41
K LI mmm ANO XXXVII N.° 1882 SETEMBRO DE 1942 PREÇO 2$000 .*%____________* ^mmmÊm0*tm*^Lfl^H^^^Jt^k _______W_^_^_W0^^^ m____^^^t^mamWBr^^^^^^B__\___W __4_r w___________ MwftfkHkv\M. w ai HWI'^ \j / 1 f V^ Fy \^_W___W w*^- ^B **^vx^L. "tJrniffkalWT_v'_Uá_% \m______W_m^_\W Pm \ I\.'s-. \.^. V < ,^J«OT^^In^ / LiH^ & _nm'^ \ wvv ¦ * •¦¦«•¦ ^r^. ^T ^D^RKl^ HLw* W*iyV ^^^^^^^. ^^^^L. ^^^ ^^^ ^B \W i i j j*^__l_ I \W_______r____. ^^~* '_-__\_»w9__ i Orr L^^b » ~ \ j |3 l^k\.*iv ffl' Bh a^v ^^AARiUs^hiEK Vaftk4^ÍAí '%>^ ^3^ \^^_>r_W\\\^^ ^__Mi. ^fl____\\\\\\t _____*___**

W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

K

LI mmmANO XXXVII — N.° 1882 — SETEMBRO DE 1942 PREÇO 2$000.*%____________*

^mmmÊm0*tm* ^Lfl ^H^^^J t^k _______W _^_^_W0^^^

m____^^^t^mam WBr^^^^^^B __\___W __4_r

w___________

Mwft fk Hkv\M.

™ w ai HWI'^ \j / 1 f V^ Fy

\^_W__ _W w*^- ^B **^v x^ L. "t Jr niffkal WT_v'_Uá_%

\m______W_m^_\W m \ I\.'s -. \. ^. V < ^J«OT^^In^

/ LiH ^ & _nm '^ \ wv v ¦ * •¦¦«•¦ ^r^. ^T ^D^R Kl^HL w* W* iyV ^^^^^^^. ^^^^L. ^^^ ^^^ ^B \W i i j j*^__l_ I \W_______r____. ^^~*

'_- __\_»w9__ i rr ^^b » ~ \ j |3 l^k\.*iv ffl ' Bh a^v

^^ RiUs^hiEK Vaftk 4^Í í

/¦ '%> ^ ^3 ^ \^^ Já_>r_W\\\ ^^ ^__M i. ^fl ____\\\\\\t

_____*___**

Page 2: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

20TIC0-TIC0ÓTIMOSPRESENTES

CAPAS DE AGRADÁVELCO LORl DO

MJ \^L ^L à^*/*! B aâíLL VbUOTECA INFANTIL- O» T.CO- t-CO 'Y7<0^_^__^___ """^ /

I \ tf_A*i*/t_5<, i^^w—i ^^ ^,, 1

SÓLIDAENCADERNAÇÃO

COHToSdaMAE preta

NBU0TECA WfAdriL DOTICOTICOSt»'S 1 »t i

A BIBLIOTECA INFANTIL D' O TICO-TICO

oferece leitura sadia e selecionada, des-

pertando o interesse dos pequeninos para o es-

tudo ao mesmo tempo que lhes proporciona ho-

ra» de verdadeiro recreio.Todos os volumes são escritos com o mais ele-

vado critério educacional.São páginas alegres, divertidas, capazes de in-

teressar a todas as idade» e firmadas por escri-

fores de reconhecido renome nas letras nacionais.

Pedidos à S. A. "O MALHO"Travessa do Ouvidor, 26

Caixa Postal 880RIO A

Quando *<&?o

• O CEO 5tVENCt1f_ 0Êb m$&&l6ca"'

Ô°®â^ÍA ô°£ oW Q fi* $

rw^$f_í____S_Eo^-?^»im. ¦ •• * >

ACEITAMOS ENCOMENDASPELO SISTEMA DE

REEMBOLSO POSTALrs

Page 3: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

LIÇÕES DE. VÔVÔ

'_.

Meus netinhos:

NlsTE

mês de^Setembro, fes-Brejamos o 120."Baniversário da

proclamação da Inde-pendência do nossopaís. Há cento e vinteanos teve lugar aquelacena que o pincel ge-nial de Pedro Américoimortalizou no quadrotão conhecido, que vo-cês encontrarão em outra página desta edição d'0 Tico-Tico, sob o titulo de "O grito do Ipiranga". Esse nomeficou consagrado através de tantos anos, por causa doriacho, a cujas margens o Príncipe D. Pedro, num arroubovaronil que lhe valeu tambem a imortalidade, se fez écodas aspirações dos filhos desta terra, nossos antepassadosde há mais de um século, de tornarem o Brasil umanação governada por si mesma, com instituições próprias,leis próprias, e a posse integral das suas riquezas na-turais.

A Independência desejada pelos patriotas daquelesdias, era precisamente isso. Não havia intuitos de hos-tilidade contra Portugal, absolutamente. Apenas, sen-tiam os brasileiros que tínhamos chegado a um estadode desenvolvimento tal, que já nos podíamos dirigir pornós mesmos, e que nos desenvolveríamos mais ainda setudo o que o país produzisse pudesse ficar aqui mesmo,

Monumento a D. Pedro I, no Rio de Janeiro

aumentando a sua ri-queza, em vez de serenviado-para a naçãode que éramos umacolônia.

D. Pedro, corajo-samente, tomou a si atarefa de provar queisso era verdade. E aprova aí está, meusnetinhos, no que hojetemos, no que o Bra-

sil progrediu nesses 120 anos,-tornando-se uma das prin-cipais nações do Novo Mundo, com um passado históricolimpo de qualquer mancha que o macule, e tendo à suafrente o mais radioso futuro.

Através desses 120 anos, muitas gerações teem tra-balhado pelo ideal que empolgou o próprio D. Pedro eque o fez esque'cer até mesmo os laços fortíssimos que oprendiam a Portugal. E no futuro é a vocês, meninosde agora, que cabe trabalhar e lutar com denodo paraque a independência, conquistada há um século, nãodeixe de ser um dos elementos da grandeza do Brasil.

Por ora, é estudando e procurando formar o caráterde verdadeiros homens, de homens de bem, que vocêspodem contribuir para isso. Portanto, é não desanimar,estudar com afinco, porque o Brasil de amanhã contacom vocês!

VÔVÔ

Page 4: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

(

101 um dia uma mulher,a mais infeliz de to-das as mulheres. Ao

nascer, morrera-lhe a mãe;o pai maltratou-a desdepequenina; casada, o úni-co carinho do bébedo do

marido era espancá-la impiedo-samente.

Um dia, a pobre mulherteve um filho. Imagi-nou que lhe ia nascera primeira felicidade.Aquela criança riso-nha, leve, pequenina,iria um dia crescer eser um dia o arrimce a tranqüilidade dasua triste vida des-graçada.

Mas o primeirocarinho que o filho lhefez, ainda tenro, fomorder-lhe o seio.Quando cresceu a es-bofeteou miserável-mente.

Foi uma noite dedõr aquela em que airifetfz se convenceuque nem ao menos nofilho iria encontrar afelicidade que tantosonhara e queria.

Ali da sua cho-ça, á beira da estra-da, via o imenso con-

traste do mundo. Lá fora eratudo alegre e radioso. Só ela,ela unicamente, não conhecia

o raio de sol de uma alegria.A' sua porta passavam, em ca-minho da cidade próxima, to-das as riquezas e todos os bri-lhos: eram mercadores opulen-tos de montaria luzente e bolsotransbordante, ranchos de ca-mélos balançando ao peso de

seda* que seguiampara as feiras; carru-

_, agens que tilintavamcom príncipes e prin-cezas nas almofadas

. de veludo . . .Só a sua vida era

aquela eterna tortu-

A MILHE

/ kg,

WÊ W*i/í / A 4í?_^

_______ ____/>•' / 1/ \^ÊAmMM\** >* / "

ra, aquela constante escuridão.Lá de fora, lá da cidade che-gavam os rumores do grandetorvelinho. Eram ruidos de ban-quetes, trechos de música dealgum festim distante, garga-lhadas, hinos e salvas . . .

Não haveria alguém que atirasse daquilo. Nãp haveriòum ser onipotente que lheapagasse a dôr infinita que lheenchia o coração.

Não lhe passava pela ca-beca o desejo da grande vidaque ouvia e sentia lá fora, ape-nas queria não sentir mais aque-Ia dôr, aquela profunda dôr dedesgraça que lhe pesava naalma.

Uma noite, ofilho, já homem,entrou bebedoem casa. Ela, en-colhida no seucanto, tremia. E,como ela tivesseuma surpresa nos

olhos, êle arrebentou numa tem-pestade.

—'Ah ! estás querendo de-nunciar-me ? Rua I Rua I

Ajoelhou-se, pediu, implo-rou. Não a puzesse para foraque não tinha onde viver.

— Rua ! Rua !E a pobre lá se foi pela

floresta vagando. A noite eraestrelada e silenciosa, a mataera acolhedora e tranqüila.

Ela foi andando, foiandando. Lá adeantecansou. As lágrimas re-bentaram-lhe nos olhos. Porque Deus não lhe dava melhorsorte ! Por que Deus a não fa-zia insensível á dôr !

E adormeceu. Sentiu quea selva, aos poucos, se foi ilu-minando. Um clarão de auroraentrou suavemente pela rama-da do arvoredo, t, aos seusolhos surpresos, surgiu umgrande carro doirado com eis-nes á frente e no alto da almo-fada uma mulher formosa a fa-iscar numa chuva de estréias.O carro, vagarosamente, apro-ximou-se; a mulher luminosadesceu, falando :

Por que choras tanto,mulher ?

Porque sou infeliz. Por-que sofro, porque sempre so-fri, porque a minha vida é umadôr eterna.

Eu sou fada. Fala, pede.Tudo darei para aliviar a tua in-felicidade. O meu poder nãotem medidas. Se quizeres terras,castelos e palácios basta quem'o digas. Ouro. pérolas, di-amantes, purpuras não poderásconté-los em tua mão se, porum aceno, mostrares que os de-sejas. Tudo que quizeres eu tedarei, tudo que sonhares eu tefarei. Mesmo que te venha afantasia de te sentares num tro-no de rainha, terás o tronoassim o queiras. Fala I Eu soufada.

A mulher falou :Nada, nada que me

m >¦

RJ

J"

prometes. Nem ouro, nem cas-telos, nem trono. Um desejoapenas é o meu, um só. Tu quetudo podes feze-m'o.

Fala !

PEDRA(Conto de VIRIATO CORRÊA)

Quero apenas não sen--tir mais dôr.

A fada empalideceu.Não quer .s mais sentir

dôr ? ! O meu poder não che-ga a tanto. Tudo que vive, sen-te e sofre. O pássaro, o inseto,a fera, a flor, tudo vive e sen-te. Ha apenas uma coisa insen-sivel na vida, é a pedra. Mas ápedra não vive.

Pois faze-me pedra I —

gritou a mulher.A fada tocou-a com a va-

rinha de condão. A terraestremeceu e um gritosurdo abalou toda a "fio-resta. E o corpo da mu-lher foi crescendo, crês-cendo até que se trans-fermou num bloco de granito.

Desse momento em dean-te não sentiu mais dôr. Era in-sensível como é insensivel apedra.

A fada tinha sido capri-chota na sua obra : fez comque ela visse e ouvisse tudo enada sentisse.

E perto daquele bloco degranito deram-se as tragé-dias mais rudes da vida : pas-saros que piavam de fomenos ninhos, feras que des-truiam feras, raios que faziamtombar troncos d'árvores queos séculos fortificaram.

Ela via e ouvia tudo e na-da, nada sentia. Era de pedra ea pedra não sente.

E passou-se.Um dia notou que uns ho-

mens chegavam junto dela.Percebeu que lhe estavam

a quebrar com pontas de aço.Via o ferro entrar-lhe no áma-go, ouvia o ma-

Os homens carregaram-n'a para uma cidade. Compre-endeu tudo : iq servir de instru-mento para a execução de con-denados.

Naquela cidade o cada-falso tinha uma fôrma especial.Era uma pedra etn cima e outraem baixo. N» de baixo coloca-

va-se a cabeça/(do condenado

s, quando o car--asco puxava a:orda, a pedra_ e cima caía

*i*«w£ j

lho tinir, mas na- \da e nada sen- -J VV»/^ f\tia. Era pedra ... ^C^ V \ A

%v$Js__?___^ l U r_^k*y\fx\ vMtMMmy-\Vr-LLf _H_B IH. „ «/v.._ "*<f%e_í ^________'_^_ÍSs ¦ l )\V- _/*rti7_««r^// _flfl __¦____*;a/v 1 / / \V v^__ S«r*

+y fmE\$b[S% _t _Mn«r.__' r_ft___."V ^L

'^*. lí ' l^)^àmMMM^ W\\ /-i=T*M

esmagando a cabeça do cri-minoso.

Ela foi ser a pedra que fi-cava no alto.

De tempo a tetnpo umcondenado era trazido á exe-cução.

E, deante daquela pedradesenvolveram-se as cenasmais lancinantes. Eram noivasque vinham chorar deante docorpo ensangüentado do cri-minoso querido, viuvas quechoravam a morte do esposo,creanças em plena orfandaderepudiadas, mães delirantesque se atiravam a beijar a ca-beca esmagada, do filho mor-to. Por ali, em derredor, só ha-via gritos, maldições e prantos.

Ela via tudo, mas era depedra e a pedra não sente.

Uma manhã ouviuao longe o rumor damultidão que se apro-ximava. La de cimacompreendeu tudo:era um novo condena-do que se trazia ao ca-dafalso. A multidão,em ondas, gritava vin-gança.

Mas desta vez pa-recia que era um cri-minoso maior que osoutros.

Os gritos da mui-tidão eram mais inten-sos, a sede de vingan-ça parecia mais alta emais fremente. Ficouatenta. O povo apro-ximou-se. O carrasco,á frente, afastou a on-da popular. E o vultodo condenado surgiu.

