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www.cidesd.utad.pt JANEIRO-MARÇO DE 2013 VOLUME 4 , NÚMERO 9 Performance Desportiva 9 COMPUTACIONAL FLUID DYNAMICS Aplicações para o treino na Natação Ligações ao tecido empresarial CIDESD-M.A.R.KAYAKS Investigação e Desenvolvimento desportivo: Natação

VOLUME 4 , NÚMERO 9 JANEIRO-MARÇO DE Performance … · boletim tÉcnico-cientÍfico publicaÇÃo trimestral do centro de investigaÇÃo em desporto, saÚde e desenvolvimento humano

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JANEIRO-MARÇO DE 2013 VOLUME 4 , NÚMERO 9

Performance Desportiva 9

COMPUTACIONAL FLUID DYNAMICS

Aplicações para o

treino na Natação

Ligações ao tecido empresarial

CIDESD-M.A.R.KAYAKS

Investigação e

Desenvolvimento

desportivo: Natação

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Editorial

JANEIRO-MARÇO DE 2013 VOLUME 4 , NÚMERO 9

BOLETIM TÉCNICO-CIENTÍFICO

PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL DO CENTRO DE INVESTIGAÇÃO EM

DESPORTO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO HUMANO (ISSN 1647-3280)

EDITORES - MÁRIO COSTA, NUNO LEITE, BRUNO TRAVASSOS

EDIÇÃO GRÁFICA - BRUNO FIGUEIRA

PERFORMANCE DESPORTIVA

A acompanhar as mudanças estruturais e funcionais em curso no país surge também um novo conceito para o

boletim técnico-científico do grupo da Performance Desportiva do CIDESD. Suportado na retaguarda por uma

renovada equipa de editores, as temáticas agora a tratar centrar-se-ão nas três grandes linhas de intervenção a que

o CIDESD e a área da Performance Desportiva estão elenquadas (i) Dinâmica computacional de fluídos (CFD); (ii)

CreativeLab, e; (iii) Factores genéticos, fisiológicos e biomecânicos determinantes do rendimento. A elaboração de

cada um dos números do boletim, que manterá a sua periodicidade trimestral, socorrer-se-á maioritariamente das

opiniões oriundas de diferentes personalidades (investigadores, treinadores e outros agentes desportivos) com

ênfase no desporto nacional. Simultaneamente, o boletim pautará pela diversidade desportiva, descriminando o

contributo técnico-científico num amplo leque de modalidades. Espera-se assim que o boletim seja assumido como

uma ferramenta útil para equipas de carácter multidisciplinar. Mais do que um espaço de evidências científicas,

pretenderemos que investigadores e treinadores possam encurtar as pontes entre si, nomeadamente entre a teoria

e a prática.

Os Editores

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A investigação em ciências do

desporto visa o estudo da inter-

acção entre fenómenos físicos,

antropométricos e fisiológicos

que concorrem para a produção

do movimento humano. Numa

primeira instância, os investiga-

dores debruçam-se na descrição

e a caracterização do estado de

movimento, bem como, nas suas

causas; seguidamente procuram

identificar os factores deter-

minantes da performance e a

quantificação do contributo par-

cial de cada um deles. Se por um

lado, centram esforços no estudo

do movimento humano per si. Por

outro, dedicam-se à análise dos

factores exógenos que poderão

de alguma forma ter um papel

relevante no desempenho hu-

mano, como são a título ilustrati-

vo, os casos dos equipamentos e

materiais desportivos.

Uma das áreas emergentes de

investigação em contexto despor-

tivo, é a dinâmica computacional

de fluidos (CFD do inglês, com-

puter fluid dynamics). A CFD

consiste num conjunto de simu-

lações numéricas para a predição

quantitativa das características de

escoamento de fluidos em torno

de corpos (que neste caso ocorre

em contexto desportivo).

Com a emergência de pacotes de

análise para CFD em ambiente

gráfico e intuitivos, a investigação

neste domínio sofreu um aumento

de interesse. Tanto mais, que

hoje em dia estão disponíveis

quer produtos comerciais a pre-

ços relativamente acessíveis

(p.e. , Fluent®); quer de

aplicações freeware (p.e. Open-

FOAM®, Elmer®, SU2®). Entre

outras, as principais vantagens

destes pacotes é que não será

necessário um domínio aprofun-

dado da pesada matemática que

subjaz a todo o processamento

dos dados, ou da aprendizagem

de linhas de comando para a

executar a respectiva pro-

gramação.

