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Vitor Miranda de Araujo
Prática cultural de responsabilização: um análogo
experimental em microculturas de laboratório.
Mestrado em Análise do Comportamento
Londrina 2015
Vitor Miranda de Araujo1
Prática cultural de responsabilização: um análogo
experimental em microculturas de laboratório2
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Análise do Comportamento, do Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, da Universidade Estadual de Londrina, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Análise do Comportamento, sob supervisão da Professora Drª. Camila Muchon de Melo.
Londrina
2015
1Bolsista CAPES/DS 2Projeto financiado pelo CNPq através do Processo n°: 470841/2014-1.
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do Programa de GeraçãoAutomática do Sistema de Bibliotecas da UEL
Araujo, Vitor Miranda de.Prática cultural de responsabilização : um análogo experimental em microculturas delaboratório / Vitor Miranda de Araujo. - Londrina, 2015.53 f. : il.
Orientador: Camila Muchon de Melo.Dissertação (Mestrado em Análise do Comportamento) - Universidade Estadual de
Londrina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Análise doComportamento, 2015.
Inclui bibliografia.
1. Behaviorismo Radical - Teses. 2. Prática Cultural - Teses. 3. Metacontingência -Teses. 4. Responsabilização - Teses. I. Melo, Camila Muchon de. II. Universidade Estadualde Londrina. Centro de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Análise doComportamento. III. Título.
Vitor Miranda de Araujo
Prática cultural de responsabilização: um análogo experimental em
microculturas de laboratório.
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Análise do Comportamento, do Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, da Universidade Estadual de Londrina, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Análise do Comportamento, sob supervisão da Professora Drª. Camila Muchon de Melo. Banca examinadora:
Prof. Dr. Kester Carrara Universidade Estadual Paulista
Profa. Dra. Silvia Regina de Souza Arrabal Gil Universidade Estadual de Londrina
Profa. Dra. Camila Muchon de Melo (Orientadora)
Universidade Estadual de Londrina
Profa. Dr. Maura Alves Nunes Gongora
(Suplente) Universidade Estadual de Londrina
Profa. Dra. Nádia Kienen (Suplente)
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, 4 de Setembro de 2015.
Dedicatória
Dedico este trabalho aos meus pais, que nunca mediram esforços para que eu pudesse ter a melhor educação – formal e informal, e a todos àqueles que não tiveram a mesma oportunidade.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que direta ou indiretamente me apoiaram e sustentaram
durante a realização deste trabalho. São muitos aos quais sinto quase que uma obrigação
de agradecer, por isso peço perdão pela extensão desta sessão. Não foi fácil passar por
tantas mudanças mas vocês deixaram todos os pesos mais leves.
Inicialmente gostaria de manifestar meu agradecimento à CAPES pela bolsa de
mestrado sem a qual teria sido inviável realizar este mestrado e ao CNPq pelo
financiamento que possibilitou o desenvolvimento do software usado no meu estudo.
Mesmo sabendo que poucos dos 25 participantes chegarão a ler essas linhas: meu mais
sincero agradecimento a todos vocês que se voluntariaram para participar desse estudo.
E a todos que ajudaram a conseguir os participantes, divulgado os convites, e
convocando os amigos.
Um agradecimento especial também ao Daniel Peixoto por aceitar nosso projeto
em tempo relativamente curto e pela dedicação com a qual desempenhou seu trabalho
na programação do ERP SOFT. E também ao Prof°Dr° Felipe Leite pelas contribuições
fundamentais e parceria instituída na construção deste trabalho.
À minha orientadora Camila, meu muito obrigado por toda a liberdade que me
deu desde o início, por sempre dar feedbacks precisos e honestos e por aceitar os
desafios que este trabalho nos apresentou. Também por conduzir a relação orientadora –
orientando com leveza, me dando autonomia sem nunca deixar faltar a orientação
necessária. Muito obrigado pela parceria e confiança! Também por sempre se mostrar
preocupada com meu bem-estar, principalmente no início, quando era novo em
Londrina. Eu não poderia ter feito uma escolha melhor e nem manifestar minha gratidão
por ter sido aceito como seu orientando. Espero ter sido digno de tudo isso e continuar
sendo daqui pra frente!
Aos professores do mestrado muito obrigado por assumirem esse desafio tão
importante. Gostaria de agradecer especialmente à professora Nádia Kienen, com quem
tive a satisfação de aprender um pouco sobre como ensinar, ou melhor, como programar
contingências para desenvolvimento de novos comportamentos, no estágio em docência.
Obrigado por seu entusiasmo!
Obrigado também aos Professores Carlos Eduardo e Lucila pelas colaborações
dadas ao trabalho na disciplina de projetos. E principalmente ao professor Ricardo
Martone e à professora Maura Gongora, pelas contribuições inestimáveis da banca de
qualificação. Também gostaria de agradecer ao professor Kester Carrara e à professora
Silvia Souza, por aceitarem compor a banca de defesa.
Aos colegas do mestrado meu muito obrigado, por me mostrarem, desde o
início, que a tal “frieza paranaense”, com a qual fui ameaçado, simplesmente não existe.
Agradeço especialmente à Val e à Gisa, pela parceria no estágio de história da
psicologia, ao Iury e o Dainon por todas as risadas, à Lorrana por aqueles olhares
inconfundíveis de convite ao Beco. Também ao Yhann, à Carol, à Ariadne e à Dalila,
por todos os momentos e conversas, e ao Gustavo, por me acolher quando estava sem
ter onde ficar. O “Zaitguinho” desta turma foi mais reforçador que pelota de farinha
com pimenta pra calango! Por último, à minha pequena grande amiga: Iza, não tenho
palavras para descrever como sua amizade, se tornou importante para mim, seu
incentivo, confiança e cumplicidade foram e são fundamentais para mim. Sei que
realizaremos muita coisa juntos ainda!
Também gostaria de agradecer aos colegas das outras turmas do mestrado, que
participaram da organização do CPAC (2014) e JAC (2015), por todas as caixas
carregadas. Especialmente à Amandinha, simplesmente por sua presença, sinto falta de
conversar mais com você.
A todos os alunos da psicologia-UEL, os que foram “meus” alunos nos estágios,
os monitores de história, e os alunos do grupo de IC em cultura, por tudo que aprendi
com vocês. E também àqueles com quem o contato foi somente nos corredores e festas,
pela alegria de fazer parte desta comunidade tão entusiasmada com a vida. Um
agradecimento especial aos alunos que me ajudaram na minha coleta: Elô, Guilherme e
Paola, sem vocês eu não teria dado conta de coletar os dados a tempo, e a coleta teria
sido bem menos prazerosa e engraçada.
Como esses dois anos não se resumiram ao mestrado, preciso agradecer também
àqueles que fizeram parte desse desafio, de forma um pouco menos direta.
A toda a comunidade do Focolare de Londrina, pela unidade e ensinamentos.
Especialmente ao pessoal do grupo de jovens os quais, desde o início, se fizeram um
porto seguro e uma nova família. Sei que estou em falta com vocês, mas saibam da
importância que têm pra mim.
Ao Saks, por se mostrar mais que uma boa companhia, um amigo confiável. Ao
Pedro e o VH que quase foram inclusos no parágrafo sobre o pessoal do mestrado, por
serem membros honorários. Também a todos do ap. 301: Matheus, Samuel e,
especialmente, Mateus, Caio e seus pais, pela confiança e carinho.
A todos os amigos que, de longe, se fizeram sempre presentes. A Kiko, Leo,
Xandy e Lala: obrigado simplesmente por nunca me deixarem uma sobra de dúvida
sobre a amizade de vocês, mesmo quando o tempo sem um bom papo fica longo
demais. Àqueles colegas que, desde a graduação, na Ruy, e da pós, na UniJorge,
compartilharam o entusiasmo com a Análise do Comportamento. Tinha, obrigado por
não precisar nem dizer por que agradeço. Kiko (Azolbel), obrigado pelo abrigo em SP e
pelo sua dancinha. Também aos mestres que tive no meu caminho, em especial ao
professor Tiago Alfredo e à professora Sidnei Lira, Vocês dois têm grande
responsabilidade por eu ter chegado aqui. Monitores!!! Obrigado, porque a presença de
vocês no mundo, e no whats, dá leveza ao meu coração. E também aos projetos de gente
que nunca me deixa esquecer de não crescer. A todos os meus tios, primos, e minhas
avós, pelo amor e carinho! Saber que tenho vocês na minha vida faz com que tudo seja
mais fácil.
Aos meus pais e à minha irmã que, mesmo de longe, sempre estiveram cuidando
de mim, por esse cuidado constante e pela ajuda financeira que foi necessária algumas
vezes. Meu pai, continuo buscando ser metade do homem que você é. Minha mãe,
espero um dia poder ser um porto tão seguro para alguém como você é pra mim. E
Naty, obrigado por estar sempre disponível pra mim, nunca esqueça que eu também
estou sempre aqui pra você. A vocês, minhas mais sinceras desculpas, por ser tão
desatencioso, meu muito obrigado e todo o meu amor!
Isa, meu amor, obrigado por entrar na minha vida, por me colocar sempre pra
frente e me ajudar a ser cada vez melhor. Obrigado por acreditar no meu potencial e me
ajudar em tudo que está ao seu alcance. Obrigado por fazer mais fáceis os momentos
difíceis e por saber como colocar um sorriso no meu rosto e também enxugar minhas
lagrimas. Obrigado também a toda a sua família, por me receber como um membro dela
e por todo carinho e atenção.
Em ocasião de minha formatura da graduação eu escrevi que me sentia
preparado, mas não muito, para ser psicólogo, e pedi a companhia de todos para
continuar a minha preparação. Hoje, ao terminar o mestrado, eu sei que estou mais
preparado, mas me sinto bem menos que naquela ocasião. Hoje vejo mais claramente os
desafios que precisam ser enfrentados. Hoje tenho o pensamento menos utópico e tirei
meu cinto do Batman e minha capa do Super Man. Hoje sei que não faremos
comunidades Walden em nossas cidades. Mas hoje eu continuo acreditando no
potencial da humanidade de produzir mudanças para o bem. Continuo acreditando na
Análise do Comportamento para produzir mudanças, e como mestre espero poder dar
minha contribuição para realizá-las. E, mais uma vez, conto com cada um de vocês para
me acompanhar e ajudar nesse novo caminho que está aberto para ser construído.
