38
PESQUISA DE VITIMIZAÇÃO 2002 E AVALIAÇÃO DO PIAPS Ilanud FIA - USP Gabinete de Segurança Institucional pesquisador responsável - Tulio Kahn planejamento amostral e operacional – Jacques Besen pesquisadora assistente – Rosier Batista Custódio

Vitim Iza Cao 2002 Ilan Ud

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Trabalho sobre vitimização.

Citation preview

  • PESQUISA DE VITIMIZAO 2002 E AVALIAO DO PIAPS

    Ilanud

    FIA - USP

    Gabinete de Segurana Institucional

    pesquisador responsvel - Tulio Kahn

    planejamento amostral e operacional Jacques Besen

    pesquisadora assistente Rosier Batista Custdio

  • 2Introduo *

    Tabela 1 Vitimizao por tipo de crime e cidade *

    Tabela 1a Vitimizao por tipo e renda familiar *

    Tabela 1b Vitimizao por tipo de crime e escolaridade *

    Tabela 1.c Vitimizao por tipo de crime ltimo ano *

    Tabela 2 Perodo de ocorrncia, por tipo de crime e cidade *

    Tabela 3 - local do crime, por tipo de crime e cidade *

    Tabela 3a local do crime, por tipo de crime e renda *

    Tabela 3b local do crime, por tipo de crime e escolaridade *

    Tabela 4 - Notificao por tipo de crime e cidade *

    Tabela 4a - Notificao por tipo de crime e renda *

    Tabela 4b - Notificao por tipo de crime e escolaridade *

    Tabela 5 Local da notificao por tipo de crime e cidade *

    Tabela 6 Queixa em outro rgo por tipo de crime e cidade *

    Tabela 7 nmero de autores por tipo de crime e cidade *

    Tabela 8 Relao com os agressores por tipo de crime e cidade *

    Tabela 8a Relao com os agressores por tipo de crime e renda *

    Tabela 8b Relao com os agressores por tipo de crime e escolaridade *

    Tabela 9 Presena de arma no incidente por tipo de crime e cidade *

    Tabela 10 Uso da arma por tipo de crime e cidade *

    Tabela 11 Seriedade do incidente por tipo de crime e cidade *

    Tabela 11a Seriedade do incidente por tipo de crime e renda *

    Tabela11b Seriedade do incidente por tipo de crime e escolaridade *

  • 3Tabela 12 relevncia de auxlio a vtima por tipo de crime e cidade *

    Tabela 12a relevncia de auxlio a vtima por tipo de crime e renda *

    Tabela 12b relevncia de auxlio a vtima por tipo de crime e escolaridade *

    Tabela 13 Sentimento de insegurana por tipo de crime e cidade *

    Tabela 13a Sentimento de insegurana por tipo de crime e renda *

    Tabela 13b Sentimento de insegurana por tipo de crime e escolaridade *

    Tabela 14 Avaliao da Segurana por tipo de crime e cidade *

    Tabela 14a Avaliao da Segurana por tipo de crime e renda *

    Tabela 14b Avaliao da Segurana por tipo de crime e escolaridade *

    Tabela 15 Satisfao com a polcia por tipo de crime e cidade *

    Tabela 15a Satisfao com a polcia por tipo de crime e renda *

    Tabela 15b Satisfao com a polcia por tipo de crime e escolaridade *

    Tabela 16 Comparao entre servios pblicos por tipo de crime e cidade *

    Tabela 16a Comparao entre servios pblicos por tipo de crime e renda *

    Tabela 16b Comparao entre servios pblicos por tipo de crime e escolaridade *

    Tabela 17 Avaliao da polcia II por tipo de crime e cidade *

    Tabela 17a Avaliao da polcia II por tipo de crime e renda *

    Tabela 17b Avaliao da polcia II por tipo de crime e escolaridade *

    Tabela 18a polticas de segurana, por cidade *

    Tabela 18b polticas de segurana, por cidade *

    Tabela 18a polticas de segurana, por renda *

    Tabela 18b polticas de segurana, por escolaridade *

    Tabela 19 estratgias de combate a violncia, por cidade *

    Tabela 20 causas da criminalidade, por cidade *

  • 4Tabela 20a 1 causas sociais da criminalidade, por renda *

    Tabela 20a 2 causas no sociais da criminalidade, por renda *

    Tabela 20b.1 causas sociais da criminalidade, por escolaridade *

    Tabela 20b.2 causas no sociais da criminalidade, por escolaridade *

    Tabela 21 responsabilidade pela criminalidade, por cidade *

    Tabela 21a responsabilidade pela criminalidade, por renda *

    Tabela 21b responsabilidade pela criminalidade, por escolaridade *

    Tabela 22 Conhecimento dos Programas, por cidade *

    Tabela 22a Conhecimento dos Programas, por renda *

    Tabela 22b Conhecimento dos Programas, por escolaridade *

    Tabela 23 Conhecimento do PIAPS, por programa e cidade *

    Tabela 23a Conhecimento do PIAPS, por programa e renda *

    Tabela 23b Conhecimento do PIAPS, por programa e escolaridade *

    Tabela 24 Existncia do Programa, por tipo de programa e cidade *

    Tabela 25 Participao nos programas, por programa e cidade *

    Tabela 25a Participao nos programas, por programa e renda *

    Tabela 25b Participao nos programas, por programa e escolaridade *

    Tabela 26 Opinio sobre o potencial preventivo, por programa e tipo de cidade *

    Tabela 26a Opinio sobre o potencial preventivo dos programas, por programa e renda *

    Tabela 26b Opinio sobre o potencial preventivo, por programa e escolaridade *

  • 5Introduo

    As pesquisas de vitimizao surgiram nos Estados Unidos na dcada de 60 como umatentativa de estimar a quantidade de crimes sofridos pela populao e no comunicados aosrgos governamentais. Atualmente, em diversos pases do mundo, os governos ouinstitutos independentes realizam a intervalos variveis de tempo as chamadas "pesquisasde vitimizao" com amostras da populao, perguntando a uma amostra de cidados seforam vtimas de algum tipo de crime nos ltimos meses ou anos.

    Aparentemente, seria mais simples e econmico consultar as estatsticas oficiais paraconhecer a quantidade de crimes a que esta sujeita a sociedade, bem como se estaquantidade vem diminuindo ou aumentando no tempo. Acontece que, por uma srie demotivos, os dados oficiais nem sempre refletem com fidedignidade a situao real dacriminalidade na sociedade. As estatsticas oficiais estariam corretas se todos os cidadosvitimizados relatassem os crimes de que foram vtimas s autoridades, mas a experinciaem diversos pases, desenvolvidos ou no, revela que este raramente o caso.

    difcil conhecer com preciso a quantidade de crimes que ocorrem na sociedade. O que osgovernos tm em seus registros policiais so apenas uma estimativa dos crimes ocorridos,estimativa esta que se sabe, de antemo, ser subestimada. A primeira pesquisa devitimizao norte-americana de 1966 descobriu que os crimes relatados eram mais de duasvezes maiores do que as estimativas produzidas pelas estatsticas oficiais (Paixo, p.47). OBritish Crime Survey calculou no comeo dos anos 90 que ocorrem na Inglaterra 4 vezesmais crimes do que so registrados pela polcia. O fenmeno da subnotificao, ainda quepossa variar em grau de pas para pas, algo que atinge a todos: na mdia dos 20 pasespesquisados pelo UNICRI instituto europeu de criminologia da ONU - entre 1988 e 1992,levando em conta 10 diferentes tipos de crimes, cerca de 51 % dos crimes deixaram de sercomunicados polcia.

    preciso deixar claro que as pesquisas de vitimizao no foram pensadas comosubstitutas dos levantamentos oficiais, mas como complemento deste. Trata-se apenas deum mtodo diferente de abordar o mesmo problema.

    A propenso por parte das vtimas notificar o crime sofrido varia com uma srie de fatorese circunstncias, relacionadas s percepes da vtima, ao sistema policial ou ao tipo docrime e do bem roubado. A experincia internacional na rea revela que, entre outrosfatores, dependendo: da percepo social da eficincia do sistema policial; da perceposocial da confiabilidade do sistema policial; da seriedade ou do montante envolvido nocrime; do crime implicar ou no numa situao socialmente vexatria para a vtima(estupro, agresses domsticas, "conto do vigrio", etc.); do grau de relacionamento davtima com o agressor; do bem estar ou no segurado contra roubo; da experincia pretritada vtima com a polcia; da existncia de formas alternativas para a resoluo do incidente -menor ser o incentivo para o indivduo comparecer perante as autoridades policiais parareportar o crime de que foi vtima.

  • 6Desde 1989 o UNICRI (United Nations International Crime and Justice Research Institute)vem realizando pesquisas de vitimizao comparativas que j envolvem mais de 50 pases.As pesquisas tm procurado investigar pases de todos os continentes, tanto desenvolvidoscomo subdesenvolvidos.

    Trata-se de um dos maiores projetos de criminologia comparada j feitos: somente em1996/97 o UNICRI conduziu pesquisas de vitimizao em outros 35 pases, perguntando apessoas com 16 anos ou mais sobre os crimes cometidos contra elas, opinies e atitudessobre notificao dos crimes polcia, medo do crime, estratgias de preveno e atitudescom relao punio dos criminosos. Em alguns pases subdesenvolvidos, as pesquisas devitimizao chegam a ser a nica fonte existente para mensurar os crimes.

    A presente pesquisa foi feita em conjunto pelo Gabinete de Segurana Institucional daPresidncia da Repblica, Fundao Instituto de Administrao da USP (FIA-USP) eInstituto Latino Americano das Naes Unidas para a Preveno do Delito e o Tratamentodo Delinqente (Ilanud) com os objetivos de estimar a prevalncia de certos crimes, astaxas de subnotificao, o sentimento de insegurana e o grau de conhecimento e avaliaoda populao com relao ao PIAPS Programa de Preveno a Violncia Urbanagerenciado pelo Gabinete de Segurana Institucional. A responsabilidade pela interpretaodos resultados cabe exclusivamente ao Ilanud.