Ela, a pedra, sa-cudiu-se como se umterremoto lhe houves-se abalado as entra-nhas. O condenadoera o seu filho.

O carrasco fê-lodeitar a cabeça sobrea pedra que ficava embaixo.

Ela, lá em cima,transida, estrangulada,vibrava na sua petrifi-cação irremediável. Amultidão bradava exi-gindo a morte do ban-dido. O carrasco se-gurou a corda, pu-xou-a . . .

Só se viu um gran-de bloco de granitoque se despencou nochão aos pedaços, es-farelado.

Mesmo pedra, elaera mãe.

Setembro — 1942

Page 5: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

f?SCO.

]&6êa&

1 J lui___?-

VAI SER üM SÜCES30.

© Oh

i^^_3_r

BOLÃO, PRECISAMOSVIGIAR O AZEITONA/ELE ANDA aau.toMISTERIOSO.

J1ELE ANDA AAU.TO /MISTERIOSO. j-*~^

VOU AGORA MESMOTIRAR PATEA/TE DESTEMEU FORMIDÁVEL INVEN"TO PARA MATAR MOSCAS^ t SEGUI-LO/.^ ;

/^PATENTES \ \

Luiz.s>9

E MUITO SIMPLES O SEUFUNC.OA.A.V.E/-TO... QUANDOA MOSCA POUSAR AQUI PA-RA COMER O AÇÚCAR, OAR*SE-À O CONTACTO E O /VlAR-TELO.CAt, ESMAGANOO-A.

AZEITOIVA, VOCÊ PODEME DIZER SE O SEU.MARAVILHOSO INVENTO

FOI BEM RECEBIDO?.

.___r Jt >__¦______ ^"^ _r.5-—-<\ jm /m\vK\ r'"'_^^ ______________k. Jl

____P ^iV j»^_1* * ^^^üff W^^**^ \

L-—_i____J__l _jm^Mâaf <jji

w.

... %

^Ti-rn.TICO Setembro — l04''

Page 6: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

4-1

(jWíICDíj?

Á uma lenda muito velha que diz quese quebra alguma coisa quando setoca num ninho. A Dorinha não

escapou à sentença da lenda e quebrou sua boneca. Aquele dia todo foi um dia de tristeza. MasD. Catarina chamou a Dorinha e lhe disse:

Lá no fim daquela rua há um velhoque conserta bonecas. Vai até lá, p.de-lhe essefavor; êle é tão bom.

Mais tarde a Dorinha, com os olhinhos aindavermelhos, entrou timidamente na loja do velhoque conserta bonecas. Disse-lhe o que acontecerae o velho bom sorriu e perguntou: — quem pagaesse trabalho?

Dorinha corou, remexeu os barbantes doembrulho e respondeu:

Dinheiro, eu não tenho, mas posso fazerqualquer serviço em troca.

O velho consertador de bonecas abriu en-tão o embrulho, sorriu pacientemente, examinoua boneca quebrada, apanhou um canivete e,quando tentava cortar os cadarços que envolviamos cacos, golpeou um dedo.

Dorinha, rapidamente, procurou deter osangue que jorrava e, com os próprios cadarçosque cingiam a boneca, enleou o dedo ferido.

O velho bom beijou os cabelos da garotinha,sorriu e falou:

Eu sou o velho Rafael, consertador debonecas e tu?

Eu, — respondeu Dorinha, — sou Do-rinha, a consertadora de bonecos...

E riram muito.No domingo a boneca estava pronta.

ms

p *x'i\l (Qi^-^^^Da^ ^° domingo a boneca estava pronta. I -^

^^—^^—- - _______ Setembr-

Page 7: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

ANTIGAMENTE,

vivia naGrécia um rei que tinha

três filhas. Psyché, a mais nova de

todas, era de formosura rara.

Quando passava pelas ruas, todos

a cobriam de flores. Chegada a oca-sião Je ela se casar, o rei recebeu um

misterioso aviso, para que a levasse

para uma montanha selvagem e a

deixasse lá."Oh!"

pensou o povo. "A nossa

querida Psyché vai ser sacrificada!"

E assim era, com efeito. O povotinha dito que Psyché era mais for-

mesa que a própria Venus, e esta, queera a deusa da beleza, quando o povodizia tal ficava irritadíssima. Tinha

Venus um filho chamado Cupido, e

deu-lhe ordem de que casasse Psy-

ché com o homem mais feio da terra.

Então, quando Psyché foi condu-

zida para a montanha, soprou um

vento mágico que a levou para um

palácio onde a donzela ficou ao cui-

dado de espíritos invisíveis que toca-

vam uma música encantadora e lhe

serviam manjares deliciosos.

Em meio da obscuridade da noite

alguém foi dizer palavras ternas ao

ouvido de Psyché e ela ficou tão en-

cantada que consentiu logo em ser

esposa d'aquele que assim lhe falava.

Então éle disse-lhe:"Psyché, podes viver como mais

te agradar neste palácio que construi

para ti. Só uma condição te imponho:

que não queiras vêr o meu rosto".

O esposo de Psyché era muito

terno e amável para com ela mas só

lhe aparecia de noite a jovem de dia

sentia-se muito só.

Numa ocasião um vento mágico

levou-lhe lá as irmãs. Esta visita

causou-lhe um grande desgosto poisdisseram-lhe que por ordem de Venus,

Cupido a tinha casado com um mons-

_

\W í 1 mã^!_?SíS__L-.-L<oS mmst < v <m\ _SS(_-__HS-_.

mÊÈÊ*vÊ&1mm?^^lBR^ai^^Í_^_^^^,uJa. í

' 2? \S9mWvVmmmm-~- mmÈGSnm--JP Wtí^T» iJTUn^»-•¦*_. ^¦W£^_^.-_i«J?^----i

^ff_BMBBSlr3^t^__g__^r ^&^Sr^<^_____-_.'^^i.^^.^Jí^TlAXtm«m*lv9í^fVjimTr' JCZ. i_2,3i_- 7ir5|8_K-M_»___«?*, tS

tro.

A FILHA DO REI DAMONTANHA

"Por isso", disseram-lhe elas, é que éle não quer que lhe

vejas o rosto".

Na noite seguinte Psyché acendeu uma lâmpada e enquanto

o seu companheiro dormia foi ver-lhe a cara. Era Cupido, o es-

pirito alado e radiante do amor. Na sua alegria, levantou tão alto

a lâmpada que deixou cair uma gota dc azeite quente que o des-

pertou."Ah! Psyché!" exclamou. "Temos

que nos separar. Agora

saberá a minha mãe que eu me apaixonei por ti e que mo casei

contigo em vez de te casar com um monstro. Adeus!"

E dando às azas, voou e fugiu. Na manhã seguinte Psyché

dispôs-se, com grande coragem, a segui-lo e depois de ter vagueado

tristemente pelo mundo, chegou ao palácio de Venus onde sedeixou ficar como criada, com a esperança de vêr Cupido. MasVenus, mais zangada do que nunca, dedicou-a aos trabalhos mais

perigosos para que ela encontrasse neles a morte.m\

No entanto Psyché era sempre

tão bôa e vivia tão só que todo o

mundo se pôs a seu lado e a ajuda-

vam qunto podiam.Venus então tramou um plano

contia ela."Toma este estojo de ouro", disse-

lhe ela, "levfc-o à rainha dos morros

e pede-lhe que to encha com o un-

guento mágico da beleza"

Psyché sabia que nenhum mortal

voltava da terra dos mortos e no seu

desespero subiu a uma torre para de

lá se precipitar e morrer. Mas as pró-

prias pedras, cheias de compaixão

por ela, disseram-lhe:"Não te desesperes. Acharás um

caminho que conduz à terra dos mor

tos pelo monte Tartaro. Vai lá e leva

duas moedas de cobre na boca e duas

tortas de mel nas mãos".

Psyché assim o fez, cheia de ale-

gria. Chegou à terra dos mortos e umbarqueiro fê-la passar o rio da morte,

recebendo em paga uma moeda de

cobre. Apareceu-lhe em seguida um

horrível cão com três cabeças mas

ela deu-lhe uma torta de mel e o cão

deixou-a passar.A rainha dos mortos encheu-lhe o

estojo de ouro e devido à outra torta

de mel e à moeda poude Psyché vol-

tar à terra cheia de luz e verdor.

Então abriu o estojo para ver o

que continha. Era exatamente o queVenus esperava. Estava cheio de va-

pores venenosos os quais envolveram

o rosto de Psyché e a desveneceram.

A pobre caiu sobre a erva; mas Cupi-

do que a tinha seguido foi em seu

auxilio e dissipou os vapores do rosto

da jovem.Tomou-a nos braços, e, dando às

azas. levou-a para a Terra da imnrta-lidade E ali viveram juntos e sem-

pre feliz.».

mm

Page 8: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

O GRITO DO IPIRANGAm^^^^t^^m^m^^m^^mmmm^^mm^^^^^KmBmBK^^^^m^^—mmmmm—m*mBÊ^m*mmmmmi^^^mÊmmMmÊmmm»»^mKmm ^mi _™n ¦ — -— ——

_É______^^^ __ _á ^B^t ^^_______/* _HP% _*^__l \ h\ ft\ l V Y^. ^^. .# _r _^" J^ ___É__r.___. fim \ m^ ¦Ji.*'. #' , _ ,^ ft/'/ r -|-jf ^^S|_______T__/_rS______ ____f*^^^_____P^ "^A ~""\ _ •'

Na tarda da 7 da Setembro da 1622, D. Padro a tua co*mitiva regressaram da Santos para S. Paulo, margeando o ri-acho do Ipiranga. Carros acontecimento, ta vinham desenro-lando no pais, qua enchiam de preocupação o joven a ardo*roso Principe.

A carta altura lhas surgiu a frente um cavaleiro, envoltoem dansa nuvam de poeira da estrada. Vinha da Corte a tra*lia a D. Pedro uma grava a importante mensagem.

Diante do chefe da comitiva, fez esbarrar o cavalo a,saudando militarmente, retirou do peito um envelope qua lhaentregou, dizendo vir de parta de 0. Laopoldina e de JosáBonifácio.

0. Podro, após a leitura, voltou-se para os que o acom-panhavam a exclamou : "Portugal

quer escravisar o Brasil!"Retirou o laço com as cores lusas que lhe ornava o chapéu econtinuou : E1 tempo I Independência ou Morte I Estamos se-parados de Portugal!

i

—k. . _ 1942

A proclamarãode independênciafoi recebida entreas mais vivas acla-mações. E' que D.Pedro se fazia, ali,o defenso-rda maior ambiçãodos patriotas bra-sileiros, que era ada nossa emanei-pação política, ba-se da grandeza dopaís, e que só foi

consolidada, entre-tanto, em definiti-vo, a 2 de Julho de1823, com a reti-rada dos portu-gueses da Baía.

O TICO-TICO

Page 9: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

ti ME ORGULHO^ | jà

Y I DE SER ;P^W_^\_^jg*^'-"EII?0? I ;y

/~\ Brasil, como país, como povo e como nação, éum milagre da natureza e da civilização humana:

contra todos os obstáculos — imensidade da extensãoterritorial, diversidade de climas, multiplicidade deraças na composição do seu sangue — vem afirmando,de maneira crescente, da colônia ao império, do impérioà república de 91 e desta ao Estado Novo, a unidadeespiritual que o torna um todo indivisível, sob oimperativo das mesmas leis, ao impulso dos mesmossentimentos e à sombra fraterna da m>sma bandeira.E' um exemplo talvez único na história da Humani-dade. Quem assim o compreende só pôde conciente-mente orgulhar-se de ser Brasileiro.

^i__>j . .V

í vi'.

IL// MODESTO DE ABREU \ b' I fl Da Academia Carioca de Letras \ I .*>55yí

BL TJ C O -T IC 10 Setenib-

M%

Page 10: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

cohcürsop o mn nn phthihJ~*~ STE concurso-relâmpago, com'— apenas a duração de um mês,despertou grande interesse entre osnossos leitores, e maior o seu êxitose revela, pelo fato de não termosprometido para o vencedor um prê-mio de valor material, mas apenasartístico, ou seja o original da ilus-tração de Osvaldo Storni, com queaparecesse nestas páginas a com-posição vencedora.

Se, pois, relativamente ao crês-cido número de nossos leitores, épequeno o de concorrentes, aindaassim este número è apreciável, poisse trata de leitores que, embora cri-ancas, mostraram saber dar valorà posse do original de um legítimoartista — como o é, sem favor, nos-so companheiro Osvaldo Storni —revelando, com isso, uma alta com-preensão da beleza daquele ensina-mento de que

"nem só de pão viveo homem".

Foram em número de 31 as com-posições que recebemos até 31 deJulho, perfeitamente dentro das con-dições do certame, e em quadro àparte damos os nomes de seus au-tores.

Havíamos prometido publicarnesta edição a composição vence-dora, ilustrada a cores, mas a an-tecedência com que são feitas asnossas páginas coloridas não nospermitiu cumprir o estipulado.

Por isso, só na próxima ediçãodivulgaremos a composição vito-riosa e as que mereceram menção-honrosa, em número de duas.

