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1 Caminhos do conhecimento V VI IT TÓ ÓR RI IA A, , 2 20 01 17 7 / / A AN NO O 1 1 I I f f e e s s : : e e d d u u c c a a ç ç ã ã o o p p a a r r a a t t o o d d o o s s H H Há á á 1 1 10 0 07 7 7 a a an n no o os s s n n no o o E E Es s sp p pí í ír r ri i it t to o o S S Sa a an n nt t to o o, , , o o o I I In n ns s st t ti i it t tu u ut t to o o F F Fe e ed d de e er r ra a al l l n n nã ã ão o o p p pa a ar r ra a a d d de e e a a am m mp p pl l li i ia a ar r r s s se e eu u us s s h h ho o or r ri i iz z zo o on n nt t te e es s s. . . P P Pe e er r rc c co o or r rr r re e em m mo o os s s o o os s s 2 2 22 2 2 c c ca a am m mp p pi i i n n no o o E E Es s st t ta a ad d do o o e e e r r re e eg g gi i is s st t tr r ra a am m mo o os s s i i in n nú ú úm m me e er r ro o os s s p p pr r ro o oj j je e et t to o os s s r r re e ea a al l li i iz z za a ad d do o os s s p p pe e el l lo o o I I If f fe e es s s q q qu u ue e e r r re e ef f fo o or r rç ç ça a am m m a a a v v vo o oc c ca a aç ç çã ã ão o o d d de e e e e en n ns s si i in n na a ar r r e e e o o o c c co o om m mp p pr r ro o om m mi i is s ss s so o o s s so o oc c ci i ia a al l l c c co o om m m o o os s s c c ca a ap p pi i ix x xa a ab b ba a as s s

VITÓRIA, 2017 / ANO 1 - ijsn.es.gov.br · VITÓRIA, 2017 / ANO 1 ... desbravar os caminhos do conhecimento abertos pelo Instituto Federal do Espírito Santo em mais de 100 anos em

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Caminhos do

conhecimentoVVVIIITTTÓÓÓRRRIIIAAA,,, 222000111777 /// AAANNNOOO 111

IIIfffeeesss::: eeeddduuucccaaaçççãããooopppaaarrraaa tttooodddooosss

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Caminhos doconhecimento

EDITORA DE CADERNOS ESPECIAIS: Marcelle Secchin ([email protected]); EDITORA ADJUNTA: Carla Nascimento ([email protected]);TEXTOS: Jaider Miranda e Gisele Arantes; FOTO DA CAPA: Wilton Prata; INFOGRAFIA: Genildo Ronchi; DIAGRAMAÇÃO: Alessandra Leite; DIRETOR EXECUTIVO DE MÍDIAIMPRESSA E DIGITAL: Marcello Moraes; DIRETOR DE JORNALISMO: Abdo Chequer; EDITOR-CHEFE: André Hees; DIRETOR COMERCIAL: Márcio Chagas; GERENTE DEMARKETING: Thiago Pinhati; GERENTE DE MERCADO NACIONAL: Hugo Prudêncio; CORRESPONDÊNCIAS: Jornal A Gazeta, Rua Chafic Murad, 902, Monte Belo, Vitória,ES, CEP: 29053-315.

Conhecimento para todosPercorremos mais de 1.000 quilômetros pelos 22 campi espalhados pelo Estado para

desbravar os caminhos do conhecimento abertos pelo Instituto Federal do Espírito Santo em

mais de 100 anos em terras capixabas. E entre tantas histórias de pessoas ligadas direta ou

indiretamente à instituição descobrimos que a dimensão do conhecimento do Ifes vai muito

além da sala de aula, inspira e ensina toda uma sociedade. Nas páginas a seguir você vai

conhecer alguns dos trabalhos desenvolvidos. E esse caminho não termina por aqui. Vai lá

no site gazetaonline/caminhosdoconhecimento e leia matérias inéditas sobre programas e

iniciativas que os campi desenvolvem em todo o Estado, além de vídeos e galerias de fotos.

EDITORA DE CADERNOS ESPECIAIS: Marcelle Secchin

ESPECIAL DE

Editorial

Índice

Conhecimentoque vem da Terra

1212

Projetos de diversos campi mostram

as potencialidades da agricultura

capixaba e estratégias para continuar

a manter as riquezas da terra

Conheça as histórias de

estudantes que mudaram de

vida por meio da educação

oferecida pelo Ifes

Educaçãoque transforma1010

Equipe de campeões1919Estudantes transformam as lições da sala de aula em troféus

em competições nacionais e internacionais

Iniciativas

pioneiras, como

o Laboratório

de Tecnologia

Cerâmica (foto),

estão entre os

destaques

do Instituto

InovaçãoInovaçãoe tecnologiae tecnologia

2828

Estão na nossa capa os alunos do Ifes: Martinhados Santos, Mateus Delunardo, Vanessa dos Santos(em pé) e Ísis Cristina Pereira, Vitor Siqueira, MarcosAntonio Vanderlei Barbosa (sentados, da esquerdapara a direita)

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Projeto doCampusVitória fez o aprendizado daMatemática ficarmuitomais fácil. Ametodologia tambémpassou a ser aplicada para alunos do ensino fundamental na rede pública

WILTON PRATA

Embora seja indispen-sável para entender-mos o mundo quenos cerca, a Mate-

mática costuma ser vista co-mo um bicho de sete cabe-ças por muitos estudantes.Esse era o caso de dois alu-nos do curso técnico emEle-trotécnica integrado ao en-sino médio do Campus Vi-tória.No entanto, emvezdese deixarem derrotar, elestransformaram a própriadificuldade em inovação.Os amigos Vitor Siqueira e

Vanessa dos Santos sentiramum baque quando ingressa-ramno 1º ano do Ifes. “Eu erauma boa aluna antes, mas es-tava acostumada a gravar umconteúdo e fazer a prova. Jáaqui no Ifes, os alunos são de-safiadosapensar,aentendereconstruiro seupróprioconhe-cimento”, lembra Vanessa. Omesmo aconteceu com Vitor.Apesar de medalhista emOlimpíadas de Matemáticaem sua cidade natal, Mutum(MG), ele lutou para acom-panhar o ritmo do ensino.Tudo começou a mudar

quandoosdoisparticiparamdaoficina “O Mundo Mágico deEscher: Questões sobre a Pavi-mentaçãodoPlano”, criadaportrês professoresdadisciplina.“Comaoficina,quismostrar

que a disciplina permeia ou-tros tipos de conhecimento eapresentar as relações entre

eles”, explica a professoraClaudiaAraújo,umadas idea-lizadoras da oficina.A ideia da oficina é contex-

tualizar conceitos abstratos damatemáticatendocomosupor-te as obras do artista gráficoM.C Escher, que por meio dexilogravuras e litografias, brin-cava com a representação doespaço tridimensional em umsuportebidimensional, criandonovospadrões geométricos.Apartir dasobrasdeEscher,

os alunos tiveram contatocom conceitos matemáticosde forma lúdica e resolveramtransformar a experiência emprojeto: assim, ministraram a

Sem medo dos números

Claudia AraújoProfessora do Ifes

“Os alunos têmespírito científico,e queremosestimular isso”

Vanessa e Vitor mostram que é possível aprender matemática brincando

mesma oficina no antigo co-légiodeVanessa,aEscolaMu-nicipal de Ensino Fundamen-tal Alvimar Silva, no bairroSanto Antônio, emVitória.Mas a iniciativa dos alunos

não terminou por aí. Elestransformaram o projeto emuma pesquisa científica.Além disso, foram seleciona-dospara integraradelegaçãobrasileira no 34th Internatio-nal Youth Science Meeting,evento que é promovido pelaAssociação Juvenil de Ciên-ciasdePortugalecontacomoapoio da Unesco.l

VEJA NA WEB

Conheça outros projetosdo Campus Vitória no sitewww.gazetaonli-ne.com.br/caminhosdo-conhecimento

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Comaajuda da tecnologia, pesquisadoresmonitoramáreas rurais, apontamproblemas e ajudamos agrônomos a aumentaremaeficiência das lavouras

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O professor Daniel Cavalieri demonstra como o drone é usado no monitoramento de lavouras

Investimentoeminovaçãoepesquisa

O desenvolvimento de novastecnologias ganha força com oNúcleo Incubador de Empre-endimentos. O Campus Serrafoi o primeiro a receber o pro-grama, em 2008, que hoje fazparte de uma rede. A ideia éoferecer as condições para quepessoasquetenhamboasideiaspossamtransformá-las empro-dutos inovadores.Vejamais so-bre esse projeto no site do Ca-minhosdoConhecimento.

Você já imaginou,com um simples so-brevoo de um robô,identificar quais

áreas de uma plantação nãoestão saudáveis ou mapearquais precisam ser irrigadas?Pode parecer filme de ficçãocientífica, mas essa realidadenãosó jáexistecomoestá sen-do estudada no Campus Ser-ra. Emum futuro próximo, osresponsáveis pelo projetoacreditamqueessetipodetec-nologia será comum nas fa-zendas do Estado.Por meio de um Veículo

AéreoNãoTripulado (Vant),mais conhecido como dro-ne, os pesquisadores podemmonitorar áreas rurais am-plas e analisar uma série devariáveis. Com os dados co-letados, é possível diagnos-ticar problemas e auxiliar osagrônomos na tomada dedecisões, aumentando a efi-ciência das lavouras.

