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JORNAL DOS EMPREGADOS DA CAIXA | SINDICATO DOS BANCÁRIOS E FINANCIÁRIOS DE SÃO PAULO, OSASCO E REGIÃO | CUT | Nº 271 | JANEIRO DE 2017 /spbancarios @spbancarios M enos empregados, pio- res condições de traba- lho e aumento da pres- são sobre todos, principalmente os gestores”. Essa é a avaliação da coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, Maria Rita Serrano, sobre a infor- mação divulgada na imprensa co- mercial de que a direção da Caixa pretende extinguir 10 mil postos de trabalho por meio de um Plano de Demissão Voluntária (PDV). Ao lado de Orency Francisco, Rita Serrano integra a Chapa 1, que disputa o segundo turno na eleição que definirá o novo repre- sentante dos empregados no Con- selho de Administração (CA) da Caixa. “É urgente o fortalecimento da luta por contratações e contra o desmonte do banco”, reforça Rita. A votação dos trabalhadores da ativa para o CA ocorre em todo o país, de 16 a 20 de janeiro, por meio do sistema eletrônico SISRH 4.1 na Rede Caixa. “São por posicionamentos cla- ros como esse, que pautaram toda a trajetória de luta dos integrantes da Chapa 1, que consideramos a eleição de Rita e Orency para o CA a ideal para todos os empregados. Eles têm a visão da importância do banco público para o desenvolvi- mento do país e não a postura de que a Caixa tem de ter uma atua- ção de mercado, visando somente o lucro”, diz o diretor do Sindicato Renato Perez. O dirigente destaca ainda que, embora a Chapa 1 tenha sido a mais votada em São Paulo no pri- meiro turno, é imprescindível que todos participem do segundo tur- no. “A grande maioria não votou. Mas agora é outra eleição. A opor- tunidade de avaliar e escolher a me- lhor proposta não apenas para um segmento, mas para a totalidade dos bancários da Caixa. Quem tem esse compromisso é a Chapa 1”, acrescenta. A CHAPA 1 – Atual suplente do representante dos trabalhadores no CA, Rita ingressou na Caixa em 1989, ocupando vários cargos de gestão. Presidiu o Sindicato dos Bancários do ABC. Mestra em Ad- ministração e graduada em Histó- ria, atualmente faz especialização em Governança. É a coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas. Orency Francisco está na Caixa há 32 anos, ocupando cargos em gerências. Foi diretor do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso, pre- sidente da Federação dos Bancários do Centro-Norte e da CUT-MT. É formado em Direito, pós-graduado em Gestão de Pessoas e tem espe- cialização em Direito da Medicina. ATRIBUIÇÕES – Todas as deci- sões passam pelo Conselho de Ad- ministração da Caixa. Entre outras funções, o representante eleito tem o papel de aprovar a gestão, o plano estratégico do banco e de fiscalizar a execução da política geral de ne- gócios e serviços. A eleição de um representante dos trabalhadores é garantida pela Lei 12.353, sancio- nada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dezembro de 2010. Destino do banco está em jogo e é essencial eleger representante com histórico de luta contra a privatização e pelos direitos dos bancários PAULO PEPE VOTE NA CHAPA 1 PARA O CA E DEFENDA A CAIXA 100% PÚBLICA Rita Serrano durante seminário Se é público, é para todos, organizado pelo Sindicato em 2016

VOTE NA CHAPA 1 PARA O CA E - spbancarios.com.brspbancarios.com.br/Uploads/PDFS/1218_nossaluta-A4_web.pdf · Rita Serrano integra a Chapa 1, ... o papel de aprovar a gestão, o plano

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JORNAL DOS EMPREGADOS DA CAIXA | SINDICATO DOS BANCÁRIOS E FINANCIÁRIOS DE SÃO PAULO, OSASCO E REGIÃO | CUT | Nº 271 | JANEIRO DE 2017

/spbancarios @spbancarios

“Menos empregados, pio-res condições de traba-lho e aumento da pres-

são sobre todos, principalmente os gestores”. Essa é a avaliação da coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, Maria Rita Serrano, sobre a infor-mação divulgada na imprensa co-mercial de que a direção da Caixa pretende extinguir 10 mil postos de trabalho por meio de um Plano de Demissão Voluntária (PDV).

