voc sabe o que resilincia? por idalberto chiavenatovoc se lembra do impacto inicial do apago na vida das empresas? foi um corre-corre danado para reajustar as operaes dentro dos padres estreitos da oferta de energia. e o ataque terrorista a nova york que deixou centenas de empresas sem os seus escritrios centrais? a sua empresa est preparada para essas situaes imprevistas e de emergncia? isto nos lembra o conceito de resilincia. a resiiincia um tema bastante atual na administrao e nos negcios. em nosso livro. em linguagem cientfica, a resiiincia a capacidade de um sistema de superar o distrbio imposto por um fenmeno externo e manter-se inalterado. as organizaes - como sistemas abertos - apresentam essa capacidade de enfrentar e superar perturbaes externas provocadas pela sociedade sem que desaparea seu potencial de auto-organizao. a resilincia que determina o grau de defesa ou vulnerabilidade do sistema s presses ambientais externas. mesmo quando vergadas pelo forte vento as rvores voltam novamente a empinar-se aps a tempestade. isso explica que quando uma organizao apresenta elevada resilincia, certas tentativas de simples recauchutagem de modelos tradicionais e burocrticos sofrem forte resistncia ao avano da inovao e da mudana e mantmse como sempre estiveram. a sada, nesses casos, no est em programas de desenvolvimento, mas em esforos de mudanas para ultrapassar seu nvel de resilincia. a resilincia, portanto, uma caracterstica sistmica que garante o estado firme da organizao malgrado todas as perturbaes externas. todavia, h que se preservar dois aspectos antagnicos e contraditrios na vida de um sistema: de um lado, a manuteno do statu quo (resilincia) e, de outro lado, a adaptabilidade do sistema (morfognese) ao seu meio ambiente. dois efeitos contrrios e oponentes. estabilidade e mudana. auto-orientao e htero-orientao. auto-identidade e ajustamento externo. modernamente, sabemos que todo sistema atravessa essas duas foras antagnicas e igualmente necessrias ao seu desenvolvimento. de um lado, o sistema precisa passar por ciclos de permanncia e autoafirmao, mas tambm no pode deixar de passar por ciclos de mudana e adaptao ao que ocorre no seu meio ambiente. o darwinismo organizacional mais atual do que muitos imaginam. neste artigo, falaremos apenas da resincia: a capacidade de um sistema manter-se firme e integrado apesar de todas as foras externas que podem aniquila-lo vamos deixar provisoriamente a adaptabilidade de lado, se bem que ela no vai escapar totalmente de nossa discusso. todos os organismos so dotados de uma certa resilincia; a capacidade de recuperar-se prontamente de doenas, depresses ou adversidades. a resilincia funciona como uma espcie de bia que, apesar de engolfada pelo mar, sempre volta tona. a palavra chave a rapidez do retorno, mas a noo de boiar interessante: no caso das empresas mostra a capacidade de sempre emergir das dificuldades que tentam afunda-las. este o objetiyo de construir uma infraestrutura resiliente dando empresa a capacidade de rapidamente escapar das adversidades. a organizao resiliente esta a importncia da noa-de resilincia nos negcios hoje. o que novo a maneira de dotar as organizaes de resilincia - o que significa injetar confiabiiidade, segurana e proteo em organizaes, principalmente aquelas que so dispersas e descentralizadas, para que elas possam se proteger de algum tipo de distrbio seja um desastre natural, uma mudana econmica hostil, estratgias competitivas dos concorrentes, ciberespionagem ou um ataque terrorista, tal como aconteceu em nova york. a resilincia nos negcios ganha nova urgncia nos dias de hoje, seja pelo aumento da velocidade da mudana no ambiente de negcios, seja pelas presses da concorrncia globalizada. as oportunidades so grandes, mas os perigos maiores ainda. e eles podem vir a qualquer momento sem que se saiba o que so e de onde partiram.

a empresa do sculo 21 est comeando a assumir suas feies. a empresa moderna precisa ser gil, virtual e acima de tudo resiliente. sendo virtual, ela tem pessoas trabalhando ao longo de diferentes zonas de tempo, distncias, fronteiras de organizaes e negcios. sendo resiliente, ela tem a condio de dar a volta por cima e

reajustar-se facilmente aps perturbaes, choques ou fortes mudanas inesperadas. as necessidades de segurana, proteo e recuperao esto forando as empresas a assumirem o desafio de desenhar deliberadamente resilincia na gesto de pessoas, locais de trabalho, infraestrutura e processos de trabalho.a organizao virtual