A espécie escolhida para seranalisada pelo estudo é o café.“Essa tecnologia já é utilizadaempaísescomoosEstadosUni-dos, mas no Espírito Santo te-mosummercadopoucoexplo-rado na área de automaçãoagrícola. Por isso, tivemos aideia de trabalhar com visãocomputacional, que une asáreasdesistemas inteligenteseprocessamento”, explica o co-

ordenador do projeto, o pro-fessorDaniel CruzCavalieri.A pesquisa teve início em

2015, com o apoio da Fun-dação de Amparo à Pesquisa eInovação do Espírito Santo(Fapes). O trabalho de campoé feito no Campus Itapina, noNoroeste do Estado. “Lá, osprofessorestêmexperiênciade25 anos, sabem exatamente oqueacontececomcadaárvore,e mesmo assim ficaram im-pressionados com as possíveisaplicaçõesdatecnologia”,lem-braCavalieri.A tecnologia tem infinitas

possibilidades. “Nocasodas la-vouras, tambémépossívelmo-nitorar queimadas, fazer mo-nitoramento das curvas de ní-vel e adequar a plantação, en-tre outras finalidades”, explica.Alémdosresultadospráticos,

a pesquisa envolve um carátercientífico importante. O traba-lho de Wilson Guerra, um dosalunosligadosaoprojeto,éten-

tar reproduzir, pormeiodeumsoftware, o que a câmera deinfravermelho faz, já que so-mente esse equipamento custamais deR$6mil. SegundoCa-valieri, o programa funcionounos testes realizados no cam-pus. Agora, é necessário reuniruma base de dados, para ga-rantir a robustezdo sistema.l

Drones de olho no campo

“Imaginamosque, em breve,muitas fazendasvão utilizar atecnologia”

Daniel Cruz Cavalieri

professor do Ifes e doutor emSistemas Inteligentes

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NoCampusVila Velha, oGrupo de Estudos emMicroscopia (GEM)leva informação e encantamento a crianças de 7 anos

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Crianças de 7 anos de idade utilizam o

microscópio como ferramenta de aprendizado

Quempassa às 8horasdamanhãdeumase-gunda-feira no Cam-pus Vila Velha tem a

possibilidade de encontraruma turminha de crianças de7 anos reunida em um cor-redor. Enfileirados, com osolhinhos brilhando, eles malconseguemdisfarçar aempol-gação de um novo encontrocom os professores do Grupode Estudos em Microscopia(GEM). O nome parece com-plicado para meninos tão pe-quenos,masaalegriadospar-ticipantes prova que não háidade para se encantar com ofantásticomundo da ciência.Por cerca de uma hora, ob-

servam objetos em um mi-croscópio que eles mesmosaprenderam a manusear econhecem novos conceitosde biologia e matemática,por exemplo, sem deixar as

brincadeiras de lado.Criado em 2011, em uma

parceriaentreoscampiVitóriae Vila Velha, o Grupo de Es-tudos em Microscopia tem oobjetivo de romper os murosda academia e mostrar que aciência está no dia a dia detodos nós e não só dos pes-quisadores. Os encontrosmensais com alunos da escolaestadualDesembargadorCân-dido Marinho, localizada nobairro Soteco, sãoumdos bra-ços do bem-sucedido projeto,que foi alçado a programa em2014, quando ampliou aindamaissuasatividadesepassouaser tocado exclusivamente pe-lo CampusVila Velha.De olhos atentos nas lentes

dosmicroscópios, os pequenossão guiados por diversas áreasdo conhecimento. Quando acoordenadora do GEM, a pro-fessora Glória Maria de Farias

Viégas Aquije, pergunta se elesse lembram de algo do queaprenderam no ano passado,quando a turminha iniciou oprojeto no Ifes, logo surgeumaenxurrada de respostas. “Osangue tem leucócitos”, dizum. “As minhocas têm listri-nhas”, recordaoutro.“Nosso principal objetivo

não é que eles saiam expertsem plaquetas e leucócitos,mas despertar a curiosidade,o interesse pelo estudo.Que-remos que eles saibam queexiste algo além do que elesestudam em sala de aula”,afirma Glória.A professora da turma, Ma-

ria Cristina, também defendea metodologia. “Os temasabordados são amplos, possofalar sobre os animais, sobreunidadesdemedidaeescalas,sobre o corpo humano e ali-mentação”, diz.l

Kefany Guararema

“Gostei da experiênciacom o ácido, que fez aágua ficar rosa”

“Gosto muito de vir aoIfes, porque semprevejo coisas legais”

Ana Carolina Marcelino

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Projeto transformaóleo de cozinha emsabão

O Brasil produz mais de 60 mi-lhões de toneladas de lixo ur-bano por ano. Grande parte nãoé descartada corretamente eacaba atingindo solos, rios eoceanos, causando grande im-pacto ambiental. Um dos gran-des vilões é o óleo de fritura. Umlitro de óleo pode contaminar 20mil litros de água.Em Vila Velha, uma iniciativa

do Instituto Verde Vida, em par-ceria com o Ifes e a OrganizaçãoNão Governamental MovimentoVida Nova (Movive), tem aju-dado – e muito – a minimizar osprejuízos causados pelo óleo re-sidual de fritura. Trata-se da Fá-brica de Sabão Ecológico, açãoque promove a economia so-

lidária na região do Rio Aribiri.Os catadores - cerca de 60

famílias da comunidade – levamos resíduos até a ONG, onde sãomedidos e têm seu valor con-vertido em Moeda Verde, que éusada na troca por alimentoscomercializados no Supermer-cado Solidário, na própria ONG.Oóleoétransformadoemsabão.

O processo é acompanhado pelosalunos do curso Técnico em Quí-mica e da Licenciatura em Químicado Ifes, que atuam no controle dequalidade do produto, que depoisserá vendido para a comunidade.A matéria completa sobre o

projeto você confere no site ga-zetaonline.com.br/caminhosdo-conhecimento.

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Sidineia Alves é uma das pessoas beneficiadas pelo projeto

Victor Hugo MelgaçoRafael Sales

“Quando eu crescer,vou estudaraqui no Ifes”

“A gente aprendepor que as minhocastêm listrinhas”

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“No laboratório,interagimos deverdade com ouniverso daadministração”

Alunos do curso técnico emAdministração colocamemprática oque aprendememsala de aula no Laboratório deGestão&Negócios

WILTON PRATA

Orientados por professores, alunos fazem a

gestão de todas as etapas de um negócio

Para estudantes deum curso técnico,colocar a mão namassa é imprescin-

dível para se capacitar paraomercadode trabalho.Aliara teoriaaprendidanasaladeaula com o dia a dia da pro-fissão abre os horizontes e,de quebra, conta pontos no

currículo. Foi pensando nis-so que foi criado o Labora-tório de Gestão & Negócios,vinculado ao curso técnicoem Administração do Cam-pus Cariacica.Nele,osalunosdo4ºanosão

responsáveis por gerir as eta-pasdeumnegócioreal,docon-trole de estoque à contabilida-

de, passando por recursos hu-manos e prospecção de mer-cado. Cada passo é supervisio-nadopelos professores.“Identificamos que o curso

tinha atividades interessantes,mas não havia um laboratóriode práticas. Os alunos apren-diamosconteúdos,masnuncatinham vivido uma atividade

realde trabalho,atépela idadedeles, 16, 17 anos. Eles que-riam trabalhar, o curso tinhaessa perspectiva,mas nenhumdeles tinha acumulado ne-nhum tipo de experiência naárea comercial ou administra-tiva”, diz o coordenador doprojeto, Frederico Pifano.O Laboratório de Gestão &

Negócios é inspirado nas uni-versidades americanas e eu-ropeias, onde estudantesusam camisas e outros itenscom a marca dos centros deensino que guardam para to-da a vida. Portanto, alunos eprofessores desenvolveramplano estratégico e criaramuma linha de produtos, que jáestá sendo comercializada.l

VEJA NA WEB

Conheça outros projetos doCampus Cariacica. Visite osite gazetaonline.com.br/caminhosdoconhecimento

Nara Emily ErlerEstudante

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Projeto Inova Jovempermite que estudantes emoradores da comunidaderegistrem fatos do cotidiano comaajuda de recursos como fotografia e audiovisual

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Projetos oferecem serviços à comunidade local

Entender a realidadedos jovens e dialo-gar com ela é essen-cial para promover

uma educação de qualida-de, que realmente faça a di-ferença na vida dos alunos.E a arte tem um grande po-der nessa estratégia. É esseo conceito do Projeto InovaJovem, que movimenta oCampus Viana.Por meio de linguagens co-

moa fotografia e o cinema, osestudantes e a população domunicípio têm a oportunida-de de registrar fatos que cer-cam seu cotidiano e debatersobre questões relevantes aeles, comopreconceito, traba-

lho em equipe e luta por di-reitos sociais. O objetivo é es-timular a inovação, o empre-endedorismo e a criatividade.“OIfeséreferênciaemtermos

técnicos, mas temos que teruma compreensão dos interes-ses da juventude para nos co-municarmos com esse público.Quando inserimos a fotografiaeoaudiovisualnadidática,con-seguimos nos aproximar maisdarealidadedelese,assim,pro-duzir melhores resultados”,afirma Robson Malacarne, co-ordenadordo Inova Jovem.O projeto de extensão, que

conta com recursos da Funda-ção de Amparo à Pesquisa eInovaçãodoEspíritoSanto(Fa-

pes), explora o papel social doIfes de oferecer serviços à co-munidade. Outra missão é es-timular os alunos a traçar pa-

ralelosentreoconteúdoapren-didonainstituiçãoearealidadeque os cerca, para formar nãoapenas bons profissionais, mastambémcidadãos conscientes.Para tanto, atua em três are-

nas de ação: atividades na redepública de ensino, capacitaçãopara a comunidade externa ecursos paraos alunosdo Ifes.“Viana tem espaços culturais

que datam do século XVI, quemesmo pessoas que moramaqui não conhecem. O projetobusca resgatar a história da ci-dade, com registros em foto-grafiaenoroteirodocurta-me-tragemproduzidoporeles”,ex-plicaMalacarne.l

VEJA NA WEB

No site gazetaonli-ne.com.br/caminhosdoco-nhecimento você conhecemais projetos desenvolvidosno Campus Viana. Vai lá!

