115
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO MARANHÃO PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA PARASITÁRIA SÃO LUÍS 2012 VIVIANE MENEZES DE MENEZES ADESÃO E FORMAÇÃO DE BIOFILME POR ISOLADOS CLÍNICOS DE Candida spp

VIVIANE MENEZES DE MENEZES ADESÃO E FORMAÇÃO DE … Menezes de... · PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, ... se algum de vós tem falta de sabedoria, ... agregação no material

  • Upload
    ledang

  • View
    226

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO MARANHÃO PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA PARASITÁRIA

SÃO LUÍS

2012

VIVIANE MENEZES DE MENEZES

ADESÃO E FORMAÇÃO DE

BIOFILME POR ISOLADOS

CLÍNICOS DE Candida spp

ii

VIVIANE MENEZES DE MENEZES

ADESÃO E FORMAÇÃO DE BIOFILME POR ISOLADOS CLÍNICOS DE

Candida spp

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Biologia Parasitária

como requisito para a obtenção do título

de Mestre em Biologia Parasitária.

Orientador: Prof(a). Dr(a). Cristina de

Andrade Monteiro

Co-orientador: Prof(a). Dr(a.) Patricia

de Maria Silva Figueiredo

SÃO LUÍS

2012

iii

Menezes, Viviane Menezes

Adesão e Formação de Biofilme por isolados clínicos de Candida spp.

/ Viviane Menezes de Menezes. – São Luís, 2012.

102 f.

Orientador: Prof(a). Dr(a). Cristina de Andrade Monteiro

Dissertação (Mestrado em Biologia Parasitária) – Centro Universitário

do Maranhão, UNICEUMA, 2012.

1. Candida spp, fatores de virulência, adesão, biofilme, sítios

anatômicos.

CDU

1.1.1.1.1.1.1 CDU 616.24 – 002.5

iv

Viviane Menezes de Menezes

ADESÃO E FORMAÇÃO DE BIOFILME POR ISOLADOS CLÍNICOS DE

Candida spp

A Comissão julgadora da Defesa do Trabalho Final de Mestrado

em Biologia Parasitária, em sessão pública realizada no dia 09/04/2012,

considerou a candidata

( X ) APROVADA ( ) REPROVADA

_____________________________________________________ Profa. Dra. Rosimary de Jesus Gomes Turri

_____________________________________________________ Prof. Dr. Valério Monteiro Neto

_____________________________________________________ Profa. Dra. Patrícia de Maria Silva Figueiredo

_____________________________________________________ Profa. Dra. Cristina de Andrade Monteiro – orientadora

v

À Deus, por ser o meu Senhor, meu

Salvador, o Todo-Poderoso, o meu guia e que

me fortalece em todos os momentos.

Ao meu marido Neyderman Amorim,

meu grande companheiro e amigo. Seria

definitivamente impossível chegar até aqui

sem você. Agradeço pelos esforços e pela

compreensão em todo o desenvolvimento

deste trabalho, pela união e cuidados com

nossos filhos, nossa maior riqueza Mateus

Vitor, Marcos Levi e André Felipe, o meu

caçula, que chegou durante a finalização desta

etapa da minha vida. Amor é a palavra mais

simples e verdadeira que poderia dizer a

vocês.

À minha mãe, Valdecy Menezes, meu

pai, Antonio Carlos Menezes, que foram o

berço de toda minha criação e são os

responsáveis pelo meu caráter, meu irmão

Marcelo Menezes por seu auxílio nas horas

de necessidade.

À minha irmã Valéria Menezes por

sua ajuda inestimável, por todos os momentos

felizes e tristes, nos momentos de força e

fraqueza. Um muitíssimo obrigado é pouco

diante de tudo que passamos.

vi

AGRADECIMENTO ESPECIAL

À minha orientadora, Profa. Dra. Cristina de Andrade Monteiro, pelo

apoio, toda amizade e carinho, que me “adotou” durante este período e

contribuiu enormemente para minha formação critica e reflexiva diante da

ciência. Através de seu incentivo, ampliei meus conhecimentos, cresci

enquanto profissional e somei experiências jamais imagináveis antes de

nosso encontro, foi compreensiva e educadora. É impossível, apenas em

palavras, agradecer por todas as oportunidades, por todas as instruções,

pelo auxílio e paciência. A senhora é meu espelho como pesquisadora,

orientadora e educadora.

vii

AGRADECIMENTOS

À toda minha família, que sempre me apoiou na minhas decisões.

À minha co-orientadora, profa. Dra. Patrícia de Maria Silva Figueiredo,

pela cooperação, força, incentivo, contribuição científica e todos os

ensinamentos providos durante esta formação, inclusive as palavras

firmes que eram necessárias serem ditas.

Ao prof. Dr. Silvio Gomes Monteiro, quem colaborou significantemente

nas análises estatísticas e tão prontamente estava acessível a todos.

A todos do laboratório do Núcleo de Doenças Infecciosas e Parasitárias do

Centro Universitário do Maranhão pela grandiosa convivência, em especial

a Iven Neylla Farias Vale, que foi mais que uma colaboradora, foi

amiga, companheira, parceira em todos os momentos de pesquisa.

Aos meus colegas da segunda turma do Mestrado de Biologia Parasitária

Marcia Boor, Alícia, Roxana, Suzane, Inácio, Kênia, Ione e Adriana.

Aos diretores da Faculdade de Educação de Bacabal que investiram e

acreditaram no meu trabalho, deram apoio e oportunidade de crescimento

na carreira acadêmica e aos meus colegas docentes e técnicos pela

colaboração e palavras de incentivo em todo tempo.

Aos irmãos em Cristo da Igreja Batista Pioneira, em especial a minha

amiga Rosilene Assunção, que estiveram dando força e orando pelas

minhas vitórias.

A todos aqueles que contribuíram indiretamente durante mais esta etapa

de minha vida.

viii

“E, se algum de vós tem falta de

sabedoria, peça-a a Deus, que a

todos dá liberalmente”.

Tiago 5:1a

ix

RESUMO

A adesão e produção de biofilme têm sido apontadas como potenciais

fatores de virulência para desenvolvimento de candidíases e candidemias, pois tratam de mecanismos primários de infecção, principalmente em

pacientes imunocomprometidos. Estudos indicam que a presença de biofilme se constitui um mecanismo de resistência a ação dos antifúngicos

dificultando o tratamento dessas infecções. Esse estudo avaliou a

capacidade de adesão e formação de biofilme, em material inerte, in vitro, de 123 amostras de Candida isoladas de pacientes de diferentes sítios

anatômicos sendo 64 de C. albicans, 22 de C. tropicalis, 19 de C. parapsilosis e 18 de C. glabrata. As amostras foram cultivadas em meio

BHI incubadas a 37°C por 18h para adesão e, suplementadas com glicose, para formação de biofilme, a 37°C por 24h. Os ensaios de adesão foram

padronizados como negativo (-), menos de 01 célula por 70 campos lidos; fraca (+), apenas 01 a 10 células por 50 campos; moderada (++), acima

de 10 células por 30 campos ou forte (+++), acima de 25 células por 20 campos. A produção de biofilme foi determinada através da leitura de

absorbância em leitor de ELISA, classificadas como negativas, fraco (+1), moderado (+2), forte (+3) e muito forte (+4). Total de 93 (79%) dos

isolados foram aderentes sendo 42 (45%) com capacidade de adesão moderada ou forte. Os resultados de biofilmes mostraram 63 (51,2%) de

positividade sendo que 20 (91%) de C. tropicalis apresentaram biofilme

positivo, 55% destas no grupo +2 e +3, com capacidade significantemente maior que para as demais espécies (p < 0,0001). Os

isolados estudados também apresentaram padrões diferentes de agregação no material inerte sugerindo graus variáveis de patogenicidade

no gênero Candida. Verificou-se que amostras de C. não-albicans foram mais aderentes e mais produtoras de biofilme, sugerindo maior expressão

de fatores de virulência e, portanto maior incidência de infecções fúngicas por espécies de C. não albicans.

Palavras-chave: Candida spp, fatores de virulência, adesão, biofilme,

sítios anatômicos.

x

ABSTRACT

Adhesion and biofilm production have been identified as potential

virulence factors for developing candidiasis and candidemia, since they are primary mechanisms of infection, especially in immunocompromised

patients. Studies indicate that the presence of biofilm is a mechanism of action of antifungal resistance makes treating these infections. This study

evaluated the ability of adhesion and biofilm formation, in inert material,

in vitro, of 123 samples of Candida isolated from patients from different anatomical sites and 64 C. albicans, 22 C. tropicalis, 19 C. parapsilosis

and 18 C. glabrata. The samples were grown on BHI incubated at 37 ° C for 18 hours for membership, and supplemented with glucose for biofilm

formation at 37 ° C for 24h. The adhesion assays were standardized as negative (-), less than 01 cells per 70 fields read, weak (+), only 01 to 10

cells per 50 fields; moderate (++), above 10 cells per 30 fields or strong (+++), above 25 cells per 20 fields. The production of biofilm was

determined by absorbance reading in ELISA reader, classified as negative, weak (+1), moderate (+2), strong (+3) and very severe (+4). Total 93

(79%) isolates were adherent and 42 (45%) with ability to moderate or strong adhesion. The results of biofilms showed 63 (51.2%) positivity and

20 (91%) of C. tropicalis biofilms were positive, 55% of this group in +2 and +3, with a capacity significantly higher than for other species (p

<0.0001). All isolates also had different patterns of aggregation in the

inert material suggesting varying degrees of pathogenicity in the genus Candida. It was found that strains of non C. albicans were more adherent

and producing more biofilm, suggesting higher expression of virulence factors and therefore higher incidence of fungal infections by species of

non C. albicans.

Keywords: Candida spp, virulence factors, adhesion, biofilm, anatomical

sites.

xi

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Esquema das camadas da parede celular de leveduras

do gênero Candida. As manoproteínas são encontradas

em toda a parede celular. (CALDERONE, BRAUN, 1991)

05

FIGURA 2 Secreção e ancoramento na superfície celular de

adesinas fúngicas. (VERSTREPEN, KLIS, 2006)

08

FIGURA 3 Fases de formação do biofilme de Candida numa

superfície de dispositivo médico. 1 – Superfície do

cateter condicionado a adesão. 2 – Adesão primária

das leveduras. 3 – Formação das camadas basais das

microcolônias das leveduras e fixação à superfície. 4 –

Maturação do biofilme com leveduras, hifas, pseudo-

hifas envolvidos na matriz polimérica matriz polimérica

extracelular. Adaptado de Cardoso, 2004

14

FIGURA 4 Distribuição de frequência de isolados de diferentes

espécies de Candida em relação aos sítios de origem e

o nível de aderência.

27

FIGURA 5 Padrões de aderência em isolados de C. parapsilosis.

Isolado proveniente de sangue evidenciando um

aspecto difuso na aderência a lamínulas (a); Isolado

proveniente de urina evidenciando um aspecto

localizado de aderência a lamínulas (b); Isolado

proveniente de sangue evidenciando um aspecto

agregativo na aderência a lamínulas (c). Isolado

proveniente de urina evidenciando um aspecto pseudo-

hifal (d).

31

FIGURA 6 Estatistica descritiva e testes de Kruskal Wallis e

Student-Newman-Keuls para espécie em relação à

capacidade de formação de biofilme (Kruskal Wallis =

22.64, p < 0,0001; a,b,c Letras diferentes significa p <

36

xii

0,05 pelo teste de Student-Newman-Keuls)

FIGURA 7 Estatistica descritiva e testes de Kruskal Wallis e

Student-Newman-Keuls para sítio de origem em

relação à capacidade de formação de biofilme (Kruskal

Wallis = 2.33, p = 0.6746; a Letras iguais significa p ˃

0,05 pelo teste de Student-Newman-Keuls)

37

FIGURA 8 Estatistica descritiva e testes de Kruskal Wallis e

Student-Newman-Keuls para a capacidade de formação

de biofilme medida pela absorbância em relação à

espécie (Kruskal Wallis p < 0.001; a,b,c Letras diferentes

significa p < 0,05 pelo teste de Student-Newman-

Keuls)

39

FIGURA 9 Estatística descritiva e testes de Kruskal Wallis e

Student-Newman-Keuls para a capacidade de formação

de biofilme medida pela absorbância em relação à

espécie (Kruskal Wallis = 1.78, p = 0.7748)

40

xiii

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Manoproteínas (MP) de C. albicans. (Adaptado de

STURTEVAN, CALDERONE, 1997)

09

TABELA 2 Distribuição de frequência dos 123 isolados clínicos de

Candida obtidos de diferentes sítios de origem.

19

TABELA 3 Classificação do nível de capacidade de adesão dos

isolados de Candida.

25

TABELA 4 Níveis da capacidade de adesão dos isolados de

Candida em relação à espécie e ao sítio de origem

26

TABELA 5 Estatistica descritiva e teste de Kruskal Wallis da

adesão em relação à espécie.

28

TABELA 6 Estatistica descritiva e teste de Kruskal Wallis da

adesão em relação ao sítio.

29

TABELA 7 Distribuição do padrão de aderência das espécies de

Candida, em relação à espécie e ao sítio de origem.

32

TABELA 8 Capacidade de Formação de Biofilme dos isolados de

Candida, em relação à espécie e ao sítio de origem.

35

1

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ATCC American Type Culture Collection

ALS Agglutinin-like sequences

ABS Asorbância

BHI Infusão Cérebro Coração

CLSI Clinical and Laboratory Standards Institute

GPI Glicosil Fosfatidil Inositol

HWP 1 Hyphal wall protein

INT 1 Integrina 1

MP

NaCl

nm

PBS

SAP

DAS

Manoproteína

Cloreto de Sódio ou Solução salina

Nanômetro

Tampão fosfato salino

Proteases ácidas de aspartate

Sabouraud Dextrose Agar

UFC

µL

Unidades formadoras de colônias

Microlitros

2

SUMÁRIO

RESUMO ........................................................................................ viii

ABSTRACT ....................................................................................... ix

LISTA DE FIGURAS ........................................................................... x

LISTA DE TABELAS .......................................................................... xii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................. xiii

1 INTRODUÇÃO ................................................................ 1

1.1 Infecções e Candida ..................................................... 1

1.2 Parede Celular .............................................................. 4

1.3 Virulência e capacidade de adesão ............................... 6

1.4 Formação de biofilme ................................................... 12

2 OBJETIVOS ................................................................... 17

2.1 Objetivo geral .............................................................. 17

2.2 Objetivos específicos ................................................... 17

3 METODOLOGIA............................................................. 18

3.1 Amostras ..................................................................... 18

3.2 Aderência em material inerte ....................................... 20

3.2.1 Preparação da suspensão de Candida para os ensaios de

adesão ..........................................................................

20

3.2.2 Aderência a lamínulas e análise microscópica ..................... 20

3.3 Formação de biofilme ................................................... 22

3.3.1 Preparação da suspensão de Candida para os ensaios de

biofilme .........................................................................

22

3.3.2 Análise da formação de biofilme ....................................... 22

3.4 Análise estatística ........................................................ 23

4 RESULTADOS ................................................................ 24

4.1 Capacidade de Adesão .................................................. 24

4.2 Formação de Biofilme ................................................... 33

5 DISCUSSÃO .................................................................. 41

3

6 CONCLUSÕES ............................................................... 50

REFERÊNCIAS ............................................................... 51

APENDICE A - Adherence ability and biofilm production by

clinical isolates of Candida species coming from different

sources .........................................................................

62

ANEXOS ....................................................................... 90

4

1 INTRODUÇÃO

1.1 Infecções e Candida

As espécies de leveduras de Candida existem como comensais no

organismo, estando presentes na microbiota humana desde o nascimento

sem causar infecção, coexistindo com o hospedeiro durante toda a sua

vida. Pode colonizar, principalmente, o trato gastrointestinal, cavidade

oral, vagina, aparelho respiratório, urinário, entre outras localizações

(COSTA, 2009a; CARDOSO, 2004).

A alteração destas leveduras comensais para um agente infeccioso

prejudicial ao organismo se dá devido principalmente aos fatores de

virulência do microorganismo e da reposta imunológica do hospedeiro,

tornando a Candida o fungo mais oportunista já descrito (RIBEIRO et al.,

2004). Infecções oportunistas em seres humanos frequentemente seguem

a supressão imune ou neutropenia (CARDOSO, 2004). De maneira

semelhante a todas as doenças infecciosas a adesão de um micróbio ao

tecido hospedeiro deve ocorrer antes que a infecção possa se estabelecer.

Infecções com espécies de Candida são invariavelmente oportunistas onde

uma falha na defesa do hospedeiro ocorre tais como perda de células

epiteliais de membranas e mucosas ou a redução no número de leucócitos

polimorfonucleares circulantes (KLOTZ, LIPKE, 2010).

Os fatores de risco que predispõe o aparecimento destes processos

infecciosos podem ser intrínsecos, quando associados ao próprio

hospedeiro, e extrínsecos quando incluem a ação terapêutica ou

medicamentosa como o uso de antibióticos de largo espectro, tratamentos

de quimioterapia de longa duração, a imunossupressão induzida do

sistema imunitário, o transplante de órgãos, os procedimentos cirúrgicos,

queimaduras, hemodiálise e outras situações de risco resultantes de

tratamentos hospitalares prolongados e intensivos (COLOMBO et al.,

2006; MEDRANO et al., 2006; MORGAN 2005; CHAKRAVARTHI et al.,

2010). Além de infecção pelo HIV, diabetes mellitus, desnutrição,

5

alcoolismo, uso de contraceptivos orais, tabagismo, estresse, pouca ou

falta de higiene são condições que favorecem o aparecimento ou a

recidiva da candidíase. As infecções fúngicas podem igualmente estar

associadas à utilização de dispositivos médicos como cateteres, próteses,

implantes entre outros (CHANDRA et al., 2001; YANG et al., 2003).

A partir da década de 80, a incidência de candidemias aumentou

substancialmente em hospitais terciários de todo o mundo

(WISPLINGHOFF et al., 2004), uma forte preocupação devido estas

infecções fúngicas invasivas serem difíceis de diagnosticar, prevenir e

tratar (COLOMBO, 2000; MEDRANO et al 2006; MORGAN, 2005; NUCCI,

2007; COLOMBO, 2002), e atualmente essas infecções têm emergido

como os maiores responsáveis pela morbidade e mortalidade nos

pacientes imunodeprimidos (PFALLER et al., 2000; PFALLER et al., 2008),

em pacientes com leucemia e transplantes de órgãos sólidos ou

receptores de células tronco (CHAKRAVARTHI, HALEAGRAHARA, 2011).

Cerca de 80% das infecções nosocomiais fúngicas estão associadas a

leveduras do gênero Candida, representando a maior causa de fungemia

com altas taxas de mortalidade (40%) (COLOMBO et al., 2006; COLOMBO

et al., 1999; MEDRANO et al., 2006). Candida albicans é o fungo mais

comumente encontrado em laboratórios microbiológicos hospitalares e é a

quarta causa mais comum em culturas de sangue positivas em pacientes

hospitalizados na América do Norte (EDMOND et al., 1999). Além disso,

20% ou mais de casos de candidemia são polimicrobianos envolvendo

uma ou mais bactérias e várias espécies de Candida (KLOTZ et al., 2007;

THORN et al., 2010) As infecções também levam a um aumento do tempo

de permanência hospitalar e maior custo de tratamento provavelmente

devido à resistência a drogas antifúngicas (TAMURA et al., 2007;

PFALLER, 1998). Esses fatos justificam a relevância do estudo deste

patógeno.

Candidemia é a mais frequente manifestação clínica de candidíase

invasiva e é uma causa significante de morbidade e mortalidade em

pacientes hospitalizados (CHAKRAVARTHI, HALEAGRAHARA, 2011). Nos

6

Estados Unidos as espécies de Candida, obtidas de infecções sanguíneas

adquiridas em hospitais, aparecem com uma frequência de 1,5 casos por

10.000 pacientes/dia (HAIJEH et al., 2004). Num estudo europeu a

frequência é levemente menor com 0,5 – 0,7 casos por 10.000

pacientes/dia (MARCHETTI et al., 2004).

Atualmente, o mais alto nível de incidência relatado de candidemia,

3,7 casos por 10.000 pacientes/dia veio de um estudo no Brasil feito por

Colombo et al. (2006).

No Brasil, Colombo et al. (2007) conduziram um estudo

epidemiológico reunindo dados sobre infecções de corrente sanguínea

documentados em quatro hospitais da cidade de São Paulo. Um total de

7038 episódios de bacteremias e fungemias ocorridos no período de um

ano foi avaliado. Candida spp. responderam por 4,3% do total das

infecções de corrente sanguínea. Frequência semelhante foi também

detectada no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu

(HC/FMB), que de um total de 6417 episódios e amostras de culturas

positivas avaliadas, no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994,

Candida spp. foram isoladas em 222 (3,5%) culturas, as quais foram

oriundas principalmente das unidades de pediatria e berçário (SUGIZAKI

et al., 1998). Ruiz-Herrera et al. (2005) relataram que, nesse mesmo

hospital, as espécies mais frequentes foram C. albicans (38,7%) e C.

parapsilosis (30,7%).

Embora a C. albicans seja a principal espécie isolada de pacientes

com fungemia (PFALLER et al., 1998 a,b,c; SANDVEN et al., 1998;

KRCMÉRY JR V, KOVACICOVÁ G, 2000; CHAKRAVARTHI, HALEAGRAHARA,

2011), têm aumentado os relatos de infecções causadas por outras

espécies de Candida que não C. albicans (ARENDRUP et al., 2005;

COLOMBO et al., 2007). Em 1963, eram conhecidas apenas cinco espécies

de Candida causadoras de doenças humanas, C. albicans, C. parapsilosis,

C. tropicalis, C. stellatoidea e C. guilliermondii. Atualmente são conhecidas

cerca de 20 espécies de Candida implicadas em micoses superficiais ou

invasivas em humanos (DIGNANNI, SOLOMKIN, ANAISSIE, 2003).