    A pesquisa foi feita com 2800 entrevistados, maiores de 16 anos, moradores das cidades deSo Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Vitria. Os entrevistados foram selecionados porsorteio probabilstico e as entrevistas 700 em cada cidade - foram feitas nos domicliosdos entrevistados, durante os meses de abril e maio de 2002. O questionrio e ametodologia da pesquisa foram elaborados a partir da metodologia sugerida pelo UNICRI,responsvel pela disseminao do projeto ICVS International Crime Victimization Survey(www.unicri.it\icvs). Nas pginas abaixo, seguem as anlises dos resultados gerais e porcidade, renda e escolaridade, bem como a comparao com pases selecionados.

    Tabela 1 Vitimizao por tipo de crime e cidadeVitimizao em 5 anos Total SP RJ RE VIRoubo/furto de moto * 24 25 29 7 2Depredao em automvel * 23 21 22 39 21Roubo/furto de bicicleta * 20 19 22 17 26Roubo/furto de automveis * 18 20 15 9 7Roubo 18 18 17 22 10Furto de algo dentro do carro * 17 20 12 17 23Furto 12 11 10 21 10Agresso fsica 8 7 7 14 10Arrombamento 6 7 5 9 9

  • 7Tentativa de arrombamento 6 6 6 11 7Agresso sexual 4 5 3 7 4Mdia

    Prevalncia ltimos 5 anos 51 52 47 57 51Prevalncia ltimo ano (2001) 35 37 32 34 33

    * apenas para proprietrios

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI 2002

    Metade da populao das Capitais de So Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Vitria diz tersido vtima de algum tipo de crimes nos ltimos 5 anos e um tero delas apenas no ltimoano. Entre os 11 tipos de delitos abordados na pesquisa, os crimes contra o patrimnio furtos e roubos - foram claramente os de maior incidncia. Apenas uma minoria diz ter sidovtima de agresses fsicas ou sexuais.

    O roubo e furto de automveis e motocicletas so claramente maiores em SP e RJ, emcontraste com RE e VI, que apresentam taxas baixas destes delitos.

    Se examinarmos as mdias de crimes, a prevalncia nos ltimos 5 anos e a prevalnciaapenas no ltimo ano, So Paulo e Recife aparecem como cidades mais violentas do queRio de Janeiro e Vitria. Chama a ateno particularmente em Recife o elevado nmero defurtos, tentativas de arrombamento, roubos e agresses fsicas e sexuais.

    Tabela 1a Vitimizao por tipo e renda familiarVitimizao em 5 anos At 400 De 401 a

    800801 a1600

    Mais de1600

    Roubo/furto de moto * 18 24 21 25Depredao em automvel * 13 19 27 24Roubo/furto de bicicleta * 20 22 20 19Roubo/furto de automveis * 17 16 15 19Roubo 13 16 16 28Furto de algo dentro do carro * 15 12 21 18Furto 10 12 11 13Agresso fsica 7 8 5 10Arrombamento 6 6 7 8Tentativa de arrombamento 6 6 7 6Agresso sexual 4 5 4 4Mdia

    Prevalncia ltimos 5 anos 39 49 51 64Prevalncia ltimo ano (2001) 35 35 36 36

    * apenas para proprietriosFonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI 2002

  • 8Sob o risco de parecer tautolgico, preciso insistir que os crimes contra o patrimnioocorrem onde existe patrimnio para ser subtrado. Tratam-se de crimes "opportunitydriven" em contraste com os crimes contra a pessoa, que so "poverty driven". Comodecorrncia, eles tendem a ocorrer com maior incidncia nos Estados mais ricos, nascidades mais ricas, nos bairros mais ricos e atingir com maior probabilidade as pessoas derenda mais elevada.

    Como pode ser observado a partir da anlise das mdias e da prevalncia de crimes noperodo de 5 anos, existe uma relao linear entre probabilidade de vitimizao e renda: nasfamlias que ganham at R$ 400,00 mensais, 39% diz ter sido vtima de ao menos um doscrimes listados, ao menos uma vez. A porcentagem sobre linearmente at atingir 64%, entreas famlias que ganham mais de R$ 1600,00 reais mensais.

    Se estivssemos analisando os dados de homicdios, o perfil seria diferentes, comoinmeras pesquisas j revelaram, pois estes incidem especialmente sobre jovens do sexomasculino, no brancos, com baixa escolarizao e renda, moradores das zonas perifricasdos grandes centros urbanos.

    Tabela 1b Vitimizao por tipo de crime e escolaridadeVitimizao em 5 anos At 1 grau 2 grau Superior

    Roubo/furto de moto * 28 24 20Depredao em automvel * 15 21 31Roubo/furto de bicicleta * 22 20 18Roubo/furto de automveis * 19 15 22Roubo 12 18 27Furto de algo dentro do carro * 17 15 23Furto 10 11 17Agresso fsica 4 8 12Arrombamento 5 7 9Tentativa de arrombamento 4 7 7Agresso sexual 1 6 4Mdia

    Prevalncia ltimos 5 anos 39 51 69Prevalncia ltimo ano (2001) 31 35 37

    * apenas para proprietriosFonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI 2002

    Escolaridade e renda costumam ser cumulativas, especialmente em pases com fortesdesigualdades sociais como o Brasil, onde as oportunidades de renda so em larga medidadeterminadas pelos anos de estudos. A anlise da vitimizao por escolaridade confirmaassim a tendncia observada com relao a renda: na maioria dos crimes, h uma relaolinear entre probabilidade de vitimizao e escolaridade, de modo que quanto maior aescolaridade (i.e. renda) maior o risco de ser vtima dos crimes arrolados.

  • 9Tabela 1.c Vitimizao por tipo de crime ltimo anoVitimizao no ltimo ano BR PN ** AR ** PT Total ***Roubo/furto de moto * 9,8 0,1 5,7 0,3 0,3Depredao em automvel * 9,0 3,0 4,0 6,3 6,6Roubo/furto de bicicleta * 8,1 1,4 0,8 3,2Furto de algo dentro do carro * 6,4 5,4 9,7 4,9 4,6Roubo/furto de automveis * 6,2 1,0 3,6 0,9 1,0Roubo 5,5 0,9 13 1,1 0,8Furto 3,0 4,0 5,4 1,9 3,9Agresso fsica 2,5 2,3 3,0 0,9 3,5Tentativa de arrombamento 2,2 3,3 1,2 1,8Arrombamento 1,5 3,8 7,7 1,4 1,8Agresso sexual 1,4 0,3 1,0 0,6 1,7Mdia

    Prevalncia ltimo ano 35 33,4 41 15,5 21,3* apenas para proprietrios** durante 1999 no Panam e Argentina e durante 2001 no Brasil*** total baseado nos pases desenvolvidos que tomaram parte da pesquisa de vitimizao em 2000

    Tomando para efeitos de comparao apenas a vitimizao no perodo de 1 ano, aprevalncia no Brasil foi de 35%, ligeiramente superior a do Panam, mas inferior aencontrada na Argentina em 2001, entre os pases latino americanos. A prevalncia mdianos pases desenvolvidos que participaram do projeto ICVS em 2000 foi de 21,3% e dePortugal, particularmente, 15,5%.

    Observe-se que para os crimes contra o patrimnio menos violentos, como o furto, e paraos crimes contra a pessoas agresses fsicas e sexuais as taxas brasileiras chegam a sermenores do que a mdia dos pases desenvolvidos.

    Os pases desenvolvidos que participaram do projeto em 2000 e cujas mdias aparecem nacoluna Total nesta e em outras tabelas foram: Austrlia, Blgica, Canad, Espanha,Dinamarca, Inglaterra & Gales, Finlndia, Frana, Japo, Pases Baixos, Irlanda do Norte,Polnia, Portugal, Esccia, Sucia, Sua e Estados Unidos

    Tabela 2 Perodo de ocorrncia, por tipo de crime e cidadeQuando aconteceu o crime (2002) Total SP RJ RE VIAgresso sexual este ano 36 49 12 17 30Depredao em automvel este ano 32 36 22 38 46Agresso fsica este ano 28 23 36 24 40Tentativa de arrombamento este ano 25 25 23 28 49Furto este ano 25 24 25 24 36Roubo este ano 23 26 19 16 40Furto de algo dentro do carro este ano 21 20 25 21 23Roubo/furto de moto este ano 19 22 15 25 100Roubo/furto de automveis este ano 15 16 12 15 10Arrombamento este ano 15 13 18 17 31

  • 10

    Roubo/furto de bicicleta este ano 13 11 13 30 20Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    Vitria a cidade com maior proporo de crimes ocorridos "este ano" (2002), o que podesugerir um movimento ascendente de criminalidade local, em contraste com o Rio deJaneiro, que a cidade com menor proporo de crimes ocorridos mais recentemente.Lembre-se que a pesquisa trabalha com um perodo de 5 anos e que se a criminalidadeestivesse estvel, cada ano deveria ser responsvel por cerca de 20% dos crimes.

    Trata-se todavia de um clculo imperfeito pois: a) a pesquisa foi feita em junho, cobrindo operodo de 1998 ao primeiro semestre de 2002; b) os entrevistados tendem a lembrar maisdos fatos recentes e esquecer os antigos, bem como recordar especialmente os incidentes demaior gravidade.

    Tabela 3 - local do crime, por tipo de crime e cidadeOnde aconteceu (perto / na prpria casa) Total SP RJ RE VIRoubo/furto de bicicleta 82 77 90 74 73Agresso fsica 60 54 63 70 59Furto de algo dentro do carro 55 55 58 55 40Roubo/furto de moto 52 41 75 30 0Roubo/furto de automveis 51 46 61 78 58Depredao em automvel 51 43 68 49 42Agresso sexual 48 46 45 66 54Roubo 39 37 41 39 41Furto 35 38 31 32 31Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    Em geral, os crimes contra a pessoa ocorrem dentro ou prximo da casa das vtimas poisso freqentemente crimes de natureza interpessoal, em contraste com os crimes contra opatrimnio, que costumam ocorrer em outras reas mais afastadas da cidade, enquanto avtima est trabalhando ou estudando. De fato, a pesquisa revela que os roubos e furtos(exceto de veculos) tendem a ocorrer longe da casa enquanto as agresses fsicas ocorremperto ou dentro da mesma. Curioso, todavia, observar a baixa porcentagem de agressessexuais que ocorrem perto da casa da vtima (48%), com exceo de Recife (66%). preciso lembrar que, segundo a definio operacional da pesquisa, "agresses sexuais"incluem desde estupros a assdio sexual e cantadas, que ocorrem com freqncia noambiente de trabalho.