Por quem os sinos dobram
Nunca se vence uma guerra lutando sozinho
Cê sabe que a gente precisa entrar em contato
Com toda essa força contida que vive guardada
O eco de suas palavras não repercute em nada
É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro
Evita o aperto de mão de um possível aliado
Convence as paredes do quarto e dorme tranquilo
Sabendo no fundo do peito que não era nada daquilo
Coragem, coragem
Se o que você quer
É aquilo que pensa e faz
Coragem, coragem
Eu sei que você pode mais
(Raul Seixas)
Lista de Figuras
Figura 1. Sequência de telas em uma rodada do jogo ....................................................23
Figura 2. Pontuação acumulada de cada microcultura....................................................28
Figura 3. Melhor desempenho por microculturas ..........................................................30
Figura 4. Jogadores responsabilizados por rodada em cada microcultura......................33
Lista de Tabelas Tabela 1 Critérios de estabilidade atingidos.................................................................................27
Lista de Siglas e Abreviaturas
MC - Microcultura.
A - Condição Experimental A (CC contingente à responsabilização).
B - Condição Experimental B (CC contingente à não responsabilização).
SM - Microcultura Sem Mudança de Geração.
CM - Microcultura Com Mudança de Geração.
RA - Microcultura com responsabilização Anônima.
RP - Microcultura com reponsabilização Pública.
G - Geração.
Sumário
Resumo............................................................................................................................1
Abstract............................................................................................................................3
Introdução........................................................................................................................5
Práticas de Responsabilização.............................................................................13
Método............................................................................................................................18
Participantes........................................................................................................18
Ambiente.............................................................................................................18
Sala de recepção e espera........................................................................18
Sala Experimental....................................................................................18
Funcionamento do software (ERP SOFT)...........................................................19
Indicação da coluna.................................................................................20
Condição experimental............................................................................20
Mudanças de geração..............................................................................20
Dicas do experimentador.........................................................................21
Marcações e escolhas durante o jogo......................................................21
Marcação das linhas....................................................................21
Responsabilização.......................................................................21
Confirmações..............................................................................22
Procedimento......................................................................................................22
Tarefa Experimental...........................................................................................22
Dicas do Experimentador...................................................................................23
Delineamento Experimental...............................................................................24
Diferenças no procedimento..............................................................................24
Mudança de Geração.............................................................................25
Sem Mudança de Geração (SM)................................................25
Com Mudança de Geração (CM)................................................25
Responsabilização....................................................................................25
Responsabilização Pública (RP)..................................................25
Responsabilização Anônima (RA)...............................................26
Questionário.........................................................................................................26
Resultados e Discussão....................................................................................................26
Reversões de condição e critérios de estabilidade...............................................26
Dicas do experimentador e descrição da metacontingência................................27
Número de jogadores por geração.......................................................................30
Responsabilização pública e anônima.................................................................31
Mudança de gerações..........................................................................................31
Distribuição da responsabilização entre os jogadores........................................32
Considerações Finais......................................................................................................34
Referências.....................................................................................................................38
Anexo I ..........................................................................................................................43
Anexo II.........................................................................................................................45
Anexo III.......................................................................................................................47
Anexo IV.......................................................................................................................49
Anexo V ........................................................................................................................51
Anexo VI.......................................................................................................................53
1
Araujo, V.M. (2015). Prática cultural de responsabilização: um análogo experimental
em microculturas de laboratório. (Dissertação de Mestrado), Universidade Estadual
de Londrina. 53 p.
Resumo
Principalmente após a formulação do conceito de metacontingência por Sigrid Glenn,
estudos têm sido desenvolvidos com o que se convencionou chamar de análogos
experimentais de práticas culturais – alguns utilizam tarefas específicas para os estudos
enquanto outros usam simplificações de práticas correntes na sociedade. Dentre as
práticas correntes, uma das mais comuns e importantes, segundo Skinner, é a prática de
responsabilizar os outros membros do grupo por suas ações. Apesar da importância das
práticas de responsabilização, poucos estudos empíricos têm dado atenção a elas, e
nenhum estudo com referencial analítico comportamental que investigasse esse
fenômeno social foi encontrado na literatura. Este trabalho teve como objetivo propor
um análogo de responsabilização e investigar a influência de consequências culturais
sobre essa prática, e das formas públicas e anônimas de responsabilizar, bem como
avaliar se e como essas práticas são transmitidas entre gerações. Utilizou-se, como
análogo de responsabilização, um procedimento em que os membros de uma
microcultura poderiam atribuir responsabilidade uns aos outros, ou a si mesmo, por
resultados de escolhas de linhas, feitas conjuntamente, em uma matriz 8X8 com sinais
positivos e negativos nas intersecções entre linhas e colunas. Os resultados sempre
dependiam da emissão de responsabilização na rodada anterior, segundo condições
experimentais que variavam num delineamento ABAB. Em alguns grupos houve trocas
de jogadores por jogadores ingênuos representando novas gerações experimentais. Os
resultados mostraram que a prática de responsabilização ficou sob controle da
consequência cultural programada e que houve transmissão da prática entre gerações,
2
embora com algumas falhas. Não foi possível demonstrar a diferenças entre a emissão
da prática de forma pública e anônima, indicando a necessidade de novos estudos que
analisem essa variável.
Palavras-chave: Behaviorismo Radical, práticas culturais, metacontigência,
responsabilização.
3
Araujo, V.M. (2015). Cultural practice of responsibility: an experimental analogue in
laboratory microcultures.(Master’s Thesis), Universidade Estadual de Londrina,
Londrina, Brazil. 53 p.
Abstract
Especially after the formulation of the concept of metacontingency by Sigrid Glenn,
studies with the so-called experimental analogs of cultural practices have been
developed - some use specific tasks for it while others use simplifications of current
practices in society. Among the current practices, one of the most common and
important, according to Skinner, is the practice of responsibilizing the other members of
the group for their actions. Despite the importance of responsibility practices, few
empirical studies have paid attention to it, and no research with a behavior-analytic
framework studying this social phenomenon was found in the literature. The present
work aimed to propose an responsibility analog, investigate the influence of cultural
consequences of this practice using public and anonymous ways to blame, and assess
whether and how these practices are passed between generations. A procedure in which
the members of a microcultures could assign responsibility to one another or to itself by
the results of lines choices made jointly in an 8X8 matrix with positive and negative
signs in intersections of rows and columns was used as accountability analogue. The
results always depended on the accountability issue in the previous round, according to
experimental conditions varyingthrough ABAB design. In some groups, naive players
replaced previous players, representing new experimental generations. The results
showed that accountability practice came under control of the programmed cultural
consequence and there was transmission of intergenerational practice, albeit with some
flaws. It was not possible to demonstrate the differences between public and private
practices, indicating the need for further studies to examine this variable.
5
Parece ser uma questão consolidada que os fenômenos socioculturais fazem
parte do escopo da Análise do Comportamento (Andery, Micheleto, & Sério, 2005,
Carrara, 1998, Carrara & Carrara, 2006, Melo & de Rose, 2006). Nos primeiros livros
sobre princípios gerais da Análise do Comportamento, o assunto é abordado e mais
literatura vem sendo produzida desde então (Andery, et. al., 2005). No entanto,
questiona-se a necessidade de se estabelecerem unidades de análise diferentes para o
estudo de fenômenos culturais. Andery et. al. (2005), por exemplo, destacam a diferença
entre comportamento social e práticas culturais. O conceito de comportamento social
refere-se ao “comportamento de duas ou mais pessoas, uma em relação a outra, ou em
conjunto em relação a um ambiente comum” (Skinner 1953/2005, p. 297), destacando
assim a dupla função que a ação de um indivíduo tem na análise; além da função de
ação de um indivíduo, ela pode ser vista como ambiente para o comportamento de outro
(Glenn, 1991; Sampaio & Andery, 2010). No comportamento social é a contingência de
três termos a unidade a ser usada, sendo importante destacar, apenas, que um dos elos
da contingência deve ser representado pelo comportamento de outro indivíduo.
Quando se fala de uma prática cultural, a contingência de três termos não parece
abarcar toda complexidade necessária. Seja ao apresentar os princípios básicos da
Análise do Comportamento (Skinner, 1953/2005), seja ao consolidar o modelo de
seleção por consequências, quando destaca e descreve o terceiro nível dessa seleção
como o nível cultural (Skinner, 1981), Skinner utiliza o termo prática cultural para
processos em que as consequências analisadas não agem apenas sobre o comportamento
individual, mas sobre o comportamento de pessoas em grupo. O efeito em questão é
produzido pelo conjunto de comportamentos dos indivíduos em grupo e não apenas por
um comportamento individual (Andery et. al., 2005; Skinner, 1953/2005, 1981).
“Parece, assim, que estamos, no caso das práticas culturais, diante de um fenômeno que
6
tem origem no comportamento individual, mas que, ao ganhar sua particularidade, não
mais pode ser descrito no âmbito de sua origem” (Andery et. al., 2005, p. 151-152).
Práticas culturais originam-se do comportamento individual (Skinner, 1981) e
não podem existir sem o comportamento individual, mas não se resumem a ele. A
cultura começa com a transmissão de um repertório de um indivíduo para outro (Glenn,
2004). Na evolução da espécie, os indivíduos que possuem alguma característica que lhe
dê vantagens no ambiente terão maior probabilidade de transmitir essa característica
para uma geração seguinte, como consequência da seleção natural. Da mesma maneira,
indivíduos que se comportam de maneira que proporcione maior adaptação ao ambiente
têm maior probabilidade de ensinar esse comportamento para outros, como
consequência de seleção ontogenética (e.g., na modelação). O resultado disso vai além
de uma vantagem particular para cada indivíduo que se comporte de certa maneira. O
grupo que apresenta melhores práticas e que consegue transmiti-las para seus novos
membros, de forma mais efetiva, garantirá maior chance de manutenção dessas práticas
ao longo do tempo e sua cultura permanecerá (Skinner, 1971/1973, 1981).
O processo evolutivo da cultura é análogo ao da espécie, porém o locus dos
fenômenos culturais é identificado de forma multiorganísmica, pois envolve a interação
entre dois ou mais organismos. Esse processo não requer um novo tipo de trato
biológico ou um novo processo comportamental, mas inaugura um novo tipo de
linhagem comportamental: uma linhagem de “comportamento cultural”3 (Glenn, 2004;
Mallot & Glenn, 2006). Essas linhagens culturais apresentam uma diferença
fundamental em termos de transmissão, com relação às linhagens genéticas. A
3 Comportar-se é uma característica exclusiva de organismos. Grupos ou culturas não se comportam, seus membros sim. Portanto, o termo “comportamento cultural” refere-se a um padrão comportamental repetido por vários membros de uma mesma cultura, ou a um conjunto de comportamentos de dois ou mais membros que quando entrelaçados geram um produto comum. No segundo caso cada comportamento tem sua função própria e o entrelaçamento deles tem uma outra função, só possível através deste entrelaçamento.
7
transmissão de práticas culturais não se limita às gerações futuras, mas pode acontecer
em uma mesma geração ou em relação às gerações anteriores (Skinner, 1971/1973).