¦iiiiiaiiiiiaiiiiiiiiiniiia.jtiiiiiiiiiiiiHiijiMiiisiiiiiiiiiiiiiiitiiiiiiiiuiiiciiiiiaiiiaMaiiiij^M^tj^Muniunajiiiiiaiiiiiaiiiiiiiiiiiiii ¦i:iiiiiiiuiaiii*ti*iiai

44

/**\ conhecido artista Álvaro Ma-rins — SETH — auíor das

lindas páginas "Quadros da Nossa

História" e "Corografia Pitoresca",que vimos publicando em série, vemde realisar uma exposição na sededo Colégio Martins Ramos, na qualreuniu muitos trabalhos seus, inclu-

O DIA DA PÁTRIA **

Foram os seguintes os concorrentes que,dentro das condições estabelecidas para j

o certame, obtiveram classificação:

DISTRITO FEDERAL: - Marcos Aurélio Martins da Silva(11 anos)—Maria Tharcila Maury Paz (12 anos) — Manoel da S.Ferreira Filho (10 anos) — Krisnamurti C. Dias — Maria Mag-dala Maury Paz (8 anos) — Lilia Pereira de Barros (Manos) -Ma-ria Iraide Ferreira Cardim — Hermengarda Dias de Oliveira (12anos) — Guilherme Augusto Carneiro Leão (11 anos) — Ebba deSouza e Silva Westerlund (12 anos) — Maria Teresa Martins Neyda Silva (13 anos). »

SAO PAULO: — Diva Migul Nassif (13 anos) — DouglasM. Nassif (10 anos) — Aroldo Ignacio Medeiros (12 anos) — AnaIlloz (13 anos) — Stefan Flieg — Denis Campos Castaldi (14 anos)— Roberto Waldemar Notrispe (11 anos).

RIO GRANDE DO SUL: - Moacyr Parahyba Fantoni (12anos) — Sônia de Oliveira Werber — Milton Roque SilveiraDamm (13 anos).

PERNAMBUCO: — Alzira Martins Ferreira de Souza (7anos) — Vamireh Chacon de A. Nascimento.

MINAS GERAIS: — Cláudio José Alves Gomes da Silva (9anos) — Maria de Lourdes Paolucci (12 anos) — Clovis CorrêaCarvalho.

ESTADO DO RIO: - Nylda Faria (13 anos) - Dinalva G.Leal (12 anos) — Francisco Sérgio Saboia (10 anos).

ALAGOAS: — Ayrton Pinheiro.

MATO GROSSO: — Marizia Margarida Assad (9 anos).

iiaiiaiiaMaiiaiiaiiaiiaiiaiiaitaiiaiiaiiaiiaiiaiiaiiaiiaiiaiiaiiaiianaiiaiiaiiaiiaiiaiiaiiaiiiiiaiiBiiaiiaiianaiiaiiaiiaiiaiiaiiaiiaiia.iaiiaiiaiiaiiaiiaMaiiaiiaiiaiiaiTi

EXPOSIÇÃO «SETH»sive os primeiros que vimos de citar,em seus originais coloridos, de gran-des dimensões. Expôs tambem ou-tros, de feitío didático, originaiscom que o apreciado desenhista ilus-trou livros adotados nas escolas, ha-

vendo ainda uma série de trabalhosa "bico de pena", de seu lindo ai-bum "Exposição"

aparecido em 1936.SETH expôs, mais, em sala A

parte, duas gravuras a cores, um re-trato de D. Pedro II e uma interpre-tação da versão histórica relativa aoCaramurú, ambas de grande beleza.

Setembro —1942 — 11 — O TICO-TICC

Page 11: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

SEIEC© iM®®MIIV©

MARQUÊS DE BAEPEND1

A 8 de Setembro de 1765 nas-reu Manoel Jacinto Nogueira da

Gama. queveio a serMarquês d eBaependi.

Economista,escritor, políti-co, teve gran-de projeção noseu tempo eocupou cargosd e importân-cia, inclusive

os de Senador do Império, ministroda Fazenda, Conselheiro dc Esta-do, etc. Era mineiro de São ]oãod'El-Rei.

A MARQUESA DE SANTOS

A 27 de Setembro se comemora oaniversário do nascimento de

D. Domitila de Castro Canto eMelo, Viscondessa e Marquesa deSantos, que teve grande influênciana história do Brasil, durante oprimeiro Império. Foi dama doPaço Imperial e esposa do Briga-deiro Tobias.

Por ocasião de uma epidemiaque grassou em São Paulo foi no-tavelmente dedicada às vitimas, so-correndo vários estudantes pobres,entre os quais estava o futuro Vis-conde de Ouro Preto.

UM NOTÁVEL ENGE-NHEIRO

Foi a 17 de Setembro de 1860que nasceu, no Rio de Janeiro,André Gustavo Paulo de Frontin,que viria a ser, mais tarde, nota-bilíssimo engenheiro.

Foi Paulo de Frontin que rea-lisou a conhecida façanha de darágua, em seis dias, à Capital dopais.

Estando, em 1889, a cidade as-solada por pavorosa falta dágua,prometeu êle à população que

"em

seis dias" canalisaria água sufici-ente para o consumo local. Pro-meteu e fez, realmente, o que amuitos parecia impossível. Data daisua fama de técnico, da qual nnnc.desmereceu porque sempre deu pro-va_ fartas de competência e ativi-dade.

Frontin foi político, dirigiu a

E. F. Central do Brasil, foi Pre-feito do Distrito Federal, professorda Escola de Engenharia, deputado,e fez parte do Senado Federal,venerável casa onde tiveram as-sento as mais notáveis figuras dapolítica nacional de seu tempo.

ROCHA POMBO

José Francisco de Rocha Pom-bo, nasceu em Morretes, no Pa-raná, em 4 de Setembro de 1857.

Jornalista e escritor, firmou en-tretanto o seu renome por ter es-crito a mais completa História doBrasil que possuímos, em 10 vo-lumes.

Escreveu ainda "História Uni-versai", "História da América", eas Histórias dos estados do Paraná,Rio Grande do Sul, -e São Paulo.

Foi eleito para a Academia Bra-sileira de Letras, mas não chegoua tomar posse da sua cadeira.

Publicou em Portugal o "Dicio-

nário de sinônimos da lingua por-tuguesa", foi professor e político,tendo sido duas vezes deputado.

BRASILEIROS ILUSTRES NAS-CIDOS EM SETEMBRO

Ministro Pedro Lessa, a25-9-1859.

Vital de Oliveira, a28-9-1829.Alvares de Azevedo, a12-9-1831.

Bernardino de Campos, a6-9-1841.

Felix da Cunha a 16-9-1831.

MARQUÊS DE SAPUCA!

CândidoJosé de AraújoViana, Mar-quês de Sapu-cai, nasceu a15 de Setem-bro de 1793.E' um dos bra-sileiros a se-rem lembradoseste mês.Ocupou todos

os cargos da magistratura, foideputado, ministro, presidente deduas Províncias e mestre de D. Pe-dro II e das Princezas Isabel eLeopoldina. sendo padrinho de ca-samento desta última.

_.___________________' 1 \^_____fe^____

Jtossa Capao CAURÉ

A ilustração que aparece emnossa capa, de autoria de

Scgisnando Júnior, mostra-nos umgavião da região amazônica —o Cauré — ave tipicamente bra-sileira que para os indios sim-bolisa a fortuna, a felicidade.

Como é muito ágil e ativo, oCauré consegue num instantetudo quanto quer. No tempo defazer ninho o Cauré risca o es-paço com meia dúzia de vôos ejá o ninho aparece pronto. Porcausa disso os indios o teem emgrande estima.

Quando solta o seu grito doalto de uma arvore, o Cauré es-palha grande terror entre asoutras aves. Todas estremeceme ficam imóveis, sem forças parafugir. Êle faz como a cobra:magnetiza as coitadinhas. Essepoder de iman que exerce sobreas outras aves foi que o tornoucriatura de grande importânciapara os indios. Todos fazemgrande empenho de possuir umapena dele, ou um pedaço do seuninho, certos de que essa penaou esse pedaço de ninho tam-bém atrairá para o possuidortudo quanto este desejar.

Presépio de Natald'0 T1CO-7ICO

Q ONFORME anunciámos, teminicio hoje, às pgs. 22 e 23,

a publicação das partes com-ponentes do Presépio de Nataldeste ano. inteiramente diferentedos anteriores, e cujas demaispartes serão publicadas nas edi-ções sucessivas de Outubro. No-vembro e Dezembro.

O modelo será publicado na

próxima edição.

O TICO-TICO — 12 - Setembro —1942

Page 12: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

A HISTORIA DE J E S U S'cSç«wHAVIA

apenas trê$ dias qus Je-sus, com os seus primeiros dis-cípulos, partira paira Galüéa,

quando fora convidado para uma fes-ta em uma cidadezirha perto de Na-zareth. Era uma festa de casamento,à qual Jesus compareceu com suaSanta Mãe e com os seus apóstolosqueridos.

Estavam todos contentes em vol-ta das mesas do banquete, quandoaconteceu faltar o vinho para osconvidados.

Maria SSma. foi quem primeirodeu pela falta e, para que os espo-sos não ficassem vexados perante osconvidados, chegou-se a Jesus e lhedisse baixinho :

"Não têm mais vinho !"Que de bondade e delicadeza nes-

tas palavras e nesse gesto, por par-te de Maria ! E como elasofria" pensando que áfalta de vinho, na horado banquete nupcial, fa-zia sofrer muito os re-cem-casados !

Além de tudo, talvcs,Ela compreendesse tam-bem que chegara a horaem que Jesus, por meiode um milagre, mostra-ria, afinal, o seu podersobrenatural, o seu-*po-der divino.

Mas Jesus respondeu :"Mulhei, que importa

"Vida Nova" In/antil" Vida Nova", a bem feita revis-

ta dirigida pelo jornalista ]oão Go-mes de Abreu, dedicada aos assun-tos de mais atualidade e interessecomo sejam o cinema, o radio, tea-tro e as belas letras, com colabora-ção escolhida e farta ilustração fo-tografica, vem de crear uma inte-ressante secção infantil, que pôssob a orientação do snr. JoaquimSilveira Thomaz, nosso colabora-dor e figura de destaque nos nos-sos meios culturais.

Entre outras atrações "VidaNova" Infantil oferece aos seusleitores concursos, com prêmios,charadas, historietas e anedotasapropriadas à infância.

Em seu ultimo numero, "Vida

Nova" Infantil dedicou amáveispalavras a O TICO-TICO, o queagradecemos sinceramente.

Adaptação deMons. MAGALDI

( CONTINUAÇÃO ) MM

IMf^SEwr/ / í\ IIIII

flv^mrtmw \ SÊ 4L mí VÍ /JgiStma ti isto ? A minha hora ainda nãochegou !"

Na linguagem daquele tempo, mu-lher queria dizer senhora; não sepense, pois, que fosse falta de respei-.to para com sua Mãe, se Jesus cha-mára-A por esse nome.

O coração de Jesus não havia deficar indiferente ao pedido da Mãe,e ela, inspirada pelo Espírito Santoe convencida que chegara por fim ahora em que a obra de Jesus secumpriria, disse aos criados :

"Fazei tudo quanto Êle vos disser".Havia no salão do banquete seis

grandes talhas de pedra, que, comoera uso naquele tempo, serviam paraos convidados se lavarem as mãos,conforme a Lei impunha.

Jesus disse aos criados :"Enchei esses vasos de água".E eles os encheram até à borda."Agora levai desta água ao mestre

do banquete".O mestre da mesa era um amigo

da família que fora en-carregado de organizar edirigir o jantar de núp-cias. Bebeu da água queos servos lhe levaram,mas a água mudára-se,por milagre de Jesus, emsaboroso vinho e não sa-bendo de onde fora tiradoesse vinho, chamou o es-poso e disse : "Conformeo costume, é sempre nocomeço do banquete quese oferece o melhor vinho,e só quando cs convidadosjá têm bebido bastante eestão satisfeitos, é que seoferece o vinho de quali-dade um pouco inferior.Mas tu guardaste para ofim o melhor vinho!.

Os criados explicaramentão o que acontecera.

Foi êste o primeiro mi-lagre de Jesus. Com êstefez, o Divino Mestre, co-nhecer a sua potência aosapóstolos; de sorte que,aqueles que tinham aindasuas dúvidas e que nãotinham qualidades bas-tantes para compreende-

IO, acreditaram nele, e se-guiram com zelo, com ad-miração, com entusiasmo,a sua doutrina.

(Continua)

Páginas his-óricasNo próximo número iniciaremos

a publicação de uma série de de-senhos de SETH sob o titulo dePÁGINAS HISTÓRICAS DE DE-CORAÇÃO.

Trata-se de mostrar a vida dahumanidade através de desenhosdecorativos em páginas coloridasque encerrarão, os motivos e os as-pectos essenciais da história e dacivilisação. Cada página seráacompanhada de um texto que re-sumirá a história do país e expli-cará os motivos decorativos do de-senho mostrando-se em cada pá-gina, no estilo artístico e caracte-rístico das civilisações, a diversi-dade ou a semelhança entre os po-vos, através do tempo.

Esperamos que tais páginasagradem não apenas aos nossos lei-tores, mas tambem aos pais e edu-cadores que acompanham a obraeducacional d.0 TICO-TICO.

Setembro —1942 — 13 — O TICO-TICO

Page 13: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

NOSSAINDEPENDÊNCIA

Pelo exemplo que nos deu

Dom Pedro, com eloqüência,Todos querem, nesta vida,

Fazer sua independência . •.

Irei citar alguns casos

Que nos dizem, com veemência,

Como pode qualquer um

Fazer sua independência :

Um garimpeiro que encontraUm diamante refulgente,Vendendo-o por bom dinheiro,

Ficará independente.

E, quem descobrir um jôrròDe petróleo permanente,Pode dizer que tambemVai ficar independente.

Quem novo invento de guerraHoje inventar, com paciência,Para matar seus irmãosFará... triste independência.

Um garçon de certo hotelPassou da copa à gerência,E disse, então: — Vou fazer

Minha inteira independência...

Quem tem p/eguiça ou desleixo

E, por tudo, negligência,Não é possivel que, um dia,

Faça sua independência...

Meu vizinho se viu livreDa sogra, — uma impertinente -

E disse, alegre, risonho :— Eis-me, agora, independente!..

Ouem não estuda não podeVencer na vida presente,Ter conforto, viver calmo,Ser, por fim, independente.

Por isso Irei estudar,Demonstrando ter coerência.

Afim de que, muito breve,

Goze minha independência !.