    Tabela 3a local do crime, por tipo de crime e rendaOnde aconteceu (perto / na prpria casa) At 400 401/800 801/1600 Mais de 1600

  • 11

    Roubo/furto de bicicleta 74 78 87 88Agresso fsica 33 20 15 26Furto de algo dentro do carro 85 68 46 48Roubo/furto de moto 48 59 70 38Roubo/furto de automveis 68 53 48 45Depredao em automvel 25 63 61 43Agresso sexual 27 7 10 17Roubo 45 39 34 38Furto 33 37 32 37Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    Tabela 3b local do crime, por tipo de crime e escolaridadeOnde aconteceu (perto / na prpria casa) at 1 grau 2 grau Superior

    Roubo/furto de bicicleta 77 81 90Agresso fsica 28 19 30Furto de algo dentro do carro 47 55 59Roubo/furto de moto 77 40 93Roubo/furto de automveis 50 52 50Depredao em automvel 68 49 50Agresso sexual 25 13 8Roubo 34 41 37Furto 29 34 43Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    Tabela 4 - Notificao por tipo de crime e cidadeNotificao do crime Brasil SP RJ RE VI PN AR PT Total ***Roubo/furto de automveis 96 95 99 94 100 88,9 89,9 76 91Roubo/furto de moto 62 76 34 75 100 100 24,6 ** 57 79Arrombamento 30 31 31 26 25 27,3 39,5 59 78Roubo 29 32 24 25 36 25 38,9 40 55Agresso fsica 28 27 30 27 38 15,8 35,9 33 36Furto de algo dentro do carro 27 27 23 37 28 32,7 25,0 41 62Furto 15 15 12 24 17 20 24,9 34 42Agresso sexual 14 7 21 37 15 100 18,1 16 15Tentativa de arrombamento 11 6 14 19 13 26,7 26 40Roubo/furto de bicicleta 8 13 2 9 19 15,4 32 56Depredao em automvel 6 7 4 3 11 30,8 24,5 23 41Mdia 35,7

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI 2002 ** inclui bicicleta *** total baseado nos pasesdesenvolvidos que tomaram parte da pesquisa de vitimizao em 2000

  • 12

    Em mdia, apenas um tero das vtimas nas Capitais notificou o crime polcia, estando oRio de Janeiro ligeiramente abaixo das demais cidades (24,5%) e Vitria um pouco acima(33,5%). Isto significa que a "cifra negra", ou taxa de subnotificao no pas continua emtorno de 2/3, tal qual j observado nas pesquisas anteriores de vitimizao realizadas entre1992 e 1997). O padro de notificao manteve-se igualmente inalterado: o montante doprejuzo causado, a necessidade de um boletim de ocorrncia para o recebimento de seguroe a gravidade do ato explicam as elevadas taxas de notificao de roubos de automveis,motocicletas, arrombamentos e roubos. Os crimes envolvendo pessoas que se conhecem agresso sexual - quantias de pouca monta ou modus operandi no violento, por outro lado,apresentam elevadas taxas de subnotificao. Isto significa que as estatsticas oficiais decriminalidade so especialmente ruins para o monitoramento deste tipo de delito, comconseqncias importantes para o combate aos mesmos.

    Os dados deixam claro que o fenmeno da subnotificao universal: mesmo nos pasesdesenvolvidos, as autoridades policiais conhecem apenas metade dos crimes (49,5%). Emtodo caso, existem variaes de pas e para pas e as taxas de notificao variam com operfil dos crimes que ocorrem em cada pas, com a escolarizao da populao, qualidadedo atendimento policial, confiana da populao na polcia, entre outros fatores. Em todocaso, chama a ateno o fato do Brasil apresentar uma das menores taxas entre os pasesavaliados. Se as taxas de notificao brasileiras so parecidas com as dos demais pasescom relao ao bens caros e aos crimes graves, principalmente com relao aos casos demenor gravidade que as diferenas se manifestam: no Brasil, so poucas as vtimas destestipos de crimes que se do ao trabalho de ir a polcia prestar queixa, ao contrrio dasvtimas dos pases desenvolvidos.

    Tabela 4a - Notificao por tipo de crime e rendaNotificao do crime At 400 401/800 801/1600 Mais de 1600

    Roubo/furto de automveis 100 95 95 97Roubo/furto de moto 100 41 70 75Arrombamento 13 31 36 38Roubo 22 32 43 21Agresso fsica 35 31 17 24Furto de algo dentro do carro 26 31 22 28Furto 15 15 16 12Agresso sexual 36 4 7 1Tentativa de arrombamento 4 5 11 27Roubo/furto de bicicleta 11 11 5 5Depredao em automvel 13 6 8 4Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI 2002

    Normalmente, so os indivduos mais ricos e escolarizados que tendem a notificar oscrimes de que foram vtimas: seja porque tm mais tempo ou flexibilidade de horrios parafaz-lo, porque so melhor atendidos no Distrito Policial ou conhecem algum delegado, por

  • 13

    dever cidado ou ainda porque fazem mais uso do seguro e precisam do Boletim deOcorrncia. Os dados da pesquisa corroboram este fenmeno com relao a escolaridademas no com relao a renda: um tero dos vitimados com curso superior notificou o crime,em comparao com apenas 17,6% dos vitimados com escolaridade at 1 grau. Mas, noque diz respeito a renda, foram precisamente os mais pobres que mais disseram ternotificado o crime na polcia (31,2%) enquanto a taxa de notificao manteve-se mais oumenos constante nas demais categorias.

    Tabela 4b - Notificao por tipo de crime e escolaridadeNotificao do crime At 1 grau 2 grau superior

    Roubo/furto de automveis 85 100 97Roubo/furto de moto 34 63 94Arrombamento 13 29 48Roubo 20 33 21Agresso fsica 6 28 39Furto de algo dentro do carro 22 25 31Furto 11 17 14Agresso sexual 14 14 11Tentativa de arrombamento - 5 43Roubo/furto de bicicleta 1 12 1Depredao em automvel 6 8 4Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002Tabela 5 Local da notificao por tipo de crime e cidadeQueixa no Distrito total SP RJ RE VIRoubo/furto de automveis 93 91 97 89 100Furto de algo dentro do carro 93 91 100 100 86Furto 93 90 100 94 73Agresso sexual 91 100 100 75 57Depredao em automvel 90 87 100 100 64Roubo 88 85 95 83 87Arrombamento 87 83 100 74 72Roubo/furto de moto 86 82 100 100 100Roubo/furto de bicicleta 85 83 100 88 88Agresso fsica 82 74 89 93 89Tentativa de arrombamento 19 0 21 38 23Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    Apresentar queixa na polcia no significa necessariamente ter lavrado o Boletim deOcorrncia e que a mesma entrou para as estatsticas oficiais. Nem todas as vtimas se doao trabalho de ir ao Distrito registrar oficialmente os incidentes. No caso das vtimas detentativa de arrombamento, com efeito, apenas uma pequena parcela o faz diretamente,

  • 14

    limitando-se a vtima a comunicar o fato por telefone a polcia. O comparecimento aoDistrito para o registro da queixa claramente maior no Rio de Janeiro e sistematicamentemenor do que a mdia em Vitria e So Paulo.

    Tabela 6 Queixa em outro rgo por tipo de crime e cidadeDeu queixa em outro rgo Total SP RJ RE VIRoubo/furto de automveis 17 14 20 41 28Roubo 9 7 12 12 15Arrombamento 8 7 12 4 4Agresso fsica 8 7 10 9 12Agresso sexual 4 0 10 15 7Furto de algo dentro do carro 3 4 0 14 4Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    So raras ainda no Brasil as instituies alternativas polcia onde seja possvel as vtimasbuscarem reparao pelo crime. Se no caso dos delitos contra o consumidor a populaotem feito uso em larga escala dos Procons, no existe nada similar quando se tratam decrimes mais comuns.

    No caso do roubo / furto de automveis esta prtica parece ser mais comum (17%) pois asvtimas comunicam o ocorrido a seguradora, a direo do estabelecimento onde ocorreu ocrime (no caso de estacionamentos), a empresas privadas de monitoramento, ao CadastroNacional de Veculos Roubados, e at mesmo aos meios de comunicao. Nos demaiscrimes parece no existir muito a quem recorrer para recuperar o bem, alm da polcia. Aprtica, em todo caso, parece ser mais comum em Recife (13,5%) e mais rara em So Paulo(5,5%).

    Tabela 7 nmero de autores por tipo de crime e cidadeQuantos autores participaram no incidente(uma pessoa)

    total SP RJ RE VI

    Agresso sexual 86 89 79 85 93Agresso fsica 56 54 56 63 61Roubo 41 41 37 48 55

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    Em trs ocasies a pesquisa quis saber a quantidade de agressores envolvidos no incidente.Por sua prpria natureza, a agresso sexual foi o delito mais praticado por autoriaindividual, seguido da agresso fsica e do roubo. Chama a ateno o fato dos roubos(44,1%) e agresses fsicas (56%) serem muito freqentemente praticados em conjunto comoutros autores. Isto significa, entre outras coisas, que o nmero de criminosos bastantesuperior ao nmero de crimes praticados.

    A autoria coletiva no caso de agresso fsica ou sexual, pode estar indicando que no setrata de crime interpessoal mas de cometimento do mesmo por estranhos. Se isto forverdade, possvel especular que em Vitria estaramos diante de delitos de natureza

  • 15

    domstica enquanto no Rio de Janeiro, estes crimes contra a pessoa e os costumes estariamrelacionados a outros fatores.