Ao lado de Orency Francisco, Rita Serrano integra a Chapa 1, que disputa o segundo turno na eleição que definirá o novo repre-sentante dos empregados no Con-selho de Administração (CA) da Caixa. “É urgente o fortalecimento da luta por contratações e contra o desmonte do banco”, reforça Rita.

A votação dos trabalhadores da ativa para o CA ocorre em todo o país, de 16 a 20 de janeiro, por meio do sistema eletrônico SISRH 4.1 na Rede Caixa.

“São por posicionamentos cla-ros como esse, que pautaram toda a trajetória de luta dos integrantes da Chapa 1, que consideramos a eleição de Rita e Orency para o CA a ideal para todos os empregados. Eles têm a visão da importância do banco público para o desenvolvi-mento do país e não a postura de que a Caixa tem de ter uma atua-ção de mercado, visando somente o lucro”, diz o diretor do Sindicato Renato Perez.

O dirigente destaca ainda que, embora a Chapa 1 tenha sido a mais votada em São Paulo no pri-meiro turno, é imprescindível que todos participem do segundo tur-no. “A grande maioria não votou. Mas agora é outra eleição. A opor-tunidade de avaliar e escolher a me-lhor proposta não apenas para um segmento, mas para a totalidade dos bancários da Caixa. Quem tem esse compromisso é a Chapa 1”, acrescenta.

A CHAPA 1 – Atual suplente do representante dos trabalhadores no CA, Rita ingressou na Caixa em 1989, ocupando vários cargos de gestão. Presidiu o Sindicato dos Bancários do ABC. Mestra em Ad-ministração e graduada em Histó-ria, atualmente faz especialização em Governança. É a coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas.Orency Francisco está na Caixa

há 32 anos, ocupando cargos em gerências. Foi diretor do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso, pre-sidente da Federação dos Bancários do Centro-Norte e da CUT-MT. É formado em Direito, pós-graduado

em Gestão de Pessoas e tem espe-cialização em Direito da Medicina.

ATRIBUIÇÕES – Todas as deci-sões passam pelo Conselho de Ad-ministração da Caixa. Entre outras funções, o representante eleito tem o papel de aprovar a gestão, o plano estratégico do banco e de fiscalizar a execução da política geral de ne-gócios e serviços. A eleição de um representante dos trabalhadores é garantida pela Lei 12.353, sancio-nada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dezembro de 2010.

Destino do banco está em jogo e é essencial eleger representante com histórico de luta contra a privatização e pelos direitos dos bancários

PAU

LO P

EPE

VOTE NA CHAPA 1 PARA O CA EDEFENDA A CAIXA 100% PÚBLICA

Rita Serrano durante seminário Se é público, é para todos, organizado pelo Sindicato em 2016

• janeiro de 2017

Publicação do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (filiado à CUT) • Presidenta: Juvandia Moreira • E-mails: www.spbancarios.com.br (clique em Caixa Federal). End.: Rua São Bento, 413, 2º andar, CEP 01011-100, 3188-5200, fax 3188-5260 • Diretora de Imprensa: Marta Soares • Coletivo de Diretores da Caixa: Alexandro Tadeu do Livramento, Antônio Carlos Cordeiro, Danilo Perez, Dionísio Reis Siqueira, Francisco Carlos Pugliesi, Kardec de Jesus Bezerra, Jaqueline da Silva, Renato Perez, Ricardo Oliveira Terrível Barcellos, Valter San Martin Ribeiro • Jornalista responsável: Jair Rosa • Diagramação: Linton Publio

Os 156 anos da Caixa Federal, em 12

de janeiro, marcam a intensificação da luta dos empregados na de-

fesa de seus direitos e pela manutenção do ban-co 100% público.

