktops virtuais;

VMware View Client-x86_64 v.5.1.1 - Software que estabelece a conexão

entre o usuário final e a nuvem, ou seja, responsável pela entrega do desktop

virtual ao usuário.

Definidas as ferramentas e o cenário a ser implementado, conforme mostra a

Figura 2, o passo seguinte tratou da instalação e da configuração do “ServerVMware”,

nome dado ao servidor físico, onde foi instalado o VMware vSphere Hypervisor ESxi

5.1. Em seguida, sua configuração e demais abordagens para a criação de máquinas

virtuais fez-se possível mediante a instalação do VMware vSphere Client v.5.1 em uma

outra máquina presente na rede.

Figura 2: Esquema que ilustra a estrutura utilizada no laboratório VMware

A partir daí foram instaladas três VMs: A primeira equipada com o sistema

operacional Microsoft Windows Server 2008 R2, denominada “Vconnection”, onde

foram instalados e configurados o VMware View Connection Server-x86_64 v.5.1.1 e o

VMware View Composer v.3.0. A segunda também equipada com o sistema operacional

Microsoft Windows Server 2008 R2, denominada “Vcenter”, onde foi instalado e

configurado o VMware Vcenter VIMSetup-all-5.0, além de receber a configuração do

serviço Active Directory. Já a terceira e última VM merece uma atenção especial. Esta

Page 9: Virtualização de Desktops

foi equipada com o sistema operacional Microsoft Windows 7 Professional e recebeu o

nome de “Win7pro”. Nela foi instalado e configurado também, o VMware View Agent-

x86_64 v.5.1.1. Finalizadas suas configurações, foi desligada. Sua função é apenas

servir como base para as “réplicas” que serão criadas a partir de um snapshot.

Ao contrário do laboratório OVD, que disponibilizou desktops virtuais a partir

de um navegador web, o laboratório VMware fez uso de um cliente para executar tal

tarefa. Assim, o experimento passou a depender de uma quantidade maior de estações

de trabalho.

Conforme mencionado anteriormente, o ambiente disponível para testes

dispunha de quarenta estações. O que seria insuficiente para esta proposta. Adotou-se

então, a utilização de VMs. Logo, foi realizada a instalação do VMware Workstation,

atuando como player de máquinas virtuais, em cada uma dessas estações.

Para cada estação foram executadas cinco VMs, sendo que cada VM foi

equipada com o Microsoft Windows 7 Professional e com o VMware View Client-

x86_64 v.5.1.1.

Logo, obteve-se o VMware View Client disponível em duzentas VMs. A partir

destas, os virtuais desktops puderam ser inicializados.

Com a conclusão do cenário proposto, o mesmo experimento mencionado no

laboratório OVD foi repetido no laboratório VMware.

Resumindo o método adotado para a execução dos laboratórios, tem-se em cada

ambiente, um servidor físico e duas máquinas virtuais monitoradas. A relação adotada

na análise dos dados visou comparar o comportamento dos servidores físicos entre si,

bem como as máquinas virtuais correspondentes a cada laboratório. A tabela 1, a seguir,

apresenta a maneira como esses parâmetros foram organizados.

Método de análise e comparação dos dados

obtidos nos processos experimentais

Parâmetros coletados

Uso da

CPU

Uso da

Memória

Tráfego de

rede

Máquinas

monitoradas

Hipervisores ServerOVD x ServerVMware

Máquinas Virtuais GerenciadorOVD x Vcenter

AplicacaoOVD x Vconnection

Tabela 1: Parâmetros adotados para a comparação entre os servidores

Os resultados obtidos durante a execução dos experimentos serão abordados na

sessão a seguir.

Parâmetro analisado apenas na comparação entre os hipervisores

Page 10: Virtualização de Desktops

4. Resultados

Esta sessão trata especificamente, dos resultados obtidos durante observações e análise

dos experimentos. Logo, serão apresentados os dados estatísticos levantados a partir do

uso da CPU, do uso da memória RAM e do tráfego de rede, bem como o comparativo

percentual entre todos os servidores inseridos no processo.

4.1. Uso da CPU

De modo geral, a análise do uso da CPU (%) apontou um nível de processamento

relativamente maior por parte dos servidores utilizados no laboratório VMware.

Em números, conforme pode ser visto, através da Figura 3, observou-se que o

ServerOVD obteve média de 54.8% de uso, enquanto que no ServerVMware essa média

foi de 69,7%. Tal variação determinou, por parte do ServerVMware, um aumento no uso

da CPU de 27.2% em relação ao ServerOVD.