Mayara Miranda WillEstudante

“A oficina do Ifesme despertou ointeresse de estudarainda mais sobrefotografia”

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DeboraSantosveiodaBahiaparaoEspíritoSantoembuscadetrabalho. IngressounoCampusGuaraparienuncaparoudeestudar.Hoje, fazmestradoeéaprimeiradafamíliacomcursosuperior

ALEX GOUVÊA

“Um dia querovoltar e serprofessoranoIfes.Nãocon-

sigo imaginar que eu estariahoje aqui se não tivesse estu-dado lá”. A frase de DeboraSantos, 28 anos, projeta o fu-turodacaminhada traçadaporela nos últimos anos. Entre aadolescência pobre no interiorda Bahia até o mestrado re-cém-iniciado na UniversidadeFederal de Minas Gerais(UFMG), muita coisa aconte-ceu na sua vida. Mas a grandeviradaemsuatrajetória,segun-doaprópriaacadêmica, foi suapassagem pelas salas de auladoCampusGuarapari.Debora concluiu o ensino

médio em 2005, na cidade deItuberá(BA).Semperspectivasdedarprosseguimentosaoses-tudos,poisnãotinhacondiçõesfinanceiras e não havia umauniversidadepúblicanaregião,a baiana veio para o EspíritoSantoem2008paratrabalhareajudar a família, que perma-neceria em sua terra natal. En-tregou panfletos e foi atenden-teemumalojaatéseraprovadapara o curso técnico concomi-tante em Administração, em2010, ano em que o CampusGuarapari abriu as portas.

Foram 18 meses de estudos,completados com uma espe-cializaçãodeseismesesnaáreadeGestãonaQualidadedeSer-viço, tambémnocampus.“Quandoentrei,achavaque

tudo que eu poderia conse-guir era um emprego na áreaadministrativa, mas com opassar do tempo fui me ape-

2016, decidiu seguir carreiraacadêmica e passou no mes-trado na UFMG. l

Debora Santos

Estudante

VEJA NA WEB

Conheça outros projetos doCampus Guarapari no sitegazetaonline.com.br/cami-nhosdoconhecimento

gando ao mundo acadêmico.Agarrei as oportunidades,meus professores me incen-tivaram, e mesmo longe dafamília,me senti acolhida”.A jovem foi a primeira da

família a fazer ensino médioe a primeira a ingressar noensino superior. Com o di-plomaconquistadonofimde

Era bolsistae ficava até ohorário da minhaaula no Ifes. Issoampliou minhavisão acadêmica”

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“Precisamosprofissionalizar ecapacitar o setorpesqueiro, quegera bilhões emtodo mundo”

Inaugurado em2010, oCampusPiúmaé reconhecido por oferecer cursosgratuitos de capacitação, alémde ensino técnico e superior na área pesqueira

FOTOS: ALEX GOUVÊA

Evan Halei diz que o curso revolucionou o trabalho na Colônia de Pescadores em Itapoã

Preservaçãodanaturezaéprioridade

O Campus Piúma também temcolocado em prática projetosvoltados para a educação am-biental dos moradores. A apos-ta tem sido na conscientizaçãodos jovens por meio de par-cerias com escolas municipaisde ensino fundamental. Umdesses projetos é o “Diagnós-tico integrado para a susten-tabilidade das Ilhas do Muni-cípio de Piúma”, que promovemutirões de limpeza das praiase caminhadas ecológicas. Tam-bémé feito omonitoramentodaregião, com análise de orga-nismos vivos, costa rochosa emanguezais.

Apesca, uma dasprincipais ativida-des econômicas dolitoral capixaba, es-

tá cadadiamais profissional.E o Campus Piúma é refe-rência na qualificação dostrabalhadores desta área.Inauguradoem2010,ocam-

pus é o único doBrasil que tra-balha de forma verticalizadacom cursos do ensino técnicointegradoaomédio emPesca eAquicultura, e o superior emEngenharia de Pesca. Tambémoferece capacitação gratuitapara pescadores artesanais.Há formação, inclusive, para

capacitarosprofissionaisdose-tor pesqueiro que passaram aatuar em atividades offshore(afastadosdacosta), segmentoque ganhou força com a ex-

pansão petrolífera. Para o pro-fessor responsável pelo curso,Victor Hugo da Silva, a recep-tividadedospescadoresemad-quirir novas técnicas foi umdi-ferencial a favor doprojeto.Filho de pescador artesa-

nal e membro da Colônia dePescadores em Itapoã, VilaVelha,EvanHaleiNovaesdosSantos participou da capaci-tação. “Ocursodeubaseparao pescador artesanal, que é oque fazemos aqui em Itapoã,passar a atuar com a pescaprofissional, embarcado emalto-mar. Somente em deter-minadas épocas do ano quevocê consegue obter um vo-lumesatisfatóriodepescado.Então, com esse curso, ga-nhamos uma nova opção detrabalho”. l

ReferênciaReferência emempescapesca profissionalprofissional

Victor Hugo da Silvaprofessor

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Graças a qualificação noCampusAracruz, comunidade indígena irá produzir ecomercializar aroeira, produto de alto valor para exportação

FOTOS: ALEX GOUVÊA

Uma planta nativa daregião vai se tornar amaior fonte de rendade uma das mais an-

tigas tribos indígenas aindaexistentes na cidade de Ara-cruz. Graças a um curso de be-neficiamento extrativista ofe-recidopeloIfesnoanopassado,a comunidade de Areal passoua apostar no cultivoda aroeira.Com cerca de 100 toneladas

porano,Aracruzéomaiorpro-dutor do Estado de aroeira,que tem grande valor para ex-portação, já que a semente éusada como condimento naculináriaeuropeia,emespecialfrancesa, alemã e holandesa.Os indígenas solicitaram umcurso junto ao Campus Ara-cruz, que fez a seleção de pro-fessores comparceiros como oInstitutoCapixabadePesquisa,Assistência Técnica e ExtensãoRural (Incaper), Prefeitura deAracruz e a iniciativa privada.Durante a capacitação, os

membros da tribo aprenderama fazer a poda, a colheita, aarmazenagem e todos os cui-dadosnecessários.Juntocomocurso, foi realizadooplantiodecerca de um hectare em de-zembro do ano passado. A pri-meiracolheitaéaguardadapa-ramaio e junhode2018.“A aroeira era perdida, vi-

ravaalimentodepassarinho.A gente só usava como re-médio”, afirma o cacique Jo-nas do Rosário, 70 anos. l

Alunosdebatemquestõesmundiais

Vestidos com roupas de países árabes,africanos, asiáticos ou com bandeirasde nações como o Uruguai e EstadosUnidos, alunos debatem questões co-mo a crise dos refugiados, a fomemundial ouguerra nuclear.OprojetodeSimulação Geopolítica do Ifes (SiGI) éuma parceria dos campi Aracruz e Vi-tória. Saiba mais sobre este projeto nosite gazetaonline.com.br/caminhosdo-conhecimento.

Com a ajuda do Ifes, comunidade indígena plantou cerca de um hectare de aroeira em Aracruz

Sustento que vem da terra

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Projetoédesenvolvidopor25estudantesdagraduaçãoemEngenhariaMecânicaedoscursos técnicosemMecânicaeEletrotécnica

Oestudante LazaroErnesto não escondea felicidade apósmais uma volta rá-

pida a bordo do carro baja noCampusSãoMateus.Encaran-do terra, grama ou lama, o pi-loto e capitão da equipe SamaBajamostra que a evoluçãodoveículo está no caminho certo.O carro projetado em 2013

participou das últimas quatroedições do Baja SAE Brasil,competição que reúne estu-dantes de Engenharia de todoo Brasil. O Sama Baja tomoucontornosdeprojetodeexten-são e hoje é composto por 25estudantes, sendo 16 do cursosuperior de EngenhariaMecâ-nicaenovedoscursos técnicosemMecânica e Eletrotécnica.Os alunos participam da

fabricação sem dispor deequipamentosautomatizados.“Alémdoaprendizadonapartetécnica, tem também o traba-lhoemequipeeadedicação.Amotivaçãodelesacabavirandoa motivação também dos pro-fessores”, afirma Nelson Hen-riqueBertolloSantana,profes-sor de Eletrotécnica e um dosorientadores do SamaBaja.No projeto, os estudantes co-

locam em prática conceitos co-motransmissão,fabricação,sol-dagem, manutenção, análisesde falhas, alémdeelétrica.l

FOTOS: ALEX GOUVÊA

IfesoferececursosemcomunidadesquilombolasPor meio do Campus São Mateus,comunidades quilombolas participamde diversos cursos. Entre as quali-ficações estão a de Homeopatia naAgriculturaFamiliar,emparceriacomaUniversidade Federal deViçosa; e a deMultiplicadores no Plantio de Água,emparceria comoCampusdeAlegre,

de recuperação das nascentes.“Esses cursos estão nos ajudan-

do a recuperar a nossa verdadeiraidentidade, que é trabalhar com anatureza”, diz o agricultor DomingosCamilo. Conheça mais sobre esteprojeto no gazetaonline.com.br/ca-minhosdoconhecimento.