7

As principais espécies de interesse clínico são: C. albicans, C.

parapsilosis, C. tropicalis, C. glabrata, C. krusei, C. guilliermondii e C.

lusitaniae. Entretanto, número progressivo de casos relacionados a

espécies emergentes de Candida tem sido descrito, envolvendo

isolamentos de C. dubliniensis, C. kefyr, C. rugosa, C. famata, C. utilis, C.

lipolytica, C. norvegensis, C. inconspicua entre outras (COLEMAN et al.,

1998). A frequência de outras espécies de Candida que não C. albicans

depende da população de pacientes estudada, da terapêutica utilizada, do

uso de antibióticos ou outras medidas adotadas (PFALLER, 1995; ABI-

SAID et al., 1997; NUCCI, COLOMBO, 2007; PFALLER et al., 2008).

Hinrichsen et al. (2009) avaliaram a distribuição das espécies de

Candida em dois hospitais terciários no Recife, nordeste do Brasil,

realizando um levantamento de todas as culturas positivas para Candida

processadas por um laboratório de Setembro de 2003 a Setembro de

2006. De um total de 1.279 amostras positivas para Candida, incluindo

culturas originadas de vários tipos de material biológico (sangue, urina,

traquéia, catéteres e outros), as espécies mais frequentes foram:

C.albicans (367), C. tropicalis (363), C. parapsilosis (147), C. glabrata

(81), C. krusei (30) e C. guillermondii (14). Os isolados foram obtidos de

746 pacientes hospitalizados. Um total de 221 hemoculturas positivas foi

detectado em 166 diferentes pacientes em ambos os hospitais, e 113

(68,1%) destes pacientes com hemoculturas positivas apresentavam

Candida em outros locais do corpo. Este estudo mostrou que outra espécie

de Candida, que não C. albicans, foi o principal agente isolado e prova a

importância da C. tropicalis em infecções fúngicas nosocomiais.

1.2 Parede Celular

A parede celular das leveduras não apenas tem a função de conferir

rigidez e proteção a célula, mas também está intimamente relacionada

com a mediação de interações entre o microorganismo e o ambiente

8

externo. Aproximadamente 80 a 90% da parede celular de Candida é

constituída por carboidratos havendo três constituintes que representam a

maioria dos polissarcarídeos de parede celular:

Polímeros de glucose com ramificações contendo ligações ß-

1,6 e ß-1,3;

Polímeros de N-acetil-D-glicosamina (GlcNac) ligados a

moléculas de quitina por ligações ß-1,4;

Polímeros de manose ligados covalentemente a

manoproteínas.

A parede celular contém ainda 6 a 25% de proteínas e 1 a 7% de

lipídeos. Os componentes estruturais são: os ß-glucanos e a quitina.

Polímeros de manose (manoproteínas) representam cerca de 40% dos

polissarcarídeos e são os principais constituintes da célula - grupo na qual

pertence as adesinas (CARDOSO, 2004; COSTA, 2009). A disposição das

camadas da parede celular de Candida está esquematizada na Figura 1.

FIGURA 1. Esquema das camadas da parede celular de leveduras do

gênero Candida. As manoproteínas são encontradas em

toda a parede celular. (CALDERONE, BRAUN, 1991)

9

1.3 Virulência e capacidade de adesão

A habilidade de C. albicans ser a espécie mais relacionada com os

processos de colonização e patogenicidade no homem é decorrente dos

seus fatores e propriedades de virulência como a acentuada capacidade de

dimorfismo e produção de exoenzimas facilitadoras da interação do fungo

às células do hospedeiro, propiciando a aderência, a formação de biofilme

e a penetração ao tecido afetado. Todas essas etapas são consideradas

relevantes na patogênese da candidíase (XU et al., 2000). Apesar de

haver estudos complexos destes fatores de virulência com relação à C.

albicans, os mesmos não são totalmente compreendidos em outras

espécies de Candida. Além disso, a variabilidade inter e intraespecífica

existente dentro do gênero Candida também são fatos que corroboram a

necessidade crescente e urgente de pesquisas relacionadas aos fatores de

virulência (YANG, 2003).

A capacidade que o microrganismo tem de aderir à superfície das

células do hospedeiro representa o primeiro estágio de patogênese e é

alcançada por uma combinação de interações específicas e não

específicas. Os mecanismos usados por espécies de Candida para aderir

são múltiplos e não têm sido definidos precisamente (GHANNOUM,

RADWAN, 1990; SAN MILLAN et al., 2000; VIDOTTO et al., 2003).

Doenças infecciosas como a candidíase são conhecidas por começar com a

fixação do patógeno a um alvo particular ao hospedeiro (CALDERONE,

FONZI, 2001). É claro, portanto que a inibição desta ligação constitui um

importante passo para controlar a infecção em um período precoce.

Adesão pode ocorrer a diferentes superfícies como às células e aos

polímeros inertes, e muitos fatores do hospedeiro podem alterar a

expressão destas adesinas ou sua ligação às células hospedeiras

influenciando na patogênese (SKERL et al., 1984). Alterações no

hospedeiro são geralmente necessárias para que microorganismos

comensais tornem-se patógenos oportunistas e desencadeiem a infecção

(YANG et al., 2003). A candidíase oral é uma das principais infecções que

10

acometem os pacientes em hospitais e os dispositivos prostéticos estão

entre as principais causas deste tipo de infecção, portanto a adesão de

espécies de Candida a materiais poliméricos é um dos principais objetivos

de estudo nestas leveduras (NIKAWA et al., 2003). É interessante

ressaltar que todos esses estudos são principalmente focados em

linhagens de Candida albicans, demonstrando a necessidade de estudos

acerca dos fatores primários de virulência em outras espécies de Candida.

O processo de adesão inclui fatores não biológicos, relacionado a

forças de van der Walls, interações hidrofóbicas e eletrostáticas; e fatores

biológicos que se referem a mecanismos moleculares específicos como a

expressão de adesinas, que são biomoléculas que promovem a aderência

(COTTER e KAVANAGH, 2000; CARDOSO, 2004).

Adesinas são proteínas importantes no processo de infecção, pois

são elas que fazem a ligação da Candida às células ou à superfície a ser

infectada (STURTEVANT, CALDERONE, 1997; CALDERONE, GOW, 2002).

Todas as adesinas fúngicas apresentam em comum três domínios

estruturais: o domínio C-terminal (com a âncora GPI - responsável pela

ligação da adesina a parede celular), a porção N-terminal que contém o

carboidrato ou peptídeo de ligação e o domínio central caracterizado por

uma região rica em aminoácidos serina e treonina codificados por uma

região de DNA extremamente conservada (VERSTREPEN, KLIS, 2006)

(Figura 2).

11

FIGURA 2. Secreção e ancoramento na superfície celular de adesinas

fúngicas (VERSTREPEN, KLIS, 2006).

Na parede das leveduras do gênero Candida inicia se o processo de

adesão, no qual há a integração do microorganismo com a superfície das

células hospedeiras. Para cada adesina há um receptor extracelular

específico que permite esta ligação. Uma série de proteínas tem sido

identificada como participante no reconhecimento de ligantes da célula

hospedeira. No entanto, a caracterização dos genes e a construção de

linhagens mutantes nulas para verificação das funções dos produtos

gênicos não foram totalmente realizadas (STURTEVAN, CALDERONE,

1997; GRUBB et al.,2008).

A tabela 1 a seguir relaciona as principais adesinas encontradas em

C. albicans e os ligantes de cada uma (STURTEVAN, CALDERONE, 1997).

12

TABELA 1. Manoproteínas (MP) de C. albicans (Adaptado de

STURTEVAN, CALDERONE, 1997).

Adesinas Ligantes

MP60 iC3b, C3d

MP60 Laminina, fibrinogênio, fibronectina

MP58 Fibrinogênio

MP70, 55, 42 C3H2O

MP130 iC3b

MP37/67 Laminina

Mudanças fenotípicas reversíveis podem ocorrer em linhagens de

Candida especialmente no que diz respeito às propriedades de adesão. Os

genes de adesão são ativados por diversos fatores, tais como: privação de

fontes de carbono e/ou nitrogênio no meio de cultura, mudanças de pH ou

alterações nos níveis de etanol (SAMPERMANS et al., 2005).

Als1p (FU et al., 1998) e Als3p (GAUR et al., 1999.), assim como

Als5p (HOYER et al., 1998a), são adesinas de C. albicans codificadas por

membros da grande família de genes ALS (Agglutinin-like sequences)

(HOYER, 2001) compostas por nove genes (HOYER et al., 1995, 1998;

GAUR , KLOTZ, 1999; HOYER, HECHT 2000, 2001).

A expressão heteróloga dos genes ALS em Saccharomyces

cerevisiae confere um fenótipo de aderência ao organismo, sugerindo que

proteínas Als funcionem na adesão às superfícies celulares (CALDERONE,

BRAUN, 1991; GAUR, KLOTZ, 1997; FU et al., 1998; HOYER et al., 2001).

Além disso, genes ALS são expressos diferencialmente sob uma

variedade de condições em C. albicans; de maneira similar ao que ocorre

com membros da família SAP (proteases ácidas de aspartato) (HOYER et

13

al., 1994; HOYER et al., 1998 ). Se essas famílias gênicas desempenham

uma função importante na patogênese de C. albicans, é possível que elas

também contribuam para a patogenicidade de outras espécies de Candida

clinicamente relevantes (HOYER et al., 2001).

Análises por Southern blot com sondas específicas de ALS tem

sugerido a presença de famílias gênicas ALS em C. dubliniensis e C.

tropicalis, sendo que três genes ALS já foram isolados para cada

organismo. Estes resultados preliminares também sugerem que há

número similar de genes ALS em C. albicans e C. dubliniensis (HOYER et

al., 2001).

Enquanto os genes ALS estão presentes em C. albicans, em

sequências de C. tropicalis estão em menor número e são pouco

relatados. Análises por Northern blot demonstraram que os mecanismos

que controlam a expressão de genes ALS em C. albicans e C.

dubluniensies são diferentes. Embora uma família ALS esteja presente em

cada organismo, análises filogenéticas desses genes em C. albicans, C.

dubliniensis e C. tropicalis indicam que existem diferenças entre as

espécies tanto na diversidade de sequências quanto no tamanho (HOYER

et al., 2001).

Outra proteína importante relacionada ao processo de adesão em

Candida é a integrina. A integrina 1 (Int1) é uma proteína de superfície de

C. albicans que apresenta alta similaridade com as integrinas de

vertebrados. A expressão do gene INT1 em Saccharomyces cerevisae foi

suficiente para torná-la aderente a células epiteliais humanas apesar de

normalmente essa espécie não apresentar tal característica. Além disso, a

mutação em INT1 em C. albicans suprime o desenvolvimento das hifas, a

adesão a células epiteliais e a virulência em camundongos (GALE et al.,

1998). O gene INT1 de C. albicans foi originalmente clonado devido a sua

similaridade com integrinas de leucócitos de vertebrados, adesinas que se

liga a proteínas da matriz extracelular e induzem mudanças morfológicas

em resposta a sinais extracelulares (YANG, 2003).

14

Outra importante adesina de C. albicans, a Hwp1 (Hyphal wall

protein), é encontrada na superfície dos tubos germinativos, e participa da

regulação de ligações a células epiteliais, por ser um substrato para

transglutaminases, está intimamente relacionada com a patogênese em

candidíase sistêmica (CHAFFIN et al., 1998).

Cepas que não apresentam o gene HWP1 não podem aderir de

forma eficiente em células epiteliais bucais e tem capacidade reduzida em

causar candidíase sistêmica em ratos (STAAB et al., 1999).

Muitos estudos têm descrito a aderência em C. albicans a vários

tipos celulares, mas pouco se conhece sobre a adesão em outras espécies

de Candida e o seu papel no reconhecimento da superfície celular do

hospedeiro (LIMA-NETO et al., 2009). Sugere-se que a capacidade de

adesão varia entre os isolados de diferentes espécies como sugere o

trabalho de Biasoli et al. (2002) onde foram apontadas diferenças entre C.

albicans, C. glabrata, C. krusei e C. lusitaniae.

A propriedade de aderência em C. glabrata parece ser diferente

daquela de C. albicans. Em C. glabrata a aderência às células epiteliais

humanas é mediada em grande parte por uma adesina única, Epa1p,

codificada pelo gene EPA1, que é uma lecitina dependente de Ca2+

(COMARCK et al., 1999). Epa1p é membro de uma grande classe de

glicosil fosfatidilinositol (GPI) ancoradas às proteínas da parede celular

(GPI-CWPs) encontradas em diversas espécies de fungos (KAPTEYN et al.,

1999; BRUNEAU et al., 2001). Estas proteoglicanas com ligações cruzadas

são caracterizadas pela presença de uma sequência de resíduos

hidrofóbicos, uma sequência C-terminal hidrofóbica sinalizada pela adição

de uma âncora GPI e, em muitos casos, a presença de uma serina C-

terminal com grande região rica em treonina de função desconhecida

(KAPTEYN et al., 1999).

O processo de adesão por ser o passo inicial e essencial para o

estabelecimento da doença (YANG, 2003), fator importantíssimo às

infecções por Candida, merece ser melhor estudado em outras espécies.

15

1.4 Formação de biofilme

Subsequente ao processo de adesão celular ocorre à formação de

biofilme, que está diretamente relacionado à morfologia e espécie

envolvida, seu potencial de virulência (SUZUKI, 2009), como a própria

superfície de contato e fatores ambientais (VIANI, 2007).

Biofilmes são complexos ecossistemas microbiológicos embebidos

em uma matriz de polímeros orgânicos, aderidos a uma superfície.

Donlan, Costerton (2002) fizeram revisão sobre biofilme e a matriz

extracelular, respectivamente, e foi definido que biofilme é a comunidade

séssil caracterizada por células que formam microcolônias aderentes a um

substrato, uma interface ou ainda a uma matriz exopolimérica de

substâncias extracelulares que conferem o fenótipo do biofilme; assim

permite uma proteção ambiental contra o estresse favorecendo o

desenvolvimento das infecções e uma resistência a agentes

antimicrobianos (BRANDA et al., 2005; DONLAN, 2001). A arquitetura do

biofilme fúngico é altamente heterogênea e diferencia-se do biofilme

bacteriano, mas poucos estudos descrevem sua composição e relevância

na patogênese das doenças, as quais tem grande importância clinica

devido ao aumento da prevalência das infecções fúngicas superficiais e

sistêmicas (CHANDRA et al.,2001).

A formação de biofilme em C. albicans é um processo gradual que se

inicia com a aderência a um substrato, seja ao próprio tecido do

hospedeiro ou ao dispositivo médico, resultando na formação de uma

camada basal confluente de células que se dividem e produzem hifas,

direcionadas para a região superior do biofilme (SOLL, 2008). Os agentes

microbianos presentes no biofilme diferem-se do comportamento na sua

forma planctônica tanto em relação ao crescimento quanto a resistência

aos antifúngicos (CARDOSO, 2004; SUZUKI, 2009). Estas células durante

o desenvolvimento do biofilme produzem uma matriz extracelular estável

16

de substâncias poliméricas (DOUGLAS, 2003; CHANDRA et al., 2001;

SOLL, 2008) que a composição da matriz inclui: carboidratos, proteínas,

fósforo, glicose e hexosaminas, mas a maior parte desse conteúdo ainda

não foi identificada (BAILLIE, DOUGLAS, 2000; BLANKENSHIP, MITCHELL,

2006).

A formação de biofilme está associada à capacidade de algumas

leveduras como C. parapsilosis colonizar o interior de cateteres e outros

dispositivos médicos, desse modo proporcionando um reservatório a partir

do qual o microorganismo pode entrar na corrente sanguínea em

indivíduos recebendo alimentação intravenosa (PFALLER et al., 1995).

Candida spp tem sido encontrada em diversos implantes médicos ou

dispositivos invasivos; C. albicans é o microorganismos comumente mais

isolado de cateter venoso central, urinário ou mesmo válvulas cardíacas

mecânicas, podendo ser proveniente de forma endógena ou exógena por

exposição aos profissionais de saúde ou infusantes contaminados

(DONLAN, 2001; HOTA, 2004).

Chandra et al. (2001) demonstraram que a formação do biofilme

possui três fases distintas de desenvolvimento, sendo a fase inicial, a fase

intermediária e a fase de maturação. A fase inicial ou adesão primária é a

aproximação da levedura à superfície de adesão e onde ocorrem os

processos físico-químicos, as interações biológicas ou especificas e não

biológicas ou não especificas citadas anteriormente. Na fase secundária há

o processo de formação das microcolônias, início da produção de

complexos extracelulares como as proteínas e os exopolissacarídeos e

fixação desta camada no substrato ou no tecido do hospedeiro. Na fase de

maturação há ainda a adição das hifas, pseudo-hifas e consolidação desta

matriz polimérica extracelular constituindo uma rede densa com canais de

água para a nutrição destas células. Já neste estágio final de maturação e

desenvolvimento do biofilme ocorre menor crescimento das leveduras, há

elevado crescimento das hifas e pseudo-hifas, com o envolvimento do

biofilme pela matriz polimérica extracelular, crescimento tridimensional e,

posterior, envelhecimento do biofilme (Figura 3). A diferenciação de hifas

17

ou pseudo-hifas além da produção da matriz são passos chaves para o

desenvolvimento e maturação do biofilme conforme Suzuki (2009).

Em estudo recente sobre quorum-sensing, Blankenship, Mitchell

(2006) sugeriram um novo estágio no ciclo de vida do biofilme de C.

albicans, o estágio da dispersão, no qual células filhas se desenvolvem

como células não aderentes, podendo ser facilmente liberadas do biofilme.

FIGURA 3. Fases de formação do biofilme de Candida numa superfície

de dispositivo médico. 1 – Superfície do cateter

condicionado a adesão. 2 – Adesão primária das leveduras.

3 – Formação das camadas basais das microcolônias das

leveduras e fixação a superfície. 4 – Maturação do biofilme

com leveduras, hifas, pseudo-hifas envolvidas na matriz

polimérica extracelular. Adaptado de Cardoso, 2004.

Diversos estudos vêm confirmando que a produção de biofilme por

espécies distintas de C. albicans é significativamente mais frequente do

que em C. albicans (SHIN et al., 2002; TUMBARELLO et al., 2007). Em C.

parapsilosis, a produção de biofilme constitui-se em importante fator de

18

virulência. C. parapsilosis é bem conhecida como causadora de fungemia e

candidíase invasiva associada à hiperalimentação parenteral, dispositivos

intravasculares e soluções oftálmicas contaminadas (PLOUFFE et al.,

1977; SOLOMON et al., 1984; O’DAY, HEAD, ROBINSON, 1987; WEMMS

et al., 1987; WEMMS, 1992). Vários fatores dão à C. parapsilosis uma

vantagem seletiva, incluindo a capacidade de proliferar-se em altas

concentrações de glicose e de aderência a materiais protéticos

(CRITCHLEY, DOUGLAS, 1985; WEMMS et al., 1987). Pfaller, Messer,

Hollis (1995), estudaram a produção de biofilme por amostras clínicas de

C. parapsilosis crescidas em meio de cultura contendo glicose e

verificaram que as isoladas de sangue e de cateter apresentaram maior

produção de biofilme do que amostras de outros sítios anatômicos.

A base molecular da formação e do desenvolvimento do biofilme

destes fungos ainda não está completamente compreendida, porém, já

está bem estabelecida que a interação da C. albicans com as células do

hospedeiro ou superfícies inertes resulta em alterações na expressão de

diferentes genes. Diferentes estudos têm descrito mudanças nos níveis de

expressão gênica durante o desenvolvimento do biofilme (MARCHAIS et

al., 2005, MURILLO et al., 2005).

Devido aos poucos estudos com relação à formação de biofilme que

tem sido considerado um fator potencial de virulência para outras espécies

de Candida (SHIN et al., 2002) e a composição do biofilme de leveduras

que parece ser única e às profundas implicações clínicas como resistência

intensificada a agentes microbianos e proteção contra defesas do

hospedeiro (RAMAGE et al., 2001) que são inerentes a capacidade de

formação de biofilmes são alguns dos fatos relevantes que justificam a

importância de estudos sobre esta propriedade. A propriedade de adesão

e formação de biofilmes bem como os demais fatores de virulência das

Candidas como dimorfismo, variabilidade fenotípica, produção de toxinas e

exoenzimas têm relevância para a instalação e estabilização da infecção

no organismo do hospedeiro, bem como para a sobrevivência e

19

acometimento de outros tecidos anteriormente não colonizados por este

patógeno (YANG et al., 2003).

A identificação de fatores de virulência únicos para uma

determinada espécie de Candida poderia proporcionar poderosos

esclarecimentos no processo patogênico com consequências diretas no

diagnóstico e terapia das infecções.

20

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Verificar a capacidade de aderência e formação de biofilme em

isolados clínicos de Candida provenientes de diferentes sítios anatômicos.

2.2 Objetivos específicos

• Determinar se há diferenças na capacidade de aderência

celular entre as espécies Candida;

• Comparar qualitativa e quantitativamente a capacidade de

formação de biofilme entre as espécies diferentes;

• Correlacionar sítio de origem com capacidade de adesão e

formação de biofilme.

21

3 METODOLOGIA

3.1 Amostras

Foram utilizados neste estudo um total de 123 isolados clínicos

representando as espécies de Candida tropicalis (22 amostras), C.

glabrata (18 amostras), C. parapsilosis (19 amostras) e C. albicans (64

amostras) provenientes de vários tipos de amostras clínicas como

secreções vaginais, urina, sangue, secreções traqueais e de ponta de

cateteres, todas obtidas de um laboratório particular da cidade de São

Luís – MA, gentilmente cedidas e depositadas na micoteca do Laboratório

de Micologia do Núcleo de Doenças Endêmicas e Parasitárias do

UNICEUMA (Tabela 2).

Todas as leveduras foram previamente identificadas pelo sistema

automatizado VITEK (bioMérieux).

Para comparação de dados, foi incluída nos experimentos a

linhagem padrão C. albicans ATCC18804 (American Type Culture

Collection, Rockville, Md).

As culturas estoque foram mantidas a -20ºC em caldo BHI (Brain

Heart Infusion - Acumedia Manufactures) que é um meio utilizado para

crescimento microbiológico. Após recuperação, as linhagens também

foram mantidas em meio líquido BHI, estocadas a 4ºC durante o período

experimental para proceder aos ensaios de adesão e formação de

biofilme.