MAURÍCIO MAIA

FAZENDO NOSSA INDEPENDÊNCIAvi

AMAURY PORTO DE OLIVEIRA

ENCERRAMOS hoje a série de

estudos sobre o movimento da

Independência no Brasil. Como vi-

mos da última vez, à instância dos

partidos brasileiros o príncipe

D. Pedro resolvera permanecer no

Brasil, desobedecendo as ordens vin-

das do Reino.Essa desobediência, como era de

esperar, desagradou aos portugueses

e logo as tropas reais, aquarteladas

no Rio de Janeiro, revoltaram-se

contra o príncipe, procurando apo-

derar-se dele e da família, para os

fazerem embarcar à força. O povo,

contudo, tomou de armas e mostran-

do seu valor, os obrigou a uma ca-

pitulação.A Independência era agora uma

coisa evidente, questão de tempo.

D. Pedro chamara para seu ministro

a José Bonifácio de Andrada e Sil-

va, mais tarde cognominado o "Pa-

triarca da Independência", e que

logo se tornou o guia do príncipe e

o mais importante dos dirigentes

dos acontecimentos políticos. Os

Coleção \'0t

O TICO-TICO

_. INSTRUÇÃODA INFÂNCIAPOR MEIO OO

DESENHOLIVROS ÁLBUNS E CADERNOS

A PREÇOS MÓDICOS QUEINTERESSAM AS CRIANÇASE FACILITAM OS MESTRES.

£tAt>ut>w< e£e*AVtAet>itU\, da.LEITURA- ESCRITA; ARITMÉTICAGEOGRAFIA-HISTORIA PÁTRIA

DESENHO ETC.&dcefoJ de ea1ã(oot> o

ipmiaRiA no LIVRO LTP?oua va cnfíioeA 54 - sofoudo-

PIO DE JANEIRO

— 14

atos de rebeldia a Portugal foram

se avolumando: já no mês seguinte

ao do Fico (fevereiro) decretava-se

não ser válida no Brasil qualquer _lei sem o "Cumpra-se" do prínciperegente; em princípios de março

chegou ao Rio uma esquadra por-tuguesa, trazendo tropas, cujo de-

sembarque foi proibido; por ordem

de D. Pedro apoderámo-nos ainda

de uma fragata ancorada na baía.

Enquanto isso, pelo Brasil inteiro

lutavam naturais e estrangeiros. Na

Baía e em Minas, no Rio e em São

Paulo os dois partidos se engal-

finhavam continuamente.

E foi ao voltar de S. Paulo, onde

havia ido sufocar uma revolta, que

aos 7 de setembro de 1822, o prin-

cipe regente quando, ainda nas pro-

ximidades da cidade, à margem do

riacho Ipiranga, foi detido por um

emissário vindo a toda pressa do

Rio, com cartas da esposa e de José

Bonifácio. Nelas diziam-lhe das

medidas vergonhosas que contra

êle estavam tomando as cortes por-

tuguesas.Descrever o que se passou no

íntimo de D. Pedro não será possí-vel. Mas, passados instantes, arran-

cou num ímpeto o laço português

preso ao chapéu e voltando-se para

a comitiva, que o olhava admirada,

levantou bem alto a espada e gritou

com todas suas forças, para que o

ouvissem além do Atlântico."Independência ou morte !"

Estava realizado o sonho queimolara Tiradentes e Felipe dos

Santos, e toda aquela plêiade que

perdera a vida nos campos dos Em-

boabas e dos Guararapes. Vingava-

se a memória dos trucidados no

Capão da Traição. O Brasil tinha a

sua liberdade !

Setembro —1942

Page 14: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

UMA BOA LIÇSO

Zé Alfinete e Chico Boia foram fazer uma ca- A bicha avançou para eles bufando ferozmente,cada. Gastaram todas as balas que tinham levado, Zé Alfinete botou sebo nas canelas e subiu para umasem nada caçar. Quando voltavam para casa, cada árvore; mas chico Boia, com os seus noventa quilosqual contando sua vantagem, deram de frente com não poude correr\e a tremer de medo atirou-se apuma grande e respeitável onça. chão, fingindo-se de morto.

UiÚ^^^fW WUXh ^S/M/ fui

A onça então aproximou-se dele e começou acheirá-lo por todos os lados principalmente nos ou-vidos. E depois afastou-se sem nada fazer metendo-se no matagal. Zé Alfinete que a tudo assistira decima da árvore desceu logo e dirigiu-se ao amigo.Setembro — 1942 15

— Você teve sorte, Chico Boia! A bicha cheirouteu ouvido, cheirou, cheirou, e depois foi embora,disse êle. — Cheirou nada! retrucou Chico Boia. Elame deu foi um conselho. Disse que nunca devemoschamar de amigos, aqueles que nos abandonam nahora do perigo.

O TICO-TICO

Page 15: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

vJ/UL1 MFO! QUE DISSEFOI OUE FEZ

De uma publicação de igual nome, do Departamento de Imprensa e Propaganda

3y^^^^k***m**m********m*mm*MM^Ouem foi que disse: "aqui nào embarcam mais escravos!"? ff

^^r Foi Francisco Josc do Nascimento, que se inscreveu h À/^^-Jj V ^^^^ entre oi abolicionistas, com esse fito: ^^—X / f— L/"l \j~--^v^T Como no porto de Fortaleza, os navios ficam ao t ^^t / \ YJt—*"""^"*^ / ^.N. *

largo, por falta de profundidade, o serviço de embarque \ \JL-^~I \ I Sé feito com auxilio de botes Nascimento era chefe do» \^ fl\ I /^i~,\^^-l \ .^Vcarneiros, aem oi quais era impossivel fazer o lerviço de [ í III \\*£&-~^/ \ /carga e descarga dos navios. I A] i__A"^ l \ /s—f%T"^ Em 30 de Agosto de 1884, num gesto de revolta con \ /f /vL^~"7 r^_F~""v«\/Ss-Jb^^U^. a* o cativeiro, bradou: — Aqui não embarcam mais ei / / jf I [fv,

^"^

kp/ ?*v cravos I Sua palavra era ordem e todos os seui compa- / I \ l \ \ VV —

Qutm fui que disse: "0 men lugar e aqui1.)" ^F^ /___ V \\ll»^ à*^^/ SS m^****^m^r_jS'9*

Foi o Prelidente Rodrigues Alves, que exerceu a pre 1^ - —— \ ^^^^^^^^^Xi-H mW^

Em 1904 irrompera no Rio uma epidemia de variola. /^SlS^v^ ^*^^^^^^^Passa, no Congresso, uma lei estabelecendo a obrigatorie- ^^^^^^m*\dade da vacinação. A medida escandaliza a mentalidade j ^SMm. _!atrasada da época, e a 16 de Novembro do mesmo ano re- / ^3benta uma revolta. Fot no momento mais agudo dessa re- / gl Quem foi que fez desaparecerem as bandeiras estaduais evolta que Rodrigues Alves, advertido do perigo que corria. /(_.

_ MfW\ instituiu a Bandeira única «o Brasil!e aconselhado a retugiar-se num navio de guerra, ex- / i^\ /'«av' = ISH

^^-^^^

clama: ./ j ") f % ' -*"Sj=fPjl

^~~ F« o Presidente Getúlio Vargas.

- 0 meu lvgar é aqui! yS I /

' -_SBI /&

A excessiva autonom.a dos Estado! gerou conflitos"

***^~7h\\ "êVjmml y^

\f**\ ^ÊSBa emtc e1"- <-)* Estados não pareciam parte integrante detm\^Êmm^^m\^mwmwmm\ ^-L \ <MMV um l^° "n*co — ° Brasil, pois em cada um tremulava um

/-//jMT^^ MM^ ^~~"""\ \ Í^k -^ pavilhão próprio, em vei da bandeira brasileira. O Presi-(11 _L A ^\ s \^ ^^ yV*>^ dentt V"g"' ext'r'*-in<Jo « bandeirai eitaduais, acabou

ffl \'/ M\ \ ^^r fT^tf^ f i^^***\. *** VM COm ° re*'on,1'"no. creando um Brasi! unido.

'/ frW\ /

Quem (oi que fei correr o primeiro trem no Bnsitl /^i #• «_. _ .. ¦ .,../¦\SJ Quem lui que disse: foi isse prtço não quero mais laiçotl?

/ Foi D. João VI, ao ser informado das despesas feitas com a primeira levaj^ /i È de tnrgrantes europeus vindos para o Brasil. Esses emigrantes, suíços e ale-

^mmày / mães, foram localizados em Friburgo dando o ensaio péssimo resultado. Cada

y Mmmmw J( emigrante saiu por 1.500 fraocos!

Foi Irineu Evangelista de Souia. mais conhecido como Viscondede Maua, que obteve do Governo Imperial concessão para construir umaestrada de ferro desde o mar ã raiz da Sena, bem como um serviço denavegação entre a cidade c o ponto inicial da linha, do outro lado dabaia. A inauguração do primeiro trecho oa estrada foi i 30 de Abrildc 18M.

O TICO-TICO 20 Setembro — l°42

Page 16: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

A PÁGINA DAS MENINASBORDADOS

Na edição passada vocês aprenderam alguns

pontos usuais em trabalhos comuns de costura.

Hoje daremos alguns tipos de bordado e temos a

certeza de que vocês vão gostar tambem.

¦ \ H

j

O ponto festoné duplo é frequen-temente empregado como motivode decoração fina e sóbria. O pri-meiro festoné. se faz com os pon-tos regularmente separados. En-tre eles, e fazendo borda sobre olado contrário, se faz o festoné derecheio, ou de enchimento.

A figura de baixe, mostra comose faz uma aplicação com cordão

Em cima, à direita, e em baixo, à esquer-da, três maneiras de fazer o conhecido PontoTurco. Pará fazer esse ponto convém usaruma agulha grossa P^ra que o ponto calado fi-que mais visível.

Em baixo, à direita, uma costura componto de Paris

-4 -*

7O bordado calado, ou bordado

inglês, se faz segundo as instru-ções que damos abaixo. Faz-se ocorte sempre pelo fio. Assim sesimplifica o trabalho.

ST.

Eis a maneira de se obter o cha-mado ponto dc cordão. Póde-sefazer tambem sem aquele fiocomo enchimento, bastando entãoum traçado duplo de ponto debainha.Setembro — 1942

O ponto de corrente é um dosmais freqüentemente usados agora,para enfeitar roupas e trabalhos.Ao fazè-lo, seguindo o movimentode agulha que a figura abaixo es-tá indicando, não puxe o fio comforça, mas faça-o levemente, atéencostar, e inicie outro ponto.

Este ponto tão ornamentalse faz assim: dando grossospontos parelhos e frouxos.

21 O TICO-TICO- -—- — IV42

Page 17: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

A MULHERpoLENHADOR

Havia uma vez um lenhador,chamado Azir. Era casado. Amulher se chamava Dávia, e seufilho era Mareio. Moravam numbosque. Desde o amanhecer atéà noite, êle cortava lenha, e ape-zar dessa faina constante, viviamna mais extrema pobreza.

*j <mWh mmmmW^^^S. í^^\ ^^^^^^^ ^f

Sendo um bom ho-mem, Azir nunca sequeixava, e se a mu-lher o fazia, êle res-pondia assim: Resig-na-te, mulher. Há ou-tros que estão pior deque nós. Temos saú-de, tenho braços ro-bustos para trabalhar.Dá, antes, graças aDeus, por termos tanto!

L

|ÂMas tais palavras

não convenciam Dávia.Ora, uma vez a nu*lher do lenhador deci-diu, às ocultas, ir àcasa de uma feiticeira,para lhe pedir ajuda.Queria mudar de vida,ter dinheiro, viver foi-gada...

O TICO-TICO

Alófa, a bruxa, tudo ouviu emsilêncio, e fez uma porção de per-guntas, depois que a mulher aca-bou de contar tudo. Perguntou seamava o marido, e o filho, se gos-taria de um lindo palácio...

18

/Jl Sra y\ l ARh^y _wà WmA y*£!~2)' \ \ I /

*"-¦ •*-—"""'¦ •£ —— —jj-ii ^**»n. ^***«--»-^^

— Isso! E' isso mesmo que eu quero! —ia dizendo Dávia. — Pois tudo se fará con-forme desejas — disse a velha. Mas dize-mecá: só tu terás isso. Não faz mal que seja as-sim? — Não faz mal — ela respondeu."

**-»

Setembro — 1942

Page 18: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

vy^df Ara-

Dávia, contentíssima, voltou para sua choupana. E aochegar contou ao marido o que acabava de fazer. Mostrou-lhe, então, uma pedra que a feiticeira lhe dera, e à qual po-dia ela fazer três pedidos, apenas. O lenhador, triste, nadadisse, mas intimamente ficou sentido com a mulher, por serassim ambiciosa e egoísta, além de fazer coisas sem lhe dizernada antes de as praticar.

r^=r\ r^K

x» y I ^tA\\\

'^raTra^lSrakra VuL Tarara ^^^^^>^Py[ Z&

ii Chegou a hora então, de Dáviar à prova o poder do talismã,

intão foi para perto da mesa e pe-diu à pedra: Quero os mais rarose deliciosos manjares sobre estamesa... E sua vontade foi ime-diatamente satisfeita. Os pratosapareceram.

nra^c.

Cm)

Dávia comeu até se far-tar. Quando o marido e ofilho chegaram, ela lhes deuo que havia guardado, masquando foram comer osmanjares se transformaramem pedras. O marido nadadisse, mas o filho começoua chorar e não queria saber

. de nada, queria era comer,coitadinho.

MmWmW

Dávia ficou confusa e triste.Só então compreendeu as palavrasda bruxa: só ela seria beneficiadapelo talismã ?... Era horrível!Quiz, então, experimentar maisuma vez, utilisando-o em beneficiodos três. Pediu, pois, trajos ricosà pedra mágica. 0^resultado foi

... que o marido e o filho ficaram vestidos de roupas ricas, mas ve-lhas e farrapentas, e só ela apareceu vestida ricamente, com umlindo e caríssimo trajo, que era um enc?ntoI

Setembro — 1942 19

•Dávia recebeu a lição como todos nóslevemos receber os ensinamentos da vi-

oa; aceitando-os e tirando deles o me-lhor proveito. Nem chegou a formular% terceiro pedido. Voltou à casa deAlófa e lhe restituiu o talismã, voltandoa viver com o marido e o filho e dandograças a Deus por ter saúde e podertrabalhar para viver.