a equipe virtual est emergindo como o formato de trabalho da economia conectada, globalizada e baseada no conhecimento. ela integra talento humano alm das fronteiras de tempo e espao, habilita estilos altamente geis, baseadas no trabalho rpido, focaliza o esforo humano e alavanca o desempenho humano sem as limitaes das estruturas hierrquicas ou esquemas tradicionais de trabalho. todavia, ela uma tarefa rdua para formar, motivar, liderar e apoiar uma equipe de indivduos que devem cooperar e colaborar principalmente no ciberespao. equipe virtual , afinal, algo sobre pessoas e culturas. seu sucesso depende basicamente de uma liderana sensitiva e impulsionadora, e urna equipe dotada de membros habilitados e competentes. sem esses ingredientes, a equipe virtual -apesar da ajuda de tecnologias sofisticadas - pode falhar. para impulsionar uma fora de trabalho mvel e remota, o uso de modelos como teleworking tem tornado mais complexos os problemas e questes, apesar do movimento ser disperso, o risco de um grande nmero de pessoas ou sistemas pode tornar-se um evento catastrfico. bom lembrar que os dados que uma empresa requer para operar agora esto dispersos geograficamente atravs de uma infinidade de computadores, servidores, pcs e outros equipamentos. isto significa um repositrio de dados descentralizado e nenhum centro no qual todos os usurios podem conectar. isso implica em nenhum ponto de controle, o que leva complexidade da administrao. a ampla utilizao de computadores portteis que se acoplam ao sistema faz fluir um enorme volume de informao valioso demais para ficar totalmente merc de terceiros.a organizao virtual resiliente

a organizao virtual resiliente (ovr) uma interseco da resilincia e operaes virtuais. trata-se de um modelo organizacional que intencionalmente desenha resilincia em seus negcios, operaes, mecanismos de segurana, seieo de pessoas, desenvolvimento do ambiente de trabalho, redes de comunicaes, arquitetura, medidas de segurana, aprendizagem, colaborao, seieo de sites, avaliao de fornecedores e relacionamentos com parceiros de negcios. mais do que isso, a ovr assegura e protege as operaes virtualmente distribudas com uma incrvel agilidade, ao mesmo tempo em que introduz novos riscos e pontos de vulnerabilidade. a resilincia nos negcios emerge atravs de negcios, lderes corporativos e de ti que deliberadamente trabalham juntos ao longo de fronteiras geogrficas, funcionais, de negcios e de tomada de decises para construir uma organizao que se reorganiza e se reajusta prontamente para agilizar suas operaes. em resumo, uma ovr : caracterizada por pessoas dispersas em distantes locais de trabalho, portando diferentes conhecimentos e utilizando sistemas dispersos.

eletronicamente integrada atravs de pessoas, parceiros, clientes, fornecedores, fontes externas e comunidades. deliberadamente desenhada para ajustar-se rapidamente a distrbios, infortnios, choques ou fortes mudanas. operando a toda velocidade, apesar de certas cautelas e frente a adversidades.

duas concluses bsicas emergem ern relao ovr: 1. a resilincia nos negcios requer uma anlise de riscos, investimentos e um ambiente de apoio a resilincia pode ser feita em muitas reas e sob vrias formas. as empresas devem escolher em que elas querem ser resilientes contra - por exemplo, flutuaes de mercado de trabalho, perda de dados em computadores portteis, destruio de sistemas ou prdios, perda de lderes executivos - e quanto querem investir em resilincia naquelas reas e prticas que lhes proporcione aumento de valor e proteo. a definio de onde e como investir em resilincia envolve algumas questes sobre gerenciamento de riscos. mas, no fundo, a resilincia organizacional decorre da preparao, cultura, liderana, aprendizagem confiana e qualidade das pessoas. 2. negcios virtuais e trabalho virtual requerem ateno vigilante quanto resilincia. muitas empresas tornam-se virtuais sem tomar certos cuidados. as pessoas recebem laptops e subitamente comeam a trabalhar em seus lares, hotis e conferncias. os negcios se expandem para outros estados e pases, e de repente, centenas de pessoas esto desenvolvendo, discutindo e completando seu trabalho atravs de e-mails, telefones, web sites, ferramentas de colaborao e videoconferncias. os negcios chegam a compradores e fornecedores e subitamente pessoas no autorizadas podem acessar dados cruciais. nas operaes distribudas de negcios e arranjos de trabalho virtual - em que as vantagens tradicionais de proximidade, interao face-a-face e clara identificao de funes esto ausentes - a resilincia torna-se um requisito crtico. qual a razo? por que em ambientes virtuais muitas fontes potenciais de riscos moram fora do controle e da vista dos executivos da empresa. torna-se imperativo - e no apenas um exerccio opcional - incorporar resilincia nos negcios.os cinco princpios da organizao resiliente