Em contexto desportivo, a CFD

tem potencial para explorar

temáticas tão diversas como: (i) a

influência de determinada roupa

desportiva na performance de

velocistas e saltadores no Atletis-

mo; (ii) a influência dos fatos de

banho na performance dos

nadadores; (iii) o número, ge-

ometria e forma de costurar os

painéis numa bola de Futebol;

(iv) a geometria das embar-

cações nos desportos aquáticos;

(v) a posição corporal em cima

de uma bicicleta ou de uma moto;

(vi) a optimização da geometria

dos capacetes de ciclistas e de

motociclistas; (vii) o comporta-

ment o aerodinâm ico dos

engenhos nos concursos de lan-

çamentos no Atletismo; (viii) o

efeito do drafting no Ciclismo,

Natação de águas abertas e/ou

Triatlo; (ix) o comportamento

aerodinâmico da bola de Futebol,

Andebol ou Voleibol em função

do tipo de efeito gerado (i.e.

spins induzidos à bola); (x) os

diferentes tipos de asas (i.e. aero-

fiol) que se podem colocar num

carro de Fórmula 1 em função do

traçado do circuito.

Em muitas circunstâncias, num

dado desporto, a diferença entre

atletas de elite mede-se por pe-

quenas fracções da unidade de

medida da performance. A teoria

dos ganhos marginais (ou resid-

uais) diz que por vezes melhorias

tidas como estatisticamente não

significativas, quando obtidas

cumulativamente em vários fac-

tores determinantes da perfor-

mance podem ter um elevado

poder interpretativo do resultado

desportivo obtido. Neste contexto,

a Biomecânica computacional

quando aplicada ao contexto des-

portivo tem uma elevada latitude

de actuação. Daí que diversas

empresas da indústria de equi-

pamentos desportivos se socorram

recorrentemente de técnicas de

CFD para análise dos seus

produtos, sejam embarcações

desportivas (p.e. Nelo®), vestuário

de atletismo (p.e. Nike®), fatos de

banho (Speedo® e Arena®) ou

equipas de desportos motorizados

(p.e. F1 Mclaren team).

Em jeito de conclusão, a CFD é

uma técnica de avaliação emer-

gente que permite o desenvolvi-

mento de produtos e aperfeiçoa-

mento de técnicas desportivas. É

claramente uma técnica que dado

o seu poder visual aliado a in-

formações válidas e precisas, facil-

mente se transforma em in-

formação útil para investigadores,

analistas desportivos, técnicos e

atletas. Logo, é uma ferramenta

ótima para a aproximação e

criação de vasos comunicantes

entre a teoria e a prática, entre a

Ciência e a Tecnologia, entre a

investigação e o controlo/

avaliação do treino/competição.

PÁGINA 3

VOLUME 4 , NÚMERO 9

Tiago M Barbosa1,2

tia-

[email protected].

sg

1 Nanyang

Technological

University Singapura

2 CIDESD

“A CFD É UMA

TÉCNICA QUE

PERMITE O

DESENVOLVIMENTO

DE PRODUTOS E O

APERFEIÇOAMENTO

DE TÉCNICAS

DESPORTIVAS.”

A dinâmica computacional de fluidos:

aplicação ao contexto desportivo

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PÁGINA 4

PERFORMANCE DESPORTIVA

Vários estudos têm de-

monstrado que os mem-

bros superiores, nomea-

damente a mão do nada-

dor, desempenha um pa-

pel primordial na produ-

ção de força propulsiva

em natação e consequen-

temente na velocidade de

nado. A posição relativa

dos dedos durante o tra-

jecto subaquático da mão

é um dos temas em que

parece não existir um con-

senso no que se refere à

posição mais vantajosa a

adoptar. Esta é uma ques-

tão controversa e que tem

levantado muitas discus-

sões na comunidade técni-

co-científica da natação.

Pode ser observada uma

grande variabilidade de

posições durante o treino

e a competição. Há nada-

dores que colocam os de-

dos totalmente unidos,

outros que apresentam um

ligeiro afastamento dos

mesmos e outros ainda

que apresentam um afas-

tamento mais pronuncia-

do.

