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Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação para o Desenvolvimento Módulo

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Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação parao Desenvolvimento

Módulo

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ÍNDICE

Acrónimos e abreviaturas 2

1. Introdução 31.1 Finalidade e objetivos 5

2. Conceitos-chave e considerações 52.1 Infância – um espaço protegido 52.2 Vulnerabilidade e tipos de discriminação 72.3 Abordagens-chave na programação para crianças 82.4 Aplicação de uma abordagem baseada nos direitos humanos 92.5 Visão geral de agentes-chave 11

3. Enquadramento legal internacional 123.1 Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC) 123.2 Outros tratados e normas relevantes 183.3 Compromissos da UE para com os direitos da criança 18

4. Análise contextual do país com base nos direitos da criança 214.1 Finalidade e objetivos da análise 234.2 Passo 1: Rever recursos críticos 24���� 3DVVR����$QDOLVDU�SDGU}HV�GH�H[FOXVmR�VRFLDO�H�LGHQWLÀFDU�IDWRUHV� subjacentes 26

-,99(4,5;(:� � � � � � � ��-LYYHTLU[H������ (UmSPZL�JVU[L_[\HS�KV�WHxZ�JVT�IHZL�UVZ�KPYLP[VZ�KH�JYPHUsH�� � ��-LYYHTLU[H������ 0UKPJHKVYLZ�NSVIHPZ�JVT�MVJV�UH�JYPHUsH�� � � ��-LYYHTLU[H������ -VU[LZ�HKPJPVUHPZ�KL�KHKVZ�L�IHZLZ�KL�KHKVZ�JVT�MVJV�UH�JYPHUsH� ��

Anexos 39Anexo 1.1 A natureza da infância 39Anexo 1.2 Outros tratados e normas relacionados com os direitos 41Anexo 1.3 Negociação de CDC e controvérsias relacionadas 42$QH[R�����2EVHUYDo}HV�ÀQDLV 44Anexo 1.5 Pacote de Aprendizagem Comum das NU sobre a Programação com ABDH 46Anexo 1.6 Referências/recursos 47

Notas finais 50

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ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS

AIS Inquérito de Indicadores de SIDACEDAW Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as

MulheresCDC Convenção sobre os Direitos da CriançaCDPD &RQYHQomR�VREUH�RV�'LUHLWRV�GDV�3HVVRDV�FRP�'HÀFLrQFLDAI Criança Avaliação do impacto na criançaIDS ,QTXpULWRV�'HPRJUiÀFRV�H�GH�6D~GH�MGI Medidas gerais de implementaçãoABDH Abordagem baseada nos direitos humanos IFT Inquérito sobre as Forças de TrabalhoEMPV Estudo de Medição dos Padrões de VidaMODA $QiOLVH�GH�3ULYDo}HV�6REUHSRVWDV�0~OWLSODV�ODM Objetivo de Desenvolvimento do MilénioIGIM ,QTXpULWRV�GH�*UXSRV�GH�,QGLFDGRUHV�0~OWLSORVONG Organização não-governamentalPIRLS Progressos no Estudo Internacional de Leitura e LiteraciaSIMPOC Programa de Monitorização e Informação Estatística sobre o Trabalho InfantilTIMSS Tendências Internacionais no Estudo da Matemática e das CiênciasENNU Equipa Nacional das NUUNDAF Quadro de Ajuda ao Desenvolvimento das Nações UnidasUPR Exame Periódico Universal

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1. Introdução

As crianças representam mais de um terço da população mundial. Em 2010, havia 2,2 mil milhões de crianças; se as tendências demográficas atuais continuam, nascerão mais 2 mil milhões até 2025 e a proporção que vive nos países mais pobres do mundo continuará a aumentar. Em número total apenas, as crianças são centrais para o desenvolvimento pois são um dos beneficiários mais importantes da cooperação para o desenvolvimento.

Investir em crianças é tanto uma obrigação como uma oportunidade. É uma obrigação porque a pobreza, a subnutrição, a falta de saúde e outras privações minam as capacidades das crianças de se desenvolverem ao máximo. É uma oportunidade pois os ganhos obtidos – através de uma melhor nutrição, cuidados de saúde primários, educação e proteção para crianças – são provavelmente maiores e mais duradouros do que noutras áreas de desenvolvimento.

O compromisso global partilhado quase universalmente por países é que todas as crianças em todo o mundo têm o direito de sobreviver e se desenvolver, serem protegidas contra a violência, abuso e exploração, terem as suas visões respeitadas e verem ações que lhes dizem respeito serem tomadas para os seus melhores interesses. Estes direitos universais estão codificados numa série de tratados e normas internacionais legalmente vinculativos, sendo o mais importante a Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC) de 1989.

Como o tratado dos direitos humanos universalmente mais ratificado, a CDC representa um enquadramento legítimo e uma agenda para a ação para a responsabilização mútua e o diálogo entre intervenientes na cooperação para o desenvolvimento. Em relação aos direitos humanos, os direitos e as liberdades fundamentais da criança tornaram-se princípios fulcrais da cooperação para o desenvolvimento, as normas e os padrões conservados na CDC fornecem orientação útil para programas de desenvolvimento destinados à redução da desigualdade e à promoção do crescimento inclusivo e sustentável.2

Não obstantes estes compromissos globais, milhões de crianças ainda continuam sem os serviços essenciais necessários para garantir a sobrevivência, melhorar a saúde e nutrição, permitir o acesso a água potável e ao saneamento e obter uma educação de qualidade elevada. Em 2010, 7,2 milhões de crianças morreram antes de fazerem cinco anos devido amplamente a causas altamente evitáveis tais como a pneumonia, diarreia e complicações à nascença.3 Muitas crianças não têm políticas protetoras e o ambiente comunitário necessário para as salvaguardar contra a discriminação, a negligência, a exploração e o abuso.

A violência contra as crianças é particularmente alarmante, com uma estimativa de 500 milhões a 1,5 mil milhões de crianças a sofrerem de violência anualmente.4 A subnutrição contribui para mais de um terço de mortes em crianças com menos de 5 anos em todo o mundo.5 Uma em cada seis crianças em países em desenvolvimento com 5–14 anos é explorada através de trabalho infantil, com muitas outras crianças a trabalhar em condições perigosas.6

“Em 2025, quase dois terços das crianças viverão em países de

baixo e médio-baixo rendimento; em meados do século, este número será quase 70 por cento.”1

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Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC)

� Reconhece que as crianças são os titulares dos seus próprios direitos – não destinatários passivos de caridade mas intervenientes capacitados no seu próprio desenvolvimento.

� Define infância como um espaço separado da idade adulta e estipula os direitos que têm de ser reconhecidos para as crianças desenvolverem o seu potencial ao máximo, livres de fome e pobreza, negligência e abuso.

� Obriga os governos a porem em prática os seus compromissos emendando e criando leis e políticas para implementar plenamente a Convenção e considerar todas as ações com vista ao melhor interesse da criança.

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1.1 Finalidade e objetivos

(VWH�PyGXOR�DSUHVHQWD�D�&'&�DRV�OHLWRUHV��GHÀQH�WHUPRV�H�FRQFHLWRV�FKDYH�H�RIHUHFH�um enquadramento para análise e colocação em vigor dos compromissos legais e políticos internacionais para os direitos da criança num contexto de um país.

Neste módulo, iremos:

1. 'HÀQLU�RV�GLUHLWRV�GD�FULDQoD�FRPR�DV�QRUPDV�H�RV�SDGU}HV�SDUD�R�EHP�HVWDU�GDV�FULDQoDV�FRGLÀFDGRV�QR�GLUHLWR�LQWHUQDFLRQDO

2. ,GHQWLÀFDU�RV�FRPSURPLVVRV�FKDYH�OHJDLV�H�SROtWLFRV�LQWHUQDFLRQDLV�H�HXURSHXV�SDUD�os direitos da criança, bem como as considerações-chave para o envolvimento em questões de direitos da criança

3. ,GHQWLÀFDU� D�ÀQDOLGDGH�� RV�SULQFLSDLV� FRPSRQHQWHV� H� D�PHWRGRORJLD�SDUD� UHDOL]DU�uma análise contextual do país com base nos direitos da criança

2. Conceitos-chave e considerações

2.1 Infância – um espaço protegido

Crianças VmR�GHÀQLGDV�QD�&'&�FRPR�SHVVRDV�FRP�PHQRV�GH����DQRV�8

Infância refere-se a muito mais do que o espaço entre o nascimento e a idade adulta. É reconhecido na Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) como um período onde se tem direito a cuidados especiais e assistência.9 A infância é o tempo para as FULDQoDV�DQGDUHP�QD�HVFROD�H�EULQFDUHP��FUHVFHUHP�IRUWHV�H�FRQÀDQWHV�FRP�R�DPRU�H�R�encorajamento da sua família e de uma comunidade alargada de adultos que cuidam delas. É um tempo precioso em que as crianças devem viver sem medos e protegidas contra a violência, o abuso e a exploração.

Da mesma forma, os adolescentes até aos 18 anos também são titulares de todos os direitos contidos na CDC. Têm direito a medidas de proteção especiais e, consoante as suas capacidades evolutivas, podem exercer progressivamente os seus direitos. Investir no desenvolvimento de adolescentes é imperativo para cumprir plenamente os direitos de todas as crianças.

Por minutoPor diaPor Mês Por SemanaTotal

6.9 milhões 576,000 133,000 19,000 13

10

I Em 2011, 13 crianças com menos de 5 anos morreram de causas evitáveis a

cada minuto.

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Cerca de 90 por cento das crianças com deficiências em países em desenvolvimento não frequentam a escola.11

O Estado das Minorias e dos Povos Indígenas de 2009, publicado pelo Grupo Internacional dos Direitos das Minorias (GIDM) em associação com a UNICEF, reportou que mais de metade dos 101 milhões de crianças que não frequentavam a escola no mundo eram membros de grupos minoritários ou indígenas, incluindo os Hausas na Nigéria, os Dalits e os Muçulmanos na Índia, os Pashtuns e os Baluchis no Paquistão e os Afars e Somalis na Etiópia.

No Paquistão, as meninas e os meninos do quintil mais rico têm uma probabilidade igual de chegar ao 6.º ano, mas os meninos de famílias mais pobres têm o dobro da probabilidade de chegar a este ano do que as meninas.10

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2.2 Vulnerabilidade e tipos de discriminação

As crianças não são apenas vulneráveis devido à sua idade e dependência; muitas crianças enfrentam várias formas sobrepostas de discriminação e desvantagem, por vezes, levando a formas extremas de exclusão.

A pobreza é uma vulnerabilidade-chave que afeta a capacidade das crianças para desfrutarem dos seus direitos básicos. A pobreza nas crianças difere da pobreza nos adultos pois as crianças só têm uma oportunidade para se desenvolverem. Ser pobre pode causar danos cognitivos e físicos para toda a vida e prejudicar o desenvolvimento emocional e espiritual de uma criança. Quando as crianças estão permanentemente em desvantagem, isto perpetua o ciclo de pobreza ao longo das gerações. Por isso, investir em crianças não é apenas um imperativo moral mas também crítico para atingir o desenvolvimento humano equitativo e sustentável. (Para obter mais informações, consultar a Análise de Privações Sobrepostas Múltiplas (MODA) da UNICEF12 e o Estudo Global sobre Pobreza e Disparidades na Infância da UNICEF.13)

A desigualdade de géneros é um dos tipos mais generalizados de discriminação. O género UHSUHVHQWD�PDLV�GR�TXH�R�VH[R�GH�XPD�FULDQoD��UHÁHWH�H[SHFWDWLYDV�H�QRUPDV�VRFLDLV�TXH�LQÁXHQFLDP� DV� VXDV� RSRUWXQLGDGHV� H� R� VHX�PRGR� GH� WUDWDPHQWR�� (P�PXLWRV� SDtVHV�� DV�raparigas têm marcadamente menos oportunidades do que os rapazes e são frequentemente mais vulneráveis à violência, exploração e abuso. As raparigas têm mais probabilidades do que os rapazes de ser privadas de uma educação de qualidade, de se casarem em criança, de sofrerem restrições em termos de mobilidade e de terem responsabilidades domésticas. Apesar de a discriminação contra as raparigas ser muito mais comum, os rapazes também enfrentam desvantagens e sofrem de exploração devido a expectativas e normas sociais (o que ajuda ao predomínio dos rapazes entre crianças-soldados, por exemplo).

$V�FULDQoDV�FRP�GHÀFLrQFLDV são frequentemente negligenciadas na programação, em parte porque as pessoas com incapacidades raramente têm voz no discurso do desenvolvimento a nível nacional ou internacional, e em parte porque as sociedades onde vivem evitam frequentemente que elas desfrutem dos seus direitos de uma forma mais ampla. Contudo, segundo uma estimativa amplamente usada, cerca de 93 milhões de crianças – ou 1 em cada 20 crianças com 14 anos ou menos – vivem com uma incapacidade moderada ou grave de algum tipo.14

As crianças pertencentes a grupos minoritários e desfavorecidos também sofrem várias privações e apresentam UHVXOWDGRV�LQIHULRUHV�GH�VD~GH�H�HGXFDomR��Muitas crianças indígenas, por exemplo, não frequentam a escola devido à distância até à escola mais próxima, à falta de instrução bilingue ou à falta de consistência entre o calendário escolar e o trabalho sazonal típico de comunidades agrícolas ou de caça-recolha e pastorais. Quando frequentam a escola, as crianças indígenas sofrem de discriminação linguística, baixas taxas de alfabetização, taxas baixas de inscrição, taxas elevadas de desistências e disparidades em êxitos académicos nacionais.

“S omos as crianças do mundo,e apesar dos nossos antecedentes

diferentes, partilhamos uma realidade comum. Estamos unidos pela nossa luta para tornar o mundo num lugar melhor para todos. Podem chamar-nos o futuro, mas também somos o presente”15

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2.3 Abordagens-chave na programação para crianças

Abordagem de ciclo de vida

$�LQIkQFLD�p�XPD�MDQHOD�GH�RSRUWXQLGDGHV�~QLFD��$V�FULDQoDV�VmR�PDLV�GR�TXH�´R�IXWXUR�de um país” ou a próxima geração de trabalhadores que liderarão o crescimento económico e o desenvolvimento social do seu país. São seres humanos com direitos e necessidades que variam dependendo da sua idade e fase de desenvolvimento físico, neurológico, intelectual e social.

5HFRQKHFHU�DV�GLIHUHQWHV� IDVHV�GD� LQIkQFLD�H� LGHQWLÀFDU�QHFHVVLGDGHV�H�SUHRFXSDo}HV�críticas por fase de desenvolvimento infantil é referido como a abordagem de ciclo de vida. (Para obter mais informações sobre preocupações de desenvolvimento ao longo de todo o ciclo de vida de uma criança, consultar o Anexo 1.1.)

PREOCUPAÇÕES CRÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO POR FASE DE CICLO DE VIDA

� :H�KL�L�U\[YPsqV�KH�TqL � :H�KL�L�KLZLU]VS]PTLU[V�MxZPJV�L�UL\YVS}NPJV�KH�JYPHUsH

� :VJPHSPaHsqV�WYLJVJL�LU[YL�NtULYVZ

� (JLZZV�H�LK\JHsqV�KL�LSL]HKH�X\HSPKHKL

� �:H�KL�L�KLZLU]VS]PTLU[V�MxZPJV��UL\YVS}NPJV�L�PU[LSLJ[\HS

� :LN\YHUsH��LZWLJPHSTLU[L�WYV[LsqV�JVU[YH�]PVSvUJPH�L�HI\ZV�

� :VJPHSPaHsqV�L�KPMLYLUJPHsqV���

� +LZLU]VS]PTLU[V�ZL_\HS � �=\SULYHIPSPKHKL�H�UV]VZ�YPZJVZ

� �7HY[PJPWHsqV�ZVJPHS�L�H\[V�KL[LYTPUHsqV

� �7YLWHYHsqV�WHYH�VZ�WHWtPZ�L�HZ�YLZWVUZHIPSPKHKLZ�KH�PKHKL�HK\S[H

Abordagem infantil completa

Implementar um enfoque dos direitos da criança reconhece a interdependência e a indivisibilidade de questões – um princípio por vezes expresso como uma “abordagem infantil completa”��1D�SUiWLFD�� LVWR�VLJQLÀFD�DERUGDU�KROLVWLFDPHQWH�as questões interrelacionadas que afetam as crianças e as suas comunidades.

Idade escolar (6 a 12 anos):

Adolescência (13 a 19 anos):

Materna e primeiros anos de vida (pré-parto a 5 anos):

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Apesar de a cooperação para o desenvolvimento poder dar prioridade e fazer escolhas entre opções a apoiar, estas decisões devem ter em atenção todos os aspetos dos direitos da criança pois estão relacionados com a sobrevivência, o desenvolvimento, a proteção H�D�SDUWLFLSDomR��7DPEpP�VH�UHÁHWHP�HP�HVIRUoRV�QDFLRQDLV�SDUD�GHVHQYROYHU�SROtWLFDV�e planos completos para crianças, tais como códigos para crianças, orçamentos para crianças e os planos de ação nacionais para crianças que derivam da Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre a Criança de 2002.