22

TABELA 2. Distribuição de frequência dos 123 isolados clínicos de

Candida obtidos de diferentes sítios de origem.

Espécies

Sítios anatômicos de origem da amostra

Urina Sangue Sec

Vaginal

Sec.

Traqueal

Ponta

Cateter

Total

C. albicans 29 07 14 13 01 64

C. parapsilosis 05 10 - - 04 19

C. tropicalis 10 04 - 08 - 22

C. glabrata 15 - - 03 - 18

TOTAL 59 21 14 24 05 123

23

3.2 Aderência em material inerte

3.2.1 Preparação da suspensão de Candida para os ensaios de adesão.

O inóculo das células de leveduras foi feito a partir de cultura

estoque, em meio agar Sabouraud Dextrose – SDA (Merck) que é

frequentemente utilizado para o crescimento de espécies de Candida, com

uma concentração de 30g/l. O meio SDA foi preparado e esterilizado a

121ºC durante 15 minutos antes de iniciarmos os ensaios. As culturas

celulares foram repicadas em placas de petri com meio sólido de SDA e

incubadas por 24 horas a 37ºC. Antes de cada ensaio de adesão, as

células foram submetidas a um processo de lavagem duas vezes com

solução tampão PBS (pH 7, 0.1 M) com agitação. As células foram

ressuspendidas em solução salina (NaCl 0.85 %) e os inóculos fúngicos

foram padronizados para aproximadamente 106 UFC/ml de acordo com a

turbidez do tubo a 0,5 da escala de McFarland (CLSI Clinical and

Laboratory Standards Institute – NCCLS, 2007).

3.2.2 Aderência a lamínulas e análise microscópica (Biasoli et al., 2002,

com adaptações).

Para a análise de adesão foi utilizado Biasoli et al.(2002) com

algumas modificações. Para os testes foram usados microplacas de

poliestireno de 24 poços (Zellkultur Testplate 24,Techno Plastic Products),

contendo em cada poço uma lamínula redonda estéril de vidro

(Glasscyto), adicionado 40ul do inóculo padronizado (106 UFC/ml) e 960 ul

de meio BHI incubados a 37°C por 18 horas. Para o controle do

experimento, somente lamínulas, sem inóculo, foram igualmente

processadas. Após incubação e remoção do meio foi procedida à lavagem

da microplaca com água destilada estéril para remoção das células não

aderentes e as lamínulas foram coradas com violeta cristal (1%) por 5

minutos. As lamínulas foram novamente lavadas duas vezes com água

24

estéril para remoção do excesso de corante e colocada em lâminas para

ser feita a leitura de microscopia de luz direta (NIKON Eclipse E100). A

determinação da aderência foi verificada pela contagem do número de

leveduras aderidas (Biasoli et al., 2002). A padronização da classificação

da capacidade de adesão das células em lamínulas foi realizada

considerando a contagem de células aderidas por campo(s). Para cada

lamínula do ensaio foi analisado um máximo de 70 campos e as células

aderidas foram contadas. O número de células obtido foi dado como

média de três experimentos realizados para cada isolado. Foi feita a

padronização e, posteriormente, analisada a capacidade de adesão celular

em material inerte sendo classificada como negativo, fraco (+), moderado

(++) ou forte (+++) (Tabela 3; VIANA et al., 2010, com adaptações).

Cada isolado foi analisado por dois observadores de forma independente.

A adesão celular de cada amostra foi padronizada como negativa se

menos que 01 (uma) célula estivesse aderida por campo, visualizados 70

(setenta) campos da lamínula; fraca se houve entre 01 a 10 (uma a dez)

células aderidas por campo em 50 (cinquenta) campos observados;

moderada se houve mais de 10 (dez) células por campo aderidas em 30

(trinta) campos e forte se foi igual ou maior que 25 (vinte e cinco) células

aderidas por campo em 20 (vinte) campos analisados. Não houve

discordância de resultados feita pelos dois observadores na visualização

por microscopia direta.

Verificou-se que as células de leveduras aderiram às lamínulas

seguindo padrões diferenciados de adesão, semelhante aos padrões de

aderência das enterobactérias Escherichia coli às células epiteliais

(CRAVIOTO et al., 1979). Desta forma, classificou- se o padrão da

capacidade de adesão das espécies de Candida em lamínulas em 04

(quatro) formas diferentes utilizando-se como referência a classificação de

E. coli feita por CRAVIOTO et al. (1979). Estes padrões serão

apresentados no item Resultados, visto ser a primeira vez que os mesmos

são definidos.

25

3.3 Formação de biofilme

3.3.1 Preparação da suspensão de Candida para os ensaios de biofilme.

O inóculo das células de leveduras foi feito a partir de cultura

estoque, em meio agar Sabouraud Dextrose – SDA (Merck) que é

frequentemente utilizado para o crescimento de espécies de Candida, com

uma concentração de 30g/l. O meio SDA foi preparado, suplementados

com 60g de glicose por litro para obtermos uma concentração final de 8%

de glicose no meio, esterilizado a 121ºC durante 15 minutos antes de

iniciarmos os ensaios. As culturas celulares foram repicadas em placas de

petri com meio sólido de SDA e incubadas por 18 horas a 37ºC. Antes de

cada ensaio para formação de biofilme, as células foram submetidas a um

processo de lavagem duas vezes com solução tampão PBS (pH 7, 0.1 M)

com agitação. As células foram ressuspendidas em solução salina (NaCl

0.85%) e os inóculos fúngicos foram padronizados para aproximadamente

106 UFC/ml de acordo com a turbidez do tubo a 0,5 da escala de

McFarland (CLSI Clinical and Laboratory Standards Institute – NCCLS,

2007).

3.3.2 Análise da formação de biofilme (SHIN et al., 2002, com

modificações).

Os testes de análise da formação de biofilme foi de acordo com

SHIN et al. (2002) feito algumas modificações. Foram utilizados em cada

experimento 20ul de suspensão do inóculo (106UFC/ml), estes colocados

em poços de microplacas de 96 poços acrescidos de 180 ul de BHI (Brain

Heart Infusion - Acumedia Manufactures) suplementado com 6% de

glicose. As microplacas foram incubadas a 37°C por 24 horas. Para

controle utilizou-se poços contendo meio BHI sem inóculo. Após a

incubação foi removido o líquido dos poços, a microplaca foi lavada três

vezes com água destilada estéril e então corada com violeta cristal (1%).

26

As microplacas foram novamente lavadas para remoção do excesso do

corante e por fim foram adicionados 200 uL de água destilada a cada poço

para leitura de absorbância . A formação de biofilme foi analisada pela

leitura das microplacas em uma leitora de microplacas medindo-se a

absorbância em comprimento de onda de 450 nm. Os valores de

absorbância foram dados como média de três (03) experimentos para

cada isolado e os dados foram expressos em porcentagem. A produção de

biofilme para cada isolado foi avaliado como negativo (% A < 5), fraco

(+1; 5 ≤ % A < 20), moderado (+2; 20 ≤ % A < 35), forte (+3; 35 ≤ %

A < 50) e muito forte (+4; % A ≥ 50). Cada isolado foi testado pelo

menos três vezes, para evitar qualquer discrepância nos valores de

absorbância obtidos de cada amostra.

3.4 Análise estatística

Os dados foram analisados através do programa estatístico Bioestat

5.0 (2007). A normalidade da variável numérica absorbância foi analisada

através do teste de Lilliefors. Como a distribuição não foi normal, ela foi

analisada através de teste não paramétrico. Juntamente com as variáveis

ordinais, a classificação do nível de biofilme e da adesão em relação à

espécie e ao sítio foram feitas através do teste não paramétrico de

Kruskal Wallis e a análise post-hoc foi feita pelo teste Student-Newman-

Keulls. O nível de significância (α) aplicado em todos os testes foi de 5%,

ou seja, considerou-se significativo quando p < 0,05.

27

4 RESULTADOS

4.1 Capacidade de adesão

A tabela 3 mostra a classificação do nível de capacidade de adesão

dos isolados de Candida às lamínulas. De um total de 118 isolados

analisados para a capacidade de adesão 93 (79%) foram positivos para

esta propriedade. Dentre estes 81, 73% mostram uma capacidade de

aderência moderada ou fraca. É evidente que as 4 espécies diferentes de

Candida aderiram às lamínulas embora tenha-se observado diferenças no

nível de aderência entre elas. Dentre as espécies analisadas C. tropicalis

mostrou-se com maior capacidade de aderência a material inerte, onde

91% das linhagens foram positivas, seguida de C. parapsilosis com 89%

dos isolados apresentando aderência positiva, C. albicans com 76% e, por

último, C. glabrata com 61% de amostras que apresentaram aderência

em material inerte. Além da variação interespecífica verificou-se uma

variabilidade intraespecífica com relação á capacidade de adesão (Tabela

3). A análise estatística mostra que estas diferenças entre espécies e

isolados diferentes não são significantes (p > 0,05) (Figura 4).

A capacidade de adesão foi categorizada de acordo com o número

de células por campos lidos em fraca (+), apenas 01 a 10 células por 50

campos; moderada (++), acima de 10 células por 30 campos ou forte

(+++), acima de 25 células por 20 campos lidos. Foram poucos os

isolados (21%) que não apresentaram aderência nas lamínulas (Tabela 3;

Figura 4), sendo apenas 02 amostras das C. tropicalis e C. parapsilosis,

cada, seguido de 07 amostras de C. glabrata e 14 de C.albicans (Tabela

3). Independente do sítio de origem destas amostras houve diversidade

de capacidade de adesão para todas as espécies de Candida (Tabela 4).

Em relação ao número total de espécies analisadas estas diferenças não

foram significantes (Tabela 5), e entre o grau de positividade de adesão

em material inerte também não foi significante nem entre as espécies e

nem para os sítios de origem (Tabela 6). Notou-se que houve adesão em

28

100% das amostras isoladas de secreção traqueal de C. tropicalis e C.

glabrata, bem como houve 100% de adesão em isolados provenientes de

ponta de cateteres (Tabela 4).

TABELA 3. Classificação do nível de capacidade de adesão dos isolados

de Candida.

Espécies

Capacidade de adesão

Negativo n (%)

Positivo n (%)

Fraca

Moderada

Forte

Total n(%)

C. albicans 14 (24) 45 (76) 28 07 10 59 (50)

C. tropicalis 02 (09) 20 (91) 08 08 04 22 (19)

C. parapsilosis 02 (11) 17 (89) 09 05 03 19 (16)

C. glabrata 07 (39) 11 (61) 06 05 - 18 (15)

TOTAL 25 (21) 93 (79) 51 25 17 118(100)

29

TABELA 4. Níveis da capacidade de adesão dos isolados de Candida em

relação à espécie e ao sítio de origem.

Espécie n

(%)

Níveis da capacidade de adesão

Sítio Negativo Fraco Moderado Forte Total

C. tropicalis 22 (19 %)

Urina 1 3 4 2 10

Sangue 1 1 2 1 5

Sec traqueal

- 4 2 1 7

Total 2 8 8 4 22

C. glabrata

18 (15 %)

Sec

traqueal

- 1 2 - 3

Urina 7 5 3 - 15

Total 7 6 5 - 18

C.parapsilosis

19 (16 %)

Sangue 1 5 4 - 10

Ponta

cateter

- 3 - 1 4

Urina 1 1 1 2 5

Total 2 9 5 3 19

C. albicans 59 (50 %)

Urina 6 13 2 6 27

Sec traqueal

5 7 1 - 13

Sec

vaginal

2 7 3 1 13

Ponta

cateter

- 1 - - 1

Sangue 1 - 1 3 5

Total 14 28 7 10 59

30

0

10

20

30

40

50

60

70

Uri

na

San

gue

Sec

Traq

uea

l

Tota

l

Sec

traq

uea

l

Uri

na

Tota

l

San

gue

Po

nta

Cat

éter

Uri

na

Tota

l

Uri

na

Sec

Traq

uea

l

Sec

Vag

inal

Po

nta

Cat

éter

San

gue

Tota

l

C. tropicalis 22 (19%) C. glabrata 18 (15%) C. parapsilosis 19 (16%) C. albicans 59 (50%)

forte (+++)

moderado (++)

fraco (+ )

negativo

FIGURA 4. Distribuição de frequência de isolados de diferentes espécies

de Candida em relação aos sítios de origem e o nível de

aderência.

Fre

quência

(%

)

Nível de adesão

31

TABELA 5. Estatística descritiva e teste de Kruskal Wallis da adesão em

relação à espécie.

Espécie

C.

albicans

C.

parapsilosis

C.

tropicalis

C.

glabrata H p

N 59 19 22 18 6.69 0.0825

Mínimo 0 0 0 0

Máximo 03 03 03 02

Mediana 01 01 02 01

32

TABELA 6. Estatística descritiva e teste de Kruskal Wallis da adesão em

relação ao sítio.

Sítio

Sangue Urina Cateter

Sec

traqueal

Sec

vaginal H p

N 19 57 05 24 13 2.1 0.7177

Mínimo 0 0 01 0 0

Máximo 03 03 03 03 03

Mediana 02 01 01 01 01

33

Foram verificados quatro padrões diferentes de organização celular

na adesão in vitro entre os isolados como demonstra a figura 5, foi

classificado como padrão difuso, localizado, agregativo e filamentoso ou

pseudo-hifal. No padrão difuso percebe-se que as células aderem por toda

a superfície da lamínula, espalhadas, sem formar agrupamentos celulares.

Na organização localizada, verifica-se formação de agrupamentos de

poucas células, bem definidos sobre a superfície; e no padrão agregativo,

o agrupamento celular é com um maior número de células aderidas umas

às outras formando microcolônias maiores, observa-se que há

empilhamentos das células leveduriformes em forma de cachos.

No quarto padrão de aderência há a formação filamentosa ou

pseudo-hifal por toda a superfície da lamínula.

Dentre 93 isolados com capacidade de aderência, 44 apresentaram

padrão de aderência localizado (47%), seguido de 24 isolados que

demonstraram padrão agregativo (26%) e apenas 9 apresentaram padrão

pseudo-hifal (9,7%). Somente dois isolados de C. albicans apresentaram a

formação filamentosa ou pseudo-hifal. C. parapsilosis foi a espécie que

apresentou uma maior variabilidade de padrões entre os seus isolados, e

5 (29,4%) destes apresentaram o padrão de pseudo-hifas (Tabela 7). A

maioria dos isolados que mostrou padrão localizado ou agregativo é

proveniente de urina (Tabela 8).

34

FIGURA 5. Padrões de aderência em isolados de C. parapsilosis. Isolado

proveniente de sangue evidenciando um aspecto difuso na

aderência a lamínulas (a); Isolado proveniente de urina

evidenciando um aspecto localizado de aderência a

lamínulas (b); Isolado proveniente de sangue evidenciando

um aspecto agregativo na aderência a lamínulas (c). Isolado

proveniente de urina evidenciando um aspecto pseudo-hifal

(d).

35

TABELA 7. Distribuição do padrão de aderência entre os isolados de

Candida, em relação à espécie e ao sítio de origem.

Espécie Sítio de

origem

Padrão de adesão

Localizado Agregativo Difuso Pseudo-

hifal Total

C. albicans Urina 13 3 3 2 21

Sec.

Vaginal 9 1 1 0 11

Sec.

Traqueal 4 2 2 0 8

Sangue 1 3 0 0 4

P. cateter 0 1 0 0 1

Total 27 10 6 2 45

C.

parapsilosis

Urina 1 1 1 1 4

Sangue 3 0 4 2 9

P. cateter 0 1 1 2 4

Total 4 2 6 5 17

C.

tropicalis

Urina 5 3 0 1 9

Sec.

Traqueal 4 3 0 0 7

Sangue 1 2 1 0 4

Total 10 8 1 1 20

C. glabrata Urina 2 3 2 1 8

Sec.

Traqueal 1 1 1 0 3

Total 3 4 3 1 11

TOTAL 44 24 16 9 93

36

4.2 Formação de Biofilme

Os resultados de produção de biofilme para 123 isolados de espécies

de Candida obtidos de diferentes sítios estão na Tabela 9. Destes, um

total de 63 (51,2%) isolados analisados foram positivos para a formação

de biofilme em material inerte. Sendo que, 11 (17,5%) foram produtores

forte (3+) ou muito forte (4+), e 45 (71,4%) foram fracos produtores de

biofilme. Para os isolados de C. tropicalis, 20 amostras (91%) foram

produtores de biofilme, sendo esta capacidade significantemente maior

que para as demais espécies (Figura 8; p < 0,0001). A capacidade de

formação de biofilme entre as demais espécies não foi estatisticamente

diferente (Figura 8).

Com relação à intensidade da capacidade de formação de biofilme, a

espécie com número maior de isolados fortemente produtores (3+) foi C.

tropicalis com 25% dos seus isolados, seguida de C. albicans com 13,3%.

C. glabrata mostrou 100% de fracos (1+) produtores de biofilme dentre

os isolados analisados.

Considerando-se os isolados do mesmo sítio de origem, houve

produção de biofilme positiva para todos os sítios analisados só que com

expressão e intensidade variável de acordo como sítio e espécie avaliados.

Em relação a todos isolados com formação de biofilme positivo observou

maior positividade em isolados de urina (46,03%), seguidos dos

provenientes de secreção traqueal (22,22%) e de sangue (57,1%). Mas

analisando apenas amostras do mesmo sítio anatômico, percebeu-se que

a produção de biofilme foi mais frequente entre os isolados de secreção

traqueal (58,3%) seguidos das provenientes de sangue (57,1%) e urina

(49,2%), entretanto não houve diferença significante entre estes

resultados.

Dentre aquelas provenientes de secreção vaginal, 50% foram

produtoras, porém todas (100%) com capacidade fraca (1+); as do

sangue (57,1%) foram 41,7% formadoras moderada (2+) ou forte (3+)

ou muito forte (4+); já as de urina (49,2%) foram produtoras, sendo

37

27,6% entre formadoras moderada (2+) ou forte (3+), com nenhuma

apresentando formação de biofilme muito forte. Os isolados de Candida

provenientes da ponta de cateter tiveram 80% das amostras não

formadoras de biofilme, com apenas 01 (20%) apresentando esta

capacidade, contudo muito forte (4+) (Tabela 9), entretanto não houve

diferença significante entre estes resultados (Figura 9; p = 0.6746).

38

TABELA 8. Capacidade de Formação de Biofilme dos isolados de

Candida em relação à espécie e ao sítio de origem.

Espécie

n (%)

Níveis de Formação de

Biofilme

Sítio Negativo Fraco Moderado Forte Muito Forte

Total

C. tropicalis

22 (18 %)

Urina 1 5 3 1 - 10

Sangue - - 2 2 - 4

Sec traqueal

1 4 1 2 - 8

Total 2 9 6 5 - 22

C. glabrata

18 (14,5 %)

Sec

traqueal

2 1 - - - 3

Urina 8 7 - - - 15

Total 10 8 - - - 18

C. parapsilosis

19 (15,5 %)

Sangue 6 3 - - 1 10

Ponta cateter

3 - - 1 - 4

Urina 5 - - - - 5

Total 14 3 - 1 1 19

C. albicans

64 (52 %)

Urina 16 9 1 3 - 29

Sec traqueal

7 5 - 1 - 13

Sec vaginal

7 7 - - - 14

Ponta

cateter

1 - - - - 1

Sangue 3 4 - - - 7

Total 34 25 1 4 - 64

39

0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0

C. Albicans

C. Parapsilosis

C. Tropicalis

C. Glabrata

57,7

48,2

93,1

53,8

Esp

éci

e

FIGURA 6. Estatistica descritiva e testes de Kruskal Wallis e Student-

Newman-Keuls para espécie em relação à capacidade de

formação de biofilme (Kruskal Wallis = 22.64, p < 0,0001;

a,b Letras diferentes significam p < 0,05 pelo teste de

Student-Newman-Keuls).

b

a

b

b

C. glabrata

C. tropicalis

C. parapsilosis

C. albicans

Posto médio

40

,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0

Sangue

Urina

Ponta Cateter

Sec. Traqueal

Sec. Vaginal

68,2

60,4

47,9

66,5

56,7

Posto médio

Síti

o

FIGURA 7. Estatistica descritiva e testes de Kruskal Wallis e Student-

Newman-Keuls para sítio de origem em relação à

capacidade de formação de biofilme (Kruskal Wallis = 2.33,

p = 0.6746; a Letras iguais significa p ˃ 0,05 pelo teste de

Student-Newman-Keuls).

a

a

a

a

a

Posto médio

Sec. Vaginal

Sec. Traqueal

Ponta Cateter

Urina

Sangue

0,0

41

A análise dos dados quantitativos da formação de biofilme mostra

resultados diferentes e significantes para as espécies de Candida. Em

relação à espécie, C. tropicalis foi a maior produtora e C. parapsilosis, a

menor produtora (Figura 10; p < 0,05 pelo teste de Student-Newman-

Keuls).

Em relação ao sítio, a variação da capacidade de formação de

biofilme medida por valores de absorbância não foi significante entre as

diferentes origens (Figura 11; p = 0.7748).

42

FIGURA 8. Estatistica descritiva e testes de Kruskal Wallis e Student-

Newman-Keuls para a capacidade de formação de biofilme

medida pela absorbância em relação à espécie (Kruskal

Wallis p < 0.001; a,b,c Letras diferentes significa p < 0,05

pelo teste de Student-Newman-Keuls).

43

FIGURA 9. Estatística descritiva e testes de Kruskal Wallis e Student-

Newman-Keuls para a capacidade de formação de biofilme

medida pela absorbância em relação à espécie (Kruskal

Wallis = 1.78, p = 0.7748).

44

5 DISCUSSÃO

A aderência de Candida às superfícies mucosas de células

hospedeiras é um pré-requisito vital para o sucesso da colonização e

infecção. Esta ligação permite que os organismos evitem uma ação de

limpeza das secreções das mucosas ou seu deslizamento, e facilitem a

infecção (CHAFFIN et al., 1998, CANNON, CHAFFIN, 1999). Estudos

mostram que a capacidade de aderência nas diversas espécies de Candida

é diferente, isso explica que a colonização a superfícies mucosas são mais

frequentes em algumas espécies que em outras (JABRA, 2001;

REPENTIGNY, 2000) e a capacidade de aderir a materiais inertes pode ser

um indicativo de provável aderência a células vivas. Desta forma, o

estudo teve por objetivos analisar a capacidade de adesão e formação de

biofilme em isolados clínicos de Candida provenientes de sítios de origem

diferentes.