O TICO-TICO

Page 19: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

^hm\^® mAÁ¥MM[£M_-0,n_ja_OFlO,LEV^ç,TE UMA SURRA DO

y ARANHA E O __íy ARRUMOU-tTE OS PES NACARA ^S^t5

PELES •* «X* E OOLEO DE BALEIA^«f^^SP1113 -TEMOí_Ê_£^ç>Nn_____A__.NUbSA TAREFA. NOS MARES 1^Pg^AWagTlCXI nA«"

'

baios os t*rxam! MW» Jvem ca.marcofio, I ll|l||fMff|||jO _<—tTEOS PES NACARA. HEIRA VEZ QUE -M&NHo. r- (ojEOAOUPOi >ír!» I ' |!''<@Ç%àl7Iãiir^~Znii*r. ¦_¦' --T -*11 KENINOTE E UM |— /-T^X. LEVANTAR-SEÍ r - _-|

yr-?Ç_? te^n^uí^ marcela. *.IN„A iir^7 W? -^HaKEç^^^^^^v:

_£*?» \*_P\ *—.í ZC VIHE J DESFORRA, --A _V NF* ***t*i AH?1 C^ )E\?<^^4KS<A^Í#A-' ,p\ \f i^i/l^l &ERA' / r^\ VJ Z7 J^m^- '_^h H.^^4*v2^V

CINCO AMOS TOamccx.. I AR_.,o IMEDIATO ARANHA vai | l*.IAI_a.FK_..SEMDC*- mf ITTT^T* , KEWU». DEADí A tPOU ¦ SERETIRAR. KRASTUO ODIZ-STE ._*£=_. F' ENTÃO ,ARANHA,T>-CIDlU REVIRAR-SE, CAMl_^ÃDÃãÃSSUMO HOOE oimm.^

'

Tr a, «^ i^D^on^^^( lil^iL gs-ssí^^^ SS^iwagw.^AFAZtRPABTEpA \s£zF^ <£AAEAA^A\ ^^Êfí^ AcWA\ TOBQUEEsSAPtci5_i?d^*lÃMA_r <«¦> A f,--'. E CAMA^DAGEM rrA^TITRlPULAC-O DO •¦ yÇSAfaj, flà>DESr!E- W^ yP*' "T___/[ ^uE0|^A'^^Í^UmE-.U6EIJ' JSJ^ÍCT^^^^Bi |"

/f

Oi. INFFD.y_f»MAi POBREM AS AMARRAS DO \ // . |aRA,Pl.ULAS .SEDA'POB 1 V^<__n 1 H-

^i^$á/^ _^^T^^íy-» Esjgjgcwgg^ £^> 'j-V^K^i ' {\1ac—@CAP.ENK.RtNK.'QUANDO SC DIRIGIAA MAGAILANES HU»DESEMBARCAR OARANHA. FOI AS-SALTADO POR.UHAFUPi05ATEr.PE.TA-

DE E. DE INCRÍVELVIOLÊNCIA. ARYSUBSTITUIU O CA-PITáo FOCA.QUEDESCANSAVA

13

ARy.VOCESAU(0U HlNKAVIBA.EHT&ENÓS k5o HAimais ooios.mas

Amisade'

SIM.tlAÍ. '

/^,v**a_J_t OUTRA ____/ \\ In

f\E A£i> W(\ \\ .^uT/ \jXEt1pr0j-l

K^" y /' ífa -jl iNriAHava.

¦BABA Que TANTOS

FOGUETES ? níoHA FESTAS ABOROO

. ESTES FOOUETE-QUEGUARDCl

'CUIOADOSâMENTC.

SAO MUITO UTEI5.FI_RA PEDIR SO-rCORRO. POfiJ -

EXEMPLO

NUNCA EU HAVIASOLTADO FOGUETES \QUANDO ERA CRlAHÇA.SO'AGORA r

Pi J

ttrj-íò, ARy. soltando! ^ong e oe. ti i m *FOGUETES PORQUEI—if-STA IDEA.Euvou Moruej-Jr*im "Eu PAU"-tf—— I "S FOI UMA

y*-*_ V*'-/VCUI-lOSlDA.

líSEl-CE QUE MINHA ,PRIMEIC_\ DESPEDIMStRA' t_ DO CAPTTÃOFOCA • MEU CAMARAMDC 15ANOÜCOUICWNO MAR. ESTA' NAÇ a

«^ ULTIMAS

0 CAPITÃO FOCA ADOCCtGRAVEMENTg /

0CABTÃO TOCA.PRES.SENTlND0*PR0Xin0OSEUFin.OUlI C.2ER.SUA ULTIMA PALAVRADE DESPEDI DA A ARX,SEU FILHO ADOTIVO

EA0 6EU COMW_NHEI

BO DE LUTA ,o"-_RANW0 VELHO LOBO DO MACNÃO TI NHA FAMÍLIANE_1 ThCENTES*

15

O TICO-TICO

IÃKVJ1-U FILHO) , o POUCO OUE.IECONOHISEI ETEU.M0Ítí.oT??JSATISFE*T<-> t_.r»^_._. __..^_Jr _iQUE seiCOMANDANTE.

EA SEGUNDA VE-OUE MC ACONTECEPEROeB,UM RAI .IRA'OPESnNO ME

ESCRVAR.OUTRAS ETÃOôCAMDE

^AhARQUa»"

jm oriMOr-1 <A"

^t_r*Á fe* AMOCTE '"'W i __? IA

j 6E5SE HOMEM OUE NUN- *\)r*"

CAPITÃO ARV CAPTEI UM S.OSDE UM CARGUEIRO OUE IA <SENDO POSTO A PIQUE PELOCORSÁRIO DUM&A-DIM—fC*"

It oARAvIíGTICA TRISTE

VEUiO MARCíJFIO CHEGOU -.HORA DE HOSTUAR QUC SOMOS

oeaAL.IMTWE ESrA^BRiNCAKDO 1tUn_VA-DIN ri CAPITÃO VDUMRA-

AW-RAR|— DlN EUM PiRftA,5^ __rH MAS DOS OO cXrrT II TIVESSE C>v

A3. \PWttJJlJt---t S™ ^JEUQUA|J^iEmprêsonhei)^S^_> í^«^r ~'T

^ í» fO _^_2\'í^y T^'

16 Setembro — 1942

Page 20: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

O CORSÁRIO AvSDANAO NOS V\U-)PAREM DE REMAR/. VO"' *"

ENVIAR 0"UlTirlATüH*

ESTOU ME TORNANDO CAMPÊSÕ pNA ARTE DE SO-LTAR^ FOGUETES T

ESSA E' BOA'- O "CAP ENKRENK."ATREVE-SE A INTIMAR A MIM,DUMBA-DIN ,0 INVEhCIVTiUARENDER-neT csr&ry

MALUCO.AH jAHIOÍ

TJLH1BA-DIN NAO FEZ CASO OAINT1MACÃ0» MABCOTIO. T?EDU_EM BOLAíj ES_ESTOPA EEMBEBA-AS_P& QiA^OU[JiJ_

1* Ie-INOIâEi-ra1 cwnão r"?»,

k

Z^y*%yy^Wyyy^ ^^^y\p ^P'11*0 **» ^^ *->¦¦ TO- U^fJt&2&X&W Ub ^y^ÊÊW 'NF^^O^ SÃO LANÇA-"" gp^^*<í3!Sx^Cs^5Ç? J^~p_ GUETEC0MO"ucr\(_aiM'MA \'f 4 \\ \\ i^—"* y ~"f *^-°~=:\ ll «\\\Wr dos para bordo do

—t^lyyyy^^ ^^^^oiREcy_*^coR*_u,o. uja v v i i ** unmMIw rewu^swDwi:

./^'^-.Sj N f |0 CAPITÃO ARV PERDEU O ' | | AT_NHA .VOU ATE*0 l/*^,il^___ I 1C0I1 niLDQIONlOS.TEMOS QUE DE1X.AR. o 1 I MAS O FOGO CHEGOU ASU. ' iW » OUIZO.PORQUE FAZER UM,I | CORSÁRIO DE ^«¦'^K- Jfe^ESIA.^L.I NAVI0-Q5 PWSIONCIROS QuE FIOUEM CORDAS £-¦¦*\\/ t

JM FOGUETE DESTE TAMANHO , , QUe„s COM Í^^^^^ancÍ^SE J A'S£>APO-' ? DE.-—ESSA., CQf, ESSE BOTE ' ^ ~y ^ ' -.f

Ty, ^'JoA-;- _?„ 11 ¦—-.. Uey lembra-se. dotei-ipo |AFaNHEi-TE.DuM*jA-oiN, VF >... y ~\ Ty,^yT\. , (^y-trf^timtè^^&fféA ÍKSk!k DE OAROTO QUANDO IA GUÍ-MCO M-Et-OS ESPERAVA /^Y""^ )>,*./¦-yy^\\*M^r ^y^yQ&W^I&^m >&^ *mfkv ! CAÇAR- BORBOLETAS» —em oiria sue um Cia |Íj/ -r^N íi*/ v ">

1% ANTES DE ATIN6I-L0... -0 FOGUETE MERGULHA NO MAB, ^^S^Z^Z^^-**^?^ —

—' OUC.B_ PESCARl- Htl*ti?

Elí> UM GRANDE PIRATA. PE60UEJ NADA I ] MARCOFIO. DUMBA DIN ESTA COM oô_ DISPOSIÇÃO) I I AGORA O PASSAPO I TT 1—IT~3flENOS QUE DUM_-Dl*-.O TEROOta/ DO CftRA ... AF—HMAg. » ÇregANiSe .—^ // ,»-**¦ —" VA\ PRA GAIOLA r^J-*ATLAMT-.GO '

gg*». \U«1 MATCH DE BQX-fi /*g» ^--\ /'V<V, (JfiíCV-'^ -_S£S*__ ***•*'1 U

@_mÃOARV, ||j!!í?3^srÍ_^ I feE^OMcASrTrV^ I ««'• *-*•* "O*11* t»*',luli**1R -,-*VN° í I "í1"*5*- FILM*4•Mto Í?"ÇS "¦^^^l [TílM 7/^T„CATUR_< So^^rt^* SK" rüNDO-^N°o^^__Íd ^InA^^^H^orj ''ll^^*=íg\fco^DUnBA-DlN ESTÁ» DEH0RA^->T^ -í^p1 NÍ.V10 E O FOG-^^l^»™pW\\)| tauv_ ABA»^ |t^__ I lül l| V >M \AQUi?coNvt>»aoo DtouE yyjrT *o

^1 poupou este Êa?y Ml donaram o Ltac-_i_. -V __P0R0UE'

*» |1 -—-^ "^ ti J^T

"~ '^ I L^^'^--^

~^y CONTINUA ^^ -^1 \17' "o TICSetembro — 1942 O-TICO

Page 21: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

I ^ill \ \ C^^^~^^^} 0<\ \k\ PRESEPtoCQE NATAL

Jj^y^\ ^i^~^^~^^ZA v^- w i '^ <u^ fei), If )\ > _^£/í*X / (iu~- -^^w-\^â>y ^y^*-r4rr ,—

W

e_« l

Page 22: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

AVENTURAS DE TINOCO, caçador de feras por theo

Uma das mais fantásticas mentiras de Tinoco, êle a con-tou, outro dia, a mister Brown.

Certa vês, começou o nosso herói, viajei com um mágico,um desses espantosos . . .

. ilusionistas que tudo tiram da cartola. Fomos torpedeadoscomo únicos . . .

. . . sobreviventes do naufrágio, conseguimos chegar a umrochedo perdido no oceano, onde nada havia para comer.

A nossa salvação foram os pombos que o mágico tiravado chapéu e que nós comíamos. . .

* TICO-TICO 28

. . . assados. O inglês quíi saber peque não tiraram logo umnavio da cartola do mágico . . .

"Setembro — 1942

Page 23: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

FIGURASCURIOSAS/^l§N\ ^~_

V$8J_f\N___/ /áfe'^®K

$©^111/ iÉÉÉÉll

L

H

Setembro — 1942

ECORTEM ESTAS FIGURAS E COLEM SOBREPAPELÃO, PARA QUE MELHOR SE CONSERVEM.E Aí TERÃO UM DIVERTIMENTO AGRADÁVELE INTERESSANTE QUE PRENDERÁ A ATENÇÃODE QUALQUER PESSOA. BASTA MOVER EMSENTIDO GIRATÓRIO CADA UMA DELAS, PARAQUE SE VERIFIQUEM OS MAIS CURIOSOSEFEITOS.29 O TICO-TICO

Page 24: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

rM, STA VAM reunidoi na mata vários

'^^am^K bichos conversando sobre as ha-bilidades de cada um.

A coruja, como a mais sensata e ilus-trada de todos, ouvia, calmamente, a pa-lestra, reservando-se para falar depois queapreciasse as várias opiniões de cada umíobre si próprio.

O Castor falou da sua habilidade emconstruir uma casa, a beira dos rios, amas-

# sando o barro com a cauda, como se fosseum pedreiro com a sua trólha.

AS HABILIDADES DOJPATTNHÒ FEIO... (Fábula)

O João de Barro falou tambem daoriginal construção dos seus ninhos, bemorientados contra a chuva e contra o vento.