2.4 Aplicação de uma abordagem baseada nos direitos humanos

Direitos humanos são um conjunto de normas e padrões legalmente vinculativos internacionalmente acordados aos quais todas as pessoas – incluindo as crianças – têm direito. Podem ser entendidos como normas de dignidade humana e identidade enraizadas em cada cultura, religião e tradição em todo o mundo.

Os direitos humanos fornecem a base legal e ética para o trabalho de desenvolvimento H� HVWmR� FRGLÀFDGRV� HP� WUDWDGRV� LQWHUQDFLRQDLV� TXH� D� PDLRULD� GRV� SDtVHV� UDWLÀFRX��Como tal, representam um enquadramento e uma agenda legítimos para ação para D� UHVSRQVDELOL]DomR� P~WXD� H� SDUD� R� GLiORJR� HQWUH� SDUFHLURV� GH� GHVHQYROYLPHQWR�internacionais e a sociedade civil.

INTERDEPENDÊNCIA: UM EXEMPLO

Sobrevivênciada Criança

Capacidade do governo local para preparar e disseminar informações em idiomas locais

Decisões e alocações orçamentais ao nível nacional

Amamentação exclusiva

Nutrição adequada

Conhecimento das mulheres sobre amamentação

Disponibilidade e acesso ainformações apropriadas

depende em parte de

depende em parte de

depende em parte de

depende em parte de

depende em parte de

depende em parte de

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Os direitos humanos são críticos para o desenvolvimento sustentável e equitativo das crianças. Por exemplo:

� Saúde.�6�HJLZZV�H�ZLY]PsVZ�KL�J\PKHKVZ�KL�ZH�KL�t�]P[HS��THZ�t�PN\HSTLU[L�PTWVY[HU[L�JVUZPKLYHY�JVTV�t�X\L�LZZLZ�ZLY]PsVZ�ZqV�WYLZ[HKVZ�WHYH�X\L�V�KPYLP[V�n�ZH�KL�KL�JHKH�JYPHUsH�ZLQH�YLZWLP[HKV��ZLT�L_JLsqV��0Z[V�ZPNUPÄJH�LUMYLU[HY�VZ�KLZHÄVZ�UqV�Z}�KL�HJLZZV�MxZPJV�THZ�[HTItT�KH�X\HSPKHKL�L�HJLZZPIPSPKHKL�KL�J\Z[VZ�KVZ�ZLY]PsVZ��0Z[V�ZPNUPÄJH�X\L�VZ�WYLZ[HKVYLZ�KL�ZLY]PsVZ�KL]LT�[YH[HY�[VKH�H�NLU[L�JVT�YLZWLP[V�L�WVKLT�KPZWVUPIPSPaHY�ZLY]PsVZ�LT�SxUN\HZ�SVJHPZ�L�[LY�LT�JVUZPKLYHsqV�VZ�JVZ[\TLZ�L�HZ�[YHKPs�LZ�SVJHPZ��;HTItT�PUJS\P�JHWHJP[HY�YHWHYPNHZ�HKVSLZJLU[LZ�JVT�PUMVYTHs�LZ�L�HW[PK�LZ�WHYH�ZL�WYV[LNLYLT�TLSOVY�JVU[YH�H�[YHUZTPZZqV�KV�=0/�L�H�]PVSvUJPH�ZL_\HS��

� Educação.�(Z�KLZJVILY[HZ�KLTVUZ[YHT�X\L�WHYH�[VYUHY�H�LK\JHsqV�PUJS\ZP]H�L�YLK\aPY�V�U�TLYV�KL�KLZPZ[vUJPHZ�LZJVSHYLZ��V�KLZPNU�KHZ�SH[YPUHZ�ZHUP[mYPHZ�UHZ�LZJVSHZ�[vT�KL�ZLY�HKLX\HKHZ�UqV�Z}�WHYH�YHWHYPNHZ�L�YHWHaLZ�ZLT�KLÄJPvUJPHZ�THZ�[HTItT�WHYH�JYPHUsHZ�JVT�PUJHWHJPKHKLZ�

� Água e saneamento.�6�HJLZZV�H�mN\H�WV[m]LS�L�ZHULHTLU[V�[HTItT�[LT�KL�JOLNHY�HVZ�NY\WVZ�WVW\SHJPVUHPZ�KL�LZ[H[\[V�ZVJPVLJVU}TPJV�THPZ�IHP_V��X\L�]P]LT�LT�mYLHZ�YLTV[HZ��KL�JHZ[HZ�PUMLYPVYLZ�V\�X\L�WLY[LUsHT�H�NY\WVZ�TPUVYP[mYPVZ��[HPZ�JVTV�JYPHUsHZ�JPNHUHZ�V\�WVW\SHs�LZ�PUKxNLUHZ��

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A abordagem ao desenvolvimento baseada nos direitos humanos é a tradução para a prática destas normas, padrões e princípios universalmente reconhecidos e legalmente FRGLÀFDGRV�� 0XGD� D� IRUPD� FRPR� RV� LQWHUYHQLHQWHV� GR� GHVHQYROYLPHQWR� DYDOLDP��planeiam e implementam programas:

� Chamar a atenção para os mais marginalizados e excluídos. As abordagens baseadas HP�GLUHLWRV�KXPDQRV�VLJQLÀFDP�GDU�XPD�DWHQomR�SDUWLFXODU�DRV�PDLV�GLVFULPLQDGRV�H�JUXSRV�H[FOXtGRV�QXPD�VRFLHGDGH��PXOKHUHV��PLQRULDV��FULDQoDV�FRP�GHÀFLrQFLDV��menores não acompanhados, povos indígenas e outros. No entanto, não há nenhuma OLVWD�GH�YHULÀFDomR�XQLYHUVDO�GH�TXHP�p�PDUJLQDOL]DGR�HP�FDGD�FRQWH[WR�HVSHFtÀFR��em vez disso, deve-se questionar localmente o seguinte: Quem é excluído aqui e como?

� Mudar a forma como o apoio ao desenvolvimento contribui para os resultados. Os intervenientes do desenvolvimento devem ser participativos, inclusivos e responsáveis perante aqueles a quem pretendem chegar. Um componente-chave para isso é garantir que as crianças têm a oportunidade de contribuir e são consultadas para GHÀQLU�SULRULGDGHV�H�UHVXOWDGRV�GH�GHVHQYROYLPHQWR��$V�GHFLV}HV�TXH�VmR�WRWDOPHQWH�LQIRUPDGDV�SHOD�SUySULD�SHUVSHWLYD�GDV�FULDQoDV�VHUmR�PDLV�UHOHYDQWHV��PDLV�HÀFD]HV�e mais sustentáveis a longo prazo.

� ,GHQWLÀFDU� RV� IDWRUHV� VXEMDFHQWHV� H� HVWUXWXUDLV� TXH� FDXVDP� H[FOXVmR�� Os LQWHUYHQLHQWHV� GR� GHVHQYROYLPHQWR� QmR� GHYHP� DSHQDV� LGHQWLÀFDU� H� FKHJDU� DRV�grupos mais marginalizados e excluídos mas também chamar a atenção para os determinantes mais amplos e as causas estruturais que levam à marginalização e exclusão. Estes podem incluir a discriminação (tanto na lei como na prática), falta de vontade política, baixas capacidades entre prestadores de serviços e a ausência de sistemas de proteção infantil. É preciso levar a cabo uma análise de não só as privações imediatas que tantas crianças enfrentem mas também os fatores sociais, políticos e institucionais que constituem um ambiente permissivo que permitirá que estes direitos sejam respeitados.

� Construir parcerias estratégicas para resultados sustentáveis. Os princípios e padrões dos direitos humanos fornecem um enquadramento comum para construir parcerias PDLV�HÀFD]HV�H�LQFOXVLYDV�SDUD�R�GHVHQYROYLPHQWR�DR�QtYHO�LQWHUQDFLRQDO��QDFLRQDO�H�local. É crítico que essas parcerias sejam expandidas além dos governos para fomentar relações mais estreitas com a sociedade civil, especialmente com organizações não-governamentais locais e nacionais (ONG), comunidades marginalizadas, minorias, povos indígenas, crianças e jovens, defensores de incapacitados e mulheres. Idealmente, isto levará a uma discussão mais aberta sobre os direitos humanos e uma maior colaboração entre agentes nacionais e internacionais. (Ver Módulo 8 sobre Trabalhar com a sociedade civil sobre direitos da criança.)

2.5 Visão geral de agentes-chave

Ao abordar os direitos da criança em cooperação para o desenvolvimento, um primeiro SDVVR� FUtWLFR� p� LGHQWLÀFDU� RV� DJHQWHV� FRP� XP� SDSHO� FHQWUDO� QD� LPSOHPHQWDomR� GRV�princípios e padrões para tornar esses direitos uma realidade para todas as crianças.

AGENTES-CHAVE NA ABORDAGEM DOS DIREITOS DA CRIANÇA

AGENTES RESPONSABILIDADE

O Estado O Estado tem a principal responsabilidade de fazer cumprir a CDC e de traduzir os seus princípios e padrões para a realidade para todas as crianças. Isto inclui não só implementar as suas provisões legais mas também estabelecer prioridades nos direitos da criança em despesas públicas.

Módulo 1: Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação para o Desenvolvimento

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Membros do Parlamento

Os Membros do Parlamento podem e devem estar entre os principais defensores dos direitos da criança. Podem legislar, ĺVFDOL]DU�D�DWLYLGDGH�JRYHUQDPHQWDO��DORFDU�UHFXUVRV�ĺQDQFHLURV�e, como líderes nas suas nações e comunidades, consciencializar para questões e defender.

Sociedade civil / ONG / intervenientes não estatais

As organizações da sociedade civil estão entre os principais agentes envolvidos ativamente na promoção e satisfação dos direitos da criança. Os seus inúmeros esforços estimularam e sustentaram o processo que resultou na elaboração do esboço H�ĺQDOL]DÄÀR�GD�&'&�QR�ĺQDO�GD�GÆFDGD�GH����H�QRV�DQRV����H�o artigo 45 da Convenção estipula um papel designado para as ONG na monitorização da sua implementação pelos Estados Partes. Também desempenham um papel crítico exercendo pressão junto dos decisores e atuando como vigias para garantir que os governos são responsabilizados no cumprimento dos compromissos nos termos da CDC.

Líderes religiosos Os líderes religiosos podem desempenhar um papel importante para assegurar um maior respeito pelos direitos da criança. Como membros de sociedades e comunidades respeitados e LQĻXHQWHV��SRGHP�JDOYDQL]DU�DÄÒHV�D�IDYRU�GD�VREUHYLYÇQFLD��GR�GHVHQYROYLPHQWR��GD�SURWHÄÀR�H�GD�SDUWLFLSDÄÀR�H�GHVDĺDU�práticas, costumes e normas que discriminam ou minam esses direitos.

Meios de comunicação

Ao chamar a atenção para matérias que afetam as crianças, os PHLRV�GH�FRPXQLFDÄÀR�WÇP�XP�SDSHO�VLQJXODU�QD�SURPRÄÀR�GRV�direitos da criança. Uma maior consciencialização das privações e violações dos direitos da criança é, em parte, devido a um maior enfoque dos meios de comunicação nessas questões. Por exemplo, a British Broadcasting Corporation (BBC), a maior cadeia de transmissão televisiva pública do mundo, tem um portal dedicado aos direitos da criança e questões relacionadas no seu website.

Setor privado O setor privado tornou-se um agente cada vez mais importante no desenvolvimento internacional através de parcerias globais para a saúde, educação e VIH e SIDA, em particular. Apesar de DV�HQWLGDGHV�GR�VHWRU�SULYDGR�QÀR�SRGHUHP�DVVLQDU�RX�UDWLĺFDU�D�&'&��WÇP�XP�SDSHO�SUHGRPLQDQWH�D�GHVHPSHQKDU�TXHU�VHMD�como parceiros na construção de um ambiente protetor como na prestação direta de serviços essenciais.

Indivíduos, famílias e comunidades

3DLV�H�ĺOKRV��SURIHVVRUHV�H�PHPEURV�GD�FRPXQLGDGH�SRGHP�trabalhar todos juntos para ajudar as crianças a compreender e exercer os seus direitos. Apesar de os indivíduos poderem assumir a responsabilidade por fazerem a sua parte, também podem exercer pressão junto dos governos para cumprirem as suas obrigações de promulgarem leis e implementarem políticas centradas nos melhores interesses da criança.

3. Enquadramento legal internacional

3.1 Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC)

Direitos e princípios segundo a CDC

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A Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC) de 1989 é a articulação mais completa dos direitos das crianças em direito internacional. Foi o primeiro LQVWUXPHQWR� OHJDO� GH� GLUHLWRV� KXPDQRV� D� FRQVROLGDU� QXP� ~QLFR� OXJDU� QRUPDV�legais relativas a direitos económicos, sociais, culturais, civis e políticos. A CDC é complementada por três Protocolos Opcionais:

� Sobre a venda de crianças, prostituição LQIDQWLO�H�SRUQRJUDÀD�LQIDQWLO

� Sobre o envolvimento de crianças em FRQÁLWRV�DUPDGRV

� Sobre procedimentos de comunicações

OV�(VWDGRV�TXH�UDWLÀFDP�D�&'&�H�RV�VHXV�Protocolos Opcionais estão legalmente obrigados a cumprir as suas provisões. Apesar de a CDC apelar a sociedades, indivíduos privados, doadores e outros intervenientes não-estatais para cumprirem as suas provisões, os Estados são os principais portadores de deveres, obrigados a respeitar, proteger e cumprir os direitos da criança. Assim, é da responsabilidade da cooperação para o desenvolvimento DSRLDU�RV�SDtVHV�D�FXPSULUHP�HÀFD]PHQWH�RV�FRPSURPLVVRV�GD�&'&�

A CDC é o tratado internacional para os direitos humanos mais completo existente pois dirige-se a todo o espectro de direitos conforme categorizados abaixo.

DIREITOS SEGUNDO A CDC

Direitos de sobrevivência e desenvolvimento

Estes são direitos aos recursos, às aptidões e contribuições QHFHVV¾ULRV�SDUD�D�VREUHYLYÇQFLD�H�GHVHQYROYLPHQWR�FRPSOHWR�da criança. Incluem direitos a alimentação adequada, abrigo, água potável, educação formal, cuidados de saúde primários, lazer e recreação, atividades culturais e informações acerca dos seus direitos. As obrigações dos Estados não servem apenas para implementarem as garantias necessárias para cumprir estes direitos mas também para assegurar o acesso universal DRV�PHVPRV�SRU�WRGDV�DV�FULDQÄDV���$UWLJRV�HVSHFÊĺFRV�VÀR�destinados às necessidades de crianças refugiadas, crianças com GHĺFLÇQFLDV�H�FULDQÄDV�GH�JUXSRV�PLQRULW¾ULRV�RX�LQGÊJHQDV�

Direitos de proteção

Estes direitos incluem a proteção contra todas as formas de abuso LQIDQWLO��QHJOLJÇQFLD��H[SORUDÄÀR�H�FUXHOGDGH��LQFOXLQGR�R�GLUHLWR�D�proteção especial em tempos de guerra e proteção contra abuso no sistema judicial criminal.

Direitos de participação

$V�FULDQÄDV�WÇP�GLUHLWR�D�H[SUHVVDU�DV�VXDV�RSLQLÒHV�H�D�WHU�uma voz em matérias que afetam a sua vida social, económica, religiosa, cultural e política. Os direitos de participação incluem o direito a ser ouvido e os direitos à informação e liberdade de associação. Exercer estes direitos à medida que crescem ajuda as crianças a verem todos os seus direitos respeitados e prepara-as para um papel ativo na sociedade.

Obrigações dos governos segundo a CDC

� Respeito: Garantir que as ações governamentais estão conforme as provisões da CDC

� Proteger: Implementar mecanismos para evitar violações dos direitos na CDC por outros

� Cumprir: Implementar medidas de apoio para promover o total cumprimento dos direitos da CDC

Módulo 1: Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação para o Desenvolvimento

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Os quatro princípios orientadores da CDC

Os princípios orientadores da CDC representam os requisitos subjacentes a todos os direitos segundo a Convenção a respeitar. Estes incluem:

� Não discriminação: O Artigo 2 afirma que os Estados Partes “comprometem-se a respeitar e garantir os direitos previstos na presente Convenção a todas as crianças que se encontrem sujeitas à sua jurisdição, sem discriminação alguma, independentemente de qualquer consideração de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra da criança, dos seus pais ou representantes legais, ou da sua origem nacional, étnica ou social, fortuna, incapacidade, nascimento ou de qualquer outra situação”.