Segundo Glenn e Mallot (2004), há pelos menos dois tipos de interação entre
contingências comportamentais de várias pessoas, que podemos chamar de práticas
culturais, porém só em uma é formada uma linhagem de “Contingências
Comportamentais Entrelaçadas” (CCEs) que produzirão uma consequência cultural que
retroaja diretamente no entrelaçamento. Contingências comportamentais se entrelaçam,
muitas vezes gerando, além de consequências individuais, consequências culturais que
só são produzidas pelo entrelaçamento e que não são simples somas dos resultados dos
comportamentos de muitos indivíduos, e não necessariamente influenciam diretamente
os comportamentos individuais4. O entrelaçamento de contingências comportamentais
se dá quando o comportamento de dois ou mais indivíduos interagem de forma que pelo
menos um termo da contingência do comportamento de um funcione como termo da
contingência de outro (e.g. a consequência do comportamento de um indivíduo é
antecedente para o comportamento do outro). Esse entrelaçamento gera um produto
agregado que é o produto imediato do entrelaçamento. É importante que um
entrelaçamento e seu produto agregado aconteçam em um sistema ambiental que possa
recepcionar essa combinação para gerar a consequência cultural que o seleciona. O
sistema receptor gerador de uma consequência cultural é o ambiente selecionador da
CCE (Glenn & Malott, 2004). Simplificadamente, um entrelaçamento das contingências
comportamentais de trabalhadores de um restaurante mexicano, que produz comidas
apimentadas (o produto agregado em questão), só vai gerar uma consequência cultural
4 Algumas consequências culturais podem ter dupla função, e agirem também como consequência individual reforçadora de uma ou mais contingências individuais que compõem o entrelaçamento (Sampaio & Andery, 2010). O que se está salientando, entretanto é a função da consequência cultural que retroage sobre o entrelaçamento.
8
esperada (venda da comida/ lucro) se as pessoas da comunidade onde o restaurante está
instalado apreciarem comidas apimentadas e consumirem a comida do restaurante.
São as condições desse sistema receptor (SR), que ao interagirem com o
entrelaçamento de contingências comportamentais e seu produto agregado, podem gerar
uma consequência cultural. Tais consequências agem especificamente no
entrelaçamento mantendo-o e selecionando-o juntamente com seu produto agregado
(Glenn, 2004; Glenn & Mallot 2004; Mallot & Glenn, 2006). Essa complexa interação
entre CCEs e seu produto agregado, com um sistema receptor que gera uma
consequência cultural (CC), que por sua vez retroage sobre o entrelaçamento
selecionando-o e mantendo-o é descrita pelo conceito de metacontingência (Glenn,
1991, 2004; Glenn & Mallot 2004; Mallot & Glenn, 2006).
Macrocontingências, por sua vez, descrevem um tipo de relação na qual um
conjunto de comportamentos de várias pessoas tem uma consequência comum, um
efeito cumulativo, que pode retroagir sobre todos eles, mas de forma isolada, ou seja,
um efeito cumulativo da relação comportamento-consequência entre vários indivíduos
(Glenn, 2004; Ulman, 1998). Os comportamentos, que compõem uma
macrocontigência, podem também não ser afetados pelo efeito cumulativo, por esse só
acontecer geográfica ou temporalmente distante do comportamento. Isso, juntamente
com o conflito entre as consequências individuais e culturais, é muitas vezes fonte de
problemas culturais importantes (Glenn, 2004). Por exemplo, em questões ambientais os
efeitos cumulativos que são desastrosos, na maioria das vezes só aparecem depois de
um certo tempo da ocorrência de cada comportamento que contribuiu para seu
acontecimento.
O conceito de metacontingência desenvolveu-se de forma a incluir a
complexidade na interação cultural, descrita acima, desde sua criação (Glenn, 1986) e
9
tem inspirado a formulação de modelos experimentais que vêm sendo desenvolvidos
usando microculturas e análogos de práticas culturais em laboratório, com tarefas que
também envolvem vários e crescentes níveis de complexidade na interação (e.g., Baum,
Richerson, Efferson,&Paciotti, 2004; Baia, 2008; Costa, 2009; Faleiros, 2009; Leite,
2009; Martone, 2008; Tadaiesky & Tourinho, 2012; Vichi, Andery, & Glenn, 2009).
Alguns estudos que já eram realizados como possibilidades para a análise
experimental de questões culturais foram influências para os estudos que se propõem a
testar o novo conceito. Wiggins (1969) realizou um estudo no qual buscou identificar a
relação de práticas culturais com suas consequências. No procedimento de Wiggins
(1969), grupos com três participantes realizavam um jogo em que deveriam fazer
apostas e indicar uma linha em uma matriz na qual o experimentador escolheria uma
coluna. Nas intersecções entre as linhas e as colunas existiam sinais positivos (+) e
negativos (-) e o grupo recebia a quantia de trinta centavos pagos no final de cada
rodada, se o sinal fosse positivo, e perdia o valor apostado, caso o sinal fosse negativo.
Por fim, o grupo deveria dividir os ganhos e, a maneira como isso era feito (igual ou
desigualmente) era o critério para definir se ganhariam ou perderiam na rodada
seguinte. Os jogadores tinham posições e tarefas definidas que estabeleciam funções
para cada um, o valor que deveriam apostar e certa hierarquia dentro do grupo. Nas
primeiras sessões, o grupo ganhava quando a divisão dos ganhos era feita de forma
igualitária, e nas sessões finais, o critério foi invertido.
Vichi et. al. (2009)5 realizaram uma replicação sistemática do estudo de
Wiggins (1969). Fizeram algumas alterações no procedimento para melhorar o controle
experimental e facilitar a discussão dos dados em termos do conceito de
metacontingência. Esse estudo teve um número maior de participantes em cada grupo,
5 Estudo realizado em 2004.
10
estabeleceu um critério de regularidade para a mudança de condição experimental, o
que possibilitou maior número de reversões, eliminou os papéis definidos previamente e
aboliu, assim, a hierarquia e também o valor fixo de aposta para cada um. Os dados de
Vich et. al. (2009) apontam que as práticas culturais ficam sob controle das
consequências culturais.
Martone (2008) também realizou uma série de experimentos, usando um
procedimento semelhante ao usado por Wiggins (1969) e Vichi et. al (2009), para
responder se as contingências comportamentais entrelaçadas ficam sob controle das
consequências culturais externas – aquelas que retroagem sobre o grupo como um todo
e não apenas sobre o comportamento de cada indivíduo – e se a mudança da
constituição do grupo provoca mudanças no padrão de suas práticas. A tentativa de
responder a essa segunda questão foi uma novidade desse estudo em relação aos outros
dois.
A prática analisada por Martone (2008) também foi a de divisão de lucros em
um jogo de matriz em que os jogadores faziam apostas individuais, que se somavam em
uma aposta única do grupo. Posteriormente, o grupo escolhia uma linha numa matriz em
que existiam sinais positivos e negativos nas intersecções entre as linhas e as colunas, e
o computador escolhia uma coluna. Caso o sinal na intersecção fosse positivo, o grupo
dobrava o valor apostado; se fosse negativo, ele perdia o valor apostado (Martone,
2008). Num terceiro momento, os ganhos eram divididos e o resultado da rodada
posterior seria de ganho ou perda para o grupo, em função da prática de divisão de
lucros de forma igualitária ou não, de acordo com a condição experimental.
Quando o grupo atingia um critério de estabilidade de cinco acertos
consecutivos, havia alternadamente: substituição de um jogador por um ingênuo na
tarefa e troca de condição experimental. A mudança nas condições experimentais tinha
11
o objetivo de mostrar que a prática estava sob controle da consequência externa,
manipulada experimentalmente. Assim como em Vichi et. al. (2009), nos experimentos
de Martone (2008) os grupos passaram por mudanças de condições e reversões a
condições anteriores, mostrando certo grau de controle da CC, em conformidade com os
dados de Wiggins (1969). Nos resultados de Martone (2008), no entanto, existem dados
que colocam em dúvida o maior controle exercido pela consequência externa do que
pela interna. Em pelo menos uma condição em cada experimento, houve maior
quantidade de erro do que de acertos, o que põe em dúvida o controle da CC, apesar das
reversões.
Para investigar a influência da mudança de geração, Martone (2008) utilizou a
estratégia de produzir mudanças no grupo experimental, através de mudanças de
participantes, que representavam gerações culturais, e assim demonstrou a transmissão
da prática entre essas gerações. Nos resultados de Martone (2008), a mudança de
jogadores demonstrou que as práticas parecem ser transmitidas, tendo em vista que não
ocorreram modificações significativas nos padrões apresentados depois das mudanças,
assim como nos outros estudos citados, que utilizaram essa mesma estratégia de análise
para práticas diferentes.
No estudo de Martone (2008) foi observado, ainda, que os participantes
conseguiram descrever a metacontingência vigente e que a partir das descrições mais
acuradas, a taxa de acertos aumentou consideravelmente. O autor argumenta, então, que
a prática pode ter ficado sob controle da descrição e não da consequência cultural.
Esse argumento se dá por um recorte específico que considera como
comportamentos envolvidos na CCE de divisão de lucros apenas os comportamentos
diretamente ligados à divisão. No entanto, uma outra interpretação pode ser razoável. É
possível considerar que o comportamento de descrever a metacontingência corretamente
12
seja um componente da CCE que está sendo estudada. A CC, nesse caso, selecionaria
um entrelaçamento que inclui o comportamento verbal descritivo. Ao olhar para a
descrição como parte da CCE e não como elemento externo que a controla, pode-se
dizer com mais segurança que a prática de divisão de lucros no referido experimento
ficou sob controle da consequência cultural planejada.
Alguns estudos destacam que, apesar da importância do comportamento verbal,
este não é fundamental para produção da seleção e manutenção das práticas pelas suas
consequências culturais (Baum et. al., 2004; Costa, Nogueira, & Vasconcelos, 2012).
Tais estudos demonstram, por exemplo, que o comportamento verbal facilita a seleção
da prática cultural quando os membros dos grupos descrevem corretamente as situações.
Esses dados podem corroborar a interpretação de que as descrições são parte das CCEs.
Com relação à transmissão, outros estudos (e.g. Magalhães, 2013; Oda, 2009) afirmam
que o comportamento verbal é fundamental para que ela aconteça. Com base nesses
achados pode-se afirmar que “topografias” ou a linhagens de CCEs que incluam
comportamentos de descrição correta da situação são selecionadas mais facilmente que
linhagens que não incluam esse tipo de comportamento, e que aparentemente apenas as
primeiras podem ser transmitidas para outras gerações.
Uma característica predominante na maioria dos estudos que investigam
fenômenos culturais tem sido a programação de consequências culturais e individuais.