A Andorinha e o Pombo-correio sereferiram à beleza e elegância dos seusvôos; a primeira dizendo ainda que, ondeela chegava, ia levando consigo a prima-vera e o bom tempo, e o segundo alegan-do ser o esperado portador de boas novai

na paz, o transmissor seguro de importan-

tes ordens ou mensagens na guerra, de um

comando de tropas a outro distante, arris-

cando a própria vida pela segurança da

pátria !A Piabinha botou a cabeça fora dá-

gua, por instantes, e falou, depressa, sobre

a agilidade com que nadava, o mesmo fa-

zendo o "barrigudinho" que, mostrando

sapiência médica, acrescentou :— Eu devoro ainda as larvas do "ste-

Parecia estar finda a palestra com aopinião do Macaco, quando sái dágua oPatinho feio, c vem andando, desengonça-do, com os pés espalmados. Chegando-seà roda dos outros bichos foi dizendo :

Acham que eu sou feio; porém detodos o mais hábil sou eu, que tanto possoestar andando em terra, como nadando naágua, ou voando nos ares ... E então 7

Realmente . . . concordou a Tou-

peira que, sendo muito estúpida, era fácil

gomia tasciata", livrando o homem da pi-cada do "anofélis" adulto, transmissor dafebre amarela, do impaludismo, malária e

outras endemías . . .

O papagaio, muito falastrão, foi quemmais "papagueiou", dizendo ser um gran-de e eloqüente orador, capaz de falar um

dia inteiro, sem parar para beber água . . .

O Sabiá, modestamente, se referiu aoseu canto mavioso e triste, ao cair da tar-

y^. ^yy-^ <22Z222 ^^^^\}A<y^^26 _____

de, enquanto o irriquiéto Bem-te-vi, alearee chocarreiro, dizia :

Eu confesso ser muito curioso e in-discreto. Quando vejo qualquer coisa quenão desejam seja vista, grito logo prevenin-do : — "Bem-te-vi I . . . Bem-te-vi! . . . "

Todos riram da pilhéria.O Cavalo por sua vês, se elogiou a

elegância do seu andar, e a velocidade dasua carreira nos hipódromos.

O Macaco disse, então :De todos vocês o mais habilidoso

sou eu, que faço tudo quanto quero, ten-do, para isso, quatro mãos! . ..

de ser logo convencida.A velha Coruja falou, então, por fim :

Alguns de vocês estão muito enga-nados, exaltando suas hábil»*lades, como oMacaco, que só faz imitar o que vê o ho-mem fazer. Não tem iniciativa própria enem personalidade . . .

O Papagaio é outro incapaz de pen-sar no que diz, limitando-se a repetir o queouve dizer. E quanto a você, seu Patinhofeio, não fique tão orgulhoso por nadar,andar e voar, porque você não anda com <

a elegância do cavalo, nem corre veloz co-mo êle, não vôa com a graça da andorinhaou do Pombo-correio, nem nada com aagilidade da Piabinha.

E' preferível, portanto, fazer uma coí-sa só e bem feita, a fazer duas ou três semperfeição.

Muito bem I aprovou o cavalo, queera . . . meio letrado, explicando, em se-guida : Eu, por exemplo, porque sei nadaro bastante para não morrer logo afogado,como o Macaco quando cái nágua, não voume gloriar de ser bom nadador como umpeixe; nem tão pouco direi saber voar co-mo uma Águia, somente porque um meuantepassado, com o nome de Pégaso, ti-nha asas e, — segundo diz a lenda — vo-ava tão alto como a imaginação fantasiosados poetas.

Terminando, assim, a palestra senten-ciou a Coruja .

Se esta nossa prosa fosse ouvida eentendida pelo bicho mais vaidoso, que éo homem, faria êle urna fábula com as nos-sas palavras, acrescentando-lhe. no final,uma frase, com o título de "moralidade",

e que seria, talvês, assim :"Cada

qual deve escolher uma arteou profissão para que sinta tendências, enela se especializar para que a pratiquecom a possivel perfeição."

EUSTORGIO WANDERLEY

Setembro — 1942

t \ r* r\ t i r» #•*?.

Page 25: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

AVES E PÁSSAROS DO BRASILJOAQUIM SILVEIRA THOMAZ

C J tropeiro ou poaieiro é o pás-

saro mais curioso que no Brasil

existe.

A êle, Roquette Pinto, em sua

magnífica RONDÔNIA, assim se

refere :

"— Vive no vale de Sipotuba

uma avezinha do tamanho do sabiá,

plumagem côr de folhas secas, que

assobia como se fosse uma pessoa.

Os matutos chamam-na de

poaieiro e não a matam. Dizem

que outrora, no tempo da grande

floresta, quando cantava num lu-

gar, os arrancadores corriam para

aquele sítio, certos de farta co-

lheita.

O poaieiro era auxiliar de mão

cheia. O fogo, destruindo a mata,

diminuiu a poáia e quebrou o en-

canto salutar da avezinha."

Daí o nome de poaieiro, que

outros preferem chamar tropeiro,

por causa do canto assaz curioso

dessa ave, o qual mais parece o

0 Tropeiro Poaieiro

assobio dos que seguem a tropa

guiando os animais.

Pertence esse pássaro à tamí-

lia dos cotingídeos, é "parente"

do tinguaçú, do caneleiro, do galo-

-da-serra, do chibante, do anambé-

-preto, do quíruá, da maú, do

pavó, da célebre araponga e cha-

mam-no os ornitologistas de LI-

PANGUSVOCIFERUS.

O caboclo, no entanto, tão

pródigo nos neologismos, prefere

chamá-lo simplesmente de bastião

(de Sebastião)* de viraçú, de cri-

-cri-6 etc.

São pássaros exclusivamente da

mata e jamais foram vistos nas ei-

dades.

Desenho de TIDE

No recesso da floresta, res-

pondem aos nossos assobios como

se estivessem conosco, tangendo

os muares, isto como bons tropei-

ros que são.

Vestem-se de cinza escuro e

são elegantes no porte e nas ma-

neiras.

Hércules Florence, em ZOO-

FONIA, memória escrita em 1829

e traduzida em 1877, por Escra-

gnolle Taunay, já ao tropeiro se re-

feria e dava, em notas musicais, o

seu assobio, o canto mágico, que

indicava ao sertanejo os terrenos

ricos em poáia, cuja raiz medica-

mentosa até hoje é procurada.

E' esse, meus meninos, o poai-

eiro ou tropeiro, o pássaro mágico

que vive no Oeste — Amazonas e

Mato-Grosso — aguardando a

nossa chegada, quando, mercê de

Deus, atingirmos o coração dc

Brasil, na marcha que já ence-

támos.

i . í®i WT, _>] Z / t-, /O

|| 11 ——24O TICO-TICO

Setembro — 1942

Page 26: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

l$jM<4M f0PmW^Ã/A^^

Que é uma ostra?Uma ostra... uma ostra... é um peixe quenasce dentro de uma nóz. ESTRATÉGIA

Papal, si eu tivesse dez tostões te convi-daria para comer uns doces.

J^ RECURSO

— Menino, fale alguma cousa sobre a vida deTome de Souza.

— Eu não! papai disse que é muito feio falarda vida alheia...

S.t.mbro — 1942 25

Então, tomaste bomba outra vez?Mas, papai, a culpa não foi minha! Fizeram-me as mesmas perguntas do ano passado...

O TICO-TICO

Page 27: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

QUADROS DA NOSSA HISTORIA (u)

__B_T3 mm\mm^7' }/ l^^^^mT^mm^afxmm ____^i[r^VTmY™Ammm\'^ mmm\ \*S__\\ ^ *B ^9^ ^fcrl^^^^^^^P ___? ^^^tfcfc^l

¦*^_fl Ammm B_S^\Íl__Í

JJosé Joaquim Carneiro

de CamposMarquês de Caravela*

Senador CamposVergueiro

lavor dc seu filho D. Pedro II, que então contava apenas 5 ai.os idade.

Os três membros daRegência Provisória,que governou o Brasil

após a abdicação.

ABDICAÇÃO DE PEDRO I- REGÊNCIASDECORRIDOS

os primeiros tempos do

seu reinado, D. Pedro I, gênio impe-tuoso e autoritário, começou a desagradar a

índole liberal do povo brasileiro. Seus atos

de absolutismo levantam tremenda oposiçãono parlamento e na imprensa. As manifesta-

ções republicanas no norte, a perda da Pro-

vincia Cisplatina, no sul, a rivalidade entrebrasileiros e portugueses jmpopulanzaram o

Imperador.

nomeação de um ministério impopularlevantou protestos e exigências do povo

e da tropa, reunidos no Campo da Aclama-

ção. O Imperador não quis ceder e preferiuabdicar a coroa em favor de seu filho, Pedro

vTF tSpSk _!__n

__§wíl<-4B_3_fJ_>

II, que então contava 5 anos de idade (7de Abril de 1831).

A abdicação do primeiro imperador cau-sou surpresa geral, pois ninguém es-

perava por essa decisão. O governo do paíspassa a ser dirigido por uma junta regencialde três membros, até 1835. em seguida porum regente úniec. eleito, que foi o PadreFeijó, até 1837, substituído depois pelo mar-

quês de Olinda, até 1840.O período da Regência foi agitadissimo,

pois à abdicação de Pedro I seguiu-se umaonda de convulsõespor todoo pais.

Gal. Francisco deLima e Silva

§hl

^Ç^?Ç _\v%3fí_*\ m)

/_\\ ^mí^ /_\

Antônio Carlos Marthn Francisco

Parlamentares, irmàos de José Bonifácio

Figuras que se destacaram na oposição ao 1* Imperador

O TICO-TICO

ETâri»to Ferreira da VeigaJornalista Pe. Diogo Antônio Feijó

Regente eleito do Impérioaíè 1837-

30

Pedro de Araújo LimaMarquês de Olinda. SubstituiuFeijó e foi regente até a maio-ridade de D. Pedro II em 1840-

Setembro — 1942

Page 28: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

__]\-'..f9 i "'il \

ali -\' -^k-V $,lr_s_/t3_$JJl5Gaveünha do Saber

O cavalo árabe éoriginário da ArábiaSaudita. E' o maisperfeito dos eqüinos,fogoso, rapidíssimo emuito resistente. Oscavalos árabes secaracterisam pela ex-trema fidelidade aodono, sendo muitas ashistórias v e rídicasque se contam de ca-valos dessa raça que

realisaram verãadei-ros prodígios de intc-ligência

A serpente do mar,é o nome dado aosanimais semelhan-tes ás cobras e quevivem no oceano.

—O—

A cidade âe Re-denção, antiga vilaãe Aracapé, no Esta-do do Ceará, deve oseu nome ao fato deter sido o primeiromunicípio brasileiro,que declarou livrestodos os escravos airesidentes, f i candoassim perpetuado ogrande feito.

O pato selvagemdeu origem à maioriadas espécies de patosconhecidas, como se-Jam Rouen. Pelam

O martelo é o mo-dêlo típico da ferra-menta de trabalhopor choque. E' usadodesde a mais remotaantigüidade e deu ori-gem, na idade mo-derna, a muitas má-quinas que se baseiamno mesmo princípiodo seu emprego. Osprimeiros mar téloseram feitos de pedra.

O calor que irra-dia o nosso orgams-mo, em vinte quatrohoras, bastaria sefosse acumulado, pa-ra derreter vinte edois quilos de gelo

e levá-lo até a ebu-lição.

O colibrí, só se vêno verão, nos jardins,voando de flor emflor e chupando onectar, tal como asabelhas. Daí o seunome vulgar de BEI-JA-FLÔR.

delícia âos leitores,inclusive "O Conde deMonte Cristo" e "Ostrês Mosqueteiros".

O Duque de Caxiase Abraham Lincolnsão os dois maioreshomens, o primeirodos Estados Unidosdo Brasil e o segun-do dos Estados Uni-dos da América doNorte.

Huguenottes cha-mavam-se os tran-ceses p r otestantesnão católicos.

O jasmim é de ori-gem persa. Existemmais de cem espéciescujas flores teem, to-das, perfumes muito

prêmio de um con-curso.

John Harrison foio inventor ão chronô-metro marítimo, queserve para áetermi-nar as longitudes.

IS

Alexandre Dumas{leia-se Dimás), fa-moso escritor francês,nasceu em 1803 e mor-reu em 1870. Escre-veu muitas obras queainda hoje fazem a

apreciados. O jasimmmais comum é o queaparece neste dese-nho, cuja planta éuma trepadeira, for-mando lindos cara-manchões.

Os peixes que vi-vem nas profunde-zas do Oceano, a oitomil metros, vivem emeterna escuridão, poisa luz nunca penetranos seus abismos.

Em Edimburgo, foivendida, entre outrosobjetos históricos, aarpa em que MariaStuart cos rumavatocar e com a qualpresenteou um bar-do escossês, como

O cone é um corpogeométrico formadopelo giro completo deum triângulo retan-guio em torno de umdos lados chamadoscatêtos, ou sejam oslados que formam oângulo reto. Sua for-ma se assemelha à dapirâmiáe com basecircular.

Eis um bom exerci-cio físico para desen-volver o peito : de pé

mas das mãos ficamencostadas. No final,.as costas das mãos éque se juntam. Noprincípio isso é difi-cil, mas a prática tu-do facilita.

A igreja âe SantaSofia, foi mandadaeãificar pelo impera-âor Constantino, oGranãe, para o cultoâa religião católica.

O niastarangu e umcurioso nstrumentoindi. jue se compõede um tubo de cobre,com formato de cor-neta. Sob o disco per-furado do extremosuperior se coloca umasubstância da teia decerta aranha (espé-cie de casulo) e. en-

r-mi r

etc. O pato selvagemé encontrado no nor-te da África e em to-da a América do Nor-te, e sua caça é mui-to lnteressar-te. An-da em bandos nume-rosíssimos que che-gam a escurecer osol, algumas véses.

.§______LIVROSOS BONSPARA A IN FANCJI A

Vocês, que gostam de bons livros, procurem lêr "Numa ciâa-dezinha ãe veraneio . . ." de D. Rita Amil de Rialva. E* um

romance infantil, interessantíssimo e de grandes ensinamentospara vocês. Leiam e verão como era inteligente a Maria do Céue bonzinhos o Carlos e o Alberto. Três garotos espertos que vêmconfirmar que o trabalho de criança é pouco, mas quem o perdeé louco . ¦ .