Já o GerenciadorOVD apresentou média de 25.4%, enquanto que seu

correspondente no segundo laboratório, o Vcenter, obteve média de 35%. Variação que

determinou, por parte do Vcenter, um aumento no uso da CPU em 37.8% em relação ao

GerenciadorOVD.

0

10

20

30

40

50

60

70

80(%)

Servidores

ServerOVD ServerVMware

GerenciadorOVD Vcenter

AplicacaoOVD Vconnection

21,9%

variação

27,2%

variação

37,8%

variação

Figura 3: Gráfico descritivo da comparação do uso de CPU entre os servidores

Comparativo entre os servidores sob a análise do uso de CPU

Page 11: Virtualização de Desktops

O último comparativo, sob a análise deste parâmetro, apresentou a única

situação em um servidor do laboratório OVD superou seu correspondente no laboratório

VMware, ou seja, o servidor AplicacaoOVD alcançou a média de 72.5% de uso da

CPU, enquanto que o Vconnection obteve média de 59.5%. Variação de 21.9% a mais

por parte do servidor AplicacaoOVD.

4.2. Uso da memória RAM

Quanto ao uso da memória, pode-se destacar que a principal informação obtida, durante

todo o processo, foi a saturação da mesma no ambiente OVD.

Assunto este, que será tratado adiante, pois antes disso, faz-se necessário

destacar o comparativo entre os números obtidos, conforme aponta a Figura 4, a seguir.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100(%)

Servidores

ServerOVD ServerVMware

GerenciadorOVD Vcenter

AplicacaoOVD Vconnection

32,5%

variação

39,6%

variação

48,4%

variação

Figura 4: Gráfico descritivo da comparação do uso de memória física entre os servidores

Verifica-se que no ServerOVD, a média de uso atingiu 51,3% do total

disponível. Enquanto que o ServerVMware utilizou a média de 71,6%, ou seja, o uso de

memória no ServerVMware foi superior em 39,6% em relação ao uso no ServerOVD.

Por sua vez, o GerenciadorOVD fez uso médio de 32,7% do total disponível, e

seu correspondente no laboratório VMware, o Vcenter, atingiu a média de 48,5%.

Comparativo entre os servidores sob a análise do uso de memória

Page 12: Virtualização de Desktops

Logo, o uso de memória no Vcenter foi superior em 48,4% em relação ao uso no

GerenciadorOVD.

Já o servidor AplicacaoOVD obteve a alta média de 98% de uso do total

disponível. Seu correpondente, o Vconnection, atingiu 74%. Resultando, por parte do

servidor AplicacaoOVD, o uso de memória superior em 32,5% em relação ao

Vconnection.

A saturação da memória física disponível, mencionada anteriormente, ocorreu

especificamente, na VM2 do laboratório OVD, ou seja, no servidor AplicacaoOVD.

Notou-se, após um comportamento instável dos desktops virtuais conectados,

que o servidor AplicacaoOVD havia atingido o patamar máximo referente ao uso da

memória física disponibilizada.

Na Figura 5, o gráfico obtido junto ao Cacti, mostra que do total de 4 GB de

memória física, atingiu-se o ponto máximo de utilização de 3.99 GB. Indica também,

que a média de uso atingiu 3.92 GB. O que reflete o percentual de 98% de uso,

conforme apontou o gráfico da Figura 4.

Tal fato ocasionou a limitação do número de desktops virtuais. No total, obteve-

se o limite máximo de 188 conexões ativas e simultâneas.

A partir desse número não foi possível executar novas conexões. E outras já

estabelecidas anteriormente, desconectavam-se sem uma prévia solicitação, caso

houvesse a insistência por estabelecer alguma sessão além das 188.

O confronto entre os ambientes OVD e VMware apresentou aí sua principal

distinção, pois no laboratório VMware esse número de sessões inicializadas foi

inclusive superado, porém determinou-se a utilização da mesma quantidade (188) de

desktops virtuais no momento da coleta dos resultados, a fim de obter-se uma análise

justa dos dados coletados.

Figura 5: Gráfico que ilustra a saturação da memória física no servidor AplicacaoOVD

Page 13: Virtualização de Desktops

4.3. Tráfego de rede

O tráfego de rede foi utilizado como parâmetro de comparação apenas entre os

servidores físicos (hipervisores). Neles, pôde-se verificar o trafego relevante no

contexto do experimento.

