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Volume 6 - Número 1 – 2014
ISSN - 2177-5907
Revista Eletrônica AeroDesign Magazine - Volume 6 - nº 1 - 2014 - ISSN - 2177-5907 Seção – Artigos Técnicos
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Revista Eletrônica AeroDesign Magazine
A Revista Eletrônica AeroDesign Magazine é um veículo de divulgação do site EngBrasil e do
Núcleo de Estudos Aeronáuticos, com publicação anual.
Além dos trabalhos de produção científica de autoria do Prof. Luiz Eduardo Miranda José
Rodrigues, de estudantes sob sua orientação e de professores e estudantes de diversas instituições de
ensino, faz divulgação de artigos técnicos, cursos, documentos, eventos e entrevistas de interesse
acadêmico sobre aspectos relacionados diretamente com o desenvolvimento da engenharia aeronáutica.
Revista Eletrônica AeroDesign Magazine - Volume 6 - nº 1 - 2014 - ISSN - 2177-5907 Seção – Artigos Técnicos
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ISSN - 2177-5907
Vol. 6, nº 1 (2014)
Sumário
Editorial
Artigos Técnicos
Aplicação de Winglets e sua Contribuição para a Redução do Arrasto Induzido nas Asas de um
Avião
Letícia Silveira Camargo - IFSP Campus Salto
Luiz Eduardo Miranda José Rodrigues - IFSP Campus Salto
Relação entre as Velocidades Verdadeira, Equivalente, Calibrada e Indicada de uma Aeronave
Leve Monomotora Operando em Condições de Voo Subsônico Incompressível
Thais Vieira Nunhes - IFSP Campus Salto
Luiz Eduardo Miranda José Rodrigues - IFSP Campus Salto
Dedução das Equações de Equilíbrio para Estudo do Desempenho de Aeronaves Leves
Monomotoras Operando em Condição de Voo Reto e Nivelado
Cristiane de Paula Carvalho da Costa - IFSP Campus Salto
Luiz Eduardo Miranda José Rodrigues - IFSP Campus Salto
Estudo Analítico para a Determinação da Posição do Centro de Gravidade de Aeronaves Leves
Monomotoras
Larissa dos Santos - IFSP Campus Salto
Luiz Eduardo Miranda José Rodrigues - IFSP Campus Salto
Definição da Atmosfera Padrão e sua Aplicação na Engenharia Aeronáutica
Lauren Emanuelle Nascimento Peres - IFSP Campus Salto
Luiz Eduardo Miranda José Rodrigues - IFSP Campus Salto
Utilização de Flapes nas Asas das Aeronaves, Modelos, Aplicações e Vantagens
Queren Emanuela da Paixão - IFSP Campus Salto
Luiz Eduardo Miranda José Rodrigues - IFSP Campus Salto
Definição do Número de Mach e sua Aplicação no Voo Supersônico de Aeronaves
Renato Navarro Romancini - IFSP Campus Salto
Luiz Eduardo Miranda José Rodrigues - IFSP Campus Salto
Apresentações
Embraer EMB-312 Tucano
Fabio Augusto Alvarez Biasi - IFSP Campus Salto
McDonnell Douglas F-15
Débora de Rezende Mestrinari - IFSP Campus Salto
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Fokker F-27
Luiz Eduardo Miranda José Rodrigues - IFSP Campus Salto
Lockheed F-117 Nighthawk
Gabriel Buglia - IFSP Campus Salto
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EDITORIAL
O volume seis, número um do ano de 2014 da Revista Eletrônica AeroDesign Magazine, pretende
compartilhar com a comunidade acadêmica, uma coletânea de textos que apresenta uma análise científica
de variados temas atuais da engenharia aeronáutica.
Nesse volume sob a orientação do Prof. Luiz Eduardo Miranda José Rodrigues são apresentados
artigos técnicos de autoria dos estudantes do curso de Tecnologia em Gestão da Produção Industrial do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – Campus Salto, todos integrantes da
Equipe Taperá de AeroDesign, além de apresentações sobre algumas aeronaves clássicas.
Dentre os artigos apresentados estão:
Aplicação de Winglets e sua Contribuição para a Redução do Arrasto Induzido nas Asas de um
Avião, desenvolvido pela estudante Letícia Silveira Camargo;
Relação entre as Velocidades Verdadeira, Equivalente, Calibrada e Indicada de uma Aeronave
Leve Monomotora Operando em Condições de Voo Subsônico Incompressível, desenvolvido pela
estudante Thais Vieira Nunhes;
Dedução das Equações de Equilíbrio para Estudo do Desempenho de Aeronaves Leves
Monomotoras Operando em Condição de Voo Reto e Nivelado, desenvolvido pela estudante Cristiane
de Paula Carvalho da Costa;
Estudo Analítico para a Determinação da Posição do Centro de Gravidade de Aeronaves Leves
Monomotoras, desenvolvido pela estudante Larissa dos Santos;
Definição da Atmosfera Padrão e sua Aplicação na Engenharia Aeronáutica, desenvolvido pela
estudante Lauren Emanuelle Nascimento Peres;
Utilização de Flapes nas Asas das Aeronaves, Modelos, Aplicações e Vantagens, desenvolvido
pela estudante Queren Emanuela da Paixão;
Definição do Número de Mach e sua Aplicação no Voo Supersônico de Aeronaves, desenvolvido
pelo estudante do ensino técnico em automação industrial Renato Navarro Romancini.
Além dos artigos técnicos, a seção apresentações mostra trabalhos que contemplam as seguintes
aeronaves: Embraer EMB-312 Tucano, McDonnell Douglas F-15, Fokker F-27 e Lockheed F-117
Nighthawk.
A coletânea apresenta os resultados das pesquisas científicas realizadas pelo Prof. Luiz Eduardo
Miranda José Rodrigues, juntamente com colegas e alunos integrantes da Equipe Taperá de AeroDesign
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que, nesta parceria, legitimam a relevância dos movimentos de integração acadêmica para o
desenvolvimento científico.
Prof. Luiz Eduardo Miranda José Rodrigues
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Artigos
Revista Eletrônica AeroDesign Magazine - Volume 6 - nº 1 - 2014 - ISSN - 2177-5907 Seção – Artigos Técnicos
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Aplicação de “winglets” e sua contribuição para a redução do arrasto
induzido nas asas de um avião
Letícia Camargo Silveira
Instituto Federal de São Paulo (IFSP) [email protected]
Luiz Eduardo Miranda José Rodrigues
Instituto Federal de São Paulo (IFSP) [email protected]
1 - Introdução
O arrasto é uma força aerodinâmica presente em todo corpo que se desloca através de um fluido,
no caso do avião, o fluido de referência é o ar. Essa força depende de fatores como a distribuição da
pressão e as tensões de cisalhamento que atuam sobre a superfície, e, todo tipo de arrasto citado na
literatura aeronáutica é proveniente desses fatores, [4].
O arrasto induzido está relacionado pela diferença de pressão entre o intradorso e extradorso da
asa, ocasionando um componente extra de arrasto na ponta das asas das aeronaves. Um dos métodos
utilizados para a redução deste problema é adicionar uma superfície na ponta das asas dos aviões,
conhecido como “winglet”, conforme mostrado na Figura 1.
O presente artigo tem como objetivo realizar uma descrição sobre os “winglets” e mostrar sua
utilização nas asas de uma aeronave, bem como avaliar de maneira qualitativa os benefícios de sua
utilização contribuindo para a redução do arrasto induzido nas pontas das asas de uma aeronave.
Figura 1 - Exemplo de Winglet localizado na ponta da asa da aeronave, [5].
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2 – Fundamentação Teórica
A força de sustentação representa a maior qualidade que uma aeronave possui em comparação
com os outros tipos de veículos e define a habilidade de um avião se manter em voo [4]. Basicamente, a
força de sustentação é utilizada como forma de vencer o peso da aeronave e assim garantir o voo.