Isso poderia gerar um questionamento sobre se a prática está sob controle de uma ou de
outra consequência. Tal questionamento pode ser respondido por alguns dados que
demonstram o controle da prática pela consequência cultural. Vichi et. al. (2009)
mostram que em um procedimento em que há programação de consequências (pontos)
individuais e culturais separadamente, mesmo quando individualmente há perda de
pontos, a prática cultural é selecionada e mantida quando existe ganho para o grupo.
13
Magalhães (2013) cita vários estudos que fazem essa separação entre
consequências individuais e culturais e demonstram a efetividade das consequências
culturais. A autora chama atenção, porém, para a igual natureza das consequências
individuais e culturais programadas e também para o fato de que, não sendo elas
concorrentes, há margem para a interpretação de que os resultados observados sejam
fruto de seleção individual. Ela propôs, então, um procedimento no qual houve uma
concorrência entre as consequências individuais e as culturais (dinheiro como
consequência individual, itens de material escolar que seriam doados para instituição
filantrópica, como consequência cultural), e seus dados demonstraram uma efetividade
das consequências culturais que, em arranjos específicos, produziu ganhos para o grupo
mesmo com perdas individuais.
Outra característica importante de alguns estudos sobre seleção cultural (e.g.,
Baia, 2008; Costa, 2009; Faleiros, 2009; Leite, 2009) que, como citado acima, foi uma
inovação do estudo de Martone (2008) em relação ao estudo de Wiggins (1969) e Vichi
et. al. (2009) é a investigação da interferência de mudanças na constituição do grupo no
padrão de suas práticas. Tais estudos têm demonstrado que as práticas são transmitidas
para novas gerações experimentais. Em concordância com esses dados, Sampaio e
Andery (2010) destacam que a transferência e manutenção entre geração é uma
característica importante das práticas culturais.
Práticas de Responsabilização
A principal técnica de controle social é reforçar ou punir comportamentos que
são considerados bons ou maus para o grupo (Skinner, 1953/2005). Bom ou mau podem
ser traduzidos como certo ou errado, no contexto moral; virtuoso ou pecaminoso, no
contexto religioso; legal ou ilegal, se a referência for ao contexto jurídico.
Independentemente da situação, “o comportamento de um indivíduo é geralmente
14
chamado de bom ou certo na medida em que reforça outros membros do grupo, e mau
ou errado na medida em que é aversivo” (Skinner, 1953/2005, p. 324).
Os procedimentos que o grupo usa para reforçar ou punir tais comportamentos
são o que se pode chamar de práticas de responsabilização, que podem ser atribuição de
mérito ou de culpa respectivamente. Em geral, esses procedimentos utilizam critérios
arbitrários e sociais que podem ir de medalhas, premiações em dinheiro ou títulos até
meros elogios no caso de mérito; ou de execuções, prisões e multas até simples
repreensão, no caso de culpa. Nos dois casos é possível notar que em muitas culturas o
ambiente social produz indivíduos sensíveis meramente à atribuição da responsabilidade
a eles, pois geralmente essas consequências arbitrárias que são dadas vêm
acompanhadas da atribuição de responsabilidade. Assim, por meio de um processo de
condicionamento simples, a atribuição de responsabilidade ganha poder de reforçar ou
punir o comportamento. Por isso, é muito provável que a mera atribuição de culpa se
torne aversiva, bem como a simples atribuição de mérito deve se tornar reforçadora.
Práticas de responsabilização podem ser consideradas práticas culturais, pois
envolvem contingências comportamentais entrelaçadas de várias pessoas, geram um
produto agregado e em determinado ambiente produzem consequências culturais.
Assim, são práticas sociais que podem ser descritas por metacontingências. Além disso,
são transmitidas e mantidas entre gerações. Isso pode ser ilustrado com o exemplo da
responsabilização por ações criminosas. A punição para essas ações (prisão do infrator)
pode ser considerada um produto agregado de contingências comportamentais
entrelaçadas de comportamentos de profissionais como juízes, policiais e agentes
carcerários. Em uma determinada cultura, que funciona como um ambiente receptor,
isso pode gerar uma segurança, ou pelo menos uma sensação de segurança, que age
como uma consequência cultural dessa interação. Claramente essa prática é transmitida
15
por meios como a legislação, o treinamento dos envolvidos e pelas faculdades de
direito. Faltam, entretanto, estudos empíricos que possam sustentar essa análise e que
identifiquem os parâmetros do controle das CCs sobre a CCEs e quais seriam as
possíveis mudanças em CCEs quando a constituição do grupo muda.
Alguns poucos estudos empíricos da Psicologia Social têm investigado a
influência da atribuição de responsabilidade no comportamento de pessoas que são
responsáveis por prover consequências para o comportamento de outros (Pilati, Leão,
Vieira, & Fonseca, 2008). Especificamente, esses estudos testam o modelo de Weiner
(1980) que diz que a intenção e o comportamento de ajuda é inversamente proporcional
à atribuição de responsabilidade. Ou seja, quanto mais se considera que um indivíduo
que necessite de ajuda é responsável por estar na situação problema, menos intenção os
seus pares têm de ajudá-lo e, de fato, ajudam menos. Apesar de esses estudos (e.g.,
Pilati, et. al., 2008; Hilton, 2007; Weiner, 1980) incharem suas explicações com elos
intermediários entre a atribuição de responsabilidade e os comportamentos em relação
ao outro, eles têm demonstrado relação entre esses fenômenos. Essa relação corrobora a
afirmação, feita acima, de que as consequências programadas pela cultura são
acompanhadas constantemente de atribuição de responsabilidade.
Porém, essa análise pode não estar completa enquanto não se identificar o que
controla essa atribuição de responsabilidade (que sendo cognitiva não poderia ser
considerada como variável controladora em uma análise behaviorista radical, estando
simplesmente sob controle das mesmas variáveis do comportamento de ajudar). Esses
estudos, então, demonstram relação entre dois comportamentos (a atribuição de
responsabilidade e a ação de ajuda) e assim pode nos ajudar na previsão do
comportamento de ajuda, mas não nos auxilia a entender a prática de responsabilizar
como um fenômeno mais complexo, que envolve tanto o comportamento de atribuir
16
responsabilidade, quanto o de consequenciar o comportamento do outro. Assim como as
formas e critérios para fazê-lo, a transmissão dessa prática para outras gerações e as
variáveis ambientais que controlam tudo isso.
Apesar da importância do tema, não foram encontrados estudos empíricos
analíticos comportamentais que analisassem os aspectos controladores das práticas de
responsabilização. Ao considerar que Skinner (1953/2005) prescreve que práticas
culturais sejam também objetos de estudo de uma ciência do comportamento e que o
conhecimento produzido por esse estudo seja usado para propor, realizar e promover
mudanças em práticas culturais (Tadaiesky & Tourinho, 2012) por meio de
delineamentos culturais baseados técnica e eticamente na Análise do Comportamento e
no Behaviorismo Radical (Carrara et al., 2013; Souza & Carrara, 2013). Ao considerar
também que, na visão de Skinner, as práticas de responsabilização vigentes na nossa
cultura são inapropriadas6 (e.g., 1953/2005, 1971/1976, 1986), estudos que procurem
identificar essas variáveis podem contribuir de forma significativa para o entendimento
e posterior planejamento de práticas culturais de responsabilização e por isso se fazem
importantes. Essa possibilidade de realizar planejamento se faz ainda mais importante,
pois as práticas de responsabilização são realizadas de maneira predominante no âmbito
das agências de controle, principalmente o governo, que, em contexto democrático,
deve cada vez menos ignorar as colaborações da ciência do comportamento “para o
estabelecimento de procedimentos planejados de consequenciação de comportamentos
eleitos para alguma forma pública, transparente e socialmente acordada de controle”
(Carrara, Bolsoni-Silva, & Almeida-Verdu, 2006, p. 345).
6 Essas práticas usam critérios questionáveis do que é bom ou mau, o que leva ao reforço ou punição de comportamentos que não têm mais o mesmo valor positivo ou negativo para o grupo. Também é problemático o fato das técnicas de responsabilização não aplicarem suas consequências de forma contingente ao comportamento do indivíduo.
17
Um primeiro passo para melhorar o entendimento pode implicar em incluir as
práticas de responsabilização nos modelos que têm analisado práticas culturais usando
simplificações para o estudo em laboratório (um análogo). Identificar a influência da
consequência cultural sobre a prática de responsabilização e a influência da mudança na
constituição do grupo sobre prática, incluindo a transmissão entre gerações, são dois
passos importantes de acordo com as formulações teóricas e com as indicações dos
resultados de estudos sobre as variáveis de controle das práticas culturais.
Assim, o presente estudo investigou essas duas variáveis numa prática análoga à
de responsabilização, analisando as reversões de condições, as manutenções das práticas
que ocorrem entre gerações e alguns dados dos comportamentos individuais dos
participantes que podem ter sido determinantes para a prática. Os resultados serão
discutidos a partir do referencial teórico do Behaviorismo Radical e da literatura sobre
metacontingência.
O objetivo deste estudo foi, além de esclarecer sobre os controles envolvidos em
práticas específicas de responsabilização, contribuir para a generalização dos resultados
encontrados em outros estudos, por debruçar-se sobre uma prática que não foi analisada
empiricamente em estudos anteriores. Buscou-se isolar a CC como única consequência
programada para avaliar se ela seria suficiente para selecionar a prática, produzindo as
reversões de condições experimentais. Também procurou-se identificar o efeito da
mudança na constituição de grupos por mudanças de gerações experimentais em 2
grupos, e da publicidade da ação de responsabilizar, por meio de uma diferenciação na
topografia planejada da prática em grupos diferentes.
18
Método
Participantes
Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos da
Universidade Estadual de Londrina (Número do parecer; 989.388) foram recrutados um
total de 18 estudantes universitários sem distinção de período que estavam cursando,
com exceção do curso de Psicologia do qual só foram recrutados alunos de 1° e 2° ano.
Os estudantes foram divididos em 5 grupos, ou microculturas (MCs): MC1, MC2, MC3,
MC4, MC5. A divisão dos jogadores entre as microculturas foi feita de acordo com o
procedimento utilizado em cada uma delas e com a disponibilidade dos jogadores
durante a execução dos experimentos. Os jogadores ficaram distribuídos da seguinte
forma: 3 na MC1, 2 na MC2, 2 na MC3, 6 na MC4 e 5 na MC5.
Ambiente
A coleta de dados aconteceu no Departamento de Psicologia Geral e Análise do
Comportamento, do Centro de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de
Londrina.
Sala de recepção e espera
Foi utilizada, como sala de recepção e espera, uma sala de aula de análise
experimental do comportamento, sem nenhuma modificação específica para o
procedimento. Na sala, além de mesas (baias) individuais com caixas de Skinner, havia
uma mesa grande com cadeiras e uma mesa menor, separada. Havia também uma pia e
um quadro negro.