entramos em uma era de economia global e de incertezas geopolticas, com mudanas jamais vistas, instabilidade econmica e descontinuidade de negcios que exigem agilidade organizacional e resilincia organizacional. a resilincia est relacionada com a capacidade de uma empresa de responder rapidamente a mudanas externas, mesmo quando caticas e imprevistas. essa capacidade de reconstituio com velocidade, determinao e preciso demonstra o grau de resilincia. provavelmente, a resilincia representa a prxima fase na evoluo das estruturas tradicionais centradas em funes ou locais migrando para estruturas altamente virtualizadas e centradas em pessoas que trabalham em qualquer tempo ou lugar. a organizao virtual est emergindo como a estratgia preferida para liderar os negcios globais e trabalhar sem fronteiras de tempo, distncia ou cultura. nesse novo estgio evolucionrio, o gartner institute sugere cinco princpios da organizao resiliente, como meios para criar uma nova organizao altamente gil, sincronizada e baseada no conhecimento: 1. liderana: a resilincia comea quando a liderana da empresa estabelece prioridades, aloca recursos e assume os compromissos para estabelecer resilincia organizacional ao longo da empresa. a liderana precisa alcanar uma balana entre assumir risco e conter risco para assegurar a inovao, dentro de um contexto de prudente minimizao dos riscos. esses dois objetivos aparentemente conflitivos proporcionam um contraponto para balancear a averso ao risco e a assuno de risco. a liderana deve comunicar claramente o compromisso com a resilincia e fazer investimentos em facilidades, sistemas de segurana, autenticao de procedimentos, controles e-melhorias na tecnologia. tudo desenhado para criar uma infraestrutura altamente mvel dentro de um estilo de trabalho distribudo. 2. cultura: o segundo componente da resilincia organizacional a cultura organizacional. uma cultura resiliente construda sobre princpios de empowerment das pessoas, propsito e confiana. redes de pessoas que se auto-organizam em comunidades de prtica da aprendizagem e mentoring e que so empoderadas para participar, liderar e organizar equipes virtuais. nessas redes de pessoas empoderadas e conectadas reside a forma bsica daquilo que denominamos ovr. a cultura organizacional resiliente tem um forte sentido de propsito em cascata abaixo e acima da organizao e que alinha objetivos individuais, grupais e organizacionais como um continuum. essa cultura alinha um forte senso de confiana entre pessoas, administrao, fornecedores e demais parceiros. as pessoas assumem responsabilidade sem q'_estonar. as pessoas fazem o que deve ser feito sem levar em conta seu cargo ou descrio da funo. essa cultura de paixo impulsiona as pessoas e lhes proporciona recompensas e responsabilidade pessoal.

3. pessoas: o ncleo da resilincia organizacional reside nas pessoas. elas devem ser adequadamente selecionadas, motivadas, apoiadas, equipadas e lideradas para ultrapassar qualquer obstculo ou catstrofe. as pessoas precisam ter habilidades e competncias que produzam comportamentos para agir eficazmente em ambientes subitamente incertos e no-estruturados. ao mesmo tempo, elas precisam contar com apoio e servios que ultrapassem as fronteiras da organizao. o tradicional rgo de rh deve transformar-se em um grupo virtual que pode apoiar as pessoas independentemente do tempo e do espao onde o servio seja necessrio. 4. sistemas: a nova organizao deve ser construda em uma infraestrutura extensiva que permita conectividade e volume de informao. a premissa que as organizaes globais lderes esto ganhando agilidade e flexibilidade atravs da combinao de um modelo de ambiente de trabalho altamente distribudo com uma infraestrutura de ti robusta e colaborativa. 5. ambiente de trabalho: o componente final da arquitetura de uma ovr o desdobramento do local fsico de trabalho. a resilincia do ambiente de trabalho alcanada atravs da distribuio do local de trabalho em ambientes mltiplos e dispersos. as tcnicas alternativas como office hoteng, telecommuting e desk sharing proporcionam o nvel de flexibilidade do ambiente de trabalho e a agilidade essencial para reduzir o risco de incidentes catastrficos em uma empresa. todavia, no suficiente criar um ambiente altamente distribudo e conectado. e essencial avaliar constantemente a segurana e conforto do local de trabalho. assim, a ovr representa o novo template para a competitividade organizacional e sobrevivncia no sculo 21 que permite que a empresa possa responder e florescer em um ambiente de profundas mudanas. lembramos que esse tipo de organizao precisa fundamentar-se nos princpios que o gartner institute definiu. ele deve ser: 1. sem fronteiras. 2. ser apassionado por um forte senso de liderana. 3. construdo sobre uma cultura de propsito, empowerment, confiana e responsabilidade. 4. selecionar, motivar e apoiar pessoas que possuem as habilidades e competncias necessrias para agir em ambientes ambguos e incertos. 5. explorar sistemas que possam conectar e informar a organizao. 6. mover para ambientes de trabalho altamente distribudos que possam dispersar os ativos e operaes da empresa.