� Cumprimento para os melhores interesses da criança: 6�(Y[PNV���KLJSHYH!�¸;VKHZ�HZ�KLJPZ�LZ�YLSH[P]HZ�H�JYPHUsHZ��HKV[HKHZ�WVY�PUZ[P[\Ps�LZ�W�ISPJHZ�V\�WYP]HKHZ�KL�WYV[LsqV�ZVJPHS��WVY�[YPI\UHPZ��H\[VYPKHKLZ�HKTPUPZ[YH[P]HZ�V\�}YNqVZ�SLNPZSH[P]VZ��[LYqV�WYPTHJPHSTLU[L�LT�JVU[H�V�PU[LYLZZL�Z\WLYPVY�KH�JYPHUsH¹�

� Vida, sobrevivência e desenvolvimento: 6�(Y[PNV���KLJSHYH�X\L�¸6Z�,Z[HKVZ�7HY[LZ�YLJVUOLJLT�n�JYPHUsH�V�KPYLP[V�PULYLU[L�n�]PKH¹�L�X\L�¸6Z�,Z[HKVZ�7HY[LZ�HZZLN\YHT�UH�Tm_PTH�TLKPKH�WVZZx]LS�H�ZVIYL]P]vUJPH�L�V�KLZLU]VS]PTLU[V�KH�JYPHUsH¹�

� Participação:�,T�]La�KL�LZ[HY�KLJSHYHKV�WVY�\T�HY[PNV�LZWLJxÄJV�KH�*VU]LUsqV��V�KPYLP[V�KH�JYPHUsH�H�X\L�HZ�Z\HZ�VWPUP�LZ�ZLQHT�V\]PKHZ�L�YLZWLP[HKHZ�LT�TH[tYPHZ�X\L�SOLZ�KPaLT�YLZWLP[V�JVUZVHU[L�H�Z\H�PKHKL�L�TH[\YPKHKL�t�NHYHU[PKV�WVY�]mYPHZ�WYV]PZ�LZ�

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Artigo 3 da CDC:

1. “Todas as decisões relativas a crianças, adotadas por instituições públicas ou privadas de proteção social, por tribunais, autoridades administrativas ou órgãos legislativos, terão primacialmente em conta o interesse superior da criança”.

2. Os Estados Partes comprometem-se a garantir à criança a protecção e os cuidados necessários ao seu bem-estar, tendo em conta os direitos e deveres dos pais, representantes legais ou outras pessoas que a tenham legalmente a seu cargo e, para este efeito, tomam todas as medidas legislativas e administrativas adequadas.

3. Os Estados Partes garantem que o funcionamento de instituições,

serviços e estabelecimentos que têm crianças a seu cargo e asseguram que a sua protecção seja conforme às normas fixadas pelas autoridades competentes, nomeadamente nos domínios da segurança e saúde, relativamente ao número e qualificação do seu pessoal, bem como quanto à existência de uma adequada fiscalização.”

Artigo 4 da CDC:

“Os Estados Partes comprometem-se a tomar todas as medidas legislativas, administrativas e outras necessárias à realização dos direitos reconhecidos pela presente Convenção. No caso de direitos económicos, sociais e culturais, tomam essas medidas no limite máximo dos seus recursos disponíveis e, se necessário, no quadro da cooperação internacional.”

Universalidade, indivisibilidade, interdependência e não-derrogabilidade

As questões relacionadas com crianças, por vezes, são vistas por parceiros de desenvolvimento como uma área onde o consenso e as abordagens comuns são IDFLOPHQWH�DOFDQoDGRV��SRUpP��QD�SUiWLFD��SRGHP�VHU�SROtWLFD�H�VRFLDOPHQWH�GHVDÀDQWHV��Em alguns contextos nacionais, atitudes negativas e padrões de discriminação contra crianças de grupos minoritários étnicos, religiosos e culturais e indígenas, ou o direito das crianças a terem uma voz nas decisões que as afetam, podem ser cultural e politicamente sensíveis.

Apesar de uma perceção de cultura e tradições locais ser crítica na cooperação para o desenvolvimento, os direitos da criança tais como constam da CDC são universais, indivisíveis, interdependentes e não-derrogáveis.

� Universais, pois aplicam-se a todas as crianças, incluindo crianças sem estatuto legal (imigrantes ilegais), crianças VHP� FHUWLG}HV�GH�QDVFLPHQWR�� FULDQoDV� FRP�GHÀFLrQFLDV� H�crianças de grupos étnicos ou religiosos marginalizados

� Indivisíveis, pois nenhum direito é inferior a outro � Interdependentes, pois os direitos não podem existir

isoladamente � Não derrogáveis, pois a responsabilidade dos governos de

garantir uma prestação de serviços e proteção equitativas QmR� SRGH� VHU� VXVSHQVD� GXUDQWH� SHUtRGRV� GH� GLÀFXOGDGHV�financeiras ou durante conflitos ou catástrofes naturais.

Saiba Mais

7VKL�LUJVU[YHY�VZ�[L_[VZ�JVTWSL[VZ�KH�*+*�L�KVZ�7YV[VJVSVZ�6WJPVUHPZ�L�HZ�SPZ[HZ�KL�HZZPUH[\YHZ�THPZ�H[\HSPaHKHZ��HKLZ�LZ�L�YH[PÄJHs�LZ�UV�^LIZP[L�KV�.HIPUL[L�KV�(S[V�*VTPZZmYPV�WHYH�VZ�+PYLP[VZ�/\THUVZ�

Módulo 1: Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação para o Desenvolvimento

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Medida gerais de omplementação

O Comité dos Direitos da Criança é o organismo responsável pela monitorização da implementação da CDC e dos seus Protocolos Opcionais. Tem prestado orientação para a implementação nacional através dos seus Comentários Gerais.

Segundo o Artigo 4, todos os Estados signatários da CDC – que incluem todos os 27 Estados-membros europeus – são obrigados a trabalhar no sentido do respeito pelos direitos da criança nos seus próprios países e através da cooperação internacional, bem como prestar assistência aos outros Estados Partes a lidarem com os fatores que impedem o progresso. A assistência técnica é especialmente importante para governos que estão a tentar lidar com desigualdades e várias privações que as crianças de grupos marginalizados sofrem.

Reconhecendo o papel crítico da governação, o Comité dos Direitos da Criança no seu Comentário Geral N.º 5��������QmR�Vy�DSHORX�DRV�(VWDGRV�3DUWHV�SDUD�´WRPDUHP�WRGDV�as medidas legislativas, administrativas e outras adequadas para a implementação dos direitos reconhecidos na presente Convenção”, como também descreveu detalhadamente os meios necessários para promover o total respeito pelos direitos da criança. Estas são conhecidas como medidas gerais de implementação (MGI). MEDIDAS GERAIS DE IMPLEMENTAÇÃO E RESPETIVAS IMPLICAÇÕES PRÁTICAS

MEDIDAS GERAIS DE IMPLEMENTAÇÃO IMPLICAÇÕES PRÁTICAS

1. Garantir que a legislação é totalmente compatível com a Convenção, retirar reservas e ratificar os Protocolos Opcionais da CDC e outros instrumentos de direitos humanos para crianças (incluindo instrumentos regionais).

Os Estados devem rever a sua legislação nacional e assegurar a sua compatibilidade FRP�D�&'&��7DPEÆP�WÇP�XPD�REULJDÄÀR�de assegurar que as leis são cumpridas. Os Estados devem retirar reservas feitas em artigos GD�&RQYHQÄÀR�H�UDWLĺFDU�RV�WUÇV�3URWRFRORV�Opcionais.

2. Garantir que há um processo sistemático para avaliar novas leis, políticas ou programas para o seu impacto nos direitos da criança (Avaliações de Impacto na Criança).

Avaliações de Impacto na Criança (também chamadas Avaliações de Impacto nos Direitos da Criança, ou AIDC) são avaliações do potencial impacto em crianças de uma política, plano ou programa propostos. As AIDC são orientadas pelo princípio do melhor interesse da criança. (Para obter mais informações sobre Avaliações de Impacto na Criança, consultar o Módulo 5.)

3. Desenvolver uma estratégia ou agenda nacional completa e detalhada, com base na CDC, e tendo em conta políticas de descentralização, federação e privatização.

Os Estados devem desenvolver uma estratégia nacional para crianças que promoverá e protegerá os direitos da criança a todos os níveis organizacionais públicos privados

4. Garantir alocação de recursos adequados e tornar as crianças “visíveis” em orçamentos.

A preparação orçamental deve ter em consideração o melhor interesse da criança. Os orçamentos propostos devem conseguir demonstrar claramente a ligação entre políticas favoráveis a crianças e os recursos alocados para HVWD�ĺQDOLGDGH� (Para obter mais informações sobre Orçamentação, consultar o Módulo 6.)

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5. Desenvolver mecanismos permanentes no governo para garantir a coordenação eficaz, monitorização e avaliação da implementação.

É necessária coordenação tanto verticalmente �HP�GHSDUWDPHQWRV�HVWDWDLV�H�DJÇQFLDV�WÆFQLFDV��e horizontalmente (entre organismos públicos distintos). Também é necessária coordenação entre o nível governamental central e qualquer nível governamental descentralizado.

6. Desenvolver formação, educação e capacitação para todos os envolvidos no processo de implementação.

A capacitação deve dirigir-se a todos os afetados pela CDC – tanto crianças como adultos.

'HYH�VH�IRFDOL]DU�HVSHFLĺFDPHQWH�QR�WUDEDOKR�direto de adultos com crianças.

O processo de implementação inclui relatórios regulares, que devem ser disponibilizados e estar acessíveis ao público em geral.

7. Promover a cooperação e coordenação com a sociedade civil – com associações profissionais, ONG, crianças.

A implementação da CDC é uma obrigação para os Estados Partes mas todos os setores da VRFLHGDGH�WÇP�UHVSRQVDELOLGDGHV�UHODWLYDPHQWH�ao respeito pelos direitos.

8. Garantir o desenvolvimento de indicadores adequados e a recolha de dados suficientes sobre o estado das crianças.

Os Estados devem usar dados qualitativos e quantitativos para informar a situação de direitos da criança no país. O Comité propõe indicadores YHULĺF¾YHLV��¦�QHFHVV¾ULD�D�SDUWLFLSDÄÀR�GDV�crianças.

9. Criar instituições/gabinetes de mediação estatutários independentes para os direitos da criança

As instituições independentes para os direitos da criança são complementares a instituições governamentais. Deverão monitorizar independentemente o cumprimento dos Estados e o progresso para a implementação e fazer tudo o que estiver ao seu alcance para o respeito pleno dos direitos da criança.

Monitorização da CDC: observações finais

Os Estados Partes têm de reportar regularmente ao Comité dos Direitos da Criança. Os 18 membros do Comité também prestam orientação aos Estados Partes sobre como interpretar e aplicar o tratado. O requisito de elaboração de relatórios oferece uma oportunidade para os governos, a sociedade civil e os parceiros internacionais WUDEDOKDUHP� HP� FRQMXQWR� QXPD� DYDOLDomR� GD� HÀFiFLD� GH� SURJUDPDV� IRFDOL]DGRV� QD�equidade para os Estados cumprirem as suas obrigações ao abrigo da Convenção.

'HSRLV�GH�RV�UHODWyULRV�VHUHP�UHYLVWRV��R�&RPLWp�HPLWH�REVHUYDo}HV�ÀQDLV�HP�UHVSRVWD��Apesar de essas observações não serem legalmente vinculativas para os governos, são uma boa base para o diálogo de políticas sobre uma grande variedade de questões UHODFLRQDGDV� FRP�R�GHVHQYROYLPHQWR��$V�REVHUYDo}HV�ÀQDLV� WDPEpP�GmR�RULHQWDomR�~WLO�SDUD�SDUFHLURV�GH�GHVHQYROYLPHQWR�VREUH�TXHVW}HV�FKDYH�UHODWLYDV�D�FULDQoDV�TXH�podem ter prioridade na cooperação para o desenvolvimento. Além disso, podem DFUHVFHQWDU� IRUoD� SHUVXDVLYD� D� DUJXPHQWRV� SDUD� UHVSRVWDV� HVSHFtÀFDV� GH� SROtWLFDV�focalizadas nas crianças.��3DUD�PDLV�LQIRUPDo}HV�VREUH�DV�REVHUYDo}HV�ÀQDLV��FRQVXOWDU�$QH[R�1.3.)

Módulo 1: Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação para o Desenvolvimento

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3.2 Outros tratados e normas relevantes

Além da CDC, existem outros tratados importantes que reforçam os direitos que dizem respeito às crianças. Ao nível internacional, estes incluem a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEDAW) de 1979, que é particularmente pertinente para os direitos das raparigas, e a Convenção VREUH�RV�'LUHLWRV�GDV�3HVVRDV�FRP�'HÀFLrQFLD�(CDPD) de 2006, que a União Europeia UDWLÀFRX�HP����� (ver caixa e também o Anexo 1.5 Referências/recursos).

O processo de Exame Periódico Universal (UPR), que avalia com os Estados em que medida estes respeitam as suas obrigações de direitos humanos, também pode fornecer uma imagem holística da situação de um país. Através deste mecanismo, a situação dos direitos humanos de todos os Estados-membros das NU é revista pelo Conselho dos Direitos Humanos a cada 4,5 anos. Tal como com organismos de tratados, as recomendações resultantes da revisão, contidas no relatório, podem servir para HQULTXHFHU�R�GLiORJR�FRP�(VWDGRV�H� LQIRUPDU�R�FRQWH~GR�H�D�FRQGXWD�GR�GLiORJR�GH�políticas ao nível nacional.

,GHQWLÀFDU� DV� QRUPDV� OHJDLV� TXH� GL]HP� UHVSHLWR� D� XP� FRQWH[WR� QDFLRQDO� SDUWLFXODU��compreender as suas provisões e analisar como se relacionam com esse contexto são essenciais para construir os direitos da criança em cooperação para o desenvolvimento (Encontra-se uma lista completa de outros tratados e normas relevantes no Anexo 1.2.).

3.3 Compromissos da UE para com os direitos da criança

O respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais é fulcral para a União Europeia. O Tratado da União Europeia (mais conhecido como o Tratado de Lisboa) que entrou em vigor em 2009, contém o primeiro compromisso explícito para proteger e promover os direitos da criança em ações internas e externas da UE. O Tratado também representa um marco ao tornar a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia OHJDOPHQWH�YLQFXODWLYD��2�$UWLJR����GD�&DUWD�FRPSURPHWH�HVSHFLÀFDPHQWH�a UE a ter em consideração o melhor interesse da criança em todas as suas ações e a proteger e cuidar das crianças conforme for necessário para o seu bem-estar.

(VWH�IRUWH�H�UHIRUoDGR�FRPSURPLVVR�SDUD�FRP�RV�GLUHLWRV�GD�FULDQoD�WDPEpP�VH�UHÁHWH�na ´$JHQGD�(XURSHLD�SDUD�RV�'LUHLWRV�GD�&ULDQoDµ�de 2011, que apela às instituições HXURSHLDV�H�(VWDGRV�PHPEURV�SDUD�´SURJUHGLUHP�QR�TXH�GL]�UHVSHLWR�DRV�GLUHLWRV�GD�criança e porem os objetivos da política em ação”.

$�$JHQGD� HXURSHLD� HVWLSXOD� Do}HV� HVSHFtÀFDV� GHVWLQDGDV� D� UHVSHLWDU� DV� SURYLV}HV� H�RV�GLUHLWRV�GH�FULDQoDV��FRQIRUPH�GHVFULWR�QD�&DUWD�H�QD�&'&��,GHQWLÀFD�XPD�VpULH�GH�ações concretas para a UE tornar estes compromissos uma realidade, tais como justiça favorável a crianças, proteger crianças em situações vulneráveis e combater a violência contra as crianças.

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Direitos da criança na ação externa da UE

As ´&RQFOXV}HV�GR�&RQVHOKR�VREUH�D�3URPRomR�H�3URWHomR�GRV�'LUHLWRV�GD�&ULDQoD�QD�Ação Externa da União Europeia” de 2008 sublinharam o compromisso político da UE H�GRV�VHXV�(VWDGRV�PHPEURV�DR�´DÀUPDU�D�LPSRUWkQFLD�GH�XPD�DERUGDJHP�FRPSOHWD�e integrada baseada nos direitos humanos no sentido da promoção e proteção dos direitos da criança, conforme consta da Convenção dos Direitos da Criança (CDC) e dos seus dois protocolos opcionais, incluindo todas as áreas de ação externa da UE”.

$V�$o}HV�H�PHGLGDV�HVSHFtÀFDV�SDUD� LQWHJUDU�RV�GLUHLWRV�GD� FULDQoD�DWUDYpV�GD�DomR�externa da UE proposta em 2008, incluiram as seguintes áreas de prioridade: � Registo de nascimento universal � Acesso a água potável segura, saneamento, nutrição adequada e abrigo � $FHVVR�XQLYHUVDO�H�OLYUH�D�VHUYLoRV�GH�VD~GH�EiVLFRV � Proteção contra a violência e exploração, incluindo o trabalho infantil � Educação primária gratuita, obrigatória e universal � $FHVVR�D�FXLGDGRV�GH�VD~GH�H�HGXFDomR�VH[XDO�H�UHSURGXWRUD � Formação vocacional adequada e esquemas de desenvolvimento de aptidões � Oportunidades de emprego produtivo e trabalho digno após a idade mínima laboral.(P� WHUPRV� GH� IHUUDPHQWDV�� DV� GLUHWUL]HV� GH� ����� LGHQWLÀFDUDP� DV� VHJXLQWHV� TXDWUR�modalidades de intervenção: � Diálogo político � Diligências � Cooperação bilateral e multilateral � 'HVHQYROYLPHQWR� GH� SDUFHULDV� H� LQWHQVLÀFDomR� GD� FRRUGHQDomR� FRP� DJHQWHV�

internacionais.