Em números, constatou-se que a média do tráfego de entrada no ServerOVD foi

de 69,9 Mb/s e o de saída 68,1 Mb/s, enquanto que no VMware o tráfego de entrada

atingiu a média de 61,9 Mb/s e o de saída 60,7 Mb/s, conforme apresenta o gráfico da

Figura 6.

A análise percentual mostra que o tráfego de rede no ServerOVD foi 12,6%

maior que o tráfego no ServerVMware.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Tráfego de rede - entrada

Tráfego de rede - saída68,1

Mb/s

69,9

61,9 60,7

48,9 48,7

0,060,08 0,060,08 0,07 0,07

Figura 6: Gráfico descritivo da comparação do tráfego de rede entre os servidores

4.4. Relação percentual entre os servidores

Os números apresentados a seguir, estabelecem uma síntese dos resultados sob a visão

de um experimento único, ou seja, tanto o laboratório OVD, quanto o laboratório

VMware serão analisados sob a ótica de um laboratório apenas.

Aplicou-se os mesmos métodos para realizar os cálculos percentuais de cada

parâmetro. A seguir, vejamos o exemplo do cálculo realizado para verificar o percentual

do uso da CPU do servidor Vconnecion, relacionando-o com o uso da CPU durante todo

Comparativo entre os servidores sob a análise do tráfego de rede

Page 14: Virtualização de Desktops

o experimento:

Logo, 316.9% equivalem a 100% da CPU utilizada no experimento em sua

totalidade. Assim o processamento de cada servidor é parte desse total. E o percentual

referente a essa parte pode ser obtido sob o cálculo de uma regra de três simples:

Partindo dessa análise, a relação percentual de utilização da CPU, entre os

servidores que compuseram o experimento, pode ser vista na Figura 7, a seguir:

Relação percentual de utilização da CPU

17%

22%

8%11%

23%

19%ServerOVD

ServerVMware

GerenciadorOVD

Vcenter

AplicacaoOVD

Vconnection

Figura 7: Gráfico da relação percentual de utilização da CPU

Observa-se no gráfico, que o uso da CPU foi relativamente maior no servidor

AplicacaoOVD, atingindo a marca de 23% da utilização total do experimento.

Já a relação dos servidores, sob o percentual de utilização da memória física,

pode ser analisada na Figura 8, a seguir:

316.9% 100%

59.5% CPUVconnetion (%)

CPUVconnetion = (59.5 x 100)/316.9

CPUVconnetion = 19%

Uso da CPUtotal do experimento = Soma do uso da CPUdos servidores

Uso da CPUtotal do experimento = 316.9%

Page 15: Virtualização de Desktops

Relação percentual de utilização da memória física

13%

19%

9%13%

26%

20% ServerOVD

ServerVMware

GerenciadorOVD

Vcenter

AplicacaoOVD

Vconnection

Figura 8: Gráfico da relação percentual de utilização da memória física

O gráfico mostra que o uso da memória física foi relativamente maior no

servidor AplicacaoOVD, atingindo 26% da utilização total do experimento.

Com relação ao tráfego de rede, no ServerOVD houve um percentual de

atividade de 39% do total ocorrido no experimento, enquanto que no ServerVMware

esse percentual foi de 34%. A soma da atividade de rede nos demais servidores atingiu

27%, conforme aponta o gráfico a seguir:

Relação percentual da tráfego de rede

34%

39%

27%

ServerVMware

ServerOVD

Demais servidores

Figura 9: Gráfico da relação percentual da atividade de rede entre os servidores durante todo o experimento

Page 16: Virtualização de Desktops

5. Considerações finais

Na prática, dentro das suas particularidades, tanto o Open Virtual Desktop quanto o

VMware View atingiu de modo satisfatório a proposta de disponibilizar desktops

virtuais.

Quanto ao processo de comparação, entre as tecnologias, buscou-se manter a

imparcialidade durante toda a execução do experimento.

Logo, medidas como a utilização de servidores equipados com configurações

idênticas; a equivalência na configuração das máquinas virtuais; a inicialização do

mesmo número de sessões (188 desktops virtuais) em ambos os laboratórios durante a

coleta dos dados; a instalação do Cacti em um computador extra àqueles envolvidos nas

práticas experimentais; o uso do protocolo SNMP na análise dos resultados; a busca

pela semelhança na configuração da infraestrutura dos ambientes; e a instalação

exclusiva de aplicativos que estivessem envolvidos no experimento proposto, foram

fundamentais para o sucesso do trabalho.