Através de técnicas de

simulação numérica com-

putacional, foram testadas

as características hidrodi-

nâmicas de um modelo de

uma mão de um nadador

de elite, obtido através de

tomografia axial computo-

rizada, com diferentes

espaçamentos entre os

dedos. Foi desenvolvido

um volume computacional

para simular o escoamen-

to da água em torno do

modelo de mão do nada-

dor em três posições: (i)

dedos juntos, (ii) dedos

com um pequeno afasta-

mento (0,32 cm de distân-

cia entre os dados) e, (iii)

dedos com um grande

afastamento (0,64 cm).

Foram calculadas as forças

produzidas pela mão

(coeficiente de força de

arrasto propulsivo e de

força ascensional) com

diferentes orientações do

modelo, tentando simular

diferentes orientações da

mão durante o trajeto mo-

tor subaquático, com o

programa computacional

Fluent®.

Os principais resultados

encontrados revelaram

que o modelo com um

pequeno afastamento dos

dedos apresenta valores

mais elevados de coefici-

ente de arrasto propulsivo

em comparação com os

outros dois modelos

(dedos juntos e dedos

com um grande afasta-

mento). Os valores do co-

eficiente de força ascensi-

onal apresentam apenas

pequenas diferenças entre

os três modelos, nos vá-

rios ângulos de orientação

testados. Neste sentido, os

dados parecem sugerir

que a colocação da mão

com um ligeiro afastamen-

to dos dedos pode permi-

tir a criação de mais pro-

pulsão durante o trajecto

subaquático da mão dos

nadadores, podendo levar

a um aumento da eficiên-

cia propulsiva com uma

consequente melhoria da

performance de nado.

Referência

Marinho DA, Barbosa TM,

Reis VM, Kjendlie PL, Al-

ves FB, Vilas-Boas JP, Ma-

chado L, Silva AJ, Rouboa

AI. (2010). Swimming pro-

pulsion forces are enhan-

ced by a small finger

spread. Journal of Applied

Biomechanics, 26(1): 87-

92.

Nadar com dedos juntos ou com dedos

afastados?

“OS DADOS

PARECEM

SUGERIR QUE A

COLOCAÇÃO DA

MÃO COM UM

LIGEIRO

AFASTAMENTO

DOS DEDOS PODE

PERMITIR A

CRIAÇÃO DE MAIS

PROPULSÃO .”

Daniel A. Marinho1,2

[email protected]

1 Departamento de

Ciências do Desporto,

Universidade da Beira

Interior, Covilhã.

2 CIDESD

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Novais, M.L., Silva, A.J., Mantha, V.R., Ramos, R.J., Rouboa, A.I., Vilas-Boas, J.P., Luís, S.R., & Marinho,

D.A. (2012). The effect of depth on drag during the streamlined glide: a three-dimensional CFD analy-

sis. Journal of Human Kinetics, 33(1), 55-62. I.F. (2011)=0.329

The aim of this study was to analyze the effects of depth on drag during the streamlined glide in swimming using Computational

Fluid Dynamics. The Computation Fluid Dynamic analysis consisted of using a three-dimensional mesh of cells that simulates

the flow around the considered domain. We used the K-epsilon turbulent model implemented in the commercial code Fluent®

and applied it to the flow around a three-dimensional model of an Olympic swimmer. The swimmer was modeled as if he were

gliding underwater in a streamlined prone position, with hands overlapping, head between the extended arms, feet together

and plantar flexed. Steady-state computational fluid dynamics analyses were performed using the Fluent® code and the drag

coefficient and the drag force was calculated for velocities ranging from 1.5 to 2.5 m/s, in increments of 0.50m/s, which repre-

sents the velocity range used by club to elite level swimmers during the push-off and glide following a turn. The swimmer mo-

del middle line was placed at different water depths between 0 and 1.0 m underwater, in 0.25m increments. Hydrodynamic

drag decreased with depth, although after 0.75m values remained almost constant. Water depth seems to have a positive effect

on reducing hydrodynamic drag during the gliding. Although increasing depth position could contribute to decrease hydrody-

namic drag, this reduction seems to be lower with depth, especially after 0.75 m depth, thus suggesting that possibly perfor-

ming the underwater gliding more than 0.75 m depth could not be to the benefit of the swimmer.