Domingos Camilo, Auzerina Batista e Claudentina

Trindade são do Quilombo Angelim 1

Os alunos João Vitor Miranda e Lazaro Ernesto testam o carro baja

Estudantes constroemcarro para competições

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EmLinhares, produtoresdoMovimentoSemTerraaprenderamnovas técnicasdecultivoedegestãocomaajudadeprofessoresealunosdo InstitutoFederal

Uma parceria entre oCampus Linhares eum assentamentodo Movimento Sem

Terra (MST), localizado nazona ruraldomunicípio, ofe-rece capacitação para osagricultores melhorarem oseu processo de cultivo, des-de o plantio até o escoamen-to da produção, gerandomais renda aos trabalhado-res. O curso “Gestão de Ne-gócios em Organizações As-sociativas” foi dado aos pro-dutoresdoassentamentoSe-zínio Fernandes, que reúnecerca de 130 famílias.A ideia do projeto nasceu

em2015 e contou comapar-ticipação de professores docurso Técnico Integrado emAdministração. Foram abor-dadas questões de meio am-biente, finanças, marketingentre outras. As aulas eramrealizadasaossábadosnaco-munidade, que tem poucomaisde2milhectares, sendomais da metade em área de

preservação permanente.De acordo com o profes-

sor Renato Miranda, a pro-posta é ajudar na melhoriaorganizacional do assenta-mento e na distribuição daprodução. “Quando vocêtem 100 agricultores pro-duzindo de forma aleatóriae separada, eles se tornamuma linha muito fraca nacadeia de suprimentos. Ho-je, existe uma dificuldadede escoamento dos produ-tos. Os produtores unidosem forma de empresa ou as-sociação acabam ganhandomais força”.Filhodeassentadosquees-

tiveram na primeira ocupa-ção feita pelo MST no Espí-rito Santo, no município deSão Mateus, em 1984, Ata-násioOliveira foi umdos pri-meiros agricultores a chegarno Sezínio Fernandes, emmarço de 2008, pouco de-pois da área ser desapropria-da. “A participação do agri-cultor não pode ficar apenas

no plantio. Ele tem que en-tender e participar de todo oprocesso. Estamos em umperíodo de crise. Quando ía-mos vender na cidade, vol-távamos com 70% do pro-duto de volta. Se está com-plicado de vender determi-nada fruta, então vamospro-duzir suco, doces, etc. e ven-der um produto beneficia-do”, afirma Atanásio.Morando há sete anos no

assentamento, o agricultorAnderlúcio Agostini passou ater mais noção de como ad-ministrar a propriedade quetememparceria como irmão.Eles cultivam café, coco, ba-nana, pimenta-do-reino, fei-jão,milho, frutas, e criampor-

Parceria mudarealidade emassentamento

“Quando você tem100 agricultoresproduzindo de formaaleatória e separada,eles se tornam malinha muito fracana cadeia desuprimentos”Renato Miranda

professor

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co e galinha, utilizando osconceitos da agroecologia.“Tínhamos uma visão cur-

ta de como aplicar os recur-sos. Após o curso, a genteconsegue administrar a pro-priedade com mais facilida-de. Aprendemos a calcularos gastos de insumos utili-zados na lavoura com adu-bação, irrigação, analisar osperíodos de plantio paraapontar qual cultivo te deumais renda. Tínhamos pou-ca noção das questões am-bientais, administrativa, tu-do que envolvia dinheiro.Hoje sabemos da importân-cia de criar uma marca, daruma cara para o seu produ-to”, aponta o assentado.l

Anderlúcio recebe informações do professor

Renato Miranda e das alunas Évilyn e Thacyane

Computadores sãorecuperados e doados

Outro projeto do Campus Linha-res recupera computadores quepoderiam ir parar no lixo. Depoisde consertados, parte deles édoada para pessoas em vulne-rabilidade social.Desde 2012,mais de 300má-

quinas foram recolhidas peloprojeto, criado pelo professordos cursos Técnico em Auto-mação e da Engenharia de Con-trole e Automação, Carlos JonesRebello Júnior. Amaior parte dosequipamentos é doada, o res-tante é utilizado nas aulas. Tam-bém foi construído um labora-tório de informática inteiro commáquinas recicladas.“Quandoentreino Ifes,noteique

muitos alunos não tinham conhe-cimento nenhumde informática oucomputadores em casa. Eram alu-nos em vulnerabilidade social, semcondições de comprar um com-

putador. Como eu trabalhava comrecuperaçãodecomputadores, vía-mos uma oportunidade de ajudaressas pessoas. Buscamos doaçõesde artigos de informática de quemnão estava usando. Levei a ideiapara a coordenação do campus eescrevemos a primeira versão doprojeto”, explica o professor.Entre os atendidos está a fa-

mília de Antônio Luiz Sobrinho, dacomunidade de Santa Cruz. Ocomputadormudou a realidade detodos na casa, principalmente dosfilhos Julia, de 10 anos, e AntônioFilho, de 8, que é cadeirante. “Como computador, o Antônio podeaprende a ler melhor. E tambémserveparaelepassarodia jogandoe se divertindo”, explica a irmã.Quer saber mais sobre este

projeto? Vai lá no site www.ga-zetaonline.com.br/caminhosdo-conhecimento

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Maria da Conceição, Julia e Antonio

receberam um computador do Ifes

Pesquisavaianalisarhábitosdeconsumo

A parceria com o Ifes não vaificarapenasnacapacitaçãoofe-recida durante o curso. Na se-gunda fase do projeto será rea-lizada uma pesquisa chamada“Hábitos deConsumodaPopu-laçãoUrbanadeLinharesquan-to a produtos agroecológicos”.Olevantamentocontacompar-ticipação de 10 alunos do Ifes eoutrosdoisdaFaculdadedeEn-sino Superior de Linhares (Fa-celi).Oestudovaianalisar,juntoaos moradores, o perfil de con-sumo deles, o quanto pagam equais são os produtos agroeco-lógicosquepreferemcomprar.

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Rota da Educação

Caminhos do conhecimentoFundado em 1909, o Ifes conta hoje com22 campi,35 polos de educação a distância emais de 150cursos ofertados, entre técnicos, graduação epós-graduação. Os campi estão presentes emtodas asmicrorregiões do Espírito Santo, atentosao arranjo produtivo de cada localidade, comdiferentes qualificações, projetos e ações.

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VagasSão ofertadas regularmente pelo Instituto Federal

do Espírito Santo em todos os níveis do ensino.

cursos técnicos

4080

2110

Mais de cursos de graduação

especializações

mestrados

30mil

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nhos e diversificado nossa atuação, investindo fortementena pesquisa aplicada e nas inovações tecnológicas e sociais;e nos projetos de extensão tecnológica e comunitária.A constituição dos Institutos Federais é uma experiência

que tem atraído olhares de governos e organizações quepensam a educação profissional em todo o mundo. NoEspírito Santo, essa mudança veio acompanhada de grandeexpansão da oferta de cursos em todos os níveis e daintensificação dos relacionamentos com as comunidades.

Passamos de 12 unidades para 22nos últimos nove anos. A ofertaregular de vagas, que antes che-gava a sete mil, hoje somamais de30 mil em todos os níveis deensino: são cerca de 80 cur-sos técnicos, mais de 40 gradua-ções, 21 especializações e 10mestrados.Toda essa expansão signifi-

ca ampliação de nossa inserçãoregional e também de nossa ca-pacidade de atuarmos junto dasociedade. Hoje nos orgulhamosde mudar a vida de milhares de

pessoas que estudam em nossos campi e de mantermosprojetos e programas que se relacionam diretamente comas comunidades, produzindo ações, ideias e todo tipo desolução para as cadeias produtivas, para as organizaçõessociais e para órgãos de governo, de Norte a Sul doEspírito Santo. Esperamos que essa trajetória possa mos-trar a evolução de nossa instituição e a relevância doseu papel social, construído por meio de ações concretase engajadas na sociedade capixaba.

Aeducação abre portas e revela novos caminhos.Quando aliada à dimensão do trabalho, que é acapacidade humana de agir sobre a natureza, elaé ainda mais transformadora. Desde nossa fun-dação, em 1909, somos uma instituição que tem

por marca transformar as vidas das pessoas, apresentandonovas oportunidades. Todos conhecem ou já ouviram falarde alguém que pode ter sua história dividida entre antes edepois de passar por uma das unidades do Ifes.Essa vocação não é coinci-

dência. Fazemos diferença paratanta gente porque educamospara uma das dimensões maissignificativas da vida no últimoséculo: o trabalho. Tambémporque mantemos grande pro-ximidade com os anseios dasociedade, em um esforço con-tínuo de permanecermos sem-pre contemporâneos. Quandofalamos em educação profis-sional, é claro que pensamos nasala de aula e em laboratórios,mas também estamos nos re-ferindo à formação dos nossos alunos para ummundo cadavez mais complexo, promovendo atividades de pesquisa eextensão, a vivência nas práticas de ensino, o empre-endedorismo, as atividades culturais, recreativas, espor-tivas e políticas.Desde 2008, quando nos tornamos uma única insti-

tuição em todo o Espírito Santo e parte de uma redenacional de educação profissional, científica e tecnológica,temos ampliado nossos horizontes, aberto novos cami-

ARTIGO

Denio Rebello ArantesReitor do Ifes

Novos caminhos.Portas sempre abertas

“Essa vocação não é coincidência.azemos diferença para tanta

gente porque educamos para adimensão mais significativa da vidano último século: o trabalho“.