    Tabela 8 Relao com os agressores por tipo de crime e cidadeNo conhecia os agressores total SP RJ RE VIRoubo 93 95 89 92 84Agresso sexual 72 87 43 53 69Agresso fsica 50 50 55 38 48Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    O conhecimento ou no dos agressores pela vtima uma maneira alternativa de investigara natureza do crime. Fica claro aqui que na grande maioria dos casos de roubo, autor evtima no se conhecem e que claramente no se trata de crime interpessoal. Mesmo assim, relativamente elevada em Vitria a proporo de vtimas de roubo que conhecia dealguma forma o algoz (16%).

    Nos casos de agresso sexual e principalmente fsica, fica evidente a conotaointerpessoal: motivo ftil, passional, domstico, ou como quer que os chamemos. Em nadamenos que metade dos casos de agresso fsica, vtima e autor se conhecem.

    Diferentemente da tabela anterior, aqui as mdias sugerem que em So Paulo os crimesocorrem mais entre estranhos, ocorrendo o inverso em Recife.

    Tabela 8a Relao com os agressores por tipo de crime e rendaNo conhecia os agressores At 400 401/800 801/1600 Mais de 1600

    Roubo 81 96 97 96Agresso sexual 41 100 70 57Agresso fsica 22 51 52 56Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI 2002Tabela 8b Relao com os agressores por tipo de crime e escolaridadeNo conhecia os agressores at 1 grau 2 grau Superior

    Roubo 86 93 97Agresso sexual 68 69 92Agresso fsica 22 50 62Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    Analisando conjuntamente os cruzamentos por renda e escolaridade, parece ser possveldizer que, quanto maior a renda e a escolaridade, menor o grau de relacionamento entrevtima e agressor, para todos os crimes analisados. Os crimes interpessoais ocorremportanto principalmente nos estratos sociais inferiores. Isto especialmente marcante no

  • 16

    caso das agresses fsicas e sexuais entre indivduos de mais baixa renda e instruo: nesteestrato, caso das agresses fsicas, em 78% dos casos vtima e agressor se conheciam.

    Tabela 9 Presena de arma no incidente por tipo de crime e cidadeAgressor tinha arma total SP RJ RE VIRoubo 68 70 66 63 50Agresso fsica 44 42 46 51 33Agresso sexual 8 5 12 14 9Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    Outra caracterstica ligada aos crimes interpessoais o fato dos autores freqentemente nousarem armas para agredir ou ameaar as vtimas. A tabela 9 confirma novamente anatureza interpessoal de boa parte das agresses fsica e, principalmente, sexuais. Nestasltimas, apenas em 8% dos casos o agressor tinha algum tipo de arma, ao contrrio doroubo, onde a arma aparece em 68% dos incidentes. Vitria surge como a cidade ondemenos armas foram utilizadas para o cometimento destes crimes, sugerindo mais uma vez anatureza ainda um tanto "domstica" dos crimes cometidos na cidade.

    Tabela 10 Uso da arma por tipo de crime e cidadeArma foi usada como ameaa total SP RJ RE VIRoubo 94 95 93 91 91Agresso fsica 88 91 90 76 73Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    Uma coisa a pesquisa deixa claro: quando a arma esta presente no incidente, ela utilizadapara ameaar a vtima. Foi o que ocorreu na quase totalidade dos roubos e na maioria dasagresses fsicas. O uso da arma como ameaa parece ligeiramente mais freqente em SoPaulo e Rio, e menos nas demais cidades.

    Tabela 11 Seriedade do incidente por tipo de crime e cidadeIncidente muito srio Total SP RJ RE VIRoubo/furto de automveis 91 94 85 85 88Roubo/furto de moto 83 93 62 100 100Arrombamento 79 88 68 63 74Agresso sexual 71 74 66 71 53Roubo 66 76 50 59 85Agresso fsica 65 63 65 69 74Furto de algo dentro do carro 56 56 60 36 56Tentativa de arrombamento 52 53 51 51 80Furto 52 56 43 52 72Roubo/furto de bicicleta 42 49 30 54 61Depredao em automvel 34 42 22 24 52Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

  • 17

    Os crimes contra o patrimnio envolvendo valores elevados roubo e furto de veculos, porexemplo - so percebidos por vezes pelas vtimas como mais srios do que crimes comoagresso sexual ou fsica. Uma possvel explicao para isso, como vimos, reside no fato deagressor e vtima normalmente se conhecerem nestes ltimos casos.

    Voltando aos crimes contra o patrimnio, uma explicao adicional para a seriedade nocaso dos automveis que eles deixaram h muito de ser artigos de luxo e a vida e otrabalho das pessoas muitas vezes depende deles, de modo que o roubo de um veculo podetrazer srias conseqncias financeiras para a pessoa e sua famlia.

    Como quer que seja, os entrevistados de So Paulo (62%) e Vitria (66,2%),sistematicamente atribuem mais "seriedade" aos incidentes criminais do que os moradoresdo Rio de Janeiro (50,1%) ou Recife (55,3%). Isto pode talvez ajudar a entender porque anotificao de crimes, como vimos na tabela 4, maior em Vitria (33,5%) e menor no Riode Janeiro (24,5%).

    Tabela 11a Seriedade do incidente por tipo de crime e rendaIncidente muito srio At 400 401/800 801/1600 Mais de 1600

    Roubo/furto de automveis 90 84 91 96Roubo/furto de moto 100 81 73 87Arrombamento 69 83 67 94Agresso sexual 63 78 51 73Roubo 68 70 72 64Agresso fsica 64 67 56 77Furto de algo dentro do carro 38 67 53 65Tentativa de arrombamento 44 53 45 59Furto 58 46 50 55Roubo/furto de bicicleta 48 45 27 48Depredao em automvel 13 42 33 37Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002Tabela11b Seriedade do incidente por tipo de crime e escolaridadeIncidente muito srio at 1 grau 2 grau superior

    Roubo/furto de automveis 89 92 91Roubo/furto de moto 69 83 100Arrombamento 74 75 95Agresso sexual 82 70 71Roubo 60 69 62Agresso fsica 22 70 71Furto de algo dentro do carro 50 62 49Tentativa de arrombamento 40 55 54Furto 54 52 49Roubo/furto de bicicleta 49 44 42Depredao em automvel 29 38 30

  • 18

    MdiaFonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    Embora no seja uma relao exatamente linear, os dados parecem indicar que o grau deseriedade atribuda ao incidente cresce com a renda e a instruo, na maioria dos crimesarrolados. Observe-se com a agresso fsica muito mais "tolerada" entre aqueles de menorescolaridade: apenas 22% qualificaram o ato como "muito srio", porcentagem que sobepara 71% entre os entrevistados com curso superior.

    A violncia assume assim um grau particular de seriedade para a elite, enquanto os estratosinferiores por razes culturais ou porque lidam com outras "violncias", comodesemprego, m qualidade de vida, etc. tendem a amenizar a seriedade dos atos criminais.

    Tabela 12 relevncia de auxlio a vtima por tipo de crime e cidadergo para auxiliar vtima ajudaria muito total SP RJ RE VIAgresso sexual 76 68 90 88 75Agresso fsica 68 73 54 80 73Roubo 64 73 52 62 63Arrombamento 63 68 54 63 66Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    Em diversos pases e mais recentemente em alguns estados brasileiros, tm sido criadosrgo de auxlio s vtimas de determinados crimes. O CRAVI de So Paulo centro deapoio e referncia s vtimas de violncia, gerenciado pela Secretaria Estadual de Justia que atende aos parentes das vtimas letais, fornecendo apoio jurdico e psicolgico, umaexemplo da implementao destes rgos no pas.

    Os entrevistados entendem que tais rgos so necessrios especialmente para o auxlio svitimas de crimes que afetam a pessoa agresses sexuais e fsicas mas tambm seriambem vindos nos casos de roubo ou arrombamento, que tambm deixam seqelas nasvtimas, embora menos duradouras. rgos deste tipo parecem especialmente bem quistosem Recife (58,6%) enquanto os cariocas so os mais cticos com relao a utilidade dosmesmos (50%).

    Tabela 12a relevncia de auxlio a vtima por tipo de crime e rendargo para auxiliar vtima ajudaria muito At 400 401/800 801/1600 Mais de 1600

    Agresso sexual 75 80 77 70Agresso fsica 81 70 64 64Roubo 74 63 62 57Arrombamento 61 60 70 66Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

  • 19

    Tabela 12b relevncia de auxlio a vtima por tipo de crime e escolaridadergo para auxiliar vtima ajudaria muito at 1 grau 2 grau Superior

    Agresso sexual 100 71 94Agresso fsica 63 70 65Roubo 62 68 58Arrombamento 64 63 63Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    Os rgos de auxlio a vtima so especialmente relevantes para os estratos inferiores derenda e escolaridade, uma vez que eles contam com menos instrumentos para lidar com oincidente. Os mais ricos e escolarizados podem lanar mo de uma srie de estratgias apoio familiar, psiquitrico, mdico, seguro, etc. que no esto ao alcance dos demais.

    Tabela 13 Sentimento de insegurana por tipo de crime e cidadeQuestes: sentimento de insegurana Brasil SP RJ RE VI PN AR PT Tot.

    ***Probabilidade de ser vtima de furtoou roubo nos prximos 12 meses

    67 72 58 64 63 40,7 * 83,0**

    58 * 31 *

    Evitou locais ou pessoas por razes desegurana

    57 54 61 63 59 - 65,5 - -

    Conversou sobre crime nas ltimas 2semanas

    35 30 42 41 41 - - - -

    Sente-se muito inseguro ao andar navizinhana quando escurece

    34 42 21 38 34 16,2 39,3 6 6

    Soma: ndice de inseguranaFonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002* probabilidade de ser vtima de arrombamento nos prximos 12 meses** probabilidade de ser vtima de algum delito*** total baseado nos pases desenvolvidos que tomaram parte da pesquisa de vitimizao em 2000

    Tendo ou no sido vtimas de crimes nos ltimos anos, os habitantes dos centrosmetropolitanos brasileiros sentem-se bastante inseguros, merc do crescimento da violncianas ltimas duas dcadas. Dois teros julgam-se provveis vtimas de algum furto ou rouboat o prximo ano, 57 % afirma ter mudado de comportamento por razes de segurana eum tero dos entrevistados sente-se inseguro na prpria vizinhana e conversou sobrecrimes nas ltimas duas semanas. A sensao de insegurana aparenta ser mais forte emRecife e menos no Rio de Janeiro mas um trao comum a todas as cidades pesquisadas.

