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Volume 9, Nmero 1Janeiro/Abril 2014
ESTUDOS ELEITORAIS
2014 Tribunal Superior Eleitoral
proibida a reproduo total ou parcial desta obra sem a autorizao expressa dos autores.
Secretaria de Gesto da InformaoSAFS, Quadra 7, Lotes 1/270070-600 Braslia/DFTelefone: (61) 3030-9225
Secretria-geral da PresidnciaClaudia Dantas Ferreira da Silva
Diretor-geralAthayde Fontoura Filho
Diretora da EJEMinistra Rosa Weber
Secretria de Gesto da InformaoBianca do Prado Pagotto
Editorao e reviso editorialCoordenadoria de Editorao e Publicaes (Cedip/SGI)
EditoraoSeo de Editorao e Programao Visual (Seprov/Cedip/SGI)
Capa e projeto grfico: Virgnia Soares
Reviso editorialSeo de Preparao e Reviso de Originais (Seprev/Cedip/SGI)
Normalizao tcnicaAnna Cristina de Arajo Rodrigues
As ideias e opinies expostas nos artigos so de responsabilidade exclusiva dos autores e podem no refl etir a opinio do Tribunal Superior Eleitoral.
Dados Internacionais de CataIogao na Publicao (CIP)
(Tribunal Superior Eleitoral Biblioteca Alysson Darowish Mitraud)
Estudos eleitorais / Tribunal Superior Eleitoral. - Vol. 1, n. 1
(1997) - . - Braslia : Tribunal Superior Eleitoral, 1997- .
v. ; 24 cm.
Quadrimestral.
Suspensa de maio de 1998 a dez. 2005, e de set. 2006 a
dez. 2007.
ISSN 1414-5146
I. Tribunal Superior Eleitoral. CDD 341.2805
Tribunal Superior Eleitoral
PresidenteMinistro Marco Aurlio
Vice-Presidente Ministro Dias Toff oli
MinistrosMinistro Gilmar Mendes
Ministra Laurita VazMinistro Joo Otvio de Noronha
Ministro Henrique NevesMinistra Luciana Lssio
Procurador-Geral EleitoralRodrigo Janot Monteiro de Barros
Coordenao da Revista Estudos Eleitorais
Ministra Rosa Weber
Conselho Cientfico
Ministro Ricardo Lewandowski
Ministra Nancy Andrighi
Ministro Aldir Guimares Passarinho Junior
Ministro Hamilton Carvalhido
Ministro Marcelo Ribeiro
lvaro Ricardo de Souza Cruz
Andr Ramos Tavares
Antonio Carlos Marcato
Clmerson Merlin Clve
Francisco de Queiroz Bezerra Cavalcanti
Jos Jairo Gomes
Lus Virglio Afonso da Silva
Marcelo de Oliveira Fausto Figueiredo Santos
Marco Antnio Marques da Silva
Paulo Bonavides
Paulo Gustavo Gonet Branco
Paulo Hamilton Siqueira Junior
Walber de Moura Agra
Walter de Almeida Guilherme
Composio da EJE
Diretora
Ministra Rosa Weber
Assessora-chefe
Damiana Torres
Servidores
Ana Karina de Souza Castro
Quren Marques de Freitas da Silva
Renata Livia Arruda de Bessa Dias
Rodrigo Moreira da Silva
Roselha Gondim dos Santos Pardo
Colaboradores
Anna Cristina de Arajo Rodrigues
Keylla Cristina de Oliveira Ferreira
Raphael Vasco dos Santos Lima
Sumrio
Apresentao .............................................................................................................................. 7
Voto eletrnico: tecnologia a servio da cidadaniaARTHUR NARCISO DE OLIVEIRA NETO ........................................................................ 9
O julgamento em controle concentrado da LC 135/2010 e seus refl exos na jurisprudncia formada nas Eleies 2012BRUNNA HELOUISE MARIN .............................................................................................. 29
A constitucionalidade das doaes de pessoas jurdicas a partidos polticos e campanhas eleitoraisDENILSON SCHMITT DOS SANTOS eMARINA BURKO ...................................................................................................................... 72
Clusula de desempenho e fortalecimento dos sistemas representativo e partidrio no BrasilMARISA AMARO DOS REIS ............................................................................................... 90
Estado fi scal, dever fundamental de pagar tributos e imunidade tributria dos partidos polticos: reavaliando a mens legis constitucionalVOLGANE OLIVEIRA CARVALHO .................................................................................105
Da limitao temporal para incidncia das condies de elegibilidade e das causas de inelegibilidade no registro de candidaturaWALBER DE MOURA AGRA eRODRIGO DA SILVA ALBUQUERQUE ........................................................................127
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APRESENTAO
A Escola Judiciria Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (EJE/TSE) apresenta ao leitor o primeiro nmero da revista Estudos Eleitorais de 2014, composto de seis artigos.