Alguns princípios físicos fundamentais podem ser aplicados para se compreender como a força
de sustentação é criada, dentre eles, podem-se citar principalmente a terceira lei de Newton e o princípio
de Bernoulli.
Quando uma asa se desloca através do ar, o escoamento se divide em uma parcela direcionada
para a parte superior e uma para a parte inferior da asa como mostra a Figura 2.
Figura 2 – Escoamento sobre uma asa, [4].
Se existir um ângulo positivo entre a asa e a direção do escoamento, o ar é forçado a mudar de
direção, assim, a parcela de escoamento na parte inferior da asa é forçada para baixo e em reação a essa
mudança de direção do escoamento na parte inferior da asa, a mesma é forçada para cima, ou seja, a asa
aplica uma força para baixo no ar e o ar aplica na asa uma força de mesma magnitude no sentido de
empurrar a asa para cima. Essa criação da força de sustentação pode ser explicada pela terceira lei de
Newton, ou seja, para qualquer força de ação aplicada existe uma reação de mesma intensidade, direção
e sentido oposto.
A criação da força de sustentação também pode ser explicada através da circulação do escoamento
ao redor do aerofólio. Para se entender essa definição, deve-se compreender o princípio de Bernoulli,
que é definido da seguinte forma: "Se a velocidade de uma partícula de um fluido aumenta enquanto ela
escoa ao longo de uma linha de corrente, a pressão dinâmica do fluido deve aumentar e vice-versa".
Esse conhecimento permite entender por que os aviões conseguem voar. Na parte superior da asa
a velocidade do ar é maior (as partículas percorrem uma distância maior no mesmo intervalo de tempo
quando comparadas à superfície inferior da asa), logo, a pressão estática na superfície superior é menor
do que na superfície inferior, o que acaba por criar uma força de sustentação de baixo para cima.
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O princípio de Bernoulli pode ser matematicamente expresso pela Equação (1) apresentada a
seguir.
ctevpe =+ 2
2
1
(1)
onde, pe representa a pressão estática que o ar exerce sobre a superfície da asa, é a densidade do ar e v
a velocidade do escoamento.
Tecnicamente, o princípio de Bernoulli prediz que a energia total de uma partícula deve ser
constante em todos os pontos de um escoamento. Na Equação (1) o termo ½ v² representa a pressão
dinâmica associada com o movimento do ar.
A forma mais apropriada de se visualizar os efeitos do escoamento e a pressão aerodinâmica
resultante é o estudo do escoamento em um tubo fechado denominado tubo de Venturi como mostra a
Figura 3.
Figura 3 – Estudo do escoamento em um tubo fechado, [4].
A Figura 3 permite observar que na estação 1, o escoamento possui uma velocidade v1 e uma
certa pressão estática pe1. Quando o ar se aproxima da garganta do tubo de Venturi representado pela
estação 2 algumas mudanças ocorrerão no escoamento, ou seja, uma vez que o fluxo de massa em
qualquer posição ao longo do tubo deve permanecer constante, a redução de área na seção transversal
implica em um aumento na velocidade do fluido e consequentemente um aumento da pressão dinâmica
e uma redução da pressão estática, portanto, na estação 2, o escoamento possui uma velocidade v2 > v1 e
uma pressão estática pe2 < pe1. Para a estação 3 o escoamento novamente volta a possuir uma velocidade
v3 = v1 e uma pressão estática pe3 = pe1.
O que se pode perceber da análise realizada é que a pressão estática tende a se reduzir conforme
a velocidade do escoamento aumenta, e assim, em um perfil aerodinâmico, a aplicação do princípio de
Bernoulli permite observar que ocorre um aumento da velocidade das partículas de ar do escoamento que
passam sobre o perfil, provocando desse modo uma redução da pressão estática e um aumento na pressão
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dinâmica. Para o caso de um perfil inclinado de um ângulo positivo em relação à direção do escoamento,
as partículas de ar terão uma maior velocidade na superfície superior do perfil quando comparadas a
superfície inferior, desse modo, a diferença de pressão estática existente entre a superfície superior e
inferior será a responsável pela criação da força de sustentação. Essa situação está apresentada na Figura
4.
Figura 4 – Variação de velocidade sobre as superfícies superior e inferior de um perfil, [4].
A diferença de pressão criada entre a superfície superior e inferior de uma asa geralmente é muito
pequena, porém essa pequena diferença pode propiciar a força de sustentação necessária ao voo da
aeronave.
Aliada a força de sustentação, qualquer asa com um deslocamento em relação ao ar, produz
também a chamada força de arrasto que basicamente é caracterizada pelas parcelas do arrasto parasita e
induzido. O arrasto induzido particularmente é criado na ponta das asas devido a diferença de pressão
encontrada, e, como forma de se melhorar o desempenho global de uma aeronave, é desejável que durante
o projeto aerodinâmico, o projetista utilize teorias e métodos capazes de reduzir consideravelmente essa
parcela de arrasto.
De acordo com a teoria aerodinâmica clássica, uma solução para a redução do arrasto induzido é
aumentar a envergadura e diminuir a corda da asa de modo a aumentar o alongamento, assim, uma asa
longa e estreita gera em suas pontas, vórtices menores e mais fracos, porém, para um avião comercial, as
considerações estruturais e operacionais descartam totalmente esta alternativa, e, uma solução encontrada
pelos projetistas aerodinâmicos foi aumentar o alongamento das asas com o desenvolvimento de
dispositivos chamados de “winglets”.
Estes dispositivos podem ser descritos como extensões quase verticais da ponta da asa que, sem
aumentar excessivamente a sua envergadura, aumentam a eficiência do perfil aerodinâmico reduzindo o
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vórtice de ponta de asa e diminuindo o arrasto, o que por sua vez, se traduz em diminuição do consumo
de combustível, em até 7%, e melhoram o desempenho dos pousos e decolagens em aeroportos de pista
reduzida. A Figura 5 mostra o efeito da aplicação do “winglet” na ponta da asa de um avião.
Como forma de obter maior resistência e flexibilidade, os “winglets” são construídos de uma
composição de ligas de alumínio e materiais compostos. Para aviões que não foram projetados com
“winglets”, sua instalação necessita de uma considerável modificação estrutural na asa de modo que a
mesma possa suportar as cargas estáticas e dinâmicas que surgem durante o voo, e, essas modificações
se traduzem principalmente em reforços na longarina principal e cálculos precisos da sua inércia e
rigidez.
Figura 5 – Representação do arrasto gerado pela asa com e sem “winglets”, [6].
De forma a se obter maior eficiência da utilização dos “winglets”, o bordo de fuga da asa deve
coincidir com o bordo de fuga do “winglet”, já o bordo de ataque em muitos casos são inclinados para
fora formando um ângulo de ataque positivo contribuindo assim para gerar sustentação, além de aumentar
a eficiência aerodinâmica da aeronave.
O uso dos “winglets” foi adotado pela equipe de pesquisadores da NASA, em Langley, Virginia
(EUA) no início dos anos 1970, dirigida pelo Dr. Richard Whitcomb, que contribuiu significativamente
para o desenvolvimento do conceito desses dispositivos.
3 – Aplicação na Indústria Aeronáutica Moderna
A GOL Linhas Aéreas, no ano de 2006, equipou suas aeronaves Boeing 737-800 NG com
“Blended Winglet” conforme mostrado na Figura 6. Com essa melhoria os engenheiros da companhia
visavam melhores condições de pousos em aeroportos com pista reduzida como os Aeroportos Santos
Dumont (1323 metros) no Rio de Janeiro, e Congonhas (1940 metros), em São Paulo. A GOL foi a
primeira companhia aérea do Brasil a receber uma aeronave Boeing 737 equipado com “winglets”, e, os
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benefícios obtidos com essa aplicação incluem a redução do arrasto induzido na ponta das asas
contribuindo significativamente para a redução do consumo de combustível e consequentemente em
operações mais econômicas para a companhia.
Figura 6 – Blended Winglet na aeronave Boeing 737-800 da GOL Linhas Aéreas, [7].