E muitas são as razões para ampliar a luta nas

agências e de-partamentos. Entre elas os

descomissionamen-tos arbritários provocados

pela versão 033 do RH 184, que atinge inclu-

sive gestantes; a ma-nutenção da prática do caixa minuto; a extinção da função de caixa; além da

piora das con-dições de tra-balho devido

ao número insuficiente de trabalhadores.Kardec de Jesus, presidente da Apcef-SP,

que participou das reuniões do grupo de trabalho sobre descomissionamento, faz um alerta aos trabalhadores sobre o delica-do momento. “Apresentamos as propostas, formuladas pelos empregados de todo o país, para que fossem criadas regras claras para que os bancários não fiquem reféns de chefias. No entanto, a Caixa se manteve irredutível, negando ainda o fim do caixa minuto e o retorno da função de caixa”, ex-plica. “Isso não significa que o assunto está resolvido. Pelo contrário. Temos de ampliar a mobilização para acabar com os abusos e, ao mesmo tempo, lutar pela ampliação do quadro na empresa. Isso é fundamental, principalmente quando a direção do banco divulgou que lançará um Plano de Demis-são Voluntária para exterminar cerca de dez mil postos de trabalho.”

Occhi fatia o banco – Venda dos seg-mentos de loteria e de seguridade, abertura de capital, redução de quadro e fechamento

de mais de cem agências consideradas “defi-citárias”. São esses os ingredientes do gran-de e amargo bolo armado pelo presidente da Caixa, Gilberto Occhi, para prejudicar os trabalhadores e sucatear o banco público.

“Temos de resistir a tudo isso para preser-var nossos direitos e defender a Caixa 100% pública. E isso passa necessariamente pela conquista do apoio da população, mostran-do que não são apenas os bancários os preju-dicados, mas todo o país se o banco for pri-vatizado. A Caixa exerce papel fundamental na execução de programas sociais e na oferta de crédito imobiliário, por exemplo”, diz a dirigente sindical Jackeline Machado.

Ela recorda ainda a existência de cerca de 30 mil pessoas  aprovadas em concur-so público que aguardam convocação. “A chamada dessas pessoas contribuiria para a geração de mais empregos e supriria a saída de trabalhadores por meio de PAA ou PDV. Mas isso só vai ocorrer se todos os emprega-dos, do escriturário ao gerente-geral, se em-penharem nessa luta ao lado do Sindicato e da Apecef-SP”, avalia.

O que já é ruim, pode piorar muito. Os dados mais recentes sobre adoecimen-to de empregados da Caixa, do Anuário Estatístico da Previdência Social de 2014, apontam 681 afastamentos devido a transtornos mentais e outros 558 devido a distúrbios osteomusculares (LER/Dort), totalizando 1.239.

O dirigente sindical e conselheiro eleito do Centro de Referência de Saúde do Tra-balhador (CRST) da cidade de São Paulo, Francisco Pugliesi, alerta: esse número de afastamentos tende a aumentar signifi-cativamente se realmente saírem 10 mil empregados por meio de um plano de de-missão voluntária (PDV) – como almeja a direção da Caixa – sem a devida reposição.

“Essas são as doenças que mais acome-tem a categoria bancária e não por acaso estão diretamente relacionadas à sobrecar-

ga de trabalho que já é grande”, explica Francisco. “Sabemos que o número é bem maior que isso, pois, infelizmente, muitos prosseguem trabalhando mesmo doentes, por receio de se afastarem e perderem, por exemplo, a comissão. E olha que os núme-ros que temos de LER/Dort e transtornos mentais são de 2014, quando a Caixa tinha cerca de 100 mil trabalhadores e já cobrá-vamos mais contratações para reduzir a so-brecarga”, lembra.

De acordo com o balanço do terceiro trimestre de 2016, a Caixa contava com pouco mais de 95 mil trabalhadores. “Se houver essa saída que o banco quer, sem a devida reposição, teremos algo em torno de 85 mil trabalhadores na Caixa. Serão 15 mil bancários a me-nos em relação a 2014. Ou seja, será criado um ambiente propício para aumentar o assédio moral pela cobrança de metas, sobrecarga de trabalho e, consequentemente, muito mais bancários adoecendo”, analisa o dirigente. “Estão tentando re-duzir a Caixa ao máximo para privatizá-la

e não podemos aceitar isso passivamente. Mais do que nunca, temos de ampliar a mobilização”, convoca.

Mobilização tem de aumentar em defesa dos direitos dos trabalhadores e pela Caixa 100% pública

Possível saída de cerca de 10 mil bancários, sem que haja reposição, implicará na piora das condições de trabalho nas agências e departamentos

Empregados no olho do furacão

PDV pode aumentar adoecimento