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Quando a equipe dehandebolfemininodoCampusNovaVenéciaentra emquadra para

disputar os Jogos Estaduais doInstituto Federal do EspíritoSanto (Jifes) os adversários jásabem o desafio que terão pelafrente. Desde 2013 o time doNorte temahegemonianamo-

dalidade, resultado de um tra-balhoqueuneorendimentodasalade aula comasquadras.Além do tetracampeonato

local, a equipe veneciana jáconquistouoSudeste trêsve-zes, e também é bicampeãbrasileira. E todo esse suces-so começou com uma elimi-nação dolorosa na primeira

umpassoamais, bastava trei-nar forte desde o início doano”, diz o professor de Edu-caçãoFísicae técnicodotime,Felipe Cuquetto Piekarz.A mudança passou pela

melhoria das instalações es-portivas do campus. “Comosou goleira, se eu treino emuma quadra com piso ruim eque eu sei que vou me ma-chucar se eume jogar, eu vouacabar não me dedicandonos treinos.Asegurançaparatreinar ajuda na sua evolu-ção como atleta. Como seique ali eu não corro perigo,possome dedicarmais”, afir-ma Karolyne Fioroti, alunade Edificações.l

Equipe de handebol feminino deNovaVenécia é destaque nos Jogos Estaduais doInstituto Federal do Espírito Santo (Jifes) e, há anos, acumula troféus

ALEX GOUVÊAJulia Muniz Bernardi e Karolyne Fioroti Calegari

comemoram com o técnico Felipe Piekarz

era na quadrae nos estudos

edição dos jogos.“O resultado de 2012 foi

um start para a gente. Entra-mos para ganhar experiênciae perdemos partidas apenaspor detalhes, em jogos muitoequilibrados, mesmo tendoum elenco novo e sem muitapreparação. As meninas per-ceberam que poderiam dar

VEJA NA WEB

No site gazetaonline.com.br/caminhosdoconheci-mento você encontra outrasmatérias sobre os projetosdesenvolvidos no CampusNova Venécia

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Graças a um trabalhode pesquisa do Cam-pus Montanha, res-tos de comida e ou-

tras substâncias que antes iampararnolixosetransformaramemfortes aliadosnoplantio.Oadubo feitodo resíduodomés-tico atende ao padrão de qua-lidadeexigidopelos órgãos sa-nitários, ajuda no combate defungos e apresenta resultadosmelhores do que os produtosvendidos nomercado.O estudo foi realizado com

substâncias encontradas naUsina de Triagem e Compos-tagem de Resíduos Sólidos(UTC) da cidade, que recebecoleta seletiva e separaçãode resíduos.Até então, a compostagem

produzida na usina era usadaapenas para adubação de pra-ças,jardins,camposdefuteboleespaços públicos da cidade. Noentanto, segundo os resultadosdapesquisa,oprodutopodeserliberado para uso em planta-ção.Ostestesforamexecutadosno plantio de mudas de café epimenta-do-reino, e os resulta-dos foram surpreendentes. Ocomposto se mostrou inclusiveeficiente no combate a fusario-se,umfungopresentenosoloequeatacamudasdepimenta.“O teste serviu para provar

que o composto tinha condi-ções sanitárias de ser usado naplantação de mudas. A com-postagematende aopadrãodequalidade exigidopelos órgãossanitários, além de ofereceruma qualidade de desenvolvi-mento superior às opções tra-dicionais como o esterco bo-vino, lodo de curtume e a adu-bação convencional”, explica oprofessorWaylsonZancanella.Durante um ano e meio, a

equipe do Ifes analisou amos-tras do produto e a concentra-ção idealparaoplantio. “Ome-lhor percentual que obtivemos

Carlos Avelino e

Clara dos Santos

Pesquisa do Ifes indica que compostagem feita com lixo domésticoatende ao padrão de qualidade exigido pelos órgãos sanitários

participam do projeto

A semente dasustentabilidade

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foi nasmudas plantadas que ti-nham90%decomposto e10%deterra.Asqueapresentavamosistemaradiculartiverammaioríndice de crescimento e o diâ-metro com melhor desenvolvi-mento, comprovando a quali-dade dos nutrientes e mais ra-pidez na cultura dos produtos,entre 45 e 90 dias”, explica aestudanteClaraBonfim,docur-sodeAgropecuária.A Prefeitura de Montanha

poderá pedir a certificação docomposto orgânico como pro-duto e futuramente vender aprodução. “O estudo compro-va queo composto está dentrodos parâmetros aceitáveis epoderá ser utilizado na pro-dução de alimentos. O traba-lhodoIfespodeservir tambémde incentivo para cidades quenão fazem coleta seletiva pas-sarem a investir no processo etambémna produção da com-postagem orgânica”, afirma osecretário de Agricultura eMeio Ambiente deMontanha,Bruno Pancieri de Lima.A compostagem é feita sem

adição de produtos químicos.“A princípio a gente acreditavaque não poderia ser usado emhorta,maso testedeuuma im-portância maior para o nossotrabalho”, afirma FlorisvaldoBrito,65anos,responsávelpelaproduçãoda compostagem.l

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Os resíduos orgânicos domésticos são

separados na coleta seletiva da cidade

Alunos recebem reforço deMatemática

Estudantes do ensino fundamen-tal estão recebendo aulas gra-tuitas de reforço para participarda Olimpíada Brasileira de Ma-temática das Escolas Públicas(OBMEP) por meio de um projetodo Campus Montanha.A iniciativa surgiu comoobjetivo

de reverter os resultados da cidadee demunicípios vizinhos, comoMu-curici, Pinheiros e Ponto Belo, namaior olimpíada estudantil do país.O projeto começou ano passadocom coordenação do professor deMatemática Eufelix Monteiro e acolaboração da professora PriscillaCodeco.Apesar de a preparação ter co-

meçadoapenasdoismesesantesdaprova, os resultados dos alunos doFundamental I (6º e 7º anos) foramanimadores. Juntas, as quatro cida-

des tiveram uma medalha de prata,quatro de bronze e nove mençõeshonrosas. Montanha, que em 2015havia conquistado umbronze, saltoupara uma prata e quatro bronzes.Pinheiros conquistou sua primeira

medalha de bronze.Neste ano também serão pre-

parados estudantes do FundamentalII, do8ºe9ºanos.Ealunosdo4ºe5ºanos estudarão para a OlimpíadaCanguru deMatemática.

Os professores Eufelix Monteiro e Priscilla Codeco

orientam o estudante Estevão Freitas Santos

Florisvaldo Brito

Responsável pela compostagemna UTC

“O produto podeser usado naprodução deuma alimentaçãosaudável”

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“Iniciativas comoessa levantam anossa autoestima.O consumidorreconhece”

Curso doProgramadeApoio àsAgroindústrias doNoroesteCapixaba temmelhorado a produção e ampliado a renda de famílias da região

ALEX GOUVÊA

Há quase 20 anos noramo de carnes defu-madas na zona ruraldeBarradeSãoFran-

cisco,BelarminoRosaFilhotemacertezaqueseunegócionuncacresceu tanto comonosúltimosdois anos. A produção, que an-tes era feita na cozinhade casa,ganhou inovações. A rendatambém aumentou. O divisorde águas foi o curso de capa-citação feito pelo Programa deApoio àsAgroindústrias doNo-roeste Capixaba, iniciativa doCampus Barra de São Francis-co,emparceriacomaprefeiturada cidade, a Universidade Fe-deral doEspírito Santo (Ufes) eo Sindicato das Micro e Peque-nas Empresas do Estado do Es-píritoSanto (Sindimicro-ES).O primeiro ciclo do progra-

ma será finalizado em junhodesteano,comarealizaçãodaterceira mostra dos produto-res, na praça central do mu-nicípio. O grupo capacitadoseráavaliadoacadatrimestre.No segundo semestre serãoabertas novas vagas.

INÍCIOO projeto começou em

2015. Várias oficinas foramrealizadas com temas quevão desde como gerir a pro-dução rural até informaçõesjurídicas, tributárias e licen-ciamento ambiental.Ao todo, 13 produtores de

pães, bolos, queijos, embuti-

dos e defumados, polpa defrutas, salgados, cachaças edoces de Barra de São Fran-cisco, Mantenópolis e ÁguaDoce foram capacitados na

primeira etapa. Segundo aprofessora Fernanda Chavesda Silva, coordenadora doprograma,asaulas tinhamfo-co em tecnologias de proces-samento,padronizaçãovisuale boas práticas de manipula-ção dos alimentos e higiene.“O grande desafio era tirar

os pequenos agricultores dainformalidade.Eles sabiamfa-zer, mas não tinham técnicasparamanter umprocessopro-dutivo”, lembra Fernanda.As aulas foram realizadas

comprofessoresdasáreasdeAdministração e Direito. Oprojeto contou com a parti-cipação de alunos do cursode Design da Ufes, que cria-ram a identidade visual dos

produtos, como as marcasdas agroindústrias.No caso da família de

Berlarmino, a agroindústriapassou a ser regularizada nosetor formal, possui CNPJ,nome e logotipo estampadonos produtos. “Levanta anossa autoestima o reconhe-cimento do consumidor, quepercebe um produto de me-lhor qualidade e embalado avácuo. Conseguiu agregarvalor ao produto final”.l

VEJA NA WEB

Conheça outros projetos doCampus Barra de São Fran-cisco no site gazetaonli-ne.com.br/caminhosdoco-nhecimento

Eliane, Wendel e Belarmino participaram de curso do Ifes e melhoraram a produção

Belarmino Rosa Filho

Produtor

Qualidade de bandeja

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Criação doCampusCentro-Serrano abriu uma janela de oportunidadespara os jovens da região que sonhavamemestudar

ALEX GOUVÊA

Alunos da EMUEF Adolpho Pagung veem no Ifes a possibilidade de continuar os estudos

VEJA NA WEB

Confira outros projetos doCampus Centro-Serrano nosite gazetaonline.com.br/caminhosdoconhecimento

Em dois anos de fun-cionamento, o Cam-pus Centro-Serranotem mudado a reali-

dade da região onde está in-serido. Construído no distri-to de Caramuru, entre as ci-dades de Santa Maria de Je-tibá, Santa Leopoldina e Do-mingos Martins, está trazen-do uma nova perspectiva pa-ra os jovens locais e tambémpara o desenvolvimento daRegião Serrana do Estado.O campus abriga cerca de

360 alunos nos cursos técnicointegrado e subsequente emAdministração. Mesmo semestar totalmente finalizado –aindaestáemexpansão,comaconstrução do segundo blocoacadêmico – a chegada do Ifestrouxe o asfaltamento da prin-cipal estradadeacesso, a cons-truçãodeumcampodefutebolsoçaite, e a instalação de umarede comercial nos arredores.A presença na região se tor-

nou um incentivo para alunosdas escolas públicas de ensinofundamental. “O Ifes realizaprojetos chamando os nossosalunos para visitar a institui-ção.Assalasdeauladocampus

são decoradas de forma lúdicapara receber crianças entre 6 e11 anos e reforçar a importân-cia da leitura. Os meninos sãotratados como futuros alunosdoIfes.Essascriançassãofilhos

deagricultores,elesestudariamnomáximo até o fimdo ensinofundamentalporaqui.Acomu-nidade está descobrindo o Ifesaos poucos”, afirma RosianeSoares Ponath, professora daEMUEFAdolphoPagung.Para Guilherme Lemke, 21

anos, o campus uniu a chancededarprosseguimentoaoses-tudos com a oportunidade dearranjar umemprego. Ele tra-balha como auxiliar de ser-viços gerais demanhã e à tar-de,eestudaànoite. “Termineio ensino médio, e como mui-tos aqui na região, tive queparar com os estudos. Fiqueium tempo apenas trabalhan-do na roça, até que emmarçode 2015 entrei como funcio-nário terceirizado. Logo de-pois me interessei em fazer ocurso subsequente, oferecidopara quem já se formou noensinomédio”, diz.l