Segundo Patrick LaMoria, vice-presidente de Vendas da Aviation Partners Boeing, a tecnologia
do “Blended Winglet” auxiliará a GOL a manter baixos custos operacionais além de flexibilizar sua
capacidade de oferta de novas rotas, pois a tecnologia permite a aeronave operar com segurança mesmo
em aeroportos mais desafiadores.
4 – Conclusões
O presente artigo retrata de modo sucinto a funcionalidade de um componente utilizado na
indústria aeronáutica que auxilia na redução do arrasto induzido presente na asa de uma aeronave. Após
a pesquisa realizada para a confecção deste artigo, conclui-se que, para a construção e desenvolvimento
de soluções de um problema de projeto de uma aeronave é necessário o conhecimento teórico sobre o
dispositivo, bem como dos princípios físicos que regem sua operação como a terceira lei de Newton e o
princípio de Bernoulli. Também se conclui que a utilização dos “winglets” além de trazer o benefício da
redução do arrasto induzido também contribui significativamente para a redução do consumo de
combustível e consequentemente dos custos operacionais da aeronave.
5 - Referências
[1] Página UFRGS. Disponível em <http://www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20031/Andre/>Acesso em: 24
maio 2014.
[2]AviaçãoBrasil.Disponívelem<http://www.aviacaobrasil.com.br/wp/noticiais/noticias_online/Winglet
s_melhoram_a_performance_das_aeronaves_da_GOL.> Acesso em: 24 maio 2014.
[3] Feira de Ciências.
Disponível em <http://www.feiradeciencias.com.br/sala07/07_26.asp>Acesso em: 24 maio 2014.
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[4] RODRIGUES, LEMJ. Fundamentos da Engenharia Aeronáutica. 1a. ed. Cengage Learning, São
Paulo, 2013.
[5] United Hub.
Disponível em <https://hub.united.com/en-us/news/company-operations/pages/united-installs-split-
scimitar-winglets.aspx> Acesso em: 25 maio 2014.
[6] TheNewYorkTimes.
Disponível <http://www.nytimes.com/interactive/2013/10/24/business/Why-Winglets.html?_r=0 >
Acesso em 25 maio 2014. [7] Aviação Comercial. Disponível em <http://www.aviacaocomercial.net/frotagol.htm > Acesso em 25 maio 2014.
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Relação entre as velocidades verdadeira, equivalente, calibrada e
indicada de uma aeronave leve monomotora operando em condições de
voo subsônico incompressível
Thaís Vieira Nunhes
Instituto Federal de São Paulo (IFSP) [email protected]
Luiz Eduardo Miranda José Rodrigues
Instituto Federal de São Paulo (IFSP) [email protected]
1 - Introdução
O desempenho das aeronaves é função de várias propriedades físicas, das quais destacam-se a
temperatura, a pressão e a densidade do ar. Considerando a influência dessas propriedades na descrição
dos dados para a obtenção do desempenho (por exemplo, quanto menor a densidade, menores serão a
sustentação gerada na aeronave e menor a tração gerada pelos motores), o conceito de velocidade passa
a assumir diversas formas: velocidades verdadeira (True Airspeed – TAS), equivalente (Equivalent
Airspeed - EAS), calibrada (Calibrated Airspeed - CAS) e indicada (Indicated Airspeed - IAS). Esse
artigo tem como objetivo diferenciar e relacionar cada uma dessas velocidades considerando-se uma
aeronave leve monomotora operando em regime de voo subsônico incompressível, [2].
2 – Fundamentação Teórica
Durante a operação de uma aeronave, muitas velocidades características são utilizadas, e, a
determinação dessas velocidades depende diretamente do regime de voo da aeronave, que podem ser
caracterizados da seguinte forma: voo em baixa velocidade com escoamento incompressível, voo
subsônico com escoamento compressível e voo supersônico, [2].
O escoamento incompressível ocorre em aeronaves que se deslocam com velocidades inferiores
a Mach 0,30, e nessa situação, as velocidades indicada, calibrada, equivalente e verdadeira são
determinadas através da equação de Bernoulli, sendo que cada uma delas possui sua particularidade em
termos de correções para pressão e densidade do ar. Pelo princípio de Bernoulli, a pressão total em uma
massa de ar se deslocando é igual à soma da pressão estática com a pressão dinâmica, portanto:
𝑃0 = 𝑃𝑒 + 𝑃𝑑 (1)
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Onde P0 representa a pressão total, Pe a pressão estática e Pd a pressão dinâmica definida por
12⁄ ∙ 𝜌 ∙ 𝑉2, assim, a Equação (1) pode ser reescrita do seguinte modo:
𝑃𝑒 +1
2∙ 𝜌 ∙ 𝑉2 = 𝑃0 (2)
Isolando-se a velocidade na Equação (2), e considerando tanto a diferença de pressão como a
densidade do ar com os respectivos valores obtidos para o nível atual de voo da aeronave, obtém-se uma
expressão para a determinação da velocidade verdadeira da aeronave, assim:
𝑉𝑉 = √2∙(𝑃0−𝑃𝑒)ℎ𝐺
𝜌ℎ𝐺 (3)
A velocidade verdadeira da aeronave representa a real velocidade do avião nas condições de
altitude, pressão, temperatura e densidade do ar. Seu valor é maior que a velocidade equivalente e
consequentemente maior que as velocidades indicada e calibrada.
Normalmente a velocidade verdadeira é utilizada quando se realiza o plano de voo pelo piloto,
pois na condição de cruzeiro em uma rota de navegação aérea, sua determinação permite definir com
maior precisão as condições de alcance e autonomia da aeronave, propiciando uma situação mais próxima
da realidade encontrada durante o trajeto. Neste ponto é importante lembrar que as correções de pressão
e temperatura são realizadas com base nas tabelas de atmosfera padrão, e, que, ao longo do trajeto, a
atmosfera sofre variações e não se comporta de forma idêntica as tabelas, porém, mesmo assim, o cálculo
da velocidade verdadeira permite uma excelente aproximação com as condições reais encontradas pela
aeronave ao longo de sua trajetória.
A velocidade equivalente para um escoamento incompressível corresponde a velocidade em
condições de atmosfera padrão, ao nível do mar, que produz a mesma pressão dinâmica da velocidade
verdadeira da aeronave na altitude, [3]. Assim, seu valor, pode ser determinado considerando-se na
Equação (3), a mesma pressão dinâmica obtida na altitude com o valor da densidade do ar na atmosfera
padrão ao nível do mar, portanto:
𝑉𝐸 = √2∙(𝑃0−𝑃𝑒)ℎ𝐺
𝜌𝑆𝐿 (4)
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O subscrito SL presente na Equação (4) indica os valores característicos da atmosfera padrão ao
nível do mar.
Para o voo realizado com velocidade inferior a Mach 0,30 e altitudes inferiores a 3048m
(10000ft), a velocidade equivalente de uma aeronave é muito próxima das velocidades calibrada e
indicada, e, portanto, a VE representa a velocidade indicada e visível ao piloto no mostrador do
velocímetro, e a seguinte relação pode ser utilizada:
𝑉𝐸 ≅ 𝑉𝐶 ≅ 𝑉𝐼 (5)
Uma forma direta de relacionar a velocidade verdadeira com a velocidade equivalente de uma
aeronave é dividir a Equação (4) pela Equação (3) conforme mostrado a seguir.
𝑉𝑉2
𝑉𝐸2 =
2∙(𝑃0−𝑃𝑒)ℎ𝐺𝜌ℎ𝐺
2∙(𝑃0−𝑃𝑒)ℎ𝐺𝜌𝑆𝐿
(6)
Resultando em:
𝑉𝑉 = 𝑉𝐸 ∙ √𝜌𝑆𝐿
𝜌ℎ𝐺 (7)
O que mostra que a velocidade verdadeira de uma aeronave varia com a velocidade equivalente
em função da raiz quadrada da razão entre a densidade do ar ao nível do mar e a densidade do ar no nível
em que a aeronave está realizando o seu voo. Na Equação (7) também fica evidente que quanto maior
for a altitude, menor será o valor de 𝜌ℎ𝐺 , e, conseqüentemente maior será a razão entre as duas densidades
propiciando uma maior diferença percentual entre as duas velocidades conforme a altitude aumenta.