    Com relao aos demais pases investigados, os nveis atuais de insegurana brasileiros sso menores do que os nveis observados na Argentina. No Panam pas emdesenvolvimento como Brasil e Argentina - Portugal e outros pases desenvolvidos quetomaram parte na pesquisa de 2002, so bastante inferiores as porcentagens dos que

  • 20

    "sentem-se inseguros ao andar na vizinhana quando escurece", nica questo comum atodos os pases.

    Tabela 13a Sentimento de insegurana por tipo de crime e rendaQuestes: sentimento de insegurana At

    400401/800 801/1600 Mais de

    1600

    Probabilidade de ser vtima de furto ou roubo nosprximos 12 meses (muito provvel e provvel)

    66 70 64 71

    Evitou locais ou pessoas por razes de segurana 55 58 53 66Sente-se muito inseguro ao andar na vizinhana quandoescurece

    35 32 37 34

    Soma: ndice de inseguranaFonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002Tabela 13b Sentimento de insegurana por tipo de crime e escolaridadeQuestes: sentimento de insegurana at 1

    grau2 grau Superior

    Probabilidade de ser vtima de furto ou roubo nos prximos 12 meses(muito provvel e provvel)

    58 69 82

    Evitou locais ou pessoas por razes de segurana 50 58 67Sente-se muito inseguro ao andar na vizinhana quando escurece 35 34 33Soma: ndice de insegurana

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    So os mais ricos e escolarizados os que mais se sentem inseguros pois, mesmo sem seencaixar no perfil das vtimas de homicdio, so os alvos preferenciais dos crimes contra opatrimnio. Se verdade que todos parecem sentir-se inseguros ao andar na vizinhana pelanoite, so os mais ricos e escolarizados que mais modificaram seus hbitos por razes desegurana e os que mais crem na probabilidade de se tornarem vtimas de furto ou roubo.

    Tabela 14 Avaliao da Segurana por tipo de crime e cidadeQuestes: avaliao da segurana Total SP RJ RE VICriminalidade no Estado est piorando comparando com 5anos atrs

    82 83 84 78 72

    Criminalidade no Brasil est piorando comparando com 5anos atrs

    81 80 83 79 73

    Criminalidade na cidade est piorando comparando com 5anos atrs

    75 68 84 79 70

    Problema mais importante do Brasil (Segurana /Violncia)

    64 66 59 67 60

    Problema mais importante na cidade (segurana /violncia)

    64 62 68 62 68

    Violncia aumentou na vizinhana 41 40 42 45 47Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

  • 21

    Existe a percepo majoritria de que a criminalidade est aumentando, em todos os nveisfederativos. Como j foi relatado em pesquisas anteriores, quase sempre a violncia nos"outros locais" percebida como pior do que no local prximo aonde se vive: assim,embora cerca de 80% considerem que a violncia esteja crescendo no pas e no Estado,apenas 41% acreditam que a violncia aumentou na vizinhana. plausvel que a intensadivulgao de crimes pelos meios de comunicao, trazendo quotidianamente para pertocrimes que ocorrem em locais distantes seja a maior responsvel pelo fenmeno.

    As mdias evidenciam que se trata de um fenmeno uniformemente distribudo pelasregies analisadas, apesar do Rio de Janeiro estar um pouco acima da mdia e Vitria umpouco a baixo. Embora o tema da pesquisa possa ter influenciado as respostas, digno denota que cerca de 2/3 dos entrevistados citaram a segurana e a violncia como osproblemas mais importantes enfrentados pelo Brasil e pelas cidades atualmente,corroborando o que outras pesquisas de opinio vm encontrando.

    Tabela 14a Avaliao da Segurana por tipo de crime e rendaQuestes: avaliao da segurana At 400 401/800 801/1600 Mais de

    1600

    Criminalidade no Estado est piorando comparandocom 5 anos atrs

    81 82 80 88

    Criminalidade no Brasil est piorando comparandocom 5 anos atrs

    80 80 80 87

    Criminalidade na cidade est piorando comparandocom 5 anos atrs

    77 70 69 85

    Problema mais importante do Brasil (Segurana /Violncia)

    70 68 66 62

    Problema mais importante na cidade (segurana /violncia)

    66 67 69 75

    Violncia aumentou na vizinhana 41 38 38 51Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002Tabela 14b Avaliao da Segurana por tipo de crime e escolaridadeQuestes: avaliao da segurana at 1 grau 2 grau superior

    Criminalidade no Estado est piorando comparando com 5 anosatrs

    80 83 85

    Criminalidade no Brasil est piorando comparando com 5 anosatrs

    78 81 84

    Criminalidade na cidade est piorando comparando com 5 anosatrs

    69 75 83

    Problema mais importante do Brasil (Segurana / Violncia) 67 68 60Problema mais importante na cidade (Segurana / violncia) 67 68 73Violncia aumentou na vizinhana 34 41 55Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

  • 22

    A anlise dos cruzamentos por renda e escolaridade indicam que a percepo de que acriminalidade est crescendo especialmente forte nos estratos mais elevados que, comovimos anteriormente, so proporcionalmente mais vitimados pelos crimes contra opatrimnio e os que atribuem mais seriedade aos incidentes criminais. possvel que estapercepo tenha relao tambm com a quantidade e tipo de informaes sobre o crime eviolncia a disposio dos estratos superiores, mas no existem nesta pesquisa elementospara avaliar esta relao.

    Avaliaes Sobre a Polcia

    Tabela 15 Satisfao com a polcia por tipo de crime e cidadeSatisfao com atuaoda polcia quando vtima de:

    Brasil SP RJ RE VI PT Total *

    Agresso fsica 55 50 61 58 58 27 61Roubo 44 35 60 46 45 38 59Furto de algo dentro do carro 43 35 68 50 40 - -Roubo/furto de automveis 40 32 55 46 54 33 58Arrombamento 24 9 47 24 51 27 66Mdia 31,2 61

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI 2002* total de pases desenvolvidos que participaram da pesquisa ICVS entre 1996 e 2000

    A pesquisa perguntou s vtimas de certos crimes se ficaram ou no satisfeitas com relaoa atuao da polcia no incidente. Ressalte-se que j se tratam de pessoas que confiam decerta forma na polcia, pois deram-se ao trabalho de registrar a queixa. Mesmo assim, emmdia, apenas um tero das vtimas disseram-se satisfeitas com a atuao policial: note-setambm que a satisfao com a polcia muito menor em So Paulo (26,8%) do que no Riode Janeiro, onde quase metade das vtimas declarou-se satisfeita. Recorde-se que oatendimento nos Distritos Policiais cariocas vem passando por grandes transformaes,desde o incio do programa Delegacia Legal, do qual j fazem parte 60 Distritos da cidade.

    Note-se tambm que a satisfao maior no caso das agresses fsicas onde noraramente agressor e vtima se conhecem caso em que a atuao policial bastantefacilitada uma vez que pode identificar e punir o autor. Leso corporal culposa e dolosa denatureza leve, esto abrangidas pela lei 9099/95, que trata do juizado especial criminal,onde o procedimento mais clere e depende de representao, ou seja depende da vontadeda vtima fator que pode estar contribuindo para o aumento da satisfao das vtimasdestes crimes

  • 23

    A satisfao, por outro lado, visivelmente menor nos casos de arrombamento, onde apolcia geralmente acionada por telefone e normalmente sequer comparece ao local doincidente para fazer percias ou investigaes. Exceto o exame de corpo de delito que feito na hora, os demais exames e percias levam muito tempo, principalmente quando sorequisitados exames complementares mais comuns em leso de natureza grave ougravssima. So em geral poucos peritos, trabalhando numa estrutura rudimentar esobrecarregados de casos. H tambm o fato de que os prprios moradores muitas vezes jalteraram as evidncias.

    A satisfao com a atuao da polcia no Brasil bastante similar em algumas cidades atmaior - satisfao mdia observada em Portugal (31,2%), mas bastante inferior a mdiados demais pases desenvolvidos (61%). Isto pode ajudar a entender porque a notificao decrimes maior nestes pases.

    Tabela 15a Satisfao com a polcia por tipo de crime e rendaSatisfao com atuaoda polcia quando vtima de:

    At 400 401/800 801/1600 Mais de 1600

    Agresso fsica 91 40 59 51Roubo 20 49 40 54Furto de algo dentro do carro 37 26 29 43Roubo/furto de automveis 3 43 38 41Arrombamento - 28 25 16Mdia 37,7

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI 2002Tabela 15b Satisfao com a polcia por tipo de crime e escolaridadeSatisfao com atuaoda polcia quando vtima de:

    at 1 grau 2 grau Superior

    Agresso fsica 64 58 51Roubo 60 39 58Furto de algo dentro do carro 21 53 39Roubo/furto de automveis 26 41 44Arrombamento - 34 13Mdia 42,7

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    Enquanto os estratos inferiores de renda e instruo esto satisfeitos com a atuao dapolcia nos casos de agresso fsica lembre-se que a autoria geralmente conhecida nestescasos, especialmente neste estrato os estratos superiores revelam-se mais satisfeitosespecialmente com a atuao policial envolvendo furtos e roubos de ou em automveis.