Muito além da sala de aula

“Após a criação do Ifesvoltei ao sonho de fazerum curso superior.Quero seguir na áreade Administração.Quem tinha um futuroincerto na lavouraagora pode ter novasoportunidades de vida”Guilherme Lemke

Estudante

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Estudantes do Ifes que participamdaAsimov colecionampremiações emcompetições nacionais e atémesmoemeventos internacionais

Equipe de robótica reúne alunos de cursos técnicos e de graduação do Ifes

No andar superior doCampus Colatina,as paredes do labo-ratório estampam

desde a foto de Steve Jobs –umdos fundadoresda indús-tria de computadores Apple– até o desenho de umTrans-former – personagem de fic-ção científica ora robô, oracarro. A decoração faz jus-tiça às atividades desempe-nhadas por umgrupo forma-

do por alunos dos cursos téc-nicos em Informática paraInternet, Administração eEdificações, e superior emSistemas de Informação.Criada há dois anos, a pre-miada equipe de robóticaAsimov coleciona títulos.Onomedaequipeéumaho-

menagem ao russo Isaac Asi-mov,umdosprincipaisautoresde obras de ficção cientifica doinício do século passado

DESAFIOSNas competições, equipes

enfrentam desafios de fute-bol em 2D e montagem derobôs com kits educacionaisvoltados para alunos de en-sino superior, alémdeprovasteóricas e práticas de robó-tica, para alunos de ensinomédio. Os estudantes con-quistarammedalhas de ourona XV Competição Lati-no-Americana de Robótica(LARC) enaXIVCompetiçãoBrasileira de Robótica(CBR), além do bronze naOlimpíada Brasileira de Ro-bótica (OBR) 2016 na cate-goria Teórica.Segundo o professor Igor

Carlos Pulini, um dos cria-dores do projeto, a ideia deformar o time surgiu para in-centivar os alunos a progra-mar de forma mais fácil ecriativa, paraqueelespudes-sem ver na prática o que asaulas de programação pode-riam fazer.A equipe começou em

2015 com três alunos do en-

Equipe de robóticaé exemplo para o país

“Próximo acompetições,passamos a terencontros diários”

Igor Carlos PuliniProfessor

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sino superior deSistemasdeInformação e um do níveltécnico integrado em Infor-mática.Hoje são cerca de40estudantes, inclusivedecur-sos comoEdificações,Admi-nistraçãoeArquiteturaeUr-banismo.Estudante de Sistemas de

Informação, Caian Montei-ro, de 20 anos, pretende se-guir naáreade robótica, tra-balhando em automação ouaté mesmo dando aulas deinformática. “Desde criançaeu brincava com peças delego, fazendomontagens deobjetos”, brinca.A estudante do 2º ano do

ensinomédio integrado deInformática, Brenda Com-per, entrou para equipequando a Asimov era com-posta apenas por estudan-tes do nível superior. “Anopassado ganhamos o esta-dual. Foi uma surpresaporque enfrentamos equi-pes que já eram do 4º ano,que já haviam competidovárias vezes”. l

ProjetopararecuperaroRioDoce

A proximidade com o Rio Docedespertou nos estudantes doCampus Colatina a necessidadede realizar ações voltadas paraa recuperação da bacia hidro-gráfica. As frentes de trabalhoforam reunidas no projeto“Águas do Espírito Santo”, quecoordena ações de preservaçãoe recuperação dos recursos hí-dricos do Estado por meio detrabalhos de pesquisas e pro-jetos de extensão.De acordo com o coordenador

do curso de Saneamento Ambien-tal do Campus Colatina, AbrahãoElesbon, a ideia surgiu depois doprojeto “Diagnóstico Científico doRio Doce”, realizado em 2014 emparceria com a Rede Gazeta.

“Durante o levantamento doDiagnóstico do Rio Doce, notamosquealgumasaçõesquepropusemospoderiam ser replicadas para o Es-tado inteiro. Diante da seca históricajamais registrada, eramuitomais doque urgente fazer trabalhos nessasáreas. O programa está sendo de-senvolvidode formaembrionáriaemColatina, mas a ideia é replicá-lo naconservação de todos os recursoshídricos capixabas”, afirma.Os dados coletados serão apre-

sentados ao público pormeio de umsite de monitoramento atualizadoperiodicamente.Apesquisa tambémengloba o reflorestamento do en-torno do Rio Doce. O trabalho éexecutado por estudantes do cursodeSaneamentoeestádeterminando

a extensão da área degrada e ela-borando um estudo sobre quais es-pécie podem ser plantadas no local.

As alunas de Arquitetura e Ur-banismo Larissa Ferraz e JulianaLopes estão há seis meses noprojeto e estudam a redução dosimpactos humanos no rio atravésda implantação de um projeto ur-banístico na área.

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Alexandre Alves e Larisse Ramos participam do projeto de análise da água e reflorestamento

AlunosirãocompetirnoJapão

Aequipe daAsimov está pres-tes a fazer a sua primeira dis-puta fora do país. O time defutebol 2D, categoria acirradanas competições da robótica,conquistou o campeonato na-cional e agora vai disputar oRobocup 2017, o mundial noJapão, em junho.Aequipega-nhouodireitode irparaopaísdepois de sagrar-se campeãna Competição Latino-Ameri-cana de Robótica (LARC), emRecife-PE.

Juliana LopesEstudante

“Como temosuma urbanizaçãointensa, tudo acabasendo jogado nosistema de drenageme levado para o rio”

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Cominúmerosprêmiosnacionaise internacionais, oCampus Itapina jáé referêncianoensinodeCiênciasAgrárias. Eo interessedosalunosnãoparadecrescer

FOTOS: ALEX GOUVÊA

Referência nacionalno ensino das Ciên-cias Agrárias, o Cam-pus Itapina confirma

sua fama todosos anos comosalunos conquistando os pri-meiros lugares da OlimpíadaBrasileira de Agropecuária(Obap), competição científicapara estudantes de cursos doEixo Tecnológico emRecursosNaturais (técnicosemAgrope-cuária, Agricultura, Agroeco-logia,Zootecnia,Agronegócio,Alimentos eAgroindústria).Esteano,trêsalunosdocam-

pus foram selecionados para

compor o time que vai repre-sentar o Brasil na OlimpíadaInternacional de Ciências daTerra (Ieso). A competiçãoacontecerá em Cote d’Azur,França, entre 22 e 29 de agos-to.BrunoAbreuPancotto,Bru-na Oliveira Magnani e Gui-lherme Pancieri farão parte daequipe juntocomumestudan-te do Instituto Federal do RioGrande do Sul.De 2011, ano da primeira

edição, até hoje, o campusconquistou ao menos umamedalha de ouro em cincoocasiões. São premiadas as

15 equipes melhores coloca-das, sendocincomedalhistasde ouro, cinco de prata e cin-co de bronze. A melhor par-ticipação foi em 2015, quan-do a unidade colocou 40 ti-mes entre as 50 melhores dopaís, sendo três medalhas deouro, com as 1ª, 2ª e 4ª me-lhores notas por equipes.“Começamos com um grupo

pequeno. Tínhamos nove equi-pesnaprimeiraediçãodaObap.Agora inscrevemos umamédiade 60 times por ano. Para osalunos é umamotivaçãomuitograndeparticipardaolimpíada.Percebemos uma aplicação de-les durante as aulas de conhe-cimentos técnicosparachegaràcompetição, vencer e ganhar o

Bruna, Bruno e Guilherme preparam-se para

representar o Brasil em Olimpíada Internacional

Timede ouro

3do Campus Itapina farão

parte da equipe que vai

representar o Brasil na

Olimpíada Internacional

de Ciências da Terra

(Ieso), na França.

Alunos

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direito de participar de umaOlimpíada Internacional”, ex-plicaoprofessororientadorFre-dericoFigueiredo.Mario Lovo, hoje estudante

do curso superior de Agrono-mia, fez parte da equipe bra-sileiraqueseclassificouparaaIeso 2013, realizada na Índia,depoisdesermedalhadeourona Obap do ano anterior. “Atroca de informações e o con-vívio comestudantes domun-do inteiro acaba sendo maisimportante durante a Olim-píada. Passamos a conhecertécnicas agrárias utilizadasnos mais diversos cantos domundo”, diz o estudante.Segundo a coordenação do

Ifes,50%dosalunosdoensinomédio chegam amontar equi-pes para participar da seletivaon-line da Obap Para partici-par,alunoseprofessores sede-dicam de forma intensiva aosestudos, e muitas vezes atéadiantam matérias e assuntosque só seriam aprendidos nodecorrer do curso regular.Foioqueaconteceuem2015

comaequipe “BaoCubo”, for-mada pela aluna do curso téc-nico integrado em Zootecnia,Bruna Oliveira, e os alunos deagropecuária Bruno Pancottoe Guilherme Pancieri, que setornou a primeira equipe decalourosaconquistarumame-dalha na história da Obap, fi-cando comobronze.O trio é omesmo classificado para o ti-me brasileiro que disputa a Ie-so deste ano.“Tínhamos acabado de en-

trar na escola e tivemos queadiantar disciplinas que estu-daríamos no último semestreparapoderparticipardaOlim-píada. A prova agrega muitoconhecimento.Éumasituaçãode simulação de uma realida-de que vamos enfrentar quan-do formos profissionais”, ex-plicaGuilherme.l

Umjardimdeinclusãoeaprendizado

Umapracinha em formade labirintogarante ao Campus Itapina a pre-sença de visitantes especiais. Inau-gurado em 2014, o Jardim Sensorialé um projeto de extensão voltadopara garantir uma atividade lúdica einclusiva para deficientes visuais ecomunidade em geral da cidade.