Nesta pesquisa, todas as espécies de Candida estudadas foram

capazes de adesão, o que está de acordo com outros estudos que relatam

a aderência de espécies de Candida a materiais inertes como silicone

(BUSSCHER et al., 1997; TAMURA et al., 2003; MORENO et al., 2009).

Entretanto, é importante notar que os isolados de outras espécies de

Candida que não C. albicans foram mais aderentes (81,4%) que os de C.

albicans (76,3%). C. tropicalis destacou-se entre as espécies não albicans

com 91% de amostras aderentes bem como destas 20% apresentaram

aderência forte (+++). Este resultado, em relação às demais espécies de

Candida que não C. albicans foi significante (p < 0,001). Da mesma

forma, Minage et al. (1985) observaram maior aderência nesta espécie de

Candida em material inerte, mas neste caso em polímeros de plásticos.

Moreno et al.(2009) verificaram a capacidade de aderência a material

inerte, neste caso em resina acrílica, para isolados de Candida, e dentre

as espécies analisadas, C. tropicalis apresentou maior capacidade de

adesão, seguida de C. dubliniensis e C. albicans. Este resultado é

relevante visto que em um estudo epidemiológico recente de 100 casos de

45

candidúria, no período entre 1999 e 2004, onde se considera a capacidade

de aderência a cateteres um fator significante e predisponente a este tipo

de infecção, em um hospital pediátrico no Brasil, 20 amostras de C.

tropicalis foram isoladas comparados às 56 de C. albicans, 11 de C.

glabrata e 4 de C. parapsilosis (SILVA et al., 2007). De fato, C. tropicalis

tem emergido como o segundo ou terceiro agente mais comum de

candidemia, principalmente em pacientes com câncer (WEINBERG et al.,

2005; NUCCI et al., 2007). Além disso, uma incidência elevada de C.

tropicalis como agente causal de infecções nosocomiais do trato urinário

tem sido relatado (RHO et al., 2004).

Em alguns estudos C. albicans tem sido a espécie com maior

capacidade de adesão a células do epitélio bucal que outras espécies de

Candida (BIASOLI et al., 2002; LYON, RESENDE, 2006; COSTA, 2009).

No estudo de Lyon e Resende (2006), por exemplo, a espécie com maior

capacidade de adesão foi C. albicans e, posteriormente, dentro das outras

espécies de Candida não que C. albicans foi C. tropicalis que apresentou

maior aderência, o que corrobora parcialmente com nossos achados.

Espécies de Candida que não C. albicans vem mostrando um

aumento no número de casos de fungemia em vários países (CHENG et

al., 2005; SHIN et al.,2002; BASSETTI et al., 2006; TAMURA et al, 2007);

provavelmente devido a maior expressão dos fatores de virulência, dentre

estes a capacidade de aderir e formar biofilme.

Dentre os isolados de C. tropicalis que foram aderentes positivos,

aqueles provenientes de secreção traqueal foram 100% aderentes, apesar

desta diferença não ter sido significante em relação à distribuição dos

sítios anatômicos. A alta capacidade de aderência apresentada por C.

tropicalis pode indicar maior virulência quando comparada com as demais

espécies, corroborando com Tamura et al. (2007) e Costa (2009), que

mostraram outras espécies de Candida que não C. albicans apresentando

maior propriedade de aderência do que a própria espécie de C. albicans,

sendo que no estudo de Tamura et al. (2007) os pesquisadores relataram

C. glabrata como a espécie de maior aderência e com capacidade de

46

formar biofilme, enquanto Costa (2009) mostra C. tropicalis

significativamente mais aderente que as demais espécies incluindo C.

albicans.

Importante ressaltar que em C. parapsilosis tem sido observado

fatores de virulência significantes como adesão a células e formação de

biofilme (BRANCHINI et al., 1994; NASCIMENTO, 2009) corroborando com

nossos achados dos ensaios de adesão em que C. parapsilosis foi a

segunda espécie com maior capacidade de adesão (89%), e 100% de

isolados de ponta de cateter foram aderentes. Embora C. parapsilosis seja

geralmente considerada uma das espécies de leveduras menos virulenta,

é uma das causas mais frequentes de candidemia associada à

hiperalimentação parenteral, dispositivos intravasculares e soluções

oftálmicas contaminadas (PLOUFFE et al., 1977; SOLOMON et al., 1984;

O’DAY, HEAD, ROBINSON, 1987; WEMMS et al., 1987; WEMMS, 1992).

Vários fatores dão à C. parapsilosis uma vantagem seletiva, incluindo a

capacidade de proliferar-se em altas concentrações de glicose e de

aderência a materiais protéticos (CRITCHLEY, DOUGLAS, 1985; WEMMS et

al., 1987). Surtos nosocomiais de C. parapsilosis também têm sido

descritos e sido atribuídos a transferência de levedura das mãos de

trabalhadores da saúde (BONASSOLI et al., 2005). Contudo em contraste

com os resultados de capacidade de adesão, C. parapsilosis foi a espécie

de Candida que menos expressou a propriedade de formação de biofilme

(26%), e os mesmos isolados provenientes da ponta de cateter foram

negativos para este fator de virulência (75%). Estes resultados

contrastam com os da literatura. Pfaller, Messer, Hollis (1995), estudaram

a produção de biofilme por amostras clínicas de C. parapsilosis crescidas

em meio de cultura contendo glicose e verificaram que as isoladas de

sangue e de cateter apresentaram maior produção de biofilme do que

amostras de outros sítios anatômicos. Nossos resultados mostram que

isolados de C. parapsilosis podem entrar na corrente sanguínea e causar

infecções mesmo sem formar biofilme nos dispositivos médicos já que

alguns destes isolados são provenientes de sangue.

47

Este estudo descreve, pela primeira vez, padrões diferenciados de

organização celular percebidos no ensaio de adesão mostrado pelas

espécies de Candida. Estes padrões foram categorizados de maneira

semelhante à classificação de linhagens diarréicas de E. coli. que mostram

padrões de aderência distintos quando aderidas às células HEp-2, HeLa ou

às lamínulas in vitro (CRAVIOTO et al., 1979; SCALETSKY et al., 1984).

Foram distinguidos quatro padrões de aderência: difuso, onde as

leveduras aderem por toda a superfície das lamínulas espaçadamente;

aderência localizada, que envolve grupos de leveduras, microcolônias, que

aderem a regiões localizadas nas lamínulas; aderência agregativa,

caracterizada por aglomerados de leveduras com uma aparência de tijolos

empilhados ou em cachos e o padrão de aderência filamentoso ou pseudo-

hifal, com o desenvolvimento de hifas ou pseudo-hifas por toda a

superfície da lamínula ou de maneira localizada. A maioria dos isolados

apresentou capacidade de aderência do tipo localizado (47%), seguido

daqueles que demonstraram padrão agregativo (26%). C. parapsilosis foi

a espécie que apresentou uma maior variabilidade de padrões entre os

seus isolados, sendo que destes 5 (29,4%) apresentaram o padrão de

pseudo-hifas. A maioria dos isolados que mostrou padrão localizado ou

agregativo é proveniente de urina. A grande quantidade de isolados

mostrando um padrão tipo localizado ou agregativo poderia ser explicado

devido à presença de adesinas na parede celular de Candida que seriam

responsáveis pela capacidade de aderência intercelular mostrada pelas

diferentes linhagens. Estes tipos de padrões de aderência também

facilitariam a formação de biofilme por estas espécies.

Em C. albicans as proteínas da família ALS medeiam vários modos

de adesão, por exemplo, adesão sem agregação celular com células

aderidas espaçadamente ou adesão seguida de agregação celular com

células formando grumos. O comportamento específico exibido por um

isolado depende do tipo de proteína expressa. Este fato, de certa forma,

corrobora com nossos achados onde evidenciamos escassez de um padrão

de aderência tipo difuso (17%) com a maioria das cepas evidenciando um

48

padrão tipo localizado ou agregativo (73%), onde ambos mostram

formação de colônias por união de várias células leveduriformes.

Regiões estruturais específicas das proteínas ALS em C. albicans

parecem estar envolvidas no fenômeno de agregação celular, como a

região de repetições em tandem e a região rica em resíduos de treonina

(KLOTZ, LIPKE, 2010). A região rica em treonina na Als5p que é composta

por 127 aminoácidos está envolvida na agregação (RAUCEO et al., 2006),

entretanto, Als7p e Als9p com 128 aminoácidos não proporcionam

agregação após adesão (HOYER 2001; KLOTZ et al., 2007). Da mesma

forma, a propriedade de agregação de várias proteínas Als de C. albicans

é proporcional ao número de repetições em tandem na molécula (RAUCEO

et al., 2006). Por exemplo, Alsp1 com 20 repetições induz a formação de

agregados maiores que aqueles induzidos por Als5p com somente 5

sequências repetidas (KLOTZ et al., 2007).

Somente dois isolados de C. albicans mostraram um padrão

filamentoso ou pseudo-hifal de aderência o que também foi observado

somente em 7 (7,5%) dos isolados das demais espécies de Candida que

não C. albicans. A capacidade de diferenciação entre as formas

leveduriformes para as formas filamentosas tem sido descrita em muitos

estudos e tem relação direta com a invasão tecidual do hospedeiro,

favorecendo a patogenicidade de Candida, permitindo a penetração mais

fácil ao tecido do hospedeiro (YANG, 2003), contudo não é essencial para

a patogênese (GOW, BROW, ODDS, 2002). Provavelmente a forma

filamentosa seja mais virulenta devido à maior extensão de contato entre

o microorganismo e a área a ser infectada, mas ambas as formas são

frequentemente encontradas tanto em estados comensais quanto em

processos infecciosos e mesmo as demais espécies de Candida que não C.

albicans que não formam hifas verdadeiras são potencialmente

patogênicas e estão envolvidas com a morbimortalidade por estes agentes

(ODDS, 2002; RIBEIRO, 2004).

A possibilidade de mudar o seu próprio fenótipo tem sido descrita

em alguns estudos em relação a C. albicans (YANG, 2003; HAYNES, 2001;

49

ÁLVARES et al., 2007; RIBEIRO et al., 2004) e pode modular alguns

fatores de virulência inclusive o dimorfismo celular e a aderência (SOLL,

2002). Entretanto, o conhecimento a respeito dos mecanismos que

possibilitam esta mudança fenotípica ainda precisa ser esclarecido

(COSTA, 2009b), provavelmente está associado à riqueza de nutrientes e

expressão de adesinas.

Investigação da presença e/ou expressão das Als ou de genes

responsáveis pela passagem para hifa nos isolados de Candida seriam

fundamentais para estabelecer correlações com os dados fenotípicos de

aderência obtidos nesta pesquisa.

Quanto à capacidade de formação de biofilmes o nosso estudo

mostra que C. tropicalis foi significantemente maior produtora de biofilme

dentre as espécies estudadas (p < 0,0001). A capacidade de formação de

biofilme entre as demais espécies não foi estatísticamente diferente. Estes

dados corroboram com os de Ferreira et al. (2006) que ao estudarem

fatores de virulência de C. tropicalis e C. albicans e compará-los,

consideraram a primeira espécie mais virulenta, pois apresentou

positividade maior nos testes realizados, incluindo a produção de biofilme

in vitro. Gasparetto et al. (2005) também encontraram maior e mais

significante produção de biofilme em outras espécies de Candida que não

C. albicans (64%), destes C. tropicalis destacou-se entre estas. Segundo

Shin et al. (2002) apesar da C. albicans ser patogênica e estabelecer

mecanismos para o estabelecimento de infecções sistêmicas, a sua

produção de biofilme foi menos frequentemente significante que as

demais espécies, independente do local da infecção, ou seja, do sítio

anatômico de origem e a C. tropicalis também foi a maior produtora de

biofilme seguida de C. parapsilosis, C. glabrata e C. albicans. Entretanto,

C. parapsilosis recebeu destaque quando foram analisados os isolados

sanguíneos, sendo estes isolados os maiores produtores de biofilme

dentre aqueles das demais espécies de Candida que não C. albicans,

diferentemente dos nossos achados onde todos os isolados de C. tropicalis

provenientes de sangue foram os que apresentaram maior formação de

50

biofilme (100%), seguidos pelos de C. albicans (57%) e, por último, os de

C. parapsilosis (40%). Não houve isolados sanguíneos de C. glabrata.

Não houve diferença significante em relação ao sítio de origem das

amostras e a capacidade de formação de biofilme, mas pudemos notar

que quase todas as amostras provenientes de ponta de cateter não foram

produtoras de biofilme, o que diverge da literatura que relata que

dispositivos médicos como cateteres são substratos preferenciais e

potenciais para a formação de biofilme (DONLAN, 2001; HOTA, 2004), e

para a espécie de C. parapsilosis onde os isolados urinários também foram

negativos para a formação de biofilme.

A suplementação do meio com glicose foi importante para os

achados em nosso experimento, dados que concordam com estudos

anteriores citados para a produção de biofilme, como os de Hawser,

Douglas (1994), Jain et al. (2007) e Uppluri et al. (2009) que já

observaram crescimento leveduriforme menor se o meio de cultivo não

fosse suplementado com este carboidrato, porém nossos resultados

divergem dos de Hawser, Douglas (1994) em relação que os mesmos

encontraram C. albicans como a mais patogênica em relação às outras

espécies de Candida. Estes achados são relevantes para pacientes

diabéticos que têm taxa elevada de glicose no sangue. De fato, infecções

fúngicas são mais comuns em pacientes diabéticos, particularmente

aquelas envolvendo espécies de Candida, ocasionalmente causando sérias

repercussões clínicas (NETO et al., 1995; OLIVEIRA et al., 2001).

Comparando nossos achados de aderência e formação de biofilme

percebe-se uma diferenciação na expressão destes em isolados de uma

mesma espécie. Tais resultados refletem diferenças fisiológicas inerentes

entre espécies e isolados e podem ter significância com relação ao

potencial patogênico. Somente isolados de C. tropicalis destacou-se tanto

quanto à capacidade de aderir–se ao material inerte bem como formar

biofilmes (91% em ambos os ensaios), os demais isolados das espécies

estudadas tiveram comportamentos diferentes nos testes realizados sendo

que aqueles de C. parapsilosis mostraram alta aderência (89%) em

51

contraste a baixa produção de biofilme (26%), da mesma forma os de C.

albicans e de C. glabrata apresentaram maior capacidade de aderir (76%

e 61 %, respectivamente) que em formar biofilmes (47% e 44%,

respectivamente) sugerindo que ambas as capacidades são etapas

distintas do processo infeccioso (RIBEIRO et al., 2004; ÁLVARES,

SVIDZINSKI, CONSOLARO, 2007) e que as espécies expressam diferentes

mecanismos para a formação de um biofilme maduro. Isto pode realmente

ser verdadeiro visto que Silva et al. (2009) estudando a caracterização de

biofilmes em outras espécies de Candida que não C. albicans em termos

de estrutura, composição da matriz e atividade metabólica revelou

diferenças significativas estruturais nos biofilmes no que diz respeito à

morfologia das células e à sua disposição espacial. A matriz dos biofilmes

de C. parapsilosis apresentou elevada quantidade de polissacarídeos e

baixa quantidade de proteínas. Contrariamente, as matrizes extraídas dos

biofilmes de C. tropicalis apresentaram reduzidas quantidades de

polissacarídeos e proteínas e; os de C. glabrata apresentaram elevada

quantidade dos dois componentes em estudo, mostrando que existem

diferenças intrínsecas em termos de atividade metabólica dos biofilmes.

Hansan et al. (2009) observaram que há diferença significante entre

produção de biofilme entre as espécies de Candida, sendo que usaram

dois métodos para a avaliação, evidenciando que a capacidade de

formação de biofilme in vitro é dependente da espécie da Candida. Seus

resultados divergiram dos nossos, pois na metodologia similar ao nosso

estudo, para estes autores, C. albicans foi a maior produtora de biofilme e

todos os isolados de C. glabrata apresentaram biofilme positivo, dados

não achados em nosso experimento.

Há poucos estudos que avaliam a produção de biofilme entre

espécies de Candida isoladamente, provenientes de diferentes sítios

anatômicos, sem agrupá-las como outras espécies que não C. albicans,

bem como correlacionar estes fatores de virulência das espécies de

Candida que tem relevância clínica em nossa região para podermos propor

medidas preventivas, diagnósticas e terapêuticas eficazes, e

52

consequentemente contribuir para redução da morbimortalidade causada

por espécies de Candida. Nossos achados demonstram que as espécies de

Candida testadas são capazes de aderir a superfícies inertes e formar

biofilmes e sugerem que estas propriedades estão fortemente ligadas a

patogenicidade destes agentes, mas que as mesmas são processos

distintos que precisam ser melhores compreendidos. Assim como, a

expressão destes fatores de virulência não está relacionada diretamente

com o sítio da infecção em si, porém com fatores específicos destes

microorganismos e, muito provavelmente, com a resposta do hospedeiro.

Estes achados são especialmente relevantes para todos os pacientes que

fazem uso de dispositivos médicos como cateteres, incluindo aqueles com

infecção do trato urinário, transplantados ou em unidades de tratamento

intensivo.

6 CONCLUSÕES

- A maioria das linhagens ensaiadas mostra capacidade de aderência

e formação de biofilme;

- Dentre a capacidade de aderir independente da espécie à maioria

apresentou fraca adesão, e na formação de biofilme, os isolados

foram principalmente fracos produtores de biofilme;

- C. tropicalis foi a espécie que mostrou maior capacidade de adesão

e formação de biofilme em relação às outras, enquanto que C.

glabrata foi aquela com menor expressão das propriedades de

adesão e C. parapsilosis menor expressão para a formação de

biofilme;

- Os sítios de origem das amostras não interferiram na expressão de

adesão e formação de biofilme entre as espécies de Candida;

- As amostras de Candida apresentaram padrões de aderência

distintos e classificados em um padrão difuso, localizado, agregativo

e filamentoso ou pseudo-hifal;

53

- O padrão de aderência mais frequente é o localizado e o menos

frequente é o pseudo- hifal;

- Somente dois isolados de C. albicans mostraram padrão de

aderência filamentoso ou pseudo-hifal e C. parapsilosis foi a espécie

que apresentou uma maior variabilidade de padrões entre os seus

isolados, e 05 (29,4%) destes apresentaram o padrão de pseudo-

hifas;

- A maioria dos isolados proveniente de ponta de cateter não foi

formador de biofilme.

54

REFERÊNCIAS

ABI-SAID, D. et al. The epidemiology of hematogenous candidiasis caused

by different Candida species. Clinical Infectious Diseases, v. 24, p.1122–1128, 1997.

ALVARES, C. A.; SVIDZINSKI, T. I. E.; CONSOLARO, M. E. L. Candidíase vulvovaginal: fatores predisponentes do hospedeiro e virulência das

leveduras. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v. 43, n. 5, p. 319-327, out. 2007.

BAILLIE, G. S.; DOUGLAS L. J. Matrix polymers of Candida biofilms and

their possible role in biofilm resistance to antifungal agents. The Journal of Antimicrobial Chemotherapy, v.46, n.3, p.397-403, 2000.

BASSETTI, M. et al. Epidemiological trends in nosocomial candidemia in

intensive care. BMC Infectious Diseases., v. 6, n. 1, p.21, 2006.

BIASOLI, M. S.; TOSELLO, M. E.; MAGARÓ, H. M. Adherence of Candida strain isolated from the human gastrointestinal tract. Mycoses, v. 45, p.

465- 469, 2002.

BLANKENSHIP, J. R.; MITCHELL, A. P. How to build a biofilm: a fungal

perspective. Current Opinion in Microbiology, v.9, p.588–594, 2006.

BONASSOLI, L.; BERTOLI, M.; SVIDZINSKI, T. High frequency of Candida parapsilosis on the hands of healthy hosts. The Journal of Hospital

Infection, v. 59, n. 2, p.159–162, 2005.

BRANCHINI, M. L. et al. Genotypic variation and slime production among blood and catheter isolates of Candida parapsilosis. Journal of Clinical

Microbiology, v. 32, p. 452–456. 1994.

BRANDA, S. S. et al. Biofilms: the matrix revisited. Trends in Microbiology, v. 13, n.1, p. 20-26. jan. 2005.

BUSSCHER, H.; GEERTSEMA-DOORNBUSCH, G.; VAN DER MEI, H. Adhesion to silicone rubber of yeasts and bacteria isolated from voice

prostheses: influence of salivary conditioning films. Journal of Biomedical Materials Research, v. 34, n. 2, p. 201–209, 1997.

CALDERONE, R. A.; BRAUN, P. C. Adherence and Receptor Relationships

of Candida albicans. Microbiological and Molecular Biology Reviews, v. 55, n.1, p. 1-20, mar. 1991.

55

CALDERONE, R. A.; GOW, N. A. R. Host recognition by Candida species. In:, CALDERONE, R. A. (ed.). Candida and Candidiasis. Washington:

ASM Press, 2002, p. 67-86. CALDERONE, R. A.; FONZI, W. A. Virulence factors of Candida albicans.

Trends in Microbiology, v. 9, n.7, p. 327-335, jul. 2001.

CANNON, R.; CHAFFIN, W. Oral colonization by Candida albicans. Critical Reviews in Oral Biology and Medicine, v. 10, n. 3, p. 359–383, 1999.

CARDOSO, B. C. Efeito de antifúngicos em suspensões e biofilmes de Candida albicans e Candida dubliniensis. 2004. 85f. Dissertação

(Mestrado) Universidade do Minho Escola de Engenharia, Campos de Azurem, Guimarães, 2004.

CHAFFIN, W. L. et al. Cell Wall and Secreted Proteins of Candida albicans:

Identification, Function, and Expression. Microbiology and Molecular Biology Reviews, v. 62, n. 1, p. 130-180, mar. 1998.

CHAKRAVARTHI, S.; HALEAGRAHARA, N. A comprehensive review of the

occurrence and management of systemic Candidiasis as an opportunistic infection. Microbiology Journal, v. 1, p. 1-7, 2011.