    Tabela 16 Comparao entre servios pblicos por tipo de crime e cidadeServios no bairro (% bom) total SP RJ RE VIFornecimento de gua 78 83 77 49 85Abastecimento 67 71 64 53 76

  • 24

    Iluminao 58 60 54 58 80Transporte coletivo 57 49 66 70 74Servio de limpeza 52 52 52 54 73Rede de esgoto 51 55 50 27 64Conservao das ruas 34 34 35 32 61Atendimento mdico 25 25 23 29 40Diverso e lazer 22 20 26 21 40Policiamento 21 24 16 19 38Media

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    A pesquisa procurou comparar a avaliao dos servios prestados pela polcia com os deoutros rgos pblicos estaduais ou municipais. Como em quase todas as ocasies em que aquesto foi formulada, aqui tambm a polcia recebeu, no agregado, a pior avaliao: emSo Paulo s perde para os "locais de diverso e lazer" e nas demais cidades foi a ltimacolocada no ranking. Observe-se pelas mdias que, de modo geral, a avaliao dos serviospblicos bem mais positiva em Vitria (57,3%) e negativa em Recife (37,4%).Especificamente com relao a polcia, ela recebe a pior avaliao comparada no Rio deJaneiro (16% de bom) e a melhor em Vitria (38%)

    Tabela 16a Comparao entre servios pblicos por tipo de crime e rendaServios no bairro (% bom) At 400 401/800 801/1600 Mais de 1600

    Fornecimento de gua 68 78 80 84Abastecimento 58 64 73 75Iluminao 58 60 58 55Transporte coletivo 56 53 60 60Servio de limpeza 51 55 51 52Rede de esgoto 42 52 55 55Conservao das ruas 37 35 34 32Atendimento mdico 23 21 28 29Diverso e lazer 19 19 24 30Policiamento 20 22 20 22Media

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI 2002

    Uma vez que o acesso aos bens pblicos maior nos estratos superiores de renda, naturalencontrar um grau de satisfao maior nestes setores: de uma maneira geral, como revelamas mdias, quanto maior a renda familiar, maior a porcentagem de satisfeitos com osdiferentes servios oferecidos no bairro. A exceo o item "conservao das ruas"provavelmente devido ao fato dos mais ricos fazerem uso mais intenso de automveis esentirem mais na pele o problema buracos do que os pedestres.

  • 25

    Tabela 16b Comparao entre servios pblicos por tipo de crime e escolaridadeServios no bairro (% bom) at 1 grau 2 grau superior

    Fornecimento de gua 79 78 77Abastecimento 64 67 73Iluminao 67 57 49Transporte coletivo 58 55 61Servio de limpeza 56 52 50Rede de esgoto 54 49 57Conservao das ruas 40 32 35Atendimento mdico 27 22 31Diverso e lazer 20 21 33Policiamento 26 20 20Media

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    O fenmeno, todavia, no se manifesta quando o analisamos por escolaridade, onde aproporo de satisfeitos na mdia, similar entre os trs nveis, sendo mesmo ligeiramentesuperior entre os que tm at 1 grau. Observe-se que, particularmente com relao aopoliciamento, neste nvel que se encontra a maior porcentagem dos satisfeitos (26% debom).

    Tabela 17 Avaliao da polcia II por tipo de crime e cidadeAvaliao da polcia Brasil SP RJ RE VI PN AR PT TotalPolcia no faz um bomtrabalho para controlar o crime naregio

    61 59 65 58 51 51,9 51,6 47 22

    Polcia nunca passa pela rua 17 18 14 28 19 19Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002*** total baseado nos pases desenvolvidos que tomaram parte da pesquisa de vitimizao em 2000

    A maioria dos entrevistados nas quatro capitais julga que a polcia no vem fazendo umbom trabalho de controle do crime (61%, em mdia). A crtica ao trabalho policial maisrigorosa no Rio de Janeiro (65%) e menos em Vitria (51%), como j observamos tambmna tabela 16. Isto talvez explique tambm porque a avaliao da segurana encontra seupior nvel no Rio e o melhor em Vitria (tabela 14) e porque a notificao de crimes (tabela4) menor na primeira do que na segunda.

    Indicador alternativo da avaliao da polcia a pergunta "quantas vezes a polcia passapela sua rua" pois j se observou que a resposta "nunca" por vezes menos uma avaliaoobjetiva do que uma resposta projetiva para checar o sentimento subjetivo com relao polcia.

    Como vimos ao interpretar os dados da tabela 15, a satisfao com o trabalho da polcia bem superior nos pases desenvolvidos (somente 22% declararam que polcia no faz um

  • 26

    bom trabalho) , quando comparados ao Brasil (61%) , Panam (51%) ou Argentina (51%),nicos pases latino-americanos a participarem do projeto ICVS recentemente.

    Tabela 17a Avaliao da polcia II por tipo de crime e rendaAvaliao da polcia At 400 401/800 801/1600 Mais de 1600

    Polcia no faz um bomTrabalho para controlar o crime na regio

    64 61 56 62

    Polcia nunca passa pela rua 4 6 7 9Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002Tabela 17b Avaliao da polcia II por tipo de crime e escolaridadeAvaliao da polcia at 1 grau 2 grau superior

    Polcia no faz um bomTrabalho para controlar o crime na regio

    53 64 59

    Polcia nunca passa pela rua 6 7 9Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    O cruzamento por renda no indica a existncia de diferenas relevantes entre os grupos,enquanto o cruzamento com escolaridade sugere novamente que a avaliao da polcia melhor entre os menos escolarizados.

    Polticas de Segurana Pblica

    Tabela 18a polticas de segurana, por cidadeReduzir o crime em grande parte: total SP RJ RE VI

    Mais policiamento nas ruas 84 86 80 87 92Sentenas mais longas 61 64 56 63 50Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002Tabela 18b polticas de segurana, por cidadeReduzir o crime em grande parte: total SP RJ RE VI

    Programas sociais para jovens 75 74 76 81 87Concorda com mais recursos parapreveno

    69 65 74 66 77

    Controle sobre armas de fogo 83 83 81 85 88Concorda que viso conjunta melhor ques prender

    88 86 93 86 92

    Restrio de violncia na TV 40 34 47 48 51Mdia

  • 27

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    Um dos objetivos principais da pesquisa foi o de averiguar em que medida a populaocompartilha com os pressupostos filosficos do PIAPS, qual sejam, de que as polticaspblicas de segurana devem ir alm do aspecto meramente repressivo e lidar tambm,atravs da preveno primria e secundria, com as causas sociais, econmicas e culturaisda violncia.

    A concluso parece ser a seguinte: as intervenes preventivas encontram tanto ou maisapoio na populao do que as de carter repressivo, embora estas ltimas gozem de amplapopularidade. Em suma, a populao no as v como excludentes mas como iniciativascomplementares: preciso programas sociais para os jovens, mas tambm aumentar opoliciamento; dediquem mais recursos para a preveno mas tambm aumentem as penaspara os criminosos.

    A preocupao com a violncia e a segurana tamanha que todas as iniciativas so bemvindas, sejam de natureza preventiva ou repressiva.

    Com relao as diferenas entre as capitais, destaque-se a menor adeso no Rio de Janeiro eVitria as polticas tradicionais de segurana (mais policiamento e sentena mais longas) emaior adeso aos pressupostos preventivos. So Paulo aparece numa posio maisconservadora neste campo.

    Tabela 18a polticas de segurana, por rendaReduzir o crime em grande parte:Concorda totalmente e em parte

    At 400 401/800 801/1600 Mais de 1600

    Concorda que viso conjunta melhor que sprender

    85 87 91 91

    Mais policiamento nas ruas 87 84 87 84Controle sobre armas de fogo 84 84 83 85Programas sociais para jovens 73 76 76 83Concorda com mais recursos para preveno 67 65 67 77Sentenas mais longas 62 64 61 59Restrio de violncia na TV 42 40 36 43

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI 2002

    Os mais pobres so os que mais apoiam as polticas clssicas de segurana pblica, comomais policiamento nas ruas (87%) e sentenas mais longas para os criminosos (62%).Propostas como controle sobre armas de fogo ou restrio de violncia na TV norevelaram diferenas entre os grupos. Em compensao, ntida a maior adeso dos maisricos as estratgias preventivas: quanto maior a renda familiar, maior apoio a uma visoconjunta, a programas sociais para jovens e maior o apoio a que mais recursos sejamdestinados a preveno. Isto significa que apoio a programas como o Piaps encontraroproporcionalmente maior adeso na elite e menor adeso entre as classes populares, emborao apoio a preveno seja generalizado.

  • 28

    Tabela 18b polticas de segurana, por escolaridadeReduzir o crime em grande parte:Concorda totalmente e em parte

    at 1 grau 2 grau Superior

    Concorda que viso conjunta melhor que s prender 87 88 91Mais policiamento nas ruas 86 84 80Controle sobre armas de fogo 83 82 83Programas sociais para jovens 75 73 86Concorda com mais recursos para preveno 65 67 81Sentenas mais longas 60 63 55Restrio de violncia na TV 40 38 47

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    A leitura do cruzamento por escolaridade revela a mesma situao: menos escolarizadosapoiando medidas repressivas clssicas e mais escolarizados as estratgias preventivas.Destaque-se o maior apoio a restrio de violncia na TV entre os mais escolarizados.

    Tabela 19 estratgias de combate a violncia, por cidadeAuxiliam a combater a violncia total SP RJ RE VICursos profissionalizantes gratuitos 96 95 99 98 98Interao polcia / comunidade 95 94 95 97 97Ronda policial 94 94 94 98 97Servios pblicos: conselhos 93 92 95 96 97Palestras em escolas 91 90 93 94 95Palestras sobre os direitos e deveres docidado

    89 88 91 91 94

    Locais de lazer e cultura 86 86 85 85 88Delegacia prxima ao bairro 86 86 86 93 91Base comunitria de policiamento 86 87 86 86 88

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    A anlise desta tabela parece levar as mesmas concluses da tabela anterior: tanto asestratgias preventivas quanto as repressivas encontram respaldo no imaginrio dapopulao. Observe-se que o item pior avaliado base comunitria de policiamento -recebeu 86% de "aprovao", entendida aqui como estratgia que auxilia e portanto deveriaser adotada. Em todo caso, fica clara a percepo de que as medidas preventivas, para apopulao, tm um papel a cumprir no combate a criminalidade.