São aproximadamente 45 es-pécies emuma área de 325metrosquadrados e 70 metros de per-curso. O espaço também conta

com placas com os nomes e in-formações de cada espécie emportuguês e braile, e piso especial.

Uma das vantagens do projetoé desenvolver os chamados “sen-tidos adormecidos”. Mesmo umapessoa que enxerga, quando co-loca a venda nos olhos, passa adesenvolver outros sentidos, por-que a visão acaba suprindo essasoutras necessidades.

Cega desde o nascimento,Me-

ryuleDamas, de 18 anos,mora emColatina e já conhece o JardimSensorial do Campus Itapina.“Além de estarmos próximos danatureza, temos a oportunidadede sentir as plantas. Na maioriados lugares que nós vamos, exis-tem avisos proibindo que vocêtoque as plantas, mas para nósisso é muito ruim. Essa é umainiciativa maravilhosa e inclusi-va”, explica a jovem.

aprova a iniciativa do jardim sensorial

Meryule Damas, que nasceu cega,

“A gente vai conhecendoas plantas pela textura,pelo cheiro. É umaexperiência única paranós. A cada visitaa gente aprende erelembra os detalhes”Luzia Helena Gava

Dona de casa

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Campusvai sediar o LaboratóriodeTecnologiaCerâmica, queestudará tiposdeargila queexistemnoEstado, áreasparaexploração, alémde ter condiçõesdeanalisar produtosacabados

FOTOS: ALEX GOUVÊA

Professor José Júlio diz que as informações vão facilitar trabalho da indústria

Inaugurado em 1941, amais antiga entre as uni-dadesdoIfesnointeriordoEstado, o Campus Santa

Teresavaiescrevermaisumca-pítulo de sua contribuição téc-nica e acadêmica para o de-senvolvimento da economiacapixaba. A escola vai sediar, apartirdemaio,oLaboratóriodeTecnologia Cerâmica (Teccer),fomentando o desenvolvimen-to do setor, que gera cerca de 3mil empregos diretos e 7 milindiretos noEspírito Santo.“Vamos estudar os diversos

tipos de argila que existem noEstado para saber quais são asregiõesque têmpotencial paraexploraçãodematéria-primaeremeter essas informações pa-raaindústria,quepassaráasermais certeira nas indicações eno pedido de licenciamentopara exploração”, diz o profes-sorJoséJúlioGarciadeFreitas,responsável pelo Teccer.Quatro estagiários dos cur-

sosdeAgronomiaeTecnólogoem Análise e Desenvolvimen-todeSistemasvãoatuardesdea etapa de amostragem até oestudo superficial do produtofinal. Alémdisso, poderãopôrem prática estudos aprendi-dos em sala de aula.Atualmente, as análises das

argilas utilizadas nas empresascapixabas são enviadas paraSão Paulo. “Quando chegava oresultadodaanálise,nós tínha-mosterminadodeextrairoma-terial daquela área. Agora te-

remos a facilidade”, afirmaMárcia Volpi, proprietária deumaempresade cerâmica.O laboratório terá condições

de estudar o produto acabado,como telhas, blocos e revesti-mentos, e quais insumos des-cartados de outros setores – co-mo o de rochas ornamentais emadeireiro–poderãoserabsor-vidosnaproduçãoda cerâmica.Segundo o professor José Júlio,a indústria cerâmica tem capa-cidadedeaproveitamentodere-síduosdeoutros segmentos.“Vamosestudarapossibilida-

de de dopagem da argila comoutrosmateriais, como granitoemármore. A aplicação dessesresíduosseriaumavertentepa-ra uma melhoria significativadomaterial produzido”.l

Xôseca!Estudantes do curso de Agronomia do Campus Santa Teresa estão à frentedo projeto de irrigação por gotejamento nas propriedades rurais domunicípio.O planejamento tem salvadomuitas propriedades. Quer saber como oprograma funciona? Então vai lá no gazetaonline.com.br/caminhosdoconhecimento e confira a matéria completa.

Pioneirismo no Estado

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Redescobrindoa naturezaProjeto ensina soluções agroecológicas para trabalhadores rurais depropriedades de quatro distritos da região de Ibatiba

“Tudo que a na-tureza produzservedeadubopara ela mes-

ma”. A frase do agricultor Ro-selito Nantes Hybner resumebemaideiapropagadanocursode Agricultura Familiar Orgâ-nico, um projeto do CampusIbatiba, quemudou a forma deprodução de trabalhadores ru-rais empropriedades de quatrodistritos da região: CórregodosRodrigues,CórregodoPerdido,SantaMaria e Carangolas. Pro-dutoresforaminstruídosafazera transiçãoparaaagroecologia,aprendendo a trocar o uso dequalquerprodutoquímicoefer-tilizante por soluçõesnaturais.O projeto é voltado para pe-

quenos produtores de base fa-miliar e que têm o café como

Na propriedade de Venilson Rosa,

plantações e gado têm atenção especial

principal fonte de renda. Deacordo com o professor Arnal-do Henrique, coordenador doprojeto, a implantação do mo-delo agroecológico caminha

junto com a educação ambien-tal. “Propusemos aos agricul-toresaimplantaçãodeumatec-nologia social chamada Produ-ção Agroecológica Integrada e

Sustentável(Pais).Aideiaéim-plementar a diversificação decultivo eusar a própria lavouracomo fonte de insumo”.Empouco tempo, os 30 agri-

cultores capacitados nas duasprimeiras turmas do projetopassaramaexperimentarousodas técnicasagroecológicase járelatam melhorias. Um dosexemplos ocorreu na proprie-dade de Venilson Rosa, mora-dor do Córrego dos Rodrigues.Produtor há 28 anos, ele ga-rante estar vivendo o melhormomentodecultivo.Aproprie-dade, que antes só tinha café ealgumas cabeças de gado lei-teiro, passou a dividir espaçocomumgalinheiroeumahortacircular nomeiodo terreno.“Tudo funciona em ciclo sus-

tentável. O que sobra da horta,uso para alimentar as galinhase o gado. Os animais me dão oesterco para adubar a lavourade frutas”, afirmaVenilson.Já Roselito Nantes Hybner

eliminou o uso de agrotóxicosna propriedade há três anos.Passou a usar micro-organis-moseficazes(EM),cultivadosapartir da coleta de fungos emarroz integral cozido. O resul-tado da utilização de recursosnaturais já ficaevidentenapro-duçãodeuvasdasespéciesNiá-gara e Isabel. A fazenda viroupontode visitaçãopara turistase outros produtores, que vêmver aproduçãodeuvas.l

Formação

SimoneMedenval éuma das professorasque participaram docurso de formaçãocontinuada paraprofessores da redemunicipal, oferecidopelo Ifes de Ibatiba.Vai lá no sitegazetaonline.com.br/caminhosdoconhecimento e saibamais sobre as novidadespara este ano.

FOTOS: ALEX GOUVEA

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Estudantes e professorparticipamdeprojetoque ensina técnica debeneficiamento de café

Vivendo um períodode consolidação nomercado brasileiro, oramo de cafés espe-

ciais tem se tornado uma ma-neira dos agricultores agrega-rem valor ao produto. Umpro-jetodoCampusVendaNovadoImigranteestáimpulsionandoocultivo a partir do estudo detécnicasdebeneficiamento.A pesquisa é feita no Labo-

ratório de Análise Sensorial deCafé do campus por um grupode três alunos bolsistas do cur-so superior de Ciência e Tec-nologiadeAlimentos, soboco-mandodoprofessorLucasLou-zada. Produtores rurais sãoatendidos, de forma gratuita,emduasfrentesdetrabalho:naanálise sensorial ou na pesqui-sa de processamento.Aolongodetrêsanos,maisde

500 famílias da área que com-preende Alfredo Chaves até aZonadaMata deMinasGerais,foram atendidas direta ou in-diretamente pelo laboratório emais de 3 mil amostras foramprocessadas. Para este ano aprevisão é o processamento demais 1.500amostras.“É claro que existem re-

Cheiro de pesquisade qualidade

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Luiz Henrique, João Paulo, Dério Brioschi

e o professor Lucas Louzada

pesquisam melhorias para o café

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Tradição e arte resgatadas emprojeto

A professora Maria José Correa de Souza criou o programa Eco Arte

giões que sãomais oumenospropícias para um bom café,mas dá para entregar para oconsumidor algo melhor doque a natureza lhe propor-ciona. O ponto-chave é a hi-giene, feita com rigor. A na-tureza faz a parte dela,mas oprodutor temachancede co-locar emprática ações de be-neficiamento pós-colheita.Mostramos aqui que é pos-sível elevar a qualidade e va-lorizar ematé10vezes opre-çodocaféatravésde técnicasde secagem, torra e armaze-namento”, explica Lucas.Os bolsistas passarama apli-

car as técnicas de beneficia-mento em suas plantações. OalunoDérioBrioschiJuniorpe-la segunda vez está exportan-do a safra sem intermediáriospara Estados Unidos e Chile,ganhando até três vezes maisdo quenomercado interno.Já Luiz Henrique Bozzi teve

que passar por um período detestes para convencer a famíliasobre as mudanças. Eles cede-ram 20% da lavoura para elefazer os experimentos. “Intro-duzi mudanças no sistema depoda, adubação e no métodode secagem. A primeira safraserviude análise interna e con-venceu a família. Apartir desteano,100%dapropriedadeserádedicada à produção de cafésfinos”, afirmaobolsista.l

Tudo começou com a ideia detransformar em artesanato o papelque seria jogado fora todos os diasno Campus Venda Nova do Imi-grante. A proposta deu tão certoque resultou na criação de umafeira. Presente no calendário oficialde eventos do município desde oano passado, a Eco Arte na Praça jáé a maior feira do município e re-cebe em média 600 visitantes emcada edição, sempre no primeirosábado do mês.