Com base nestes compromissos precoces, o Comunicado da UE de 2011 sobre�´'LUHLWRV�Humanos e Democracia no Coração da Ação Externa da UE” FRQÀUPRX��PDLV�XPD�YH]��R�FRPSURPLVVR�FRP�RV�GLUHLWRV�KXPDQRV�GD�8(��GHFODUDQGR�TXH��´$�SURWHomR�H�SURPRomR�GRV�GLUHLWRV�KXPDQRV�VmR�ÀRV�FRQGXWRUHV�GH�WRGDV�DV�Do}HV�GD�8(�D�QtYHO�LQWHUQR�H�H[WHUQRµ��9DL�PDLV� ORQJH�H� LGHQWLÀFD�RV�GLUHLWRV�GD�FULDQoD�FRPR�XPD�GDV�três prioridades explícitas de política externa. Num esforço para pôr isto em ação, o ´4XDGUR�(VWUDWpJLFR�H�3ODQR�GH�$omR�GH�'LUHLWRV�+XPDQRV�H�'HPRFUDFLD�GD�8(µ compromete a UE a uma série de ações, campanhas e medidas destinadas a defender os direitos das crianças.

Os direitos da criança, uma questão transversal

O Consenso Europeu para o Desenvolvimento LGHQWLÀFD�RV�GLUHLWRV�GD�FULDQoD�FRPR�uma questão de desenvolvimento transversal – como a boa governação, igualdade de géneros e sustentabilidade ambiental – a abordar a nível de política, institucional e de programas (ver caixa). Os direitos da criança são, portanto, importantes não só como um objetivo em si, mas também como um componente crítico de objetivos de desenvolvimento tais como a redução da pobreza, o desenvolvimento político e o crescimento económico.

Módulo 1: Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação para o Desenvolvimento

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O Tratado da União Europeia, Artigo 3

“Nas suas relações com o mundo, a União Europeia deverá manter e promover os seus valores e interesses e contribuir para a proteção dos seus cidadãos. Deverá contribuir para a paz, a segurança, o desenvolvimento sustentável do planeta, a solidariedade e o respeito mútuo entre os povos, o comércio livre e equitativo, a erradicação da pobreza e a protecção dos direitos humanos, em especial os da criança.”

Carta dos Direitos Fundamentais da UE, Artigo 24: Direitos das crianças

1. As crianças têm direito à proteção e aos cuidados necessários ao seu bem-estar. Podem exprimir livremente a sua opinião, que será tomada em consideração nos assuntos que lhes digam respeito, em função da sua idade e maturidade.

2. Todos os atos relativos às crianças, quer praticados por entidades públicas, quer por instituições privadas, terão primariamente em conta o interesse superior da criança.”

Conclusões do Conselho da Europa (2008)

“Os direitos da criança não só devem ser promovidos através de ações específicas, conforme indicado acima, mas também através de uma integração eficaz em ferramentas de cooperação para o desenvolvimento na UE, particularmente em todos os programas e todas as estratégias nacionais e regionais. A integração é

especialmente importante para apoio orçamental geral e para setores-chave, tais como setores sociais (especialmente a saúde, a educação e a segurança social para todas as crianças), desenvolvimento rural (com ênfase em segurança alimentar e acesso a água potável) e governação.”

Conclusões do Conselho da Europa (2008)

“(…) deve-se prestar especial atenção aos direitos e às necessidades específicos de meninos e meninas, e particularmente a grupos vulneráveis de crianças, incluindo crianças pertencentes a minorias étnicas, imigrantes, crianças desalojadas ou refugiados, crianças afetadas por conflitos armados, órfãos, crianças separadas ou não acompanhadas, crianças que vivem em situação de extrema pobreza, crianças de rua, crianças afetadas pelo VIH/SIDA, crianças com deficiências e crianças indígenas.”

O Tratado da União Europeia, Artigo 21

“A ação da União na cena internacional assenta nos princípios que presidiram à sua criação, desenvolvimento e alargamento, e que é seu objetivo promover em todo o mundo: democracia, Estado de direito, universalidade e indivisibilidade dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, respeito pela dignidade humana, princípios da igualdade e solidariedade e respeito pelos princípios da Carta das Nações Unidas e do direito internacional.”

Ações externas da UE

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<,�WHYH�JVT�VZ�KPYLP[VZ�KH�JYPHUsH�LT�Hs�LZ�L_[LYUHZ�YLTVU[HT�H�]mYPVZ�HUVZ��+LWVPZ�KH�*VT\UPJHsqV�KL������¸9\TV�H�\TH�,Z[YH[tNPH�KH�<,�ZVIYL�VZ�+PYLP[VZ�KH�*YPHUsH¹��\TH�NYHUKL�X\HU[PKHKL�KL�KVJ\TLU[VZ�LZ[PW\SV\�HZ�WYPVYPKHKLZ�L�mYLHZ�KL�LUMVX\L�KH�<,��PUJS\PUKV

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� (Z�¸*VUJS\Z�LZ�KV�*VUZLSOV�ZVIYL�V�;YHIHSOV�0UMHU[PS¹�������

O Consenso Europeu para o Desenvolvimento

O Consenso Europeu para o Desenvolvimento invoca uma “abordagem fortalecida de integração” de questões transversais, incluindo um enfoque das mesmas no diálogo de políticas com países parceiros:

101. Em todas as atividades, a Comunidade aplicará uma abordagem fortalecida de integração das seguintes questões transversais: a promoção dos direitos humanos, igualdade de géneros, democracia, boa governação, direitos da criança e povos indígenas, sustentabilidade ambiental e combate ao VIH/SIDA. Estas questões transversais são conjuntamente objetivos em si mesmas e fatores vitais para fortalecer o impacto e a sustentabilidade da cooperação.”

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5HÁHWLQGR� R� FRPSURPLVVR� GD� 8(� SDUD� FRP� DV� FULDQoDV� QD� FRRSHUDomR� SDUD� R�desenvolvimento, o Consenso Europeu sobre a Ajuda Humanitária também realça a DWHQomR�HVSHFtÀFD�QHFHVViULD�SDUD�UHVSRQGHU�jV�QHFHVVLGDGHV�GH�FULDQoDV�YXOQHUiYHLV��´$XPHQWDU� R� ,PSDFWR� GD� 3ROtWLFD� GH�'HVHQYROYLPHQWR� GD�8(��8PD� DJHQGD� SDUD� D�mudança”� ������� DÀUPD�PDLV� XPD�YH]� R� FRPSURPLVVR�GD�8(�SDUD� FRP�RV�GLUHLWRV�humanos, a democracia e o Estado de direito como a melhor forma de promover a boa governação, assim como o desenvolvimento inclusivo e sustentável.

COMPROMISSOS REGIONAIS

África, Caribe e Pacífico

O Acordo de Cotonou contém provisões relativas aos direitos humanos e aos direitos da criança, incluindo a participação ativa de cidadãos jovens na vida pública. As Estratégias da UE para África, R�&DULEH�H�R�3DFÊĺFR�HVSHFLĺFDP�GLUHLWRV�GD�FULDQÄD��WUDEDOKR�infantil, educação, saúde e serviços básicos e a atenção especial necessária para crianças vulneráveis como áreas prioritárias.

Vizinhança Europeia (Leste e Sul)

Os Instrumentos Europeus de Vizinhança e Parceria fazem uma UHIHUÇQFLD�HVSHFÊĺFD�DRV�GLUHLWRV�GD�FULDQÄD��LQFOXLQGR�WUDEDOKR�infantil) como estando entre as áreas de cooperação elegíveis para DVVLVWÇQFLD�FRPXQLW¾ULD�

América Latina A Estratégia da UE para a América Latina e a Declaração de Viena de Ministros que participaram na Cimeira UE-LAC HP������HVWLSXOD�compromissos para “assegurar o respeito e a implementação dos direitos da criança” e reconhece a necessidade de “gerar políticas S×EOLFDV�HVSHFÊĺFDV�SDUD�D�SURWHÄÀR�GH�FULDQÄDV�H�MRYHQV�H�TXHEUDU�o ciclo de pobreza”.

Sudeste Asiático

A cooperação melhorada entre a UE e a Associação das Nações GR�6XGHVWH�$VL¾WLFR��$6($1��QR�FRPEDWH�DR�WU¾ĺFR�GH�FULDQÄDV�HVW¾�HVSHFLĺFDPHQWH�FRQWHPSODGD�QR�3ODQR�GH�$ÄÀR�DGRWDGR�QD�&LPHLUD�8(�$6($1�TXH�GHFRUUHX�HP�1RYHPEUR�GH������

Pode-se encontrar uma lista com compromissos adicionais da UE relativos aos direitos da criança no Anexo 1.5.

4. Análise contextual do país com base nos direitos da criança

3DUD�LQWHJUDU�GH�IRUPD�VLJQLÀFDWLYD�XP�HQIRTXH�QRV�GLUHLWRV�GD�FULDQoD�QD�FRRSHUDomR�para o desenvolvimento, uma análise contextual do país com base nos direitos da criança é um primeiro passo essencial. Saber o estado atual dos direitos das crianças e mulheres num país e as causas de faltas e desigualdades é essencial para garantir que as prioridades de programas e as escolhas de investimento se baseiam em provas e moldam estratégias de desenvolvimento nacional de forma a acelerar a realização de objetivos relacionados com crianças.

Módulo 1: Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação para o Desenvolvimento

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Mecanismos operacionais da UE para monitorizar as tendências dos direitos humanos num país

Operacionalmente, há uma série de mecanismos disponíveis que permitem à UE monitorizar tendências na situação no que diz respeito a direitos humanos de uma forma mais ampla. Estes incluem:

�� (�LSHIVYHsqV�KL�YLSH[}YPVZ�WVSx[PJVZ�YLN\SHYLZ�KVZ�*OLMLZ�KH�+LSLNHsqV�KH�<,��L�V\�*OLMLZ�,\YVWL\Z�KL�4PZZqV��X\HUKV�HWYVWYPHKV��MVYULJL�PUMVYTHs�LZ�JVU[xU\HZ�L�H]HSPHs�LZ�KL�KLZLU]VS]PTLU[VZ�WVSx[PJVZ��PUJS\PUKV�LT�[LYTVZ�KL�]HSVYLZ�M\UKHTLU[HPZ��� �6�KPmSVNV�WVSx[PJV�WLYTHULU[L�LU[YL�H�<,�L�V�WHxZ�WHYJLPYV�t�\T�M}Y\T�JOH]L�WHYH�SPKHY�JVT�WYLVJ\WHs�LZ�L�KLZHÄVZ�YLSHJPVUHKVZ�JVT�]HSVYLZ�M\UKHTLU[HPZ��PUJS\PUKV�X\LZ[�LZ�KL�KPYLP[VZ�O\THUVZ��� (Z�LZ[YH[tNPHZ�WVY�WHxZ�KL�KPYLP[VZ�O\THUVZ�KH�<,�ZqV�MLYYHTLU[HZ�T\P[V��[LPZ�L�YLWYLZLU[HT�H]HSPHs�LZ�JVTWSL[HZ�X\L�HIYHUNLT�VZ�WYPUJxWPVZ�KLÄUPKVZ�UV�(Y[PNV����KV�;YH[HKV�KL�3PZIVH��,Z[LZ�[vT�LT�JVU[H��L�LZ[qV�HZZVJPHKVZ�HVZ�<79�YLHSPaHKVZ�UV�JVU[L_[V�KHZ�5Hs�LZ�<UPKHZ�

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4.1 Finalidade e objetivos da análise

Os objetivos de uma análise contextual do país com base nos direitos da criança são:

� ,GHQWLÀFDU�FRP�H[DWLGmR�WHQGrQFLDV��SDGU}HV��LQFLGrQFLD�H�FDXVDV�GH�SULYDo}HV�FKDYH (por exp., mortalidade infantil, estagnação, baixos níveis de registo de nascimentos, baixa taxa de inscrição ou sucesso escolar ou violência contra crianças), desagregadas por segmentos relevantes da população.

� ,GHQWLÀFDU� H� DQDOLVDU� EDUUHLUDV� H� REVWiFXORV que impedem as crianças e famílias GHVIDYRUHFLGDV� GH� EHQHÀFLDUHP�GH� LQWHUYHQo}HV� H� VHUYLoRV�� LQFOXLQGR� DV� FRQGLo}HV�sociais, políticas e económicas que resultam em falhas na criação de um ambiente propício ao respeito pelos direitos da criança.

� $QDOLVDU�VH�LQWHUYHQo}HV�H�VHUYLoRV�EDVHDGRV�HP�SURYDV�QHFHVViULRV�SDUD�UHVROYHU�SULYDo}HV� WrP� SULRULGDGH� HP� SROtWLFDV�� OHLV�� HVWUDWpJLDV�� SODQRV� H� RUoDPHQWRV�nacionais. Esta análise abrangerá a medida em que há um ambiente propício ao respeito pelos direitos de todas as crianças, incluindo a promoção de normas e comportamentos sociais positivos, a organização de serviços e capacidades institucionais ao nível nacional, sub-nacional e comunitário.

Esta análise é usada em todas as fases do processo de criação de programas:

� Como a base para o diálogo com governos parceiros, o desenvolvimento de documentos estratégicos de país, a revisão semestral desses planos, etc.

� 'XUDQWH�D�LGHQWLÀFDomR�GH�SURMHWRV para revelar se os objetivos dos direitos da criança HVWmR� DUWLFXODGRV� QD� LGHLD� LQLFLDO�� VH� D� DWLYLGDGH�SODQHDGD� FRQWULEXLUi� RX�GHVDÀDUi�desigualdades existentes e se há alguma questão relacionada com os direitos da criança que não tenha sido abordada.

� 'XUDQWH�DV�IDVHV�GH�LGHQWLÀFDomR�H�IRUPXODomR�SDUD�FRQWULEXLU�SDUD�D�LGHQWLÀFDomR�de pontos de entrada para ações que serão necessárias de forma a alcançar os objetivos dos direitos da criança.

� Durante a monitorização e avaliação: Também deve ser implementado um sistema de monitorização e avaliação sensível aos direitos da criança desde a fase de conceção em diante, incluindo o estabelecimento de indicadores para avaliar a medida em que os objetivos são alcançados e as alterações aos direitos da criança são realizadas.

A análise contextual do país com base nos direitos da criança também pode ter uma relação recíproca com as Estratégias de país de Direitos Humanos da UE. Pode informar as estratégias nacionais, apesar de as próprias estratégias serem integradas nos programas e na implementação de toda a assistência a países. As questões relacionadas FRP�GLUHLWRV�GD�FULDQoD�GHYHP�SHUPHDU�D� OLVWD�DFRUGDGD�GH�´LWHQV�PtQLPRVµ�TXH�RV�Estados-membros da UE e as instituições levantam com as suas contrapartes relevantes ´HP�SDtVHV�GH�WHUFHLUR�PXQGR�GXUDQWH�UHXQL}HV�H�YLVLWDV��LQFOXLQGR�DR�PDLV�DOWR�QtYHO�político e durante cimeiras”.16

Consultar a Ferramenta 1.1 para mais orientação prática relativamente à forma como seguir os passos na análise contextual do país mencionada abaixo

3DUD�VHU�PDLV�HÀFD]��HVWD�DQiOLVH�p�LGHDOPHQWH�UHDOL]DGD�XPD�YH]�HP�FDGD�SURJUDPDomR��ÀQDQFLDPHQWR��FLFOR�GH�SODQHDPHQWR�QDFLRQDO�

Módulo 1: Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação para o Desenvolvimento

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4.2 Passo 1: Rever recursos críticos

As� REVHUYDo}HV�ÀQDLV�GR�&RPLWp�GD�&'&�H�GR�JRYHUQR� H� DV� DQiOLVHV�GH� VLWXDomR�GD�81,&() para cada país podem fornecer, de um modo geral, um excelente e completo ponto de partida, estipulando um conjunto de questões prioritárias para discussão e ação, bem como orientação técnica relacionada. As análises de direitos da criança também estão contidas em relatórios de Estados Partes para a CDC ou outros organismos de direitos humanos internacionais ou regionais tais como o Comité sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres ou o Comité Africano de Especialistas dos Direitos e Bem-Estar da Criança.

As organizações dos direitos da criança – tais como a Save the Children, por exemplo – também realizam análises de situação dos direitos da criança, que podem ser bons recursos de dados adicionais. As organizações da sociedade civil no país também podem ser fontes-chave de dados. Por exemplo, produzem frequentemente relatórios sombra ou relatórios alternativos (a relatórios dos Estados Partes) e submetem-nos a organismos de tratados de direitos humanos, incluindo o Comité da CDC, bem como o UPR, com informações que avaliam a forma como um Estado Parte cumpriu os direitos substantivos indicados nos tratados. Estes relatórios alternativos destacam frequentemente as perspectivas e experiência de certos constituintes tais como mulheres, crianças, povos indígenas ou minorias étnicas que possam estar ausentes do relatório do país para o organismo de tratados ou iluminam questões que possam não surgir tipicamente no diálogo de políticas com governo. Ao consultar estes relatórios como fontes, os parceiros de desenvolvimento podem tornar estes diálogos de políticas mais completos pois estão mais bem informados e podem chamar a atenção para os mais marginalizados e H[FOXtGRV��WDLV�FRPR�DV�FULDQoDV�FRP�GHÀFLrQFLDV�

A maior parte das fontes de dados existentes não são adequadamente analisadas para extrair disparidades ou padrões de exclusão ou desvantagem. A análise do país tem de usar plenamente dados desagregados numa grande variedade de desigualdades (tais como género, estatuto de minoria ou incapacidade, raça, idade e antecedentes religiosos e socioeconómicos) SDUD� LGHQWLÀFDU� TXHP� p� GHL[DGR� GH� SDUWH�� SDUD� LQIRUPDU� GHFLV}HV� GH� SROtWLFD� H� RULHQWDU�investimentos em serviços para chegar aos mais marginalizados e excluídos.