CHAKRAVARTHI,S.; WEI, C.Z.; NAGARAJA, H.S. Increased susceptibility to

opportunistic renal candidiasis due to immunosuppression induced by

breast cancer cell lines. Science World Journal, v. 5, p.5-10, 2010.

CHANDRA J. et al. Biofilm Formation by the Fungal Pathogen Candida albicans: Development, Architecture, and Drug Resistance. Journal of

Bacteriology, v. 183, n. 18, p. 5385-5394, set. 2001.

CHENG M. F. et al. Risk factors for fatal candidemia caused by Candida albicans and non-albicans Candida species. BMC Infectious Diseases, v.

5, n. 22, p. 1-5, 2005.

CLSI. Clinical Laboratory Standards Institute: Reference Method for Broth Dilution Antifungal Susceptibility Testing of Yeasts; Approved Standard-

Second Edition M27-A2 National Committee for Clinical Laboratory Standards, Wayne, Pennsylvania, USA; 2007.

COLEMAN, D.C. et al. Importance of Candida species other than Candida albicans as opportunistic pathogens. Medical Mycology, Oxford, v.36,

p.156-165, 1998. Suppl 1.

COLOMBO, A. L. Epidemiology and treatment of hematogenous candidiasis: a Brazilian prospective. Brazilian Journal of Infectious

Diseases, v. 4, n. 3, p. 113-118, 2000.

56

COLOMBO, A. L. et al. Fluconazol susceptibility of Brazilian Candida Isolates Assessed by a Disk diffusion Method. Brazilian Journal of

Infectious Diseases, v. 6, n. 3, p. 118-123, 2002.

COLOMBO, A. L. et al. High rate of non-albicans candidemia in Brazilian tertiary care hospitals. Diagnostic Microbiology and Infectious

Disease, v. 34, p. 281–286, 1999.

COLOMBO, A. L. et al. Prospective observational study of candidemia in

São Paulo, Brazil: incidence rate, epidemiology and predictors of mortalily. Infection Control and Hospital Epidemiology, Thorofare, v. 28, n. 5,

p. 570-576, 2007.

COLOMBO, A.L.; NUCCI, M.; PARCK, B.J. Epidemiology of candidemia in Brazil: a nationwide sentinel surveillance of candidemia in eleven medical

centers. Journal of Clinical Microbiology, v. 44, n. 8, p. 2816-2823, 2006.

CORMACK, B.P.; GHORI, N.; FALKOW, S. An adhesin of the yeast

pathogen Candida glabrata mediating adherence to human epithelial cells. Science, v. 285, p. 578–582, 1999.

COSTA, C. R. Fatores de Virulência de isolados de Candida de

pacientes imunocomprometidos. Caracterização molecular de

Candida albicans suscetíveis e resistentes ao fluconazol. 2009. 86 f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Goiás, Goiânia, 2009a.

COSTA, K. R. C. Aspectos fenotípicos e moleculares da adesão e

atividade enzimática de Candida sp isolada de pacientes com sinais clínicos de candidíase oral. 2009. 122 f. Tese (Doutorado) –

Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Riberão Preto, 2009b.

COTTER G., KAVANAGH K. Adherence mechanisms of Candida albicans.

British Journal of Biomedical Science, v. 57, p. 241-249, 2000.

CRAVIOTO, A. et al. An adhesive factor found in strains of Escherichia coli belonging to the traditional infantile enteropathogenic serotypes. Current

Microbiology, v. 3, n. 2, p.95–99, 1979.

CRITCHLEY I. A, DOUGLAS L. J. Differential adhesion of pathogenic

Candida species to epithelial and inert surfaces. FEMS Microbiology Letters, v.28, p.199-203, 1985.

DE REPENTIGNY, L. et al. Characterization of Binding of Candida albicans

to Small Intestinal Mucin and Its Role in Adherence to Mucosal Epithelial Cells. Infection and Immunity, v. 68, p. 3172–3179, jun. 2000.

57

DIGNANNI, M. C.; SOLOMKIN, J. S.; AMAISSIE, E. Candida. In: Anaissie E, McGinnis MR, Pfaller MA (eds). Medical Mycology, 1 ed. Filadélfia:

Churchill Livingstone, p. 195-239, 2003.

DONLAN, R. M. Biofilms and Device-Associated Infections. Emerging Infectious Diseases, v. 7, n. 2, p. 277-281, mar/abr. 2001.

DONLAN, R. M. COSTERTON, W. C. Biofilms: Survival Mechanisms of

Clinically Relevant Microorganisms. Clinical Microbiology Reviews, v.

15, n. 2, p. 167–193, abr. 2002.

DOUGLAS, L.J. Candida biofilms and their role in infection. Trends in Microbiology, v. 11, p. 30-36, 2003.

EDMOND, M. B. et al. Nosocomial bloodstream infections in United States

hospitals: a three-year analysis. Clinical Infectious Diseases, v. 29, p. 239-244, 1999.

FU, Y. et al. Expression of the Candida albicans gene ALS1 in

Saccharomyces cerevisiae induces adherence to endothelial and epithelial cells. Infection and Immunity., v. 66, p. 1783–1786, 1998.

GALE, C. A. Linkage of Adhesion, Filamentous Growth, and Virulence in

Candida albicans to a Single Gene, INT1. Science, v. 279, n. 5355, p.

1355-1358, fev. 1998.

GASPARETTO, A. et al. Produção de biofilme por leveduras isoladas de cavidade bucal de usuários de prótese dentária. Acta Scientiarum,

Health Sciences, v.27, n.1, p. 37-40, 2005.

GAUR, N. K., KLOTZ, S. A., HENDERSON, R. L. Overexpression of the Candida albicans ALA1 Gene in Saccharomyces cerevisiae Results in

Aggregation following Attachment of Yeast Cells to Extracellular Matrix Proteins, Adherence Properties Similar to Those of Candida albicans.

Infection and Immunity, v. 67, p. 6040-6047, 1999.

GAUR, N.K., KLOTZ, S.A. Expression, cloning, and characterization of a Candida albicans gene, ALA1, that confers adherence properties

upon Saccharomyces cerevisiae for extracellular matrix

proteins. Infection and Immunity, v. 65, p. 5289–5294, 1997.

GHANNOUM, M. A.; RADWAN, S. S. Candida adherence to epithelial cells. New York: CRC Press, 1990. 270p.

GOW, N. A.; BROW, A. J. P.; ODDS, F. O. Fungal morphogenesis and host

invasion. Current Opinion in Microbiology, v. 5, p. 366-371, jul. 2002.

58

GRUBB S. E. W. et al. Candida albicans-Endothelial Cell Interactions: a Key Step in the Pathogenesis of Systemic Candidiasis. Infection and

Immunity, v.76, n.10, p. 4370-4377, out. 2008.

HAJJEH, R.A.; SAFAIR, A.N.; HARRISON, L.H. Incidence of bloodstream infections due to Candida species and in vitro susceptibilities of isolates

collected from 1998 to 2000 in a population-based active surveillance program. Journal of Clinical Microbiology, v. 42, p. 1519-1527, 2004.

HANSAN, F. et al. Biofilm formation in clinical Candida isolates and its association with virulence. Microbes and Infection, v.11, p. 753-761,

maio. 2009.

HAWSER S.P., DOUGLAS L.J. Resistance of Candida albicans biofilms to antifungal agents in vitro. Antimicrobial Agents and Chemotherapy, v.

39, n. 9, p. 2128-2131, 1995.

HAYNES, K. Virulence in Candida species. Trends in Microbiology, Cambrigde, v. 9, n.12, p. 591-596, 2001.

HINRICHSEN, S. L. et al. Candida isolates in tertiary hospitals in

northeastern Brazil. Brazilian Journal of Microbiology, v. 40, n. 2, 2009.

HOTA, B. Contamination, Disinfection, and Cross-Colonization: are hospital surfaces reservoirs for nosocomial infection? Clinical Infectious

Diseases, v. 39, n.8, p. 1182-1189, 2004.

HOYER , L.L. et al. Characterization of Agglutinin-like Sequence Genes From Non-albicans Candida and Phylogenetic Analysis of the ALS Family.

Genetics, v. 157, n.4, p. 1555-1567, 2001.

HOYER, L. L. et al. A Candida albicans cyclic nucleotide phosphodiesterase: cloning and expression in Saccharomyces cerevisiae

and biochemical characterization of the recombinant enzyme. Microbiology, v. 140, p. 1533-1542, 1994.

HOYER, L. L. et al. Candida albicans ALS1: domains related to a

Saccharomyces cerevisiae sexual agglutinin separated by a repeating

motif. Molecular Microbiology, v. 15, n.1, p. 39-54, jan. 1995.

HOYER, L. L.; HECHT, J. E. The ALS5 gene of Candida albicans and analysis of the Als5p N-terminal domain. Yeast, v. 18, n.1, p. 49-60,

jan. 2001.

HOYER, L.L.; PAYNE, T.L.; HECHT, J.E. Identification of Candida albicans ALS2 and ALS4 and localization of Als proteins to the fungal cell surface.

Journal of Bacteriology, v. 180, p. 5334–5343, 1998.

59

JABRA-RIZK, M.; et al. Recovery of Candida dubliniensis and other yeasts from human immunodeficiency virus-associated periodontal lesions.

Journal of Clinical Microbiology, v. 39, n. 12, p. 4520, 2001.

JAIN, N. et al. Biofilm formation by and antifungal susceptibility of Candida isolates from urine. Applied and environmental microbiology, v. 73,

p. 1697, 2007.

KAPTEYN, J. C. et al. The contribuition of cell wall proteins to the

organization of the yeast cell wall. Biochimica et Biophysica Acta – general subjects, v. 146, n.2, p. 373-383, 1999.

KLOTZ, S. A.; LIPKE, P. N. The Perfect Adhesive. Current research,

technology and education topics in Applied Microbiology and Microbial Biotechnology. A. Mendez-Vilas (Ed). Formatex, v. 16, p.

838-844, 2010.

KLOTZ, S. A. et al. Candida albicans Als proteins mediate aggregation with bacteria and yeasts. Medical Microbiology, v. 45, p. 363-370, 2007.

KRCMERY, V. Jr; KOVACICOVÁ, G. Longitudinal 10-year prospective

survey of fungaemia in Slovak Republic: trends in etiology in 310 episodes. Slovak Fungaemia study group. Diagnostic microbiology and

infectious disease, v. 36, n. 1, p. 7-11, 2000.

LIMA-NETO, R. G. et al. Adherence of Candida albicans and Candida

parapsilosis to epithelial cells correlates with fungal cell surface carbohydrates. Mycoses, v. 54, n. 1, p. 23-29, set. 2009.

LION, J. P.; RESENDE, M.A. Evalution of adhesion to buccal epithelial cells

in Candida species obtained from denture wearers after exposure to fluconazole. Mycoses, Berlin, v. 50, p.21-24, 2006.

MARCHAIS, V. et al. DNA array analysis of Candida albicans gene

expression in response to adherence to polystyrene. FEMS Microbiology Letters, v.245, p.25-32, 2005.

MARCHETTI, O.; BILLE, J.; FLUKIGER, U. Epidemiology of candidemia in

Swiss tertiary care hospitals: secular trends; 1991-2000. Clinical

Infectious Diseases, v.38, p. 311-320, 2004.

MEDRANO, D. J. A.; BRILHANTE, R. S. N.; CORDEIRO, R. A. Candidemia in a Brazilian hospital: the importance of Candida parapsilosis. Revista do

Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, v. 48, n. 1, p. 17-20, 2006.

60

MORENO, S. M. A. et al. Avaliação da adesão de Candida spp. em uma resina acrílica experimental. Revista de Odontologia da UNESP, v.38,

n. 89, out. 2009.

MORGAN, J. Global trends in candidemia: Review of reports from 1995–2005. Current Infectious Disease Reports, v. 7, n. 6, p. 429-439,

2005.

MURILLO L. A. et al. Genome-wide transcription profiling of the early

phase of biofilm formation by Candida albicans. Eukaryotic Cell, v.4, p.1562-1573, 2005.

NETO, M. M. et al. Infecção por fungos e Transplante Renal: Análise nos

primeiros 500 pacientes transplantados no Hospital das Clínicas da Faculdade de

Medicina de Ribeirão Preto – USP. Jornal Brasileiro de Nefrologia, v. 17, n. 3, p. 162-170, 1995.

NIKAWA H. The role of saliva and serum in Candida albicans biofilm

formation on denture acrylic surfaces. Microbial Ecology in Health and Disease, v.9, p. 35-48, 2003.

NUCCI, M.; COLOMBO, A. L. Candidemia due to Candida tropicalis:

clinical, epidemiologic, and microbiologic characteristics of 188 episodes

occurring in tertiary care hospitals. Diagnostic Microbiology and Infectious Disease., v. 58, n. 1, p. 77-82. maio. 2007.

O’DAY D. M., HEAD W. S., ROBINSON R. D. An outbreak of Candida

parapsilosis endophthalmitis: analysis of strains by enzyme profile and antifungal susceptibility. British Journal Ophthalmology, v.71, p.126-

129, 1987.

OLIVEIRA, R. D. R. de; MAFFEI, C. M. L.; MARTINEZ, R. Infecção urinária hospitalar por leveduras do gênero Candida. Revista da Associação

Médica Brasileira, São Paulo, v. 47, n. 3, p. 231-235, 2001.

PFALLER M. A. et al. Geographic and temporal trends in isolation and antifungal susceptibility of Candida parapsilosis: a global assessment from

the ARTEMIS DISK antifungal surveillance program, 2001 to 2005.

Journal of Clinical Microbiology, v.46, p.842–849, 2008.

PFALLER M. A. et al. International surveillance of bloodstream infections due to Candida species: frequency of occurrence and antifungal

susceptibilities of isolates collected in 1997 in the United States, Canada and South America for the SENTRY program. Journal of Clinical

Microbiology, v.36, p.1886-1889, 1998b.

61

PFALLER M. A. et al. National surveillance of nosocomial bloodstream infections due to species of Candida other than Candida albicans:

frequency of occurrence and antifungal susceptibility in the SCOPE program. Diagnostic Microbiology and Infectious Disease, v.39,

p.121-129, 1998a.

PFALLER M. A. et al. National surveillance of nosocomial bloodstream infections due to Candida albicans: frequency of occurrence and antifungal

susceptibility in the SCOPE program. Diagnostic Microbiology and

Infectious Disease, v.31, p.327-332, 1998c.

PFALLER M. A., MESSER S. A., HOLLIS R. J. Variations in DNA subtype, antifungal susceptibility, and slime production among clinical isolates of

Candida parapsilosis. Diagnostic Microbiology and Infectious Disease, v.21, p.9-14, 1995.

PFALLER M. A., MESSER S. A.; BOLMSTRO¨M, A. Evaluation of Etest for

Determining in vitro Susceptibility of Yeast Isolates to Amphotericin B. Diagnostic Microbiology and Infectious Disease, v.32, p.223-227,

1998.

PFALLER, M.A. et al. Bloodstream infections due to Candida species: SENTRY antimicrobial surveillance program in North America and Latin

America, 1997-1998. Antimicrobial Agents and Chemotherapy, v. 44,

n. 3, p. 747-51, 2000.

PLOUFFE J. F. et al. Nosocomial outbreak of Candida parapsilosis fungemia related to intravenous infusions. Archives of Internal Medcine, v.137,

p.1686-1689, 1977.

RAMAGE G. et al. Biofilm Formation by Candida dubliniensis. Journal of Clinical Microbiology, v. 39, n. 9, p. 3234-3240, set. 2001.

RAUCEO, J. M. et al. Threonine-rich repeats increase fibronectin binding in

the Candida albicans adhesin Als5p. Eukaryotic cell, v. 5, n. 10, p. 1664–1673, 2006.

RIBEIRO, M. A.; MIRANDAL, A. E.; PAULA, C. R. Prevalence and

exoenzyme secretion of Candida albicans isolates from oral and vagina

mucosas of HIV-infected women. Mycopathologia, v. 157, p. 255-261, 2004.

RUIZ - HERRERA J. et al. Molecular organization of the cell wall of

Candida albicans and its relation to pathogenicity. FEMS Yeast Research, v. 6, n. 1, p. 14-29, dez. 2005.

62

SAMPERMANS, S. et al. Flocculation onset in Saccharomyces cerevisiae: the role of nutrients. Journal of Applied Microbiology, v. 98, n. 2, p.

525-531, fev. 2005.

SAN MILLAN, R. et al. Effect of salivary secretory IgA on the adhesion of Candida albicans to polystyrene. Microbiology, v.146, n. 9, p. 2105-

2112, set. 2000.

SANDVEN, P. et al. Candidemia in Norway (1991 to 2003): results from a

nationwide study. Journal of Clinical Microbiology, v. 44, n. 6, p.1977-1981, 2006.

SCALETSKY, I.; SILVA, M.; TRABULSI, L.R. Distinctive patterns of

adherence of enteropathogenic Escherichia coli to HeLa cells. Infection and Immunity, v. 45, n. 2, p. 534, 1984.

SHIN J. H. et al. Biofilm production by isolates of Candida species

recovered from nonneutropenic patients: comparision of bloodstream isolates with isolates from other sources. Journal of Clinical

Microbiology, v.40, p.1244-1248, 2002.

SILVA, E.H. et al. Candiduria in a public hospital of São Paulo (1999-2004): characteristics of the yeast isolates. Revista do Instituto de

Medicina Tropical de São Paulo, v. 49, p. 349–353, 2007.

SILVA, S. et al. Biofilms of Non-Candida albicans Candida species:

quantification, structure and matrix composition. Medical Mycology, v. 47, p. 681-689. 2009.

SKERL, K.G.; CALDERONE, R. A. In vitro binding of Candida albicans yeast

cells to human fibronectin. Canadian Journal of Microbiology, Ottawa, v. 30, p. 221-227, 1984.

SOLL, D. R. Candida Biofilms: Is Adhesion Sexy? Current Biology, v. 26,

n.16, p. R717–20, ago. 2008.

SOLL, D. R. Candida commensalism and virulence: the evolution of phenotypic plasticity. Acta Tropica, v. 81, p. 101-110, 2002.

SOLOMON S. L. et al. An outbreak of Candida parapsilosis bloodstream infections in patients receiving parenteral nutrition. The Journal of

Infectious Diseases, v.149, p.98-102, 1984.

STAAB, J. F. et al. Adhesive and Mammalian Transglutaminase Substrate Properties of Candida albicans Hwp1. Science, v. 283, n. 5407, p. 1535-

1538, mar. 1999.

63

STURTEVANT, J. CALDERONE, R. Candida albicans adhesins: Biochemical aspects and virulence. Revista Iberoamericana de Micologia, v. 14, p.

90-97, 1997.

SUGIZAKI M. F. et al. Prevalence and in vitro antifungal susceptibility of Candida spp isolated from clinical specimens in São Paulo, Brazil. Revista

Iberoamericana de Micologia, v.15, p.16-18, 1998.

SUZUKI, L. C. Desenvolvimento de biofilme formado por Candida

albicans in vitro para estudo da terapia fotodinâmica. 2009. 49f. Dissertação (Mestrado). Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares.

Autarquia associada à Universidade de São Paulo. São Paulo, 2009.

TAMURA N. K. et al. Fatores de virulência de Candida spp isoladas de cateteres venosos e mãos de servidores hospitalares. Revista da

Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 40, n. 1, p. 91-93, jan/fev. 2007.

TAMURA N. K., GASPARETTO, A.; SVIDZINSKI, T. Evaluation of the

adherence of Candida species to urinary catheters. Mycopathologia, v. 156, n. 4, p. 269–272, 2003.

TUMBARELLO M. et al. Biofilm Production by Candida Species and

Inadequate Antifungal Therapy as Predictors of Mortality for Patients with

Candidemia. Journal of Clinical Microbiology, v.45, n.6, p. 1843-1850, 2007.

UPPULURI, P. et al. Characteristics of Candida albicans biofilms grown in a

synthetic urine medium. Journal of Clinical Microbiology, v. 47, n. 12, p. 4078, 2009.

VERSTREPEN, K. J.; KLIS, F. M. Flocculation, adhesion and biofilm

formation in yeasts. Molecular Microbiology, v. 60, n. 1, p. 5-15, abr. 2006.

VIANA, I. M. G. et al. Perfil epidemiológico de pacientes com baciloscopia

positiva para tuberculose pulmonar. Revista Brasileira de Clínica Médica, São Paulo, v. 8, n. 6, p. 505-508, nov/dez. 2010.

VIANI, P. R. C. Candida provenientes de Infecção Hospitalar isoladas de Pacientes internados em Hospital Infantil do Estado de

São Paulo e avaliadas por marcadores fenotípicos. 2007. 68f. Dissertação (Mestrado). Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de

São Paulo, 2007.

64

VIDOTTO, V. et al. Adherence of Candida albicans and candida dublniensis to buccal and vaginal cells. Revista Iberoamericana de Micologia., v.

20, p. 52-54, 2003.

WEINBERGER, M. et al. Characteristics of candidaemia with Candida albicans compared with non-albicans Candida species and predictors of

mortality. The Journal of Hospital Infection, v. 61, n. 2, p.146–154, 2005.

WEMMS J. J. Candida parapsilosis: epidemiology, pathogenicity, clinical manifestations, and antimicrobial susceptibility. Clinical Infectious

Diseases, v.14, p.756-766, 1992.

WEMMS J. J. et al. Candida parapsilosis fungemia associated with parenteral nutrition and contaminated blood pressure transducers.

Journal of Clinical Microbiology, v.25, p.1029-1032, 1987.

WISPLINGHOFF, H. et al. Nosocomial bloodstream infections in US hospitals: Analysis of 24,179 cases from a prospective nationwide

surveillance study. Clinical Infectious Diseases, v. 39, p. 309-317. 2004.

XU, J. et al. Clonal and spontaneous origins of fluconazole resistance in

Candida albicans. Journal of Clinical Microbiology, v. 38, p. 1214-

1220, 2000.

YANG, Y.L. Virulence factors of Candida species. Journal of Microbiology, Immunology, and Infection, v. 36, p. 223-228, 2003.