    A dissecao dos resultados por renda e escolaridade sugerem no haver discrepncias deopinio quanto ao potencial destas diversas estratgias de combate a violncia, que so bemvistas em todas as classes de renda e escolaridade.

  • 29

    Tabela 20 causas da criminalidade, por cidadeCausas da criminalidade (contribuibastante)

    total SP RJ RE VI

    cio entre os jovens 75 76 72 76 76Falta de emprego e renda 73 74 71 73 77Falta de confiana na Justia 69 69 68 66 73Falta de policiamento 68 69 64 72 68Falta de confiana na polcia 65 65 64 64 66Falta de escolas e creches 56 56 53 68 65As condies de vida nas favelas 53 53 54 56 61As condies de atendimento mdico 21 21 19 27 34

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI 2002A populao apoia as estratgias preventivas por uma razo muito simples, que sedepreende da leitura dos dados acima: as causas sociais cio entre os jovens, falta deemprego renda esto entre as principais responsveis pela criminalidade. Mas,novamente, parte do problema derivado da ausncia de polticas especficas no sistema dejustia criminal: falta de confiana na justia, na polcia e falta de policiamento. Observe-seque nem todos os setores sociais por exemplo, sade so diretamente relacionados naviso popular com a questo da criminalidade.

    Tabela 20a 1 causas sociais da criminalidade, por rendaCausas da criminalidade (contribui bastante) At 400 401/800 801/1600 Mais de 1600

    cio entre os jovens 74 76 74 75Falta de emprego e renda 72 73 70 76Falta de escolas e creches 57 53 56 58As condies de vida nas favelas 50 52 57 56As condies de atendimento mdico 21 20 20 21Mdias

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI 2002Tabela 20a 2 causas no sociais da criminalidade, por rendaCausas da criminalidade (contribui bastante) At 400 401/800 801/1600 Mais de 1600

    Falta de confiana na Justia 69 70 67 69Falta de policiamento 70 68 70 68Falta de confiana na polcia 66 68 62 64Mdias

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI 2002

    As diferenas aqui so sutis mais ainda assim perceptveis: os entrevistados de menor rendafamiliar tendem a atribuir a criminalidade menos a causas sociais e mais a problemasrelativos ao funcionamento do sistema de justia criminal (polcia e justia). O inversoocorre entre os entrevistados de renda elevada.

    Tabela 20b.1 causas sociais da criminalidade, por escolaridade

  • 30

    Causas da criminalidade (contribui bastante) at 1 grau 2 grau superior

    cio entre os jovens 74 74 80Falta de emprego e renda 69 73 77Falta de escolas e creches 54 56 57As condies de vida nas favelas 46 54 65As condies de atendimento mdico 21 19 27Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI 2002Tabela 20b.2 causas no sociais da criminalidade, por escolaridadeCausas da criminalidade (contribui bastante) at 1 grau 2 grau superior

    Falta de confiana na Justia 67 68 72Falta de policiamento 67 68 69Falta de confiana na polcia 69 64 63Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI 2002

    Com relao a escolaridade, pode-se dizer que a atribuio a causas sociais cresce com aescolaridade (44% entre os que tem at 1 grau versus 51% entre os que em curso superior),embora o mesmo no seja verdadeiro com relao as causas ligadas ao funcionamento dosistema de justia criminal.

    Tabela 21 responsabilidade pela criminalidade, por cidadePrincipal responsvel pela criminalidade total SP RJ RE VITrfico de drogas 32 35 27 31 37A pobreza do pas 28 27 30 30 27A crise econmica 19 18 22 18 20Justia pouco rigorosa 14 15 14 14 11

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    Numa questo de mltipla escolha onde os entrevistados eram instados a escolher osprincipais responsveis pela criminalidade, o trfico de drogas foi eleito como o principal,superando mesmo a pobreza do pas. O Rio de Janeiro onde a atuao do trfico intensa foi curiosamente a nica cidade onde "pobreza" supera "trfico". Os moradores de Vitriaforam os que mais mencionaram o trfico e os do Rio de Janeiro os que menos citaram aalternativa. A crise econmica atual e a Justia pouco rigorosa so responsabilizados emmenor medida que as duas primeiras.

    Tabela 21a responsabilidade pela criminalidade, por rendaPrincipal responsvel pela criminalidade At 400 401/800 801/1600 Mais de 1600

  • 31

    Trfico de drogas 37 34 34 23A pobreza do pas 32 27 23 30A crise econmica 15 19 21 19Justia pouco rigorosa 9 13 16 21

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI 2002Tabela 21b responsabilidade pela criminalidade, por escolaridadePrincipal responsvel pela criminalidade at 1 grau 2 grau superior

    Trfico de drogas 36 32 24A pobreza do pas 28 28 30A crise econmica 18 19 20Justia pouco rigorosa 11 15 18

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    A pobreza do pas e a crise econmica so por todos responsabilizadas pela criminalidadeno pas, independentemente de renda ou escolarizao. Mas, enquanto os mais pobres emenos instrudos do nfase ao trfico de drogas, os mais ricos e escolarizadosresponsabilizam antes a Justia pouco rigorosa pela criminalidade.

    Conhecimento sobre o PIAPS e seus projetos

    Tabela 22 Conhecimento dos Programas, por cidadeConhecimento total SP RJ RE VINo sabe / no lembra de nenhumprojeto do PIAPS

    69 53 80 80 71

    No sabe / no lembra de nenhumprojeto do PNSP

    52 38 59 61 64

    J ouviu falar do PNSP 18 12 29 20 19J ouviu falar do PIAPS 5 4 7 6 7

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    Constituindo-se num sub-item do Plano Nacional de Segurana Pblica e tendo iniciado deforma mais intensa apenas em 2002, sem grande estardalhao e sem estar vinculado aalguma "crise" no setor, natural que seja pequena a porcentagem de entrevistados queafirmam j ter ouvido falar do PIAPS: na mdia das capitais, apenas 5% ouviram falar doPlano, porcentagem ligeiramente superiores sendo encontradas no Rio de Janeiro e Vitria.

    O Plano Nacional de Segurana Pblica, por outro lado, alm de dois anos mais antigo, foiamplamente divulgado nos meios de comunicao desde o seu lanamento, vinculado aoepisdio do seqestro do nibus 174 no Rio de Janeiro. O nvel de conhecimento do PNSP portanto bem superior ao do PIAPS (18% em mdia), e principalmente no Rio de Janeiro(29%) onde ocorreu o seqestro do 174, embora ainda pouco conhecido em So Paulo.

  • 32

    De uma maneira geral, pode-se dizer que ambos os programas so ainda pouco conhecidos,o que pode ser visto adicionalmente pela larga parcela de entrevistados que foi incapaz demencionar algum dos 124 itens do PNSP (52%) ou algum dos 49 programas ligados aoPIAPS (69%). Mesmo entre os que citaram algo, freqentemente a citao estava errada,como pode ser averiguada na anlise das respostas abertas.

    Tabela 22a Conhecimento dos Programas, por rendaConhecimento At 400 401/800 801/1600 Mais de 1600

    No sabe / no lembra de nenhum projeto doPIAPS

    49 68 74 84

    No sabe / no lembra de nenhum projeto doPNSP

    54 46 51 56

    J ouviu falar do PNSP 13 14 20 31J ouviu falar do PIAPS 6 5 6 4

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002Tabela 22b Conhecimento dos Programas, por escolaridadeConhecimento at 1 grau 2 grau Superior

    No sabe / no lembra de nenhum projeto do PIAPS 73 63 89No sabe / no lembra de nenhum projeto do PNSP 69 53 43J ouviu falar do PNSP 9 17 37J ouviu falar do PIAPS 5 6 5

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    Os estratos superiores de renda e educao conhecem o Plano Nacional de SeguranaPblica mas no o Piaps. Por outro lado, os programas que fazem parte do PIAPS somuito mais lembrados pelos indivduos de menor renda e instruo. Mas ainda quepodendo citar programas que fazem parte do Piaps, no os associam ao mesmo.

    Tabela 23 Conhecimento do PIAPS, por programa e cidadeJ ouviu falar do programa total SP RJ RE VIBolsa escola 87 82 94 98 91Centro comunitrio 66 62 69 78 81Agente comunitrio de sade 59 56 57 82 75Paz nas escolas 53 45 62 69 52Sade da famlia 52 47 57 65 68Erradicao do analfabetismo 49 39 63 61 53Transporte do escolar 49 58 38 29 48Esporte solidrio 40 27 58 53 45Morar melhor 38 30 52 36 32Balco de direitos 35 29 45 34 37CIC 33 29 39 36 44Brinquedoteca 27 31 21 23 24PR-INFRA 26 24 28 29 29

  • 33

    Livro aberto 16 14 22 12 19Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    Embora o PIAPS no seja conhecido da populao, interessante notar que diversosprogramas que o compem o so, pois, em mdia, 42% dos entrevistados disseram j terouvido falar de algum dos programas listados, com So Paulo (38,2%) jogando a mdiageral para baixo. Bolsa escola de longe o mais conhecido de todos pois existe com omesmo nome em diversos locais e nveis de governo. O programa menos conhecido LivroAberto, mencionado por 16% dos entrevistados, mais do triplo da porcentagem dos que jtinham ouvido falar no PIAPS. O desafio do PIAPS, portanto, em termos de conhecimento, conseguir fazer com que a populao saiba que os projetos chegaram especificamente ataquele local, em parte por intermdio do PIAPS, que articula com os ministrios aimplementao nas "reas prioritrias".

    Para interpretar corretamente as respostas de "conhecimento" preciso fazer uma notametodolgica: diversas pesquisas j observaram que as respostas em geral so infladas, poisos respondentes, com vergonha em assumir que "desconhece" ou "nunca ouviu falar" emalgo, tende a afirmar o contrrio. Mas se possvel questionar a magnitude das respostas, aordem geral, todavia, continua vlida, pois o problema da inflao de respostas afeta atodas igualmente. Mesmo que os nveis de "conhecimento" estejam superestimados, certoque Bolsa Escola mais conhecido que Livro Aberto, e assim por diante.