Keywords: biomechanics; swimming; performance; simulations

Mantha, V.R., Silva, A.J., Marinho, D.A., & Rouboa, A.I. (2012). Numerical simulation of two-phase flow

around flat-water competition kayak design-evolution models. Journal of Applied Biomechanics (in

press). I.F. (2011)=0.76

The aim of the present study was to analyze the hydrodynamics of the 97 kg-class single-rower, flat water sports competition,

full scale three kayak design evolution models (Nelo® K1 Vanquish L I, II and III) of M.A.R. Kayaks Lda., Portugal, which is one

of the fastest frontline kayak. The effect of kayak design transformation on kayak hydrodynamics performance was studied by

the application of computational fluid dynamics (CFD) method. The steady-state CFD simulations where performed by applica-

tion of k-ω turbulent model and volume of fluid (VOF) method to obtain two-phase flow around kayak. The numerical result of

viscous, pressure drag and coefficients along with wave drag at individual average race velocities is obtained. At average ve-

locity of 4.5 m/s reduction in drag was 29.4% for design change from LI to LII and 15.4% for change from LII to LIII, demonstra-

ting and reaffirming a progressive evolution in design. Also, the knowledge of hydrodynamics of drag presented in the current

study facilitates in estimation of the paddling effort required from the athlete during his progression at different race velocities.

This study finds an application during selection and training, where a coach can select the kayak with better hydrodynamics.

PÁGINA 5

VOLUME 4 , NÚMERO 9

PUBLICAÇÕES NESTA LINHA DE INTERVENÇÃO (CFD)

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PÁGINA 6

PERFORMANCE DESPORTIVA

Natação em Portugal!

Que futuro?

O motivo principal da existência de

federações desportivas é o de pro-

porcionar as melhores condições

para a massificação, qualidade e

elitização dos desportistas. Não

deverão existir organizações den-

tro deste âmbito que façam da per-

petuação da sua existência o objec-

tivo último da sua actividade. É o

mesmo que justificar a manutenção

do que existe, mesmo sabendo que

outras fórmulas de organização

poderiam redundar em ganhos de

eficiência e menos desperdícios,

que seriam posteriormente canali-

zados para o objectivo central sen-

do este a actividade. Assim, deveri-

am ser feitos esforços a todos os

níveis no sentido de procurar siner-

gias e vasos comunicantes com

transvases, para congregar von-

tades numa tentativa de direccionar

as melhores condições para os

eleitos, ou na promoção destes,

desde a formação até ao alto rendi-

mento desportivo.

Por outro lado, o fundamento da

existência de centros de investi-

gação e instituições de ensino supe-

rior na área das ciências do despor-

to é o de, entre outros, propor-

cionar as melhores condições,

devidamente protocoladas, para o

apoio neste processo complexo. De

entre estes centros de investigação,

o CIDESD em particular através do

grupo de “Performance Desporti-

va” ocupa um lugar determinante

neste âmbito de actuação.

A Federação Portuguesa de Na-

tação, por mim liderada assume

este papel de coordenação na defe-

sa dos seus melhores objectivos e,

com base nestas sinergias, estamos

a processar a criação de um Gabi-

nete de Controlo e Avaliação do

Treino e Competição (GACO). O

GACO é uma estrutura multidisci-

plinar no âmbito das ciências do

desporto e que terá como objectivo

geral o apoio multidisciplinar de

atletas e técnicos de natação pura

desportiva no que concerne ao con-

trolo e avaliação dos processos de

treino e de competição. O seu cam-

po de actuação passará numa estra-

tégia de: (i) a longo prazo identi-

ficar, seleccionar, promover e ori-

entar os jovens nadadores dos es-

calões de formação e; (ii) a curto e

médio prazo apoiar os nadadores

de alta competição, através da sua

inclusão no grupo de elite e a aqui-

sição de outros apoios/designações

governamentais que existam para o

efeito a cada momento. A missão é

clara, “Apoiar os nadadores portu-

gueses a alcançar a excelência des-

portiva e auxiliar na identificação e

enquadramento de potenciais at-

letas de alta competição para as

gerações vindouras.”