Sala Experimental
Como sala experimental, foi utilizada uma sala de aula de análise experimental
do comportamento à frente da usada como sala de recepção e espera, e originalmente
19
com a mesma constituição. Para o experimento foram feitas algumas modificações na
configuração da sala e colocados itens referentes ao procedimento.
Na Sala Experimental havia uma mesa com os materiais escolares que eram
trocados pelos pontos conquistados em cada sessão e que foram posteriormente doados
a uma instituição pública de ensino. Também havia uma mesa retangular com 4
computadores equipados com o ERP SOFT7 (Melo & Araujo, 2015), desenvolvido
especificamente para este estudo, 3 computadores ficavam em uma ponta da mesa para
cada um dos participantes dispostos de forma que os jogadores pudessem se ver, mas
que não pudessem ver as telas dos outros. Um outro computador ficava na outra ponta
da mesa de onde o experimentador acompanhava o jogo e realizava algumas ações
especificadas a seguir. Havia também duas câmeras filmadoras, uma direcionada para
os participantes e uma para a tela do experimentador.
Funcionamento do software (ERP SOFT)
O software utilizado para a coleta de dados deste estudo estava programado de
modo que o procedimento pudesse ser conduzido com o mínimo de intervenção direta
do experimentador durante a sessão, reduzindo a possibilidade de erros. O programa foi
feito para funcionar em rede, com 4 computadores ao mesmo tempo, sendo 1
computador servidor, no qual apareciam todos os comandos e a tela de controle e
deveria ser logado com o nome de usuário “admin”. Os outros computadores eram
servidos e deveriam ser logados com o número de cada jogador. O programa não abria
nos computadores servidos sem estarem ligadas em rede com o servidor. E o jogo só
poderia iniciar com todos os jogadores online.
7 O desenvolvimento do software foi financiado pelo CNPQ através do Processo n°: 470841/2014-1
20
Indicação da coluna
A escolha das colunas era automática e o programa se baseava sempre na
responsabilização da rodada anterior e na condição experimental para realizar tal
escolha. Quando o resultado da rodada precisasse ser de vitória para o grupo, qualquer
coluna que tivesse um sinal positivo na intersecção com a linha escolhida pelos
jogadores poderia ser indicada aleatoriamente pelo software. No caso do resultado da
rodada ser de derrota para o grupo, o software poderia indicar aleatoriamente qualquer
das colunas que apresentassem um sinal negativo na intersecção com a linha escolhida.
Na primeira rodada de cada sessão a escolha da coluna era aleatória entre todas as
colunas.
Condição experimental
O programa iniciava todos os jogos na condição A e trocava de condição
automaticamente sempre que o grupo acertava 5 vezes consecutivas. Se a microcultura
tivesse mais de uma geração, a troca ocorria alternadamente com mudanças de geração.
Um comando possibilitava que o experimentador produzisse troca de condição sem que
o critério fosse atingido.
Mudanças de geração
Antes de cada sessão o experimentador poderia indicar se aquela microcultura
teria ou não mudança de geração. A troca de geração acontecia automaticamente
segundo o critério de cinco acertos consecutivos, depois de uma troca de condição, e o
programa avisava aquele jogador que deveria sair, que ele não fazia mais parte daquela
geração; nesse momento seu login deveria ser substituído pelo do próximo jogador a
participar do jogo. Os comandos do jogo ficavam bloqueados até que a troca de login
acontecesse. Existia um comando que possibilitava o experimentador produzir uma
troca de geração, sem que o critério fosse atingido.
21
Dicas do experimentador
As dicas do experimentador eram providas por comando realizado pelo admin.
As dicas deveriam ser digitadas pelo experimentador e confirmadas. Para que a dica
aparecesse em uma rodada, sua confirmação deveria ser feita antes da escolha da linha
pelos jogadores na mesma rodada.
Marcações e escolhas durante o jogo
Marcação das linhas
O comando de marcação da linha era liberado exclusivamente para o jogador
logado com o menor número. A marcação era feita com um duplo click com o mouse no
número da linha escolhida e confirmada com um click no botão “OK”.
Responsabilização
Na tela de responsabilização (Figura1) as marcações eram feitas com duplo
click. Após o click em um dos campos (“SIM” ou “NÃO) de um jogador, o software
mostrava um “X” no campo escolhido e sinalizava automaticamente “NÃO” para os
jogadores não marcados.
Nas microculturas com responsabilização anônima a tela de responsabilização
aparecia automaticamente para os três jogadores e cada um deles fazia a marcação sem
poder se comunicar com os outros jogadores. A cada rodada considerava-se que houve
responsabilização se fosse marcado “SIM” para um mesmo jogador por 2 ou pelos 3
jogadores. Ou seja, considerou-se a prática de responsabilizar quando essa era realizada
pela maioria dos jogadores.
Para que o jogo acontecesse com responsabilização pública, o experimentador
deveria logar o admin também como jogador, assim a tela de responsabilização também
aparecia no computador servidor para que o experimentador fizesse a marcação. Nesse
caso, a tela de responsabilização aparecia para os jogadores, porém as ações eram
22
bloqueadas. As marcações feitas pelo experimentador apareciam para os jogadores e
apenas uma marcação em “SIM” produzia responsabilização.
Confirmações
A cada etapa do jogo um botão “OK” aparecia para os jogadores. O jogo só
prosseguia quando todos os jogadores clicavam em “OK”, confirmando as marcações
feitas, ou a leitura das mensagens.
Procedimento
Os participantes, aqui denominados Jogadores, eram recepcionados na Sala de
Recepção e Espera onde assinavam o Termo de Consentimento Livre Esclarecido
(Anexo I), e eram numerados de acordo com a ordem de chegada (J1, J2...), sendo
depois conduzidos à Sala Experimental, no momento oportuno para sua participação no
jogo.
Tarefa Experimental
Os jogadores que iniciavam o procedimento recebiam e liam uma instrução
(Anexos II, III, IV e V) que explicava o funcionamento dos software a tarefa a ser
realizada e poderiam, se achassem necessário, esclarecer algum ponto com o
experimentador. A tarefa experimental consistia na escolha de uma linha em uma matriz
de 8x8 (Figura 1) com sinais positivos e negativos, cuja escolha era feita sempre em
conjunto e marcada somente pelo jogador de menor número.
Após a escolha da linha pelo grupo, o computador indicava uma coluna e a
intersecção entre a linha escolhida e a coluna indicada com um sinal positivo (+) ou
negativo (-) indicando vitória ou derrota na rodada e também uma legenda
especificando se houve 1 ou 0 pontos conquistados na rodada (Figura 1).
23
Após essa etapa, os jogadores tinham a oportunidade de atribuir
responsabilidade pelo resultado no jogo a algum jogador do grupo. Essa ação era feita
em uma tela especial para isso (Figura 1).
Era permitido que apenas um jogador fosse responsabilizado por rodada e era
permitido que os jogadores responsabilizassem a si mesmos. Após a ação de
responsabilizar, os jogadores eram informados se houve ou não responsabilização
naquela rodada, antes de passarem para próxima. Isso foi feito por meio de uma
mensagem que aparecia na tela, como apresentado na Figura 1, e a nova rodada só era
iniciada após todos clicarem em um botão “OK”, confirmando a leitura.
1 2
4 3
Figura 1. Sequência de telas em uma rodada do jogo: 1) Tela inicial com matriz. 2) Tela após marcação da linha e indicação da coluna, intersecção e pontuação em uma rodada que não houve ganho de ponto.. 3) Tela de responsabilização. 4) Tela com resultado da responsabilização.
Dicas do Experimentador
Para garantir que a os grupos emitissem a prática e assim produzissem a CC,
foram programadas dicas que o experimentador poderia fornecer, caso a prática não
acontecesse. Essas intervenções aconteceram por comandos que apareciam nas telas dos
24
jogadores. A dica foi: “Nessa rodada houve um responsável! Marque SIM para outro!”
na condição A. E na condição B a dica dada foi: “Nessa rodada não houve responsável!
Marque NÃO!”. Na instrução inicial era orientado que qualquer instrução que
aparecesse deveria ser seguida sem questionamento.
Delineamento Experimental
A atribuição de responsabilidade foi a prática investigada neste estudo e por isso
os resultados eram dependentes da sua emissão. Na condição experimental A, os
jogadores venciam, ou seja, produziam ponto sempre que na rodada imediatamente
anterior tivessem emitido a prática de responsabilização. Já na condição experimental B,
venciam quando não tivessem emitido a prática de responsabilizar.
As condições mudavam segundo um critério de acerto pré-definido (5 acertos
consecutivos8). Essas mudanças de condições experimentais foram planejadas para
investigar os efeitos da consequência cultural (pontos trocáveis por itens de material
escolar) sobre a prática. Para cada grupo, as ocorrências de cada condição foram
designadas de acordo com a sua ordem de acontecimento (A1, B1, A2, B2...).
Diferenças no procedimento
Os 5 grupos passaram por procedimentos que eram diferentes em relação a dois
aspectos: 1) as mudanças de geração, e 2) a forma de responsabilização. Esses aspectos
foram combinados de 4 maneiras possíveis. Sem mudança de geração e com
responsabilização anônima (SM/RA), sem mudança de geração e com responsabilização
pública (SM/RP), com mudança de geração e responsabilização anônima (CM/RA) e
com mudança de geração e responsabilização pública (CM/RP).
8 Esse critério foi definido a partir dos resultados de Vichi (2004) e Martone (2008). O primeiro utilizou um critério de 10 acertos e conseguiu a estabilidade esperada, porém notou-se em seus resultados que o critério demorou a ser atingido e sequências menores que 5 acertos foram conseguidas anteriormente de maneira constante. Nos resultados de Martone (2008), que utilizou o critério de 5 acertos consecutivos, a estabilidade foi conseguida mais facilmente, mas ainda assim antes de atingir o critério, a estabilidade geralmente não passou de 3 acertos consecutivos.
25
Mudança de Geração
Quanto à mudança de geração foram realizados dois procedimentos:
Sem Mudança de Geração (SM)
Nas microculturas sem mudança de geração não foram realizadas substituições
de jogadores numa mesma sessão. Assim essas microculturas tiveram a mesma
constituição do início ao fim do experimento.
Com Mudança de Geração (CM)
Nas microculturas com mudança de geração foi feita substituição do jogador de
menor número que estivesse no jogo por um jogador ingênuo na tarefa. As gerações
foram denominadas de acordo com o jogador de menor número nela presente (G1, G2,
G3...). Nesses grupos os jogadores que não iniciavam o jogo ficavam na Sala de
Recepção e Espera, em companhia de um experimentador auxiliar até o momento de sua
participação. O jogador que entrava era sempre o de menor número e era instruído
sobre a tarefa pelos jogadores que permaneciam no jogo. As mudanças de geração
aconteciam sob o mesmo critério das reversões de condição experimental, sempre de
forma intercalada com elas.