Acquarone ilustrou e F. Brlguiet e Cia. editou esse formosolivro.

leva-se ambas aamãos à frente, â ai-tura do peito, juntai.-do as mãos. Depoisv a 1 - s e lentamenteabrindo os braços egirando-os, até queeles fiquem na posi-ção da figura. Na po-sição inicial as pai-

costando o tubo àgarganta, perto dascordas vocais, e respl-rando forte, se pro-duz um som muitoclaro. Alguns niasta-rangas teem dois tu-bos.

O daltonismo é aimperfeição da vis-ta, que não permi-te que se distingauma côr da outra.

Desáe que nascem,até se desenvolverempor completo, os ga-lhos ou chifres dosveados estão cobertos

ZaHll-J-^.por uma espécie ãepele veluáosa que ãe-pois seca e cai. O ani-mal, para ajuâar aquéâa âessa pele, es-frega as galhas con-tra os troncos das ár-vores e mesmo naspeâras.

Setembro —1942 31 — O TICO-TICO

Page 29: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

^c tlOflOfconcursos

CONCURSO Ns 47

UMA PÁGINA PARA SEU RECREIOE DISTRAÇÃO¦¦I

0M$Ê&MCom lápis preto, cubra os traços desnecessários, até fi-

ccrcm no quadro negro um cão e a cabeça de seu dcno.(Solução na edição de Novembro)

CONCURSO N.» 49NÚMEROSCRUZADOS

| ornando os nume-ros compreendidos en-tre 1 e 20, inclusive,distrlbui-lcs de talmodo, nas casas embranco, que a somade cada coluna, hori-zontai e verticalmen-te, dê o resultado devi-damente indicado nascasas exteriores. Osnúmeros serão usados,cada um, uma só vês.

(Solução na edição deNovembro)

.6!20;48:52.74:

j38j42!40;44;46

CONCURSO NS 48

Quantos e quais são os objetos que aparecemnesta confusão de desenhos?

(Solução na edição de Novembro)

CONCURSO N.° 50(ADIVINHAÇÃO)

A viúva dona Rosajá nem queria viver :suas filhas só lhe davammotivos para sofrer.

Sua casa era um lugaronde afeto não havia,porque nunca ali se viade pena ninguém chorar.As filhas, eu vou dizer :uma era má, bem má. Riase via alguém soluçar.Outra — que coisa horrorosa ! —era vil, má... Geniosaera outra ainda, a caçula,briguenta como ninguém...

E eu vos pergunto, meninos:quantas filhas tinha ela ?Procurem... procurem bem...Se vocês forem ladinos,encontrarão quantas sãoe tambem descobrirãoos nomes que as moças teem...

(Solução na edição de Novembro)

»í^DEPURATIVO Jgiíí4<xm#aLACTARGYL

TRATAMENTO AUXILIARDA SIFILIS INFANTIL

RECEBEREMOS SOLUÇÕES ATÉ O DIA 15 DE OUTUBRO

0 TICO-TICO —32— Setembro —1942

Page 30: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

I noffof^concursos

__ ~%F~&,RESULTADOS DOS CONCURSOS AN-TERIORES — NOMES DOS PREMIADOS

CONCORRENTES PR2MIAD0S NOS CONCURSOS DE JULHO SOLUÇÕES EXATAS DOS CONCURSOS DE JULHO

No Concurso n. 40LUIZ CARLOS DE LORENZI - Av. Getulio Vargas,

1587 - Porto Alegre - R. G. SUL.

No Concurso n. 41LUIZ CARLOS GARCIA - Paraíba do Sul - E.

DO RIO. vi

No Concurso n. 42

CÍCERO PROCÓPIO — Rua Canindé, 180 — S.PAULO.

mv

No Concurso n. 43

MARIA DE LOURDES MONTANHA - Rua dosAndradas, 19 - 2.° - RIO DE JANEIRO.

Do Concurso n. 40O mágico esqueceu sobre a mesa justamente

19 argolas.

Do Concurso n. 41ü mUMA GRANDE NOTICIA

A PARTIR DESTA EDIÇÃO "NOSSOS CONCURSOS" DIS-TRIBUIRAO 20 PRÊMIOS ENTRE SEUS

CONCORRENTES !

Jâ na próxima edição daremos início à nova distri-buição de prêmios entre os concorrentes de "Nossos Con-cursos". Até aqui temos dado 1 prêmio, apenas, por con-curso. Mas já na edição vindoura daremos 20 prêmios,sevido cinco para cada concurso, mediante sorteio, con-forme a norma que sempre vimos seguindo.

BASES DOS NOSSOS CONCURSOS

Recebem-se as soluções até o dia 15 do mês se-guinte. Cada concurso corresponde a 1 prêmio. Osleitores podem concorrer a todos e mandar -juntas todasas soluções, mas só pôde o mesmo leitor ser premiadoem um concurso de cada vez. A publicação dos nomesdos premiados é feita duas edições após. Os prêmiossão livros e são remetidos pelo Correio, sendo precisovirem os nomes e endereço completos.

MENSARIO INFANTILPropriedade da S. A. "O MALHO"

Travessa do Ouvidor, 26Caixa Postal, 880 — Telefone: 23-4422

RIO DE JANEIRODiretor: A. de Souza e Silva

Preço das assinaturas, remessa sob registro postal:Para o Brasil, toda a América,Po; Uigal e Espanha :

12 meses 25$0006 " 13$000

Número avulso . . . 2Ç0001Publica-se no dia 1.° de cada mês.

Assim resolveu o velhinho o seu duplo pro-blema.

Do Concurso n. 42Triângulo — Circulo — Trapezio — Penta-

gono —• Cilindro —• Elipse —* Esfera — Retân-

guio.

Do Concurso n. 43

CASANDO FÓSFOROS

Cruza-se 5 com 2, 8 com 11, 3 com 7, 1 com4, 6 com 9, e 10 com 12.

PEDIMOS aos nossos concorrentes que endere-

cem da seguinte maneira as suas soluções,quando nô-las remeterem:

"Nossos ConcursosRedação d'0 TICO-TICOTravessa do Ouvidor, 26—Rio de Janeiro".

PEDIMOS também que evitem utilisar pequenos

pedaços de papel ou cartões, para maior fa-cilidade dos nossos trabalhos.

VIRnSAS

(PÍLULAS DE PAPAINA E PODOFILINA)Empregadas com sucesso nas moléstias do esto-

mago, fígado ou Intestinos. Essas pilulas, além detônicas, são indicadas nas dispepsias, dores de cabe-ça, moléstias do fígado e prisão de ventre. São um po-deroso digestivo e regularizador das funções gástro-intestinais.

A venda em todas as farmácias. Depositários:JOÃO BAPTISTA DA FONSECA, Rua do Acre, 38 —Vidro 2$500. Pelo correio, 3$000. — Rio de Janeiro.

Setembro —1942 — 33 — O TICO-TICO

Page 31: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

v_A_^__,''**¦

NOSSAPE

A CAIXINHA TERRÍVEL

Para se fazer esta caixinha, toma-se um pedaço de cartolina e corta-se,conforme o modelo na gravura. Do-bra-se nas linhas pontilhadas; os la-

gares, indicados com cruzes, são

para serem colados. Antes de cola-los, introduz-se na caixinha, uma bi-lha de aço, daquelas que existem nos

patins ou bicicletas. Cola-se depois

tudo; nas beiradas e de cada lado co-

Ia-se uma tira de papel, para impedira saida da bilha. Esta caixinha, co-

locada em cima de uma mesa um

pouco inclinada, começará ã virar

cambalhotas, descendo a rampa.Póde-se fazer diversas caixinhas

com listas de diferentes cores no

centro, ou então fazê-las numeradas,organisando assim um verdadeiro

páreo de corridas.

PARA GRAVAR NOMES EINICIAIS EM METAL

O uso de ácidos é muito perigoso,e requer imensos cuidados. Por isso,destinamos esta receita aos nossosleitores de mais idade. Os pequenos,devem... esperar até ficarem maio-res.

QUEN AOFICINAprocesso é este: Cobre-se a super-ficie com uma camada de cera, ou

parafina, aquecida. Deixando es-friar e consolidar-se, se traça comum prego ou estilete a letra, ou mo-nograma, desenho ou nome desejado,de modo a fender a camada e atin-

gir o metal, deixando-o a descober-to. Lança-se, então, nos espaçosabertos, uma solução de ácido nítrico

que, após alguma espera, atuará sô-bre o metal, gravando o que se dese-

java gravar. Lava-se, então, combastante água, tira-se a cera ou pa-rafina e está feita a obra.

RECURSO ESPLÊNDIDO

Um secador de mata-borrão pôdeser transformado em excelente lixa-dor, como vocês vêem.

Para lixar grandes peças, não hámelhor processo que este. Apenas...não se deve usar o berço novo domata-borrão do escritório do papai...

^______

Para se gravar uma inicial ou umnome em qualquer superfície demetal (um serrote, uma bacia etc.) o

Colocam-se ali várias folhas delixa, no lugar das tiras de mata-borrão e estas irão sendo arranca-das à medida que vão sendo gastas.

LIVROS E REVISTASFomos distinguidos com exemplares

de excelentes revistas estrangeiras, quenos ofereceu a Casa Vanni, especiali-zada em jornais, revistas, figurinos elivros, à Av. Rio Branco, 161. A CasaVanni, que representa no Rio muitas

publicações estrangeiras, pela sua loca-lisação em plena' Avenida e pela varie-dade de seu stock de bôa leitura, é amais preferida.

jCPÉWoíNAO FALHAFAZ DOS FRACOS FORTEtsINFALÍVEL NOS CASOS

DEESGOTAMENTOANEMIADEBILIDADE NERVOSAINSON1AFALTA DE APETITE

E OUTROS SINTOMASDE FRAQUEZA ORüANl-CA DE CRIANÇAS E DE

ADULTOS

Se mandam que escolhas um presente,Busca o melhor, com discreção e calma.Um livro pôde enriquecer tua mente.Um livro pôde melhorar tua alma!

JiâOdiga

^•que eu lhe disse:-Uso e nao mudoJUVENTUDE

ALEXANDREPARA A BELLEZA DOSCABELLOS E CONTRACABELLOS BRANCOS

0 TICO-TICO — 34 — Setembro —1942

Page 32: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

VbtòSéS s^m a Dicnea Musupui^s^^(apamua moscas) abre as roiHAs\PARA ATRAIR OS lUSEToS INCAUTOS \

/ | TfCUAUPO-AS LOGO SOBRE ELES ? | \

que um Cavalo em boas condiçõespode viveu 25 dias sem comer conTANTO QUE TE MM A ÁGUA PARA BEBERA VONTADE P

if~?yj| ^R*^^^^^^^-í^^5*^^T*^^W^^^^R /~*\

QUE o^odovaLHo quaudo Movo,TEM O MESMO ASPETO DOS. oU -tros peixes, mas ao se desen-Volverem o corpo achata,-se£ O OLWO ESQUERDO DESLOCA-SEPARA SE IR COLOCAR JUNTO AOX>»PE»TO FICANDO AMBos NA PAR-TE SUPERIOR PA CABEÇA?

QUE A MUÇURANA COBRA DO BRASIL í'ÚTIL AO UOMEM, Pois MAO SEklDO VEME-NOSA DEVORA AS OUTRAS SERPENTESESPECIALMENTE AS VEWENOÔAS QuFCONSTITUEM O SEU PRINCIPAL ALIMENTO'

QUE A EFEMFRA E' UMA MOSCA QUEPASSA Dois AkJOs MA ÁGUA NO ESTA-PO DE CRISALIDA E MORRE UO PRO -PJ?IO DIA EM QUE VÔA ?

SetembroG

1942 35 O TICO-TICO

Page 33: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

GHUúm^à^io^-,—¦_

m -^_Jt ^___^_ ¦ WJ_^^^ ® •*n*c0 rat0 mudo °.ue existe noF ^rSjf wa&*^^ mundo vive em Madagascar. E'A* f^f _|_2____^**^^^ muito calado, mas destrói imp!a-

r i£ ~^ cavelmente as plantações

Está fazendo grande sucesso nos Estados Unidosuma dançarina chipanzé. Profundamente civiliza-da, não suporta a companhia de outros animais,sentindo-se mais à vontade, posando para a publi-cidade e se mirando nes múltiplos espelhos de seu

camarim gran-fino.

Apesar de pertencer à ordem dos"desdentados", o tatu canastra(o maior do mundo), apresentade 90 a 100 dentes. E' uma _pe-

cie tipicamente brasileira.

_H m —^^^m+1 Jl , __——T~_J_-*^*^^_tt^__.

( m^^J^m%mm^^0^"^ ^¦J*'_~r_-*^"" &¦¦ '" _r~~"~_i'-¦ - "#^*_^ P-P—--^^—_-^/_>-_

-/——""«^^^ ^^^^mm\\mW Já

36

_A Tinea pellionela é uma borbole-tinha que, em estado larvario, car-rega consigo uma espécie de abri-go antiaéreo de barro e areia, fa-bricado sob-medida pe.o engenhoso inseto.

^ t i r o -T IC O Setembro ir

Page 34: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

BALBOA, O DESCOBRIDOR DO PACIFICO

m "Hjab. —¦Y~*~ t ¦_¦'*' ^ _J^ J|S £' %^WÊm\^mW^^jA \ (*-__-___*'_¦

«/JS^-ÍCi^-v. ¦-'-Kin wSXJ»"*'*. i ¦__* _tt>»rH__nV/_M-1 Kí ~ Ci_» i_i_m_-!_.,_, / I __hh__ flL_r.__ M»«i-/ -iy3Cr:^Y^teJ^-:^rW___.^ WÈkr-\r M'--1 l-I.Z_____ ÍiL_«Y-_- •__¦— */2r 'Y__wt'-_MpA_#vNBvH_____KccSí=S_5k-i^-^3i-Yr_rl.^->k__y w*!.l\>^____í'xü© pWW>l_^i~..'-5*m^t^-tI_b-#___i__- ^T^^-imAéy2P-*^- *^^>!!'MÍ'Jl-_______-í mÊr^^"^~' "rç^r ^^P^^^mflÍÊ*'^^%.