65

APÊNDICE A - Adherence ability and biofilm production by clinical isolates of Candida species coming from different sources

(Full title)

Adherence ability and biofilm production by clinical isolates of Candida

species coming from different sources

(Short title)

Adherence ability and biofilm production by clinical isolates of Candida

species

Author(s): Viviane Menezes de Menezes - MENEZES, V.M1,2

Iven Neylla Farias Vale - VALE, I.N.F1

Valéria de Jesus Menezes de Menezes – MENEZES, V.J.M2

Silvio Gomes Monteiro - MONTEIRO, S.G1

Luís Henrique Bastos Gonçalves - GONÇALVES, L. H. B3

Patrícia Maria Silva Figueiredo - FIGUEIREDO, P.M.S.1

Cristina Andrade Monteiro - ANDRADE-MONTEIRO,C.1

Affiliation: 1- UNICEUMA - Centro Universitário do Maranhão, Pró-Reitoria

de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, Rua Josué Montello,

n.1, Renascença II, CEP 65075120, São Luís, Maranhão,

Brasil. Telephone number: (98) 32144124

2- FEBAC - Faculdade de Educação de Bacabal, Coordenadoria

de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, Rua 12 de Outubro,

n.377, BR 316, Centro, Bacabal, Maranhão, Brasil. Telephone

number: (99) 36213403

3- Florence - Instituto Florence de Ensino, Núcleo de Estudos,

Pesquisa e Extensão, Rua Rio Branco, n. 216, Centro, São

Luís, Maranhão, Brasil. Telephone number: (98) 3878 2120

Postal address:

UNICEUMA - Centro Universitário do Maranhão, Pró-Reitoria de

Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, Rua Josué Montello, n.1,

Renascença II, CEP 65075120, São Luís, Maranhão, Brasil.

Telephone: (98) 32144124 UniCeuma

E-mail: [email protected]

Key-words: Candida spp, virulence factors, adhesion, biofilm, anatomical

sites

66

Abstract

Adhesion and biofilm production have been identified as potential

virulence factors for developing candidiasis, since they are primary

mechanisms of infection, especially in immunocompromised patients. The

present study reports on an in vitro adherence assay and the ability of

biofilm formation of clinical isolates of Candida from many different

anatomical sites with the goal of comparing these virulence properties

among those isolates. Adherence ability and biofilm production were

quantified in 118 and 123 clinical strains of Candida, respectively. The

results showed that all isolates adhered to coverslips in a species- and

strain-dependent manner with C. glabrata showing the lowest and C.

tropicalis the highest levels of adhesion. Among 93 strains with the ability

to adhere, 44 presented a pattern of localized adherence (47.31%), 24

(25.8%) showed an aggregative pattern and only 9 had (9.7%) type

pseudo-hyphal. Of the 51.2% total biofilm-positive isolates, 71.4% and

17.5% were considered low and high biofilm producers, respectively.

Biofilm production by C. non C. albicans isolates was higher than that by

C. albicans, with C. tropicalis strains showing significantly the highest

biofilm production. Biofilm production was more frequent among secretion

tracheal isolates, however this variation was not significant among the

different sources.

INTRODUCTION

• Opportunistic infections in humans often follow immune suppression or neutropenia [1]. Like all infectious diseases adhesion of a microbe to

host tissue must occur before infection can become established. As with

many microorganisms, the ability of Candida albicans to adhere to surfaces is presumed to be an important survival trait [2,3]. C. albicans is

the most commonly encountered fungus in hospital microbiology laboratories and is the fourth most common cause of positive blood

cultures in hospitalized patients in North America [4]. Lastly, candidiasis is the most common opportunistic infection in HIV-infected individuals [5].

Although C. albicans is the main species isolated from patients with fungemia [6,7,8,9,10,11], recent reports indicate a trend toward an

increasing prevalence of infections caused by species of Candida other than C. albicans [12,13,14,15]. In Brazil the species more prevalent are C.

albicans, C. tropicalis, C. parapsilosis, C. glabrata, C. krusei and C. guillermondii [16,15] Candida albicans is well known in the clinical realm

for its ability to “stick” to damaged human tissue whether that be mucous membrane, bladder epithelium, heart valve or retinal vessel. In addition,

the capacity of tissue invasion and adhesion to artificial materials such as

probes, latex catheters, and several types of plastic material are

67

responsible for causing important infections [17]. It possesses cell surface proteins known as Agglutinin-like sequence (Als) proteins that are

necessary for continuous fungal residence in the dense microbial milieu on mucous membranes [18].

After adhesion, the fungus elaborates biofilm and aggregation can occur.

Biofilm is the preferred mode of social behavior and protects its members

against host defense mechanisms such as neutrophils. Biofilm formation

on medical devices has been described as an important source of infection

[19,20]. King et al. [21] demonstrated the prototypical C. albicans

adhesion phenotype of yeast cells covering buccal epithelial cells and

adhering to one another forming clumps of cells (aggregation). Adhesion

followed by aggregation has since been documented in numerous studies

involving a myriad of biological targets. When C. albicans encounters an

anchored protein, cell, or tissue, the fungus adheres and then aggregates.

The molecular explanation of this phenotype, i.e., adhesion and

aggregation, awaited the discovery of Als protein function [18].

Many previous studies have focused on C. albicans adherence and biofilms

[22,23,24,25] due to its well-recognized virulence. However, only a few

studies of adherence and biofilm generated by species other than C.

albicans have been reported [26,27,28,29].

Adhesion capacity probably varies among isolates of different species as

suggested by the work of Biasoli et al.[30] which pointed out differences

among C. albicans, C. glabrata, C. krusei and C. lusitaniae.

The analysis of the in vitro adherence of Candida species can contribute to

the understanding of the behavior of these organisms in a specific

infection process. Thus, the present study reports on an in vitro adherence

assay and the ability of biofilm formation of clinical isolates of C. albicans,

C. tropicalis, C. parapsilosis and C. glabrata from many different

anatomical sites with the goal of comparing these virulence properties

among those isolates.

MATERIALS AND METHODS

Strains and culture media

The strains of Candida spp. used in this study came from cultures of

hospitalized patients (both public and private hospitals in Sao Luis, State

of Maranhão, Brazil) suspected of being infected by microorganisms. The

isolates were obtained from 2007 to 2009 and belong to the collection of a

private laboratory and were kindly provided for this research. The

standard strain C. albicans ATCC 18804 (American Type Culture

Collection, Rockville, Md) was included in the experiments. The adherence

68

assay and biofilm formation was studied in clinical isolates of C. albicans

(64 strains), C. glabrata (18 strains), C. tropicalis (22 strains), C.

parapsilosis (19 strains). The isolates were previously identified using

CHROMagar Candida (CHROMagar, Paris, France) and by the automated

system VITEK (BioMeriux, Marcy-I’Etoile, France). The yeasts were

routinely grown in Sabouraud dextrose agar plates incubated at 37°C for

24h from stock cultures in BHI-glycerol and stored at 4°C during the

procedures.

Preparation of inoculums for the adherence assay and biofilm

formation

The inoculum of yeast cells was made from stock cultures and incubated

for 18 hours at 37°C in BHI (Brain Heart Infusion –Acumedia

Manufectures) or in liquid RPMI-1640 medium and standardized to

approximately 106 UFC/ml according to the 0.5 McFarland turbidity range

[31].

Adherence assay

For the adhesion assay, sterile round glass coverslips (Glasscyto) were

placed into 24 wells microtiter plates (TPP Zellkultur Testplatte 24F) and

40 µL of the standardized cell suspension (1 x 106 UFC/mL) plus 960 µL of

BHI medium were added to each well. For controls, glass coverslips were

similarly processed but in the absence of Candida cells. The microtiter

plates were incubated at 37°C for 18 h. After incubation, medium was

removed and the microtiter plates were washed once with ultrapure water

to remove non-adhered cells and the coverslips were stained with 1%

(v/v) of crystal violet for 5 minutes. The coverslips were then washed

twice with sterile water to remove the excess of staining and put onto

slides for visualization under light microscopy (NIKON Eclipse E100). The

standardization of the classification of the adhesion capacity of cells on

glass coverslips was performed considering the count of adhered cells by

fields [30, with adaptations]. For each slide a maximum of 70 fields were

analyzed and the adhered cells were counted. The number of adhered

cells obtained was registered as an average of three experiments realized

for each isolate. Adhesion ability in inert material for each isolate was

scored as negative, weak (+), moderate (++) or strong (+++) [32, with

adaptations]. Each isolate was analyzed by two observers independently.

The cellular adhesion was considered negative if less than 01 cell was

adhered per field, after analyzing 70 fields of the coverslip; weak if there

69

were between 01 and 10 adhered cells per field in 50 viewed fields;

moderate if there were more than 10 adhered cells per field in 30

observed fields and strong if there were an equal or more than 25 adhered

cells per field in 20 analyzed fields. There were no discrepant results

between the two observers in the direct microscopic visualization.

Determination of biofilm production

Biofilm production was determined by a method established by Shin et al.

[26] through spectrophotometric analysis. Broth Heart Infusion medium

was prepared according to the manufacturer’s instructions, and with

supplementation of 60 g of glucose per liter (final concentration, 80 g/liter

or 8%). Microorganisms were grown for 24 h at 37º C on Sabouraud

dextrose agar plates and suspensions of each strain of Candida species

were prepared on saline solution. We used C. albicans ATCC strain as

control in each experiment. After adjusting the turbidity of yeast

suspension each well of a 96-well microtitration plate (TPP Zellkultur

Testplatte 96F) was inoculated with aliquots of 20 µL of yeast cell

suspension and 180 µL of BHI. Plates were then incubated at 37ºC for 24

h without agitation. After this time the microtiter plate was washed three

times with distilled water and stained with crystal violet. After addition of

200 µL of distilled water in each well spectrophotometric readings were

performed at 450 nm with a microtiter plate reader (ANTHOS 2010). The

absorbance was measured as an average of three experiments for each

isolate and the data were expressed in percentage. Biofilm production for

each isolate was scored as either negative (% A < 5), weak (+1; 5 < % A

< 20), moderate (+2; 20 < % A < 35), strong (+3; 35 < % A < 50) and

very strong (+4; % A _> 50).

Statistical Analysis

The data were evaluated by the program BioEstat version 5.0 (2007). The

Lilliefors normality test was initially performed for the numeric variable

absorbance. Since this variable did not show normal distribution (p <

0.05), it was analyzed using the Kruskal-Wallis nonparametric variance

test. Along with the ordinal variables, the classification of biofilm and

adhesion levels in relation to species and to the anatomic site were made

through the nonparametric Kruskal-Wallis test and the analysis post-hoc

was done using the Student-Newman-Keulls test. The significance level

adopted in all tests was 5%; i.e., values were considered significant when

p < 0.05.

70

RESULTS

Adherence ability

Of a total of 118 analyzed isolates for the ability to adhere 93 (79%) were

positive for this property. Among these 81 (73%) showed a moderate or

weak ability of adherence (Table 1). Clearly, the four different species of

Candida adhered to coverslips although differences were observed in the

level of adhesion among them. Among the analyzed species, C. tropicalis

isolates showed greater capacity to adhere to inert material, with 91% of

the strains being positive, followed by C. parapsilosis with 89% of isolates

showing positive adherence, C. albicans with 76% and, finally, C. glabrata

with 61% of samples showing adherence on inert material. Besides the

interspecific variation we have noticed an intraspecific variability among

the isolates with respect to the capacity of adherence (Table 1). The

statistical analysis shows that these differences between species and

isolates are not significant (p> 0.05; Table 2).

The adhesion ability was categorized according to the number of cells read

per fields in weak (+), only 01 to 10 cells per 50 fields; moderate (++),

more than 10 cells per 30 fields or strong (+ + + ), above 25 cells per 20

fields read. Few isolates (21%) did not show any adherence on coverslips

(Table 1), being only 02 samples of C. tropicalis and C. parapsilosis, each

followed by 07 strains of C. glabrata and 14 of C. albicans (Table 1).

Regardless of site of origin of these samples there were differences in the

ability to adhere for all Candida species (Table 1). In relation to the total

number of species examined these differences were not significant (Table

2), and also, between the degree of positivity for adhesion on inert

material there has not been statistical significance either among the

species or the sites of origin (Table 3). However, it was noted that 100%

of C. tropicalis samples isolated from tracheal aspirates and 100% of C.

glabrata samples isolated from tip catheters were adherent (Table 1). Four different patterns of cellular organization of in vitro adhesion among

the isolates were verified, as shown in Figure 1. These patterns were

classified according to those proposed by Cravioto et al. [33] for

diahrreiogenic strains of E. coli. A diffuse adhesion (DA) pattern where the

yeast cells adhere over the entire surface of the glass coverslip, without

forming cells clumps. Localized adherence (LA) that involves clusters of

yeasts that adhere to localized regions of the coverslip. An aggregative

adhesion (AA) that is characterized by clumps of yeasts with a "stacked

brick" appearance that attached to the surface of the glass slide. There is

71

formation of filaments or pseudo-hyphae along the surface of coverslip in

a fourth pattern of adhesion (FA).

Among 93 strains with the ability to adhere, 44 presented a pattern of

localized adherence (47.31%), followed by 24 (25.8%) isolates that

showed aggregative pattern and only 9 (9.7%) had type pseudo-hyphal.

Only two isolates of C. albicans exhibited the filamentous or pseudo-

hyphal pattern. C. parapsilosis was the species that showed a greater

variability of adhesion patterns among their isolates and five of them

(29.4%) had the pseudo-hyphae pattern. Most isolates that showed the

localized or aggregative pattern came from urine (Table 4).

Biofilm formation

Table 5 presents the results for biofilm quantification for 123 Candida

isolates using spectrophotometric method. It was evident that all NCAC

species formed biofilms, although differences occurred depending on

species or strain. A total of 63 (51.2%) analyzed isolates were biofilm

positive. From these 11 (17.5%) were strong (3+) or very strong (4+)

biofilm formers, and 45 (71.4%) were weak formers. C. tropicalis isolates

were significantly higher producers of biofilm than those from others

species (91%, 20 of 22; p < 0.001 by the test of Student-Newman-Keuls;

Figure 2).

With regard to the intensity of the capacity of biofilm formation, the

species with the largest number of strong producer isolates (3 +) was C.

tropicalis (25% of its isolates), followed by C. albicans (13.3%). All C.

glabrata isolates that produced biofilm were weak (1 +) producers.

Biofilm production was detected in 50% of vaginal secretion isolates,

however all of them presented a weak (+1) ability. Among the strains

came from urine, 49.2% were biofilm producers, with 27.6% of them

showing moderate (2+) or strong (3+) production. Most Candida strains

coming from catheter tips were not biofilm producers (80%; Table 5).

Biofilm production was more frequent among isolates from tracheal

secretion (58.3%), followed by those from blood (57.1%), however there

was no significant difference among these results (Figure 3, p = 0.7748).

DISCUSSION

Infections of hospitalized patients with species others than C. albicans is

becoming increasingly prevalent [34, 35], especially in immune depressed

people. The increase in cases reported, is mainly caused by the increase

of the number of patients that are immunocompromised, the increase of

72

invasive surgery and antifungical therapy. Adherence of Candida to

mucosal surfaces of host cells is a vital prerequisite for successful

colonization and infection. Attachment enables the organisms to avoid

dislodgement by cleansing action of mucosal secretions and it facilitates

infection [reviewed by 36, 37]. Studies relate that the ability of adherence

shown by various Candida species is different among them. This fact could

explain why the colonization to mucosal surfaces are more common in

some species than in others [38,39] and ability to adhere to inert

materials may be indicative of a probable adherence to living cells. Thus,

the study aimed to analyze the adhesion and biofilm formation ability of

clinical isolates of Candida from different sites of origin onto glass

coverslips.

All Candida species were able to adhere to coverslips, which is in

agreement with other studies examining Candida species adherence to

inert materials like silicone rubber, for example [40,41,42]. However, it is

important to note that non-Candida albicans Candida (NCAC) isolates

adhered to a higher extent (81,4%) compared with those of C. albicans

(76,3%). C. tropicalis highlighted among NCAC species with 91% of

samples showing adhesion and of these 20% showed strong adhesion

(+++). These results, in relation to the others NCAC species was

significant (p < 0,001). Likewise, Minage et al.[43] observed greater

adhesion of these Candida species in inert material (plastic polymers).

Also, Moreno et al. [42]) verified the adherence ability of Candida isolates

to inert material (acrylic resin) and among the species analyzed, C.

tropicalis has shown the highest adhesion ability, followed by C.

dubliniensis and C. albicans. Our results are relevant because in a recent

epidemiological study of 100 candiduria cases (between 1999 and 2004),

in a paediatric hospital in Brazil, where the ability to adhere to catheters

was considered a significant and pre-predisposing factor to this type of

infection, 20 samples of C. tropicalis were isolated compared with 56 of C.

albicans, 11 of C. glabrata and 4 of C. parapsilosis [44)]. In fact, C.

tropicalis has emerged as the second or third most common agent of

candidemia, especially in patients with cancer [45,46]. In addition, a high

incidence of C. tropicalis as causative agent of nosocomial urinary tract

infections has been reported [47].

NCAC species has shown an increase in the number of cases of fungemia

in several countries [48,26,49,17] probably due to increased expression of

virulence factors, among them the ability to adhere and form biofilms.

Among the isolates of C. tropicalis that were positive for adherence, those

from tracheal aspirates were 100% adherent, although this difference was

not significant in relation to the distribution of anatomical sites. The high

73

capacity of adherence by C. tropicalis may indicate increased virulence of

this species when compared with others, corroborating data obtained by

Tamura et al. [17] and Costa [50] that NCAC species have higher

adhesion properties than C. albicans, being that in the study of Tamura et

al. [17] the researchers report C. glabrata as the species with the highest

ability to adhere and form biofilm, while Costa [50] shows isolates of C.

tropicalis significantly more adherent than those of other species including

C. albicans.

It is important to note that in C. parapsilosis cell adhesion and biofilm

formation have been observed as significant virulence factors [51,52],

corroborating our findings of the tests for adhesion where C. parapsilosis

was the second species with the highest adhesion ability (89%), and

100% of isolates from the catheter tip were adherent. Although C.

parapsilosis is generally regarded as one of the less virulent yeast species,

it is now a frequent cause of candidemia associated with parenteral

hyperalimentation and contaminated intravascular devices and ophthalmic

solutions [53,54,55,56,57]. Several factors give to C. parapsilosis a

selective advantage, including the ability to proliferate in high

concentrations of glucose and the adherence to prosthetic materials

[58,56]. Nosocomial outbreaks of C. parapsilosis have also been described

and have been attributed to transfer of yeast from the hands of healthcare

workers [59]. However in contrast with results obtained for adherence

capacity, C. parapsilosis was the species of Candida that least expressed

properties of biofilm formation (26%), and the same isolates from the

catheter tip were negative for this virulence factor (75%). These results

contrast with those of literature. Pfaller, Messer, Hollis [60] studied the

production of biofilms in clinical samples of C. parapsilosis grown in

culture mediums containing glucose and found that isolated from blood

and catheter, more biofilm was produced than samples from other

anatomical sites. Our results show that isolates of C. parapsilosis can

enter the bloodstream and cause infections even without forming a biofilm

on medical devices because some of these analyzed isolates were from

blood.

This study describes for the first time, different patterns of adherence to

glass coverslips shown by Candida species. These patterns were

categorized similarly to the classification of diarrheal strains of E. coli that

show distinct patterns of adhesion when adhered in vitro to HEp-2 and

HeLa cells, or to coverslips [33,61]. Four different patterns of cellular

organization of in vitro adhesion among the isolates were verified: a diffuse

adhesion (DA) pattern where the yeast cells adhere over the entire surface of

the glass coverslip, without forming cells clumps; localized adherence (LA)

74

that involves clusters of yeasts that adhere to localized regions of the

coverslip; an aggregative adhesion (AA) that is characterized by clumps of

yeasts with a "stacked brick" appearance that attached to the surface of the

glass slide and a filamentous or pseudo-hyphae (FA) pattern of adhesion

where there is formation of filaments or pseudo-hyphae along the surface

of coverslip. Most of the isolates showed ability to adhere from localized

type (47%), followed by those who have demonstrated aggregative

pattern (26%). C. parapsilosis was the species that showed a greater

variability of patterns among its isolates, and 5 (29.4%) of them showed

the pattern of pseudo-hyphae type. Most isolates that showed a localized

or aggregative pattern came from urine. The large number of isolates

showing a localized or aggregative pattern of adherence could be

explained by the presence of adhesins on the cell wall of Candida that

were responsible for intercellular adhesion ability displayed by different

strains. These types of adherence patterns would also facilitate biofilm

formation by these species.

In C. albicans ALS family of proteins mediate several ways of adhesion, for

example, cell adhesion without aggregation with sparsely adherent cells or

adhesion followed by cell-cell aggregation forming clumps. What specific

behavior is exhibited by an isolate depends on the type of protein

expressed. This fact, in a way, confirms our findings which show evidence

of a lack of diffuse pattern with most strains showing a localized or

aggregative pattern of adhesion, where both show the formation of

colonies by the union of several yeast cells.

Specific structural regions of ALS proteins in C. albicans appear to be

involved in the phenomenon of cell aggregation, as the region of tandem

repeats and the region rich in threonine residues [18]. The threonine-rich

region of Als5p which consists of 127 amino acids is involved in

aggregation [62], however, Als7p and Als9p with 128 amino acids do not

aggregate after adhesion [63,5]. In the same way, the aggregation

property of various C. albicans Als proteins is roughly proportional to the

number of tandem repeats in the molecule [62]. For example, Als1p with

20 tandem repeats forms aggregates larger than those found with Als5p

with only 5 tandem repeats [5].

Only two isolates of C. albicans showed a filamentous or pseudo-hifal

pattern of adherence which also was observed in only 7 (7.5%) isolates of

NCAC species. The ability to differentiate between the yeast form to

filamentous one has been described in many studies and is directly related

to the invasion of host tissue, favoring the pathogenicity of Candida,

allowing easier penetration of the host tissue [64] however it is not

essential for pathogenesis [65]. The filamentous form is probably more

75

virulent because of the greater length of contact between the

microorganism and the area to be infected, but both forms are often found

in both commensal state and in an infectious processes and even NCAC

species that do not form true hyphae are potentially pathogenic and are

involved in morbimortality by these agents [65,66].