Os objectivos estão formulados:

1º: desenhar, montar e colocar no

terreno uma estrutura de apoio mul-

tidisciplinar para nadadores de

escalões de formação, esperanças

olímpicas e nadadores integrados

no plano olímpico;

2º: disponibilizar a atletas dos esca-

lões de formação e seus treinadores

serviços e programas de controlo e

formação do processo de treino e

de competição tendo em vista a

identificação de potenciais atletas

de alta competição a médio/longo

prazo;

3º: disponibilizar a atletas de alta

competição e seus treinadores ser-

viços e programas de controlo e

formação do processo de treino e

de competição tendo em vista a

excelência desportiva a curto/

médio prazo;

4º: Dar a conhecer a importância da

actividade científica no domínio das

Ciências do Desporto aplicadas à

natação, através de audiências a

especialistas e público em geral;

Enquanto presidente da Federação

Portuguesa de Natação e director

do CIDESD perspectivo esta coor-

denação, suportado por uma equi-

pa técnico-científica multidiscipli-

nar de agentes motivados e propos-

tos a aproximar a natação portugue-

sa da elite mundial! Para tal será

necessário o estabelecimento de

parcerias com as demais organiza-

ções científicas (Instituições de En-

sino Superior e Centros de Investi-

gação) do país, que possam ser

uma mais-valia na consecução dos

objectivos estratégicos traçados.

António J. Silva1,2

[email protected]

1 Presidente da Federação

Portuguesa de Natação

2 CIDESD

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Applying Computational Fluid Dynamics to sports research: a hydrodynamic analysis. POCTI-FCT

(92.000,00 €).

Computational fluid dynamics: an analytical tool for the 21st century swimming research FCT (POCI/

DES/58872/2004). (2004-2008 funding 38.521, 00€).

Energy cost in swimming: characterization and relationship with other relevant bioenergetical and

biomechanical performance determinants. POCTI-FCT (126.000,00 €).

Testing several types of sports boats. I&DT, M.A.R. Kayaks. Entity number 4608 Edictal number

17/2008 – SI I&DT (32.250,00 €).

Water Tree/CIDESD – FCT SI I&DT 06/SI/2009 (30.000,00 €).

PÁGINA 7

VOLUME 4 , NÚMERO 9

PROJECTOS DESENVOLVIDOS NO ÂMBITO DO CFD

EVENTOS FUTUROS

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VOLUME 4 , NÚMERO 9

(Manuel Ramos.

Foto retirada do

Diário de Notícias

de 4 de janeiro de

2012)

Desde a sua fundação, em

1978, a empresa de Ma-

nuel Ramos (NELO)

“M.A.R.-kayaks” sediada

em Vila do Conde já

produziu mais de 30 mil

barcos de diferentes

modelos para o mundo

inteiro. Atualmente, em

parceria com uma rede

alargada de instituições

entre as quais o Centro de

Investigação em Desporto,

Saúde e Desenvolvimento

Humano (CIDESD/UTAD),

dedica-se ao uso da

dinâmica computacional

de fluídos (CFD) para a

otimização do design dos

equipamentos através da

observação do escoa-

mento da água em torno

das embarcações. Todos

os modelos emergentes e

inovadores são desenha-

dos e concebidos pela

própria empresa, com o

contributo de pessoal es-

pecializado em técnicas

avançadas a par de um

elevado investimento em

maquinaria. A introdução

de modificações em deter-

minada embarcação,

surge tendo em conta

quatro aspetos deter-

minantes: (i) modificações

manuais; (ii) Digitalização

3D; (iii) processo CAD

(computer aided design),

e; (iv) Prototipagem. A

modificação manual de um

modelo é a forma mais

expedita de introduzir

alterações para que se

obtenha a perceção imedi-

ata do aspeto final. É um

momento inicial onde são

efetuados pequenos ajus-

tamentos nos diversos lo-

cais para se obter o re-

sultado esperado e avan-

çar para a digitalização

3D. Após as alterações

m a n u a i s , t o r n a - s e

necessário transportar as

ideias para um programa

de CAD para que se inicie

a etapa de engenharia

inversa. Através da uti-

lização de um scanner 3D

são rapidamente digital-

izadas as embarcações,

peças ou componentes e

com uma precisão eleva-

da. Este desenho assistido

por computador represen-

ta uma etapa importante

no ciclo de desenvolvi-

mento do produto. É neste

âmbito em que as simu-

lações numéricas (CFD)

podem ser um instrumento

importante, na avaliação

das características da em-

barcação. A prototipagem

é a etapa remanescente

utilizada quando se quer

testar uma solução nova.

No desporto a engenharia

tem que trabalhar em par-

alelo com a ergonomia e o

design e é por este motivo

que é necessária uma

série de soluções e mate-

riais para a rápida proto-

tipagem das ideias.