Os dados, tanto quantitativos como qualitativos, geralmente estão disponíveis através GH� LQTXpULWRV� QDFLRQDLV� SDUD� ÀQV� HVSHFLDLV� EHP� FRPR� GH� VLVWHPDV� DGPLQLVWUDWLYRV� RX� GH�HODERUDomR�GH�UHODWyULRV�GH�URWLQD��WDLV�FRPR�QRV�VLVWHPDV�GH�VD~GH�RX�HGXFDomR��YHU�FDL[D�FRP�exemplos de fontes de dados). Como estes dados oferecem diversos graus de desagregação, raramente são, por si só, adequados para uma avaliação de um ponto de vista dos direitos da criança. Todavia, representam um excelente recurso para futuras análises direcionadas.

Em alguns casos, os dados ou as análises ainda não estão disponíveis de todo ou são muito limitados. Nesses casos, pode-se explorar avaliações adicionais – quer sejam na forma de amostras expandidas de avaliações existentes ou avaliações adicionais – para aumentar os GDGRV�GLVSRQtYHLV�VREUH�JUXSRV�HVSHFtÀFRV�WDLV�FRPR�PLQRULDV��JUXSRV�LQGtJHQDV�RX�FULDQoDV�FRP�GHÀFLrQFLDV��2�DSRLR�GH�GRDGRUHV�SRGH�LQFOXLU�DSRLR�D�SDUFHLURV�QDFLRQDLV�QD�UHDOL]DomR�dessas análises. Garantir que esta informação está disponível a parceiros nacionais para informar o desenvolvimento de planos, políticas e estratégias nacionais é uma forma típica de cooperação para apoiar uma abordagem baseada nos direitos da criança.

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EXEMPLOS DE FONTES DE DADOS

Fontes de dados primárias

Estatísticas de rotina geradas por ministérios ou gabinetes de estatísticas: � Sistemas de informação de gestão de serviços de saúde (HMIS) � Sistema de informação de gestão de serviços de educação (EMIS) � /HLV�ĺQDQFHLUDV�H�RUÄDPHQWRV�QDFLRQDLV�GH�ODLV�ĺQDQÄDV � Sistemas de vigilância nacional � Sistemas de registo de nascimento/dados vitais � (VWDWÊVWLFDV�QDFLRQDLV�GH�FDW¾VWURIHV�H�VLWXDÄÒHV�GH�HPHUJÇQFLD

Fontes de dados se-cundárias

Análises para fins especiais: � Censos � ,QTXÆULWRV�'HPRJU¾ĺFRV�H�GH�6D×GH��,'6� � Inquéritos de Grupos de Indicadores Múltiplos (IGIM) � Inquéritos de monitorização de segurança familiar � Inquéritos de despesas e orçamentos familiares � Inquéritos de trabalho infantil � Inquéritos de base

Discussões de grupos de enfoque, estudos de conhecimento-atitude-prática (CAP) e consultas com grupos representantes de: � Crianças/adolescentes � Jovens � Mulheres � Comunidades � Grupos especialmente desfavorecidos, tais como minorias étnicas e FULDQÄDV�FRP�GHĺFLÇQFLDV�

Pesquisa sociocultural/etnográfica

Relatórios de rotina de governos: � Relatórios anuais de ministérios � Relatórios setoriais e temáticos � Relatórios de despesa do tesouro

Elaboração de relatórios sobre convenções, tratados e metas internacionalmente acordados: � Relatórios de ODM � Relatórios de Estados Partes para o Comité dos Direitos da Criança � 2EVHUYDÄÒHV�ĺQDLV�H�UHFRPHQGDÄÒHV�GR�&RPLWÆ � Relatórios estatais para o UPR � Relatórios de Estados partes sobre a CEDAW e a CDPD e observações ĺQDLV�H�UHFRPHQGDÄÒHV�GRV�UHVSHWLYRV�FRPLWÆV

� Relatórios alternativos/sombra submetidos por ONG e/ou instituições nacionais independentes dos direitos humanos

� Relatório de visitas nacionais (se houver) por Relatores Especiais, � Representantes Especiais e/ou especialistas independentes

Relatórios de revisões e avaliações de programas: � Descobertas de revisão intermédia � Avaliações de programas nacionais

Consultar a Ferramenta 1.2 e a Ferramenta 1.3 para fontes-chave de indicadores globais focalizados em crianças e bases de dados focalizadas em crianças.

Módulo 1: Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação para o Desenvolvimento

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4.3 Passo 2: Analisar padrões de exclusão social e identificar fatores subjacentes

O próximo passo é analisar as tendências e os padrões de exclusão e discriminação VRFLDO�H�LGHQWLÀFDU�RV�IDWRUHV�VXEMDFHQWHV�H�HVWUXWXUDLV�H�DV�GHVLJXDOGDGHV�TXH�SUHFLVDP�de ser abordados em acordos de cooperação para o desenvolvimento.

(VWD�DQiOLVH�DMXGD�D�GHVWDFDU�RV�YHWRUHV�SDUD�GHVHQYROYLPHQWR�H�LGHQWLÀFDU�SULRULGDGHV��lacunas e oportunidades tanto para remover obstáculos ao acesso equitativo a serviços de qualidade como para fortalecer os âmbitos de política relevantes em setores-chave. ,VWR�VLJQLÀFD�DQDOLVDU�QmR�Vy�DV�SULYDo}HV�LPHGLDWDV�TXH�DV�FULDQoDV�HQIUHQWDP�FRPR�também os fatores sociais, políticos e institucionais que formam o ambiente propício para fazer cumprir os seus direitos. Estes incluem normas sociais, enquadramentos políticos e legais, alocações orçamentais, mecanismos de coordenação e capacidades institucionais.

Outros fatores para análise incluem o acesso e controlo de recursos materiais e não-materiais, a base legal para padrões de desigualdade, compromissos políticos e a cultura, as atitudes e os estereótipos que afetam todas as questões. Uma análise de vulnerabilidade – que considera perigos reais e potenciais, a probabilidade da sua RFRUUrQFLD�� D� SRSXODomR� DQÀWULm�UHVLGHQWH� TXH� VHUi� DIHWDGD� H� D� VXD� FDSDFLGDGH� GH�superar – ajuda a revelar a situação dos marginalizados na sociedade e dos mais gravemente afetados por crises, bem como a sua capacidade de agir em seu próprio nome.

Compreender a disposição da sociedade e do governo também é crítico. Para cada SUREOHPD��D�SHUJXQWD�´3RUTXr"µ�WHP�GH�VHU�IHLWD�YH]HV�VHP�FRQWD�SDUD�FRPSUHHQGHU�DV�FDXVDV�D�GLIHUHQWHV�QtYHLV�TXH�JHUDP�RV�GHVDÀRV�DR�GHVHQYROYLPHQWR�GDV�FULDQoDV�

ANÁLISES CAUSAIS: UM EXEMPLO

)HP_H�;H_HKL�:\JLZZV,ZJVSHY

(S[VZ�Ux]LPZ�KL�]PVSvUJPHUHZ�LZJVSHZ

5x]LPZ�IHP_VZ�KL�MYLX\vUJPH�LZJVSHY

Atitudes culturais que promovem meios violentos de resolução de conflitos

WVKL�ZLY�JH\ZHKV�LT�WHY[L�WVY

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De um modo abrangente, esta análise focalizada na equidade deve incluir os seguintes componentes:

1. Análise de causalidade, que examina as causas de falhas e desigualdades num âmbito conceptual, analisando além das causas imediatas para determinar as VXEMDFHQWHV�H�HVWUXWXUDLV��(VWD�DQiOLVH� LGHQWLÀFD�RV�REVWiFXORV�H�DV�EDUUHLUDV�TXH�LPSHGHP�DV�PXOKHUHV�H�FULDQoDV�GH�DFHGHU�H�EHQHÀFLDU�GH�LQWHUYHQo}HV�H�VHUYLoRV�essenciais para apoiar o estabelecimento de uma linha de base para ação na redução de desigualdades.

2. Análise de padrão de papéis, que aprofunda os papéis e as relações entre SRUWDGRUHV�GH�GHYHUHV�H�SRUWDGRUHV�GH�GLUHLWRV�HP�UHODomR�D�GLUHLWRV�HVSHFtÀFRV�

3. Análise de lacunas de capacidade, que examina a capacidade de indivíduos e instituições-chave responsáveis por respeitar, proteger e cumprir os direitos da criança.

4. Análise do ambiente propício, que examina questões políticas, legais, DGPLQLVWUDWLYDV� H�RUoDPHQWDLV� H�QRUPDV� VRFLDLV�PDLV� DPSODV�TXH� LQÁXHQFLDP�R�cumprimento dos direitos da criança e a redução de desigualdades.

Na secção Ferramentas, encontrará orientação sobre estes tipos de análises.

Módulo 1: Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação para o Desenvolvimento

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Módulo 1: Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação para o Desenvolvimento

MóduloFerramentas e Anexos

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FERRAMENTAS

Ferramenta 1.1 Análise contextual do país com base nos direitos da criança

PASSO 1: REVER RECURSOS CRÍTICOS E DADOS DISPONÍVEIS

� Rever análises da situação do país feitas pelo UNICEF e pelo governo

� 5HYHU�REVHUYDÄÒHV�ĺQDLV�GH�RUJDQLVPRV�GH�WUDWDGRV�GH�GLUHLWRV�KXPDQRV � Rever estatísticas geradas por ministérios ou gabinetes de estatísticas

� ,GHQWLĺFDU�RXWUDV�IRQWHV�GH�GDGRV��WDLV�FRPR� » Censos » ,QTXÆULWRV�'HPRJU¾ĺFRV�H�GH�6D×GH��,'6� » Inquéritos de Grupos de Indicadores Múltiplos (IGIM) » Inquéritos de monitorização de segurança familiar

» Inquéritos de despesas e orçamentos familiares

» Inquéritos de trabalho » Inquéritos de base

� (VWÀR�GLVSRQÊYHLV�HVWDWÊVWLFDV�HVSHFÊĺFDV�VREUH�FULDQÄDV�HP�DOJXP�GHVWHV" � (VWÀR�VXĺFLHQWHPHQWH�GHVDJUHJDGDV�SDUD�YHU�D�GLIHUHQÄD�HQWUH�JUXSRV�GLIHUHQWHV�QR�SDÊV��SRU�H[S���SRU�JÆQHUR��LGDGH��HWQLD��GHĺFLÇQFLD��HWF��"

Para obter mais informações, consultar www.childinfo.org e a Ferramenta 1.2.PASSO 2: REALIZAR ANÁLISES

A. ANÁLISES CAUSAIS

Uma análise causal ajuda a construir uma perspetiva completa de relações causa-efeito a vários níveis para ajudar a delinear respostas estratégicas. Esta análise tem de VHU�HVSHFÊĺFD�SDUD�R�FRQWH[WR��SRLV�D�FDXVD�VXEMDFHQWH�GH�XP�SUREOHPD�SRGH�VHU�XP�determinante estrutural melhor enraizado num país do que noutro.

'HYHU¾�DMXGDU�D�UHVSRQGHU�½V�VHJXLQWHV�SHUJXQWDV� � Quais são as falhas e desigualdades no cumprimento de direitos e como é que estas VH�PDQLIHVWDP�DWUDYÆV�GH�LQGLFDGRUHV�FKDYH"

� Quais são os vetores-chave de desigualdades e obstáculos para grupos de SRSXODÄÀR�HVSHFÊĺFRV�H�RX�UHJLÒHV�JHRJU¾ĺFDV"

� Quais são os determinantes a nível macro para estas desigualdades, tais como legislação, políticas, orçamentos e outros fatores, por exemplo, padrões de PLJUDÄÀR��GHSHQGÇQFLD�GH�UHPHVVDV�H�PHLRV�DX[LOLDUHV"

B. ANÁLISE DE PADRÃO DE PAPÉIS E ANÁLISES DE LACUNAS DE CAPACIDADE

A análise de padrão de papéis implica compreender quem é responsável por os Y¾ULRV�GLUHLWRV�QÀR�VHUHP�UHVSHLWDGRV��SURWHJLGRV�RX�FXPSULGRV��¦�LPSRUWDQWH�GHĺQLU�claramente os portadores de direitos (indivíduos ou grupos com reivindicações válidas) H�RV�SRUWDGRUHV�GH�GHYHUHV��RV�TXH�WÇP�REULJDÄÒHV�GH�UHVSHLWDU�GLUHLWRV��TXH�SRGHP�incluir familiares, líderes comunitários e intervenientes culturais ou sociais importantes, tais como parteiras) e os seus respetivos papéis e relações em cada contexto. Uma DQ¾OLVH�GH�SDGUÀR�GH�SDSÆLV�GHYHU¾�DMXGDU�D�UHVSRQGHU�½V�VHJXLQWHV�TXHVWÒHV� � 3DUD�D�TXHVWÀR�GH�GHVHQYROYLPHQWR�HVSHFÊĺFD�D�FRQVLGHUDU

» 4XHP�VÀR�RV�SRUWDGRUHV�GH�GLUHLWRV" » 4XHP�VÀR�RV�SRUWDGRUHV�GH�GHYHUHV�H�TXH�REULJDÄÒHV�GHYHP�FXPSULU" » 4XDO�Æ�D�UHODÄÀR�HQWUH�RV�SRUWDGRUHV�GH�GLUHLWRV�H�RV�SRUWDGRUHV�GH�GHYHUHV"

Paralelamente, examinar as lacunas de capacidade entre portadores de deveres pode ajudar os intervenientes da cooperação para o desenvolvimento a colmatar essas lacunas e obter resultados de desenvolvimento focalizados nas crianças. Completar as colunas referentes a análises de padrão de papéis e “análises de capacidade” no JU¾ĺFR�GD�S¾JLQD�VHJXLQWH�GHYHU¾�DMXGDU�D�RULHQWDU�HVWH�SURFHVVR�

Módulo 1: Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação para o Desenvolvimento

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NÍVEL/TIPO DE DEVERANÁLISE DE PADRÃO DE PAPÉIS

ANÁLISE DE CAPACIDADE

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Prestador de cuidados

imediatos

Família

Grupo com

unitário

Adm

inistração local

Governo local

Internacional

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C. ANÁLISE DO AMBIENTE PROPÍCIO

Uma análise do ambiente propício permite uma examinação aprofundada dos pontos fortes e dos pontos fracos de instituições nacionais, políticas sociais e sistemas OHJLVODWLYRV�H�RUÄDPHQWDLV�TXH�LQĻXHQFLDP�R�FXPSULPHQWR�GRV�GLUHLWRV�GD�FULDQÄD�H�da mulher. Uma examinação de normas sociais, análises de lacunas de políticas, uma análise legislativa, uma análise orçamental e uma análise institucional são componentes analíticos importantes para compreender as falhas relacionadas com o cumprimento de direitos de todas as crianças.

GUIA PARA ANÁLISES DE AMBIENTE PROPÍCIO

Análises de normas sociais

Uma norma social é uma regra ou um comportamento que os membros de uma comunidade seguem porque comporta recompensas sociais positivas ou sanções

� 4XDLV�VÀR�DOJXPDV�GDV�QRUPDV�VRFLDLV�QHJDWLYDV�SUHGRPLQDQWHV�TXH�DIHWDP�DV�FULDQÄDV" � 4XHP�VÀR�RV�LQWHUYHQLHQWHV�FKDYH�QR�SDÊV�TXH�SHUSHWXDP�HVWDV�QRUPDV" � (P�TXH�PHGLGD�HVWDV�QRUPDV�QHJDWLYDV�LQĻXHQFLDP�JUXSRV�GHVIDYRUHFLGRV�QR�SDÊV"

Análise de lacunas de políticas

Examina os princípios e os objetivos a longo prazo que formam a base para criar regras e diretrizes, orientando de um modo geral o planeamento e desenvolvimento.

� 2�JRYHUQR�WHP�FDSDFLGDGH�WÆFQLFD�VXĺFLHQWH�SDUD�LPSOHPHQWDU�SROÊWLFDV�GH�QÊYHO�QDFLRQDO�D�QÊYHO�ORFDO"

� Quais são os melhores interesses da criança e outros princípios de direitos da criança UHĻHWLGRV�QD�LPSOHPHQWDÄÀR�GH�SROÊWLFDV�DWXDO"

� Em que medida outras políticas sociais e de desenvolvimento – incluindo planos de desenvolvimento nacional, estratégias de redução da pobreza, planos de desenvolvimento urbano, políticas de emprego e agícolas, etc. – afetam o acesso a serviços sociais de TXDOLGDGH"

� Há oportunidades para o envolvimento de crianças, incluindo adolescentes, na formulação H�LPSOHPHQWDÄÀR�GH�SROÊWLFDV�IDYRU¾YHLV�D�SUHRFXSDÄÒHV�UHODFLRQDGDV�FRP�FULDQÄDV"

Análise legislativa Examinar e realçar o grau em que o enquadramento legislativo nacional é compatível com as provisões da CDC, da CEDAW e da CDPD.