3 – Apresentação e Discussão dos Dados
Não é difícil entender a importância de se conhecer as diferenças entre os valores de Velocidade
Verdadeira, Equivalente, Calibrada e Indicada. Como exemplo, considere um passageiro ou um piloto
inexperiente que assume que o velocímetro de uma aeronave é igual ao de um carro. Os erros de medição
da velocidade, nesse caso, implicariam na condição de um voo inseguro. Isso porque quando se trata de
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aeronaves, medir a velocidade deixa de ser algo simples devido a uma série de importantes conceitos que
se precisa dominar a fim de operá-la com segurança.
Figura 1 - Indicador de Velocidade, [1].
Conforme discutido na fundamentação teórica, a densidade do ar, pressão e temperatura afetam
a velocidade aerodinâmica. Isso significa que um avião irá se deslocar mais rápido através do ar que é
menos denso do que no ar mais denso (é por isso que em grandes altitudes temos altas velocidades
aerodinâmicas). Além disso, o fato de que a quanto maior a temperatura, menos denso é o ar explica o
porquê que um avião se desloca mais velozmente em um dia quente do que em um dia frio, mantendo a
altitude.
Foi visto também que a diferença de densidade ocasiona um impacto negativo na indicação da
Velocidade Verdadeira. Para a correção desse problema é necessário calcular a Velocidade Equivalente
(análoga a Velocidade Indicada), ajustada para uma referência da Atmosfera Padrão Internacional (ISA),
ao nível médio do mar.
Outra importante condição a ser observada é o valor da pressão em voo, capaz de gerar erros de
posicionamento na Velocidade Indicada do avião. Visando a correção desses erros de posicionamento,
foi desenvolvida a Velocidade Calibrada (a mais usual em indicadores de velocidade) - também ajustada
para uma condição de referência da Atmosfera Padrão Internacional (ISA), ao nível médio do mar.
4 – Conclusões
Por fim, pode-se concluir que a revisão das velocidades publicadas em velocímetros de aeronaves
faz-se necessária diante da possibilidade de valores que lá podem estar "indicados" ou "calibrados". Além
disso, voar dentro das velocidades certas garante que a aeronave se encontre sempre dentro do seu
envelope de manobra, garantindo um voo seguro.
Considerando que as trajetórias percorridas por uma aeronave devem ser previstas com alto nível
de precisão, nota-se a relevância do estudo desenvolvido, o qual discutiu sobre os níveis de precisão das
diferentes velocidades de medição. Contudo, a metodologia aqui desenvolvida certamente contribuiu
Revista Eletrônica AeroDesign Magazine - Volume 6 - nº 1 - 2014 - ISSN - 2177-5907 Seção – Artigos Técnicos
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para esclarecer os principais conceitos e relações acerca das velocidades verdadeira, equivalente,
calibrada e indicada de uma aeronave monomotora em regime de voo subsônico incompressível.
5 - Referências
[1] MENEZES JUNIOR, Luiz Pradines de. Fundamentos da Teoria de Voo, Luiz Pradines de Menezes
Junior. - São Paulo : EI – Edições Inteligentes, 2004.
[2] Houston, Accuracy of Airspeed Measurements and Flight Calibration Procedures, NACA Relatório
No. 919, 1984.
[3] GRACEY, WILLIAM, Measurement of Aircraft Speed and Altitude, NASA Publicação 1046, Maio,
1980.
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Dedução das equações de equilíbrio para estudo do desempenho de
aeronaves leves monomotoras operando em condição de voo reto e
nivelado
Cristiane de Paula Carvalho da Costa
Instituto Federal de São Paulo (IFSP) [email protected]
Luiz Eduardo Miranda José Rodrigues
Instituto Federal de São Paulo (IFSP) [email protected]
1 - Introdução
No século XIX algumas tentativas foram feitas para produzir um avião que decolasse por meios
próprios. Porém, a maioria deles era de péssima qualidade, construídos por pessoas interessadas em
aviação, mas que não tinham os conhecimentos necessários para tal. De fato, a principal preocupação
dos responsáveis pelo estudo aeronáutico da época, era simplesmente elevar ou impulsionar o avião do
chão. O que acontecia quando o veículo já estava no ar, era visto como uma importância secundária.
Entretanto, com o passar dos anos, o desempenho de aeronaves passou a ser tratado como
prioridade. Alguns questionamentos eram, e ainda são feitos sobre determinados projetos: qual poderia
ser a maior velocidade alcançada da aeronave? Quão rápido ela pode subir a uma determinada altitude?
Quão longe a aeronave pode ir? Quanto tempo ela permanecerá no ar? As respostas para essas e outras
perguntas similares constitui o estudo de desempenho de uma aeronave.
Este artigo tem como objetivo apresentar a relação entre as forças atuantes em uma aeronave em
condições de voo reto e nivelado, bem como a comprovação da mesma através das deduções de equações
de equilíbrio com análise sobre importantes características de voo que interferem em seu desempenho.
2 – Fundamentação Teórica
Para uma condição de voo reto e nivelado, são quatro as forças que atuam sobre uma aeronave:
força de sustentação, força de arrasto, força de tração originada pela hélice e o peso da aeronave como
mostra a Figura 1.
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Figura 1 – Forças atuantes em uma aeronave na condição de voo reto e nivelado
com velocidade constante [2].
A força de sustentação (L) é originada pela diferença de pressão existente entre o intradorso (parte
inferior) e extradorso (parte superior) da asa. Representa a maior qualidade da aeronave e é a responsável
por garantir o voo. Ela é perpendicular à direção do vento relativo e deve ser grande o suficiente para
equilibrar o peso da aeronave e desse modo permitir um voo seguro.
A força de arrasto (D) se opõe ao movimento da aeronave e é paralela à direção do vento relativo.
O maior desafio do projetista é reduzir o quanto possível essa força uma vez que é impossível eliminá-
la. Sua redução melhora a eficiência aerodinâmica da aeronave.
A força de tração (T) é responsável por impulsionar a aeronave durante o voo. Tem por principal
finalidade vencer a força de arrasto e está direcionada na direção de voo da aeronave.
O peso (W) representa uma força gravitacional direcionada verticalmente para baixo, existente
em qualquer corpo nas proximidades da Terra e a única forma de obter voo é garantir uma força de
sustentação igual ou maior que o peso.
Como em uma condição de voo reto e nivelado a velocidade é constante, a formulação matemática
para relacionar as quatro forças existentes pode ser obtida por meio das equações de equilíbrio da estática,
no qual:
(Eq.1)
(Eq.2)
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21
As equações (1) e (2) representam a condição de equilíbrio para uma aeronave em voo reto e
nivelado com velocidade constante.
3 - Metodologia
As quatro forças citadas anteriormente estão presentes em todos os cálculos que compreendem o
estudo do desempenho de uma aeronave e intrinsecamente relacionadas entre si. Para se manter voo com
velocidade constante a força de arrasto é balanceada pela tração e a força de sustentação é balanceada
pelo peso. A relação entre essas variáveis representa um ponto fundamental para a definição da
capacidade de voo da aeronave para voo reto e nivelado com velocidade constante através da
determinação das curvas de tração disponível e requerida.