The possibility of changing their own phenotype has been described in

some studies in relation to C. albicans [64,67,68,66] and can modulate

some virulence factors including dimorphism and cell adhesion [69].

However, knowledge about the mechanisms that enable this phenotypic

change remains to be elucidated [50], this change is probably associated

with a wealth (abundance) of nutrients and expression of adhesins.

Investigation of the presence and/or expression of Als or genes

responsible for the transition to hyphae in Candida isolates would be

critical to establish correlations with the phenotypic data obtained in this

study of adherence.

Regarding the ability to form biofilms the data obtained herein clearly

confirm reports from literature that different Candida species have

different abilities to produce biofilm in vitro and that NCAC species were

the highest biofilm producers [26,70]. The present study shows that C.

tropicalis was significantly the greater biofilm producer among the species

studied (p < 0.0001). The ability of biofilm formation among the others

species was not statistically different. These data also corroborate those

reported by Gasparetto et al. [71] that found greater and more significant

production of biofilms in NCAC species (64%), where the species C.

tropicalis stood out among these. According to Shin et al. [26] despite C.

albicans being pathogenic and capable of establishing mechanisms for the

occurrence of systemic infection, their biofilm production was significantly

less frequent than other species, independent of the anatomical site of

origin and C. tropicalis was also the largest producer of biofilm followed by

C. parapsilosis, C. glabrata and C. albicans. However, C. parapsilosis was

highlighted when their blood isolates were analyzed. These isolates were

the largest producers of biofilm in relation to those of other species of

Candida not C. albicans, unlike our findings where all isolates of C.

tropicalis from blood were those with the highest biofilm formation

(100%), followed by those of C. albicans (57%) and, finally, those of C.

parapsilosis (40%). There was no blood isolates of C. glabrata.

There was no significant difference in relation to the site of origin of the

samples and the ability of biofilm formation. However, almost all samples

from the catheter tip were not biofilm producers, a fact which differs from

the literature which says that medical devices like catheters are preferred

and potential substrates for biofilm formation [19,72].

76

Supplementation of the medium with glucose was important for the

findings in our experiment, this data agrees with previous studies for the

production of biofilm, such as those of Hawser, Douglas [73], Jain et al.

[27] and Uppluri et al. [74] that have already observed that the growth of

yeast is lower if the culture medium is not supplemented with this

carbohydrate. These findings are relevant for diabetic patients who have a

high rate of blood glucose. Indeed, fungal infections are more common in

diabetic patients, particularly those involving Candida species, occasionally

causing serious clinical consequences [75].

Comparing our findings of ability to adhere and biofilm formation one can

see a differential expression of those properties in isolates of the same

species. These results reflect inherent physiological differences among

species and isolates and may have significance with respect to pathogenic

potential. Only isolates of C. tropicalis stood out both in terms of ability to

adhere to inert material and to form biofilms (91% in both trials). The

other isolates of the species studied showed different behaviors in tests

such as those of C. parapsilosis that showed high adherence (89%) in

contrast to the low production of biofilm (26%), those of C. albicans and

C. glabrata that showed higher adhesion ability (76% and 61%

respectively) than to form biofilms (47% and 44% respectively)

suggesting that both capabilities are different stages of the infectious

process [(66),(68)] and that the species express different mechanisms for

the formation of a mature biofilm. This really can be true as Silva et al.

[76] studying the characterization of biofilms in NCAC species in terms of

structure, matrix composition and metabolic activity revealed significant

structural differences in biofilms with respect to the morphology of cells

and their spatial disposition. C. parapsilosis biofilm matrices have shown

high amounts of carbohydrate and relatively lower amounts of proteins.

Contrarily, C. tropicalis biofilms matrices were low in both carbohydrate

and protein content and those of C. glabrata have shown high amounts of

both components, showing that intrinsic differences should exist in terms

of metabolic activity of biofilms.

Hasan et al. [77], using two different methods, found that there is a

significant difference between the production of biofilms among species of

Candida, showing that the ability of biofilm formation in vitro is dependent

on the species of Candida. Their results differed from ours, because while

using a similar methodology, these authors found C. albicans to be the

largest producer of biofilm and all isolates of C. glabrata have shown

biofilm positive production, data not found in our experiments.

There are few studies that assess biofilm production among species of

NCAC from different anatomical sites without joining them as a unique

77

group. Also, there is no data about correlation among virulence factors of

Candida species that have clinical relevance in our region. This is

important because one can propose preventive, diagnostic and therapeutic

measures more effective and specific, and thus contribute to reduce

morbidity and mortality caused by Candida species. In summary, our

findings demonstrate that the tested Candida species were able to adhere

to inert surfaces and to form biofilms and suggest that these properties

are strongly linked to pathogenicity of these agents, but that they are

distinct processes that need to be better understood. They also shows that

the expression of these virulence factors are not directly related to the site

of infection itself, but with specific factors of these microorganisms and,

most likely, with the host response. These findings are especially relevant

to all patients who use medical devices like catheters, including those with

urinary tract infection, and who have received transplants or who are in

intensive care units.

Acknowledgements

The authors acknowledge FAPEMA (Fundação de Amparo à Pesquisa e ao

Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão), for supporting

Viviane Menezes work through grant ATB-04191/10 Edital FAPEMA nº

026/2010 Bancada and Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e

Extensão do Centro Universitário do Maranhão.

“None”

1. Meunier F, Aoun M, Bitar N. Candidemia in immunocompromised

patients. Clin Infect Dis 1992;14:120-125.

2. Calderone RA, Braun PC. Adherence and receptor relationships of

Candida albicans. Microbiol Mol Biol Rev 1991;55:1-20.

3. Klotz SA. Fungal adherence to the vascular compartment: a critical

step in the pathogenesis of disseminated candidiasis. Clin Infect Dis

1992;14:340-347.

4. Edmond MB, Wallace SE, McClish DK, et al. Nosocomial bloodstream

infections in United States hospitals: a three-year analysis. Clin Infect Dis

1999;29:239-244.

5. Klotz SA, Nguyen HC, Van Pham T, et al. Clinical features of

HIV/AIDS patients presenting to an inner city clinic in Ho Chi Minh City,

Vietnam. Int J STD AIDS 2007;18:482–485.

78

6. Pfaller MA, Jones RN, Messer SA, Edmond MB, Wenzel RP. National

surveillance of nosocomial blood stream infection due to species of

Candida other than Candida albicans: frequency of occurrence and

antifungal susceptibility in the SCOPE Program. Diagn Microbiol Infect Dis

1998;30:121–129.

7. Pfaller MA, Jones RN, Messer SA, Edmond M, Wenzel RP. National

surveillance of nosocomial blood stream infection due to Candida albicans:

Frequency of Occurrence and Antifungal Susceptibility in the SCOPE

Program. Diagn Microbiol Infect Dis 1998;31:327–332.

8. Pfaller M, Jones R, Doern G, Sader H, Hollis R, Messer S, et al.

International surveillance of bloodstream infections due to Candida

species: frequency of occurrence and antifungal susceptibilities of isolates

collected in 1997 in the United States, Canada, and South America for the

SENTRY program. J Clin Microbiol 1998;36:1886-1889.

9. Sandven P, Bevanger L, Digranes A, et al. Candidemia in Norway

(1991 to 2003): results from a nationwide study. J Clin Microbiol

2006;44:1977-1981.

10. Krcmery Jr V, Kovacicová G, others. Longitudinal 10-year

prospective survey of fungaemia in Slovak Republic: trends in etiology in

310 episodes. Slovak Fungaemia study group. Diagn Microbiol Infect Dis

2000;36:7-11.

11. Chakravart S, Haleagraha N. A Comprehensive review of the

occurrence and management of systemic candidiasis as an opportunistic

infection. Microbiol J 2011;1:1–7.

12. Pfaller MA. Nosocomial candidiasis: emerging species, reservoirs,

and modes of transmission. Clin Infect Dis 1996;22:89-94.

13. Abi-Said D, Anaissie E, Uzun O, et al. The epidemiology of

hematogenous candidiasis caused by different Candida species. Clin Infect

Dis 1997;24:1122-1128.

14. Arendrup MC, Fuursted K, Gahrn-Hansen B, et al. Seminational

surveillance of fungemia in Denmark: notably high rates of fungemia and

numbers of isolates with reduced azole susceptibility. J Clin Microbiol

2005;43:4434-4440.

15. Colombo AL, Guimarães T, Silva LRBF, et al. Prospective

observational study of candidemia in Sao Paulo, Brazil: incidence rate,

epidemiology, and predictors of mortality. Infect Control Hosp Epidemiol

79

2007;28:570–576.

16. Hinrichsen SL, Falcão É, Vilella TAS, et al. Candida isolates in

tertiary hospitals in northeastern Brazil. Brazil J Microbiol 2009;40:325–

328.

17. Tamura NK, Negri MFN, Bonassoli LA, Svidzinski TIE. Virulence

factors for Candida spp recovered from intravascular catheters and

hospital workers’ hands(portuguese). Rev Soc Bras Med Trop.

2007;40:91–93.

18. Klotz SA, Lipke PN. The perfect adhesive. Proteins 2010;16:18.

19. Donlan RM, Costerton JW. Biofilms: survival mechanisms of clinically

relevant microorganisms. Clin Microbiol Rev 2002;15:167-193.

20. Douglas LJ. Candida biofilms and their role in infection. Trends

Microbiol 2003;11:30–36.

21. King RD, Lee JC, Morris AL. Adherence of Candida albicans and other

Candida species to mucosal epithelial cells. Infect Immun 1980;27:667-

674.

22. Baillie GS, Douglas LJ. Matrix polymers of Candida biofilms and their

possible role in biofilm resistance to antifungal agents. J Antimicrob

Chemother 2000;46:397–403.

22. Chandra J, Kuhn DM, Mukherjee PK, Hoyer LL, McCormick T,

Ghannoum MA. Biofilm formation by the fungal pathogen Candida

albicans: development, architecture, and drug resistance. J Bacteriol

2001;183:5385–5394.

23. Jin Y, Yip HK, Samaranayake YH, Yau JH, Samaranayake LP. Biofilm-

forming ability of Candida albicans is unlikely to contribute to high levels

of oral yeast carriage in cases of human immunodeficiency virus infection.

J Clin Microbiol 2003;41:2961-2967.

24. Ramage G, Martínez JP, López-Ribot JL. Candida biofilms on

implanted biomaterials: a clinically significant problem. FEMS Yeast Res

2006;6:979–986.

25. Shin JH, Kee SJ, Shin MG, et al. Biofilm Production by isolates of

Candida species recovered from nonneutropenic patients: comparison of

bloodstream isolates with isolates from other sources. J Clin Microbiol

2002;40:1244–1248.

80

27. ain N, Kohli R, Cook E, et al. Biofilm formation by and antifungal

susceptibility of Candida isolates from urine. Appl Environ Microbiol

2007;73:1693-1703.

27. Bizerra FC, Nakamura CV, Poersch C, et al. Characteristics of biofilm

formation by Candida tropicalis and antifungal resistance. FEMS Yeast Res

2008;8:442–450.

28. Lima-Neto RG, Beltrão EIC, Oliveira PC, Neves RP. Adherence of

Candida albicans and Candida parapsilosis to epithelial cells correlates

with fungal cell surface carbohydrates. Mycoses 2011;54:23-29.

30. Biasoli MS, Tosello ME, Magaró HM. Adherence of Candida strains

isolated from the human gastrointestinal tract. Mycoses. 2002;45:465–

469.

31. National Committee for Clinical Laboratory Standards (NCCLS).

Reference Methods for Broth Dilution Antifungal Susceptibility Testing of

Yeast; Approved Standard. Wayne, PA: NCCLS; 2002; 22:1-51. Document

M27-A2 .

32. Viana IMG, Sauaia N, Sauaia BA, Monteiro SG, Figueiredo PMS. Epidemiological profile of patients with positive sputum smears for

pulmonary tuberculosis (portuguese). Rev Soc Bras Clin Med 2010;8:505-

508.

33. Cravioto A, Gross RJ, Scotland SM, Rowe B. An adhesive factor

found in strains of Escherichia coli belonging to the traditional infantile

enteropathogenic serotypes. Curr Microbiol 1979; 3:95–99.

34. Enache-Angoulvant A, Hennequin C. Invasive Saccharomyces

infection: a comprehensive review. Clin Infect Dis 2005;41:1559-1568.

33. Muñoz P, Bouza E, Cuenca-Estrella M, et al. Saccharomyces

cerevisiae fungemia: an emerging infectious disease. Clin Infect Dis

2005;40:1625-1634.

34. Chaffin WL, Lopez-Ribot JL, Casanova M, Gozalbo D, Martinez JP.

Cell wall and secreted proteins of Candida albicans: identification,

function, and expression. Microbiol Mol Biol Rev 1998; 62:130-180.

37. Cannon R, Chaffin W. Oral colonization by Candida albicans. CROBM

1999;10:359–383.

36. Jabra-Rizk MA, Ferreira SMS, Sabet M, et al. Recovery of Candida

dubliniensis and other yeasts from human immunodeficiency virus-

81

associated periodontal lesions. J Clin Microbiol 2001;39:4520-4522.

37. De Repentigny L, Aumont F, Bernard K, Belhumeur P.

Characterization of binding of Candida albicans to small intestinal mucin

and its role in adherence to mucosal epithelial cells. Infect Immun 2000;

68:3172-3179.

38. Busscher H, Geertsema-Doornbusch G, Van der Mei H. Adhesion to

silicone rubber of yeasts and bacteria isolated from voice prostheses:

influence of salivary conditioning films. J Biomed Mater Res 1997;

34:201–209.

41. Tamura N, Gasparetto A, Svidzinski T. Evaluation of the adherence

of Candida species to urinary catheters. Mycopathologia 2003; 156:269–

272.

40. Moreno SMA, Vergani CE, Sanitá PV,et al. Adhesion of different

species of candida to an experimental hard chairside reline resin

(portuguese). Rev Odontol UNESP 2009; 38:89.

43. Minagi S, Miyake Y, Inagaki K, Tsuru H, Suginaka H. Hydrophobic

interaction in Candida albicans and Candida tropicalis adherence to

various denture base resin materials. Infect Immun 1985;47:11-14.

44. Silva EH, Ruiz LS, Matsumoto FE, et al. Candiduria in a public

hospital of São Paulo (1999-2004): characteristics of the yeast isolates.

Rev Inst Med Trop S Paulo 2007;49:349–353.

42. Weinberger M, Leibovici L, Perez S, et al. Characteristics of

candidaemia with Candida-albicans compared with non-albicans Candida

species and predictors of mortality. J Hosp Infect 2005;61:146–154.

43. Nucci M, Colombo AL. Candidemia due to Candida tropicalis: clinical,

epidemiologic, and microbiologic characteristics of 188 episodes occurring

in tertiary care hospitals. Diagn Microbiol Infect Dis 2007;58:77–82.

47. Rho J, Shin JH, Song JW, et al. Molecular investigation of two

consecutive nosocomial clusters of Candida tropicalis candiduria using

pulsed-field gel electrophoresis. J Microbiol 2004;42:80–86.

45. Cheng MF, Yang YL, Yao TJ, et al. Risk factors for fatal candidemia

caused by Candida albicans and non-albicans Candida species. BMC Infect

Dis 2005;5:22.

46. Bassetti M, Righi E, Costa A, et al. Epidemiological trends in

nosocomial candidemia in intensive care. BMC Infect Dis 2006;6:21.

82

50. Costa KRC. Aspectos fenotípicos e moleculares da adesão e

atividade enzimática de Candida sp isoladas de pacientes com sinais

clínicos de candidíase oral. Tese de Doutorado, Universidade de São

Paulo; 2009.

51. Branchini ML, Pfaller MA, Rhine-Chalberg J, Frempong T, Isenberg

HD. Genotypic variation and slime production among blood and catheter

isolates of Candida parapsilosis. J Clin Microbiol 1994; 32:452–456.

48. Nascimento ACMOB. Susceptibilidade antifúngica, produção de

biofilme e caracterização molecular do gene ALS3 em isolados de Candida

albicans e não albicans do Hospital das Clínicas. Dissertação de Mestrado,

UNESP, 2009.

49. Plouffe JF, Brown DG, Silva Jr J, et al. Nosocomial outbreak of

Candida parapsilosis fungemia related to intravenous infusions. Arch

Intern Med 1977; 137:1686-1689.

54. Solomon SL, Khabbaz RF, Parker RH, et al. An outbreak of Candida

parapsilosis bloodstream infections in patients receiving parenteral

nutrition. J Infect Dis 1984;149:98-102.

51. O’Day DM, Head WS, Robinson RD. An outbreak of Candida

parapsilosis endophthalmitis: analysis of strains by enzyme profile and

antifungal susceptibility. Br J Ophthalmol 1987;71:126–129.

52. Weems Jr JJ, Chamberland ME, Ward J, et al. Candida parapsilosis

fungemia associated with parenteral nutrition and contaminated blood

pressure transducers. J Clin Microbiol 1987; 25:1029–1032.

57. Weems JJ. Candida parapsilosis: epidemiology, pathogenicity,

clinical manifestations, and antimicrobial susceptibility. Clin Infect Dis

1992; 14:756-766.

54. Critchley IA, Douglas LJ. Differential adhesion of pathogenic Candida

species to epithelial and inert surfaces. FEMS Microbiol Lett 1985;28:199–

203.

55. Bonassoli LA, Bertoli M, Svidzinski TIE. High frequency of Candida

parapsilosis on the hands of healthy hosts. J Hosp Infect 2005;59:159–

162.

60. Pfaller MA, Messer SA, Hollis RJ. Variations in DNA subtype,

antifungal susceptibility, and slime production among clinical isolates of

Candida parapsilosis. Diagn Microbiol Infect Dis. 1995;21:9–14.

83

61. Scaletsky IC, Silva ML, Trabulsi LR. Distinctive patterns of adherence

of enteropathogenic Escherichia coli to HeLa cells. Infect Immun

1984;45:534-536.

58. Rauceo JM, De Armond R, Otoo H, et al. Threonine-rich repeats

increase fibronectin binding in the Candida albicans adhesin Als5p.

Eukaryot Cell 2006;5:1664–1673.

59. Hoyer LL. The ALS gene family of Candida albicans. Trends Microbiol

2001;9:176–180.

64. Yang YL. Virulence factors of Candida species. J Microbiol Immunol

Infect 2003;36:223–228.

61. Gow NAR, Brown AJP, Odds FC. Fungal morphogenesis and host

invasion. Curr Opin Microbiol 2002;5:366–371.

62. Ribeiro MA, Miranda AE, Gambale W, Rodrigues CP. Prevalence and

exoenzyme secretion by Candida albicans isolates from oral and vaginal

mucosas of HIV-infected women. Mycopathologia 2004 ;157:255–261.

67. Haynes K. Virulence in Candida species. Trends Microbiol

2001;9:591–596.

64. Álvares CA, Svidzinski TIE, Consolaro MEL. Vulvovaginal candidiasis:

susceptibility factors of the host and virulence of the yeasts (portuguese).

J Bras Patol Med Lab 2007;43:319–327.

65. Soll DR. Candida commensalism and virulence: the evolution of

phenotypic plasticity. Acta Trop 2002; 81:101–110.

70. Tumbarello M, Posteraro B, Trecarichi EM, et al. Biofilm production

by Candida species and inadequate antifungal therapy as predictors of

mortality for patients with candidemia. J Clin Microbiology 2007;45:1843-

1850.

71. Gasparetto A, Negri MFN, Paula CR, Svidzinski TIE. Biofilm

production by yeasts isolated from bucal cavity of prosthesis wearers. Acta

Sci Health Sci 2008; 27:37–40.

72. Weinstein RA, Hota B. Contamination, disinfection, and cross-

colonization: are hospital surfaces reservoirs for nosocomial infection? Clin

Infect Dis 2004;39:1182-1189.

73. Hawser SP, Douglas LJ. Resistance of Candida albicans biofilms to

antifungal agents in vitro. Antimicrob Agents Chemother 1995;39:2128-

84

2131.

74. Uppuluri P, Dinakaran H, Thomas DP, Chaturvedi AK, Lopez-Ribot JL.

Characteristics of Candida albicans biofilms grown in a synthetic urine

medium. J Clin Microbiol 2009;47:4078-4083.

75. Patterson JE, Andriole VT. Bacterial urinary tract infections in

diabetes. Infect Dis Clin North Am 1997;11:735-750.

76. Silva S, Henriques M, Martins A, et al. Biofilms of non-Candida

albicans Candida species: quantification, structure and matrix

composition. Med Mycol 2009;47:681–689.

77. Hasan F, Xess I, Wang X, Jain N, Fries BC. Biofilm formation in

clinical Candida isolates and its association with virulence. Microbes Infect

2009;11:753–761.

85

TABLE 1. Levels of adherence ability of Candida isolates in relation to

species and the site of origin.

Levels of adherence capacity

Species

n (%)

Site of

origin

Negative Weak Moderate Strong Total

C. tropicalis

22 (19 %)

Urine 1 3 4 2 10

Blood 1 1 2 1 5

Tracheal

secretion

- 4 2 1 7

Total 2 8 8 4 22

C. glabrata

18 (15 %)

Tracheal

secretion

- 1 2 - 3

Urine 7 5 3 - 15

Total 7 6 5 - 18

C.

parapsilosis

19 (16 %)

Blood 1 5 4 - 10

Catheter

tip

- 3 - 1 4

Urine 1 1 1 2 5

Total 2 9 5 3 19

C. albicans

59 (50 %)

Urine 6 13 2 6 27

Tracheal

secretion

5 7 1 - 13

Vaginal

secretion

2 7 3 1 13

Catheter

tip

- 1 - - 1

Blood 1 - 1 3 5

Total 14 28 7 10 59

Total 25 51 25 17 118

86

TABLE 2. Descriptive statistics and Kruskal-Wallis test of adhesion in

relation to species.

Species

C.

albicans

C.

parapsilosis

C.

tropicalis

C.

glabrata H p

N 59 19 22 18 6.69 0.0825

Minimum 0 0 0 0

Maximum 03 03 03 02

Mediana 01 01 02 01

87

TABLE 3. Descriptive statistics and Kruskal-Wallis test of adhesion in

relation to sites of origin.