No primeiro artigo, Voto eletrnico: tecnologia a servio da cidadania, o autor Arthur Narciso de Oliveira Neto destaca que o Estado demo-crtico de direito pressupe a participao do povo na escolha de seus representantes e governantes; e reafirma a importncia de o processo eleitoral ser confivel, sob pena de o pleito no refletir a vontade popular. Para o autor, no Brasil, hoje, contamos com o voto eletrnico que, entre outras coisas, garante a rapidez na divulgao do resultado das eleies de modo que o eleitorado tenha conhecimento quase que imediato da futura composio do governo e do Parlamento. O autor descreve o cenrio que precedeu a implantao do voto eletrnico e os caminhos trilhados para a sua adoo e o seu aperfeioamento.
Em O julgamento em controle concentrado da LC 135/2010 e seus reflexos na jurisprudncia formada nas Eleies 2012, Brunna Helouise Marin frisa a supremacia da Constituio Federal e a importncia de as leis infraconstitucionais se conformarem com ela. No Brasil, o controle abstrato feito pelo Supremo Tribunal Federal, por meio do julgamento das aes genricas de (in)constitucionalidade, que tm por objeto a prpria lei. Nesse sentido, a autora discute a LC n 135/2010, que instituiu novas hipteses de inelegibilidade, o que gerou dvidas quanto sua aplicao e constitucionalidade.
Denilson Schmitt dos Santos e Marina Burko, autores do terceiro artigo, A constitucionalidade das doaes de pessoas jurdicas a partidos polticos e campanhas eleitorais, discutem a constitucionalidade das doaes de pessoas jurdicas aos partidos e s campanhas eleitorais
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com base na ADI n 4.650, impetrada pelo Conselho Federal da OAB. Os autores tm por objetivo demonstrar os limites argumentativos factuais e de direito frente ao balanceamento das fontes de financia-mento, concluindo que o STF no o locus apropriado para tal discusso, mas sim o Parlamento.
No quarto artigo, Clusula de desempenho e fortalecimento dos sistemas representativo e partidrio no Brasil, Marisa Amaro dos Reis trata da possibilidade de introduo de uma clusula de desempenho no sistema jurdico brasileiro que estabelea um nmero mnimo de votos que um partido poltico deve atingir para conseguir uma vaga no Legis-lativo. Para a autora, a adoo da clusula juridicamente possvel e um meio eficaz de inibir a alta disperso partidria e a proliferao das denominadas legendas de aluguel.
No quinto artigo, Estado Fiscal, dever fundamental de pagar tributos e imunidade tributria dos partidos polticos: reavaliando a mens legis cons-titucional, Volgane Oliveira Carvalho defende que os tributos so a fonte principal de financiamento estatal, motivo por que seu pagamento deve ser visto como dever legal de todos. Nesse sentido, o autor prope a reavaliao das imunidades constitucionais, especialmente no que diz respeito aos partidos polticos.
No ltimo artigo, Da limitao temporal para incidncia das condies de elegibilidade e das causas de inelegibilidade no registro de candidatura, Walber de Moura Agra e Rodrigo da Silva Albuquerque analisam o aspecto temporal da incidncia das causas supervenientes que alterem o status das condies de elegibilidade ou das causas de inelegibilidade dos candidatos que disputam eleies sub judice. Os autores destacam a necessidade de se estabelecer um marco temporal como forma de garantir maior legitimao do processo eleitoral e maior segurana jurdica na relao eleitor e candidato, fortalecendo a licitude das eleies e o regime democrtico.
A Escola Judiciria Eleitoral, com mais um nmero da revista Estudos Eleitorais, reafirma seu empenho na valorizao dos estudos eleitorais, sobretudo no que tange abordagem histrica, terica e prtica de temas como cidadania e democracia; e incentiva novas colaboraes nessa relevante rea do saber humano.
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VOTO ELETRNICO: TECNOLOGIA
A SERVIO DA CIDADANIA1
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ARTHUR NARCISO DE OLIVEIRA NETO2
Se o Brasil o pas do futuro, o futuro chegou.BARACK OBAMA
Resumo
O Estado democrtico de direito pressupe a participao do povo na escolha de seus representantes e governantes. Todavia, para que o resultado do pleito reflita a vontade popular, necessrio que o processo eleitoral seja seguro e confivel. A rapidez na divulgao do resultado tambm se mostra importante para que o eleitorado tenha conheci-mento, o quanto antes, da futura composio do governo e do Parla-mento. O voto eletrnico adotado no Brasil atende a tais necessidades? Este o problema que o presente artigo se prope a examinar. Preten-demos, no trabalho, descrever o cenrio que precedeu a implantao
1 Artigo recebido em 1 de outubro de 2013 e aceito para publicao em 4 de novembro de 2013.2 Juiz de direito do Tribunal de Justia do Estado do Rio de Janeiro e mestre em Direito das Relaes Sociais pela Universidade Gama Filho.