Responsabilização
Para investigação da influência da publicidade do comportamento de
responsabilizar o outro, sob a prática de responsabilização foram programadas duas
formas de responsabilizar:
Responsabilização Pública (RP)
Os jogadores decidiam em conjunto se deveriam atribuir responsabilidade e
informavam ao experimentador que realizava a marcação da responsabilidade na tela de
responsabilização (Figura 1).
26
Responsabilização Anônima (RA)
A tela de responsabilização ficava disponível para cada jogador que fazia a
atribuição de responsabilização individualmente, sem que os outros pudessem ver sua
tela. Para esses grupos foi considerado que houve responsabilização nas rodadas em que
pelo menos dois jogadores atribuíssem responsabilidade para o mesmo jogador, sendo
permitido que os jogadores responsabilizassem a si mesmos. Para esses grupos era
vetada a comunicação enquanto a tela de responsabilização estivesse aparecendo.
Questionário
Após a atividade foi aplicado um questionário (Anexo VI) com perguntas
referentes à lógica do jogo, ao desempenho do grupo e sobre o critério de
responsabilização utilizado. Os dados desse questionário serviram como complementos
para as análises e não foram alvo de análises mais detalhadas neste trabalho. As
filmagens das interações entre os participantes foram outra fonte de dados
complementares utilizada para auxiliar na análise dos dados obtidos nos experimentos.
Resultados e Discussão
Reversões de condição e critérios de estabilidade
As 5 microculturas experimentais realizaram todas as reversões programadas,
atingindo o critério de estabilidade em ambas as condições experimentais (Figura 2), e,
com exceção da MC3, todas as microculturas encerraram a sessão atingindo o critério
de estabilidade. A Tabela 1 mostra o número de vezes que o critério de estabilidade foi
atingido em cada microcultura.
As microculturas 4 e 5 tiveram menos mudanças de condição pois também
realizaram mudanças de gerações. A MC3 teve um número maior de mudanças de
condição pois foi permitido que a sessão continuasse depois que o número mínimo de
mudanças foi atingido. Isto foi uma escolha do experimentador, que tomou a decisão de
27
prolongar a sessão para aumentar os dados coletados. Essa microcultura foi encerrada
sem atingir o critério de estabilidade por uma falha no funcionamento do software. A
quantidade de vezes que o critério foi atingido em cada microcultura dá indícios de que
a CC programada foi efetiva no controle da prática.
Tabela 1 Critérios de estabilidade atingidos. Critério de estabilidade
MC1 MC2 MC3 MC4 MC5
Mudanças de condição
5 5 7 3 3
Mudanças de geração
- - - 2 2
Encerramento 1 1 - 1 1 Total 6 6 7 6 6
Outro indicativo do controle exercido pela CC foi a diminuição do número de
rodadas que eram necessárias para atingir o critério de estabilidade em cada condição
experimental (Figura 2). Algumas exceções foram: a condição B2 da MC3 que teve
mais rodadas que B1, embora tenha tido menos rodadas que A2. E também de B2 da
MC4, que teve mais rodadas que B1, nessa microcultura (Figura 2).
Apesar dessas exceções, em todas as microculturas os critérios de estabilidade
foram atingidos mais rapidamente em cada condição seguinte (Figura 2). Tais dados de
reversões demonstram controle da consequências cultural programada sobre a prática,
assim como Martone (2008) e Vichi et. al. (2009).
Dicas do experimentador e descrição da metacontingência
A MC1 recebeu dicas nas 3 primeiras condições e, mesmo seguindo todas elas,
demorou bastante para que a prática ficasse sob controle da CC. Diferentemente das
MC4 e MC5 que, apesar de inicialmente não seguirem sistematicamente as dicas,
apresentaram uma mudança de padrão imediato ao primeiro seguimento e consequente
produção da CC, se tornando desnecessárias para a MC5 e necessárias apenas na
28
primeira ocorrência da condição contrária da MC4. A MC3 necessitou de dica apenas na
condição B2, quando o padrão de erros começou a se fortalecer, e apenas uma dica
seguida foi suficiente para que o padrão de acertos do grupo fosse reestabelecido
(Figura 2).
SM/RA – 3 jogadores SM/RP – 2 jogadores
SM/RP – 2 jogadores CM/RA – 5 jogadores
CM/RP – 6 jogadores
Figura 2. Pontuação acumulada de cada microcultura.
29
As dicas do experimentador não foram seguidas sistematicamente em 2 dos 4
grupos que a receberam (MC4 e MC5), porém, nessas mesmas microculturas a CC
programada produziu uma modificação imediata no padrão da microcultura. A
necessidade de algumas dicas posteriores à apresentação de consequências culturais em
3 dos 5 grupos, além da do fato de que houve uma descrição correta da
metacontingência pela MC2 mostra que a CC não foi suficiente para controlar a prática.
Isso demonstra a importância de contingências de suporte (Tadaiesky & Tourinho,
2012), como as dicas do experimentador, para o estabelecimento de práticas culturais.
A única microcultura que prescindiu totalmente de dicas do experimentador foi a
MC2, que também foi a única a apresentar uma descrição acurada da metacontingência
programada. A MC2 também foi a que teve melhor desempenho no cumprimento de
todas as estabilidades e reversões. Este dado demonstra a importância do
comportamento verbal para o controle da prática, seja ele como uma contingência de
suporte externa (regra fornecida pela dica), seja como comportamento de descrição que
faça parte da CCE. Os dados da MC2 indicam ainda que regras internas (formuladas por
um ou mais membros do grupo) ao grupo são mais efetivas em facilitar o
estabelecimento da prática que regras externas (formuladas por um agente externo ao
grupo).
A importância do comportamento verbal nas práticas culturais é bem
demonstrada (Baum, et. al., 2004). Pode-se, ao contrário de Martone (2008), incluir a
descrição dentre aqueles comportamentos que fazem parte do entrelaçamento
selecionado e não como algo externo a ele, bem como os comportamentos envolvidos
no seguimento das dicas. Outras contingências individuais importantes podem, e devem,
ter ocorrido sem registro sistemático.
30
Número de jogadores por geração
As gerações das microculturas do estudo tiveram 3 jogadores na sua
composição, com exceção das G1 da MC2 e MC3 que devido a falta de participantes
foram realizadas com apenas dois jogadores. Esse desfalque fez com que ambas
microculturas tivessem o procedimento sem mudança de geração e com
responsabilização pública pois essa era a única forma que era possível realizar com um
jogador a menos. O desempenho da G1 da MC2 se destacou por seu desempenho,
porém a G1 da MC3, apesar de cumprir todos os critérios, não se destaca numa
comparação com o de gerações com 3 participantes, em outras microculturas.
Figura 3. Melhor desempenho por microculturas. Apresenta a pontuação acumulada das gerações com melhor desempenho em cada experimento com mudança de geração e das duas condições consecutivas com melhor desempenho nos experimentos sem mudança de geração.
É possível observar (figura 3) que não há diferença considerável na comparação
do melhor desempenho em cada microcultura. A G4 da MC4 tem desempenho igual ao
da G1 da MC2 nas condições apresentadas, mesmo com um jogador a mais. O melhor
desempenho na MC1 apresenta menos erros que o melhor desempenho da MC3. Esses
dados indicam que o número de participantes não foi variável decisiva para o
desempenho das microculturas.
SM/RA – 3 J SM/RP – 2 J SM/RP – 2 J CM/RA– 3 J CM/RP – 2 J
G1- MC1 1- MC2 G1-MC3 G4-MC4 G2-MC5
31
Responsabilização pública e anônima
Nas MCs com responsabilização pública a seleção da prática foi mais facilmente
alcançada. A MC2, que realizou a responsabilização de forma pública, foi a que mais
rapidamente cumpriu todos os critérios de estabilidade, não cometendo nenhum erro a
partir da condição A2. Os outros grupos com responsabilização pública foram o MC3 e
MC5, que também apresentaram altos padrões de acerto.
Os grupos com responsabilização anônima (MC1 e MC4) precisaram de mais
rodadas até o primeiro acerto. Principalmente a MC4, na qual foi necessário produzir
uma mudança artificial de geração, para que um acerto fosse produzido, e mesmo assim
após muitas rodadas. Também foram esses grupos que necessitaram de um número
elevado de dicas, e dicas após a ocorrência da CC.
Portanto, notou-se que os grupos de responsabilização pública tiveram maior
facilidade em estabelecer a prática de responsabilizar em condição A e não
responsabilizar em B. No entanto, essa facilidade não pode ser exclusivamente atribuída
à publicidade da responsabilização, pois aparentemente a permissão de se comunicar no
momento da responsabilização teve papel importante nessa diferença entre os grupos
RP e RA, por tornar a coordenação entre os comportamentos, mais fácil.
Mudança de gerações
As microculturas MC4 e MC5 tiveram mudança na constituição do grupo e em
ambas houve transmissão cultural, pois as gerações mais novas cumpriram os critérios
de estabilidade, bem como as mais antigas. Porém, é possível observar que na MC4 a
transmissão foi mais eficiente que na MC5.
A primeira mudança em MC4 foi atípica, pois foi produzida pelo
experimentador, sem que o critério de estabilidade fosse atingido. Mesmo assim, a G2
manteve um padrão igual ao de G1 por muitas rodadas antes de variar e acertar pela
32
primeira vez. As mudanças da G3 para a G4 foram feitas sem alterações no padrão do
grupo. A G3 cometeu apenas um erro antes de voltar ao padrão da última condição da
G2, e atingir o critério. E a G4 atingiu o critério de estabilidade em sua primeira
condição, sem cometer erros, mantendo o padrão que vinha sendo realizado por G3.
Já a MC5 apresentou falhas de transmissão, tendo uma variação no padrão de
acertos em ambas as mudanças de geração, porém, algumas rodadas depois de ambas as
gerações, os padrões de acerto da geração anterior foram retomados e todos os critérios
foram cumpridos. A forma como as mudanças de geração ocorreram nas microculturas
4 e 5 deste estudo só permite a vaga indicação de que a mudança da constituição do
grupo pode produzir algumas mudanças no padrão do grupo, mas que se a CC for
efetiva, cada geração seguinte terá mais facilidade em manter a prática cultural.
Distribuição da responsabilização entre os jogadores
A distribuição da responsabilização foi mais ou menos equitativa, com algumas
sequências de alternância exata entre os jogadores, mas também com alguns pontos nos
quais houve concentração da responsabilização no mesmo jogador. Não foi encontrado
um padrão da distribuição da responsabilização entre os jogadores em nenhuma
microcultura. Apesar disso, notou-se uma maior concentração de responsabilização de
um único jogador nos finais das sessões, o que pode indicar que a prática de
responsabilização não somente foi selecionada, mas também começou a ser refinada no
sentido de responsabilização de um mesmo jogador. No entanto, essa afirmação
precisaria de sessões mais longas para ser confirmada.