Sobre os produtos envolvidos no experimento, verificou-se que o VMware View

mostrou-se extremamente eficiente e funcional. Fato que comprova a excelência em

resultados, propostos pela VMware. Determinante para consolidá-la como líder global

no diz respeito à virtualização e infraestrutura em nuvem.

Quanto ao Open Virtual Desktop, apesar de ser uma aplicação relativamente

nova, mostrou-se capaz de suprir necessidades organizações de importante relevância. A

seu favor, ainda pesam o fato de ser Open Source e de oferecer a integração de

aplicações Windows e Linux em um mesmo ambiente.

Por fim, o experimento permitiu verificar que apesar do Open Virtual Desktop

merecer um considerável destaque, a solução VMware apresenta-se mais robusta e

consegue otimizar a utilização do hardware disponível em benefício da quantidade de

desktops virtuais possíveis.

6. Trabalhos futuros

Tendo por base o estudo apresentado, premissas para futuros projetos podem ser

elaboradas a partir dos seguintes temas: Desktops virtuais para Mobile computing,

Soluções livres para virtualização de desktops, Comparação de desempenho entre

desktops virtuais e convencionais.

Page 17: Virtualização de Desktops

Referências bibliográficas

VERAS, Manoel. Virtualização: Componente Central do Datacenter. São Paulo:

Brasport, 2011.

RULE, David; DITTNER, Rogier. Best Damn Server Virtualization. Period Book.

Burlington: Syngress, 2007.

TANEMBAUM, Andrew; STEEN, Maarten. Sistemas Distribuídos: Princípios e

paradigmas. 2 ed. São Paulo: Pearson, 2007.

LAUREANO, Marcos Aurélio Pchek. Máquinas Virtuais e Emuladores: Conceitos,

Técnicas e Aplicações. 1 ed. São Paulo: Novatec, 2006.

KAPPEL, Jason; VELTE, Anthony; VELTE, Toby. Microsoft Virtualization with

Hyper-V. New York: McGrawHill, 2009.

TULLOCH, Mitch. Understanding Microsoft Virtualization Solutions: From the

desktop to the datacenter. 2 ed. Washington: Microsoft, 2010.

MISHCHENKO, Dave. VMware ESXi: Planning, Implementation, and Security.

Boston: Course Technology Cencage, 2011.

KUSNETZKY, Dan. Virtualization: A Manager’s Guide. Sebastopol, Califórnia:

O’Reilly, 2011

LANGONE, Jason; LEIBOVICI, Andre. VMware View 5 Desktop Virtualization

Solutions. Birmingham: Packt, 2012.

VILE, Dale; LOCK, Tony; ATHERTON, Martin; COLLINS, Jon. Desktop

Virtualization for dummies: A reference for the rest of us. West Sussex: Wiley, 2010.

RUSSEL, Charlie; ZACKER, Craig. Introducing Windows Server 2008 R2. 1ed.

Washington: Microsoft, 2010.

BOSING, Angela; KAUFMANN, Evelacio Roque. Virtualização de servidores e

desktops. Unoesc & Ciência - ACET, Joaçaba, 2012.

(http://editora.unoesc.edu.br/index.php/acet/article/view/1483/pdf)

CARISSIMI, Alexandre. Virtualização: da teoria a soluções. Minicursos do 26º

Simpósio Brasileiro de Redes de Computadores – SBRC 2008.

ROSE, Robert. Survey of System Virtualization Techniques (2004).

(http://ir.library.oregonstate.edu/xmlui/bitstream/handle/1957/9907/rose-

virtualization.pdf?sequence=1) Acesso em agosto 2012.

MATTOS, Diogo Menezes Ferrazani. Virtualização: VMWare e Xen. GTA / POLI /

UFRJ. (http://recreio.gta.ufrj.br/grad/08_1/virtual/artigo.pdf). Acesso em agosto

2012.

SEO, Carlos Eduardo. Virtualização: Problemas e desafios.

(http://www.dcc.unicamp.br/~ducatte/mo401/1s2009/T2/008278-t2.pdf). Acesso em

agosto 2012

URBAN, Thomas. Cacti 0.8: Beginner’s guide. Birmingham: Packt Publishing, 2011

Page 18: Virtualização de Desktops

VMware, Inc (2007). Understanding Full Virtualization, Paravirtualization, and

Hardware Assist (http://www.vmware.com/). Acesso em agosto 2012

IBM. Kernel Virtual Machine: Best practices for KVM, 2012

Open Virtual Desktop, (http://www.ulteo.com/home). Acesso em agosto 2012