A tração disponível representa o quanto de empuxo a hélice em uso é capaz de fornecer para
aeronave. Sua análise é realizada a partir de aplicações de conceitos que vão desde uma modelagem
teórica, até uma análise prática com utilização de dinamômetros, softwares específicos etc. A tração
requerida representa o quanto de empuxo é necessário para se manter o voo em uma determinada
velocidade e depende diretamente das quatro forças que atuam sobre a aeronave. Como visto
anteriormente, a força de tração tem a finalidade de vencer o arrasto. Assim a partir da equação (1) tem-
se:
(Eq. 3)
De forma análoga, vimos que a única forma de obter voo é garantir uma força de sustentação
igual ou maior que o peso. Dessa forma, a partir da equação (2) tem-se:
(Eq. 4)
Dividindo-se a Equação (3) pela (4), tem-se:
(Eq. 5)
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Resultando em:
(Eq. 5a)
Assim, a tração requerida para se manter o voo da aeronave em uma determinada velocidade é:
(Eq. 6)
4 – Exemplo de Aplicação da Teoria Apresentada
A partir da análise da Equação (6), é possível perceber que a tração requerida de uma aeronave é
inversamente proporcional à sua eficiência aerodinâmica (CL/CD) e diretamente proporcional ao peso.
Em outras palavras, quanto maior o peso da aeronave, maior deve ser a tração requerida e quanto maior
a eficiência aerodinâmica para um determinado peso menor será a tração requerida. Como forma de se
obter um panorama geral das qualidades de desempenho da aeronave, geralmente as curvas de tração
requerida e disponível são representadas em um mesmo gráfico como mostra a Fig. 2.
Figura 2 - Representação genérica da curva de tração requerida de uma aeronave em função da
velocidade de voo, [2].
Pelo gráfico, é possível notar que o ponto de mínima tração requerida representa a velocidade de
voo que proporciona a maior eficiência aerodinâmica.
Para facilitar a visualização do tema proposto neste artigo, considere uma aeronave com um peso
máximo de decolagem igual a 16000 N, com um voo realizado em condições de atmosfera padrão ao
nível do mar para uma faixa de velocidades variando de 100 Km/h até 450 Km/h com incrementos de 50
Km/h. Consideremos a variação da tração disponível em função da velocidade dada na Tabela 1 a seguir.
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Tabela 1 - Tração disponível da Aeronave.
V (m/s) Td (N)
27,78 3789,6
41,67 3622,2
55,56 3403
69,44 3143,9
83,33 2820,1
97,22 2460,2
111,11 2056,7
125,00 1610,7
Para a obtenção da tração requerida, é necessária a determinação da polar de arrasto e dos arrastos
parasita e induzido. Tendo em vista que o tema deste artigo é apenas a definição das equações de
equilíbrio no voo reto e nivelado, os aspectos aerodinâmicos da determinação da polar de arrasto não
serão apresentados e para a solução do exemplo proposto, a Tabela 2 mostra os resultados obtidos com
a aplicação das equações propostas para as condições propostas pelo exemplo.
Tabela 2 - Tração Requerida da aeronave.
V (Km/h) V (m/s) D0 (N) Di (N) TR (N)
100 27,78 130,3571 2149,348 2279,705
150 41,67 293,3035 955,2656 1248,569
200 55,56 521,4284 537,3369 1058,765
250 69,44 814,7319 343,8956 1158,628
300 83,33 1173,214 238,8164 1412,03
350 97,22 1596,875 175,457 1772,332
400 111,11 2085,714 134,3342 2220,048
450 125,00 2639,731 106,1406 2745,872
O gráfico da Figura 3 mostra os resultados obtidos.
Figura 3 - Representação das curvas de tração disponível e requerida da Aeronave, [Própria].
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Analisando as curvas na aplicação do exemplo, nota-se que para a velocidade de mínima tração
requerida, a aeronave é capaz de realizar voo com a máxima eficiência aerodinâmica, com a relação
(L/D) assumindo seu valor máximo. É possível perceber que nesta situação a força de arrasto parasita é
igual a força de arrasto induzido. Isso quer dizer que a máxima relação (L/D) ocorre exatamente no ponto
de intersecção das curvas D0 e Di. Logo, para se obter uma condição de mínima tração requerida da
aeronave tem-se:
(Eq. 7)
Um voo realizado em uma situação de mínima tração requerida representa, em uma aeronave com
propulsão a hélice, um voo realizado para uma condição de máximo alcance, ou seja, voar em uma
condição que propicie a maior distância percorrida antes que o combustível da aeronave termine.
5 – Conclusões
Este artigo procurou apresentar uma síntese de estudo do desempenho de uma aeronave em
condição de voo reto e nivelado com velocidade constante através de uma análise dos principais
parâmetros de voo, bem como a relação entre as forças atuantes em uma aeronave e a comprovação das
mesmas a partir das deduções das equações de equilíbrio e a avaliação das curvas de tração disponível e
requerida. É importante salientar que desempenho de aeronaves é uma área muito vasta de estudo e que
abrange vários outros tópicos além do citado neste artigo e tem como pré-requisito o conhecimento na
área aerodinâmica. Uma análise bem feita do desempenho de uma aeronave é um fator principal para
todo e qualquer projeto de aeronave, sendo essencial para o seguimento do mesmo e para um alcance
bem sucedido dos objetivos traçados.
6 - Referências
[1] ANDERSON, JOHN. D. Introduction to Flight. 3ª Ed, McGraw-Hill, Inc. New York 1989.
[2] RODRIGUES, Luiz Eduardo Miranda José. Fundamentos da engenharia Aeronáutica. 1 ed, São
Paulo: Cengage Learning, 2013.
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Estudo analítico para a determinação da posição do centro de gravidade
de aeronaves leves monomotoras
Larissa dos Santos
Instituto Federal de São Paulo (IFSP) [email protected]
Luiz Eduardo Miranda José Rodrigues
Instituto Federal de São Paulo (IFSP) [email protected]
1 - Introdução
Centro de gravidade é o ponto de aplicação da resultante das forças gravitacionais que atuam em
cada partícula de um sistema. Em um avião, o peso é gerado por todos os seus componentes, porém, para
efeito de cálculos pode-se imaginá-lo como se atuasse num único ponto, chamado centro de gravidade.
Em voo, a aeronave realiza manobras ao redor do centro de gravidade sobre o centro de gravidade, e o
sentido da força do peso dirige-se sempre para o centro da terra.
O objetivo deste estudo é possibilitar, de maneira simples e concisa, o cálculo para determinação
da localização do centro de gravidade de uma aeronave leve monomotora.
2 – Fundamentação Teórica
A determinação do centro de gravidade de uma aeronave (CG) e o seu passeio para condições de
peso mínimo e máximo é de suma importância para um estudo posterior de estabilidade, peso e
balanceamento do avião.
O cálculo para determinar a localização do CG se dá através das condições do balanceamento de
momentos [1], ou seja, primeiramente é necessário que se considere um ponto imaginário onde a soma
dos momentos do nariz da aeronave possua a mesma intensidade da somatória dos momentos de cauda.
Pode-se afirmar que a aeronave estará em equilíbrio quando estiver suspensa apenas pelo CG, assim a
aeronave não tenderá a rotacionar para nenhuma direção.
A equação para localizar o centro de gravidade é a seguinte:
=
W
dWhCG
(1)
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Para a aplicação da Equação (1), é necessário que se adote uma linha de referência, onde a partir
dela será possível obter os momentos gerados por cada um dos componentes da aeronave. Após encontrar
os momentos individuais realiza-se a soma de todos eles e por fim divide-se o resultado pelo peso total
da aeronave. A Figura 1 mostra a configuração para a determinação do centro de gravidade.
Figura 1 - Determinação do centro de gravidade, [2].
É muito comum na indústria aeronáutica que o CG seja representado em forma de porcentagem
em função da corda na raiz da asa, para isso a equação aplicada será a seguinte.
(2)
Normalmente as aeronaves possuem o seu centro de gravidade localizado em uma porcentagem
da corda que varia entre 25% e 35%. Dentro dessa margem, geralmente a aeronave possui boas
qualidades de estabilidade e controle.
3 – Materiais e Métodos
Durante a medição do centro de gravidade, uma aeronave estará balanceada quando permanecer
nivelada. Para que esteja em equilíbrio a aeronave não precisa estar perfeitamente imóvel, mas sua
posição deve permanecer próxima desta.