    Tabela 23a Conhecimento do PIAPS, por programa e rendaJ ouviu falar do programa At 400 401/800 801/1600 Mais de 1600

    Bolsa escola 88 86 88 91Centro comunitrio 62 68 68 69Agente comunitrio de sade 58 57 61 64Paz nas escolas 54 52 56 55Sade da famlia 54 48 57 58Erradicao do analfabetismo 45 45 50 63Transporte do escolar 48 49 49 51Esporte solidrio 32 35 45 53Morar melhor 34 38 42 41Balco de direitos 31 32 39 43CIC 30 30 36 41Brinquedoteca 20 29 26 33PR-INFRA 21 24 30 32Livro aberto 16 13 20 21Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI 2002Tabela 23b Conhecimento do PIAPS, por programa e escolaridade

  • 34

    J ouviu falar do programa at 1 grau 2 grau superior

    Bolsa escola 83 87 96Centro comunitrio 62 66 70Agente comunitrio de sade 53 58 70Paz nas escolas 46 54 59Sade da famlia 52 49 64Erradicao do analfabetismo 44 46 70Transporte do escolar 53 46 52Esporte solidrio 30 40 54Morar melhor 37 38 39Balco de direitos 34 33 47CIC 34 31 43Brinquedoteca 24 25 40PR-INFRA 20 26 35Livro aberto 13 17 21Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    Embora as camadas mais pobres tenham podido citar programas ligados ao Piaps e as maisabastadas no, quando os nomes dos programas so apresentados aos entrevistados ofenmeno se inverte. De modo quase sempre linear, em quase todos os programas, oconhecimento dos mesmos aumenta com a renda e a escolaridade. (ou ento cresce avergonha de assumir que no conhece o programa)

    Tabela 24 Existncia do Programa, por tipo de programa e cidadeExiste aqui total SP RJ RE VICentro comunitrio 56 47 61 83 93Bolsa escola 55 41 66 86 84Agente comunitrio de sade 55 49 50 94 90Paz nas escolas 53 40 63 69 73Esporte solidrio 47 27 58 64 74Erradicao do analfabetismo 45 42 45 61 54Transporte do escolar 45 44 49 35 58Sade da famlia 45 40 41 75 83Balco de direitos 39 26 48 57 76Morar melhor 39 25 48 58 68Livro aberto 36 31 39 47 66CIC 35 24 41 60 75Brinquedoteca 32 26 38 58 62PR-INFRA 27 19 29 61 66Mdias

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    A tabela 24 revela que h uma clara relao entre a existncia do programa e seuconhecimento pela populao, uma vez que a ordem em que os programas so listados aqui

  • 35

    bastante similar a da tabela de conhecimento. Se isto estiver correto, o grau deconhecimento de um programa dependeria menos de sua divulgao e promoo na mdiae mais de sua efetiva implementao local.

    Lembre-se aqui que a pergunta sobre a "existncia" dos programas foi feita apenas paraaqueles que disseram ter ouvido falar do programa e que portanto a base para o clculo dasporcentagens no a mesma da pergunta anterior. Isto explica o fato de que, em algunsitens, a porcentagem dos que responderam que o problema "existe" ser maior do que aporcentagem dos que "ouviram falar" do programa.

    Os dados precisam ser lidos com cuidado, pois tambm so afetados pela "inflao" derespostas dos que no admitem parecer ignorantes frente ao pesquisador. Uma forma decorroborar ou refutar a informao seria tentar determinar em que cidades os programasforam mais intensamente implementados. Verificando ainda que precariamente, porexemplo, se, tal qual a pesquisa sugere, a implementao foi maior em Vitria (68%) eRecife (60,5%) e menor em So Paulo (32%)

    Tabela 25 Participao nos programas, por programa e cidadeAlgum participa ? total SP RJ RE VIAgente comunitrio de sade 28 40 7 29 31Sade da famlia 24 35 10 22 27Paz nas escolas 20 30 15 15 14Livro aberto 19 37 5 9 11Brinquedoteca 16 23 8 11 6Centro comunitrio 16 24 8 12 19Bolsa escola 11 14 10 10 6CIC 11 20 6 9 10Transporte do escolar 10 11 8 3 4Morar melhor 9 19 5 2 2Esporte solidrio 9 22 5 9 7Erradicao do analfabetismo 7 7 7 8 6Balco de direitos 6 13 3 2 4PR-INFRA 6 13 2 2 3Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    A base utilizada para o clculo das porcentagens desta tabela foram os entrevistados que jtinham ouvido falar no programa, sabiam da existncia dele no local e participavam (oualgum familiar) de alguma forma nele.

    Como seria natural esperar, a quantidade dos que participam ou tem algum da famlia queparticipa nos diversos programas bastante inferior aos que o conhecem: em mdia, 13%dos entrevistados afirmaram tomar parte em pelo menos um dos programas, aparecendo osdois programas da rea da sade como os mais difundidos em todas as cidades, exceto Riode Janeiro. Note-se que os entrevistados de So Paulo so os que mais relatam participao

  • 36

    nos programas, com mdias duas vezes maiores que em Vitria e Recife e trs vezes maiordo que a dos cariocas.

    Livro-Aberto, Brinquedoteca e CIC esto entre os que mais alcanam os entrevistadossegundo esta tabela, mesmo sendo pouco conhecidos de acordo com as tabelas anteriores.Tabela 25a Participao nos programas, por programa e rendaAlgum participa ? At 400 401/800 801/1600 Mais de 1600

    Agente comunitrio de sade 39 34 24 13Sade da famlia 36 23 20 18Paz nas escolas 21 21 27 13Livro aberto 38 10 14 14Brinquedoteca 14 18 8 19Centro comunitrio 22 16 14 14Bolsa escola 22 10 8 6CIC 10 7 21 5Transporte do escolar 13 7 12 11Morar melhor 2 7 15 8Esporte solidrio 15 5 5 13Erradicao do analfabetismo 13 6 4 7Balco de direitos 4 4 8 3PR-INFRA 3 3 7 12Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002Tabela 25b Participao nos programas, por programa e escolaridadeAlgum participa ? at 1 grau 2 grau Superior

    Agente comunitrio de sade 36 29 12Sade da famlia 28 26 12Paz nas escolas 12 24 16Livro aberto 20 19 15Brinquedoteca 18 17 13Centro comunitrio 13 18 11Bolsa escola 15 12 4CIC 4 14 8Transporte do escolar 7 12 7Morar melhor 11 7 12Esporte solidrio 5 10 11Erradicao do analfabetismo 7 7 6Balco de direitos 4 8 3PR-INFRA 6 6 7Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI 2002

    Os programas sociais do governo 49 dos quais fazem parte do Piaps so voltadospreferencialmente para as camadas mais desfavorecidas da populao. As tabelas sugerem

  • 37

    que os programas esto atingindo seu alvo, pois a participao ou utilizao de cadaprograma cai linearmente conforme aumentam a renda e a instruo do entrevistado.

    Tabela 26 Opinio sobre o potencial preventivo, por programa e tipo de cidadeAjudam a prevenir a violncia ? Total SP RJ RE VIPaz nas escolas 75 74 75 82 87Erradicao do analfabetismo 74 72 77 78 84Bolsa escola 73 72 73 75 78Esporte solidrio 71 70 72 75 84Centro comunitrio 71 72 67 75 82Morar melhor 68 67 70 69 77Brinquedoteca 66 71 57 68 72Transporte do escolar 61 67 50 62 72Livro aberto 60 61 58 58 70CIC 59 58 60 57 75Balco de direitos 57 56 59 56 76Agente comunitrio de sade 57 56 54 66 70PR-INFRA 57 56 57 55 72Sade da famlia 55 55 53 62 71

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    Como j visto na tabela 20, comparativamente, a populao no v tanto potencialpreventivo nos programas ligados a rea da sade, embora mesmo a metade dosentrevistados tenham visto algum potencial. Em contrapartida, os trs primeiros programasmencionados tm relao com educao, ficando evidente a associao que a populao fazentre potencial preventivo e a escolarizao. Observe-se que em Vitria bastante superiora porcentagem dos que vem nos programas do PIAPS um potencial de preveno aocrime.

    Tabela 26a Opinio sobre o potencial preventivo dos programas, por programa e rendaAjudam a prevenir a violncia ? At 400 401/800 801/1600 Mais de 1600

    Paz nas escolas 74 74 78 78Erradicao do analfabetismo 73 72 78 80Bolsa escola 73 72 74 75Esporte solidrio 67 69 76 76Centro comunitrio 69 69 75 75Morar melhor 67 65 73 73Brinquedoteca 65 63 70 70Transporte do escolar 64 60 63 59Livro aberto 54 58 68 63CIC 54 57 62 64Balco de direitos 59 54 60 60Agente comunitrio de sade 58 53 59 60PR-INFRA 53 52 63 64Sade da famlia 58 50 56 61

  • 38

    MdiaFonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI 2002

    Tabela 26b Opinio sobre o potencial preventivo, por programa e escolaridadeAjudam a prevenir a violncia ? at 1 grau 2 grau superior

    Paz nas escolas 73 75 80Erradicao do analfabetismo 66 75 84Bolsa escola 73 71 77Esporte solidrio 62 71 84Centro comunitrio 66 70 80Morar melhor 64 68 78Brinquedoteca 63 65 73Transporte do escolar 64 60 60Livro aberto 54 60 67CIC 59 57 67Balco de direitos 56 57 63Agente comunitrio de sade 55 56 61PR-INFRA 54 55 67Sade da famlia 56 53 61Mdia

    Fonte: Pesquisa de Vitimizao Ilanud / FIA / GSI -2002

    Com exceo do programa "transporte do escolar", a percepo de que os diversosprogramas ajudam a prevenir a violncia cresce conforme aumenta a renda familiar eescolaridade do entrevistado. Novamente, portanto, encontramos uma viso mais favorvelas iniciativas de cunho preventivo entre as camadas mais ricas e escolarizadas dapopulao.

    Apoio: Consultoria em Segurana

    IlanudFIA - USPGabinete de Segurana InstitucionalIntroduoApoio: Consultoria em Segurana