Mil. 1/**-*/ */__ " -f\ t_. -

. qu.ndo _i con.truid. um. c.d.d. no lug». .m qu. hoj.

. . I.tmo d» P.n.m». foi o br.vo «pintai ._&-«do ch.f..

O. Indio» do P.rum- diM.r.m • B.lbo. qu.. p.r. .I.m d. . . .

. . A\ —

. . .t.c.d. por Indioi inimigos . .mm.it f.roi.1. _•« *.l-

bo. .r. p.r_v.f.ni. .. no fim d. .Iqum t.mpo. .ncol*ou <

mont.nK. d. qu. o, indio, _. h.vi.m f.l.do. d.tr_, d. qu.l

..vi. um gr.nd. m.r. o oc.no P._íf~o, qu. vmh. pf.v.r qu.

. _rr. d._ob.rt. por C_.to-.o Colombo nio .r. p.r*« d.i

índia- m«i um v***o • rico cor.rin#n»«.

Setembro — 1942ÓTICO

Page 35: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

__H _K /^ ^*^v tMÊ&Zy)^ A_--A:— l.^1^15^

I ^W __rW^ ^^^CccCA ^>yZ^çx ^^=^<^\lí_r^r'^ ^y~~~~

itnaLuta d

i

|RA uma vez um gigante muitoprosa. Vivia comprando brigas.Gabava-se do seu muque, alar-deando que ninguém poderia

com êle. Desafiava todo mundo. Quemquizesse medir forças era só dizer. Emum minuto acabava com um batalhãode gente e dava cabo de dez onças.

« ? »

O veado, que não gostava do jabotí,por ter perdido uma aposta de corridacom êle, resolveu fazer uma intriga evingar-se do concorrente.

• *

Foi ao gigante e disse:Sei de uma pessoa que anda di-

zendo por aí ser capaz de vencê-lonuma luta.

Quem é êsse atrevido? indagouo gigante.

E o veado, jurando por Tupan:E' o jabotí. Êle tem dito cm vá-

rias rodas que o senhor é um gabola,não tem forças para puxá-lo de ondeestiver.

Pois vamos vêr — concluiu ogigante furioso da vida.

E saiu à procura do jabotí.• •

Foi encontrá-lo perto de um troncode árvore tocando uma flautinha:

Fin, fin, fin, culô lô fon fin.O' seu maroto. Você entào anda

dizendo que é capaz de medir forçascomigo?

O TICO-TICO

O pobre do jabotí náo havia ditonada.

Mas como náo era nenhum poltráonem gostava de fazer feio, tirou a flau-tinha da boca e respondeu ao pé da letra:

Disse. E é verdade. Você náo serácapaz de arrastar-me do lugar onde eufincar os pés.

Pois vamos vêr isso — concordouo gigante.

O jabotí respondeu:Pois vamos!Pôs a flauta na boca e fez:

Fin, fin, fin, culô lô fon fin.* • *

Combinaram a luta. O gigante foiao mato próximo, arranjou um cipóbem forte e veiu para a beira dáguaonde o esperava o jabotí.

Aqui está — disse êle ao concor-rente — você finca aí o pé na areia eeu vou para o meio do mato. Quandoeu gritar três você puxa daqui e eupuxo de lá. Vamos vêr qual dos doisarrasta o outro. Para lhe dar vantagem,ficarei preso pelo pescoço.

Está feito — disse o jabotí.O gigante foi embora, convencido

de que, quando desse o arranco, o ja-botí voaria longe, mas o esperto do bi-cho, mal êle deu as costas, entrou náguae foi amarrar a ponta do cipó que o se-gurava na cauda da baleia.

E ficou escondidinho vendo a luta.38

(Conto do fabulário indígena, colhidopelo gen. Couto de Magalhães eadaptado à leitura das crianças por

Osvaldo Orico)

fliganlesQuando o gigante berrou no meio

do mato — três — a baleia, que estavaperto, assustou-se e deu uma rabanada.O gigante foi arrastado pelo pescoçoaté à margem. Fez um grande esforçoe conseguiu safar-se.

Foi outra vez para o mato e gritoudela: três.

A baleia assustou-se novamente edeu outra rabanada. O gigante veiu denovo pelo pescoço e desta vez quasi seafoga. Já cansado, sem forças, murmu-rava:

Basta, jabotí, basta, jabotí.* • *

O jabotí, que via tudo debaixo daárvore, saiu do esconderijo. Deu ummergulho e foi desatar a corda que es-tava na cauda da baleia. Veiu de lámuito lampeiro e encontrou à beiradágua o gigante, arfando.

Foi chegando e foi dizendo:Que é isso, seu moço, está tão

cansado assim?O gigante respondeu:

Estou,-jabotí, você é mesmo umbicho. Nunca pensei que você tivessetanta força. E não se cansou nem umpouquinho?

Qual nada! Que é isso prá mim?E para mostrar que estava perfeita-

mente bem, pegou na flautinha e foi-seembora, tocando pelo caminho:

Fin, fin, fin, rulô lô fon fin.Setembro — 1942

Page 36: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

O .BONECO GAIATOPÁGINApara armar

1~_"i -i __" ~r_i~ i a

As 4 peças (1,2,3 e 4) devem sercoladas em cartolinaforte. E recortadas. AAs faixas negrasdos olhos da fig. 1 ^devem ser elimina-das com um canivetebem afiado. As 4linhas interrompidas paralelas, A eB, devem ser abertas e p-la frentedas tiras que ficam, passará a figu-ra 2 (veja o modelo de costas, abai-xo, à direita). Depois, cole nos pon-tos A e B, as tiras A' e B', de modoa cobrir as aberturas; mas cole sóas extremidades.

Tudo isso feito, basta segurarpor trás a fig. 1, e fazer subir edescer a tira introduzida, e os olhosdo boneco se moverão da maneiramais engraçada.

3

4

Modelo terminadovisto de frente

VV

Modelo vistopor trás.

-{embro — 1942 39 O TICO-TICO

Page 37: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

A / i ^9™v ^^^^.^^W. ^^W ^^V __^ÉM^-***^^^ _f _______

Estão vendo a pele deste ferocissimotigre? Foi morto por mim! Não acredi-tam? Então ouçam. Na minha últimaviagem à África...

...percorri os arredores de Abdelkruth, com a minhatiro-longo-_-cano-curto. Não tinha andado muito, quan-do deparei com uma ave exquisita. Botei os olhos namira e a espingarda...

3_?ZZÍ...falhou! Apertei, novamente o gatilho e nada:Virei, mexi, mas foi inútil! A coisa estava en-guiçada!

Puz a espingarda no ombro, e fui andan-do, muito desenxabido, sem perceber que es-tava sendo acompanhado.

""ÍPJ5S£%».gm L js

\_fc^_3_>? **_____*

Quando menos esperava supor a espingarda disparou, sozinha,atingindo à fera, justamente quando ela pretendia me atacar!O TICO-TICO 40

Vejam, pois, a que ficou re-duzido o feroz tigre africano!Um simples tapete...

Setembro — 19**»

Page 38: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

; r~(S^Â /C""^ -~1?r-

mmJ|COR0GRAFIA PIT0RESCA DO BRASIL

AT ___^ A<Ã^ »•» *» «UU ./*». ,|',Ü'_"___C "* mmW ^^aWHk *» JW.^r àf***k I*; Ofc ^í/1 ____B fmWW

¦ ^é^jÊÊBK^P^ "°"T% CLAROS ^HL MACACOS ***** ^

aT ffeír.^**5*^jfJf*wf )v / akkuz MADEIRAS *gmf\ ^^fc_BB___ ____J^_H^- _t A ^^Bl^ _flr "*^^ -^* ^y£r m\

^^mmj Mm^ m^^amw^ammm __________ 1 à& kW f _P II ___r^ ¦¦" ""^^^itf^^^^*1^ ,y- f

______ Mmm^m^f^mmmr^^^ WT^^^r __ ^MB^^^^*' — • a ^_| m y^p u ^_^_É___J» lT_-^H^^ ^

^r **^ ^^^^^win^^^íHk--

.-^aj \ k __l_á R HflRI70NTF^_k ^_i»*A^i V "X- ^_i^ Ví/^i __• # *^

I (! J:^^3|^H»r Jrl \°^^y FUMO ARAT'N0^^g>

f^^^M\m mmWmrmm\mW^m^B^i\\^ty ^^*****m**m\m^ áh ÊW^ ^UdULiUA/MI _*

m.^rramamm | j^Jb*^ JB1 ^SS ÜC AR^^^^l^ í {AFE-V^ ^jf

_ O TICO-TICO 4Í : *¦

MINAS GERAISestado interior e mais montanhoso do Brasil. De enorme

extensão í dividido em trts zonas bem distintas a da mata.entre a Mantiqueira e a Serra do Mar: a zona do campomais elcvjda na parte sul e oeste do Estado, e a sertane,..que fira na região do norte O Estado dc Minas é famosopela imensa riqueza de seu sub-solo. e peia salubridade deseu clima, sendo por isto chamada a Smssm do Brmnl Possuenumerosos rios e para mau de mil cachoeiras próprias parafornecer energia elétrica.

O Estado * grande produtor de caft. fumo. cana deaçúcar, cereais, frutas, etc. Importante indústria pastoril, delacticinios e rendosa exploração de águas minerais.

Setembro — 1942

Page 39: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

A PÁGINA

#

Bi loco ''

DOS NOVOS

Com essa cordinha vou improvi- Agora amarro as duas pontas dasar um bom balanço... corda.

«ms!» \f^^~- \

Isso é que é vida bôa, quem vai ficarcom inveja é o João...

->-^> -*

^**_y "^——- ZZ£ -r__-_p v^

jz**â\. 1yTei^^ ^^^ L^^_-^_ ;S\ ^^\ S\ __^^ l^l_/l _/^ '

...mas eis que a corda se arrebenta eBilóca vai cair num poço...

no quintal do vizinho que o..

-%víJ_|lE

O TICO-TICO 42

...levou para casa de seus pais.Sa.embro — 19

Page 40: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

P/TOQQtlti

oh: ferro 'g__nh tiA SORTE GRAViD _: \AGORAVOUT-IZAG-OCORPOMIS!

VOU TINGIR. (SUE HSTOU SEli V1HTEÜ PAE_*PÔE, A T^OVA O COT2AQÃO po AttkSrOT-ARACHO C2 UE._ SE ELE MS SOCORRER-,

Ek_R-\-HE.-EI MEXAt>E PAMlNHArORTUNA j-

1

i'. . Jm^lf^— ^\*\ 1 E A MIH i IWfixU \ 5 J NAPA?J

0 SR É QUE. E' F"ACAFICO RARACHOQüE.ESTA CARTA E' PARA O .SNR-vj-*:

MEUTlOTJEIXQlJ-ilE UMAFOJ?T"UNAVOU FlNSip. QUE ESTOU NA h-.SE-

\ R|A».EOf__M0ARECOFI2ER6L-ÇUM SACRIFÍCIO

_POBMIM.D__2-Ol_[ El AHEXAPE ,

ArtlâO.OUERTROCAR. SUAPjOUÇA ESFARRAPADA COM

tf~>^llf Ql^rtlÉ^LEriBeoi »#*//> ria.seopauoa ^^jp;^ (?<\

^8TH /BT1^ *§Lve(_? XvJtQuh sacrifico S^QllíSmWfr

/^^? ^j \ A / v\ li___^^< / ^Vr *jpP\,

^Q-E>__-_-CHOGlUE '.COHql NEK TEHHQ^COn QueJ p^% POBRE AMIGO. VOCÊ VEM LA" NO BU-.MA»? EU ESTOU NA C_7~ £V5\ HAT_J_ ,Jk>^ S^~^L> R^co'°Noe- eu MORO JHVIDIREMOSJ***

(X)HPLEiaAHISERl_*J ^"Ç5^ AF-tlE V^ftfU r\..¥ UM PÃO PCCHIPO.O ÚNICO QUE f"

HA-DE SER GRANDE ASURPRESA VQ PARACHa(3Ue \ fl QUANDO

ME VIRNESTElPAJÉ

r»4Wjlm>

____sl L __i »* J__T^J______>.____! ________T* "lf-________sl______

lh__QNE OTANCARECOQUANDO SOUBER <3UE|

UÈ J^NDARECO. VOCÊ, 1 j EU .TAÜBEM ..Rí-RACHOQUE..ENTÃO,ESTA' "RICO ? EU PElO QuE VE«)0 SOMO$_-HB05

"^"W ft~~|SOU QUERIA FAZER UMA [[RICOS £ TEMOS "BOM CORAG-Q,

Page 41: W 4 r w - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1942_01882.pdf · Não haveria alguém que a tirasse daquilo. Nãp haveriò ... fri, porque a minha vida é uma dôr eterna

AVENTURAS DE ÇHIQUINHO

Çhiquinho e Benjamin foram passar as fériasescolares na fazenda do coronel Manéco Espoleta,um velho amigo de sua familia.

Um dia, estavam passeiando pelos arredores,quando à margem de um rio, entre as folhagens,viram dois ovos grandes e reluzentes.

—"\ « m** __B____! ' —— ———Çhiquinho, como sempre astucioso, pensou lo-

go em levar os ovos para casa, e o fizeram comtodo o cuidado, receiosos que se quebrassem.

Aproveitando uma pata que estava choca co-locaram os ovos no ninho. E passaram dias e diasasciosos para vêr que espécie de ave sairia...

^S^ _ÍdllL: i...daqueles ovos. Até que um dia houve no gali-nheiro um barulho infernal. A pata saiu do ninhovoando como um s>viáo e grasnando de fazer doer

n Yl-r. i j . i i «^ _

Os dois peraltas correram para vêr o queera e ficaram surpresos ao verem que as "aves"saidas daqueles ovos eram dois filhotes de.