Como forma de exemplificar a medição experimental do CG de uma aeronave, o presente artigo
mostra o ensaio realizado com a aeronave da equipe Taperá de AeroDesign do campus Salto do IFSP.
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Essa aeronave foi construída pelos próprios alunos integrantes da equipe e participou da competição
SAE-AeroDesign Brasil de 2013.
O ensaio da localização do centro de gravidade é realizado utilizando-se um dispositivo que
permite a medição do CG, onde a aeronave fica apoiada exatamente no local determinado através dos
cálculos. Se ela não tender a rotacionar para alguma direção conclui-se que a localização encontrada é
correta. Caso contrário, para ajustar a posição, deve-se movimentar os componentes móveis da aeronave,
até que o equilíbrio seja obtido.
No ensaio realizado pode se observar na Figura 2, que a aeronave está nivelada e corresponde a
localização calculada pela equipe.
Figura 2: Verificação do Centro de gravidade, [Própria].
4 – Apresentação e Discussão dos Resultados
A Tabela 1, mostra os resultados analíticos obtidos com a aplicação das Equações (1) e (2),
considerando a aeronave mostrada na Figura 2.
Tabela 1: Resultados obtidos
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Após a realização dos cálculos, utilizando as equações (1) e (2), os resultados da Tabela 1,
mostram, que, neste caso, o CG localiza-se a 34,96% da corda média aerodinâmica ou a 0,057 m a partir
do bordo de ataque da asa, posicionamento que pode ser comprovado através do ensaio realizado e
mostrado na figura (2).
5 – Conclusões
Este artigo teve como objetivo apresentar de modo simples a forma para se calcular a localização
do centro de gravidade em uma aeronave, apresentando um ensaio realizado para melhor compreensão.
Com base nos resultados mostrados é possível concluir que o estudo e ensaio realizados foram
satisfatórios, uma vez que ambos se complementaram para no fim obter um resultado positivo, ou seja,
os cálculos foram validados através do ensaio.
6 - Referências
[1] ANDERSON, JOHN. D. Introduction to Flight. 3ª Ed, McGraw-Hill, Inc. New York 1989.
[2] RODRIGUES, Luiz Eduardo Miranda José. Fundamentos da engenharia Aeronáutica. 1 ed, São
Paulo: Cengage Learning, 2013.
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Definição da atmosfera padrão e sua aplicação na engenharia
aeronáutica
Lauren Emanuelle Nascimento Peres
Instituto Federal de São Paulo (IFSP) [email protected]
Luiz Eduardo Miranda José Rodrigues
Instituto Federal de São Paulo (IFSP) [email protected]
1 - Introdução
A combinação de temperatura, pressão e densidade do ar circundante é o que resulta no
desempenho de aviões e dos motores utilizados nas aeronaves. O movimento das massas de ar e as
alterações sazonais produzem grandes variações na distribuição destas propriedades na atmosfera da
Terra. As características da atmosfera têm muitas variações como a altitude, a época do ano, a latitude,
as características geográficas do local e até mesmo com a hora do dia.
Considerar a variação de todos esses fatores durante o projeto e ensaio de uma aeronave, é
impossível. Para que seja possível relacionar os ensaios em voos e os testes em túneis de vento com o
projeto de uma aeronave a fim de se determinar seu desempenho é necessário que se estabeleça um
padrão de referência sobre a atmosfera em que uma aeronave estaria voando. Essa necessidade levou ao
desenvolvimento de um modelo de atmosfera de referência em que os valores da temperatura, pressão,
densidade e viscosidade em função da altitude representam uma média de valores medidos durante
muitos anos em várias regiões da Terra com latitudes médias.
A atmosfera de referência mais comum é baseada nas condições das latitudes médias do
hemisfério norte e chama-se ISA (International Standard Atmosphere), e o presente artigo possui a
finalidade de apresentar de maneira resumida a teoria aplicada para o estudo da atmosfera padrão.
2 – Fundamentação Teórica
Para a realização de um estudo de atmosfera padrão, algumas definições iniciais sobre as altitudes
características são necessárias, e as principais altitudes são:
Altitude Geométrica: É a distância vertical entre o nível médio do mar e o ponto a ser
considerado;
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Altitude Absoluta: É a distância vertical medida a partir do centro da Terra em relação ao ponto
em estudo;
Altitude Geopotencial: É uma altitude fictícia obtida a partir da altitude geométrica, assumindo
a aceleração da gravidade constante medida no nível médio do mar até o ponto a ser considerado;
Altitude-Pressão: É a altitude geométrica, na atmosfera padrão, no qual uma determinada
pressão é encontrada. Um altímetro devidamente calibrado e ajustado em 1013,2hPa indica a altitude-
pressão;
Altitude-Densidade: É a altitude geométrica, na atmosfera padrão, no qual uma determinada
densidade é encontrada;
Altitude-Temperatura: É a altitude geométrica, na atmosfera padrão, no qual uma determinada
temperatura é encontrada.
3 – Camadas da Atmosfera
A atmosfera está convencionalmente estruturada em cinco camadas, três das quais são
relativamente quentes, e, duas camadas, relativamente frias.
A Troposfera é a camada atmosférica que se estende da superfície da Terra até a base da
estratosfera. Praticamente todos os fenômenos meteorológicos ocorrem nesta camada, e cerca de setenta
e cinco por cento do peso atmosférico está confinado nela, sendo caracterizada por uma redução das
variáveis pressão, temperatura e densidade do ar conforme a altitude aumenta. Representa a única camada
em que os seres vivos podem respirar normalmente e sua espessura média é de aproximadamente 11 km
acima do nível do mar, atingindo até 17 km nos trópicos e 7 km nos pólos.
Na estratosfera, em altitudes variando de sua base até cerca de 20km, a temperatura permanece
constante, caracterizando uma região isotérmica, e a partir dos 25 km aumenta substancialmente com o
aumento da altitude. Essa camada é caracterizada por movimentos horizontais da massa de ar, e, de
acordo com a latitude, a base da estratosfera situa-se entre 7 km e 17 km acima do nível do mar e sua
transição para a mesosfera ocorre em uma altitude próxima a 50 km. Uma característica importante da
estratosfera é a pequena concentração de vapor de água e o aumento da temperatura em altitudes maiores
proporcionando uma excelente condição para o voo de aviões a jato.
Na mesosfera a temperatura diminui substancialmente conforme a altitude aumenta, atingindo
cerca de -90°C em seu topo. A mesosfera possui sua base situada em 50 km de altitude com a sua
transição para a termosfera ocorrendo entre altitudes que variam de 80km a 85 km em relação ao nível
do mar.
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Na termosfera a temperatura aumenta rapidamente com a altitude, até onde a densidade das
moléculas é tão pequena que se movem em trajetórias aleatórias. A temperatura média da termosfera é
de 1500°C, mas a densidade é tão pequena que essa temperatura não é sentida. Sua base está situada
entre 80km e 85 km de altitude e sua espessura varia entre 350 km e 800 km dependendo da atividade
solar, representa a camada onde orbita o ônibus espacial.
A exosfera representa a camada mais externa da atmosfera da Terra e sua base encontra-se em
média na altitude de 650 km, sendo composta principalmente de hidrogênio e hélio e se estende para o
espaço exterior.
Além das cinco camadas principais determinadas pela temperatura, outras camadas
intermediárias e de transição também fazem parte da classificação atmosférica, porém não representam
importância significativa para o estudo do desempenho das aeronaves, e, portanto, não são discutidas em
detalhes no presente artigo.
Figura 1 – Camadas da atmosfera.
Para o estudo do desempenho das aeronaves, a camadas mais importantes são as duas mais
próximas da superfície da Terra, a Troposfera e a Estratosfera.
A troposfera, começa ao nível do mar e caracteriza-se por uma diminuição linear da temperatura
do ar em função da altitude. Ao nível do mar a temperatura tem um valor de 288,15K, e, a 11 km, tem
um valor de 216,65K.