� 2�JRYHUQR�WHP�DOJXP�SUREOHPD�SDUWLFXODU�HP�WUDQVSRU�D�&'&�SDUD�OHL�QDFLRQDO"�6H�VLP��SRUTXÇ"

� O governo tem algum problema particular em transpor para lei nacional quaisquer outros instrumentos legais internacionais relevantes para os direitos da criança dos quais é 3DUWH"�6H�VLP��SRUTXÇ"

� $�GHĺQLÄÀR�GH�XPD�FULDQÄD�HP�WRGDV�DV�LQVW¿QFLDV�OHJDLV��IRUPDO�H�LQIRUPDO��Æ�GHĺQLGD�FRPR�TXDOTXHU�LQGLYÊGXR�FRP�PHQRV�GH����DQRV"�6H�QÀR��FRPR�Æ�GHĺQLGD�XPD�FULDQÄD�H�FRPR�Æ�TXH�HVWD�GHĺQLÄÀR�DIHWD�UDSD]HV�H�UDSDULJDV�GH�IRUPD�GLIHUHQWH"

Análise de alocações orçamentais e desembolsos

Analisa a parte de recursos alocados a funções do governo relativamente ao cumprimento de direitos da criança e à distribuição geral de investimentos públicos.

� Existe uma análise do impacto de alocações orçamentais em serviços sociais GH�TXDOLGDGH�SDUD�WRGDV�DV�FULDQÄDV"�([LVWH�ĺQDQFLDPHQWR�DORFDGR��GLUHWD�H�LQGLUHWDPHQWH��D�FULDQÄDV"�(VWH�ĺQDQFLDPHQWR�Æ�UDVWUHDGR�SDUD�GHWHUPLQDU�FRPR�Æ�JDVWR�H�VH�HVWH�Æ�R�XVR�PDLV�HĺFLHQWH�H�HĺFD]�GR�RUÄDPHQWR"

� Os orçamentos sectoriais são analisados em termos dos seus impactos em desigualdades e capacidades de governo a todos os níveis para responder às QHFHVVLGDGHV�GH�FULDQÄDV�TXH�YLYHP�HP�FRQGLÄÒHV�DGYHUVDV"

Módulo 1: Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação para o Desenvolvimento

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� 5HYLVÀR�GH�SROÊWLFDV�GH�ĺQDQFLDPHQWR��RUÄDPHQWRV��WD[DV�GH�XWLOL]DGRU��WULEXWDÄÀR��segurança social, etc.) e como estas abordam o acesso a serviços básicos.

� Revisão de distribuição orçamental por região (estado, província, distrito, etc.) por tipo de serviço.

� Revisão de implementação de orçamentos e resultados e a medida em que os UHFXUVRV�DWLQJHP�H�EHQHĺFLDP�UHDOPHQWH�RV�PHLRV�GH�VHUYLÄRV�ORFDLV�H�DV�IDPÊOLDV��HĺFLÇQFLD�RSHUDFLRQDO��

� $Q¾OLVH�GH�WHQGÇQFLDV�GH�LQYHVWLPHQWR�S×EOLFR�HP�VHWRUHV�GH�VHUYLÄR�VRFLDO�DR�ORQJR�do tempo, desagregados por região e níveis administrativos mais baixos.

� $Q¾OLVH�GH�WHQGÇQFLDV�GH�UHFHLWDV�SDUD�GHWHUPLQDU�D�VXVWHQWDELOLGDGH�H�SUHYLVLELOLGDGH�de receitas geradas por estes investimentos públicos (proporção de investimento UHVXOWDQWH�GH�VLVWHPD�ĺVFDO��GÊYLGD�H[WHUQD��ĺQDQFLDPHQWR�GR�EDQFR�FHQWUDO��DMXGD�multilateral ou bilateral, fundos “fora do orçamento”).

� Examinação de orçamentos nacionais e sub-nacionais direcionados para setores de serviços sociais apropriados (por exp., cuidados de saúde primários, educação básica, água e saneamento, ambiente, proteção de crianças e social, programas de VIH e SIDA, etc.) e provisão de recursos essenciais em cada setor.

Análise institucional: estruturas, capacidades e mecanismos

A forma e a função que as instituições e estruturas públicas assumem são um determinante crucial para garantir um enquadramento legítimo, eficaz e eficiente para a formulação e a condução de políticas públicas no apoio aos direitos da criança.

� Existe algum organismo previsto que considere as crianças uma prioridade (de um PRGR�JHUDO�H�RX�HP�VHWRUHV�"

� Existem mecanismos de coordenação aos níveis horizontal e vertical para o GHVHQYROYLPHQWR�GH�SROÊWLFDV�H�D�LPSOHPHQWDÄÀR�GH�SURJUDPDV�SDUD�FULDQÄDV"�4XHVWÒHV�DGLFLRQDLV�TXH�LQFOXHP� » 6ÀR�VXĺFLHQWHPHQWH�ĺQDQFLDGRV" » 7ÇP�SULRULGDGH�SROÊWLFD" » Incluem departamentos governamentais responsáveis pelo planeamento e pela DORFDÄÀR�GH�UHFXUVRV"

» ([LVWH�IUDJPHQWDÄÀR�GH�HVIRUÄRV�HP�VHWRUHV" » ,QFOXHP�D�SDUWLFLSDÄÀR�DWLYD�GH�DXWRULGDGHV�UHJLRQDLV�ORFDLV" » (QYROYHP�D�VRFLHGDGH�FLYLO"

� Existem comités de desenvolvimento distrital com funções relativas a direitos da FULDQÄD"

� ([LVWHP�FRPLWÆV�GH�VHWRUHV�GLVWULWDLV" � 2�JRYHUQR�WHP�FDSDFLGDGH�VXĺFLHQWH�SDUD�IRUPXODU�SROÊWLFDV�FRP�EDVH�HP�SURYDV" � Qual é a capacidade do governo para tornar os direitos da criança predominantes e integrar uma perspetiva dos direitos da criança no seu trabalho, tanto ao nível local FRPR�QDFLRQDO"

� Os funcionários do governo demonstram consciencialização e sensibilidade para os GLUHLWRV�GD�FULDQÄD�H�RV�SULQFÊSLRV�GRV�GLUHLWRV�GD�FULDQÄD"

� Que apoio é dado para desenvolver capacidades em ministérios (incluindo formulação de políticas, melhoria da legislação, promoção de estruturas para dar voz às crianças, análise orçamental, dar predominância aos direitos da criança e assim SRU�GLDQWH�"

� 2�JRYHUQR�WHP�FDSDFLGDGH�VXĺFLHQWH�SDUD�LPSOHPHQWDU�SROÊWLFDV�GH�QÊYHO�QDFLRQDO�D�QÊYHO�ORFDO"

� Como são os melhores interesses da criança e outros princípios de direitos da FULDQÄD�UHĻHWLGRV�QD�LPSOHPHQWDÄÀR�GH�SROÊWLFDV�DWXDO"([LVWH�XP�SODQR�GH�DÄÀR�QDFLRQDO�SDUD�RV�GLUHLWRV�GD�FULDQÄD"�(VWH�SODQR�EDVHLD�VH�HP�WRGD�D�&'&"�(VWH�plano considera a participação das crianças na formulação e implementação GH�SROÊWLFDV"�(VWH�SODQR�LQFOXL�XPD�H[DPLQDÄÀR�GH�GHVSHVDV�RUÄDPHQWDLV�HP�FULDQÄDV��GLUHWDV�H�LQGLUHWDV�"��(VWH�SODQR�LQFOXL�XPD�H[DPLQDÄÀR�GD�SDUWLFLSDÄÀR�GH�FULDQÄDV�HP�TXHVWÒHV�JRYHUQDPHQWDLV"�(VWH�SODQR�WHP�XP�FDOHQG¾ULR�H�RUÄDPHQWR�DVVRFLDGRV"

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� )RUDP�HVWDEHOHFLGRV�PHFDQLVPRV�RĺFLDLV�H�LQGHSHQGHQWHV�FRP�DOFDQFH�D�QÊYHLV�ORFDLV�SDUD�DVVHJXUDU�D�FRQIRUPLGDGH�FRP�D�&'&"�7ÇP�UHFXUVRV�DGHTXDGRV"�7UDEDOKDP�WUDQVYHUVDOPHQWH�HP�VLVWHPDV�GH�JHVWÀR�S×EOLFD"�7ÇP�DXWRULGDGH�VXĺFLHQWH�SDUD�H[LJLU�PXGDQÄDV"

� O governo é responsabilizado quanto a princípios de direitos da criança através, por H[HPSOR��GD�HODERUDÄÀR�GH�UHODWÐULRV�UHODWLYRV�½�&'&"�&RPR�Æ�TXH�R�S×EOLFR�H�DV�FULDQÄDV�R�UHVSRQVDELOL]DP"

� $�SUHVWDÄÀR�GH�VHUYLÄRV�H�DV�DJÇQFLDV�UHJXODPHQWDUHV�QRV�VHWRUHV�LQFOXHP�LQGLFDGRUHV�GH�GLUHLWRV�GD�FULDQÄD�SDUD�DYDOLDU�RV�UHVXOWDGRV"�(VWHV�HQYROYHP�DV�FULDQÄDV�QHVWH�SURFHVVR"

Módulo 1: Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação para o Desenvolvimento

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Ferramenta 1.2 Indicadores globais com foco na criança

INDICADORES GLOBAIS COM FOCO NA CRIANÇA

ÁREA DE DIREITOS DA CRIANÇA

INDICADORES FONTES DE DADOS-CHAVE

Sobrevivência e saúde

Taxa de mortalidade infantil Inquéritos de Grupos de Indicadores Múltiplos (IGIM), ,QTXÆULWRV�'HPRJU¾ĺFRV�H�GH�Saúde (IDS)

Taxa de mortalidade em crianças com menos de 5 anos

IGIM, IDS

,QFLGÇQFLD�GH�GRHQÄDV�HVSHFÊĺFDV�WDLV�FRPR�GLDUUHLD�H�SUHYDOÇQFLD�H�WUDWDPHQWR�GH�doenças respiratórias

IDS

Uso de recursos melhorados de abastecimento de água e saneamento

IGIM, IDS

Cuidados pré-natais e taxas de partos institucionais

IGIM, IDS

Comportamento sexual de jovens – por exemplo, uso de preservativo e múltiplos parceiros

IGIM, IDS, AIS��

Consumo de drogas ou álcool por jovens IGIM, IDS, dados administrativos

Nutrição 3UHYDOÇQFLD�GH�SHVR�LQIHULRU�DR�QRUPDO��HVWDJQDÄÀR��DWURĺD��EDL[R�SHVR�½�QDVFHQÄD�H�obesidade

IGIM, EMPV��

Taxas de amamentação e práticas de alimentação de bebés e crianças

IGIM, IDS

&DUÇQFLDV�H�LQJHVWÀR�GH�PLFURQXWULHQWHVem crianças e mães

IGIM, IDS

Educação )UHTXÇQFLD�SUÆ�HVFRODU�HP�IDL[D�HW¾ULD�UHOHYDQWH��JHUDOPHQWH�LGDGHV����t����

IGIM

5¾FLRV�OÊTXLGRV�GH�IUHTXÇQFLD�GH�HQVLQR�primário e secundário

IGIM

7D[DV�GH�GHVLVWÇQFLDV�HVFRODUHV�HP�diferentes níveis

IGIM, EMPV

Índices de paridade de géneros para ensino primário e secundário

IGIM, EMPV

Resultados de aprendizagem PIRLS, TIMSS19

Proteção contra exploração, abuso e negligência

Crianças com menos de 5 anos ao cuidado GH�FULDQÄDV�FRP�PHQRV�GH����DQRV

IGIM

Crianças que sofrem acidentes graves IGIM e dados administrativos

Crianças vítimas de exploração sexual, WU¾ĺFR�H�DEDQGRQR

IGIM, SIMPOC��

Taxas de trabalho infantil; crianças envolvidas em formas piores de trabalho infantil

IFT21

Oportunidades de emprego para jovens Dados administrativos

&ULDQÄDV�MRYHQV�YÊWLPDV�GH�YLROÇQFLD Dados administrativos e IGIM

Números de crianças de rua Dados administrativos

Taxas de consumo de drogas e álcool em crianças / jovens

Dados administrativos

Taxa de suicídio em jovens Dados administrativos

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Ferramenta 1.3 Fontes adicionais de dados e bases de dados com foco na criança

FONTES ADICIONAIS DE DADOS E BASES DE DADOS COM FOCO NA CRIANÇA

FONTE DE DADOS LINkS

Dados secundários

Análise de situação do país da UNICEF para crianças

www.unicef.org/sitan/LQGH[B������KWPO

Relatórios nacionais para o Estudo Global sobre Pobreza e Disparidades na Infância da 81,&()������t����H�S¾JLQDV�ZHE�WHP¾WLFDV�nacionais e regionais da UNICEF

KWWS���XQLFHIJOREDOVWXG\�blogspot.com/

Relatórios de progresso de ODM KWWS���XQVWDWV�XQ�RUJ�XQVG�mdg/Default.aspx

Relatórios governamentais para o Comité dos Direitos da Criança e relatórios alternativos de ONG

KWWS���WE�RKFKU�RUJ�GHIDXOW�aspx

Guias de recursos Eldis sobre crianças e jovens www.eldis.org/go/topics/resource-guides/children-DQG�\RXQJ�SHRSOH

Rede de Informação sobre Direitos da Criança www.crin.org

Observatórios de direitos da criança/observatórios de crianças

www.childoneurope.org/

www.africanchild.info www.childwatch.uio.no/research/child-rights-observatories/

Bases de dados com foco em crianças

Childinfo é uma base de dados pesquisável de informações recolhidas de Inquéritos de Grupos de Indicadores Múltiplos (IGIM) sobre saúde infantil, nutrição, cuidados maternos, educação, água e saneamento, VIH e SIDA e SURWHÄÀR�LQIDQWLO��3RGH�VH�ĺOWUDU�D�SHVTXLVD�SRU�país

www.childinfo.org

Inquéritos de Comportamento de Saúde em Crianças em Idade Escolar (HSBC). São realizados com crianças de 11, 13 e 15 anos e focam-se em recursos individuais e sociais (que podem afetar a saúde), comportamentos de saúde (por exp., relacionados com dieta, H[HUFÊFLR��DEXVR�GH�VXEVW¿QFLDV��YLROÇQFLD�H�saúde dentária) e resultados de saúde.

www.hbsc.org/

Projeto Europeu de Inquéritos Escolares sobre Álcool e Outras Drogas. Este inquérito D�MRYHQV�GH����DQRV�UHFROKH�LQIRUPDÄÒHV�sobre os antecedentes socioeconómicos de participantes, bem como o seu consumo de álcool e várias outras drogas. O inquérito tem ocorrido a cada quatro anos desde 1995.

www.espad.org/background

Módulo 1: Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação para o Desenvolvimento

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Bases de dados com foco em crianças

TransMonEE extrai dados administrativos recolhidos em países da Europa Central e de Leste e na Comunidade de Estados Independentes. Apesar de haver algumas preocupações acerca da qualidade e FRQVLVWÇQFLD�GH�GDGRV��Æ�XPD�IRQWH�×WLO�GH�informação sobre saúde infantil, educação, proteção infantil e crime.

www.transmonee.org/

Consórcio da África Austral e Oriental para a Monitoração da Qualidade Educacional (SACMEQ - Southern and Eastern African Consortium for Monitoring Educational 4XDOLW\���2�6$&0(4�WHP�LQIRUPDÄÒHV�VREUH�o desempenho de crianças em matemática e leitura em 15 países da África Oriental e Austral.

www.sacmeq.org

Young Lives. Este estudo longitudinal de 15 anos sobre a pobreza e o bem-estar infantil tem sido realizado na Etiópia, na Índia, no 3HUX�H�QR�9LHWQDPH�GHVGH��������2V�VHXV�dados são de domínio público.

ZZZ�\RXQJOLYHV�RUJ�XN�what-we-do/access-our-data

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ANEXOS

Anexo 1.1 A natureza da infância

A infância tem fases diferentes. Quem trabalha com e para crianças refere-se frequentemente à abordagem do ciclo de vida. Esta abordagem vê a criança através GR�VHX�´FLFOR�GH�YLGDµ�²�QR�~WHUR��j�QDVFHQoD��QD�LQIkQFLD��GXUDQWH�RV�DQRV�HVFRODUHV�H��SRU�ÀP��QD�DGROHVFrQFLD��&RQIRUPH�PHQFLRQDGR�DEDL[R��p�LPSRUWDQWH�GHQRWDU�TXH�D�desigualdade de géneros é sentida de diferentes formas ao longo do ciclo de vida.