Distribuições muito alternadas, como a do início da MC1 e a da MC2 quase inteira,
produziram um questionamento sobre se a prática programada e selecionada para o
procedimento seria realmente uma prática análoga à responsabilização, ou simplesmente
33
uma prática de marcar SIM ou NÃO para algum dos jogadores. Pode-se responder a
esse questionamento por três caminhos distintos e complementares.
MC1- SM/RA – 3 jogadores
MC2- SM/RP – 2 jogadores
MC3- SM/RP – 2 jogadores
MC4- CM/RA – 5 jogadores
MC5- CM/RP – 6 jogadores
Figura 4. Jogadores responsabilizados por rodada em cada microcultura.
0123456
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170
0123456
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170
0123456
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170
0123456
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170
0123456
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170
Rodada
Rodada
Rodada
Rodada
Rodada
Joga
dor
Joga
dor
Joga
dor
Joga
dor
Joga
dor
34
Em primeiro lugar, baseado na Figura 4, é possível perceber que, apesar de
alguns trechos do gráfico que demonstram a distribuição equitativa, houve também
muitos trechos que demonstram a concentração da responsabilização no mesmo
jogador, indicando que ele era considerado responsável pelos jogadores. Usando os
dados complementares, adquiridos com a filmagem das sessões, é possível notar
claramente que a forma de escolher a linha da matriz variou de acordo com a condição
experimental. Notoriamente na MC2 e MC4, as contingências comportamentais se
entrelaçavam de tal forma que na condição A (ponto era produzido após
responsabilização), em cada rodada um jogador escolhia a linha pelo grupo e esse
mesmo jogador era responsabilizado; e na condição B (ponto produzido após não
responsabilização), a escolha da linha era feita de forma aleatória e ninguém era
responsabilizado.
Ainda é possível afirmar que se tratava de uma prática análoga à
responsabilização, pois a definição de responsabilização utilizada neste estudo não está
necessariamente ligada à responsabilidade objetiva pelos acontecimentos. Ou seja, o
resultado não precisaria ser um produto real do comportamento do jogador
responsabilizado, bastando apenas que os membros da MC considerassem que ele teve
responsabilidade. Assim, considerou-se como prática de responsabilização a atribuição
de responsabilidade, mesmo que o resultado não tivesse nenhum tipo de relação causal
com o comportamento do jogador considerado como responsável, ou seja, mesmo que
fosse “injusta”.
Considerações Finais
Como estudo preliminar, na tentativa de investigar experimentalmente a prática
cultural de responsabilização, o presente estudo manipulou diversas variáveis com o
objetivo de apresentar diretrizes possíveis para futuros estudos sobre o mesmo tema.
35
Além de avaliar o efeito da CC programada sobre a prática de responsabilizar, o estudo
avaliou o efeito da mudança da constituição do grupo sobre a mesma prática e tentou
avaliar o efeito da publicidade do comportamento individual de responsabilizar sobre a
prática cultural. Apesar de não ter sido objetivo deste estudo avaliar a importância do
comportamento verbal sobre a prática, alguns dados foram usados e puderam dar alguns
indícios sobre essa variável.
Todos os grupos cumpriram os critérios de estabilidade determinados, em ambas
as condições experimentais, demonstrando assim que a prática cultural investigada ficou
sob controle da CC programada e variou dependente dela. Apesar de não existirem
estudos utilizando uma prática análoga à responsabilização, os resultados corroboram
outros estudos que avaliaram o efeito de CCs sobre práticas, em experimentos com
microculturas de laboratório (e.g. Martone, 2008; Vichi et. al., 2009). Os resultados
indicam ainda que a CC foi suficiente pra produzir a seleção e manutenção da prática,
pois no procedimento não foram programadas consequências para os comportamentos
individuais. Isso indica que práticas culturais podem ficar sob controle de CC, como
indicado por Magalhães (2013).
As microculturas que responsabilizaram seus jogadores de maneira pública
tiveram maiores índices de acertos, mas isso pode ter sido efeito da permissão de
comunicação no momento da responsabilização, que era negada aos grupos de
responsabilização anônima. Esses dados indicam, conforme Baum et. al. (2004), que a
comunicação pode facilitar a seleção de práticas, apesar de não ser fundamental. No
entanto, os dados são inconclusivos sobre a influência da publicidade na prática de
responsabilização, indicando a necessidade de novos estudos para investigar essa
variável. Tais estudos devem, além de diferenciar a responsabilização como pública ou
anônima, fornecer possibilidades iguais de comunicação para ambos os grupos.
36
Outra característica do estudo que pode ter influenciado nos resultados foi a falta
de consequências individuais programadas. Como o fato de responsabilizar um jogador
não trazia ganhos nem prejuízos aos comportamentos individuais, que faziam parte do
entrelaçamento da prática, não ficava sob efeito dessa variável. Indicando também que
talvez a mera atribuição de responsabilidade não tenha surtido o efeito de
responsabilização no contexto experimental programado. Assim, se a afirmação de que
a responsabilização não foi suficiente para influenciar no comportamento individual dos
responsabilizados, a publicidade não poderia fazer diferença nesse contexto, pois os
jogadores não se comportariam no sentido de facilitar ou dificultar sua própria
responsabilização. Levando isso em consideração, procedimentos futuros poderiam
programar metacontingências nas quais a responsabilização possa agir como elo para
um ou mais comportamentos do entrelaçamento.
Os dados dos experimentos 4 e 5 corroboram outros estudos (e.g. Martone,
2008; Leite, 2009) que demonstram a transmissão da prática cultural e com o destaque
dado por Sampaio e Andery (2010) para essa característica da cultura. Porém, também
não são suficientes para demonstrar um padrão na transmissão, principalmente devido
às falhas que aconteceram na transmissão no experimento 4. Outro fator que dificultou a
obtenção de dados mais conclusivos nesse sentido, foi a quantidade de rodadas em cada
condição. Devido ao critério de estabilidade de apenas 5 acertos consecutivos, as
condições ficaram muito curtas, dificultando a comparação de padrões entre as
gerações. Um critério de estabilidade mais difícil e que leve em consideração não
somente uma sequência final de acertos seria importante para que a transmissão fosse
melhor avaliada.
A partir da discussão dos dados apresentados pode-se concluir que a prática
cultural de responsabilização ficou sob efeito das CCs, assim como outras práticas
37
estudadas na literatura. Conclui-se também que, apesar da história individual dos
participantes, em uma cultura em que a atribuição de responsabilidade é pareada com
outros reforçadores (e.g. medalhas, prêmios, atenção...), esse pareamento não é
generalizado para qualquer contexto, indicando que seria necessário programar o efeito
dessa atribuição em estudos posteriores, por exemplo, dando pontos para os jogadores
que receberem mérito, ou subtraindo dos que forem considerados culpados. Essa
conclusão, levada para os contextos de responsabilização que ocorrem na cultura em
geral, deve fazer repensar as formas de indicação de mérito e culpa nas organizações
sociais. É importante destacar que mérito e culpa não foram diferenciados neste estudo,
e que suas peculiaridades precisam ser investigadas para o melhor entendimento da
responsabilização.
38
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Social Psychology, 29 (2), 186- 200.
43
Anexo I
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Prezado (a) Senhor (a):
Gostaríamos de convidá-lo (a) a participar de uma pesquisa sobre práticas
culturais de responsabilização, a ser realizada no Departamento de Psicologia Geral e
Análise do Comportamento (PGAC), localizado no Centro de Ciências Biológicas
(CCB) da Universidade Estadual de Londrina.
Gostaríamos de informar que sua participação é totalmente voluntária e você pode
recusar-se a participar ou desistir a qualquer momento, sem que isso gere qualquer ônus
ou prejuízo para você. Esclarecemos que os dados obtidos nesta pesquisa não serão
utilizados para outros fins e serão tratados com o mais absoluto sigilo e
confidencialidade, garantindo assim a preservação de sua identidade. Os dados
registrados no computador serão armazenados em arquivos de acesso restrito e as
imagens registradas serão apagadas imediatamente após sua análise e tabulação dos
dados.
A sua participação é muito importante e envolverá uma atividade realizada em
grupo onde serão feitas escolhas coletivas e posteriormente atribuição de pontos para
seus companheiros. A previsão de duração de sua participação é de 60 a 120 minutos.
Estamos a disposição para sanar qualquer dúvida. Nesse momento as informações gerais
serão disponibilizadas, porém, alguns detalhes quanto aos objetivos e resultados serão
apresentados no final do estudo.
Espera-se que esta pesquisa tenha como benefício o maior entendimento da prática
de responsabilização, que acontece em diversos contextos de interação humana. Sua
participação não produz nenhum risco para você e nem qualquer ônus financeiro. Não
44
haverá remuneração pela sua colaboração. O desempenho do grupo na atividade
produzirá ganhos de selos que serão trocados por itens de material escolar formando um
kit a ser doado a uma instituição escolar municipal do município de Londrina.
Esta pesquisa faz parte da dissertação de mestrado a ser desenvolvida por mim:
Vitor Miranda de Araujo, no Programa de Mestrado em Análise do Comportamento da
Universidade Estadual de Londrina, sob orientação da Profa. Dra. Camila Muchon de
Melo.
Caso tenha alguma dúvida ou necessidade de esclarecimentos mais detalhados
pode nos contatar: Vitor Miranda de Araujo, Rua Jorge Velho, 577, Ap. 301, Jardin
Larsen, Londrina, PR, (43)9818-9985; ou procurar o Comitê de Ética para Pesquisa
Envolvendo Seres Humanos da Universidade Estadual de Londrina, na Rodovia Celso
Garcia Cid. Km 380 (PR 445), Campus Universitário. Telefone (43) 3371-5455. Este
termo deverá ser preenchido em duas vias de igual teor, sendo uma delas, devidamente
preenchida, assinada e entregue a você.
Ficamos muito gratos pela sua colaboração,
Londrina, ___ de ____________de 20__
__________________________ __________________________
Vitor Miranda de Araujo Camila Muchon de Melo
Pesquisador Orientadora
RG: 9406524-12 RG: 29379007-3
Eu, ________________________________, tendo sido devidamente esclarecido sobre procedimentos da
pesquisa, concordo em participar voluntariamente da pesquisa descrita acima.
Assinatura:____________________________________________________
Data:____/____/____
45
Anexo II
Instrução9
Vocês participarão de um jogo com mais dois jogadores e que pode durar até 4
horas no total, sendo que poderá ser solicitado a sair do jogo a qualquer momento.
O jogo será composto de vários ciclos com três etapas cada. Ao fim da terceira
etapa de cada ciclo você saberá do resultado desse ciclo antes do início do próximo.