Na estratosfera, sua principal característica é a temperatura constante de 216,65K desde os 11 km
até 20 km de altitude, e a partir dessa altitude, o valor da temperatura volta a aumentar até a altitude de
50 km que representa o topo da estratosfera. A Figura 2 ilustra o modelo teórico que representa a variação
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de temperatura em função da altitude nas várias camadas atmosféricas, e a Tabela 1 apresenta os valores
característicos de referência da atmosfera padrão ao nível do mar.
Tabela 1 – Valores característicos da atmosfera padrão ao nível do mar.
Parâmetros da Atmosfera Padrão ao Nível do Mar
Variável Valor de Referência
Temperatura T0 = 288,15K
Pressão P0 = 101325N/m2
Densidade do Ar ρ0 = 1,225kg/m3
Viscosidade Dinâmica µ0 = 1,78938x10-5kg/m.s
Aceleração da Gravidade g0 = 9,80665m/s2
Constante do Ar R = 287,05307 m2/s2K
Razão dos Calores Específicos γ = 1,4
Figura 2 – Variação da temperatura nas camadas da atmosfera.
O termo atmosfera padrão se caracteriza por uma variação ideal e linear da temperatura em função
da altitude, possuindo linhas retas verticais, chamadas de regiões isotérmicas, e linhas inclinadas,
chamadas de regiões de gradiente. As variações de pressão e densidade do ar em função da altitude
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possuem relação direta com a variação da temperatura e matematicamente podem ser definidas com a
aplicação das leis fundamentais da física.
Para as regiões isotérmicas, as variações de pressão e densidade do ar em função da altitude
geopotencial podem ser determinadas a partir das Equações (1) e (2) apresentadas a seguir.
𝑃
𝑃1= 𝑒−(
𝑔0𝑅∙𝑇
)∙(ℎ−ℎ1) (1)
𝜌
𝜌1= 𝑒−(
𝑔0𝑅∙𝑇
)∙(ℎ−ℎ1) (2)
Para as regiões de gradiente, as variações de pressão, densidade do ar e temperatura em função
da altitude geopotencial podem ser determinadas a partir das Equações (3) e (4) e (5) apresentadas a
seguir.
𝑃
𝑃1= (
𝑇
𝑇1)−(
𝑔0𝑎∙𝑅
)
(3)
𝜌
𝜌1= (
𝑇
𝑇1)−[(
𝑔0𝑎∙𝑅
)+1]
(4)
𝑇 = 𝑇1 + 𝑎 ∙ (ℎ − ℎ1) (5)
A variável “a”, presente nas Equações (3), (4) e (5) representa uma constante obtida para cada
uma das camadas de gradiente sendo definida a partir da variação da temperatura em função da altitude
conforme Equação (6).
𝑎 =𝑑𝑇
𝑑ℎ=
𝑇−𝑇1
ℎ−ℎ1 (6)
5 – Conclusões
Como conclusões, podem se citar que as características técnicas e teóricas das principais camadas
da atmosfera são essenciais para o estudo de desempenho de aeronaves, mostrando um modelo de
referência atmosférica no qual suas propriedades representam uma média das suas variações,
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estabelecendo um padrão de referência da atmosfera em que uma aeronave estaria voando, para que
assim, mesmo com as variações de latitude, altitude, característica geográfica, época do ano, e hora do
dia, possa ser efetuado o projeto e calculado seu desempenho a partir dos cálculos aqui especificados,
podendo assim relacionar os ensaios de voos, e os testes em túneis de ventos.
6 - Referências
[1] Houghton, E.L. & Carpenter, P.W., Aerodynamic for Engineering Students, Butterworth-
Heinemann Publishing, 2003, 5th Ed;
[2] Doebelin, E.O., Measurement Systems- Application and Design, Mc Graw-Hill International
Editions, Mechanical Engineering Series, 4a Ed., 1990.
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Utilização de flapes nas asas das aeronaves, modelos, aplicações e
vantagens
Queren Emanuela da Paixão
Instituto Federal de São Paulo (IFSP) [email protected]
Luiz Eduardo Miranda José Rodrigues
Instituto Federal de São Paulo (IFSP) [email protected]
1 - Introdução
Tendo em vista que, a força de sustentação de uma aeronave nos momentos de pouso e decolagem
é de extrema importância para a eficiência e a segurança da mesma, foram desenvolvidos diversos
componentes e dispositivos com a finalidade de melhorar o desempenho de uma aeronave nessas
condições.
Uma vez que a força de sustentação proporcionada pela asa da aeronave depende da forma da
superfície aerodinâmica, da área da asa e da velocidade da aeronave, esses dispositivos são de grande
importância para o conjunto da aeronave.
Este artigo tem por objetivo apresentar a funcionalidade de um desses dispositivos, o flape. Assim
como, os modelos mais usuais, suas aplicações e vantagens no uso desse artificio.
2 – Fundamentação Teórica
Para a garantia de condições adequadas em determinados momentos do voo, os flapes podem ser
utilizados como dispositivos hipersustentadores. Os flapes podem ser definidos também, como artifícios
mecânicos que alteram temporariamente a geometria do perfil, e, como consequência, da asa.
Esses dispositivos consistem em extensões (abas ou superfícies articuladas) existentes nos bordos
de fuga das asas dos aviões, como mostra a Figura 1.
Figura 1- Vista dos flapes de uma aeronave [2]
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Quando acionados, os flapes geram um aumento na força de sustentação e também da força de
arrasto da asa devido a mudança da curvatura do seu perfil e o significativo aumento da sua área. Os
flapes podem ser dispostos em diferentes modelos, de acordo com a viabilidade de cada utilização, os
principais tipos de flapes utilizados nas aeronaves, são mostrados na Figura 2.
Figura 2 – Principais tipos de flapes [1]
Em suma, a utilização dos flapes em uma aeronave, visa obter os maiores valores de CLmáx
(Coeficiente de Sustentação Máximo), durante os processos de decolagem e pouso.
Na decolagem, efetuando o ajuste adequado obtém-se uma combinação na qual é possível ter o
máximo de sustentação e o mínimo de arrasto. Isso permite que a aeronave percorra uma menor distancia
em solo antes de alcançar a velocidade ideal de decolagem.
Já na aproximação para pouso, defletindo os flapes o máximo possível, permite-se que a aeronave
diminua a velocidade de aproximação, evitando o estol (limite máximo de aumento do coeficiente de
sustentação de uma asa). Dessa forma, a aeronave pode tocar o solo na velocidade mais baixa possível,
em busca do melhor desempenho de frenagem no solo e redução considerável do comprimento de pista
para pouso. Na Figura 3 podemos visualizar o aumento da área de contato da asa ao acionar o flape.
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37
Figura 3- Escoamento ao redor do perfil com flape defletido, [2].
3 – Metodologia
O coeficiente de sustentação máximo obtido pela aplicação dos flapes pode ser estimado de
acordo com a aplicação da Equação (1).
LmáxsfLmáxcf CxC += )1( (1)
Onde a variável x representa a fração de aumento na corda do perfil originada pela aplicação dos
flapes.
Ao efetuar a aplicação dos flapes, é possível notar um aumento considerável no coeficiente de
sustentação, sem acarretar mudanças no coeficiente angular da curva CL versus α.
Contudo, em decorrência da aplicação dos flapes proporcionarem um aumento no arqueamento
do perfil, percebe-se que a curva CL versus α sofre um deslocamento para a esquerda, resultando numa
diferença de ângulo de ataque para se alcançar a sustentação nula, e também, um menor ângulo de estol,
quando comparado com uma situação na qual não se faz uso dos flapes.
Figura 4 – Efeito da aplicação dos flapes, [1].
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38
O tipo de flape utilizado influencia no percentual do aumento da corda do perfil. Ao fazer uso das
formulações especificadas e ao aplicar as informações no gráfico, pode-se obter a proporção do aumento
da sustentação da aeronave nos processos acima citados, garantindo um maior aproveitamento de pista e
uma maior segurança também.