Maternal e primeiros anos (do nascimento aos 5 anos)

(VWDV�IDVHV�FRPHoDP�FRP�D�JUDYLGH]�GD�PmH��TXDQGR�D�VXD�VD~GH�H�QXWULomR�SRGHP�WHU�LPSOLFDo}HV�QR�GHVHQYROYLPHQWR�GH�XPD�FULDQoD�DR�ORQJR�GD�VXD�YLGD�H�LQÁXHQFLDP�D�incidência do baixo peso à nascença, defeitos de nascença e mortalidade infantil (antes do primeiro ano de idade) ou juvenil (antes dos cinco anos).

Os primeiros anos da vida de uma criança também são críticos. Os desenvolvimentos físicos e neurológicos ocorrem extremamente rápido nesta altura. Muitas desvantagens nos primeiros anos derivam de causas evitáveis e tratáveis tais como diarreia, pneumonia, malária, problemas neo-natais e VIH e SIDA. A subnutrição, as carências de micronutrientes, a falta de água potável e a fraca higiene e saneamento são uma preocupação em muitas partes do mundo, sendo a diarreia a causa de um grande Q~PHUR�GH�PRUWHV�HYLWiYHLV�D�QtYHO�JOREDO�

É nesta fase precoce que assentam as bases de socialização de géneros, com o tratamento diferencial de raparigas e rapazes a afetar as suas expectativas para as suas próprias vidas e a forma como tratam os outros. Em algumas comunidades, as raparigas podem ser vistas como indignas de investimento. Muitas vezes, no seio familiar, são ensinadas a crer que não são importantes como os seus irmãos.

Idade escolar (dos 6 aos 12 anos)

2V�DQRV�HVFRODUHV�DSUHVHQWDP�QRYRV�GHVDÀRV��$�QmR�IUHTXrQFLD�HVFRODU�SRGH�WHU�JUDYHV�implicações para uma criança. Receber educação de baixa qualidade, estar exposta a violência e abuso, casar em idade precoce, ser vítima de trabalho infantil, de normas de género discriminatórias, sofrer de subnutrição ou ter que caminhar grandes distâncias até à escola pode minar a educação das crianças e impedir que atinjam o seu potencial.

Adolescência (dos 12 aos 19 anos)

­� PHGLGD� TXH� XPD� FULDQoD� SDVVD� j� DGROHVFrQFLD�� VXUJHP� GLIHUHQWHV� GHVDÀRV�� HP�particular no que diz respeito ao desenvolvimento sexual, à vulnerabilidade a novos riscos e, mais tarde, à necessidade de oportunidades adequadas de emprego ou um caminho até essas oportunidades. A pobreza leva os adolescentes à idade adulta

Módulo 1: Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação para o Desenvolvimento

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forçando-os a sair da escola e a procurar trabalho ou a casar-se numa idade precoce. Manter os adolescentes na escola, dar-lhes proteção contra violência, exploração e DEXVR��HQYROYr�ORV�QD� WRPDGD�GH�GHFLV}HV�H�GDU�OKHV�DFHVVR�D�FXLGDGRV�GH�VD~GH�GH�qualidade capacita os jovens e permite-lhes atingir o seu máximo potencial.22

Dados recentes mostram que as disparidades de género crescem ao longo do ciclo da vida e enraízam-se na puberdade. É durante a adolescência que muitas raparigas se WRUQDP� ´LQYLVtYHLVµ�� SRU� H[HPSOR�� HODV� SRGHP� WHU� GHVLVWLGR� GD� HVFROD� SDUD� DVVXPLU�papéis de adultos como mães ou trabalhadores e, por isso, podem já não contar para pesquisas ou estatísticas. Apesar de ter havido um grande progresso na consecução GH�REMHWLYRV�GH�GHVHQYROYLPHQWR�QDV�iUHDV�GD�VD~GH��DFHVVR�j�HGXFDomR�H�D�VHUYLoRV�sociais, muitos indicadores revelam um aumento de lacunas de género no início da adolescência. Em alguns casos, aprofundar a desigualdade de géneros na adolescência torna-se evidente pois os ganhos obtidos para raparigas no início da infância não são sustentados.23 Além disso, na adolescência, muitas raparigas interiorizaram atitudes, estereótipos e comportamentos que as prejudicam, sendo muitos deles reforçados por aqueles que as rodeiam, tanto crianças como adultos, homens e mulheres.24

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Anexo 1.2 Outros tratados e normas relacionados com os direitos humanos relevantes

OUTROS TRATADOS E NORMAS RELACIONADOS COM OS DIREITOS HUMANOS RELEVANTES

Principais instrumentos internacionais de direitos humanos

� Declaração Universal dos Direitos Humanos��'8'+��GH����� � Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais �3,'(6&��GH�����

� Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos �3,'&3��GH����� � Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial �&,(7)'5��GH�����

� Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres �&('$:��GH�����

� Convenção contra a Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes��&$7��GH�����

� Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias (ICMW) de ����

� &RQYHQÄÀR�VREUH�RV�'LUHLWRV�GDV�3HVVRDV�FRP�'HĺFLÇQFLD (CPDP) e UHVSHWLYRV�3URWRFRORV�2SFLRQDLV�GH�����

Organismos de direitos humanos com base na Carta

� O Conselho dos Direitos Humanos e o Exame Periódico Universal (UPR) GH�����

Tratados selecionados relevantes para os direitos da criança

� Convenção de Genebra relativa à Proteção dos Civis Guerra e respetivos Protocolos Opcionais de 1949

� Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados de 1951 e Protocolos GH�����

� Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio de ����

� Convenção sobre Consentimento para Casamento, Idade Mínima para Casamento e Registo de Casamento de �����

� Convenção sobre a Idade Mínima �1��������GH����� � Convenção sobre as Piores Formas de Trabalho Infantil �1�������GH�1999

Europa � Convenção Europeia para a Proteção dos Direitos Humanos e das Liberdades Fundamentais de 1953, e respetivos Protocolos

� Carta Social Europeia adotada em��������UHYLVWD�HP����� � Convenção-Quadro do Conselho da Europa para a Proteção das Minorias Nacionais de ����

� Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia de ���� � &RQYHQÄÀR�GR�&RQVHOKR�GD�(XURSD�UHODWLYD�½�/XWD�FRQWUD�R�7U¾ĺFR�GH�Seres Humanos de ����

� Convenção do Conselho da Europa para a Protecção das Crianças contra a Exploração Sexual e o Abuso Sexual de ����

� Diretrizes do Comité de Ministros do Conselho da Europa sobre Justiça Adaptada às Crianças de�����

África � Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos de ���� � Carta Africana dos Direitos e do Bem-Estar da Criança de 1999

Módulo 1: Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação para o Desenvolvimento

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Américas � Declaração Americana dos Direitos e Deveres Humanos de ���� � Convenção Americana sobre Direitos Humanos de����� � &RQYHQÄÀR�,QWHUDPHULFDQD�SDUD�3UHYHQLU��3XQLU�H�(UUDGLFDU�D�9LROÇQFLD�contra a Mulher de 1994

Médio Oriente e Norte de África

� Liga dos Estados Árabes, Carta Árabe dos Direitos Humanos de ����

Anexo 1.3 Negociação da CDC e controvérsias relacionadas

Em 1979, a Comissão dos Direitos Humanos estabeleceu um grupo de trabalho para delinear a Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC). Foi acordado em 1988 um primeiro esboço (conhecido como primeira leitura) e, depois de ser revisto pelo Secretário-Geral das NU, foi distribuído a delegações antes da segunda leitura no Outono de 1988. A Convenção foi então adotada em 20 de Novembro de 1989.

O interesse pela CDC não se desenvolveu rapidamente. Algumas nações ocidentais consideraram-na um projeto do Bloco de Leste focalizando-se maioritariamente em direitos económicos, sociais e culturais. As coisas mudaram no início de 1983, primeiramente porque o esboço original mudou lentamente para incluir mais direitos civis e políticos e porque a qualidade do texto começou a ser sujeita a escrutínio por um grupo de ONG ad hoc. (Alguns dos direitos incluídos na Convenção que podem ser rastreados para atividades de Grupos de ONG são proteção contra práticas prejudiciais e exploração sexual, proteção de direitos de crianças indígenas, reabilitação para vítimas de abuso e exploração, e padrões de disciplina escolar.)

8\LZ[�LZ�JVU[YV]LYZHZ

Desde o início, muitos argumentavam que não havia necessidade de uma convenção HVSHFtÀFD�VREUH�RV�GLUHLWRV�GD�FULDQoD�SRLV�HVWHV� Mi�HVWDYDP�GHYLGDPHQWH�SURWHJLGRV�SRU� RXWURV� WUDWDGRV�� HQTXDQWR� RXWURV� DÀUPDYDP� TXH� RV� WUDWDGRV� H[LVWHQWHV� HUDP�GHPDVLDGR�JHUDLV�SDUD�SURWHJHU�GH�IRUPD�DGHTXDGD�RV�GLUHLWRV�HVSHFtÀFRV�GDV�FULDQoDV��De facto, a Convenção explicita claramente a aplicabilidade de direitos gerais à situação HVSHFtÀFD�H�YXOQHUDELOLGDGH�GH�FULDQoDV��SRU�H[S���SDGU}HV�GH�MXVWLoD�MXYHQLO�H�D�UHODomR�entre a criança enquanto indivíduo, a família e o Estado), bem como articula direitos DGLFLRQDLV�TXH�VmR�HVSHFtÀFRV�GH�FULDQoDV�

Durante a segunda leitura, surgiram quatro áreas particularmente controversas:

��� �'LUHLWRV�GR�UHFpP�QDVFLGR��TXH�GHULYDUDP�GR�HVERoR�GR�$UWLJR��� �D�GHÀQLomR�GH�criança) – algumas delegações e ONG argumentaram que os direitos do recém-nascido estavam protegidos por cada Estado numa certa medida (independentemente da sua lei nacional relativamente ao aborto) e que esta proteção deveria constar no WUDWDGR��&RPR�D�H[SUHVVmR�GH�FRPSURPLVVR�FXLGDGR�´WRGR�R�VHU�KXPDQRµ��GHL[DQGR�a interpretação para cada Estado) não satisfazia algumas delegações, um segundo compromisso expandiu o preâmbulo da Convenção para incluir um parágrafo onde se

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cita a Declaração dos Direitos da Criança de 1959, TXH�VH�UHIHUH�j�´SURWHomR�MXUtGLFD�adequada, tanto antes como depois do nascimento”.

����2�GLUHLWR�D�RUIDQDWR�H�DGRomR�²�DOJXPDV�GHOHJDo}HV�GH�SDtVHV�LVOkPLFRV�DÀUPDUDP�TXH�D�SULPHLUD�OHLWXUD�HVWDYD�HP�FRQÁLWR�FRP�R�&RUmR�H�D�VXD�OHJLVODomR�QDFLRQDO��(VWD�posição foi particularmente baseada no conceito de consanguinidade e proteção da herança numa família alargada interligada, que não deveria ser afetada ao trazer um estranho para a família. Em vez disso, os países islâmicos usam o método de Kafala de cuidar de crianças abandonadas, uma forma de tutoria que se aproxima mais do conceito de orfanato do que de adoção. A formulação do Artigo 20 foi o resultado de negociações complexas.

3. Liberdade religiosa – os mesmos países opuseram-se a este Artigo por razões semelhantes de contradição com o Corão pois consideravam este direito um privilégio reservado aos adultos. A formulação do Artigo 14 foi o resultado de negociações difíceis.

����,GDGH�PtQLPD�GH�SDUWLFLSDomR�HP�FRQÁLWRV�DUPDGRV�²�D�PDLRULD�GR�JUXSR�GH�WUDEDOKR�estava aberto a aumentar a idade mínima para 18 anos dos 15 anos estipulados nos Protocolos de Genebra de 1977. Os Estados Unidos, dissidente isolado, assumiu a posição de procedimento de que este grupo de trabalho não era o fórum adequado para alterar os padrões existentes em lei humanitária internacional. Como o esboço da Convenção se baseou em consenso em detrimento de votações, a posição dos Estados Unidos impediu o acordo necessário para aumentar a idade mínima (consultar o Artigo 38).

Módulo 1: Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação para o Desenvolvimento

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Anexo 1.4 Observações finais

As observações e recomendações são emitidas pelo Comité dos Direitos da Criança GHSRLV� GH� WHU� FRQVLGHUDGR� R� UHODWyULR� GH� XP� (VWDGR� 3DUWH�� $V� REVHUYDo}HV� ÀQDLV�referem-se tanto a aspetos positivos da implementação do tratado por um Estado como a áreas em que o organismo do tratado recomenda ao Estado realizar mais ações. O &RPLWp�HVWi�HPSHQKDGR�HP�HPLWLU�REVHUYDo}HV�ÀQDLV�TXH�VHMDP�FRQFUHWDV��IRFDOL]DGDV�e implementáveis e está a prestar uma atenção crescente a medidas para garantir um VHJXLPHQWR�HÀFD]�

Sistema de elaboração de relatórios

$V�REVHUYDo}HV�ÀQDLV�FRQWrP�FRPHQWiULRV�H�UHFRPHQGDo}HV�EDVHDGRV�HP�LQIRUPDo}HV�recolhidas através do sistema de elaboração de relatórios da CDC. Os Estados Partes GD�&'&�WrP�GH�UHSRUWDU�DV�PHGLGDV�TXH�DGRWDUDP�TXH�FRQÀUDP�YDOLGDGH�DRV�GLUHLWRV�contidos na Convenção, com um relatório inicial com uma validade de dois anos a partir da entrada em vigor do tratado para o Estado Parte e relatórios posteriores com validade a cada cinco anos (Artigo 44 da CDC). O sistema de elaboração de relatórios está organizado à volta de sete fases:

1. Entrega do relatório inicial. O relatório tem de ser entregue ao Secretário-Geral e depois p� SURFHVVDGR� SHOR� 6HFUHWDULDGR��'HSRLV� GH� SURFHVVDGR�� R� UHODWyULR� ÀFD� DJHQGDGR�para consideração pelo Comité numa das suas sessões regulares.

2. Lista de problemas e questões. Antes da sessão em que irá formalmente considerar o relatório, o Comité elabora uma lista de problemas e questões que será submetida ao Estado Parte. Isto dá uma oportunidade ao Comité de pedir qualquer informação adicional que possa ter sido omitida no relatório ou que os membros considerem necessária para o Comité avaliar o estado de implementação do tratado no país em questão. Também permite ao Comité começar o processo de questionamento GR� (VWDGR� 3DUWH�PDLV� GHWDOKDGDPHQWH� VREUH�PDWpULDV� HVSHFtÀFDV� DERUGDGDV� SHOR�relatório que sejam particularmente preocupantes para os membros.

3. Resposta por escrito à lista de questões. Por vezes, o Estado Parte pode submeter as suas respostas à lista de problemas e questões por escrito.

4. Outras fontes de informação disponibilizadas ao Comité. Além do relatório do Estado Parte, o Comité pode receber informações sobre a situação dos direitos da criança num país a partir de outras fontes, incluindo agências das NU, outras organizações intergovernamentais, ONG (tanto internacionais como nacionais), instituições DFDGpPLFDV�H�D�LPSUHQVD��2�$UWLJR����GD�&'&�PHQFLRQD�HVSHFLÀFDPHQWH�R�SDSHO�GD�UNICEF, juntamente com outras agências e organismos das NU.

5. Consideração formal do relatório: diálogo construtivo entre o organismo do tratado e o Estado Parte. O Comité convida Estados Partes a enviar uma delegação para assistir à sessão onde considera o seu relatório de forma a permitir-lhes responder às questões de membros e fornecer informações adicionais sobre os seus esforços para implementar as provisões do tratado. Este procedimento não é contraditório e o Comité não emite juízos. Em vez disso, o objetivo é entabular um diálogo construtivo de forma a prestar assistência ao governo nos seus esforços para implementar o tratado da forma mais

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SOHQD�H�HÀFD]�SRVVtYHO��2V�(VWDGRV�QmR�VmR�REULJDGRV�D�HQYLDU�XPD�GHOHJDomR�SDUD�assistir à sessão, embora sejam fortemente encorajados a fazê-lo.

6. 2EVHUYDo}HV�H�UHFRPHQGDo}HV�ÀQDLV A examinação do relatório culmina na adoção de REVHUYDo}HV�ÀQDLV�GHVWLQDGDV�D�GDU�DR�(VWDGR�LQIRUPDQWH�DFRQVHOKDPHQWR�SUiWLFR�H�encorajamento para passos posteriores para a implementação dos direitos contidos no tratado.

7. ,PSOHPHQWDomR� GH� REVHUYDo}HV� ÀQDLV� H� HQWUHJD� GR� UHODWyULR� SHULyGLFR� VHJXLQWH�� Apesar GD�DGRomR�GDV�REVHUYDo}HV�ÀQDLV�SHOR�&RPLWp� FRQFOXLU�D� FRQVLGHUDomR� IRUPDO�GR�relatório, o processo não termina aí. As observações serão usadas para avaliar o progresso feito pelo Estado Parte quando o seu relatório seguinte for submetido dali a cinco anos.