Em termos de resultados

desportivos, a única

medalha de Portugal nos

Jogos Olímpicos de Lon-

dres 2012 foi obtida na

prova K2 1000 metros por

Emanuel Silva e Fernando

Pimenta, com o uso de

embarcações NELO. São

resultados deste calibre

que refletem a importância

da aproximação de cen-

tros de investigação para

com os fabricantes no sen-

tido de inovar o material

desportivo e potencializar

o resultado competitivo.

CIDESD em parceria com o maior

fabricante do mundo de Kayaks

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PÁGINA 9

VOLUME 4 , NÚMERO 9

INTERNACIONALIZAÇÃO E DIFUSÃO

O membro do CIDESD Daniel Marinho foi

premiado com a distinção de INVESTIGA-

DOR DO ANO 2012 na Natação! O prémio foi atribuído pela International Society of Swim-

ming Coaching, e vem reconhecer o excelen-

te trabalho desenvolvido pelo Professor da

Universidade da Beira Interior no âmbito do

processo de treino.

O Director do CIDESD António José Silva foi eleito no passado dia

12 de Janeiro o novo presidente da Federação Portuguesa de Na-

tação. O Pró-Reitor para o Desenvolvimento e Internacionalização

da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro apresenta na pági-

na 7 as novas linhas orientadoras da Federação Portuguesa de Na-

tação.

A internacionalização do CIDESD continua bem patente nos mais diversos quadrantes, sejam eles científicos ou

técnicos. A estratégia de difusão do conhecimento

produzido pelos membros do CIDESD reflete-se na qual-

idade dos trabalhos apresentados worldwide bem como

na assinatura de protocolos com diferentes instituições.

O grupo da Performance Deportiva tem ao seu dispor um site

extremamente prático e intuitivo com inúmeras funcionali-

dades. Para mais informações consulte http://

www.cidesd.utad.pt/cidesd/sp/spigroup.html

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Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano

Edifício CIFOP – Rua Dr. Manuel Cardona

UTAD – Apartado 1013 – 5001-801 Vila Real

E-mail (secretariado): [email protected]

E-mail (direcção): [email protected]

Telefone: 259 330 155

Fax: 259 330 168

O Boletim técnico-científico do grupo da Performance Desportiva tem o objectivo de publicar material que

combine os resultados provenientes do conhecimento científico mais actual com as aplicações práticas e o

conhecimento profissional. Pretende divulgar informação e produzir conhecimento em três linhas de investi-

gação prioritárias: 1) Dinâmica computacional de fluídos (CFD); 2) CreativeLab, e; 3) Factores genéticos,

fisiológicos e biomecânicos determinantes do rendimento. O âmbito de aplicação destas linhas é durante ou

após o processo de treino ou competição desportivas e centra-se nos desportistas, nos treinadores e nos

juízes, masculinos e femininos, envolvidos no desporto de formação e no desporto de alto-rendimento.

PERFORMANCE DESPORTIVA

Doutoramento

Ciências do Desporto — Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Ciências do Desporto — Universidade da Beira Interior

Mestrado

Jogos Desportivos Colectivos — Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Avaliação nas Actividades Físicas e Desportivas — Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Ciências do Desporto — Universidade da Beira Interior

Licenciatura

Ciências do Desporto. Ramos: Desportos Individuais; Jogos Desportivos Colectivos — Univer-

sidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Licenciatura em Desporto — Instituto Politécnico de Bragança

Licenciatura em Ciências do Desporto—Universidade da Beira Interior

Formação técnica e científica no âmbito da Performance Desportiva

Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano

MAIS INFORMAÇÕES!

WWW.CIDESD.UTAD.PT

Conselho Editorial

António Jaime Eira Sampaio; Antonio Jose Rocha Martins da Silva; Aldo Filipe de Matos Moreira Carvalho da

Costa; Bruno Filipe Rama Travassos; José Carlos Gomes de Carvalho Leitão; Daniel Almeida Marinho; José

Augusto Afonso Bragada; Mário António Cardoso Marques; Mário Jorge de Oliveira Costa; Nuno Miguel Cor-

reia Leite; Roland Van den Tillaar; Rui Marcelino Maciel Moreira; Susana Cristina Araújo Póvoas; Tiago Ma-

nuel Cabral dos Santos Barbosa; Victor Manuel de Oliveira Maçãs.

O CreativeLab será o tema do próximo

número do Boletim Performance Des-

portiva. A temática do CreativeLab

encontra-se fundamentada no estudo e

compreensão do trabalho colaborativo

e do conceito de Criatividade, e será

devidamente escalpelizada no próxi-

mo número.