Como forma de exemplificar a utilização da Equação (1), considere um perfil onde o máximo
coeficiente de sustentação é 2,0, sabendo-se que com a utilização de flape tipo “plain” a corda do perfil
sofre um aumento percentual x = 5% como mostra a figura a seguir, determine o máximo coeficiente de
sustentação desse perfil com a utilização desse tipo de flape.
Figura 5 – Representação do aumento percentual na corda do perfil, [1].
Aplicando-se a Equação (1), tem-se que:
LmáxsfLmáxcf CxC += )1(
2)05,01( +=LmáxcfC
1,2=LmáxcfC
Assim, percebe-se que um aumento percentual de 5% na corda do perfil provoca também um
aumento de 5% no coeficiente de sustentação máximo.
4 – Conclusões
Esse artigo teve por finalidade, apresentar um dispositivo que possui grande importância e
influência na construção de uma aeronave.
Em síntese, através da apresentação supracitada, com os dados dispostos neste, pode-se visualizar
de maneira simplificada, a atuação dos flapes nos dois processos nos quais apresentam maior importância
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(decolagem e pouso), tal como o dado que é intrínseco a esta funcionalidade, que é a sustentação da
aeronave.
O artigo tem em vista também a demonstração do comparativo entre situações nas quais ocorre
ou não a utilização do dispositivo, as formas nas quais ele pode ser encontrado e as vantagens que são
geradas por sua utilização.
Todavia, é necessário que se tenha em mente o fato de que a sustentação de uma aeronave depende
de diversos fatores, abrangendo uma área muito vasta de processos, que não se resume ao uso restrito de
apenas este dispositivo. E o estudo realizado é apenas uma fração das considerações que tem relevância
na disposição da aeronave, uma vez que a sustentação é um tópico indispensável na elaboração e
construção da mesma.
5 - Referências
[1] RODRIGUES, Luiz Eduardo Miranda José. Fundamentos da engenharia aeronáutica. 1 ed, São Paulo:
Cengage learning, 2013.
[2] NATIONAL AERONAUTCS AND SPACES ADMINISTRATION (NASA). Disponível em
<http://www.grc.nasa.gov/WWW/k-12/airplane/flap.html>. Acesso em 25 de maio 2014.
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Definição do número de Mach e sua aplicação no voo
supersônico de aeronaves
Renato Navarro Romancini
Instituto Federal de São Paulo (IFSP) [email protected]
Luiz Eduardo Miranda José Rodrigues
Instituto Federal de São Paulo (IFSP) [email protected]
1 - Introdução
A origem do nome número de Mach se deu em homenagem ao físico e filósofo austríaco Ernst
Mach que publicou em 1877 a sua teoria sobre a possibilidade de um corpo ser capaz de ultrapassar a
velocidade do som. Nos séculos XIX e XX, ultrapassar a velocidade do som foi o desejo da grande
maioria dos estudiosos da aeronautica, mas para que isso ocorresse seriam necessários novos conceitos
de aeronaves e avanço tecnológico. O presente artigo tem como objetivo apresentar a definição do
número de Mach e sua aplicação no voo supersônico de aeronaves. A Figura 1, mostra uma aeronave no
instante em que rompe a barreira do som.
Figura 1 - Jato F/A-18F Super Hornet no instante em que rompe a barreira do som.
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2 – Fundamentação Teórica
O número de Mach (M) representa uma forma de se medir a velocidade de um avião em termos
da relação entre a velocidade verdadeira da aeronave (VV) e a velocidade do som (a∞) no mesmo nível de
voo, conforme definido pela Equação (1) apresentada a seguir:
𝑀 =𝑉𝑉
𝑎∞ (1)
Um Mach (M) possui a magnitude de 340,29 m/s (velocidade do som ao nível do mar na
temperatura ambiente), sendo esta, considerada a velocidade mínima para que qualquer aeronave consiga
ultrapassar a barreira do som, [1]. Atualmente a maior velocidade atingida dentro da atmosfera terrestre
foi Mach 10, em experiências realizadas pela NASA com uma aeronave de combustão supersônica
chamada “Scramjet X-43”. Com o propósito de comparação física e para que possam ser feitas
estimativas de velocidade e estudos em velocidades transônicas e supersônicas, os regimes de voo podem
ser classificados em:
• Subsônico – M < 0,75
• Transônico – 0,75 < M < 1,2
• Supersônico – 1,2 < M < 5,0
• Hipersônico – M > 5,0
Por exemplo, o número de Mach 1 significa que a velocidade aerodinâmica é 100% da velocidade
do som, assim como Mach 1,2 equivale a 120% da velocidade do som.
3 – Efeitos de Compressibilidade
Quando a velocidade do objeto é suficientemente alta, os efeitos de compressibilidade se tornam
importantes e o coeficiente de arrasto passa a depender do número de Mach, [2]. Se o número de Mach
do escoamento é baixo, o coeficiente de arrasto é essencialmente independente de M. Na situação de
M<0,3, os efeitos de compressibilidade não são importantes. Por outro lado, para escoamentos com
números de Mach altos, o coeficiente de arrasto pode ser fortemente dependente. A Figura 2, mostra a
representação dos três regimes de voo citados.
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Figura 2 - Representação simplificada dos regimes de voo, [2].
M < 1: Aeronave e ondas de propagação em velocidade abaixo da velocidade do som.
M = 1: Aeronave atinge a velocidade do som e uma onda de choque forma-se frente à mesma.
M > 1: Aeronave passa da velocidade do som e as ondas de propagação não acompanham o deslocamento
em tempo hábil.
4 – O Cone de Mach
Quando o avião alcança a velocidade sônica, segue-se um forte estrondo sonoro e a maior
diferença de pressão passa para a frente da aeronave, [2]. Esta grande diferença de pressão é a chamada
onda de choque, que se estende cauda para o nariz da aeronave com uma forma de cone, definindo o
chamado cone de Mach conforme mostrado na Figura 3.
Figura 3: Representação do cone de Mach.
Em termos operacionais e de desempenho, a área de alta pressão se concentra nas bordas do cone
e a área interna a ele possui uma baixa pressão, assim, é fundamental que toda a área de superfície da
aeronave se mantenha na região interna do cone. Este é o motivo pelo qual as aeronaves a jato são mais
compridas, menos largas e possuirem nariz alongados. Uma aeronave capaz de operar por longos
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períodos em velocidades supersônicas tem uma vantagem potencial sobre um projeto semelhante que
voa a velocidades abaixo do limite do som pois a maior parte do arrasto de uma aeronave ocorre enquanto
realiza seu voo com velocidades abaixo da velocidade do som. Ao se atingir a velocidade do som, o
arrasto total diminui propiciando maior economia de combustível.
A fronteira entre os regimes de voo transônico e supersônico é definida pelo número de Mach
crítico, que representa o número de Mach no qual em um único ponto da asa, a velocidade do vento
relativo atinge Mach 1, e, nesta situação, formam-se as primeiras ondas de choque sobre a aeronave. No
momento em que uma aeronave ultrapassa a barreira do som, a transição ocorre de maneira suave para o
piloto, que passa a não ouvir nenhum som à sua volta, entretanto, quando a velocidade decresce para o
regime subsônico, ocorre o que é conhecido como estrondo sônico e uma expansão de níveis sonoros
muito altos.
5 – Conclusão
O presente artigo relata de modo sucinto a definição do número de Mach. É importante a
determinação da velocidade do voo para que sejam considerados os efeitos de compressibilidade do ar
no momento do desenvolvimento da aeronave para que ela tenha um bom desempenho diante das
variações atmosféricas presentes durante um voo.
6 - Referências
[1] Tipler, Paul A.; Mosca, Gene - Física :para cientistas e engenheiros - Editora LTC - 6 ed
[2] Raymer, Daniel P, 1916 - Aircraft Design: a conceptual approach - volume 1 - 2. ed. - American
Institute of Aeronautics and Astronautics. CIP
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Apresentações
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