$V�REVHUYDo}HV�ÀQDLV�WrP�IUHTXHQWHPHQWH�WLGR�XP�LPSDFWR�LPSRUWDQWH�QD�VLWXDomR�GH�um país. Por exemplo, a Índia levou a cabo iniciativas concretas em 2001 para fazer o seguimento das recomendações. Aumentou a idade infantil segundo a Lei de Justiça Juvenil para 18 anos, implementou um programa integrado para crianças que vivem e trabalham na rua e desenvolveu um plano para garantir o acesso livre à educação para todas as crianças (http://wcd.nic.in/crcpdf/ACTION.PDF).

Módulo 1: Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação para o Desenvolvimento

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Anexo 1.5 Pacote de Aprendizagem Comum das NU sobre a Programação com ABDH

O Pacote de Aprendizagem Comum Inter-agências das Nações Unidas sobre a Abordagem Baseada nos Direitos Humanos (ABDH) na Programação pretende fortalecer a capacidade do pessoal de aplicar uma ABDH à programação comum por país das NU. O pacote dirige-se principalmente à Equipa Nacional das NU (ENNU) FRP�rQIDVH�QR�&RRUGHQDGRU�5HVLGHQWH��&KHIHV�GH�$JrQFLDV��RÀFLDLV�GH�SURJUDPDV�H�pessoal de nível técnico com responsabilidade por desenvolver a Avaliação Nacional Comum (CCA)/Quadro de Ajuda ao Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDAF). Os parceiros nacionais também são um alvo pois o objetivo das formações é fomentar uma programação nacional com bases nos direitos. Como uma ABDH é um dos cinco principais princípios de programas do UNDAF, o pacote orienta a ENNU na aplicação GD� DERUGDJHP�D� WRGDV� DV� IDVHV�GR� FLFOR�GR�81'$)�� DSUHFLDomR� H� DQiOLVH�� GHÀQLomR�de prioridades, planeamento, implementação e monitorização e avaliação. O pacote contém:

� Um enfoque mais forte em gestão por resultados (GPR) para ajudar os utilizadores a desenvolver resultados mais orientados para os direitos no seu UNDAF;

� Uma secção adicional sobre H[SHULrQFLDV� QR� SDtV para ajudar utilizadores a aprenderem com a experiência de outras ENNU;

� Um manual de facilitação atualizado para apoiar as ENNU que começam a usar o pacote para formar os seus parceiros nacionais no uso da ABDH.

� Mais módulos participativos e baseados em exemplos ao longo de todo o pacote.

2�SDFRWH�GH�IRUPDomR�SUHWHQGH�VHU�XPD�IHUUDPHQWD�ÁH[tYHO�SDUD�IRUPDomR�QD�$%'+�H�pode ser potenciado e complementado regularmente. Atualmente, consiste num guia GH�IDFLOLWDomR�H�HP�IHUUDPHQWDV�GH�DSUHQGL]DJHP��LQFOXLQGR�ÀFKHLURV�HP�3RZHU3RLQW�UHOHYDQWHV��SDQÁHWRV�H��SDUD�DOJXQV�PyGXORV��H[HUFtFLRV�GH�JUXSR�H�HVWXGRV�GH�FDVR��Está disponível em árabe, inglês, francês e espanhol.

Poderá encontrar um link completo para o pacote de formação em: http://hrbaportal.org/archives/resource-types/learning-training-materials

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Anexo 1.6 Referências/recursos

Referências/recursos gerais

1. Comité dos Direitos da Criança, “Comentário Geral N.º 5: Medidas Gerais de implementação da Convenção dos Direitos da Criança”, Trigésima quarta sessão, 19 de Setembro – 3 de Outubro de 2003.

2. Comité dos Direitos da Criança, “Comentário Geral N.º 10: Direitos da Criança em justiça juvenil”, Quadragésima quarta sessão, 15 de Janeiro – 2 de Fevereiro de 2007.

3. Comité dos Direitos da Criança, “Comentário Geral N.º 12: O Direito da criança a ser ouvida”, Quinquagésima primeira sessão, 25 de Maio – 12 de Junho de 2009.

4. Comité dos Direitos da Criança, “Comentário Geral N.º 13: O direito da criança à liberdade de todos os tipos de violência”, 2011.

5. Parlamento Europeu, “Resolução sobre a Revisão da Estratégia dos Direitos Humanos da UE (2012/2062(INI))’, adotada a 13 de Dezembro, Estrasburgo, 2012.

6. Grupo Internacional dos Direitos das Minorias em associação com a UNICEF, Estado das Minorias e dos Povos Indígenas do Mundo de 2009, MRG, Londres, 2009.

7. Centro de Investigação Innocenti da UNICEF, “Promover os Direitos da Criança com Deficiências”, Innocenti Sumário n.º 13, 2007

8. Fundo das Nações Unidas para a Infância, “Estreitar as Lacunas para Cumprir os Objetivos”, UNICEF, Nova Iorque, 2010.

9. Fundo das Nações Unidas para a Infância, Estado das Crianças no Mundo Edição Especial: Celebração dos 20 anos da Convenção dos Direitos da Criança, UNICEF, Nova Iorque, 2010.

10. Fundo das Nações Unidas para a Infância, Pequim + 15: Enfoque nas raparigas, UNICEF, Nova Iorque, 2010.

11. Fundo das Nações Unidas para a Infância, O Estado das Crianças no Mundo 2011 – Adolescência: Uma era de oportunidade, UNICEF, Nova Iorque, 2011.

12. Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, Relatório de Desenvolvimento Humano 2005: Cooperação internacional numa encruzilhada – Ajuda, comércio e segurança num mundo desigual, UNDP, Nova Iorque, 2005.

13. Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e a Criminalidade, “Ferramentas e Publicações”.

14. Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e a Criminalidade e Fundo das Nações Unidas para a Infância, Justiça em Matérias que Envolvem Crianças Vítimas e Testemunhas de Crimes: Lei modelo e comentário relacionado, Nações Unidas, Viena, 2009.

15. Banco Mundial, Relatório Mundial de Desenvolvimento 2006: Equidade e desenvolvimento, Banco Mundial e Oxford University Press, Washington, DC, 2006.

16. Organização Mundial da Saúde e Banco Mundial, Relatório Mundial sobre Incapacidade, OMS, Genebra, 2011.

Documentos-chave da UE focalizados nos direitos da criança

DIREITOS DA CRIANÇA

Módulo 1: Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação para o Desenvolvimento

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17. Rumo a uma Estratégia Europeia para os Direitos da Criança (2006)

18. Agenda da UE para os Direitos da Criança (2011)

DIREITOS DA CRIANÇA NA AÇÃO EXTERNA DA UE

19. Diretrizes da UE para a Promoção e Proteção dos Direitos da Criança (2007)

20. O Plano de Ação da União Europeia para os Direitos da Criança em Ação Externa (2007)

21. Um lugar Especial para as Crianças na Ação Externa da UE (2008)

22. Conclusões do Conselho sobre a Promoção e Proteção dos Direitos da Criança na Ação Externa da União Europeia: As dimensões de desenvolvimento e humanitária (2008)

DIREITOS HUMANOS NA AÇÃO EXTERNA

23. O Papel da UE na Promoção dos Direitos Humanos e da Democratização em Países de Terceiro Mundo (2001)

24. Diretrizes Europeias sobre Defensores de Direitos Humanos (2008)

25. Apoio à Democracia da UE nas Relações Externas da UE (2010)

26. Estratégia para uma Implementação Eficaz da Carta de Direitos Fundamentais (2010)

27. Direitos Humanos e Democracia no Coração da Ação Externa da UE (2011)

28. Relatório sobre a Aplicação da Carta das Instituições Europeias (2011)

29. Quadro Estratégico da UE e Plano de Ação para os Direitos Humanos e a Democracia (2012)

DIREITOS HUMANOS NA COOPERAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO

30. Conclusões do Conselho sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio para as Nações Unidas Reunião de Plenário de Alto Nível em Nova Iorque e Além (2010)

31. Aumentar o Impacto da Política de Desenvolvimento da UE: Uma agenda para a mudança (2011)

32. A Futura Abordagem do Apoio Orçamental da UE a Países de Terceiro Mundo (2011)

DOCUMENTOS ESPECÍFICOS DO SETORGénero e violência

33. Implementação da UE na UNSCR 1325 e 1820 (2008)

34. Diretrizes sobre Violência contra Mulheres e Raparigas (2008)

35. Plano de Ação da UE para a Igualdade de Géneros e a Capacitação das Mulheres 2010–15 (2010)

Direito humanitário internacional

36. Diretrizes sobre Direito Humanitário Internacional (2009)

Emergência, crise e conflitos

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37. Crianças em Situações de Emergência e Crise (2008)

38. Diretrizes da UE sobre Crianças e Conflitos Armados (2008)

Migração

39. A Abordagem Global à Migração e Mobilidade (2011)

Trabalho Infantil

40. Conclusões do Conselho sobre Trabalho Infantil (2010)

Deficiência41. Nota de Orientação sobre Deficiência e Desenvolvimento (2003)42. Estratégia Europeia para Deficiência 2010–2020 (2010)

Educação 43. Educação e Formação no Contexto de Redução da Pobreza em Países em Desenvolvimento (2002)44. Conclusões do Conselho para Enfrentar a Pobreza e Promover o Bem-Estar da Criança (2011)

Saúde45. Saúde e Redução da Pobreza em Países em Desenvolvimento (2002)

Tráfico de seres humanos46. A Estratégia Europeia para a Erradicação do Tráfico de Seres Humanos 2012–2016 (2012)

Justiça juvenil47. Recomendação do Comité de Ministros para os Estados-Membros sobre as Regras Europeias para Delinquentes Juvenis Sujeitos a Penas ou Medidas (2008)

Outras normas-chave48. Regras Mínimas das NU para a Administração da Justiça Juvenil “As Regras de Pequim” (1985)49. Regras das NU para a Proteção de Jovens Privados da sua Liberdade “As Regras de Havana” (1990)50. Regras Mínimas das NU para a Elaboração de Medidas Não-Privativas de Liberdade (As Regras de Tóquio) (1990)51. Diretrizes das NU para a Prevenção da Delinquência Juvenil (As Diretrizes de Riad) (1990)52. Diretrizes das NU para Ação em Crianças no Sistema Jurídico Criminal (As Diretrizes de Viena) (1996)53. Princípios Básicos das NU sobre o Uso de Programas Restauradores da Justiça em Matérias Criminais (2002).

Módulo 1: Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação para o Desenvolvimento

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NOTAS FINAIS

1. Danzhen You e David Anthony, Geração 2025 e Posterior: A Importância Crítica da Compreensão de Tendências Democráticas para Crianças do Século XXI, Documento Ocasional N.º 1, Novembro de 2012, Fundo das Nações Unidas para a Infância, 2012.

2. Para obter mais informações, consultar o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, Relatório de Desenvolvimento Humano: Cooperação internacional numa encruzilhada: Ajuda, comércio e segurança num mundo desigual, PNUD, Nova Iorque, 2005. Consultar também o do Banco Mundial, Relatório Mundial de Desenvolvimento 2006: Equidade e desenvolvimento, Banco Mundial e Oxford University Press, Washington, DC, 2005; e Fundo das Nações Unidas para a Infância,�´(VWUHLWDU�DV�/DFXQDV�SDUD�&XPSULU�RV�2EMHWLYRVµ, UNICEF, 2010.

3. Fundo das Nações Unidas para a Infância, Compromisso para a Sobrevivência Infantil: Uma promessa renovada, Relatório de progresso 2012, UNICEF, 2012, p. 9.

4. Fundo das Nações Unidas para a Infância, Estado das Crianças no Mundo Edição Especial: Celebração dos 20 anos da Convenção dos Direitos da Criança, UNICEF, Nova Iorque, p. 1.

5. Op. cit., UNICEF 2012, p. 156. Fundo das Nações Unidas para a Infância, Proteção de Crianças contra Violência, Exploração e

Abuso: Uma Vista de Olhos nas Estatísticas, UNICEF, 2011.7. Op. cit., UNICEF 2012, p. 98. ´«�D�PHQRV�TXH�HVWH��QRV�WHUPRV�GD�OHL�DSOLFiYHO�j�FULDQoD��DWLQMD�D�PDLRULGDGH�PDLV�FHGR�µ�

Convenção dos Direitos da Criança, Artigo 1. Assembleia-Geral das NU, Convenção dos Direitos da Criança, 20 de Novembro de 1989, Nações Unidas, Série de Tratados, vol. 1577,

9. ´$�PDWHUQLGDGH�H�D�LQIkQFLD�WrP�GLUHLWR�D�DMXGD�H�D�DVVLVWrQFLD�HVSHFLDLV��7RGDV�DV�FULDQoDV��nascidas dentro ou fora do matrimónio, gozam da mesma proteção social,” Declaração Universal dos Direitos Humanos, Artigo 25. Assembleia-Geral das NU, Declaração Universal dos Direitos Humanos, 10 de Dezembro de 1948, 217 A (III)

10. Fundo das Nações Unidas para a Infância, Pequim + 15: Enfoque nas raparigas, UNICEF, 2010.

11. Fundo das Nações Unidas para a Infância, 3URPRYHU�RV�'LUHLWRV�GD�&ULDQoD�FRP�'HÀFLrQFLDV, Innocenti Sumário N.º 13, Centro de Investigação Innocenti da UNICEF, Florença, Itália, 2007.

12. &RQVXOWDU�D�$QiOLVH�GH�3ULYDo}HV�6REUHSRVWDV�0~OWLSODV�GD�81,&()��02'$��HP��ZZZ�unicef-irc.org/ MODA.

13. Fundo das Nações Unidas para a Infância, Estudo Global sobre Pobreza e Disparidades na Infância, UNICEF, 2007.

14. 2UJDQL]DomR�0XQGLDO�GD�6D~GH�H�%DQFR�0XQGLDO��Relatório Mundial sobre Incapacidade, OMS e Banco Mundial, 2011.

15. Mensagem do Fórum Infantil para a Assembleia-Geral das NU, Sessão Edição sobre a Criança, 8 de Maio de 2002.

16. Resolução sobre a Revisão da Estratégia dos Direitos Humanos da UE (2012/2062 (INI)), Parlamento Europeu 2012, par. 38

17. Inquérito de Indicadores de SIDA. O Inquérito de Indicadores de SIDA (AIS) foi desenvolvido para fornecer aos países uma ferramenta estandardizada para obter LQGLFDGRUHV�SDUD�XPD�PRQLWRUL]DomR�HÀFD]�GH�SURJUDPDV�QDFLRQDLV�GH�9,+�6,'$�

18. Estudo de Medição dos Padrões de Vida (EMPV). O EMPV é usado aqui como versão mais curta para todos os inquéritos de orçamento familiar ou de rendimentos e despesas.

19. Tendências Internacionais no Estudo da Matemática e das Ciências (TIMSS). As TIMSS fornecem dados sobre tendências em taxas de sucesso nas áreas de matemática e ciências ao longo do tempo.

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20. Programa de Monitorização e Informação Estatística sobre o Trabalho Infantil (SIMPOC). O SIMPOC fornece dados sobre o alcance, as características e os determinantes do trabalho infantil.

21. Inquérito sobre as Forças de Trabalho. Um Inquérito sobre as Forças de Trabalho é um inquérito standard de estatísticas relacionadas com trabalho baseado em famílias. Consultar a base de dados ILOSTAT para obter mais informações.

22. Fundo das Nações Unidas para a Infância, O Estado das Crianças no Mundo 2011 – Adolescência: Uma era de oportunidade, UNICEF, Nova Iorque, 2011.

23. Fundo das Nações Unidas para a Infância, Pequim + 15: Enfoque nas raparigas, UNICEF, 2010, pp 1-2.

24. Ibid, p. 11.

Módulo 1: Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação para o Desenvolvimento

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CRÉDITOS DE FOTOGRAFIAS

Capa: � © UNICEF/NYHQ2011-1485/NOAH FRIEDMAN - RUDOVSKY - BOLÍVIA, 2011

Página 4: � © UNICEF/INDA2012-00621/DHIRAJ SINGH - ÍNDIA, 2012

Página 6: � © UNICEF/AFGA000788/SHEHZAD NOORANI � © UNICEF/NYHQ2012-2290/EHRIN MACKSEY - VIETNAME, 2012 � © UUNICEF/NYHQ2006-0510/INDRIAS GETACHEW - ETIÓPIA, 2006

Página 8: � © UNICEF/MLIA2009-00125/GIACOMO PIROZZI - MALI, 2009 � © UNICEF/NYHQ2011-1041/KATE HOLT - BULGÁRIA, 2011 � © UNICEF/NYHQ2012-1768/BRIAN SOKOL - MONGÓLIA, 2012

Página 10: � © UNICEF/PAKA2008-1195/KOHDAYAR MARRI - PAQUISTÃO, 2008

Página 14: � © UNICEF/NYHQ2012-1781/BRIAN SOKOL - MONGÓLIA, 2012

Página 22: � © UNICEF/NYHQ2009-1884/JOSH ESTEY - INDONÉSIA, 2009

Página 28: � © UNICEF/NYHQ2006-1469/GIACOMO PIROZZI - FILIPINAS, 2006

Página 38: � © UNICEF/NYHQ2006-1470/GIACOMO PIROZZI - FILIPINAS, 2006

Página 40: � © UNICEF/NYHQ2007-0878/GEORGINA CRANSTON - SUDÃO, 2007

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