Todas as marcações devem ser feitas com um duplo clique e confirmadas no botão de
OK. Algumas mensagens vão aparecer na tela em momentos específicos do jogo e sua
leitura também deve ser confirmada no botão de OK. Se alguma instrução direta
aparecer ela deve ser seguida sem contestação.
No início de cada rodada o computador usará um sistema complexo para
escolher uma coluna e o grupo deve escolher uma linha sobre uma matriz com sinais
positivos (+) e negativos (-) projetada na tela. A marcação da linha escolhida deve ser
feita pelo jogador de menor número. Somente após a marcação, o computador
anunciará a coluna escolhida e mostrará a interseção com o sinal positivo ou negativo.
Se o sinal presente na célula de intersecção for positivo o grupo ganha a rodada
e, como prêmio, um ponto será acrescido no seu marcador que ficará visível
constantemente. Se o sinal for negativo o grupo perde a rodada e não ganha nada. No
final do jogo cada ponto poderá ser trocado por um item de material escolar que será
doado para uma escola pública de Londrina. Vocês poderão escolher os itens a serem
doados entre as opções que estarão disponíveis e visíveis durante a atividade.
Depois de receber o resultado você deverá dizer se considera algum de seus
companheiros, ou você mesmo, responsável pelo resultado da rodada. Nesta marcação
não haverá diferença entre culpa e mérito, assim, você deve marcar SIM para o
9 CM/RA
46
jogador que você quiser responsabilizar dando o mérito da vitória, ou a culpa da
derrota, e marcar NÃO para aqueles que você não quiser responsabilizar. Você pode
responsabilizar apenas um jogador por rodada. Se não considerar que houve um
responsável você não precisa responsabilizar ninguém. A informação sobre quem
responsabilizou não será divulgada. Desde o momento em que a tela de
RESPONSABILIZAÇÃO aparecer até que o resultado da responsabilização seja dado
vocês não devem se comunicar de nenhuma maneira. Nos outros momentos a
comunicação é livre.
Depois que todos tiverem feito suas marcações o computador anunciará se
alguém e quem, foi responsabilizado e um novo ciclo se iniciará.
Em algum momento do jogo cada jogador será substituído por um novo
participante. Os participantes que permanecerem devem instruir o novo participante
sobre a atividade. Assim, cada um participará por um tempo diferente do jogo e é
pouco provável que qualquer um permaneça durante quatro horas em atividade.
Você tem o direito de se retirar a qualquer momento. Você não deve se dirigir
ao experimentador, a não ser que haja alguma dúvida ou problema no funcionamento
do programa. Se houver dúvidas levante o braço que o experimentador se dirigirá a
você para saná-las.
47
Anexo III
Instrução10
Vocês participarão de um jogo com mais dois jogadores e que pode durar até 4
horas no total, sendo que poderá ser solicitado a sair do jogo a qualquer momento.
O jogo será composto de vários ciclos com três etapas cada. Ao fim da terceira
etapa de cada ciclo você saberá do resultado desse ciclo antes do início do próximo.
Todas as marcações devem ser feitas com um duplo clique e confirmadas no botão de
OK. Algumas mensagens vão aparecer na tela em momentos específicos do jogo e sua
leitura também deve ser confirmada no botão de OK. Se alguma instrução direta
aparecer ela deve ser seguida sem contestação.
No início de cada rodada o computador usará um sistema complexo para
escolher uma coluna e o grupo deve escolher uma linha sobre uma matriz com sinais
positivos (+) e negativos (-) projetada na tela. A marcação da linha escolhida deve ser
feita pelo jogador de menor número. Somente após a marcação, o computador
anunciará a coluna escolhida e mostrará a interseção com o sinal positivo ou negativo.
Se o sinal presente na célula de intersecção for positivo o grupo ganha a rodada
e, como prêmio, um ponto será acrescido no seu marcador que ficará visível
constantemente. Se o sinal for negativo o grupo perde a rodada e não ganha nada. No
final do jogo cada ponto poderá ser trocado por um item de material escolar que será
doado para uma escola pública de Londrina. Vocês poderão escolher os itens a serem
doados entre as opções que estarão disponíveis e visíveis durante a atividade.
Depois de receber o resultado você deverá dizer se considera algum de seus
companheiros, ou você mesmo, responsável pelo resultado da rodada. Nesta marcação
não haverá diferença entre culpa e mérito, assim, você deve marcar SIM para o
10
SM/RA
48
jogador que você quiser responsabilizar dando o mérito da vitória, ou a culpa da
derrota, e marcar NÃO para aqueles que você não quiser responsabilizar. Você pode
responsabilizar apenas um jogador por rodada. Se não considerar que houve um
responsável você não precisa responsabilizar ninguém. A informação sobre quem
responsabilizou não será divulgada. Desde o momento em que a tela de
RESPONSABILIZAÇÃO aparecer até que o resultado da responsabilização seja dado
vocês não devem se comunicar de nenhuma maneira. Nos outros momentos a
comunicação é livre.
Depois que todos tiverem feito suas marcações o computador anunciará se
alguém e quem, foi responsabilizado e um novo ciclo se iniciará.
Você tem o direito de se retirar a qualquer momento. Você não deve se dirigir
ao experimentador, a não ser que haja alguma dúvida ou problema no funcionamento
do programa. Se houver dúvidas levante o braço que o experimentador se dirigirá a
você para saná-las.
49
Anexo IV
Instrução11
Vocês participarão de um jogo com mais dois jogadores e que pode
durar até 4 horas no total, sendo que poderá ser solicitado a sair do jogo a qualquer
momento.
O jogo será composto de vários ciclos com três etapas cada. Ao fim da terceira
etapa de cada ciclo você saberá do resultado desse ciclo antes do início do próximo.
Todas as marcações devem ser feitas com um duplo clique e confirmadas no botão de
OK. Algumas mensagens vão aparecer na tela em momentos específicos do jogo e sua
leitura também deve ser confirmada no botão de OK. Se alguma instrução direta
aparecer ela deve ser seguida sem contestação.
No início de cada rodada o computador usará um sistema complexo para
escolher uma coluna e o grupo deve escolher uma linha sobre uma matriz com sinais
positivos (+) e negativos (-) projetada na tela. A marcação da linha escolhida deve ser
feita pelo jogador de menor número. Somente após a marcação, o computador
anunciará a coluna escolhida e mostrará a interseção com o sinal positivo ou negativo.
Se o sinal presente na célula de intersecção for positivo o grupo ganha a rodada
e, como prêmio, um ponto será acrescido no seu marcador que ficará visível
constantemente. Se o sinal for negativo o grupo perde a rodada e não ganha nada. No
final do jogo cada ponto poderá ser trocado por um item de material escolar que será
doado para uma escola pública de Londrina. Vocês poderão escolher os itens a serem
doados entre as opções que estarão disponíveis e visíveis durante a atividade.
Na terceira etapa o grupo poderá responsabilizar um de seus componentes pelo
resultado da rodada. O grupo terá um tempo para decidir se quer responsabilizar
alguém pelo resultado no ciclo e anunciar sua decisão para o experimentador que fará 11
CM/RA
50
a marcação do responsável no computador. A responsabilização de algum membro é
opcional mesmo quando o grupo concordar que alguém foi responsável pelo resultado.
Vocês não devem diferenciar se o responsável teve mérito pela vitória ou culpa pela
derrota. Após essa etapa o computador anunciará se houve responsabilização e quem
foi responsabilizado e se iniciará um novo ciclo.
Em algum momento do jogo cada jogador será substituído por um novo
participante. Os participantes que permanecerem devem instruir o novo participante
sobre a atividade. Assim, cada um participará por um tempo diferente do jogo e é
pouco provável que qualquer um permaneça durante quatro horas em atividade.
Você tem o direito de se retirar a qualquer momento. Você não deve se dirigir
ao experimentador, a não ser que haja alguma dúvida ou problema no funcionamento
do programa. Se houver dúvidas levante o braço que o experimentador se dirigirá a
você para saná-las.
51
AnexoV
Instrução12
Vocês participarão de um jogo com mais dois jogadores e que pode durar até 4
horas no total, sendo que poderá ser solicitado a sair do jogo a qualquer momento.
O jogo será composto de vários ciclos com três etapas cada. Ao fim da terceira
etapa de cada ciclo você saberá do resultado desse ciclo antes do início do próximo.
Todas as marcações devem ser feitas com um duplo clique e confirmadas no botão de
OK. Algumas mensagens vão aparecer na tela em momentos específicos do jogo e sua
leitura também deve ser confirmada no botão de OK. Se alguma instrução direta
aparecer ela deve ser seguida sem contestação.
No início de cada rodada o computador usará um sistema complexo para
escolher uma coluna e o grupo deve escolher uma linha sobre uma matriz com sinais
positivos (+) e negativos (-) projetada na tela. A marcação da linha escolhida deve ser
feita pelo jogador 1. Vocês terão em média 1 minuto para fazer essa escolha e marcar,
caso passem do tempo o experimentador avisará para que a marcação seja feita.
Somente após a marcação, o computador anunciará a coluna escolhida e mostrará a
interseção com o sinal positivo ou negativo.
Se o sinal presente na célula de intersecção for positivo o grupo ganha a rodada
e, como prêmio, um ponto será acrescido no seu marcador que ficará visível
constantemente. Se o sinal for negativo o grupo perde a rodada e não ganha nada. No
final do jogo cada ponto poderá ser trocado por um item de material escolar que será
doado para uma escola pública de Londrina. Vocês poderão escolher os itens a serem
doados entre as opções que estarão disponíveis e visíveis durante a atividade.
Na terceira etapa o grupo poderá responsabilizar um de seus componentes pelo
resultado da rodada. O grupo terá um tempo para decidir se quer responsabilizar 12
SM/RP
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alguém pelo resultado no ciclo e anunciar sua decisão para o experimentador que fará
a marcação do responsável no computador. A responsabilização de algum membro é
opcional mesmo quando o grupo concordar que alguém foi responsável pelo resultado.
Vocês não devem diferenciar se o responsável teve mérito pela vitória ou culpa pela
derrota. Após essa etapa o computador anunciará se houve responsabilização e quem
foi responsabilizado e se iniciará um novo ciclo.
Durante a atividade você só deve se dirigir ao experimentador caso tenha
alguma dúvida ou problema sobre o funcionamento do software. Outras dúvidas devem
ser tiradas imediatamente após a leitura dessa instrução. Você tem o direito de se
retirar a qualquer momento. Se houver dúvidas levante o braço que o experimentador
se dirigirá a você para saná-las.
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Anexo VI
Participante: Grupo: Data:
Questionário
Qual é o sistema de escolha de colunas utilizado pelo computador?
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Como você descreve o seu desempenho? Ganharam mais ou perderam mais?
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Qual critério você utilizou para definir se responsabilizaria alguém e quem?
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