A feira nasceu como um braçodo programa Eco Arte, iniciado em2012, pela professora Maria JoséCorrea de Souza, que propôs umprojeto de pesquisa e extensão pa-ra oferecer oficinas de como rea-proveitar o papel descartado dia-riamentenocampusnaconstruçãode objetos artísticos e utilitários, eque poderia gerar renda para acomunidade. A primeira ediçãoaconteceu em 2015.

Montada na Praça Padre Emílio,ao lado da Igreja Matriz, a feiraconta combarracas de 30 artesãos

e 15 de produtos gastronômicos.“Queremos transformar a Eco Arteem uma referência em artesanatono país, trabalhando com produtosdiferenciados e com sustentabili-dade”, frisa a professora.

Patrícia Neide Moura mu-dou-se para Venda Nova há cincoanos. Formada em Comércio Ex-

terior, teve que abandonar seumercado profissional na cidade.Quando conheceu a Eco Arte re-solveu reviver um antigo hobby:criar acessórios infantis, comobonecas e laços feitos de retalhose garrafas pet. “Graças à feirapassei a viver exclusivamente daarte”, comemora.

“Graças à feirapassei a viverexclusivamenteda arte. O que eunão vendo no diado evento, acabovendendo depois”Patrícia Neide Moura

Artesã

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Núcleo de Estudos emAgroecologia e Produção estámapeando áreas de plantaçãoorgânica, para criar intercâmbios entre produtores e fazer um roteiro turístico

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Referência estadualno estudo da relaçãoentreoprodutorrurale o meio ambiente, o

Núcleo de Estudos em Agroe-cologia e Produção Orgânicado Sul do Estado (Neases), doCampus de Alegre, está ma-peandoas propriedades ruraisque praticam técnicas agroe-cológicas,paraacriaçãodeumcatálogo informativo do setore, futuramente, um roteiro deagroturismo na região do Li-toral Sul aoCaparaó.Otrabalho,quecomeçouem

agosto de 2016, visa oferecercapacitação por meio de um

curso para produtores troca-rem experiências. Serão ma-peadas as propriedades quetrabalham com agroecologia,produção orgânica ou que es-tão em transição para a pro-dução agroecológica.Professor do Ifes e coorde-

nador do Neases, WallaceLuís de Lima, explica que olevantamento ainda está emfase de execução, mas já foiidentificada a existência de164 propriedades na região.As informações catalogadaspor um grupo de oito bol-sistas da instituição serãodisponibilizadas emumapli-

As alunas Paula e Pâmela e a professora Renata

participam do projeto com sementes crioulas

cativo para celular, que ser-virá de roteiro para visitas deturistas nas propriedades.“Aplantação temque respei-

tar a natureza, adequar-se àrealidade do local. Esses agri-cultores estão tendo uma di-versificação de renda e au-mentando a qualidade de suaprópria alimentação”, explica.Instaladodesde2012emum

espaçode30hectaresnoCam-pus de Alegre, o terreno doNeases possui 2,4 hectares deárea dedicada ao cultivo ex-perimental de espécies pormeio de técnicas agroecológi-cas, entre elas, alface, couve,cebolinha, salsa, pimenta, ra-banete, jiló, quiabo, banana,abacate, ingá e maracujá.Atualmente, aproduçãoédes-tinadaaorefeitóriodocampuse à distribuição de sementespara produtores da região.

SEMENTESCRIOULASO Neases também é aber-

to para a realização de ini-ciativas educacionais doCampus de Alegre. Um des-ses projetos foi realizadopor estudantes do curso téc-nico integrado em Agroin-dústria comousode semen-tes crioulas, que não pos-suem modificação genéticae podem ser multiplicadaspor meio do plantio.“As meninas acharam im-

portante dar continuidadeaoprojetoenãoguardaresseconhecimento para elas”,contaaprofessoraRenataAl-ves da Silva.As estudantes Paula da Sil-

va Soares e Pâmela Tatagibafizeram parte do grupo, queresolveu criar uma pequenaplantaçãodemilho feitaape-nas com sementes crioulas.As sementes cultivadas serãonovamente compartilhadaspara dar continuidade à dis-seminação das espécies. Dos200 gramas iniciais de se-mente de milho, estima-seque serão redistribuídos desete a oito quilos. l

Para colherum futuro melhor

Wallace Luís de Lima

Professor do Neases

“A plantação temque respeitar anatureza, adequar-seà realidade do local”

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A região do Caparaó, no Sul doEstado, divisa comMinasGeraiseRiodeJaneiro,éconhecidaporser umadasmaiores produtorasde café do país. Mas o sucessoque antes era obtido pelas gran-des propriedades, agora tam-bémévividopelospequenos ca-

feicultores. Parte desse êxitovem da parceria com aCaparaó Jr, uma em-presa de alunos docurso superior deTecnologia emCafeicultura doCampus de Ale-gre.Nos últimos

seteanos, aem-presa tem de-senvolvido tra-balhos de con-sultoria e assis-tência técnica a1.600cafeiculto-res de pequenoporteeagriculturafamiliar doEspíritoSanto e do interiorde Minas Gerais.De lá para cá fo-

Sucesso quebrota da terra

Formação inéditanoEstado

Em julho deste ano, o Campus deAlegre irá formar a primeira turmado curso de Formação de Trei-nadores e Instrutores deCães-Guia. Apenas Alegre e oCampus de Camboriú, do Insti-tuto Federal Catarinense, pos-suem Centro de Treinamento.

A turma capixaba conta comcinco alunos e 13 cães da raçalabrador se encontram em fasefinal de treinamento. O curso temtrês etapas. Na primeira, o animal

desenvolve a socialização ao serabrigado por 15 meses por umafamília. Depois, eles voltampara ocentro de treinamento. Os alunosacompanham todo o processo, in-clusive o treinamento feito na rua,quando o cão aprende a localizarmeio-fio, parar, desviar de obs-táculos e receber comandos dedireção. Na terceira etapa, os cãesaprovados são entregues aos de-ficientes visuais para um proces-so de adaptação.

ram dezenas de títulos para aregião do Caparaó no concursonacional da Associação Brasilei-rada Indústria doCafé (Abic).Deacordocomopresidenteda

Caparaó Jr., Eduardo Sudré, aempresa presta serviços de aná-lise de solo, assistência técnica,análises foliares, visita a campo,reuniões de planejamento e ges-tão do agronegócio, assistênciapersonalizada e incentivo a cria-çãodeassociações.Ex-presidente da Caparaó Jr.

e formado no Campus de Ale-gre,MaykHenriqueSouzaago-ra presta serviços na empresajúnior. Ele implantou a capaci-tação de agricultores em suapropriedade.Alémdeaumentara lavoura, reduziu a compra deinsumos e elevouaprodução.“Após a análise de solo, co-

meçamosaobter resultadospo-sitivos. Aumentamos a quanti-dade de lavouras e pensamosem investir no ramo de cafésespeciais”, diz. Na propriedade,com 10 mil plantas eram co-lhidas 40 sacas de café, agorasão75.

Campus de Alegre oferece curso

para treinadores de cães-guia

Mayk implantou a capacitação de

agricultores na propriedade da família

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Projeto realizado por professores e estudantes doCampusCachoeiro de

Itapemirimmostra que a disciplina pode sermuitomais divertida

ALEX GOUVÊA

Com apenas algunscomandos, labare-das de fogo dançamao som de músicas.

O show nada mais é do queexperimentos realizados porestudantes do Campus Ca-choeiro de Itapemirim du-rante uma apresentação doShow da Física, projeto cria-do há quase cinco anos naescola pelos professores

Campusfirmaparceriacomoutrasescolas

Perto de completar 12 anos deatividades, o Campus Cachoei-ro de Itapemirim temexpandidoseu raio de atuação na comu-nidade por meio de projetos deextensão e pesquisa que en-volvem estudantes da rede pú-blica de ensino. Uma dessasfrentes de pesquisa visa ana-lisar a areia comercializadaparaa construção civil.Desenvolvido em parceria

com os alunos do ensino fun-damental da EMEB Julieta DepsTallon, no bairro Zumbi, o pro-jeto foi homologado pela Fun-dação de Amparo à Pesquisa eInovação do Espírito Santo (Fa-pes). “Hoje são poucas as cons-trutoras que exigem que se fa-çam análises na qualidade desuas areias nas construções emCachoeiro. Areia muito grossaou muito fina além do aceitávelfaz com que a massa perca re-sistência”, explica o professorEliseu Romero.

Whortton Vieira Pereira eEliseu Semprini Filho.A ideia consiste em uma

apresentação de conceitosda Física de forma teatral,com experimentos lúdicose cômicos.O showé coman-dado por 18 alunos de cur-sos técnicos integrados aoensinomédio, que realizamcerca de dez experimentosenvolvendo princípios co-

Durante as apresentações, os estudantes

realizam cerca de dez experimentos

mo velocidade, som, eletri-cidade, termodinâmica,entre outros.Os estudantes são volun-

tários para as apresentaçõesna Jornada Acadêmica deCiência, Tecnologia e Cultu-ra (Jacitec) que aconteceanualmente no campus. “Osalunos ficam de dois a trêsanosnoprojeto. Fazemosumprocesso seletivo interno”,

explicaWhortton.Em média são realizadas

seis apresentações por anoem escolas ou em áreas pú-blicas. “O show cumpre doispapéis: divulgar a ciência e oIfes”, afirma Eliseu.Assim como em uma apre-

sentação de mágica, os alunosfazemasexperiências,masnãorevelam os “segredos”. “Nossaideia é não entregar o conceitode mão beijada, e sim instigarque eles façam uma pesquisa,descubram por conta própria”,explica Thomas Nascimento,de16anos, estudante do cursointegrado emMecânica.l

ísica em umpasse de mágica

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