Sites

Blood Urine

Catheter

tip

Tracheal

secretion

Vaginal

secretion H p

N 19 57 05 24 13 2.1 0.7177

Minimum 0 0 01 0 0

Maximum 03 03 03 03 03

Mediana 02 01 01 01 01

88

TABLE 4. Distribution of the adherence patterns among Candida isolates

in relation to species and origin site.

Species Origin

site

Adherence pattern

Localized Agreggative Difuse Pseudo-

hiphal Total

C. albicans Urine 13 3 3 2 21

Vaginal

secretion

9 1 1 0 11

Tracheal

secretion

4 2 2 0 8

Blood 1 3 0 0 4

Catheter

tip 0 1 0 0 1

Total 27 10 6 2 45

C.

parapsilosis

Urine 1 1 1 1 4

Blood 3 0 4 2 9

Catheter

tip

0 1 1 2 4

Total 4 2 6 5 17

C. tropicalis Urine 5 3 0 1 9

Tracheal

secretion

4 3 0 0 7

Blood 1 2 1 0 4

Total 10 8 1 1 20

C. glabrata Urine 2 3 2 1 8

Tracheal

secretion

1 1 1 0 3

Total 3 4 3 1 11

Total 44 24 16 9 93

89

TABLE 5. Biofilm formation ability from Candida isolates in relation to

species and origin site.

Biofilm formation levels

Specie

n (%)

Origin

site

Negative Weak Moderade Strong Very

strong

Total

C. tropicalis

22 (18 %)

Urine 1 5 3 1 - 10

Blood - - 2 2 - 4

Tracheal

secretion

1 4 1 2 - 8

Total 2 9 6 5 - 22

C. glabrata

18 (14,5%)

Tracheal

secretion

2 1 - - - 3

Urine 8 7 - - - 15

Total 10 8 - - - 18

C.

parapsilosis

19 (15,5%)

Blood 6 3 - - 1 10

Catheter

tip

3 - - 1 - 4

Urine 5 - - - - 5

Total 14 3 - 1 1 19

C. albicans

64 (52 %)

Urine 16 9 1 3 - 29

Tracheal

secretion

7 5 - 1 - 13

Vaginal

secretion

7 7 - - - 14

Catheter

tip

1 - - - - 1

Blood 3 4 - - - 7

Total 34 25 1 4 - 64

Total 60 45 7 10 1 123

90

FIGURE 1 C. parapsilosis isolates come from various sites of origin

showing different patterns of adherence to coverslips. Isolate

from blood showing a diffuse pattern of adherence (a); Isolate

come from urine showing a localized pattern of adhesion to

coverslips (b); Isolate from blood with an aggregative pattern

of adherence (c). Isolate from urine showing an aspect pseudo-

hiphal of adherence (d).

91

FIGURE 2 Descriptive statistics and Kruskal Wallis and Student-Newman-

Keuls tests for biofilm formation ability by absorbance

quantification in relation to species (Kruskal Wallis p < 0.001;

a,b,c Different letters means p < 0.05 by Student-Newman-

Keuls test).

92

FIGURE 3 Descriptive statistics and Kruskal Wallis and Student-Newman-

Keuls tests for biofilm formation ability by absorbance

quantification in relation to anatomic sites (Kruskal Wallis =

1.78, p = 0.7748).

93

ANEXO A – Confirmação de Submissão do Artigo Científico

Preview

From: [email protected]

To:

[email protected], [email protected], [email protected], [email protected],

[email protected], [email protected],

[email protected], [email protected]

CC:

Subject: Manuscript has been submitted - TMMY-0092-2012

Body: @@date to be populated upon sending@@

Dear Menezes, Viviane Menezes de; Vale, Iven Neylla

Farias; Menezes, Valéria Jesus Menezes de; Monteiro, Silvio Gomes; Gonçalves, Luís Henrique Bastos;

Figueredo, Patricia Maria Silva; Monteiro, Cristina Andrade

You have been listed as a co-author on a manuscript

submitted to Medical Mycology. The manuscript title is "Adherence ability and biofilm production by clinical

isolates of Candida species coming from different sources". If you were not involved in the production of

this manuscript, please contact the editorial office at

[email protected]. Alternatively, if you are a co-author on this paper you do not have to take any further

action.

Thank you for your attention to this matter.

Sincerely,

Editor-in-Chief Medical Mycology

Date Sent: 23-Mar-2012

94

ANEXO B – Normas da Publicação da Medical Mycology

Official journal for The International Society for Human and

Animal Mycology (ISHAM) 2010 Impact Factor: 2.329

5-year Impact Factor: 2.284 Ranking: 5/22 (Mycology), 10/145 (Vet sciences)

© Thomson Reuters, Journal Citation Reports® 2011

Read More:

http://informahealthcare.com/page/Description?journalCode=mmy#Instructions

Instructions for Authors

The official publication of the International Society for Human and Animal Mycology (ISHAM), Medical Mycology, is an international journal, which

focuses on original and innovative studies of all aspects of medical, veterinary and environmental mycology. The topics include, but are not

limited to mycological, biochemical and molecular investigations of etiological agents of mycoses; aspects of pathogenesis, immunology, and

epidemiology of mycotic diseases; case reports of unusual medical or

veterinary fungal infections; laboratory approaches to the identification of fungal pathogens, antifungal therapy and prophylaxis; mode of action,

pharmacokinetics and assessments of new antifungal agents; investigations of the mycological aspects of the indoor environment, with

a focus on human and animal health. The aim of the journal is to present the best scientific reports from around the world and in so doing to

provide a comprehensive reference base for medical mycologists, microbiologists, clinicians, and environmental specialists.

Types of Papers Considered for Publication

1. Types of Papers

1.1.Original Papers. Manuscripts must have: (a) a Cover-Page which includes the full title and a short title, name(s) and affiliation(s) of all

author(s), full postal address, telephone and fax numbers, and email

address for the corresponding author and a list of up to five keywords; (b) a separate page for a Summary of no more than 200 words prepared

without sub headers; (c) text consisting of Introduction, Materials & Methods, Results, Discussion and References; (d) References must be

numbered sequentially in the order in which they first appear in the text, the numbers cited in the text within non-superscript, square brackets,

e.g., [1] and included in the same numerical order in the Reference section; (e) each Table should be submitted as a separate file (page) and

should have footnoted descriptions of all abbreviations contained in the

95

Table (see section below on Tables for more detailed information); (f) each Figure should be submitted as a separate file (page), with

appropriate figure legends allowing a reader to understand their contents without reference to the text (see section below on Figures for more

detailed information). Manuscripts MUST be in English, double-spaced, in no less than size 12 font, without line numbering and no more than 10

print pages (approximately 25 manuscript pages), including cover-page, abstract, text, references, and tables/figures.

1.2 Reviews. Authors must first electronically submit an outline of their proposed article for evaluation by the journal. The outline should be no

more than two, double-spaced pages in 12 font, in which the authors describe the objectives and contents of the report. The outline must be

submitted to the Reviews Editor, Wiley Schell: [email protected]. Once the proposal has been evaluated, the authors will be informed of the

results of the Review Editor’s initial consideration of their proposal. Reviews are NOT restricted by the formatting or length requirements of

Original Papers. NOTE - the journal does NOT accept uncommisioned reviews for publication.

1.3 Case Reports. Such articles must make a distinct, novel contribution

to the understanding of the etiologic agents, its clinical manifestations, and/or its treatment. They should NOT be based merely on the first

incidence of a known cosmopolitan or widely distributed etiologic agent in

the nation of the authors’ residence. This type of paper MUST include mycological information, e.g., the methods used to recover the etiologic

agent in culture, the procedures used in its identification, etc., as well as the clinical features of the patient. Reports describing new etiologic agents

should be substantiated by living cultures of the isolates deposited in an internationally recognized professional culture collection (i.e. one that has

full-time staff dedicated to receiving, preserving and shipping of cultures). In addition, it is recommended that discussions of unusual or rare fungal

pathogens be supported by the deposition of the organisms in recognized fungal collections. Alternatively, species identification may be supported

by the sequencing of recognized genes using appropriate primers and subsequent comparison of the obtained sequences with those in GenBank

or other recognized molecular databases. Nucleotide and/or amino acid sequence data should be deposited in Genbank or Swiss-Prot and the

accession numbers included in the Material and Methods section or in

figures of phylogenetic trees. Manuscripts MUST be in English and prepared as is an original article, EXCEPT that each should consist of a

Cover page, Abstract, Introduction, Case Report, Discussion and References. These papers should be no more than 10 print pages

(approximately 25 manuscript pages).

1.4 Short Communications. These manuscripts are to provide an opportunity for the presentation of preliminary or brief observations that

do not warrant an original paper. The manuscript should be prepared as is

96

an original paper, except they may be no more than 5 print pages (approximately 12 manuscript pages) including cover-page, abstract, text,

references, and tables/figures.

1.5 Letters to the Editor. Letters are to allow readers the opportunity to discuss issues related to previous published original articles, case reports

or short communications and should not be used for the presentation of the authors’ preliminary data from their own investigations. Letters should

be no more than 5 double-spaced manuscript pages (approximately 2

print pages) in not less than size 12 font, including references.

2. Submission of Manuscripts All submissions MUST be uploaded as Word files to the Medical Mycology

ScholarOne Manuscript site at mc.manuscriptcentral.com/tmmy. Users who have not previously submitted work through this site must create an

account from the link on the login page. Assistance with this and all other areas of the site is available in the User Guide, which is accessed via the

‘Get Help Now’ button at the top right corner of all ScholarOne Manuscript web pages.

Manuscript Structure

1. Preparation of Manuscripts

As indicated, manuscripts MUST be in English, double-spaced, in no less

than size 12 font, organized as appropriate for the manuscript type and have one (1) inch margins all around. Statistics and measurements

should be given in numerals when followed by a unit, e.g., mg, ml, etc. In contrast, numerals employed in other circumstance, e.g. two

patients, should be spelled out. All abbreviations, even those commonly used in medical mycology, e.g., Sabouraud glucose agar (SGA) must be

defined when first used in the abstract and text.

2. References In preparing your citations please note that software programs available

to format references DO NOT presently contain an option for Medical Mycology or for the use of the Vancouver system. Consequently, such

programs should be used cautiously and should be carefully reviewed by the authors to ensure that citations meet the style/format requirements of

the journal. References must be numbered sequentially in the order in

which they first appear in the text, the numbers cited in the text within square brackets, i.e., [1] and included in the same numerical order in the

Reference section. Citation numbers MUST not be indicated in superscript. Articles with six (6) or more authors are to be cited by the

names of the first three (3) authors, with the remaining authors included by et al. Journal names must be abbreviated, in italic font, without the use

of periods. The volume number must be in bold font, issue numbers should not be included and all page numbers must appear for each

citation (e.g. 105-107, NOT 105-7).

97

2.1. Journal article Author AB, Author CD, Author EF, et al. [if six or more] Title of paper. J

Title Abbrev 1995; 00: 000-000. If the title is in a language other than English, the authors should provide the English translation and the name

of the original language within a bracket following the citation.

2.2. Book chapter Author AB, Author CD, Author EF, et al. [if six or more] Chapter title. In:

Editor AB, Editor CD, eds. Book Title With Initial Uppercase Letters (as

indicated here and in italic font), 5th edn. Place: Publisher, 1995: 000-000.

2.3. Book

Author AB, Author CD (eds). Book Title With Initial Uppercase Letters (as indicated here and in italic font), 5th edn. Place: Publisher, 1995.

2.4. Thesis

Author AB. Paper title with lowercase initials to all words. PhD thesis, University, 1995.

2.5. Conference proceedings/Supplements

Author AB. Paper title. In: Editor AB, ed. Proceedings Title, place, date. Place: publisher, 1995: 000-000.

2.6. Meeting abstracts Abstracts of works presented at scientific meetings should be cited in

brackets within the text of the manuscripts rather than in the Reference sections. The citations should be formatted as: Author AB. Abstract title.

Name of meeting, its location, the date and abstract number.

2.7. Personal communications, Unpublished results etc References to personal communications, unpublished results and papers

submitted for publication (but not yet accepted) should only appear in brackets in the text, and in the following form: [A. B. Author, unpublished

results] or [C. D. Author, personal communication].

2.8. Journal article on the Internet Abood S. Quality improvement initiative in nursing homes: the ANA acts in

an advisory role. Am J Nurs [serial on the Internet]. 2002 Jun [cited 2002

Aug 12];102(6):[about3 p.]. Available from: <http://www. nursingworld.org/AJN/2002/june/Wawatch.htm>

2.9. Monograph on the Internet

Foley KM, Gelband H, editors. Improving palliative care for cancer [monograph on the Internet]. Washington: National Academy Press; 2001

[cited 2002 Jul 9]. Available from: <http://www.nap.edu/books/0309074029/html>

98

2.10. Homepage/Web site Cancer-Pain.org [homepage on the Internet]. New York: Association of

Cancer Online Resources, Inc.; c2000-01 [updated 2002 May 16; cited 2002 Jul 9]. Available from: http://www.cancer-pain.org

2.11. Part of a homepage/Web site

American Medical Association [homepage on the Internet]. Chicago: The Association; c1995-2002 [updated 2001 Aug 23; cited 2002 Aug 12]. AMA

Office of Group Practice Liaison; [about 2 screens]. Available from:

<http://www.ama-assn.org/ama/pub/category/1736. html>

2.12. Database on the Internet Open database:

Who’s Certified [database on the Internet]. Evanston (IL): The American Board of Medical Specialists. c2000-[cited 2001 Mar 8]. Available from:

<http://www.abms.org/newsearch.asp_/www.abms.org/newsearch.asp> Closed database:

Jablonski S. Online Multiple Congential Anomaly/Mental Retardation (MCA/MR) Syndromes [database on the Internet]. Bethesda (MD):

National Library of Medicine (US). c1999 [updated 2001 Nov 20; cited 2002 Aug 12]. Available from:

<http://www.nlm.nih.gov/mesh/jablonski/syndrome_title.html>

2.13. Part of a database on the Internet

MeSH Browser [database on the Internet]. Bethesda (MD): National Library of Medicine (US); 2002-[cited 2003 Jun 10]. Meta-analysis; unique

ID: D015201; [about 3 p.]. Available from: <http://www.nlm.nih.gov/mesh/MBrowser_/www.www.nlm.nih.gov/mesh

/MBrowser> Files updated weekly.

3. Tables Tables should present only essential data, must be numbered sequentially

in the order in which they first appear in the text, and all should be referred to in the text. Each table should be supplied as a separate file

and never imbedded within the body of the text. The table header should be brief and self explanatory and if it contains generic and species names,

the latter must be spelled out in full, e.g., Candida albicans, not C. albicans. Column headings should be brief and include units in

parentheses where applicable. Only horizontal rule lines should be used

and then only for headers and footers.

4. Figures/Images Images should be submitted as TIF, EPS, PDF or JPG (preferred) files.

Scanned images should be of a sufficient resolution, i.e., 300 dpi for halftones/color, 500 dpi for combination halftones and 1000–1200 dpi for

line art. Illustrations should be submitted separate from the manuscript text file, either as individual files or together in a single file. The journal

has a limited number of free colour pages within its annual page allowance

99

provided by the publisher. Authors should consult the editorial office at submission stage as they may be required to pay a fee to guarantee

colour reproduction in the print version of the journal. However, any figure submitted as a colour original may appear in colour within the

journal's on-line edition, without any charges being assessed to the authors. NO part of any image may be enhanced, removed, relocated, or

introduced after the capture of the original image unless the authors provide the editor with a clear and accurate description of the nature of

the image manipulation.

5. Nomenclature

Proposals of new fungal taxa MUST conform to the requirements of the current edition of the International Code of Botanical Nomenclature and be

supported, as indicated in the discussion of Case Report, by deposition of cultures and/or the unique nucleotide and/or amino acid sequences in

appropriate collections or databases, along with the new binomial. In addition, current binomials should appear in italics, must be spelled out in

full when first used in the abstract, text, figures/tables. Thereafter, a generic name may be abbreviated to the first initial only, e.g. Candida

albicans when first cited and C. albicans in the remainder of the abstract and text. Species names may NEVER be used without the generic full

name or abbreviation combined with the full name of the specie. For example, it must be Candida albicans or C. albicans, but never albicans, or

C. neoformans var. grubii but never var. grubii. The use of abbreviations

of generic and species names, e.g., (Ca) for C. albicans, in the text is NOT permitted.

6. Nucleotide and/or Amino Acid Sequence Data

Nucleotide and/or amino acid sequence data should be deposited and the GenBank/EMBL/DDBJ accession numbers should be included in the

Materials and Method Section of the manuscript. However, in a phylogenetic tree of the figure, the numbers should be shown along with

species names (e.g., Malassezia globosa AB099880) (No descriptions are needed in the Materials and Method Section in this case).

Required Statements

1. Humans in Research When reporting investigations involving human subjects, authors should

indicate in the manuscript if the procedures followed were in accordance

with the ethical standards of the responsible committee on human experimentation within their institutions and/or with the Helsinki

Declaration of 1975, as revised in 1983.

2. Animals in Research Manuscripts containing information related to the experimental use of

animals must clearly state that the studies complied with relevant professional and institutional animal welfare policies. Specifically, that

procedures involving animals conformed to the ILAR Guide for the Care

100

and Use of Laboratory Animals (1996 and later editions) of the Institute of Laboratory Animal Research, Commission on Life Sciences, National

Research Council (www.nap.edu/catalog/5140.html).

3. Safety Precautions Manuscripts describing the manipulation of cultures of fungal pathogens or

toxins included in the US Department of Health and Human Services and/or the US Department of Agriculture list of human or animal Select

Agents (available at www.selectagents.gov), or organisms that have been

classified as Risk Group III agents by their home country or by an international regulatory agency, MUST contain a discussion of the

biosafety procedures and laboratory containment facilities used and any additional precautions employed to ensure the safety of support

personnel.

4. Authorship Contributions Please note that you and your co-authors in submitting this manuscript

are confirming that all authors have (a) made a substantial contribution to conception and design, acquisition of data, and/or analysis and

interpretation of data, (b) participated in the drafting of the article or revising it critically for important intellectual content, (c) have read and

approved the final manuscript, AND (d) that the manuscript is not, either in whole or in part, currently under consideration by any other scientific

journal and has not been previously published in either hard copy or

electronic format. Submissions with ten (10) or more authors will only be considered if the corresponding authors provide, in their cover letters,

descriptions of each of the authors’ contributions. Manuscripts drafted or written, in whole or part, by individuals other than those indicated as

authors will NOT be considered for publication unless the contributions of these individuals are clearly and accurately presented in the

Acknowledgement section of the paper.

5. Acknowledgements The work of other individuals who assisted in the studies or in the

preparation of the submission must be specifically indicated in the Acknowledgment section of the paper.

6. Disclosures of Potential Conflicts of Interest

While there is no standard definition of Conflict of Interest, the United

States National Institutes of Health has published the following statement:

"It is the sole responsibility of authors to disclose any affiliation with any organization with a financial interest, direct or indirect, in the subject

matter or materials discussed in the manuscript (such as consultancies, employment, expert testimony, honoraria, speakers bureaus, retainers,

stock options or ownership) that may be perceived as potentially affecting the conduct or reporting of the work submitted. All sources of funding are

to be explicitly stated. If uncertain as to what might be considered a

101

potential conflict of interest, authors should err on the side of full disclosure" (i.e., when in doubt, provide full disclosure).

In addition, a conflict of interest may be perceived to exist in such

situations as when authors are affiliated with or employed by a private enterprise whose product or competitor’s product, e.g., drug, device,

diagnostic kit, is the focal point of the paper.

Information about potential conflict of interest should be clearly stated at

the point of submission. This may be made available to reviewers and may be published with the manuscript at the discretion of the Editors and

Publisher. The journal recommends that you and your co-authors include the sub header, “Conflict of Interest”, in the Acknowledgment section at

the end of your manuscript. If no such conflict exists, simply respond “None”. If you or your co-authors have received funding that meets the

criteria described in the paragraph above, the source(s) of the funds must be declared (NOTE – you are NOT required to disclose the amounts of

funding that you or your co-authors have received). Furthermore, authors must indicate their employment if describing their or other companies’

products.

The intent of this policy is not to prevent authors with these relationships from publishing work, but rather to adopt transparency such that readers

can make objective judgments on conclusions drawn.

Post Acceptance Information

1. Electronic Proofs When proofs are ready, corresponding authors will receive e-mail

notification with a password and Web address from which to download a PDF. Hard copies of proofs will NOT be mailed. To avoid delays in

publication, corrections to proofs must be returned, by fax or as an e-mail attachment, within 48 hours of receipt.

2. Offprints Corresponding authors will receive either fifty printed offprints or a PDF of

the final published version of the paper. Preferences should be stipulated when returning proofs.

3. Copyright It is a condition of publication that authors assign copyright or licence the

publication rights of their articles, including abstracts, to ISHAM. This

enables us to ensure full copyright protection and to disseminate the article, and the journal, to the widest possible readership in print and

electronic formats as appropriate. Authors may, of course, use the article elsewhere after publication without prior permission from Informa UK Ltd.,

provided that acknowledgement is given to the journal as the original source of publication, and that Informa Healthcare is notified so that

records show that its use was properly authorized. Authors retain a number of other rights under the Informa UK Ltd. rights policies

documents.

102

4. NIH Public Access Policy In consideration of the National Institutes of Health (NIH) and Wellcome

Trust Public Access Policies, Informa Healthcare acknowledges that the broad and open dissemination of NIH/Wellcome-funded research benefits

future scientific endeavour. Because we value the contribution our journals make to the body of scientific knowledge, our policies

accommodate authors who wish to submit to PubMed Central/UK PubMed Central.

1. Informa Healthcare will deposit funded work to PubMed Central/UK

PubMed Central for public access posting 12 months (NIH) or 6 months (Wellcome Trust) after final publication in electronic form.

2. 'Funded work' shall be defined as the final peer-reviewed manuscript, which was accepted for publication and that reflects any

author-agreed changes made in response to the peer review. 3. This embargo period begins upon final publication of the article in

print or electronic form (whichever is the sooner).

Read More: http://informahealthcare.com/page/Description?journalCode=mmy#Instru

ctions